Buscar

Atividade Estruturada a ser enviada

Prévia do material em texto

Bruno Figueiredo de Souza – RA 201803540991
LITERATURA POPULAR REGIONAL - CEL0266
Título: LITERATURA DE CORDEL
Os mais representativos cordelistas do Brasil, sobre sua produção artística, abordagem e espaço que o artista possui na mídia
Considerado o precursor da literatura de cordel no Brasil, e um dos mais importantes cordelistas, escreveu centenas de obras. Vendeu seus versos para os mais diferentes tipos populares: sertanejos, vaqueiros, cangaceiros, etc. Diversos episódios do Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, foram inspirados na obra de Leandro Gomes de Barros. 
Produção artística de Leandro Gomes de Barros
O Acervo se destaca por várias razões. O primeiro fator relevante é que esses folhetos, agrupando três ou quatro poemas num só exemplar, fornecem uma idéia sistemática da produção do autor e da vida nordestina daquela época. Temos uma multiplicidade de assuntos, que vão desde críticas ao governo - num tom quase sempre de indignação - até as reclamações contra a carestia, as guerras e o desregramento da sociedade.
Trata-se de um poeta antenado não só com a fabulação, como também preocupado com os destinos do País, com a ineficiência do governo e seus presidentes (a Primeira República) no combate aos males sociais (impostos, custo de vida, greves), ressabiado com a presença do capital estrangeiro vida, greves), ressabiado com a presença do capital estrangeiro (representado, sobretudo, pelos ingleses) e indignado com o descaso em relação às populações menos favorecidas.
Justifica-se, portanto, sua indiscutível admiração pela figura do Antonio Silvino, comparado a Napoleão e Carlos Magno em seus poemas. A violência do cangaço é abonada, tendo-se em vista que crimes maiores são perpetrados diariamente contra essa população de destituídos, deserdados do espaço público, miseráveis que migram de uma região a outra do País, em busca de melhores condições de vida. Leandro faz da palavra poética sua plataforma política, acreditando na utopia de uma sociedade mais justa, mais humanizada, embora para obtê-la tenha que se valer da figura violenta do cangaceiro.
Abordagem
Leandro passeia por várias tonalidades temáticas e apresenta em seus poemas aqueles conteúdos que o povo identifica, se sente representado. É, portanto, o poeta popular mais apreciado de seu tempo e parâmetro para outros: sempre comparado, mas nunca superado. Citado nos desafios, pelejas e encontros de feira e, não raro, considerado o melhor: o primeiro sem segundo, no dizer de Athayde. Poeta de muita fama que, por si só, constitui parte da bibliografia obrigatória, que se faça sobre o Cordel nordestino.
O grande mestre de Pombal, Leandro Gomes de Barros, que nos emprestou régua e compasso para a produção da literatura de cordel, foi de extrema sinceridade quando afirmou na peleja de Riachão com o Diabo, escrita e editada em 1899: "Esta peleja que fiz não foi por mim inventada, um velho daquela época a tem ainda gravada minhas aqui são as rimas exceto elas, mais nada."
Leandro Gomes de Barros, nascido no dia 19 de novembro de 1865, teria escrito a peleja de Manoel Riachão com o Diabo em fins do século passado.
É considerado como o primeiro escritor brasileiro de literatura de Cordel, tendo escrito aproximadamente 240 obras. No seu tempo, era cognominado "O Primeiro sem Segundo", e ainda é considerado o maior poeta popular do Brasil de todos os tempos, autor de vários clássicos e campeão absoluto de vendas, com muitos folhetos que ultrapassam a casa dos 3 milhões de exemplares vendidos.
Seguindo uma tradição da legítima arte popular, o cordelista baiano Antônio Viera além de poeta é músico. Em sua obra O Cordel Remoçado integra música e literatura popular, em uma narrativa em que o foco é a sua cultura, isto é, os costumes e as tradições nordestinas. 
	Assim como Ariano Suassuna, Antônio Vieira é um assíduo frequentador de palestras em universidades, além de ministrar cursos. É reconhecido internacionalmente, sobretudo em Portugal. No Brasil, foi diplomado como membro da Academia de Cultura da Bahia. 
A literatura de cordel por Carlos Drummond de Andrade:
	"A poesia de cordel é uma das manifestações mais puras do espírito inventivo, do senso de humor e da capacidade crítica do povo brasileiro, em suas camadas modestas do interior. O poeta cordelista exprime com felicidade aquilo que seus companheiros de vida e de classe econômica sentem realmente. A espontaneidade e graça dessas criações fazem com que o leitor urbano, mais sofisticado, lhes dedique interesse, despertando ainda a pesquisa e análise de eruditos universitários. É esta, pois, uma poesia de confraternização social que alcança uma grande área de sensibilidade". (DRUMMOND apud SLATER, 1984, p.2)
Apolônio Alves dos Santos
Natural de Guarabira, PB, transferiu-se para o Rio de Janeiro no ano de 1950, onde exerceu a profissão de pedreiro, até viver da sua poesia. Seu primeiro folheto foi “MARIA CARA DE PAU E O PRÍNCIPE GREGORIANO”, publicado ainda em Guarabira.
Faleceu em 1998, em Campina Grande, na Paraíba, deixando aproximadamente 120 folhetos publicados e acreditando ser o folheto “EPITÁCIO E MARINA”, o mais importante da sua carreira de poeta cordelista.
Arievaldo Viana Lima
Poeta popular, radialista e publicitário, nasceu em Fazenda Ouro Preto, Quixeramobim-CE, aos 18 de setembro de 1967. Desde criança exercita sua verve poética, mas só começou a publicar seus folhetos em 1989, quando lançou, juntamente com o poeta Pedro Paulo Paulino, uma caixa com 10 títulos chamada Coleção Cancão de Fogo. É o criador do Projeto ACORDA CORDEL na Sala de Aula, que utiliza a poesia popular na alfabetização de jovens e adultos. Em 2000, foi eleito membro da ABLC, na qual ocupa a cadeira de nº 40, patronímica de João Melchíades Ferreira. Tem cerca de 50 folhetos e dois livros públicados: O Baú da Gaiatice e São Francisco de Canindé na Literatura de Cordel.
Cego Aderaldo
Cantador famoso, voz excelente, veia política apreciável. Era um dos mais inspirados de quantos que existiram nos sertões do Ceará. “Aderaldo Ferreira Araújo” era seu verdadeiro nome. Nasceu no Crato, viveu em Quixadá e morreu em Fortaleza, beirando os 90 anos, em 1967. Tomou parte em cantorias que marcaram épocas. Os versos que escreveu são lidos e conhecido em todo o Brasil.
Elias A. de Carvalho
Pernambucano de Timbaúba, além de poeta, que com tanto entusiasmo contou e cantou as coisas do seu estado e do Brasil, foi também emérito sanfoneiro, repentista e versejador, sendo intensa a sua atividade, sem prejuízo para a profissão de enfermeiro, na qual era diplomado. Trabalhou no sanatório Alcides Carneiro, em Corrêas, na cidade de Petrópolis, estado do Rio de Janeiro, ligação que lhe permitiu preparar um importante trabalho intitulado “O ABC do corpo humano”, entre os tantos outros que escreveu ao longo de sua vida.
Expedito Sebastião da Silva
Expedito Sebastião da Silva nasceu em Juazeiro do Norte, Ceará, em 20 de janeiro de 1928 (dia de São Sebastião) e viveu toda a sua vida na terra do Padre Cícero, até falecer no dia 8 de agosto de 1997. Além de bom poeta, foi tipógrafo e revisor da gráfica de José Bernardo da Silva, tendo assumido, com a morte deste, a gerência da Tipografia São Francisco, rebatizada nos anos 70 como Literatura de Cordel José Bernardo da Silva e posteriormente como Lira Nordestina, como é conhecida até hoje.
De origem camponesa, conseguiu freqüentar a escola, chegando a concluir a quarta série ginasial. Durante os anos escolares começou a rascunhar seus primeiros poemas, o que acabou chamando a atenção de José Bernardo da Silva, o grande editor de Juazeiro. Seu primeiro folheto, intitulado “A moça que depois de morta dançou em São Paulo”, data de 1948. Cuidadoso com a rima e, principalmente, com a métrica, Expedito costumava revisar a obra de outros poetas que também imprimiam seus folhetos na Lira Nordestina.
Firmino Teixeira do Amaral
Foi o mais brilhante poeta popular do Piauí. Nasceu no povoado de Amarração (Luís Correia-PI) e mudou-se muito jovem para Belém-PA, tornando-seo principal poeta da Editora Guajarina, de Francisco Lopes. Escreveu a famosa Peleja de Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum, tida por muitos como real, mas, ao que tudo indica, foi fruto de sua imaginação. Nesta obra ele criou um novo gênero na cantoria: o “trava-língua”.
Dentre as obras de sua autoria destacam-se “Pierre e Magalona”, “Bataclã”, “O Filho de Cancão de Fogo”, “O Casamento do Bode com a Raposa” e a peleja mais genial e popular de todos os tempos: a de Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum, que chegou a ser gravada por Nara Leão e João do Vale no disco OPINIÃO.
Francisco das Chagas Batista
Publicou, em 1902, seu primeiro folheto, Saudades do Sertão, em Campina Grande, PB. Na década de 1910, trabalhou como carregador de água e lenha e operário da Estrada de Ferro de Alagoa Grande. Por volta de 1911 estabeleceu a livraria Popular Editora, em João Pessoa, PB. Em 1929, publicou Cantadores e Poetas Populares, pela Editora Batista Irmãos. Entre suas obras poéticas estão os folhetos A Vida de Antonio Silvino (1904), História Completa de Lampeão (1925), As Manhas de um Feiticeiro (1930) e A Escrava Isaura (1930). “Francisco das Chagas Batista não foi cantador mas um dos mais conhecidos poetas populares. Sua produção abundantíssima forneceu vasto material para a cantoria.” – Luís da Câmara Cascudo.
Francisco Sales Arêda
Francisco Sales Arêda nasceu em Campina Grande, Paraíba, aos 25 de outubro de 1916. Grande poeta popular, foi cantador de viola, cordelista e vendedor de folhetos nas feiras. Faleceu em janeiro de 2006 em Caruaru, Pernambuco. Cantou de 1940 a 1954, a partir de quando abandonou a viola dedicando-se exclusivamente a escrever seus folhetos e romances, entre os quais destaca-se “O homem da vaca e o poder da fortuna”, adaptado para o teatro por Ariano Suassuna. Seu primeiro folheto foi “O casamento e herança de Chica Pançuda com Bernardo Pelado”, publicado em 1946. Sua obra é extensa e passa de uma centena de títulos, alguns dos quais ainda inéditos. Costumava usar o acróstico FSALES no final de seus poemas.
Gonçalo Ferreira da Silva
Poeta, contista, ensaista. Nasceu em Ipu, Ceará, no dia 20 de dezembro de 1937. Autor fecundo e de produção densa, principalmente no campo de literatura de cordel, área que mais cultiva e que mais ama. Poeta intuitivo, de técnica refinada, chega a ser primoroso em algumas estrofes. É, porém, a abrangência dos temas que aborda que o situa entre os principais autores nacionais, tendo produzido diversos títulos com a temática de ciência e política. Quando participa de congressos e festivais é comum vê-lo contando histórias em versos rimados e de improviso. Hoje vive no Rio de Janeiro e é presidente da ABLC.
João Ferreira de Lima
João Ferreira de Lima era pernambucano de São José do Egito, onde nasceu em 3 de novembro de 1902. Faleceu em Caruaru, Pernambuco, em 19 de agosto de 1972. Além de poeta, era astrólogo. Foi autor do mais célebre almanaque popular nordestino, o Almanaque de Pernambuco.
Em sua obra destacam-se, pelo menos, dois grandes clássicos da Literatura de Cordel: “Proezas de João Grilo” e “Romance de Mariquinha e José de Sousa Leão”. Sobre o folheto “As proezas de João Grilo” convém ressaltar o seguinte: João Ferreira de Lima o escreveu originalmente em sextilhas, num folheto de oito páginas, intitulado “As palhaçadas de João Grilo”. Por volta de 1948, a obra foi ampliada para 32 páginas na tipografia de João Martins de Athayde, pelo poeta Delarme Monteiro. As estrofes que foram acrescentadas são todas em setilhas, sendo fácil identificar quais são as de autoria de João Ferreira de Lima.
João Martins de Athayde
Nasceu no dia 24 de junho de 1880, em Cachoeira da Cebola, no município de Ingá, Paraíba. Trabalhou como mascate e atraído pela febre da borracha, foi para o Amazonas onde teve 25 filhos com as caboclas das tabas indígenas. Retornou ao nordeste e transferiu-se para Recife, onde fez curso de enfermagem.
Em 1921, já com bela fortuna amealhada, comprou o famoso projeto editorial de Leandro Gomes de Barros, tornando-se o maior editor de literatura de cordel de todos os tempos. Vendo que oitenta por cento dos folhetos vendidos nas feiras era de humor ou de pelejas, e tendo especial vocação para duelos verbais, inclinou sua pena para esse tipo de produção. Usando personagens reais e fictícias, escreveu mais de uma dezena de pelejas até hoje muito procuradas e lidas, como a de “Serrador e Carneiro”.
João Melchíades Ferreira
João Melchíades Ferreira da Silva nasceu em Bananeiras-PB aos 7 de setembro de 1869 e faleceu em João Pessoa-PB, no dia 10 de dezembro de 1933. Foi sargento do exército. Combateu na Guerra de Canudos e na questão do Acre. É autor do primeiro folheto sobre Antônio Conselheiro e de mais de 20 folhetos, dos quais destacamos “ROMANCE DO PAVÃO MYSTERIOZO”, “COMBATE DE JOSÉ COLATINO COM CARRANCA DO PIAUÍ”, “ROLDÃO NO LEÃO DE OURO”, “HISTÓRIA DO VALENTE ZÉ GARCIA” e “A GUERRA DE CANUDOS”.
Joaquim Batista de Sena
Joaquim Batista de Sena nasceu no dia 21 de maio de 1912, em Fazenda Velha, do termo de Bananeiras, hoje pertencente ao município de Solânea-PB. Faleceu no distrito de Antônio Diogo (Redenção-CE) no início da década de 90. Autodidata, adquiriu vasto conhecimento sobre cultura popular e era um defensor intransigente da poesia popular nordestina. Começou como cantador de viola, permanecendo três anos neste ofício, no final da década de 30.
Sena era um grande poeta, de verve apurada e rico vocabulário. Conhecia bem os costumes, a fauna, a flora e a geografia nordestina, motivo pelo qual seus romances eram ricos em descrições dessa natureza. Pode-se dizer que com a sua morte, fechou-se um ciclo na poesia popular nordestina e o gênero “romance” perdeu um de seus maiores poetas.
José Camelo de Melo Resende
Os pesquisadores Átila de Almeida e José Alves Sobrinho, em sua obra Marcos e Vantagens, de 1981, assinalam que José Camelo de Melo Resende nasceu a 20 de abril de 1885, em Pilõezinhos, Paraíba, e faleceu em Rio Tinto, Paraíba, em 1964. Poeta fecundo, de fértil imaginação, bom de métrica, rima e oração, compôs verdadeiros clássicos da literatura de cordel. Pertence a segunda geração dos grandes poetas populares nordestinos, ao lado de Manoel Camilo dos Santos, Severino Borges e João José da Silva.
Sua obra mais famosa, “Romance do pavão mysteriozo”, tem uma história controversa. Segundo os pesquisadores, esse folheto foi escrito originalmente com 40 páginas, em 1923 para ser cantado em suas apresentações. João Melchíades Ferreira, ajudado por Romano Elias da Paz, obteve uma cópia do mesmo e o reescreveu com apenas 32 páginas, publicando como obra de sua autoria. Consta que José Camelo, desgostoso com o sucesso obtido por Melchíades, findou rasgando os seus originais.
Manoel Camilo dos Santos
Manoel Camilo dos Santos nasceu em Guarabora, Paraíba, no dia 9 de junho de 1905. Foi cantador na década de 30. Tendo de cantar em 1940, dedicou-se a escrever e editar folhetos. Iniciou as atividades editoriais em sua cidade natal, indo continuá-las em Campina Grande, onde reside. A Folhateria Santos, por ele fundada, cede, anos depois, seu lugar a A “ESTRELA” DA POESIA, que ele mantém mais como um símbolo, sob cuja égide vem fazendo publicar os raros folhetos que ainda escreve.
Manoel é membro fundador da Academia Brasileira de Cordel, onde ocupa a cadeira nº 25, que tem como patrono Inácio Catingueira. Repentista e violeiro, é autor de mais de 80 folhetos.
José Pacheco
Há controvérsia sobre o lugar de nascimento de José Pacheco. Para alguns, ele nasceu em Porto Calvo, Alagoas; há quem firme ter sido o autor de “A Chegada de Lampião no Inferno”, pernambucano de Correntes. A verdade é que José Pacheco, que teria nascido em 1890, faleceu em Maceió na década de 50, havendo quem informe a data de 27 de abril de 1954, como a do seu falecimento. Seu gênero preferido parece ter sido o gracejo, no qual nos deu verdadeiros clássicos. Escreveu também folhetos de outros gêneros.
Leandro Gomes de Barros
O paraibano Leandro Gomes de Barros, pioneirona publicação de folhetos rimados, é autor de uma obra vastíssima e da mais alta qualidade, o que lhe confere, sem exageros, o título de poeta maior da Literatura de Cordel. Nascido em Pombal-PB, em 19 de novembro de 1865, faleceu no Recife-PE, em 04 de março de 1918, deixando um legado cerca de mil folhetos escritos, embora centro cultural algum registre tal façanha.
Foi, porém, o maior editor antes de João Martins de Athayde, que o sucedeu. O vigoroso programa editorial de Leandro levou a Literatura de cordel às mais distantes regiões, graças ao bem sucedido projeto de redistribuição através dos chamados agentes.
Manoel d’Almeida Filho
Publicou em João Pessoa PB, em 1936, A Menina que Nasceu Pintada com as Unhas de Ponta e as Sobrancelhas Raspadas, seu primeiro folheto. Entre 1965 e 1995, trabalhou como selecionador de folhetos de cordel para a Luzeiro Editora, em São Paulo, o que lhe conferiu grande importância no mercado editorial do gênero. Em 1995 tornou-se membro da ABLC, no Rio de Janeiro. Escreveu dezenas de folhetos , entre os quais Vicente, o Rei dos Ladrões (1957), Peleja de Zé do Caixão com o Diabo (1972), Vida, Vingança e Morte de Corisco (1986 ), Briga de São Pedro com Jesus por Causa do Inverno. O Milagre da Apolo 13 (1986), Como Ser Feliz no Casamento (1988), Os Amigos do Barulho e o Bandido Carne Frita (1991) e A Afilhada da Virgem da Conceição (1995).
Manoel Monteiro
Manoel Monteiro da Silva ou simplesmente Manoel Monteiro, como assina seus trabalhos, nasceu em Bezerro, Pernambuco, no dia 4 de Fevereiro de 1937. É o mais importante cordelista brasileiro em atividade, com uma produção densa e diversificada, abarcando toda a área da atividade humana.
Seguro no ofício de escrever versos rimados e metrificados, suas narrativas são envolventes e prendem o leitor do princípio ao fim, além da influência verbal, própria dos grandes mestres. Em razão da qualidade de sua produção, a literatura de cordel está sendo indicada para a grade escolar de várias cidades brasileiras.
Mestre Azulão
José João dos Santos, Mestre Azulão, é natural de Sapé, Paraíba, onde nasceu aos 8 de janeiro de 1932. Cantador de viola e poeta de bancada, autor de mais de 100 folhetos, vive há vários anos no Rio de Janeiro e atuou na famosa Feira de São Cristóvão, abrindo caminho para outros poetas nordestinos que lá se estabeleceram. É um dos poucos cantadores vivos que ainda cantam romances, sendo freqüentemente convidado para apresentações em universidades brasileiras e até do exterior. Tem trabalhos publicados pela Tupynanquim Editora.
Patativa do Assaré
“Eu, Antônio Gonçalves da Silva, filho de Pedro Gonçalves da Silva, e de Maria Pereira da Silva, nasci aqui a 5 de março de 1909, no Sítio denominado Serra de Santana, que dista três léguas da cidade de Assaré. Com a idade de doze anos, freqüentei uma escola muito atrasada, na qual passei quatro meses, porém sem interromper muito o trabalho de agricultor.
Saí da escola lendo o segundo livro de Felisberto de Carvalho e daquele tempo para cá não freqüentei mais escola nenhuma. Com 16 anos de idade, comprei uma viola e comecei a cantar de improviso, pois naquele tempo eu já improvisava, glosando os motes que os interessados me apresentavam. Nunca quis fazer profissão de minha musa, sempre tenho cantado, glosado e recitado, quando alguém me convida para este fim.”
Raimundo Santa Helena
Raimundo Luiz do Nascimento nasceu em Santa Helena, município fundado por seu pai, que morreu em 1927 combatendo o bando de Lampião. Saiu de casa aos 11 anos, disposto a vingar a morte do pai. Em Fortaleza, no Ceará, trabalhou como trocador de ônibus, garçom, baleiro e engraxate. Em 1943 ingressou na escola de Aprendizes Marinheiros do Ceará. Participou da Segunda Guerra mundial, sendo por duas vezes condecorado pelo presidente da República.
Em 1945 publicou seu primeiro cordel, “Fim da guerra”. Fundou a Cordelbras. Em 1983 recebeu juntamente com Gilberto Freyre, Augusto Ruschi e Jorge Amado o Prêmio Porto de São Mateus de Resistência cultural. Tem cerca de 2 milhões de exemplares de mais de 300 títulos em circulação. Foi criador da Feira de São Cristovão, no Rio de Janeiro. Escreveu ainda os livros “Lampião e o sangue de meu pai” e “Um marujo na esquina do mundo”.
Severino Milanês
Severino Milanês da Silva nasceu em Vitória de Santo Antão, Pernambuco. Faleceu em seu estado natal, em 1956. Repentista e poeta de bancada, exerceu com aprumo sua atividade poética, tanto na cantoria quanto no folheto. De sua bibliografia constam vários títulos dos gêneros discussão e peleja. A considerar também a lista de romances de amor e histórias de princesas e príncipes encantados, é de se atribuir a Milanês predileção por esses dois temas.
Silvino Pirauá
Silvino Pirauá de Lima nasceu em Patos, em 1848 e faleceu em Bezerros, Pernambuco, em 1923. Cantador e poeta popular, foi tido como o discípulo amado de Romano do Teixeira, o célebre cantador que travou com Inácio da Catingueira legendária peleja. Ao lado de Ugolino Nunes da Costa e Romano Caluete, seu mestre, Silvino é considerado um dos maiores da poesia popular nordestina. Juntamente com Leandro Gomes de Barros, é considerado um dos criadores da literatura de folhetos.
Além de bom improvisador e glosador, introduziu várias inovações formais na poesia popular: foi um dos primeiros a usar a sextilha e é tido como criador do “martelo agalopado”. Autor de uma das várias versões que se conhece da peleja de Romano do Teixeira com Inácio da Catingueira, escreveu, entre outros títulos: “História do capitão do navio”, “As três moças que quiseram casar com um só moço”, “Verdadeira peleja de Francisco Romano com Inácio da Catingueira” e “A Vingança do sultão”.
Zé da Luz
Severino de Andrade Silva, nasceu em Itabaiana, PB, em 29/03/1904 e faleceu no Rio de Janeiro-RJ, em 12/02/1965. O trabalho de Zé da Luz é conhecido pela linguagem matuta presente em seus cordéis.
Zé Maria de Fortaleza
José Maria do Nascimento é natural de Aracoiaba, Ceará. Aos 13 anos veio para Fortaleza, onde iniciou sua carreira como violeiro, tornando-se conhecido pelo seu talento poético e sua maneira de cantar. Já representou o Ceará em diversos festivais realizados em vários estados do Brasil, destacando-se duas viagens que marcaram época em sua carreira, quando esteve no Rio Grande do Sul, por ocasião do 2º Congresso Nacional de Turismo, e quando esteve em Brasília, cantando para as maiores autoridades do país. Lançou, juntamente com Benoni Conrado, um dos primeiros discos de violeiros que se tem notícia no Brasil. Tem um livro inédito intitulado “Fagulhas do Estro”, publicou vários folhetos de cordel, destacando-se “Folclore também é cultura” e “Miscelânea de motes e glosas”.
Relato sobre os temas mais abordados e/ou recorrentes
Os temas populares e da cultura popular brasileira são os mais abordados. 
Trecho de “Proezas de João Grilo”, de João Martins de Athayde relata o nascimento do herói e uma de suas "presepadas"
Podemos notar que o autor relata e descreve um tradicional morador da região, falando de sua história e de suas influências. Podemos notar que o autor tem um olhar critico sobre o que ele observa, criado pelos padrões estabelecidos naquela região e até mesmo um pouco estereotipados.
João Grilo foi um cristão
que nasceu antes do dia
criou-se sem formosura
mas tinha sabedoria
e morreu depois da hora
pelas artes que fazia.
E nasceu de sete meses
chorou no bucho da mãe
quando ela pegou um gato
ele gritou: não me arranhe
não jogue neste animal
que talvez você não ganhe.
Na noite que João nasceu
houve um eclipse na lua
e detonou um vulcão
que ainda continua
naquela noite correu
um lobisomem na rua.
Porém João Grilo criou-se
pequeno, magro e sambudo
as pernas tortas e finas
e boca grande e beiçudo
no sítio onde morava
dava notícia de tudo.
Trecho de “O Fiscal e a Lagarta” de Leandro Gomes de Barros, neste podemos notar um clássico da Literatura de cordel que fala sobre Sátira social e Corrupção. Mas, podemos perceber que o autor recorre a situações do dia-a-dia para poderrealizar uma crítica a situações que acontecem naquela região. O autor narra de forma que os comentários não são um relato pessoal do autor, mas sim são falas dos personagens daquela região. 
Estava um dia uma lagarta
Debaixo de um pé de fumo
Quando levantou a vista
Viu um fiscal do consummo.
Disse a lagarta consigo:
Eu hoje me desarrumo
O fiscal perguntou logo
Insecto, o que estás roendo?
A lagarta perguntou-lhe
Fiscal, o que andas fazendo?
—Aperriando o commercio
Tomando tudo e comendo.
Disse o fiscal: para o imposto
O governo me nomeia
A lagarta respondeu-lhe
Você precisa é cadeia,
Para perder o costume
De andar roubando de meia.
Disse o fiscal: o governo
Não puderá se manter,
Sem procurar o imposto
De quem comprar e vender,
Artista e agricultor
Pagam por justo dever.
Trecho de “Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho dos Tucuns”, de Firmino Teixeira do Amaral. Nesta obra, podemos notar que foi criado um novo gênero na cantoria: o trava-língua. Podemos notar uma sequencia de fatos que descrevem a realidade local e uma situação comum naquela região. 
Apreciem, meus leitores,
Uma forte discussão,
Que tive com Zé Pretinho,
Um cantador do sertão,
O qual, no tanger do verso,
Vencia qualquer questão.
Um dia, determinei
A sair do Quixadá —
Uma das belas cidades
Do estado do Ceará.
Fui até o Piauí,
Ver os cantores de lá.
Me hospedei na Pimenteira
Depois em Alagoinha;
Cantei no Campo Maior,
No Angico e na Baixinha.
De lá eu tive um convite
Para cantar na Varzinha.
Quando cheguei na Varzinha,
Foi de manhã, bem cedinho;
Então, o dono da casa
Me perguntou sem carinho:
— Cego, você não tem medo
Da fama do Zé Pretinho?
Eu lhe disse: — Não, senhor,
Mas da verdade eu não zombo!
Mande chamar esse preto,
Que eu quero dar-lhe um tombo —
Ele chegando, um de nós
Hoje há de arder o lombo!
Pesquisa sobre os outros países que também produzem a literatura de cordel
O formato dos folhetos têm origem nos cordéis portugueses, trazidos para o Brasil durante a colonização. Esses folhetos retratavam histórias de reis e rainhas e eram populares também em outros países europeus, como a Inglaterra, a França e a Espanha.
Eram publicações adaptadas de livros eruditos escritos para a elite e destinados ao povo. Impressos em folhas simples e em grande quantidade, eram vendidos a preços acessíveis.
A literatura de cordel é uma das heranças lusitanas que herdamos. Ela surgiu em Portugal por volta do século XII, com o trovadorismo medieval.
Nessa época haviam artistas que declamavam histórias cantadas para o público, visto que o analfabetismo era praticamente generalizado e uma das formas de transmissão de conhecimento e diversão era através da oralidade.
Mais tarde, no século XV e XVI, já no Renascimento, é criada a prensa, o que viabilizou a impressão mais rápida e em quantidade de textos no papel.
A partir disso, as histórias que eram contadas apenas oralmente pelos trovadores, passaram a ser gravadas em folhetos e tomaram as ruas, penduradas em cordas - os cordéis, como é conhecido em Portugal. A princípio, peças de teatro também eram impressas nesses livretos, como por exemplo as obras do escritor português Gil Vicente.
Avaliação da produção e a tradição da literatura de cordel no Brasil
A produção literatura de cordel é reconhecido como um dos bens da sociedade brasileira. Muitos conteúdos estão na internet e podem ser acessados livremente por novos leitores. 
Podemos notar que a literatura de cordel é reconhecida como patrimônio social e cultural do povo brasileiro. Além de retratar o povo nordestino, conseguiu retratar o povo brasileiro, no momento que realiza uma manifestação cultural retratando o cotidiano, a realidade do povo brasileiro e suas peculiaridades. 
A literatura de cordel não é uma leitura comum a ser lida, ou ser vendida em livrarias. Porém, sua importância na literatura e nas artes é incontestável. As rimas despertam a curiosidade do leitor, e a cada sentença se descreve um pouco da história do Brasil. 
A tradição da literatura de cordel no Brasil tem sido representada pelos projetos pedagógicos desenvolvidos pelas escolas, que buscam reconhecer e prestigiar os grandes nomes do Cordel. Desta forma, os alunos podem ter a oportunidade de conhecer mais sua própria cultura por meio deste contato. 
Toda escola, deve ter um programa que comtemple a literatura de cordel, desta forma é possível prestigiar a cultura popular. Os alunos podem ser incentivados a compor, escrever, interpretar, criar sua xilogravura. Atividades como estas poderão contribuir para que os alunos se conheçam e descubram talentos ou aptidões que antes não conheciam. 
Referências bibliográficas
CORDEL. Casa Rui Barbosa, 2020. <http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/leand	ro_bibliografia.html>. Acesso em: 21, set de 2020
GRANDES CORDELISTAS. ABLC, 2020. <http://www.ablc.com.br/o-cordel/grandes-cordelistas/>. Acesso em: 21, set de 2020
LITERATURA DE CORDEL. TODA MATERIA, 2020. <https://www.todamateria.com.br/literatura-de-cordel/>. Acesso em: 21, set de 2020
LITERATURA DE CORDEL. SIGNIFICADOS, 2020. <https://www.significados.com.br/literatura-de-cordel/>. Acesso em: 21, set de 2020
LITERATURA DE CORDEL. CULTURA GENIAL, 2020 .https://www.culturagenial.com/literatura-de-cordel/>. Acesso em: 21, set de 2020

Mais conteúdos dessa disciplina