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AULAS 1 a 10 - INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS TEOLÓGICOS

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26/02/2021 Disciplina Portal
estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4845223E204FB0F19DC2C87E037D5F6057FA90C555DDA5ED2521A56188072295C… 1/18
Introdução aos Estudos
Teológicos
Aula 1 - Teologia - conceitos e métodos
INTRODUÇÃO
26/02/2021 Disciplina Portal
estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4845223E204FB0F19DC2C87E037D5F6057FA90C555DDA5ED2521A56188072295C… 2/18
Nesta aula, teremos conhecimento de um vocabulário próprio da área de Teologia. Assim, perceberemos que estas
palavras foram ganhando sentido na história própria da Teologia. Muitos foram os que contribuíram e agora é a sua vez.
Estudaremos os principais modos do fazer teológico, que foram se desenvolvendo de acordo com a necessidade em
responder os desa�os do tempo à luz da fé.
Bons estudos!
OBJETIVOS
Examinar a Teologia cristã a partir de seu desenvolvimento conceitual na história.
Identi�car os principais métodos da Teologia.
26/02/2021 Disciplina Portal
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“Vós quereis ouvir de mim por que e em que modo Deus há de ser amado? Eu vos respondo: a
causa pela qual Deus há de ser amado é o próprio Deus; o modo é amar sem modo. É
su�ciente isso? Talvez seja, mas para os sábios. Mas eu estou em dívida em relação aos
ignorantes (cf. Rm 1, 14): embora, para os sábios, o que foi dito seja su�ciente, para outros
deve ser explicado.”
(Bernardo de Claraval, 2010: 9)
Para você, o que é a Teologia?
Resposta Correta
O conceito de Teologia foi construído ao longo do tempo. A seguir, vamos compreender como ocorreu esse processo.
O desenvolvimento do conceito de Teologia
ANTES DE CRISTO
Os primeiros �lósofos gregos (glossário) compreendem Teologia como parte de sua atividade especulativa.
428-348 a.C.
26/02/2021 Disciplina Portal
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DEPOIS DE CRISTO
Para os cristãos, terá o caráter de estudo da revelação de
Deus à pessoa humana. O estudo faz com que o
Cristianismo se diferencie do Judaísmo e crie uma
identidade própria desde as primeiras comunidades.
Imagem: vangelis aragiannis / Shutterstock
Platão utiliza o termo Teologia para o ensino que a Mitologia traz.
384-322 a.C.
Imagem: thelefty / Shutterstock
Aristóteles modi�ca o uso para a ciência teórica mais importante, depois da Matemática e a da Física.
26/02/2021 Disciplina Portal
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Com o desenvolvimento do Cristianismo, os padres formam escolas de compreensão da Sagrada Escritura e começam a
utilizar o termo Teologia em sentido cristão.
Orígenes
Segundo Carias (2009, p. 16), Orígenes (185-253 d.C.) foi quem primeiro usou a
palavra Teologia em relação ao conhecimento de Jesus Cristo. Ele e outros a
utilizaram como uma ciência que se desenvolve e como um modo de se
relacionar com Deus, sendo a vida mística o nível mais elevado, como a de
Moisés, dos profetas, de Paulo e do evangelista João. 
O que Orígenes chama de Teologia, podemos entender como a ação da Igreja,
presente na escrita do Novo Testamento, em que a comunidade cristã, sob o
impulso do Espírito Santo, escreve os livros sagrados.
O ponto de partida da Teologia é a fé da Igreja. A Teologia é escrita na Igreja e para a Igreja, o que chamamos de Querigma
(glossário). É um serviço à Igreja em sintonia com o Reino de Deus: revelar Jesus Cristo, no amor do Espírito Santo.
(CARIAS, 2009, p. 16)
Com os debates sobre doutrina, o termo Teologia é utilizado no sentido de ortodoxia (glossário), ou seja, é o único e
verdadeiro sistema teológico de compreensão da Igreja. É a formação da doutrina cristã como um sistema coerente de
pensamento.
26/02/2021 Disciplina Portal
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A Teologia é fruto da ação da Igreja no mundo, da construção de uma história de encontro. O Novo Testamento é fruto
desse encontro, de Deus que nos encontra em nossa realidade. O Concílio (glossário) de Jerusalém (ano 51), por exemplo
(At 13-15), abre a Igreja aos pagãos (glossário) sem que eles tenham que adquirir as práticas judaicas. Este é um ponto de
destaque no livro bíblico e modi�ca a compreensão dos discípulos no anúncio do Evangelho — que podemos acompanhar
nas cartas de Paulo. A experiência encontra a fé, Deus encontra a humanidade.
A experiência humana na relação entre Deus e a humanidade é uma expressão histórica, situada em um determinado
lugar, em um tempo especí�co, com as limitações e superações possíveis. É o que chamamos de cosmovisão.
“Cosmovisão é um conjunto de crenças básicas que se tornam nosso quadro de referências
por meio do qual interpretamos, organizamos e vivemos nossa vida.”
(Ferreira: 2013, p. 16)
Você considera que a nossa cosmovisão é capaz de in�uenciar os fatos históricos?
Resposta Correta
Fonte: spiber.de / Shutterstock
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Nossa experiência confessional, do credo que professamos, nos fornece um sentido de vida, parâmetros para
compreendermos a realidade, uma cosmovisão. Portanto, nesse momento, re�ita sobre alguns questionamentos.
Até que ponto sua cosmovisão in�uencia a compreensão de
outras religiões? 
De que modo sua cosmovisão facilita ou di�culta seu
relacionamento com as pessoas de um credo diferente do
seu? 
Quais são os pressupostos de seu credo sobre o
relacionamento com as pessoas? 
Como você se posiciona quanto às pessoas e religiões
diferentes da sua?
Re�etir sobre esses aspectos nos ajuda no crescimento pessoal, a identi�car as di�culdades que pode-se ter para estudar
Teologia e também para a conscientização para superar compreensões super�ciais da própria con�ssão religiosa.
Para os cristãos, podemos dizer que Teologia é um exercício que exige identi�car a ação de Deus na resposta histórica do
homem, a construção da história realizada a partir da ação, da resposta da humanidade à sua vocação evangélica, que é
dada a partir da realidade em que vivemos. É a liberdade do amor exercida no contexto social. Os primeiros padres são
muito conscientes desta responsabilidade, bem como do compromisso com os �éis e na defesa da fé.
Destacamos a Teologia Patrística (glossário), que tem sua
compreensão na centralidade de Jesus Cristo, Aquele que
cumpre as promessas de Deus a Israel. Esta centralidade
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não é somente uma posição, mas Alguém para o qual tudo
converge. Assim, a centralidade se torna uma leitura de todo
o Antigo Testamento a partir da vinda do Messias.
O Gênesis traz a criação da humanidade voltada à imagem e semelhança de Deus, a ser resgatada pela descendência da
mulher (Gn 3, 15), anunciando a vinda daquele que vai fazer este resgate. O livro do Apocalipse é o livro que descreve a
realização plena de todas as promessas.
OUTROS APONTAMENTOS SOBRE A TEOLOGIA PATRÍSTICA
Outra questão patrística é a Teologia Apologética, que se desenvolve para responder às
dúvidas, confusões e posições controversas de pessoas e de grupos, que muitas vezes negam
princípios do Cristianismo — as heresias. Os padres defendem a ortodoxia com homilias e
escritos, buscando responder com coerência e racionalmente as questões que se colocam.
A Igreja traz em si uma responsabilidade intelectual. Por isso, quando necessário, convoca
Concílios, para que os pastores discutam e expliquem o conjunto da doutrina, �rmando uma
posição comum, que passa a ser uma posição de autoridade frente ao sistema de
compreensão do Cristianismo. Os Concílios também elaboram fórmulas que professam oconteúdo desta unidade da fé, o Credo. A necessidade de conceituar pontos da doutrina e
sistematizar cresce.
Fonte: leoks / Shutterstock
26/02/2021 Disciplina Portal
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ALTA IDADE MÉDIA
Na Alta Idade Média (da queda do Império Romano em 476 até o século IX), o termo Teologia expressa a totalidade da fé
cristã. Outras expressões também são usadas com o mesmo sentido, como sacra doctrina e sacra scriptura. No século IX,
temos o uso comum do termo.
Como uma cultura organizada a partir da identidade religiosa cristã, em que o mundo e a humanidade são compreendidos
a partir da fé, a cosmovisão medieval integra as esferas religiosa e civil. O Cristianismo não se apresenta como con�ito
frente às autoridades.
Destacamos alguns acontecimentos desse período:
FUNDAÇÃO DE ESCOLAS E SURGIMENTO DAS UNIVERSIDADES
Passado o período turbulento dos reinos bárbaros no sul da Europa (até o século VIII), fundam-
se escolas e surge a Universidade. A Igreja traz em sua identidade, a preocupação em formar
discípulos (Mt 28, 19). O processo educativo deseja formar a pessoa humana a partir da
compreensão religiosa de si e do mundo. Uma nova forma de sociedade se desenvolve, o
processo de urbanização e o comércio crescem.
A TEOLOGIA CHEGA ÀS UNIVERSIDADES
A Teologia chega ao espaço acadêmico, em que alunos e professores debatem questões da fé.
Um novo modo de pensar se desenvolve. A dialética como contraposição de ideias, de
argumentos, ganha espaço na re�exão. A busca da sabedoria por meio da compilação da
doutrina cristã faz surgir as summas theologicas, comuns neste período, como a de Tomás de
Aquino (1225-1274).
Alguns teólogos questionam o excesso da busca de Deus pelo conhecimento teórico e
propõem uma Teologia mais relacionada à prática, à caridade. Os franciscanos se destacam,
sendo Duns Scotus (1266-1308) um deles.
As duas correntes, Tomista e Franciscana, são denominadas de Escolástica, pois pertencem à
mesma Escola: a Teologia medieval é universitária e eclesial.
SURGE A TEOLOGIA DA REFORMA PROTESTANTE
Lutero (1483-1543) protesta contra a Escolástica, apresentando uma tensão entre Igreja e
ciência. No excesso de debate, as pessoas se preocupam mais com o argumento do que com
o próprio conhecimento de Deus. O conhecimento pelo conhecimento. É o século XVI, o início
de novos tempos, da Modernidade (séculos XVI a XVIII). A Teologia da Reforma Protestante,
além de se contrapor, vai desenvolver uma orientação bíblica e existencial para os estudos
teológicos. A experiência da fé em Jesus Cristo, tendo os escritos bíblicos de Paulo como
direção, faz com que se busque superar exageros �losó�cos.
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O Catolicismo precisará buscar uma identidade própria, tendo o Concílio de Trento (1545-1563)
como referência. Instituições e instrumentos são especi�cados e a produção teológica recebe
orientações diretas e precisas da Igreja.
MODERNIDADE
Com a Modernidade, a partir do século XVI, surgem a Teologia Moral e a Teologia Positiva. O Humanismo (glossário) traz a
crítica e não deseja recorrer ao magistério da Igreja. Teologia e Filoso�a acham-se sobrepostos. Universidade e Igreja
encontram-se em tensão, sendo que, no século XIX, muitas vezes seguem caminhos distintos e, com frequência,
con�ituosos.
Universidade × Igreja
Entre Universidade e Igreja, o drama do que seja ciência. Essa tensão é vivida de diferentes modos entre as con�ssões
religiosas, de acordo com sua compreensão do que é ciência. Aqui temos a in�uência do Racionalismo (glossário),
doutrina em que somente se pode conhecer pela razão e por esta explicar a realidade.
A necessidade de uma Teologia que seja feita em uma linguagem acessível a uma assembleia é o desa�o que a geração
do século XX assume. A expressão voltar às fontes é difundida. O movimento católico centra-se nos estudos patrísticos. O
protestante, em temas centrais cristãos. Ambos não negam a história do conhecimento da revelação, a inteligência da fé
alcançada até então. A riqueza está em honrar a herança que as gerações de cristãos deixaram para nós, continuando a
caminhar juntos para alcançar nossa meta �nal, Deus (FERREIRA, 2013, p. 12).
A ciência das fontes traz-nos à memória a expressão própria da Escolástica de Tomás de Aquino, de buscar a causa
primeira, buscar o sentido, o signi�cado próprio da Teologia. É um momento conturbado, com guerras e governos
totalitários, em que a humanidade questiona a si mesma e o que produz. Ela tem uma pergunta urgente a responder frente
a tanto horror: a existência do mal na humanidade. É preciso refazer o caminho para entender. É preciso voltar ao Bem
Maior.
Algumas características desses movimentos:
Esses movimentos partem de uma necessidade humana e, portanto, nos
aproxima. Trazem algumas questões especí�cas que vão sendo desenvolvidas,
como a Teologia litúrgica, a re�exão da palavra e seu signi�cado, símbolos,
gestos.
A Teologia assume-se como mistério de Deus que se comunica por meio de uma
linguagem que cada um de nós compreende.
26/02/2021 Disciplina Portal
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A Palavra-Mistério assume uma nova importância. Palavra que é sempre diálogo
entre Deus e nós, e entre nós. Os místicos, os que vivem na relação da Palavra-
Mistério, passam a ser valorizados em sua contribuição para podermos
compreender melhor a Deus. Alguns místicos conhecidos: Catarina de Siena
(1347-1380), Teresa D’Ávila (1515-1582) e João da Cruz (1542-1591).
A Igreja se desenvolve pelo diálogo com Deus, com a própria Igreja e com outras
culturas. São elementos de convergência, de encontro. De Paulo que encontra o
grego no Areópago (At 17, 16-34), das especulações do Oriente, da expansão
cristã no norte da Europa.
SÉCULO XX
O Concílio Vaticano II (1962-1965) traz em si a fé de que conversando a gente se entende ou, pelo menos, sua
possibilidade. É a crença do que hoje chamamos de cultura da paz. É a esperança cristã de que o Reino esteja entre nós
(Lc 17, 21).
Muitos teólogos começaram sua re�exão como leigos, no período em que só se conhecia os estados de leigo e clérigos. A
ideia de monges e eremitas, como da diversidade da vida religiosa, era embrionária na Igreja nascente. No século XX,
cresce o número e a necessidade da atuação de leigos na Teologia, como um serviço em diferentes funções na sociedade.
Em 2 mil anos de Cristianismo, temos inúmeros exemplos e modelos de teólogos. 
 
Agostinho de Hipona (//www.�loso�a.com.br/historia_show.php?id=42) (354-430), �lho de mãe cristã e pai pagão, foi
compreender o sentido das Escrituras a partir das homilias do bispo Ambrósio (340-397). Sua grande capacidade intelectual e
de busca de sentido para a vida, fez dele referência da Teologia de todos os tempos. Inicialmente, defendeu a fé como leigo,
apresentando a responsabilidade e a importância de todos em anunciar o Evangelho com a própria vida.
Com base no que estudamos até aqui, analise as frases a seguir e marque verdadeiro ou falso.
1 – Para Aristóteles, a Teologia ajuda a compreender a natureza de Deus.
a) Verdadeiro
b) Falso
Justi�cativa
http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=42
26/02/2021 Disciplina Portal
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2 – Para os cristãos, a Teologia é a expressão do amor apenas entre Deus e o homem.
a) Verdadeiro
b) Falso
Justi�cativa
3 – Com a modernidade, a Teologia passa a ser um ministério onde Deus se comunica por meio de uma linguagem que
cada um de nós compreende.
a) Verdadeiro
b) Falso
Justi�cativa
Os principais métodos da Teologia
Compreender a Teologia como servidora da Igreja é ter a fé como referência. Na Teologiacristã temos como referência a
Sagrada Escritura, a Prática Eclesial, o Magistério e a Linguagem.
Para fazer Teologia precisamos de alguns instrumentos, como:
O exercício da Teologia exige a análise do conteúdo da fé, a sistematização deste conteúdo e a elaboração de novas
compreensões.
26/02/2021 Disciplina Portal
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Cada período da história tem o predomínio de determinado método, que responde às questões especí�cas de sua época.
O desenvolvimento do item anterior nos ajuda a compreender a relação entre o método que foi desenvolvido no período e
as necessidades históricas em questão.
Baseado em Boff (2014, p.138-152), a seguir, vamos conhecer os principais métodos da Teologia.
     
PATRÍSTICO
De acordo com a região, o método patrístico assume características latinas ou gregas. Predomina na Antiguidade, durante
o Império Romano no Ocidente e no Oriente. A partir da estrutura sociopolítica do Império, organizaram-se escolas de
estudo da Sagrada Escritura, como a de Alexandria. Sua prática é referência para muitos estudiosos ainda hoje.
Como método exegético, a Teologia Patrística enfrenta o desa�o de reler o Antigo Testamento a partir de Jesus Cristo,
tornando-o o centro, como o Novo Testamento. É o Filho de Deus que dará um novo sentido à leitura. O autor patrístico,
chamado de padre, não pretende elaborar um Tratado, mas aprofundar e ensinar os �éis sobre a Revelação de Deus
contida na Palavra.
Para saber mais sobre o método patrístico, clique aqui (glossário).
     
ESCOLÁSTICO
Há dois grupos que podem ser identi�cados: o Tomista e o Franciscano. No desenvolvimento, há a Escolástica Posterior e
a Teologia da Reforma.
É um método desenvolvido com a organização das universidades e com o desenvolvimento das disciplinas, sendo a
Teologia a de maior destaque. O conhecimento no medievo é entendido como a busca em compreender a criação e tudo
que esta envolve.
A Teologia, então, atua como a inteligência da fé, o modo racional de entender o como. O pressuposto acadêmico é que
Deus criou tudo. Cabe à ciência explicar de que modo. Ciência e religião caminham interligadas.
Para saber mais sobre o método escolástico, clique aqui (glossário).
     
MODERNA
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon908/galeria/aula1/docs/metodo_patristico.pdf
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon908/galeria/aula1/docs/metodo_escolastico.pdf
26/02/2021 Disciplina Portal
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A Teologia põe em evidência os desa�os atuais, como pessoais e sociais. A in�uência Iluminista e seu racionalismo
trazem uma valorização do progresso e da ciência para a Teologia, bem como o desenvolvimento da crítica e da
autocrítica comum ao período histórico. Os campos político e econômico, as ciências humanas que se diversi�cam, os
fatos históricos, o processo social, entre outros, contribuem e in�uenciam o saber teológico.
Novos métodos se desenvolvem: Ensaio, Re�exão, Crítica e Prática são novos gêneros, que buscam sintetizar os
conhecimentos que deixam de ser frequentes.
Para saber mais sobre o método da Teologia moderna, clique aqui (glossário).
Pontos importantes sobre a Teologia atual
Atualmente, podemos enumerar alguns pressupostos para a Teologia:
A linguagem rigorosa, própria do meio acadêmico;
A resposta aos dramas da realidade a partir da perspectiva da Palavra-Mistério;
Autocrítica;
Mistagógica: em permanente aprofundamento da fé;
Histórica: em processo de aprendizagem, na caminhada no tempo;
Plural: diversidade de con�ssões religiosas, promovendo diversidade de
Teologias, em diálogo entre si, no crescimento mútuo;
Interdisciplinaridade: recebe contribuição de outras áreas do conhecimento;
Fidelidade à Palavra-Mistério.
Atividade
1 – Relacione, na Teologia atual, o anúncio do Evangelho e a realidade que vivemos.
Resposta Correta
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon908/galeria/aula1/docs/metodo_teologia_moderna.pdf
26/02/2021 Disciplina Portal
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2 – Em qual momento da história cristã o termo Teologia começa a ser utilizado?
a) No período das primeiras comunidades.
b) No período das universidades medievais.
c) No período atual.
d) No período Moderno.
e) No período Patrístico.
Justi�cativa
3 - Qual o signi�cado do termo Teologia para a Patrística?
a) Compreender o Deus da Sagrada Escritura.
b) Compreender Deus que se revela na história através de Jesus Cristo.
c) Compreender Deus que age por intermédio dos governantes.
d) Compreender Deus que está presente nas lideranças religiosas.
e) Compreender Deus que fala com a humanidade.
Justi�cativa
4 - Sobre A Teologia Escolástica, podemos a�rmar que:
a) É uma forma nova de fazer Teologia, esquecendo da forma anterior.
b) É realizada somente por grandes teólogos.
c) É uma Teologia fechada nas decisões dos Concílios.
d) É uma Teologia em que os participantes discutem questões de fé.
e) Somente pelo conhecimento se pode fazer Teologia.
Justi�cativa
26/02/2021 Disciplina Portal
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Glossário
PRIMEIROS FILÓSOFOS GREGOS
PRÉ-SOCRÁTICOS: PITÁGORAS, HERÁCLITO, PARMÊNIDES - Sécs. 6a.C.-5a.C.
SÓCRATES: 470-399 a.C.
PLATÃO: 428-348 a.C.
ARISTÓTELES: 384-322 a.C.
QUERIGMA
Do grego kerissein, proclamar, anunciar. Notícia pública que passa a ser o centro da mensagem cristã: o anúncio da Boa Nova de que
o Filho de Deus se fez homem, Jesus Cristo, morreu e ressuscitou por nós, para que tenhamos vida nova no Espírito Santo.
ORTODOXIA
26/02/2021 Disciplina Portal
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Sistema teológico considerado único e verdadeiro pela Igreja. Ortodoxo é o que segue �elmente este sistema.
CONCÍLIO
É um encontro, uma reunião de autoridades religiosas para estudar, discutir e elaborar em unidade questões da doutrina. Seu caráter
eclesiológico pode ser local ou ecumênico (do grego oikoumene, a terra habitada). A universalidade ecumênica de�ne a doutrina que
nele é sistematizada como válida para toda a Igreja.
PAGÃOS
Do latim paganus, camponês, normalmente usado na Antiguidade para os que não pertenciam ao cristianismo e eram politeístas.
PATRÍSTICA
Escritos de re�exão teológica elaborados pelos primeiros pais da Igreja, durante os primeiros séculos, com objetivo de formular as
verdades da fé (ensino) e defesa destas verdades contra posições controversas de um ponto da doutrina cristã (heresia).
HERESIAS
Interpretação ou doutrina que se contrapõe ao que é considerado verdadeiro pela Igreja.
ESCOLÁSTICA
Corrente teológica característica da Idade Média, em que o método e o local se destacam: a universalidade e o debate a partir de
leituras sobre a Escritura. A a�rmação da fé é seu critério de validade. Pelo ambiente em que se desenvolvia, �cou relacionada ao
saber, à busca da sabedoria.
HUMANISMO
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Movimento intelectual iniciado no século XV na Europa, que busca a valorização do homem, da condição humana, sem inferências da
religião.
RACIONALISMO
Corrente �losó�ca que tem na razão, no raciocínio lógico, o meio de conhecer e de explicar a realidade.
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Introdução aos Estudos
Teológicos
Aula 2: Teologia: conceitos e métodos
INTRODUÇÃO
Na aula anterior, compreendemos o que é Teologia e, agora, vamos estudar a Teologia como uma ciência,um campo de
pesquisa, identi�cando os pontos relevantes para re�exão. Relacionaremos fé e razão.
A Teologia é uma re�exão humana no contexto e em seus limites, bem como na pluralidade e relação.
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Servidora da Igreja, a Teologia traz uma marca confessional. Não é limitada a ela, mas enriquecida no diálogo intereclesial
com outras perspectivas e múltiplas linhas de pesquisa.
Falaremos mais sobre esse assunto, nesta aula.
Bons estudos!
OBJETIVOS
Estabelecer a Teologia cristã como ciência.
Relacionar Teologia e matriz cultural.
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Aqui se distinguem, sem dúvida, duas coisas: dá o conselho para crermos em primeiro lugar,
para que em seguida possamos entender o que cremos. Portanto, é a própria razão que exige
a precedência da fé sobre a razão. Já vês que, se esse preceito não fosse racional, haveria de
ser irracional: Deus te livre de pensar em tal coisa. Logo, se este preceito é racional, não cabe
dúvida de que a mesma razão, que dá precedência à fé sobre a razão quando se trata das
grandes questões que não se podem ainda compreender, deve ela própria preceder à fé.
(Agostinho apud Boff, 2014, p. 27)
A Teologia como ciência
Ciência (glossário) é o conhecimento em que de�nimos sua
causa para demonstrá-la. A partir do desenvolvimento da
ciência, obtemos o conhecimento sistematizado por meio de
um método.
Na Teologia, “o que faz uma ciência não é seu assunto (objeto material), mas o modo como esse assunto é tratado (objeto
formal)” (BOFF, 2014, p. 21).
Apesar de não ser um posicionamento unânime (glossário), vamos trabalhar com a seguinte de�nição:
Teologia é a ciência que apresenta a Revelação de modo crítico, sistemático e amplo,
buscando a compreensão do Mistério revelado em si mesmo e suas consequências para a
existência humana.
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Existem muitas maneiras de fazer e pensar a Teologia. São escolhas que consideram a doutrina sobre a vida cristã na
comunidade eclesial e social. O modo de fazer e o objeto da Teologia são inseparáveis. Considerando o campo plural em
que nos encontramos, cabe observar alguns princípios:
REFERENCIAL E BUSCA
• Verdade como referencial e busca. 
• Na convivência com a pluralidade de verdades, a pesquisa teológica é entendida no campo da
religião e esta tem seu espaço limitado ao privado. 
• A Teologia reivindica seu estatuto como ciência, e o espaço público, tanto pelo seu
pressuposto antropológico como pelo diálogo com a Filoso�a e com a área de Ciências
Humanas.
HISTORICIDADE E USO DE MÉTODOS HISTÓRICOS
• Como campo de conhecimento, a Teologia se desenvolve na História, aprofundando a
Revelação, as leituras da realidade, a relação entre Deus e a humanidade, da humanidade entre
si, identi�cando aspectos e iluminando questões. 
• O avanço do saber é progressivo e diretamente relacionado à signi�cação da vida, tanto em
seu entendimento como em seu agir.
O aprofundamento do conhecimento teológico demanda que a Teologia seja aberta às demais ciências, das quais busca e
recebe contribuições, de modo a compreender melhor as realidades da fé. A Teologia contribui para a construção de uma
cultura de paz.
Podemos dizer que, para fazer Teologia, precisamos estar de joelhos. Ou seja, a fé pede que o Espírito ilumine a
inteligência para desenvolver o trabalho teológico. É a dimensão espiritual que alimenta a fé enquanto infundida com os
dons do Espírito (cf. Boff, 2014, p. 24).
EXERCÍCIO!
Faça esta atividade por escrito, como técnica de desenvolver sua re�exão. 
Escolha uma perícope (glossário) da Sagrada Escritura. 
1. Leia com calma;
2. Identi�que as áreas de conhecimento que auxiliam a compreensão; 
3. Justi�que ao lado de cada área o modo como seria o auxílio.
Resposta Correta
Fazer teológico
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As etapas do fazer teológico são:
Fixar os dados da Revelação (objetos material e formal, fonte);
Determinar as questões que estes dados suscitam (problema e delimitação);
Re�etir sobre os dados (objetivos e fundamentação teórica).
Vejamos, detalhadamente, cada etapa do fazer teológico.
Objeto material e objeto formal
Nos trabalhos de pesquisa, precisamos:
Identi�car o objeto de estudo, que, na Teologia, é Deus e sua Revelação;
De�nir qual a perspectiva da pesquisa;
Estabelecer uma relação objetiva (objeto material (glossário)) e uma relação
subjetiva (objeto formal (glossário)).
EXEMPLO!
, Exemplo 1: 
Objeto material: as cinco vias de Tomás de Aquino para provar a existência de Deus. 
Objeto formal: pressupostos da fé e da razão na construção do conhecimento. 
Exemplo 2: 
Objeto material: Mt 28, 19-20. 
Objeto formal: o princípio educativo cristão.
Fontes
A Teologia é uma ciência que surge e se desenvolve a partir da própria fé, busca compreender o que professa. A fé é a
fonte subjetiva.
Quais seriam as fontes objetivas?
SAGRADA ESCRITURA
A Palavra de Deus é a primeira fonte da Teologia, a Revelação portadora de primado absoluto
sobre a razão, segundo a ótica teológica. Sob o Espírito, a Igreja aprofunda sua compreensão
por meio da contemplação, do estudo, da meditação e da relação amorosa que desenvolve
com Deus, anunciando ao mundo e transmitindo a todas as gerações o que acredita e vive. Lida
na e pela comunidade eclesial, a Sagrada Escritura ilumina a realidade, norteia a interpretação
dos fatos, atinge o coração e a inteligência, fazendo-nos compreender o mistério cristão e
tornando-nos participantes.
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TRADIÇÃO
É o processo dinâmico de nossa identidade como pessoa e da comunidade, que orienta na
vivência da fé, na continuidade histórica. Podemos distinguir: 
• A tradição apostólica, norma de qualquer tradição eclesial; 
• A tradição eclesial, em continuidade com a apostólica, atualizando-a e desenvolvendo-a nas
diferentes culturas e épocas. É composta de toda a vida intelectual, orante e litúrgica, bem
como do conjunto de testemunhos. Passa pelos escritos dos padres, relato de testemunhos,
produção dos místicos, ensinamentos, legislação e sensus �delium (experiência de fé do
conjunto de membros).
MAGISTÉRIO
A formação de discípulos é um mandato evangélico (cf. Mt 28, 19-20), que podemos exercer de
vários modos. Nosso primeiro magistério é o da Palavra de Deus, que ensina seu povo ao longo
da história. Todos somos chamados a assumir esse magistério, que podemos chamar de
magistério comum, pela vivência da Verdade da Palavra no conjunto da vida, no testemunho da
fé na realidade. Neste ensinar, nossos pastores são chamados a uma função estrita, a partir do
estudo e da continuidade da tradição eclesial, oral e escrita, guardando e ensinando a Palavra
em sua unidade. Magistério é sempre pastoral, de testemunho da fé, da interpretação da
realidade à luz da Revelação, de discernir de modo coerente com a unidade da Sagrada
Escritura. Por todos sermos chamados, o magistério traz consigo a atenção a outras
con�ssões e religiões, sendo um diálogo que ensinamos e também aprendemos.
HISTÓRIA
Ainda que a História não seja propriamente uma fonte, é inegável seu auxílio para melhor
compreensão da Revelação na vida da Igreja ao longo do tempo.
Problema
No problema de�nimos a questão que queremos resolver, a
pergunta que fazemos em relação ao que desejamos
estudar, o enunciado de uma perspectiva teológica com a
qual olhamos a realidade e esta nos questiona.
A Teologia se desenvolvea partir deste problema que desejamos solucionar. A Teologia patrística, em sua apologética,
teve muitos problemas que precisou responder e, no processo, aprofundou a compreensão da fé.
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EXEMPLO!
, O problema em responder quanto às naturezas humana e divina de Jesus Cristo, próprias dos séculos V-VII.
Delimitação
Na pesquisa, em qualquer olhar de estudo, de
aprofundamento, precisamos aprender a limitar nossa
análise para torná-la viável. É necessário considerar o
assunto, a extensão e os fatores envolvidos.
Nossa limitação de tempo e de diferentes recursos precisam ser ponderados, como:
Acesso à bibliogra�a especí�ca.
EXEMPLO 1
Retomando o exemplo anterior sobre objetos, as delimitações para eles podem ser: 
Objeto material: as cinco vias de Tomás de Aquino para provar a existência de Deus. 
Objeto formal: pressupostos da fé e da razão na construção do conhecimento. 
Para delimitar, podemos considerar: 
• O conceito de fé, de razão e de conhecimento; 
• Grupo (eclesial, acadêmico); 
• Lugar (universidade, igreja); 
• Período de tempo (neste caso, o próprio objeto indica o século XIII); 
• Fatores envolvidos (na produção de Tomás de Aquino, nas cinco vias, na relação entre as
questões e o método, em autores que estudaram).
A possibilidade de tempo que envolve entrevistas, caso seja esta a escolha metodológica.
EXEMPLO 2
Retomando o exemplo anterior sobre objetos, as delimitações para eles podem ser: 
Objeto material: Mt 28, 19-20. 
Objeto formal: o princípio educativo cristão. 
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Para delimitar, podemos considerar: 
• O conceito educativo; 
• A relação entre Cristianismo e educação; 
• O grupo (con�ssão religiosa, nas formações de crianças como as formações religiosas, na
família, pelos responsáveis eclesiais em relação ao grupo); 
• Lugar (na sociedade, na Igreja); 
• Período de tempo (nas primeiras comunidades, em um período da história, no tempo atual,
durante pregações em geral ou especí�cas); 
• Fatores envolvidos (instrumento de pesquisa, metodologia, prazo, oportunidades).
SAIBA MAIS!
, O artigo de Taborda (1987) auxilia a considerar a realidade social na delimitação, a partir das possibilidades metodológicas.
Objetivo (para quê)
Na Teologia, o objetivo é compreender e aprofundar a
Revelação à luz da razão e iluminada pela fé. A partir desse
objetivo, de�nimos o que desejamos alcançar com o estudo,
a meta que almejamos. Na pesquisa teológica, a relação
entre Deus e a humanidade é o objetivo último.
De que modo podemos de�nir que um estudo especí�co contribui nessa relação?
A experiência espiritual e a prática da fé são consideradas. A vida humana pode nos indicar um caminho, uma prática
teológica especí�ca, a leitura teológica da realidade. A relação com a delimitação é muito importante.
A preocupação com o serviço pastoral se destaca como contribuição importante da pesquisa na formação de discípulos,
no processo educativo, na relação fé e vida.
ATENÇÃO!
, Ao de�nir os objetivos, o verbo sempre vem no in�nitivo. Veja alguns exemplos: 
• Enumerar os pressupostos do conhecimento na escolástica medieval. 
• Compreender o processo universitário escolástico como elemento de unidade social e formativo da sociedade moderna. 
• Conceituar educação a partir do Cristianismo. 
• Reconhecer o mandato evangélico de Mt 28, 19-20 como identidade e caráter do discipulado cristão.
Fundamentação teórica
Conhecido, também, como referencial teórico. É aqui que nos apresentamos inseridos na tradição eclesial e acadêmica, e
buscamos atualizar e expressar a Verdade revelada. O compromisso da fé com o instrumental intelectual se manifesta na
excelência do trabalho que desenvolvemos.
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Fundamentamos teoricamente o assunto que pesquisamos, apresentando os conceitos centrais, as abordagens possíveis
e as perspectivas desejadas.
Teologia é sempre uma continuidade - precisamos considerar e respeitar autores que já estudaram sobre o tema que
desejamos aprofundar, ainda que seus problemas, hipóteses e objetivos sejam diferentes.
A validade de uma pesquisa acadêmica está em nos inserirmos em um grupo que já caminha, que pensou antes, que
buscou respostas.
O primeiro passo da fundamentação teórica é identi�carmos
e analisarmos autores que tenham estudado sobre o tema e
seguirmos apresentando os conceitos centrais que vamos
desenvolver, a partir da produção desses autores.
Observamos as diferentes abordagens entre eles e
construímos uma estrutura de argumentação, de como
pretendemos desenvolver cada ponto.
Na fundamentação podemos apontar novas hipóteses, abordagens, perspectivas teológicas que respondam ao problema,
que nos auxiliem alcançar os objetivos, que participem do avanço na compreensão da fé.
Um bom projeto de pesquisa vem de uma boa organização, da clareza do que se deseja e do cuidado para não perdermos
o ponto central.
EXERCÍCIO!
1 - De acordo com a perspectiva, a Teologia pode ser ou não compreendida como ciência. Diante do campo acadêmico,
qual dos itens consideramos ao situar a Teologia como ciência?
Seu tema.
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O objeto material.
O objeto formal.
O problema.
A fundamentação teórica.
Justi�cativa
2 - Em todo campo de pesquisa, as fontes são referências que oferecem informações que sustentam o desenvolvimento
do estudo. Na Teologia, qual a fonte principal?
A fé da comunidade.
A Sagrada Escritura.
A Tradição.
O Magistério.
A História.
Justi�cativa
A Teologia na relação entre fé e razão
Os pressupostos metodológicos implicam a Teologia como resposta humana a Deus que se dá a conhecer, que se revela,
que é uma realidade atuante na História. Reconhecemos a capacidade da razão em identi�car a Verdade e buscar o
sentido último das coisas.
O pensar �losó�co é apresentado como aceitação da realidade do mundo, como exigência da razão, e como um processo
pneumatológico (glossário).
Fé X Razão
A relação entre fé e razão é própria do Cristianismo, como podemos veri�car no modo como as cartas de Paulo de Tarso
(5-67) são escritas:
A fé, única via de acesso à Verdade Eterna, é conciliada à razão, instrumento para sistematizar a doutrina.
Vejamos como essa relação Fé e Razão foi desenvolvida ao longo do tempo:
AGOSTINHO DE HIPONA (354-430)
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É in�uenciado pelo maniqueísmo em seu padrão dualista, no confronto de dois pensamentos
opostos. No maniqueísmo, o conhecimento é a aceitação somente do que pode ser captado
pelos sentidos e pelo intelecto. Agostinho sustenta a necessidade da razão para o
conhecimento e a responsabilidade moral de cada um. 
Nessa perspectiva ele desenvolve a teoria da Iluminação Divina, em dois tipos de
conhecimento: 
• O limitado aos sentidos e às imagens dos objetos exteriores; 
• O conhecimento imutável e eterno, verdadeiramente recebido através da iluminação divina. 
A razão é eterna e procede de Deus, sempre presente, tornando a Verdade acessível e de modo
inteligível (cf. Agostinho, 2009, p. 150-152).
IMPÉRIO ROMANO
Com as crises internas e as invasões bárbaras, o Império Romano no Ocidente cai e segue-se
um período de estagnação cultural. O surgimento e a difusão dos mosteiros deixam aos
monges a compilação e a guarda de manuscritos antigos que se conseguiu preservar. Com a
acomodação dos bárbaros e sua conversão progressiva ao Cristianismo, a cultura e as
manifestaçõesintelectuais ressurgem. Há a fundação de universidades, que produzirão o
pensamento escolástico, ou seja, as doutrinas teológico-�losó�cas predominantes entre os
séculos IX e XVII.
ORDENS MENDICANTES
Com novo centro de estudos, a Teologia cristã vai para um ambiente desenvolvido
propriamente para a re�exão. Na universidade, apropria-se do pensamento �losó�co de
Aristóteles e das �loso�as árabe e judaica. Tanto pelos pressupostos religiosos quanto pelos
�losó�cos, podemos identi�car a Teologia em uma nova forma de relação entre fé e razão por
meio dos debates abertos entre professores e estudantes. As ordens mendicantes dominicana
e franciscana apresentam modos próprios desta relação, sendo a primeira mais voltada para a
especulação �losó�ca, e a segunda, para a prática caritativa.
TOMÁS DE AQUINO (1225-1274)
Desenvolve seu pensamento conciliando Aristóteles e o Cristianismo. Criticado pelos
escolásticos devido a seu intelectualismo e realismo, só é reconhecido na A�rmação Católica,
por solucionar o con�ito entre fé e razão: a Teologia é compreendida como revelação divina e a
Filoso�a, como exercício da razão humana; são independentes, mas têm o objeto material em
comum: Deus e sua realidade. 
A diferença entre Teologia e Filoso�a, fé e razão respectivamente, encontra-se no objeto formal:
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• A Teologia estuda a doutrina pela autoridade da Revelação; 
• A Filoso�a, por demonstração racional. 
O Tomismo renasce entre os séculos XVIII e XIX, tornando-se corrente �losó�ca predominante
em alguns ambientes acadêmicos.
IDADE MODERNA (SÉCULOS XVI-XVIII)
Apresenta um mundo em descoberta: ciências, expansão marítima, renascimento cultural e
artístico dos valores greco-romanos, novas ideias e concepções de mundo. 
Conceitos exigem ser revistos, como os princípios religiosos. A cosmovisão medieval é
abalada e é necessário uma nova leitura da realidade a partir da fé. 
Surge o Deísmo, a fé em um Deus impessoal, “causa primeira” do universo. Seu pressuposto é
Deus criou o mundo e de�niu “leis naturais” para seu governo, não intervindo mais. A
humanidade é �lha desta natureza, capaz de entender as leis que a regem pelo exercício da
razão. Podemos conhecer a criação e, por seu intermédio, os atributos de Deus, mas não a Ele
mesmo. 
Essa distinção e sobreposição da razão à fé, princípio material ao espiritual, o corpo à alma, vai
se desenvolver até o Racionalismo e o Ateísmo do século XIX. Sendo a humanidade entendida
como o centro da razão, como no enunciado “penso, logo existo” de Descartes (1596-1650),
caberia a cada um escolher entre o bem e o mal. Em coerência à primazia da razão,
desenvolve-se uma concepção ética e cientí�ca, expandindo-se nos espaços intelectuais.
SÉCULO XIX
Identi�car algumas tentativas religiosas de sobrepor a fé à razão (Fideísmo), o que contribui
para a di�culdade de diálogo entre ciência e religião, permanecendo ainda hoje. Existem muitas
incompreensões, causando descon�anças tanto por parte dos religiosos como dos praticantes
das ciências humanas e �losó�cas. 
Podemos situar a contribuição da Teologia para a ciência, da exposição racional de sua fé, ou
seja, do discurso tanto sapiencial quanto cientí�co em compreender e intervir na realidade. As
duas asas de compreensão humana, como disse Agostinho de Hipona (354-430), distinguem a
Teologia como o ponto mais alto a que a razão humana pode chegar.
A Teologia e sua matriz cultural
Na Sagrada Escritura, observamos distintas perspectivas da única Verdade, como nos quatro evangelhos. Cada livro
retrata um contexto cultural especí�co e por ele é direcionado.
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É desse modo que temos a Teologia como própria da comunidade eclesial para a qual foi escrita, e a partir da qual surge e
se desenvolve:
É a fé de quem primeiro acredita e depois busca entender.
A experiência de fé da comunidade eclesial pressupõe uma iniciação ao conhecimento e iluminação desta fé. Esse
processo se desenvolve com a História, com os desa�os à fé que exigem aprofundamento da Verdade divina para melhor
anunciá-la. Aspectos e perspectivas são observados e iluminados.
Como a expansão do cristianismo in�uenciou nesse processo?
A expansão do Cristianismo exige atualizações da Revelação, a partir dos novos contextos culturais, confrontando com a
vida dos grupos, das sociedades. Essas atualizações são vinculadas à vida da comunidade eclesial que é o modo como se
organizam, como constroem sua tradição e as condições de que dispõem.
É no cotidiano da própria realidade que as pessoas e os grupos vivem o mistério de Deus. O culto e o testemunho são
lugares privilegiados da experiência da fé. O modo como compreendem sua relação com Deus, como se relacionam entre
si e com o Mistério, identi�cam o grupo com uma con�ssão religiosa.
A Teologia, servidora da Igreja, é realizada nesta e a partir desta, tendo a con�ssão religiosa como referência.
Encontramos tanto na comunidade eclesial como na comunidade cientí�ca, na qual buscamos a compreensão do que
vivemos e acreditamos, em diálogo com a nossa própria fé.
Trazemos em nós os pressupostos, os princípios que confessamos e que precisam ser explicitados com clareza,
buscando diálogo com outros modos de viver a fé, outras con�ssões, outras teologias, outros campos de conhecimento:
O primeiro momento é a vivência da fé;
O segundo, o rigor da pesquisa.
Aprofundamos nossa fé e nos tornamos exegeta, historiador,
sociólogo, �lósofo, com o conhecimento necessário e a
disciplina cientí�ca para nossa pesquisa.
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CUIDADOS NO EXERCÍCIO DA TEOLOGIA
• Excesso de centralidade na humanidade e da materialidade da realidade, perdendo o foco de
Deus e sua Revelação, centro por excelência da Teologia; 
• Firmeza no núcleo central da fé;
• Linguagem e a postura religiosa: a Palavra de Deus deve ser dirigida ao coração e ao intelecto,
aprofundando a in�nitude do mistério cristão. Objetivos pessoais ou de grupos podem se
sobrepor em um “discurso de poder”, expressão comum a algumas áreas humanas, que
identi�cam o ser humano e suas relações sociais e institucionais como centrais; 
• A vida social é o lugar privilegiado da evangélica “opção preferencial pelos pobres”. A prática
teológica exige o confronto entre fé e vida, entre o testemunho e a realidade social (material,
econômica, cultural, política, ideológica e até mesmo religiosa). A fé é processual,
permanentemente atualizada na lógica da prática, dos frutos, propondo objetivos e meios
concretos de ação; 
• Nenhuma Teologia esgota a transcendência da fé, sendo necessárias várias teologias para
enriquecer com novas perspectivas o Mistério “sempre maior”. Uma fé, muitas teologias; 
• Consciência de nossa limitação humana, do contexto cultural, histórico e religioso, da
metodologia, do instrumental necessário e do tempo em que vivemos e que dispomos; 
• Coragem para avançar em novas perspectivas; 
• Compromisso com a comunidade eclesial e social, com as implicações de nossa pesquisa; 
• Generosidade, respeito e diálogo com outras perspectivas teológicas.
ATIVIDADE
1 - Vamos fazer uma técnica chamada “tempestade mental”. 
- Escreva cinco pressupostos da fé. Só pense e escreva. 
- Leia com atenção o que escreveu. Re�ita sobre cada um deles. 
- Pense qual seria o mais central, o mais importante. Coloque o número 1 ao lado. 
- Faça o mesmo com os demais, continuando a sequência até 5. 
- Agora, escreva-os na ordem. 
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É importante observar que os pressupostossão inter-relacionados e que poderíamos organizá-los em círculos
concêntricos, em que o mais importante ilumina os demais. Mas que o segundo, além de ser iluminado pelo primeiro, vai
iluminar o terceiro, o quarto e o quinto. E assim sucessivamente.
Resposta Correta
2 - Cada con�ssão religiosa considera a diversidade sociocultural do grupo a que dirige o anúncio. Como podemos
compreender o encontro entre a mensagem cristã e as comunidades religiosas?
A Teologia parte do contexto social em que está inserida.
A Teologia, é ciência objetiva, e não sofre interferência da realidade.
Como servidora da Igreja, a Teologia tem a con�ssão religiosa como referência.
Para se desenvolver, a Teologia precisa se limitar a uma con�ssão religiosa.
Na pesquisa teológica, fé e rigor cientí�co se encontram em posições opostas.
Justi�cativa
3 - Ao longo da história, o Cristianismo expressa-se por meio da relação entre fé e razão. Como essa relação pode ser
compreendida pela Teologia atualmente?
A fé deve sempre se sobrepor à razão.
A razão é mais importante do que a fé.
A relação é sempre a mesma na História.
Fé e razão não se relacionam.
Fé para conhecer, razão para explicar o que conhece.
Justi�cativa
4 - Com a in�uência do pensamento �losó�co grego, a Teologia e a Filoso�a foram se relacionando de diferentes
maneiras. Como era essa relação entre Teologia e a Filoso�a na escolástica medieval?
Teologia e Filoso�a têm o mesmo objeto formal.
Teologia apresenta a Revelação pela autoridade e Filoso�a, pela razão.
Teologia e Filoso�a são dependentes uma da outra.
Teologia e Filoso�a são diretamente relacionadas com o judaísmo.
Teologia e Filoso�a re�etem o mundo ideal de Platão.
Justi�cativa
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Glossário
CIÊNCIA
Do grego scientia.
POSICIONAMENTO UNÂNIME
Fontana (2008) apresenta sua defesa a partir da demarcação de Karl Popper, por considerar a Teologia como transmissão dogmática
da doutrina e, portanto, irrefutável e resistente a críticas, além de ser um discurso interno da comunidade de fé. 
Reblin (2009) observa a modi�cação do conceito de ciência na história, questionando sobre o sujeito da de�nição do conceito de
ciência e seus critérios, bem como sua relação com a sociedade pragmática e capitalista, o que incide tanto no estatuto da Teologia
quanto no da ciência. Sua posição se relaciona com a de Boff (2014): “a questão de a Teologia ser ou não ser ciência está relacionada
ao método de se fazer e de se pensar Teologia”.
PERÍCOPE
É uma parte, um trecho do texto bíblico, a ser estudada ou anunciada.
OBJETO MATERIAL
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O que estudamos, sobre o que se trata. Na identi�cação do objeto material da Teologia temos Deus em suas realidades criadas e seu
plano de salvação, entendendo a realidade como ordenada para este plano. É um princípio que tudo pode ser teologizável, ainda que
na prática haja uma medida (cf. Boff, 2014, p. 21).
OBJETO FORMAL
O aspecto, a perspectiva, o ponto de vista. É o uso da fé à luz da Revelação e da razão para iluminar o objeto material.
PNEUMATOLÓGICO
Pneumatologia, pneumatológico: do grego pneuma, respiração. É referente ao estudo sobre o Espírito Santo.
INTELIGÍVEL
Que se compreende.
ORDENS MENDICANTES
Ordens religiosas surgidas no século XIII que viviam na pobreza, tanto individual como comunitária, tendo o centro de sua ação na
pregação, como os dominicanos, e no serviço aos pobres e obras de caridade, como os franciscanos.
FIDEÍSMO
Posição religiosa de sobrepor a fé e os fundamentos doutrinais, desprezando a razão.
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Introdução aos Estudos
Teológicos
Aula 3: O início da Teologia cristã: das primeiras
comunidades à Patrística
INTRODUÇÃO
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O Cristianismo se desenvolveu na História e foi adquirindo seus bens mais preciosos: as primeiras comunidades, a
Sagrada Escritura, os escritos patrísticos, a compreensão da relação fé e vida, e o modo como os primeiros cristãos foram
aprendendo a se conformar a Cristo pelo martírio.
Nesta aula, estudaremos o pensamento de que Sanguis Martyrum est semen Ecclesia (Tertuliano - o sangue dos mártires
é a semente da Igreja), tendo o próprio Imperador romano passado por um processo de aceitação do Cristianismo. Como
um homem do seu tempo, entende o poder religioso atrelado ao poder civil, favorecendo o estreitamento dessas esferas
de atuação. Depois de tanta dor, segue-se um período de paz que ajuda o desenvolvimento do pensamento teológico.
Bons estudos!
OBJETIVOS
Relacionar o desenvolvimento do pensamento cristão com o contexto histórico.
Analisar a relação entre poderes civil e religioso.
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“Assim, o meu espírito mantém-se �rme. E, como que por magia, atenua as consequências
das pancadas recebidas. Mas o meu corpo lembra-se bem delas ao longo dos dias seguintes.
São esses os momentos mais difíceis, em que a dor lancinante se torna aguda, insuportável. A
custo me mantenho de pé nessa cela minúscula, paralisado, cheio de dores musculares, como
um velho antes do tempo. 
O meu único alento provém da recordação da vida dos mártires, lida depois da minha
conversão. Não me lembro precisamente de cada um desses relatos, mas conservei uma
convicção, uma só, mais preciosa que um diamante nestes dias malditos: ‘Ninguém se torna
cristão num tapete de rosas’” (FADELLE, 2013, p. 138). 
A formação das primeiras comunidades
As primeiras conversões (At 2, 37-41) foram realizadas com a formação da primeira comunidade em torno dos apóstolos
(At 2, 42-47) - a Igreja de Jerusalém. O propósito da comunidade de Jerusalém é viver na assiduidade dos ensinamentos
dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão, nas orações, na partilha dos bens, na alegria e na simplicidade (cf.
At 2, 42).
As comunidades que se formaram foram:
JERUSALÉM
A comunidade é formada por pessoas de diversos grupos. Em Jerusalém, neste período, vivem
saduceus, zelotes, essênios, fariseus, entre outros. Os membros desta comunidade continuam
com as práticas judaicas, como a liturgia no Templo. É a partir da herança judaica que recebem
que repensam a organização sacerdotal e a doutrinal a partir da crença em Jesus como
Messias e da celebração dominical.
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ANTIOQUIA
Entre os anos de 36 e 37, pela perseguição em Jerusalém, alguns discípulos vão para
Antioquia, tomando a iniciativa de evangelizar os pagãos e formar uma nova comunidade (At
11, 19-21). Aqui temos a capital da Síria, terceira maior do Império Romano, próspera, que ajuda
os cristãos de Jerusalém em tempos difíceis. É lá que os seguidores de Cristo passam a ser
chamados de cristãos.  
ALEXANDRIA
Alexandria é a capital da administração romana no Egito e terceira maior cidade romana. O
contato com a cultura helênica promove o encontro de pensamentos e costumes. É lá que o
Antigo Testamento é traduzido para o grego, sendo esta obra de tradução conhecida como LXX
(Septuaginta). De lá temos as ideias de imortalidade da alma na Escritura tardia, como no Livro
da Sabedoria.
OUTRAS COMUNIDADES
Quando Pedro e Paulo chegam a Roma, encontram uma comunidade cristã de judeus
convertidos. Pelas cartas de Paulo, temos as comunidades que são fundadas em suas
missões, como Galácia, Tessalônica,Corinto e Filipo. Podemos identi�car a unidade das
comunidades que são organizadas à luz da de Jerusalém. Seu início é a pregação oral
anunciando o Querigma (Jesus morreu, ressuscitou e está voltando!), a partir da transmissão
dos apóstolos.
     
Início da escrita
À medida que as comunidades se expandem, acompanhamos o início da escrita. Paulo, consciente de sua autoridade de
apóstolo, escreve aos tessalonicenses para fortalecer a fé (cf. 1Ts 3, 2), indicando a leitura da carta na assembleia (cf. 1Ts
5, 27).
Para que a mensagem não se perca após a morte dos apóstolos, novos escritos, cujo princípio é sustentar a �delidade,
são dirigidos às comunidades, como os Evangelhos e o Apocalipse.
O caminho é simples:
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Pregações orais anunciam o querigma, ou seja, a a�rmação
da divindade de Jesus, sua missão redentora, sua morte e
ressurreição pela expiação do pecado, a unidade da Igreja e
a volta de Jesus.
Os primeiros textos con�rmam essa pregação. Os cristãos começam a identi�car essa doutrina em escritos e a reuni-los
em um volume, o Evangelho (a Boa Nova).
EXERCÍCIO!
A necessidade do anúncio do Evangelho nas primeiras comunidades exigiu que se elaborasse sua defesa como norma de
vida. Neste período, como se desenvolveu a doutrina da Igreja?
A doutrina nasceu pronta.
A doutrina se desenvolveu pela repetição das palavras de Jesus.
A doutrina se desenvolveu no anúncio do Evangelho a partir do contexto.
A doutrina se desenvolveu a partir de Constantino.
A doutrina se desenvolveu a partir dos Concílios.
Justi�cativa
Elaboração do cânone bíblico
Vejamos, a seguir, como se deu a elaboração do cânone (glossário) bíblico.
     
Doutrina dos Doze Apóstolos
A cultura judaico-cristã é marcada pela Palavra. Depois de anunciada e vivida, segue sua escrita.
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A Doutrina dos Doze Apóstolos (Didaquê) é uma obra de
referência datada do século I, sem autor conhecido, e usado
pelas primeiras comunidades. É um testemunho de como as
comunidades cristãs se organizam, vivem a fé, a caridade e a
esperança.
     
Cânones
Alguns acontecimentos levaram à aceitação de diversos cânones.
LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO
No �nal do século I, todos os livros do Antigo Testamento estão escritos. Alguns grupos não
compartilham da ortodoxia judaica. Sua crítica, como o grupo de Quran, envolve textos
apocalípticos, em grego, copta, e línguas do entorno do Mediterrâneo.
DISCUSSÃO SOBRE OS LIVROS ECLESIASTES E CÂNTICO DOS CÂNTICOS
Com a queda de Jerusalém (70 d.C.), saduceus e sacerdotes perdem espaço e se reúnem em
Jamnia para se organizar. Dois livros são discutidos: Eclesiastes (também denominado
Qohélet) e Cântico dos Cânticos. Nesse período, os escritos cristãos se espalham pelas
comunidades, mas com meios, instrumentos e doutrina diferentes.
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CÂNONE JUDAICO
As Leis (Pentateuco, os cinco primeiros livros da bíblia), os Profetas, e os Salmos fazem parte
do Cânone Judaico. Os demais são �xados no �m do século II. Ainda que Jamnia sugira a
referência de um cânone distinto do cristão, não há provas históricas de que tenha sido feito
antes do século III.
LIVROS DEUTEROCANÔNICOS
As diferenças que temos hoje no cânone do Antigo Testamento são os livros
deuterocanônicos. Sua canonicidade ocorre depois (deutero), por terem sido escritos após o
século V a.C., com resistência à aceitação. Este cânone, sem os livros deuterocanômicos dos
hebreus, é também chamado de cânone curto.
Diante dessa diversidade de opiniões, como procedeu-se para aceitar um e não outro cânone?
Sem cânone de�nido, os cristãos assumem um critério
próprio. Os Padres Apostólicos do século I citam os escritos
deuteronômicos com frequência, reconhecendo-os como
autoridade.
Seus critérios são:
A atenção ao período em que foi escrito;
A ortodoxia (o que é considerado como tradição da Igreja, em consonância ao
Evangelho de Cristo);
A aceitação eclesial (uso na liturgia, ensino da fé, representativo da fé dos
apóstolos);
Utilidade para a vida cristã.
Os Concílios de Hipona (393) e de Cartago (397) aceitam os livros deuterocanônicos rejeitados pelos hebreus, ainda que
alguns padres do Oriente e do Ocidente optem pelo cânone restrito.
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O Novo Testamento é escrito por cristãos vindos do
judaísmo, na resposta às di�culdades que surgem, como as
cartas de Paulo. Eles falam aramaico e escrevem em grego.
Usam a versão grega da LXX, com cerca de 300 citações das
350 do Antigo Testamento, como o início do Evangelho de
João (referência aos capítulos de 7 a 9 do livro da Sabedoria)
- a versão da LXX é formada pelo cânone longo (glossário).
No Fragmento de Muratori (glossário), datado entre 160 e 170, temos a organização dos livros do Novo Testamento com o
cânone muito semelhante ao atual.
À luz do Espírito Santo, a Igreja aceita uns livros e rejeita outros. Identi�camos alguns critérios na formação do cânone do
Novo Testamento - os livros são/estão:
Concluídos no tempo apostólico (autoridade);
Considerados sagrados;
Em conformidade com a regra da fé;
Escritos na perspectiva da salvação;
Aceitos pelas igrejas;
Lidos no culto.
O Concílio de Florença (1441) enumera o cânone longo e o Concílio de Trento (1545-1563) o de�ne.
     
Cânone bíblico
A construção do cânone bíblico é também a construção do pensamento eclesial, tanto na perspectiva intelectual como
pastoral.
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A Igreja escreve, e aceita ou rejeita de acordo com a
�nalidade junto às comunidades. Os livros rejeitados no
cânone, por não atenderem os critérios, são denominados de
apócrifos, ou seja, sem autoridade canônica. Eles não
perdem sua importância histórica, com informações que
enriquecem nossa compreensão, ainda que tenham
in�uências e linguagens diversas, mesmo fantasiosas.
Com a Reforma Protestante e o princípio da Sola Scriptura, a questão do cânone é discutida além de seu aspecto objetivo
da inspiração divina. Os reformadores acentuam o aspecto subjetivo, na ação do Espírito Santo em quem lê, que a
reconhece como Palavra de Deus. O critério é que somente Deus pode dar testemunho de si.
O cânone do Novo Testamento e a inspiração
dos livros
Lutero (1483-1546) e Calvino seguem o cânone curto dos hebreus e, para o Novo Testamento, não aceitam Tiago, Judas,
Hebreus e Apocalipse. Outras Igrejas mantêm o cânone tradicional. Calvino (1509-1564) defende que a inspiração seria a
própria Escritura, e não a Igreja.
A questão da inspiração da Escritura continua em discussão, com teólogos como Karl Barth (1886-1968) (glossário),
Brunner (1889-1966) (glossário), Cullmann (1902-1999) (glossário) e Hahn (1926-2015) (glossário) aproximando
denominações do debate.
Atualmente, de acordo com a con�ssão cristã, o cânone do Antigo e do Novo Testamentos é diferenciado entre 39 e 46
livros.
As Igrejas da Reforma Protestante optam pelo Cânone dos
Hebreus, chamando os deuterocanônicos de apócrifos.
Retirados das publicações no século XIX, retornam nas
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recentes. 
Para o Novo Testamento, algumas Igrejas inicialmente
rejeitaram Tiago, Judas, Hebreus e Apocalipse, voltando
depois ao cânone tradicional.
Estudos bíblicos, a partir das re�exões teológicas entre católicos e protestantes,têm auxiliado na compreensão da relação
existente entre Escritura e Tradição, estabelecendo esta relação como critério na elaboração do cânone, sendo a
Septuaginta referência para o Antigo Testamento.
A cruz e o poder civil nos séculos I a III
Durante o século I, os cristãos são compreendidos como um grupo hebreu. O Imperador Claudio (51-54) expulsa os
cristãos de Roma por agitações, pois a crença em um Deus único é incompatível com o culto aos deuses romanos.
PODER CIVIL = EXERCÍCIO
RELIGIOSO
Para Roma, como para as sociedades antigas, o poder civil
centraliza o exercício religioso como um elemento de
unidade. Para o mundo antigo, negar-se ao culto é também
uma desobediência, tanto à unidade do Império quanto à
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ordem civil. Os judeus mandavam um escravo no lugar, o que
não é coerente para um cristão, ainda mais se
considerarmos que a maioria do povo é escravo ou pobre.
Capital do Império, Roma recebe pessoas de muitos lugares e diferentes práticas religiosas. A cultura romana tende a
absorver traços culturais dos povos conquistados, como a �loso�a grega, o que não acontecia com os judeus. Os povos
que chegavam à Roma também não tinham di�culdades com os cultos romanos.
A tensão existente entre o Império e os judeus vai ter uma conotação própria com os cristãos, conforme veremos a seguir.
Imperadores e perseguições
(54-69) 
Nero 
Culpa os que não prestam culto aos deuses protetores por causa um incêndio na cidade. O martírio de Pedro e de Paulo é desse
período. Os escritos cristãos vão considerar Roma a segunda Babilônia, em um choque cultural.
(69-79) 
Vespasiano 
Período mais tranquilo.
(79-81) 
Tito 
Período mais tranquilo.
(81-96) 
Domiciano 
Retoma o culto ao Imperador em todo o Império, reiniciando a perseguição. O apóstolo João é exilado na ilha de Patmos (Ap 1, 9).
(98-117) 
Trajano 
Pune os que não abrem mão de sua fé.
(161-180) 
Marco Aurélio 
Acusa os cristãos pelas catástrofes sociais, como castigo dos deuses.
(193-211) 
Sétimo Severo 
Proíbe a conversão ao Cristianismo, perseguindo-os.
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Para os cristãos, o período de perseguição é assumido como participação na cruz de Cristo, uma realidade cotidiana em
suas vidas. O Calvário não é uma �gura de linguagem para as primeiras comunidades, e, sim, seu modo de existência, o
instrumento de conformação a Cristo. Os padres desse período desenvolvem a Teologia da Cruz.
Esse modo de assumir o martírio transforma o Império
Romano: a partir do sentido religioso, os cristãos
testemunham a Cristo por meio da certeza na vida eterna,
convertendo o sofrimento em ato missionário e pedagógico
da sociedade.
(218-235) 
Dinastia dos Severos 
Tem uma política de sincretismo religioso e, no século III, há oscilação entre tolerância e perseguição.
(249-251) 
Décio 
Tenta retomar os tempos gloriosos de Roma, com sacrifícios públicos, levando a uma perseguição radical. A aristocracia senatorial
quer restaurar a unidade e o martírio é grande.
(251-253) 
Galo 
Período de dois anos de paz.
(253-260) 
Valeriano 
Assume o Império na miséria, forçando o trabalho e con�scando bens. Capturado pelos persas, Roma �ca sem Imperador por um
período.
(284-305) 
Diocleciano 
Assume o Império em caos, com homens do exército em cargos de poder. Pratica a política de resgate da antiga religião romana com
perseguições sistemáticas, uma das mais sangrentas. A Igreja vai para as catacumbas. Ou Roma destrói o Cristianismo ou o absorve
como a�rmação moral do Imperador e do Império.
(305-311) 
Galério 
Frente a ine�cácia das perseguições e outras tentativas de resgate da política imperial, emite o Édito de Tolerância em 311,
�nalizando o longo período de perseguições, principalmente aos cristãos.
(308-324) 
Licínio 
Imperador do Oriente, tem uma política contrária a do Ocidente. Ele perde para Constantino em batalha, sendo executado em 325.
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EXERCÍCIO!
O processo de expansão do Cristianismo pressionou sua aceitação pelo Império. Qual o fato histórico que marca o �m das
perseguições?
O Édito de Tolerância (311).
O Édito de Milão (313).
O governo de Constantino.
O batizado de Constantino.
O Concílio de Niceia (325).
Justi�cativa
Era Constantiniana (século IV) e a doutrina
dos santos padres
Constantino (306-337) assume um Império arruinado e tem a política militar de Diocleciano, bem como o culto religioso
como instrumento para a unidade. Em 312, enfrenta uma grande batalha, considera sua vitória como ação do Deus cristão,
e começa a mudar sua forma de agir. Em 313 emite o Édito de Milão, com a liberdade de culto a todos no Império,
inclusive aos cristãos.
Ocorre a mudança mais intensa no Império quanto à atitude com o Cristianismo. Constantino começa a desenvolver uma
política de favorecimento:
Devolve bens despojados aos cristãos;
Constrói novas igrejas;
Desautoriza práticas cruentas e imorais;
Proíbe sacrifícios de culto pelos magistrados;
Privilegia o clero;
Desaconselha religiões pagãs;
Restabelece unidade de fé através do Cristianismo.
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De perseguidos, os cristãos
tornam-se favorecidos.
A mudança atrai interesseiros e, aos poucos, os cristãos deixam de ser minoria e são associados ao poder civil. A situação
de quem não é cristão é de perda paliativa de liberdade e, no processo de desintegração do Império e do acirramento dos
dramas sociais, há crescente tensão.
Na política de unidade por meio da religião, Constantino organiza a legislação romana, com o Evangelho como referência:
Regulamenta o matrimônio;
Protege legalmente a família;
Declara o domingo como dia festivo o�cial.
PODER CIVIL X EXERCÍCIO
RELIGIOSO
COMO CONSTANTINO PERCEBIA ESSA RELAÇÃO?
Constantino não separa poderes civil e religioso, e é eclético e supersticioso. A partir da
teologia solar, do deus-sol, temos a simbologia da luz, Cristo, com o mundo por Ele criado. A
instituição da data do Natal é desse período e a partir dessa simbologia.
A Igreja, nos momentos mais difíceis de martírio, não se opunha a Roma, rezava pelos seus governantes, considerando-os
instrumentos de Deus. Veja a oração  de Clemente (glossário), padre apostólico do século I. Os bispos do Oriente apoiam
as intervenções em assuntos internos da Igreja, pois o poder civil dispõe da força para combater di�culdades, como o
Donatismo (glossário) e o Arianismo (glossário).
Concílio de Niceia
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon908/galeria/aula3/docs/oracao-de-clemente.pdf
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Constantino convoca o Concílio de Niceia em 325. Algumas informações importantes sobre esse concílio:
Foi um Concílio Ecumênico, universal, com participação de bispos de todas as
regiões cristãs.
Constituiu-se no maior símbolo de cooperação entre poderes civil e religioso, e
marca de mudança epistemológica;
Iniciou uma nova época para a Igreja, que desenvolve uma estrutura de unidade e
colegiada;
A Igreja passou a desenvolver o dogma (glossário) como crescimento e respaldo
teológico;
A doutrina torna-se perene, identi�cada e anunciada como Verdade.
Muitos bispos importantes estão presentes, como Eusébio de Cesareia (265-339) e Atanásio de Alexandria (296-373), que
assume a elaboração da estrutura teológica e hierárquica dos posicionamentos.
O QUE FOI DISCUTIDO NO CONCÍLIO?
• As questões disciplinares e a instituição da Páscoa no primeirodomingo depois da primeira
lua cheia da primavera, conforme Roma e outras igrejas já celebravam, são discutidos. 
• O ponto controverso é o Arianismo. À medida que os debates crescem, o Arianismo é
rechaçado. 
• Para combater a confusão da fé que se espalha, o Concílio de�ne o credo como símbolo de fé,
também conhecido como o Credo de Atanásio.
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As decisões do Concílio têm validade de lei imperial (dogma) e válidas para todo o Império. Os que não seguem são
considerados desobedientes civis e religiosos.
Mesmo desautorizado, o próprio Imperador e seus �lhos seguem o Arianismo. Constantino morre em 337, logo após ser
batizado por Eusébio de Nicomédia, bispo ariano. Até 361, seus descendentes continuam a cristianização.
Cristianismo como religião o�cial
Destacamos alguns acontecimentos históricos que levaram à institucionalização do cristianismo como religião o�cial.
O Arianismo continua alcançando novos adeptos, colocando em risco a unidade do Império. Teodósio convoca o 1º
Concílio de Constantinopla, em 381, para tentar agregar o Arianismo e a ortodoxia cristã, além de discutir a heresia
macedônica, que questiona a divindade do Espírito Santo. O concílio con�rma Niceia quanto ao Arianismo, tornando seu
credo como o�cial, expandindo-o para rechaçar o Macedonianismo (glossário).
Teologia
Desenvolve-se com o apoio do poder civil. Os Imperadores
identi�cam ordem pública com defesa da Igreja, fornecendo
meios de realização de Concílios Ecumênicos. Império e
Igreja conciliados, a missão é evangelizar.
361 e 363
O Imperador Juliano, no Oriente, é o único não cristão depois de Constantino. Ele tenta retomar a antiga religião romana, proibindo o
ensino por professores cristãos e reabrindo os templos dos deuses. Recebe a alcunha de O Apóstata.
380
Teodósio (379-395) emite o Édito de Tessalônica, tornando o Cristianismo a religião o�cial, abolindo práticas politeístas e mandando
fechar templos. Os militares e a população simples resistem e mantêm o culto aos deuses, o panteão, o culto aos antepassados e
divindades pré-romanas. Essa situação provoca inúmeros con�itos, pois o Cristianismo traz novas normas morais.
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O crescimento da Teologia ganha novo status:
Elabora-se um corpo doutrinal a partir da exegese bíblica para os cristãos, e apologético (glossário), para os pagãos. Veja
a seguir:
Exegese bíblica
• Padres fazem uma releitura do Antigo Testamento a partir da pessoa de Jesus, situando-o
como centro da Teologia Cristã; 
• Por meio das homilias, Jesus Cristo con�gura um novo sentido à humanidade, de Deus que se
faz carne, que se faz um de nós para fazer de nós um com Ele.
Apologética
• Padres assumem a defesa e a releitura da fé a partir ao contexto histórico e do choque com
correntes divergentes do pensamento; 
• Há o aprofundamento de questões sobre a Santíssima Trindade; 
• A maternidade divina a partir de Maria; 
• As naturezas de Jesus; 
• A relação entre a vontade de Deus e a liberdade humana.
Percebemos, portanto, que a história da Igreja se desenvolve
à luz do Evangelho no contexto em que se insere. A
estabilidade com o poder civil favorece o aprofundamento da
Século I
Padres apostólicos ensinam a fé simples do anúncio e as primeiras defesas.
Século II
Padres apologistas defendem a fé frente a correntes �losó�cas diversas.
Séculos III e IV
Período áureo da produção teológica.
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doutrina. As controvérsias, foco de situações longas e
con�ituosas, são a oportunidade de desenvolvimento do
pensamento teológico. O comprometimento de alguns
padres faz com que o período deixe um legado que
permanece e ilumina a Teologia.
EXERCÍCIO!
A Teologia dos séculos I-IV é conhecida como patrística. Qual sua importância para a Igreja?
Presença em momentos importantes da História.
Desenvolvimento de controvérsias teológicas.
Anúncio do Evangelho a todas as nações.
Defesa e desenvolvimento da fé por meio da doutrina.
Con�rmação da fé frente as perseguições.
Justi�cativa
Poder civil e elaboração do pensamento
cristão
Os acontecimentos históricos que levaram à elaboração do pensamento cristão, foram:
     
Política de Diocleciano (284-305)
A política de Diocleciano (284-305) salva Roma, que sobrevive no Oriente.
Constantino (307-337) funda um novo Império, desde uma nova religião a um
novo centro político e administrativo: Constantinopla. A associação entre os
poderes civil e religioso sustenta Roma quando as invasões se intensi�cam, a
crise se agrava e o poder civil se apresenta incapaz de resolver.
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O Édito de Milão
Em 313, o Édito de Milão, ao dar a liberdade aos cristãos que ainda não são
maioria, apresenta uma Igreja visível no espaço público. Com a liberdade dos
cultos, Constantino renuncia ao governo de seus súditos quanto à religião e
pressiona a conversão ao Cristianismo para garantir a unidade de governo.
COMO A LIBERDADE RELIGIOSA E A POLÍTICA DE FAVORECIMENTOS TRANSFORMARAM
A SOCIEDADE?
• Cresceram os batizados, exigindo maior organização; 
• A pureza da vida cristã entrou em decadência; 
• As pequenas comunidades se des�zeram pela migração para as zonas rurais; 
• A formação foi insu�ciente e dividiu-se o território em dioceses sob a autoridade do bispo,
que assumiu função política nos dramas que se tornaram urgentes; 
• Surgiu a organização paroquial.
A liberdade de culto garante liberdade civil à Igreja, que
passa de perseguida a favorecida, o que lhe apresenta novos
desa�os. A organização que se desenvolve, tanto a
hierárquica como a dogmática, é a expressão desta liberdade
e a resposta aos novos problemas. O Império e a Igreja se
associam em interesses comuns.
Ainda que organizada materialmente, a Igreja conserva as mesmas estruturas básicas do Cristianismo primitivo,
anunciando, vivendo e escrevendo na evangelização e na defesa da fé. É nesta estrutura que assume a cultura dos povos
do Império, bem como seu modo de pensar - a herança �losó�ca grega.
Com o apoio do Imperador e o suporte �losó�co, os padres desenvolvem um pensamento mais rico, elaborando a
compreensão do Mistério de Deus.
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As condições favorecem as grandes escolas de pensamento, como a de Alexandria e a de Antioquia, que assumem a
responsabilidade em formar conceitos e sistematizar os conhecimentos teológicos.
O período traz novas exigências, em testemunhar a fé no diálogo com a cultura e com a história. Seus representantes
tornam-se conhecidos e referências da fé até hoje.
Com o tempo, a associação entre Igreja e Império entrará em con�ito e tomará rumos distintos. Será um difícil desa�o que
a Igreja será chamada a responder.
ATIVIDADE
1 - Descreva os principais acontecimentos do Cristianismo do Século I até o IV.
Resposta Correta
2 - Pudemos re�etir um pouco sobre o início do Cristianismo. Qual o ponto central na Igreja neste período?
A comunidade de fé.
A estrutura institucional.
A escrita do querigma.
O desenvolvimento da doutrina.
A defesa da fé.
Justi�cativa
3 - Após o Édito de Milão (313), com a liberdade de culto, Império e Igreja iniciam um processo de aproximação. Em
Constantino, como encontramos a relação entre poderes civil e religioso?
Os poderes estão em permanente con�ito.
O poder civil atua e legisla sobre o poder religioso.
O poder religioso domina o poder civil.
Os poderes civil e religioso

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