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Síndrome da imobilidade - HC III

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MARIA EDUARDA OSÓRIO MARAFANTE, 3° PERÍODO - FITS
SÍNDROME DA IMOBILIDADE
Complexo de sinais e sintomas resultantes da supressão de
todos os movimentos articulares, que, por conseguinte,
prejudica a mudança postural, compromete a independência,
leva à incapacidade, à fragilidade e até mesmo à morte.
CRITÉRIOS PARA
IDENTIFICAÇÃO DA SI
DEFINIÇÃO
CRITÉRIOS MAIORES
 Déficit cognitivo médio a
grave;
Múltiplas contraturas.
CRITÉRIOS MENORES
Úlcera de pressão; 
Disfagia leva a grave; 
Dupla incontinência, urinária e fecal; 
Afasia. 
SI = 1 CRITÉRIO MAIOR + 2 CRITÉRIOS
MENORES
CAUSAS DA IMOBILIDADE
Equilíbrio precário;
 Quedas; 
Limitação da marcha; 
Complicações pós-cirúrgicas; 
Fratura de fêmur; 
Acamado por longo período. 
PREVALÊNCIA
 Não há dados específicos da prevalência da SI, mas,
baseando-se no número de idosos que se tornam
incapacitados e perdem sua independência, conclui-se
que a prevalência seja alta.
PATOLOGIAS COMO CAUSA DA
IMOBILIDADE: 
SCV: insuf. cardíaca congestiva, cardiopatia isquêmica,
insuf. arterial e sequelas de trombose venosa; 
SD: desnutrição proteico-calórica; 
SE: osteoartrose, sequelas de fraturas, doenças
reumáticas, osteoporose e metástase; 
SM: fibrosite e polimialgia; 
SNC: AVE, hidrocéfalo, Parkinson, esclerose lateral
amiotrófica, demência, neuropatia periférica e depressão; 
SR: doença pulmonar obstrutiva crônica;
Déficit sensorial: cegueira e surdez; 
Iatrogenia: neurolépticos, ansiolíticos, hipnóticos, anti-
hipertensivos, isolamento social e inadequação de espaço
físico; 
Doenças dos pés: calosidades, cravos, onicogrifose, úlcera
plantar e deformidade plantar. 
MORTALIDADE
 Estudos controlados mostram alta taxa de
mortalidade entre os idosos imobilizados no leito – em
torno de 50%
CONSEQUÊNCIAS
SISTEMA TEGUMENTAR
Micoses: facilitadas pela umidade constante na superfície
corporal, fato comum em acamados, pois suor, urina e
restos de alimentos acumulam-se, principalmente se o
colchão for revestido de material não poroso e a higiene for
precária.
Xerose: ressecamento da pele, causado pela diminuição
das glândulas sudoríparas, que causa prurido e descamação. 
O uso de sabões, banhos de imersão, banhos quentes e
demorados pioram o problema. Deve-se, por isso, evitar
esses fatores precipitantes, usar hidratante para pele e
induzir a ingestão de líquidos.
Laceração: O constante atrito sobre o leito associado à
pouca elasticidade da pele, à falta de tecido de sustentação
e à xerose acabam produzindo lacerações na pele,
principalmente braços e pernas. 
Dermatite amoniacal: Lesão muito frequente devido ao
contato da pele com a urina. O uso de fraldas geriátricas
pode até agravar o problema, pois, por serem revestidas de
plástico, criam um meio próprio (umidade e calor) para a
proliferação de bactérias que desdobram a ureia em amônia.
Úlcera de decúbito (de pressão): a compressão por mais
de duas horas de uma área tecidual restrita, que, por sua
vez, produz pressão e isquemia dos vasos sanguíneos.
Equimoses: São frequentes nesses pacientes e
representam a grande fragilidade capilar associada à falta de
tecido de sustentação para os vasos sanguíneos. O uso de
anticoagulante e traumas contribuem para o seu
aparecimento.
SISTEMA ESQUELÉTICO
Alterações articulares: uma série de alterações
mecânicas e físico-químicas ocorre nas articulações,
levando à contratura.
Osteoporose: A imobilidade produz intensa e rápida
perda de massa óssea podendo ser medida pelo
aumento da calciúria e hidroxiprolina urinária, a qual é um
marcador de reabsorção óssea (atividade osteoclástica).
SISTEMA MUSCULAR
Perda de massa muscular: Idosos sadios, após a sétima
década de vida, apresentam importante processo
degenerativo na musculatura, mesmo quando mantêm
atividades físicas. A restrição de pacientes idosos
saudáveis ao seu leito leva a atrofia muscular importante já
nos primeiros 10 dias. 
SISTEMA CARDIOVASCULAR
Trombose venosa profunda: Na SI, a posição supina, a
contratura dos MMII (quadril e joelho) e a ausência do
efeito de bomba da musculatura da panturrilha
predispõem à estase venosa profunda. A consequência
mais temida de TVP é a embolia pulmonar, sendo ela
responsável por 20% de todas as causas de morte do
paciente acamado.
Hipotensão postural: Observa-se a hipotensão postural
(HP) em 20 a 30% dos idosos, sendo que essa frequência
é mais elevada em pacientes fragilizados.
 MARIA EDUARDA OSÓRIO MARAFANTE, 3° PERÍODO - FITS
SÍNDROME DA IMOBILIDADE
Isquemia arterial aguda dos membros inferiores: na SI
ocorre, com frequência, contratura do quadril (a face
anterior da coxa encosta no abdome e no tronco) e do
joelho (a panturrilha apoia-se na face posterior da coxa), o
que causa estrangulamento do lúmen arterial nesses locais e
formação de trombo, levando finalmente à isquemia do
membro.
SISTEMA URINÁRIO
Incontinência urinária: Na SI, podemos observar que
praticamente todos os pacientes são incontinentes, já que
são portadores de quadro demencial avançado, têm
dificuldade de comunicação, não deambulam, são
portadores de infecção urinária crônica, usam diversos
fármacos e são fragilizados.
Infecção do Trato Urinário (ITU): A infecção do trato
urinário (ITU) tem prevalência de 20% entre os idosos, e no
paciente imobilizado, incidência de 40%, sendo essa
infecção mais comum nos idosos institucionalizados. 
SISTEMA DIGESTÓRIO
Desnutrição: Um dos critérios usados para identificar a SI
é a desnutrição, o que demonstra sua alta incidência nesses
pacientes.
Constipação intestinal: Frequentemente encontrada na
SI, acarreta grande sofrimento ao idoso acamado devido às
formações de fezes endurecidas e impactadas no sigmoide
e no reto, evoluindo para o que chamamos de “fecaloma”.
Disfagia: Característica presente em quase todos os
pacientes de SI, a disfagia antecede a síndrome, sendo o
resultado de déficits neurológicos importantes.
DISTÚRBIOS NEUROPSIQUIÁTRICOS
 Depressão, demência e delirium são alterações
frequentes na SI. 
SISTEMA RESPIRATÓRIO
 Na posição supina prolongada, uma série de modificações
ocorre na dinâmica respiratória. A amplitude de movimento
do diafragma está diminuída assim como a expansibilidade
torácica. Isso ocorre pela fraqueza das musculaturas
intercostal e abdominal, além das modificações nas
articulações costocondrais. O acúmulo de gazes e fezes nas
alças intestinais empurra o diafragma para cima e comprime
as bases pulmonares. Funções pulmonares como
capacidade respiratória funcional, capacidade respiratória
máxima, volume minuto e volume corrente e relação V/Q
estão comprometidos em até 50%. O acúmulo de
secreção pulmonar se acentua já que a função ciliar, a
capacidade de tossir e eliminar essa secreção podem estar
ausentes.
METABOLISMO
 A eliminação urinária de nitrogênio (N) aumenta
rapidamente;
 Na posição supina, a secreção de hormônio antidiurético
(HAD) está diminuída e, assim, elimina-se maior volume
urinário; 
 O cortisol plasmático pode estar aumentado, ao contrário
dos andrógenos que estão diminuídos; 
 A resistência à insulina está aumentada, o que provoca
intolerância ao carboidrato e piora nos níveis glicêmicos; 
TRATAMENTO
FISIOTERAPÊUTICO
Estimular a movimentação no leito e a independência nas
atividades;
Estimular a deambulação (caminhada);
Prevenir complicações pulmonares, auxiliar na resolução de
patologias pulmonares já instaladas e promover um padrão
respiratório mais eficaz;
Evitar complicações circulatórias; 
Reduzir a dor; 
Manter força muscular e a amplitude de movimentos com
exercícios. Ex: Isométricos, metabólicos, ativo-livre, ativo-
resistidos e passivos; 
Evitar encurtamentos musculares, atrofias e contraturas; 
Melhorar mobilidade e flexibilidade, coordenação e habilidade; 
Promover relaxamento; 
Prevenir e tratar o edema (inchaço)que pode ocorrer como
consequência da patologia de cirurgias ou da imobilização no
leito; 
Promover a reeducação postural e a conscientização corporal; 
Prevenção de úlceras de pressão (desde a fase aguda
hospitalar, realizando mudanças de dec. de 2/2hs). 
ENCONTRA-SE O PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA PARA
ESTIMULAÇÃO DOS MOVIMENTOS; PROMOÇÃO A UM
PADRÃO RESPIRATÓRIO MAIS EFICAZ; REDUÇÃO DE DORES
E DESCONFORTOS; ENTRE OUTROS: 
PREVENÇÃO E
TRATAMENTO
Estimulação da mobilidade e evitar a restrição ao leito; 
Cuidado com o toque (firmeza sem machucá-lo) e posicionar
corretamente, com uso de coxins e Não fazer fricção durante
as transferências; 
Diminuir a dor, e o desconforto; 
Realizar trocas posturais constantes;
Deixar a pele sempre seca e hidratada; 
Deixar lençóis sempre bem esticados e sem restos
alimentares; 
Não alimente o idoso deitado e nem com extensão ou
rotação de pescoço e caso esteja se engasgando, sente-o, e
evite alimentos muito líquidos e prefira os mais pastosos; 
Evite a posição em flexão das articulações e faça
mobilizações articulares constantes
IMPORTÂNCIA DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR PARA
REALIZAR ESSAS FUNÇÕES:

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