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Transtorno Depressivo: Epidemiologia, Fisiopatologia e Tratamento

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1 
Módulo 16 – Problemas mentais e do comportamento PROBLEMA 2 – “Perda de interesse na vida” 
➱ Epidemiologia do transtorno depressivo 
➱ Fisiopatologia do transtorno depressivo 
➱Quadro clínico 
➱ Classificação 
➱ Diagnóstico e critérios diagnósticos 
➱Diagnóstico diferencial 
➱Tratamento 
 
 
(Transtornos de humor) 
Desanimo: ausência de entusiasmo, de vontade, de coragem. 
 
Tristeza: dura horas a dias, animo ocasional, sintomas corporais mínimos, retardo 
psicomotor leve. 
 
Depressão: dura semanas a meses, autoestima comprometida, sensação de 
inutilidade, desempenho de tarefas diárias comprometidas, nunca está animado, 
sintomas corporais graves, retardo psicomotor presente, ideia de suicídio. 
 
- Sintoma: pode surgir nos mais variados quadros clínicos, entre os quais: transtorno 
de estresse pós-traumático, demência, esquizofrenia, alcoolismo, doenças clínicas, 
situações estressantes. 
- Síndrome: alterações do humor (tristeza, irritabilidade, falta da capacidade de sentir 
prazer, apatia), alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas (sono, apetite). 
- Doença: a depressão tem sido classificada de várias formas, transtorno depressivo 
maior, melancolia, distimia, depressão integrante do transtorno bipolar tipos I e II, 
depressão como parte da ciclotimia, etc. 
 
- Anedonia: ausência de prazer em atividades que anteriormente eram prazerosas. 
- Disforia: humor depressivo e irritabilidade. 
- Luto: autoestima preservada, sentimento de vazio, perda, pensamentos do falecido, 
dura alguns dias. 
Depressão 
 
 
Humor deprimido, persistente e incapacitante, dura meses e não está liga a 
pensamentos e preocupações específicas. O humor é a maneira como estão suas 
emoções, seu tom de voz, movimentação, expressão facial. 
 
 
Epidemiologia 
 
 Ocupa o 2º lugar entre as doenças mais incapacitantes que ocorrem durante a vida 
reprodutiva. A idade média de acometimento é entre 20-40 anos de idade. 
 
As taxas são mais elevadas em pacientes separados, divorciados, viúvos ou sem uma 
relação estável. Tem uma relação importante com a hereditariedade. 
 
As mulheres são mais acometidas (questões hormonais, parto, estressores 
psicossociais). Indivíduos de áreas rurais são mais acometidos. 
 
 Além de um curso recorrente, 50% de risco de novos episódios após o primeiro, 70-
80% após o segundo. Sendo o suicídio a consequência mais grave. A época comum 
do aparecimento é o final da 3ª década da vida, mas pode começar em qualquer 
idade. Estudos mostram prevalência ao longo da vida em até 20% nas mulheres 
e 12% para os homens. 
 
 No Brasil, 5,8% da população sofre com esse problema, que afeta um total de 11,5 
milhões de brasileiros. Segundo os dados da OMS, o Brasil é o país com maior 
prevalência de depressão da América Latina e o segundo com maior prevalência nas 
Américas, ficando atrás somente dos Estados Unidos, que têm 5,9% de depressivos. 
 
 De acordo com estudo epidemiológico a prevalência de depressão ao longo da vida 
no Brasil está em torno de 15,5%. De acordo com a OMS, a depressão situa-se em 4º 
lugar entre as principais causas de ônus, respondendo por 4,4% dos ônus acarretados 
por todas as doenças durante a vida. Ocupa 1º lugar quando considerado o tempo 
vivido com incapacitação ao longo da vida (11,9%). 
 
 
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Módulo 16 – Problemas mentais e do comportamento PROBLEMA 2 – “Perda de interesse na vida” 
Fisiopatologia 
 
⬤ Neurotransmissores: 
- Norepinefrina: a ativação dos receptores Beta 2 pré-sinápticos quando ativados 
resultam na diminuição de norepinefrina liberada, além de controlarem a liberação de 
serotonina. 
- Serotonina: a diminuição pode provocar a depressão, pacientes com impulsos suicidas 
tem concentrações baixas de metabólitos de serotonina no líquido cerebrospinal e 
concentrações baixas de zonas de captação de serotonina nas plaquetas. 
- Dopamina: reduzida na depressão e aumentada na mania. 
 
⬤ Anatomia: 
 O córtex pré-frontal é considerado a estrutura que contém representações de 
objetivos e os caminhos para conquista-los. O lado esquerdo está mais relacionado com 
comportamentos dirigidos e necessidades naturais; já o lado direito comportamentos 
de esquiva e inibição. 
 O córtex cingulado anterior serve como ponto de integração de estímulos emocionais 
e atencionais. 
 O hipocampo, está mais relacionado com as formas de aprendizagem e memória, 
além do condicionamento do medo e regulação inibitória do eixo hipotálamo-hipófise-
supra renal. 
 A amígdala, processa novos estímulos de significado emocional e para a coordenação 
e organização de respostas corticais. 
 
⬤ Psicossociais: 
 Perda de um dos genitores, desemprego, divórcio, dificuldades adaptativas, traumas 
físicos e psíquicos, desamparo social e familiar 
 
 
Quadro clínico 
 
- Humor deprimido ou irritável na maior parte do tempo 
- Sentimentos de tristeza persistente ou crises de choro fácil 
- Diminuição do interesse e do prazer por atividades habitualmente interessantes ou 
prazerosas 
- Perda ou ganho considerável de peso devido a alterações do apetite em um curto 
período de tempo 
- Insônia ou sonolência excessiva na maior parte do tempo 
- Fadiga ou grande perda de energia em grande parte do tempo 
- Sentimentos de culpa injustificados ou menos-valia (baixa autoestima, inferioridade) 
- Diminuição da atenção e capacidade de raciocínio ou tomada de decisões 
- Pensamentos recorrentes de conteúdo mórbido (morte, ideação ou planos suicidas, 
podendo evoluir a tentativas de suicídio). 
 
 
• Sintomas afetivos: tristeza, melancolia, choro fácil e/ou frequente, apatia 
(indiferença afetiva), incapacidade de sentir prazer, tédio e aborrecimento crônico, 
irritabilidade aumentada, angústia ou ansiedade, desespero. 
• Alterações físicas: fadiga, cansaço fácil e constante, distúrbios do sono (insônia 
terminal ou hipersonia), perda ou aumento do apetite/peso, constipação, 
indigestão, distúrbios sexuais (diminuição da libido, disfunção erétil), palidez; 
alterações na menstruação, cefaleia. 
• Distúrbios do pensamento: ideação negativa, pessimismo, ideias de 
arrependimento e culpa, ideias de abandono e autopunição, ideias de morte, 
desejo de desaparecer; ideação, planos ou tentativas suicidas. Sentimento de baixa 
autoestima e desvalia, sentimento de vergonha, autodepreciação e autoacusação. 
• Alterações da psicomotricidade: lentificação psicomotora, diminuição do discurso, 
redução do tom de voz, fala lentificada; mutismo, negativismo ausência de planos 
e perspectivas. 
• Alterações cognitivas: dificuldade de concentração e esquecimentos, dificuldade 
para tomar decisões, pseudodemência depressiva. 
• Sintomas psicóticos: ideias delirantes de conteúdo negativo, delírios de ruína ou 
misériaalucinações, geralmente auditivas, com conteúdo depressivos, outros 
sintomas psicóticos incongruentes com ohumor. 
 
 Altera a maneira como o indivíduo vê o mundo e sente a realidade, entende as coisas 
manifesta as emoções, agitação, ou retardo psicomotor, diminuição da energia, 
cansaço e fadiga (mesmo em tarefas leves). Além de alterações na alimentação, sono 
(diminuição ou aumento) e a percepção de si mesmo e do mundo. 
 
 O paciente é capaz de diferenciar com clareza o humor característico do episódio 
depressivo de sentimentos de tristeza e frustração corriqueiros. Geralmente tem 
aparência desleixada, hostil, isolada, impaciente. 
 
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Módulo 16 – Problemas mentais e do comportamento PROBLEMA 2 – “Perda de interesse na vida” 
 Afeta a capacidade de realizar tarefas que demandam esforço cognitivo 
(concentração, memorização, raciocínio, tomada de decisões), favorecendo o declínio 
da capacidade intelectual, a pessoa se sente sobrecarregada, indecisa, tende a adiar 
tudo; este quadro é indicativo de maior gravidade. 
 
 Em adolescentes e crianças, pode ser acompanhada de retraimento social, crise de 
raiva e mau desempenho escolar, fuga de casa, abuso de drogas, comportamento 
antissocial. Em idosos, tendência de isolamento, diminui a interação com familiares, 
sensação de peso, dores corporais. Os homens tem maior dificuldade de admitir que 
não estão bem se tornam mais calados, mal humorados, irritadiços. 
 
Classificação 
 
• Típica 
Sintomas intensos, com anedonia e/ou humor polarizado e 4 ou mais dos sintomas 
abaixo por no mínimo 2 meses. 
- Hiperfagia ou perda de apetite 
- Insonia ou hipersonia 
- Agitação ou lentificação psicomotora 
- Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva 
- Capacidade diminuída de concentração 
- Pensamentos de morte 
 
• Atípica 
 Sintomas físicos (acomete qualquer sistema – palpitação, sudorese, formigamento, 
tontura, taquicardia) e/ou sintomas psíquicos (ansiedade, fobia, pânico). 
 
 O indivíduo deve apresentar dois ou mais dos seguintes sintomas: ganho de peso ou 
aumento do apetite; aumento do sono; sensação de corpo, braços ou pernas muito 
pesados (paralisia de chumbo); sensibilidade exacerbada a rejeição de outras pessoas. 
 
• Transtorno depressivo maior 
 Episódios depressivos podem ocorrer de forma primária (inicio isolado, sem 
associação com outra condição de saúde física ou mental). Pode ser chamado também 
de depressão unipolar, ou episódio depressivo. Sintomas como humor deprimido, 
anedonia, fatigabilidade, diminuição da concentração e autoestima, ideias de culpa, 
inutilidade, por pelo menos 2 semanas. 
• Depressão bipolar 
 Quadro grave de elevação do humor, caracterizado por aceleração psíquica, 
desinibição, ideias anormalmente grandiosas, comportamento de risco e 
desorganização comportamental. 
 
• Depressão psicótica 
 Alterações graves no comportamento, pensamento, juízo crítico e sensopercepção, 
sendo um indicativo de gravidade. 
 
• Depressão ansiosa 
Episódio depressivo associado a importantes sintomas ansiosos, como angústia 
intensa, antecipação, insônia inicial, inquietação, tremores, taquicardia, sudorese, 
dificuldade em relaxar. 
 
• Depressão secundária ou orgânica 
 Decorrente de doenças clínicas e quadros orgânicos, anemias, carências nutricionais 
crônicas, disfunções hormonais, infecções, lesões SNC. 
 
• Maníaca 
 - Aumento da autoestima: o paciente sente-se superior, melhor, mais potente. Intensa 
satisfação pessoal e bem-estar exagerado. 
- Elação: sentimento de expansão e engrandecimento do eu. 
- Sintomas vegetativos: aumento da libido, perda de peso, anorexia e insônia, 
geralmente associada à sensação de diminuição da necessidade de sono. 
- Logorreia: produção verbal rápida, fluente e persistente; 
-Pressão para falar: necessidade de falar ininterruptamente. 
 -Distraibilidade: a atenção voluntária está reduzida e a espontânea apresenta-se 
aumentada; 
-Irritabilidade e arrogância; 
-Agitação psicomotora e heteroagressividade; 
 -Desinibição social e sexual, levando o paciente a comportamentos inadequados; 
 -Hipersensualidade e promiscuidade; 
-Tendência exagerada a gastos excessivos, descontrole dos impulsos; 
-Delírios de grandeza ou de poder, que podem estar associados a alucinações auditivas. 
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Módulo 16 – Problemas mentais e do comportamento PROBLEMA 2 – “Perda de interesse na vida” 
• Depressão endógena ou melancólica 
considerada como “vindo de dentro da pessoa” – “consciência infeliz”, mais 
independente de fatores psicogênicos desencadeantes. Os sintomas típicos são: 
anedonia, culpa excessiva, piora pela manhã, insônia terminal e lentificação 
psicomotora. 
 
• Depressão sazonal 
 depressão que ocorre durante o menor período de luz diurna, no inverno e outono, e 
desaparece durante a primavera e verão. 
 
• Depressão pós-parto 
início dentro de quatro semanas após o parto. Os sintomas variam de insônia 
acentuada, instabilidade e fadiga ao suicídio. Crenças delirantes e homicidas podem 
ocorrer com relação ao bebê. Com maior frequência, ocorre em mulheres com 
transtornos de humor ou outros transtornos psiquiátricos subjacentes ou 
preexistentes. Pode ser uma emergência psiquiátrica com risco para a mãe e o 
bebê. O mesmo aplica- -se a um episódio maníaco ou a um transtorno psicótico breve. 
 
• Transtorno bipolar 
 Transtorno bipolar tipo I: episódios depressivos leves a graves, intercalados com fases 
de normalidade e fases maníacas bem caracterizadas. - Transtorno bipolar tipo II: 
episódios depressivos leves a graves, intercalados com períodos de normalidade e 
seguidos de fases hipomaníacas. O paciente não apresenta episódios maníacos. - 
Transtorno bipolar de ciclagem rápida: episódios maníacos e depressivos alternados, 
separados por intervalos de 48-72 horas. 
 
• Transtorno com aspectos catatônicos 
Sintomas característicos: estupor, negativismo, reclusão extrema, retardo psicomotor 
acentuado. 
 
Critérios diagnósticos 
 
A. Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de 
duas semanas e representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior; pelo menos 
um dos sintomas é (1) humor deprimidoou (2) perda de interesse ou prazer. 
Nota: Não incluir sintomas nitidamente devidos a outra condição médica. 
1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme indicado por relato 
subjetivo (p. ex., sente-se triste, vazio, sem esperança) ou por observação feita por outras 
pessoas (p. ex., parece choroso). (Nota: Em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável.) 
2. Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior 
parte do dia, quase todos os dias (indicada por relato subjetivo ou observação feita por outras 
pessoas). 
3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta (p. ex., uma alteração de mais 
de 5% do peso corporal em um mês), ou redução ou aumento do apetite quase todos os dias. 
(Nota: Em crianças, considerar o insucesso em obter o ganho de peso esperado.) 
4. Insônia ou hipersonia quase todos os dias. 
5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis por outras pessoas, não 
meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento). 
6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias. 
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que podem ser delirantes) 
quase todos os dias (não meramente autorrecriminação ou culpa por estar doente). 
8. Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão, quase todos os dias (por 
relato subjetivo ou observação feita por outras pessoas). 
9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida 
recorrente sem um plano específico, uma tentativa de suicídio ou plano específico para cometer 
suicídio. 
 
B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento 
social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
 
C. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição 
médica. 
Nota: Os Critérios A-C representam um episódio depressivo maior. 
Nota: Respostas a uma perda significativa (p. ex., luto, ruína financeira, perdas por um desastre 
natural, uma doença médica grave ou incapacidade) podem incluir os sentimentos de tristeza 
intensos, ruminação acerca da perda, insônia, falta de apetite e perda de peso observados no 
Critério A, que podem se assemelhar a um episódio depressivo. Embora tais sintomas possam 
ser entendidos ou considerados apropriados à perda, a presença de um episódio depressivo 
maior, além da resposta normal a uma perda significativa, também deve ser cuidadosamente 
considerada. Essa decisão requer inevitavelmente o exercício do julgamento clínico baseado na 
história do indivíduo e nas normas culturais para a expressão de sofrimento no contexto de uma 
perda.* 
 
D. A ocorrência do episódio depressivo maior não é mais bem explicada por transtorno 
esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante, outro 
transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno 
da esquizofrenia e outro transtorno psicótico não especificado. 
 
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Módulo 16 – Problemas mentais e do comportamento PROBLEMA 2 – “Perda de interesse na vida” 
E. Nunca houve um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco. Nota: Essa exclusão não se 
aplica se todos os episódios do tipo maníaco ou do tipo hipomaníaco são induzidos por 
substância ou são atribuíveis aos efeitos psicológicos de outra condição médica. 
 
 
Diagnóstico 
 
ANAMNESE: 
 Na maioria das vezes, os pacientes buscam ajuda com queixa de insônia, falta de 
concentração, dores generalizadas, ou solicitando “vitaminas” devido a fraqueza. Deve 
ser investigada a história pregressa, pessoal e familiar, revisão de sistemas. 
 Verificar se o paciente fez uso: ácido nalidíxico, álcool (intoxicação/abstinência), 
anfetamínicos, anti-hipertensivos, anti-inflamatórios, antipsicóticos, cocaína. 
 Perguntar a respeito de patologias como: 
Doença cerebrovascular, tumores frontais, Parkinson, Alzheimer, esclerose múltipla, 
hemorragia subaracnoide, HIV, hepatites. 
 
EXAME FÍSICO: 
 Pacientes estão encurvados, franzimento da pálpebra superior, alterações peso, 
volume da tireóide, alteração na coloração, textura e temperatura da pele. 
 
EXAMES LABORATORIAIS: 
 Avaliar anemia, deficiência de B12, folato, TSH, T3 e T4. 
 
➢ Ao registrar o nome de um diagnóstico, os termos devem ser listados na ordem 
a seguir: transtorno depressivo maior, episódio único ou recorrente, 
especificadores de gravidade/psicótico/remissão. 
 
 
Transtorno depressivo maior, episódio único: 
A depressão pode ser um episódio único ou recorrente, esta classificação é importante, 
porque nos primeiros episódios o transtorno depressivo tem um curso incerto. 
 
Transtorno depressivo maior, recorrente: 
As duas variáveis que devem ser consideradas nos episódios recorrentes são: o grau de 
resolução dos sintomas e a duração da resolução. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico diferencial 
 
 
 Os transtornos do humor podem ser causados por uma variedade de condições 
médicas, como medicamentos, alterações metabólicas, infecções, neoplasias, doenças 
endócrinas, cardiovasculares, autoimunes, neurológicas, entre outros. Por esse motivo, 
para o diagnóstico dos transtornos do humor, é necessário excluir tais condições. 
 Alguns medicamentos que podem causar depressão: 
-Anti-hipertensivos: diuréticos, hidralazina, α-metildopa, clonidina; 
-Betabloqueadores; 
-Drogas tuberculostáticas: isoniazida e etionamida; 
-Metronidazol; 
 -Corticoides; 
-Antiparkinsonianos: levodopa, carbidopa, amantadina, bromocriptina; 
-Anticonvulsivantes: carbamazepina e fenitoína; 
 -Benzodiazepínicos; 
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Módulo 16 – Problemas mentais e do comportamento PROBLEMA 2 – “Perda de interesse na vida” 
-Opiáceos; -Antipsicóticos; -Inibidores da colinesterase; 
-Ranitidina, cimetidina; 
 -Metoclopramida; 
-Contraceptivos orais; 
-Anti-inflamatórios não esteroides; 
 -Hormônios tireoidianos; 
-Álcool (abstinência); 
-Cocaína (abstinência). 
 
Condições médicas que podem causar depressão: 
 -Endocrinopatias: hiper e hipotireoidismo, diabetes mellitus, hiper e hipoadrenalismo, 
hiper e hipoparatireoidismo e hipopituitarismo; 
-Doenças cardiovasculares: IAM, ICC e miocardiopatias; 
-Doenças autoimunes: LES, artrite reumatoide, poliarterite nodosa e sarcoidose; 
 -Infecções: HIV, encefalite, sífilis, pneumonias; 
 -Neoplasias: sistema nervoso central, pâncreas, pulmão, gastrointestinal e renal; 
-Doenças neurológicas: doença de Parkinson, demências, hidrocefalia de pressão 
normal,AVC, hemorragia subaracnoide, esclerose múltipla,epilepsia, trauma; 
-Deficiências vitamínicas: berebéri (B1), pelagra (ac. nicotínico), anemia perniciosa 
(B12); 
 -Outros: alcoolismo, anormalidades eletrolíticas, envenenamento por metais pesados, 
hemodiálise. 
 
 
Tratamento 
 
 A escolha do antidepressivo é baseada nos seguintes fatores: quadro clínico 
(predomínio e intensidade dos sintomas), condição do paciente que contraindiquem o 
uso, efeitos colaterais (sedação, hipotensão, ganho de peso, cardiotoxidade), doenças 
físicas, características do fármaco (farmacocinética, interações) e custo do tratamento. 
 
Inibidores seletivos da recaptação de serotonina – ISRS: 
Primeira linha para o tratamento, tem perfil farmacodinâmico mais específico, 
resultando em menos abandono do tratamento por efeitos colaterais. Tem janela 
terapêutica ampla, meia-vida plasmática de 15-36 horas (exceto fluoxetina 7-15 dias). 
 Os efeitos adversos comuns são leves: náuseas, fezes amolecidas, insônia, cefaleia, 
ganho de peso e disfunção sexual. Além de ansiedade, inquietude, sensação de cabeça 
vazia, tremores. Isso ocorre devido a hiperestimulação da substancia negra levando a 
redução da liberação de dopamina no núcleo estriado. 
 
Inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina – IRSN: 
Inibem a recaptação da serotonina e noradrenalina, tem potencial antidepressivo 
maior que os ISRS e equivalente aos ADT, porém com menos efeitos colaterais. Meia-
vida de 15-21 horas (duloxetina 10-15 hrs), poucos efeitos colaterais (náusea, insônia, 
disfunção sexual, aumento PA). 
 
Antidepressivos tricíclicos: 
 Aumentam a disponibilidade de catecolaminas nas sinapses, atuam em diversos 
sistemas de neurotransmissores e interagem com varias drogas sedativas, anti-
histaminícas e anti-colinérgicas. Apresentam cardiotoxicidade, levando a aumento da 
frequência cardíaca, achatamento da onda T, prolongamento do intervalo PR e 
aumento do complexo QRS. Contraindicados: infarto agudo do miocárdio, arritmias, 
insuficiência hepática e gestação. 
 
Inibidores da monoaminoxidase – IMAO: 
 Pouco utilizados em pacientes com comorbidades devido a hipotensão postural e a 
possibilidade de interação medicamentosa. 
 
Outros antidepressivos: 
 Mirtazapina: pacientes deprimidos mais agitados, ansiosos, com insônia e 
inapetência. Menos efeitos gastrintestinais e auxilia na redução da náusea e aumento 
do apetite. Antagonista misto de serotonina e noradrenalina e exerce sua ação pelo 
bloqueio específico de receptores pré-sinápticos, aumentando a liberação de 
noradrenalina. 
 Bupropiona: uso em letargia, fadiga e retardo psicomotor evidente. Efeito primário 
dopaminérgico e depois noradrenérgico. 
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Módulo 16 – Problemas mentais e do comportamento PROBLEMA 2 – “Perda de interesse na vida”

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