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ANESTESIOLOGIA - avaliação pré-operatória

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ANESTESIOLOGIA 
AVALIAÇÃO E PREPARO 
PRÉ-ANESTESICO 
Deve ser feita preferencialmente pelo anestesiologista. 
1. Capta a confiança do paciente, orientando sobre 
a anestesia, os cuidados perioperatórios e 
tratamento da dor e reduzindo a sua ansiedade 
→ melhora da relação médico-paciente. 
2. Estimar o risco cirúrgico e avaliar o risco vs 
benefício da cirurgia. 
3. Determina sua condição física, analisa exames 
complementares. 
4. Reduz a morbimortalidade perioperatória e pós-
operatória tardia. 
 
Segundo CFM, deve ser feito a consulta pré-anestésica. 
Não sendo possível essa consulta, o anestesista pode 
fazer uma avaliação no hospital antes da admissão do 
paciente no centro cirúrgico. O anestesista deve obter o 
TCLE, um documento primordial, onde tudo (risco e 
benefícios) serão claros e o paciente deve assinar. 
Na consulta, deve ser feito uma anamnese detalhada e 
objetiva, com prioridade de avaliar os sistemas orgânicos, 
antecedentes patológicos e uso de medicamentos, um 
bom exame físico e exames complementares (se 
necessário). Depois, deve-se traçar condutas que 
minimizem a morbiletalidade perioperatória (período 
intraoperatório até 48h de pós operatório) e pós-
operatória tardia (após 48h de pós operatória). 
Documentação da anestesia no pré-operatório deve 
conter: 
❖ Estratificação de risco do paciente 
❖ TCLE 
❖ Ficha de consulta e/ou avaliação pré-anestésica 
(com identificação do médico, paciente, 
procedimento proposto, anamnese, exame 
físico, tempo de jejum, diagnósticos, tratamento 
atual ou recente, resultados dos exames 
complementares, prescrição médica). 
 
Risco anestésico cirúrgico 
Depende de fatores ligados ao: 
➢ PACIENTE: estado físico, comorbidades, fatores 
de risco. 
➢ À CIRURGIA: duração (de maior extensão 
possuem maior risco), localização (em órgãos 
vitais possuem maiores riscos) e as de 
emergência. 
➢ À ANESTESIA: técnica, agentes utilizados, 
duração. 
Tem como base 4 perguntas: 
1. Risco anestésico-cirúrgico está acima da média 
para a cirurgia proposta? 
2. Quais exames complementares necessários para 
estimar com maior precisão esse risco? 
3. A cirurgia deve ser adiada, modificada ou 
contraindicada? 
4. Quais ações devem ser implementadas para 
minimizar o risco? 
 
Riscos cirúrgicos de complicações cardíacas, pulmonares, 
de tromboembolismo venoso, delirium, náuseas/vômitos 
e sangramento → avaliar em todos os pacientes. Riscos 
adicionais → avaliar de modo individualizado 
Escores de risco 
1. Risco Anestésico (ASA): é um bom determinante da 
mortalidade peri-operatória secundária à anestesia e as 
condições clinicas pré-operatórias associadas. São 
levados em consideração o estado físico do paciente 
(análise subjetiva) e a presença ou não de morbidades. 
Pacientes ASA I possuem mortabilidade operatória baixa 
(0,1%), enquanto indivíduos ASA IV apresentam 
mortalidade acima de 7%. 
 
2. Risco cardiovascular 
• Alta incidência de eventos cardíacos adversos 
maiores 
• A doença cardiovascular (principalmente IAM e 
arritmias malignas), contribui de forma 
importante para mortalidade perioperatória. 
• Os escores de risco cardiovascular avaliam a 
probabilidade do paciente apresentar eventos 
cardíacos no período perioperatório para 
procedimentos não cardíacos. 
• Os mais utilizados são: algoritmo do ACP, o da 
ACC/AHA, EMAPO e o IRCR de Lee 
- Índice de Risco Cardíaco Revisado (IRCR), ou 
índice de Lee (1999): estima o risco 
cardiovascular com base no tipo de cirurgia e 
critérios clínicos. Simples, de fácil aplicação e 
com boa capacidade de predição do risco de 
complicações cardíacas em cirurgia não cardíaca 
de grande porte. 
 
 
• Goldman (1977) – primeiro modelo multifatorial 
especifico para complicações cardíacas, que 
contempla variáveis referentes a avaliação 
clínica, ECG e tipo de cirurgia. Valoriza muito a 
presença de sintomas clínicos e alterações de 
ECG, mas não leva em conta outras alterações 
(como mobilidade, etc). 
 
• Detsky et al (1986) acrescentaram ao modelo 
original de Goldman avaliação de angina, história 
previa de infarto ou de edema agudo de pulmão 
 
• Escore de Eagle e Vanzetto (1996): construído 
para identificar o risco de complicações cardíacas 
especificamente após cirurgias vasculares 
• Algoritmo da American College of Physicians 
(ACP- 1997): estima o risco de DAC em pacientes 
submetidos a cirurgias não cardíacas. Valoriza a 
presença de sintomas clínicos e de alterações 
eletrocardiográficas. Classifica o paciente em 3 
classes (I a III). Desvantagem é que a avaliação de 
pacientes com capacidade funcional reduzida 
(onde os sintomas clínicos podem estar 
subestimados) e de portadores de marcapasso 
definitivo (não se avalia isquemia no ECG), pode 
ser limitada. 
Classe I – 0-15 pontos → avaliar novamente 
utilizando os critérios de Eagle e Vanzetto para 
discriminar o risco em baixo ou intermediário 
II ou III → alto risco 
 
• Estudo Multicêntrico de Avaliação 
Perioperatória - EMAPO (2007) – Desenvolvido 
pela Sociedade de Cardiologia do Estado de São 
Paulo. Propõe uma nova classificação bem 
completa, com 27 novas variáveis. Estratifica o 
risco perioperatório do paciente em 5 níveis, mas 
na prática classificamos em 3 niveis (muito baixo 
e baixo/ moderado / elevado e muito elevado). 
• Algorítimo para avaliação cardíaca 
perioperatória do ACC/AHA: classifica o paciente 
de acordo com a presença de preditores clínicos 
e cirúrgicos. Contempla o risco inerente à 
cirurgia, avaliação da capacidade funcional do 
paciente, medida em equivalentes metabólicos 
(METS), história de revascularização do 
miocárdio, sintomas clínicos e alterações do ECG. 
 
Fluxograma de avaliação cardiovascular perioperatória 
SBC: 
 
 
AVALIAÇÃO CARDIOVASCULAR: Variáveis de rastreio 
✓ Condições cardíacas ativas (SCA, ICC, arritmias, 
doença valvar) 
✓ Fatores clínicos de risco (história de isquemia 
miocárdica, ICC, AVC, DM) 
✓ Risco inerente à cirurgia 
 
✓ Avaliação da capacidade funcional 
 
<4 METS: capacidade funcional prejudicada 
Operar x não operar: 
 
 
Quando o risco cardiovascular é muito elevado e supera 
o risco de morte pela doença de base → cirurgia não-
cardíaca contraindicada. 
3. Risco pulmonar 
Questionário STOP-Bang → avalia risco de apneia 
obstrutiva do sono. Quanto maior o risco, maior a 
repercussão cardíaca. 
Todos os pacientes submetidos a cirurgias não cardíacas 
devem ser avaliados quanto ao risco de complicações 
pulmonares. 
Fatores que aumentam o risco: neurocirurgia, cirurgia 
cabeça e pescoço, cirurgias de emergência, 
procedimentos com mais de 3 horas, cirurgia torácica, 
cirurgia de aorta, anestesia geral. 
Pacientes de alto risco devem receber assistência da 
fisioterapia (exercícios de respiração, espirometria de 
incentivo), além do uso de cateter nasogástrico para 
náusea, vômito ou distensão abdominal pós-operatória. 
Pacientes de risco elevado para complicações 
respiratórias também devem seguir algumas 
recomendações: interromper tabagismo 8 semanas antes 
do procedimento; asmáticos e com DPOC devem receber, 
em muitos casos, glicocorticoides e broncodilatadores 
(pré e pós-operatório); pneumopatias infecciosas devem 
ser tratadas antes da cirurgia. 
4. Risco de TEV 
O escore de Caprini modificado é utilizado para estimar o 
risco de TEV em determinadas cirurgias (abdominais, 
pélvicas, vascular, plástica). A partir da pontuação, 
planeja-se a profilaxia imediatamente antes ou logo após 
a cirurgia e a mantém até a alta hospitalar. Situações 
especiais (cirurgia oncológica abdominal ou pélvica, 
ortopédicas) a profilaxia é estendida para até 35 dias pós-
operatório. 
 
❖ ESCORE DE CAPRINI 0: somente estimular 
deambulação precoce. 
❖ ESCORE DE 1 A 2: profilaxia mecânica, como a 
compressão pneumática intermitente. 
❖ ESCORE DE 3 A 4: profilaxiamedicamentosa - 
anticoagulação profilática com HBPM OU 
heparina não fracionada em baixas doses OU 
fondaparinux. 
❖ ESCORE MAIOR OU IGUAL 5: profilaxia 
medicamentosa + mecânica. 
O American College of Chest Physicians também 
desenvolveu uma árvore decisória de acordo com o tipo 
de cirurgia: 
 
5. Risco de Delirium: geralmente pacientes idosos. É 
importante para planejar uma alta mais precoce, maior 
aproximação da família, dentre outras. 
 
6. Risco de náuseas e vômitos 
Escala de : Tem cinetose, uso de opioides, etc. 
7. Risco de sangramento 
Avaliada a partir do tipo de procedimento a ser realizada, 
consequências do sangramento (a depender das 
consequências previstas, permite-se um determinado 
valor de HB), medicamentos em uso, comorbidades 
(distúrbios de coagulação p ex.). É uma análise um pouco 
subjetiva. 
8. Riscos anestésicos 
✓ Alergias: bloqueadores neuromusculares (mais 
comum); látex; antibióticos. Em caso de alergia 
ao látex, deve-se trocar todo o material derivado 
de látex no centro cirúrgico, terapia intensiva, 
enfermaria, etc. Fatores de risco para alergia ao 
látex: múltiplas exposições aos derivados do 
látex, alergias a alimentos, crianças com defeito 
no tubo neural, anomalias urogenitais. 
✓ Hipertermia maligna: síndrome clinica 
hereditária, desencadeada por drogas e estresse, 
com elevação rápida da temperatura e taxa de 
mortalidade alta. Há hipertermia, rigidez 
muscular, cianose, exantema, hipercapnia, 
arritmia e PCR. Fatores desencadeantes mais 
frequentes: succinilcolina e os halogenados. 
Principal fator de risco é história na família. 
✓ Intubação difícil: avaliação da dificuldade de 
intubação traqueal e ventilação sob máscara 
facial. Deve ser observado na avaliação pré-
anestésica a abertura da boca (ideal são 3 polpas 
digitais), distância esternomento (>12cm ideal), 
mobilidade do pescoço, tamanho da língua em 
relação à boca (classificação de Mallampati). 
 
 
Ventilação difícil sob máscara: devido 1) vedação ineficaz 
entre a máscara e face do paciente; 2) excessiva 
resistência à entrada do fluxo de ar gerado pelo balão da 
ventilação. 2 ou mais fatores → preocupante. 
 
Exames pré-operatórios 
Deverão ser solicitados em casos selecionados, não sendo 
recomendado a realização de exames complementares 
pré-operatórios de “rotina”, pois apenas uma minoria dos 
pacientes irá se beneficiar. São raras as doenças 
diagnosticadas por avaliações laboratoriais. Exames 
complementares não se mostram superiores a uma boa 
anamnese e um detalhado exame físico. 
➢ Alterações determinadas somente pelos 
“exames de rotina” quase sempre não são 
associadas a um aumento na incidência de 
complicações perioperatórias. 
➢ A solicitação de exames pré-operatórios 
selecionados e não de “rotina” é descrito na 
maioria dos guidelines e livros. 
Exceção: pacientes portadores de retardo mental 
(anamnese prejudicada) e cirurgias de emergências 
(anormalidades orgânicas comumente encontradas). 
Determinados procedimentos cirúrgicos requerem a 
solicitação de exames pré-operatórios, 
independentemente da existência de comorbidade grave: 
❖ Cirurgia cardíaca ou torácica: ECG, hemograma e 
plaquetas, eletrólitos, creatinina, ureia, glicemia, 
tempo de protrombina (TP), tempo de 
protrombina parcial (TPP) e radiografia de tórax. 
❖ Cirurgia vascular: ECG, hemograma e plaquetas, 
eletrólitos, creatinina, ureia e glicemia. 
❖ Cirurgias intraperitoneais – ECG, hemograma e 
plaquetas, eletrólitos, creatinina, nitrogênio 
ureico (ou ureia), glicemia e provas de função 
hepática (opcional). 
❖ Cirurgias com perda esperada > 2 L de sangue – 
ECG, hemograma e plaquetas, eletrólitos, 
creatinina, nitrogênio ureico (ou ureia), glicemia, 
TP e TTP. 
❖ Cirurgias intracranianas – ECG, hemograma e 
plaquetas, eletrólitos, creatinina, nitrogênio 
ureico (ou ureia), glicemia, TP, TTP e tempo de 
sangramento (aconselhável). 
❖ Cirurgia ortopédica (prótese) – hemograma e 
plaquetas, eletrólitos, creatinina, nitrogênio 
ureico (ou ureia), glicemia, urinocultura e 
bacterioscopia pelo Gram da urina 
(aconselhável). 
❖ Ressecção transuretral da próstata ou 
histerectomia – hemograma e plaquetas, 
eletrólitos, creatinina, nitrogênio ureico (ou 
ureia) e glicemia. 
Indivíduos sem comorbidades e que serão submetidos a 
procedimentos de baixo risco → sem necessidade de 
realização de exame complementar. Caso indicada, a 
avaliação laboratorial se resume a poucos itens: 
 
A presença de comorbidades requer avaliações 
específicas, independente da idade. Em alguns casos, os 
exames devem ser realizados dentro de 30 dias antes da 
cirurgia. 
 
Para Fabrício: 
• ECG: obesidade severa (IMC>40) com risco de 
DCV ou DCV conhecida. 
• Teste de estresse: DCV conhecida; pacientes de 
alto risco com pobre capacidade funcional. 
• BNP: pode ajudar em pacientes com capacidade 
funcional desconhecida 
• HB ou HT: idade avançada; submissão à cirurgia 
com perda de sangue significante; 
hemoglobinopatia conhecida. 
• Plaquetas: doença hematológica ou do fígado 
• Creatitina: doença renal conhecida, uso de 
medicações que afetam função renal, idade 
avançada ou procedimento de alto risco 
• Eletrolitos: uso de medicações que alteram 
eletrólitos 
• Glicemia de jejum e hemoglobina glicada: 
diabetes; cirurgia vascular e ortopédica 
• Enzimas do fígado: doença do fígado 
• Estudo de coagulação: coagulopatia conhecida 
• Albumina, transferrina: história ou exame físico 
• Teste de gravidez: mulheres em idade fértil 
• Exame de urina: cirurgia ginecológica ou 
urológica 
• Pesquisa de MRSA: 
• Raio x de tórax: Pacientes acima de 50 anos com 
cirurgia de aneurisma da aorta abdominal e 
cirurgia torácica; obesidade severa (IMC>40) 
• Teste de função pulmonar: indicado em 
ressecção pulmonar 
Recomendações finais ao paciente 
Jejum pré-operatório: líquidos claros 2h; leite materno 
4h; formula infantil, leite não humano e alimentos leves 6 
h; alimentos pesados (carne, gordurosos) e frituras 8 h. 
Manejo de medicamentos pré-operatórios: 
- B-bloqueador, alfa 2 agosnistas, BCC, estatinas → 
devem ser continuadas 
- Diuréticos → descontinuados no dia de cirurgia (risco de 
hipovolemia, hipotensão) 
- IECA e BRA → Não há consenso, mas geralmente são 
mantidos até 24h antes da cirurgia (risco de mortalidade 
e hipotensão). 
Para doenças respiratórias e glicocorticoidees: 
B-agonista, leucotrieno e glicocorticoide → continuados 
Glicocorticoides de uso prolongado → dose de reposição 
para procedimentos maiores. Se o paciente estiver em 
risco aumentado de crise adrenal devido à supressão do 
eixo hipotálamo-hipófise-adrenal ou à natureza de uma 
próxima cirurgia, a reposição de glicocorticoide é 
razoável. 
 
Agentes antiplaquetários e antitrombóticos 
Aspirina→ uso continuo ou suspensão por 7-10 dias em 
casos especiais (neurocirurgia, procedimentos 
oftalmológicos etc). Suspensão de 1 ano caso tenha tido 
IAM. 
Anticoagulantes (clopidogrel, prasugrel, ticagrelor): 
suspensão 5-7d com retorno 24h pós-operatório. 
 
Agentes antidiabéticos 
• Antidiabéticos orais: suspensão no dia da 
cirurgia 
• Insulina de longa ação e NPH: Retirar 75% da 
dose no dia anterior e 50% da dose no dia da 
cirurgia. 
• Insulina de longa e curta duração misturadas: 
retirar 75-100% da dose. Na manhã, se glicemia 
de jejum > 200mg/dl deve-se retirar metade da 
dose, se menor ou igual a 200 deve-se suspender. 
• Insulina de curta duração: suspensão na manhã 
da cirurgia. 
Medicação pré-anestésica 
Redução da ansiedade, sedação, amnésia, analgesia, 
redução das secreções das vias aéreas, prevenção de 
respostas a reflexos autonômicos, redução do volume do 
conteúdo gástrico e aumento do seu pH, efeito 
antiemético, redução das necessidades de anestésicos, 
facilitação de indução suave da anestesia. 
Benzodiazepínicos: sedativos/hipnóticosque produzem 
pouca depressão ventilatória e do sistema cardiovascular. 
Podem ser usados ara reduzir os efeitos psicodislépticos 
da cetamina. Midazolam 0,2-0,5mg/kg a depender da via 
de administração. 
Cetamina: produz sedação intensa, de ação rápida, 
aumento das secreções salivares e respiratórias, 
hipertensão arterial, intraocular e intracraniana, 
taquicardia e alucinações. 2-6mg/kg a depender da via de 
administração 
Alfa 2-agonistas: tem ações sedativa, ansiolítica, 
analgésica. Reduz pressão intraocular, as variações da 
pressão arterial durante a anestesia e o consumo de 
anestésicos. Clonidina 2,5-5microg/kg 20-90 min antes da 
cirurgia. Dexmedetodmina 1,2-5 microg/kg IM 60 min 
antes. 
Podem ser usados também: Estimulantes 
gastrointestinais, Bloqueadores de secreção ácida 
gástrica, Antiacidos, Antieméticos. Anticolinérgicos → 
não usados 
Grupos de risco para broncoaspiração: doença do refluxo 
gastroesofágico, dismotilidade esofágica, dificuldade em 
engolir, diabetes, esvaziamento gástrico retardado, 
quadro obstrutivo causando estase esofágica. 
Antibioticoprofilaxia → diminui a probabilidade de 
desenvolvimento de infecção no sitio cirúrgico no pós-
operatório. Quando maior o grau de contaminação do 
procedimento, maior o risco dessa complicação. Deve-se 
classificar a cirurgia quanto ao seu grau de contaminação: 
 
Pacientes sujeitos a risco de infecção do sitio cirúrgico ou 
aqueles de baixo risco com alta morbidez e mortalidade 
em caso de infecção, se beneficiam do uso profilático de 
antibióticos. 
Cirurgia classe I → geralmente não indicado 
antibioticoprofilaxia, exceto se usado material sintético 
(como em cirurgias ortopédicas), cirurgias que envolvem 
incisão de osso, ou se a infecção do sitio cirúrgico, caso 
aconteça, representará uma catástrofe (cirurgia cardíaca, 
neurocirurgia, cirurgia vascular de grandes vasos). Nas 
cirurgias classe I, os principais agentes etiológicos da 
infecção são germes de pele, principalmente 
Staphylococcus aureus, seguido de Staphylococcus 
coagulase negativo (S. epidermidis, principalmente). As 
cefalosporinas de primeira geração, com destaque para a 
cefazolina, são habitualmente as medicações utilizadas. 
Cirurgias classe II e classe III → procedimentos 
gastroduodenais e hepatobiliares a cefazolina também é 
recomendada. Nas intervenções em íleo terminal, cólon e 
reto existe a necessidade de cobertura antimicrobiana 
para germes Gram-negativos (E.coli e outras entero-
bactérias) e anaeróbicos. Nesse caso, pode ser prescrita a 
cefoxitina. As associações de fluoroquinolona (ou 
aminoglicosídeo) e metronidazol, cefazolina e 
metronidazol ou o uso de ampicilina--sulbactam também 
podem ser recomendadas. 
A primeira dose de antibiótico é administrada em 30min 
a 1 hora antes da incisão, geralmente na indução 
anestésica. A segunda dose é administrada em um 
intervalo igual a 2x a meia vida da droga em questão. Se a 
cirurgia é abdominal, a segunda dose é infundida 3h após 
a primeira. Ao término da cirurgia, a antibioticoproxfilaxia 
pode ser interrompida. Cirurgias cardíacas, neurológicas, 
ortopédicas, torácicas, vasculares, de cabeça e pescoço, e 
potencialmente contaminadas, necessitam de profilaxia 
estendida por até 24h. 
Cirurgias classe IV → Terapia antibiótica (e não 
profilaxia). A prescrição antimicrobiana vai muito além do 
período perioperatório. 
Casos especiais (medcurso) 
Paciente com doença isquêmica do miocárdio 
✓ Muitos não precisam de avaliação pré-operatória 
detalhada de sua anatomia coronariana atual e 
função miocárdica antes de cirurgias não 
cardíacas. Nesses casos, um bom tratamento 
clinico anti-isquêmico é o suficiente para reduzir 
complicações perioperatórias. 
✓ Considerar os escores de risco do paciente para a 
cirurgia (como IRCR), capacidade funcional do 
paciente (MET) e risco intrínseco da cirurgia. 
Deve-se solicitar testes provocativos de isquemia 
miocárdica para estratificar a DAC: cintilografia 
miocárdica sob estresse físico ou farmacológico e 
ecocardiograma sob estresse farmacológico. 
Menos utilizado, ainda se tem o teste 
ergométrico em esteira (apesar de menor 
sensibilidade e especificidade na avaliação de 
isquemia miocárdica). 
✓ O estresse anestésico-cirúrgico de qualquer 
procedimento pode aumentar a taxa metabólica 
do organismo, semelhante a um exercício físico. 
✓ O risco cardíaco perioperatório é aumentado nos 
doentes que não conseguem alcançar 4 METs 
durante sua atividade física diária. 
 
As diretrizes da ESC/ESA (2014 European Society 
of Cardiology/European Society of Anaesthesia) e 
da AHA/ACC sugerem fazer um teste de esforço 
cardíaco preoperatório caso sejam atendidos 
todos os critérios abaixo: • Cirurgia eletiva. • 
Capacidade functional reduzida por angina ou 
dispneia (CF< 4 METs, ou capacidade 
desconhecida). • Alto risco perioperatório de 
eventos coronários adversos significantes (RCRI > 
2). • O teste afetará a tomada de decisão sobre 
os cuidados perioperatórios. 
Paciente com Diabetes Mellitus 
✓ Valores descontrolados de glicemia causam 
aumento expressivo na morbimortalidade 
cirúrgica. 
Níveis superiores a 250 mg/dl → maior risco de 
deiscência pós-operatória, desidratação, 
cetoacidose e infecção de sitio cirúrgico. 
Níveis de glicose <40 mg/dl → aumento no SNAS, 
com maior probabilidade de arritmias e 
complicações cardíacas. 
✓ A American Diabetes Association recomenda 
valores entre 80-180mg/dl da glicemia (algumas 
referências podem sugerir 110-180mg/dl) no 
período perioperatório. 
✓ Assim que o paciente estiver se alimentando, a 
glicemia durante jejum deve ser <140 mg/dl e 
valores durante o dia <180mg/dl. 
✓ Cirurgias eletivas devem ser sempre marcadas 
para manhã. 
✓ DM 2 em uso de hipoglicemiantes orais ou 
drogas injetáveis não insulina: metformina e 
drogas injetáveis não insulina, não podem ser 
administradas na manhã da cirurgia. 
Clorpropamida → suspensa 48h antes da cirurgia 
Metformina → CI em procedimento que 
aumenta o risco de hipoperfusão renal (devido 
ao risco de acúmulo da droga e desenvolvimento 
de acidose láctica) 
Cirurgias prolongadas podem requerer insulina 
de curta ação (insulina regular) para controle 
eventual de hiperglicemia. Escalas de dose de 
insulina regular de acordo com a glicemia são 
amplamente empregadas. 
Assim que o paciente reiniciar a alimentação no 
período pós-operatório, as drogas habitualmente 
empregadas devem ser reiniciadas. Metformina 
só deverá ser reiniciada caso a função renal no 
pós-operatório se encontre normal. 
✓ DM 2 insulinodependente: 
Pacientes que utilizam NPH (insulina de ação 
intermediária) → a dose da noite, na véspera da 
cirurgia, deve ser 2/3 da habitual e, na manhã da 
cirurgia, metade da dose utilizada. Pode manejar 
como se fosse insulina de longa duração. 
Insulina de longa duração (glargina) → dose 
noturna deve ser reduzida de 30-50% 
Insulina de curta duração → suspensão de 
manhã. 
Procedimentos de curta duração → pode ser 
feito uso de insulina regular subcutânea de 
acordo com a glicemia capilar. 
 
 Procedimentos longos ou complexos → infusão 
continua de insulina regular e glicose, com ajuste 
de acordo com a glicemia capilar. 
✓ DM tipo 1: procedimento de curta duração com 
bloqueio regional ou anestesia local → dose de 
glargina ou NPH da manhã deve ser reduzida 30-
50%, sem necessidade de suplementação de 
insulina de curta ação. Procedimentos 
prolongados ou com anestesia geral → infusão 
continua de insulina regular e glicose, com ajuste 
de acordo com a glicemia capilar (realizada de 
hora em hora).

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