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1 Módulo 16 – Problemas mentais e do comportamento PROBLEMA 2 – “Perda de interesse na vida” ➱ Epidemiologia do transtorno depressivo ➱ Fisiopatologia do transtorno depressivo ➱Quadro clínico ➱ Classificação ➱ Diagnóstico e critérios diagnósticos ➱Diagnóstico diferencial ➱Tratamento (Transtornos de humor) Desanimo: ausência de entusiasmo, de vontade, de coragem. Tristeza: dura horas a dias, animo ocasional, sintomas corporais mínimos, retardo psicomotor leve. Depressão: dura semanas a meses, autoestima comprometida, sensação de inutilidade, desempenho de tarefas diárias comprometidas, nunca está animado, sintomas corporais graves, retardo psicomotor presente, ideia de suicídio. - Sintoma: pode surgir nos mais variados quadros clínicos, entre os quais: transtorno de estresse pós-traumático, demência, esquizofrenia, alcoolismo, doenças clínicas, situações estressantes. - Síndrome: alterações do humor (tristeza, irritabilidade, falta da capacidade de sentir prazer, apatia), alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas (sono, apetite). - Doença: a depressão tem sido classificada de várias formas, transtorno depressivo maior, melancolia, distimia, depressão integrante do transtorno bipolar tipos I e II, depressão como parte da ciclotimia, etc. - Anedonia: ausência de prazer em atividades que anteriormente eram prazerosas. - Disforia: humor depressivo e irritabilidade. - Luto: autoestima preservada, sentimento de vazio, perda, pensamentos do falecido, dura alguns dias. Depressão Humor deprimido, persistente e incapacitante, dura meses e não está liga a pensamentos e preocupações específicas. O humor é a maneira como estão suas emoções, seu tom de voz, movimentação, expressão facial. Epidemiologia Ocupa o 2º lugar entre as doenças mais incapacitantes que ocorrem durante a vida reprodutiva. A idade média de acometimento é entre 20-40 anos de idade. As taxas são mais elevadas em pacientes separados, divorciados, viúvos ou sem uma relação estável. Tem uma relação importante com a hereditariedade. As mulheres são mais acometidas (questões hormonais, parto, estressores psicossociais). Indivíduos de áreas rurais são mais acometidos. Além de um curso recorrente, 50% de risco de novos episódios após o primeiro, 70- 80% após o segundo. Sendo o suicídio a consequência mais grave. A época comum do aparecimento é o final da 3ª década da vida, mas pode começar em qualquer idade. Estudos mostram prevalência ao longo da vida em até 20% nas mulheres e 12% para os homens. No Brasil, 5,8% da população sofre com esse problema, que afeta um total de 11,5 milhões de brasileiros. Segundo os dados da OMS, o Brasil é o país com maior prevalência de depressão da América Latina e o segundo com maior prevalência nas Américas, ficando atrás somente dos Estados Unidos, que têm 5,9% de depressivos. De acordo com estudo epidemiológico a prevalência de depressão ao longo da vida no Brasil está em torno de 15,5%. De acordo com a OMS, a depressão situa-se em 4º lugar entre as principais causas de ônus, respondendo por 4,4% dos ônus acarretados por todas as doenças durante a vida. Ocupa 1º lugar quando considerado o tempo vivido com incapacitação ao longo da vida (11,9%). Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce 2 Módulo 16 – Problemas mentais e do comportamento PROBLEMA 2 – “Perda de interesse na vida” Fisiopatologia ⬤ Neurotransmissores: - Norepinefrina: a ativação dos receptores Beta 2 pré-sinápticos quando ativados resultam na diminuição de norepinefrina liberada, além de controlarem a liberação de serotonina. - Serotonina: a diminuição pode provocar a depressão, pacientes com impulsos suicidas tem concentrações baixas de metabólitos de serotonina no líquido cerebrospinal e concentrações baixas de zonas de captação de serotonina nas plaquetas. - Dopamina: reduzida na depressão e aumentada na mania. ⬤ Anatomia: O córtex pré-frontal é considerado a estrutura que contém representações de objetivos e os caminhos para conquista-los. O lado esquerdo está mais relacionado com comportamentos dirigidos e necessidades naturais; já o lado direito comportamentos de esquiva e inibição. O córtex cingulado anterior serve como ponto de integração de estímulos emocionais e atencionais. O hipocampo, está mais relacionado com as formas de aprendizagem e memória, além do condicionamento do medo e regulação inibitória do eixo hipotálamo-hipófise- supra renal. A amígdala, processa novos estímulos de significado emocional e para a coordenação e organização de respostas corticais. ⬤ Psicossociais: Perda de um dos genitores, desemprego, divórcio, dificuldades adaptativas, traumas físicos e psíquicos, desamparo social e familiar Quadro clínico - Humor deprimido ou irritável na maior parte do tempo - Sentimentos de tristeza persistente ou crises de choro fácil - Diminuição do interesse e do prazer por atividades habitualmente interessantes ou prazerosas - Perda ou ganho considerável de peso devido a alterações do apetite em um curto período de tempo - Insônia ou sonolência excessiva na maior parte do tempo - Fadiga ou grande perda de energia em grande parte do tempo - Sentimentos de culpa injustificados ou menos-valia (baixa autoestima, inferioridade) - Diminuição da atenção e capacidade de raciocínio ou tomada de decisões - Pensamentos recorrentes de conteúdo mórbido (morte, ideação ou planos suicidas, podendo evoluir a tentativas de suicídio). • Sintomas afetivos: tristeza, melancolia, choro fácil e/ou frequente, apatia (indiferença afetiva), incapacidade de sentir prazer, tédio e aborrecimento crônico, irritabilidade aumentada, angústia ou ansiedade, desespero. • Alterações físicas: fadiga, cansaço fácil e constante, distúrbios do sono (insônia terminal ou hipersonia), perda ou aumento do apetite/peso, constipação, indigestão, distúrbios sexuais (diminuição da libido, disfunção erétil), palidez; alterações na menstruação, cefaleia. • Distúrbios do pensamento: ideação negativa, pessimismo, ideias de arrependimento e culpa, ideias de abandono e autopunição, ideias de morte, desejo de desaparecer; ideação, planos ou tentativas suicidas. Sentimento de baixa autoestima e desvalia, sentimento de vergonha, autodepreciação e autoacusação. • Alterações da psicomotricidade: lentificação psicomotora, diminuição do discurso, redução do tom de voz, fala lentificada; mutismo, negativismo ausência de planos e perspectivas. • Alterações cognitivas: dificuldade de concentração e esquecimentos, dificuldade para tomar decisões, pseudodemência depressiva. • Sintomas psicóticos: ideias delirantes de conteúdo negativo, delírios de ruína ou misériaalucinações, geralmente auditivas, com conteúdo depressivos, outros sintomas psicóticos incongruentes com ohumor. Altera a maneira como o indivíduo vê o mundo e sente a realidade, entende as coisas manifesta as emoções, agitação, ou retardo psicomotor, diminuição da energia, cansaço e fadiga (mesmo em tarefas leves). Além de alterações na alimentação, sono (diminuição ou aumento) e a percepção de si mesmo e do mundo. O paciente é capaz de diferenciar com clareza o humor característico do episódio depressivo de sentimentos de tristeza e frustração corriqueiros. Geralmente tem aparência desleixada, hostil, isolada, impaciente. Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce 3 Módulo 16 – Problemas mentais e do comportamento PROBLEMA 2 – “Perda de interesse na vida” Afeta a capacidade de realizar tarefas que demandam esforço cognitivo (concentração, memorização, raciocínio, tomada de decisões), favorecendo o declínio da capacidade intelectual, a pessoa se sente sobrecarregada, indecisa, tende a adiar tudo; este quadro é indicativo de maior gravidade. Em adolescentes e crianças, pode ser acompanhada de retraimento social, crise de raiva e mau desempenho escolar, fuga de casa, abuso de drogas, comportamento antissocial. Em idosos, tendência de isolamento, diminui a interação com familiares, sensação de peso, dores corporais. Os homens tem maior dificuldade de admitir que não estão bem se tornam mais calados, mal humorados, irritadiços. Classificação • Típica Sintomas intensos, com anedonia e/ou humor polarizado e 4 ou mais dos sintomas abaixo por no mínimo 2 meses. - Hiperfagia ou perda de apetite - Insonia ou hipersonia - Agitação ou lentificação psicomotora - Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva - Capacidade diminuída de concentração - Pensamentos de morte • Atípica Sintomas físicos (acomete qualquer sistema – palpitação, sudorese, formigamento, tontura, taquicardia) e/ou sintomas psíquicos (ansiedade, fobia, pânico). O indivíduo deve apresentar dois ou mais dos seguintes sintomas: ganho de peso ou aumento do apetite; aumento do sono; sensação de corpo, braços ou pernas muito pesados (paralisia de chumbo); sensibilidade exacerbada a rejeição de outras pessoas. • Transtorno depressivo maior Episódios depressivos podem ocorrer de forma primária (inicio isolado, sem associação com outra condição de saúde física ou mental). Pode ser chamado também de depressão unipolar, ou episódio depressivo. Sintomas como humor deprimido, anedonia, fatigabilidade, diminuição da concentração e autoestima, ideias de culpa, inutilidade, por pelo menos 2 semanas. • Depressão bipolar Quadro grave de elevação do humor, caracterizado por aceleração psíquica, desinibição, ideias anormalmente grandiosas, comportamento de risco e desorganização comportamental. • Depressão psicótica Alterações graves no comportamento, pensamento, juízo crítico e sensopercepção, sendo um indicativo de gravidade. • Depressão ansiosa Episódio depressivo associado a importantes sintomas ansiosos, como angústia intensa, antecipação, insônia inicial, inquietação, tremores, taquicardia, sudorese, dificuldade em relaxar. • Depressão secundária ou orgânica Decorrente de doenças clínicas e quadros orgânicos, anemias, carências nutricionais crônicas, disfunções hormonais, infecções, lesões SNC. • Maníaca - Aumento da autoestima: o paciente sente-se superior, melhor, mais potente. Intensa satisfação pessoal e bem-estar exagerado. - Elação: sentimento de expansão e engrandecimento do eu. - Sintomas vegetativos: aumento da libido, perda de peso, anorexia e insônia, geralmente associada à sensação de diminuição da necessidade de sono. - Logorreia: produção verbal rápida, fluente e persistente; -Pressão para falar: necessidade de falar ininterruptamente. -Distraibilidade: a atenção voluntária está reduzida e a espontânea apresenta-se aumentada; -Irritabilidade e arrogância; -Agitação psicomotora e heteroagressividade; -Desinibição social e sexual, levando o paciente a comportamentos inadequados; -Hipersensualidade e promiscuidade; -Tendência exagerada a gastos excessivos, descontrole dos impulsos; -Delírios de grandeza ou de poder, que podem estar associados a alucinações auditivas. Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce 4 Módulo 16 – Problemas mentais e do comportamento PROBLEMA 2 – “Perda de interesse na vida” • Depressão endógena ou melancólica considerada como “vindo de dentro da pessoa” – “consciência infeliz”, mais independente de fatores psicogênicos desencadeantes. Os sintomas típicos são: anedonia, culpa excessiva, piora pela manhã, insônia terminal e lentificação psicomotora. • Depressão sazonal depressão que ocorre durante o menor período de luz diurna, no inverno e outono, e desaparece durante a primavera e verão. • Depressão pós-parto início dentro de quatro semanas após o parto. Os sintomas variam de insônia acentuada, instabilidade e fadiga ao suicídio. Crenças delirantes e homicidas podem ocorrer com relação ao bebê. Com maior frequência, ocorre em mulheres com transtornos de humor ou outros transtornos psiquiátricos subjacentes ou preexistentes. Pode ser uma emergência psiquiátrica com risco para a mãe e o bebê. O mesmo aplica- -se a um episódio maníaco ou a um transtorno psicótico breve. • Transtorno bipolar Transtorno bipolar tipo I: episódios depressivos leves a graves, intercalados com fases de normalidade e fases maníacas bem caracterizadas. - Transtorno bipolar tipo II: episódios depressivos leves a graves, intercalados com períodos de normalidade e seguidos de fases hipomaníacas. O paciente não apresenta episódios maníacos. - Transtorno bipolar de ciclagem rápida: episódios maníacos e depressivos alternados, separados por intervalos de 48-72 horas. • Transtorno com aspectos catatônicos Sintomas característicos: estupor, negativismo, reclusão extrema, retardo psicomotor acentuado. Critérios diagnósticos A. Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de duas semanas e representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é (1) humor deprimidoou (2) perda de interesse ou prazer. Nota: Não incluir sintomas nitidamente devidos a outra condição médica. 1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme indicado por relato subjetivo (p. ex., sente-se triste, vazio, sem esperança) ou por observação feita por outras pessoas (p. ex., parece choroso). (Nota: Em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável.) 2. Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias (indicada por relato subjetivo ou observação feita por outras pessoas). 3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta (p. ex., uma alteração de mais de 5% do peso corporal em um mês), ou redução ou aumento do apetite quase todos os dias. (Nota: Em crianças, considerar o insucesso em obter o ganho de peso esperado.) 4. Insônia ou hipersonia quase todos os dias. 5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis por outras pessoas, não meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento). 6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias. 7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que podem ser delirantes) quase todos os dias (não meramente autorrecriminação ou culpa por estar doente). 8. Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão, quase todos os dias (por relato subjetivo ou observação feita por outras pessoas). 9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico, uma tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio. B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. C. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica. Nota: Os Critérios A-C representam um episódio depressivo maior. Nota: Respostas a uma perda significativa (p. ex., luto, ruína financeira, perdas por um desastre natural, uma doença médica grave ou incapacidade) podem incluir os sentimentos de tristeza intensos, ruminação acerca da perda, insônia, falta de apetite e perda de peso observados no Critério A, que podem se assemelhar a um episódio depressivo. Embora tais sintomas possam ser entendidos ou considerados apropriados à perda, a presença de um episódio depressivo maior, além da resposta normal a uma perda significativa, também deve ser cuidadosamente considerada. Essa decisão requer inevitavelmente o exercício do julgamento clínico baseado na história do indivíduo e nas normas culturais para a expressão de sofrimento no contexto de uma perda.* D. A ocorrência do episódio depressivo maior não é mais bem explicada por transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno da esquizofrenia e outro transtorno psicótico não especificado. Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce 5 Módulo 16 – Problemas mentais e do comportamento PROBLEMA 2 – “Perda de interesse na vida” E. Nunca houve um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco. Nota: Essa exclusão não se aplica se todos os episódios do tipo maníaco ou do tipo hipomaníaco são induzidos por substância ou são atribuíveis aos efeitos psicológicos de outra condição médica. Diagnóstico ANAMNESE: Na maioria das vezes, os pacientes buscam ajuda com queixa de insônia, falta de concentração, dores generalizadas, ou solicitando “vitaminas” devido a fraqueza. Deve ser investigada a história pregressa, pessoal e familiar, revisão de sistemas. Verificar se o paciente fez uso: ácido nalidíxico, álcool (intoxicação/abstinência), anfetamínicos, anti-hipertensivos, anti-inflamatórios, antipsicóticos, cocaína. Perguntar a respeito de patologias como: Doença cerebrovascular, tumores frontais, Parkinson, Alzheimer, esclerose múltipla, hemorragia subaracnoide, HIV, hepatites. EXAME FÍSICO: Pacientes estão encurvados, franzimento da pálpebra superior, alterações peso, volume da tireóide, alteração na coloração, textura e temperatura da pele. EXAMES LABORATORIAIS: Avaliar anemia, deficiência de B12, folato, TSH, T3 e T4. ➢ Ao registrar o nome de um diagnóstico, os termos devem ser listados na ordem a seguir: transtorno depressivo maior, episódio único ou recorrente, especificadores de gravidade/psicótico/remissão. Transtorno depressivo maior, episódio único: A depressão pode ser um episódio único ou recorrente, esta classificação é importante, porque nos primeiros episódios o transtorno depressivo tem um curso incerto. Transtorno depressivo maior, recorrente: As duas variáveis que devem ser consideradas nos episódios recorrentes são: o grau de resolução dos sintomas e a duração da resolução. Diagnóstico diferencial Os transtornos do humor podem ser causados por uma variedade de condições médicas, como medicamentos, alterações metabólicas, infecções, neoplasias, doenças endócrinas, cardiovasculares, autoimunes, neurológicas, entre outros. Por esse motivo, para o diagnóstico dos transtornos do humor, é necessário excluir tais condições. Alguns medicamentos que podem causar depressão: -Anti-hipertensivos: diuréticos, hidralazina, α-metildopa, clonidina; -Betabloqueadores; -Drogas tuberculostáticas: isoniazida e etionamida; -Metronidazol; -Corticoides; -Antiparkinsonianos: levodopa, carbidopa, amantadina, bromocriptina; -Anticonvulsivantes: carbamazepina e fenitoína; -Benzodiazepínicos; Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce Windows 10 Realce 6 Módulo 16 – Problemas mentais e do comportamento PROBLEMA 2 – “Perda de interesse na vida” -Opiáceos; -Antipsicóticos; -Inibidores da colinesterase; -Ranitidina, cimetidina; -Metoclopramida; -Contraceptivos orais; -Anti-inflamatórios não esteroides; -Hormônios tireoidianos; -Álcool (abstinência); -Cocaína (abstinência). Condições médicas que podem causar depressão: -Endocrinopatias: hiper e hipotireoidismo, diabetes mellitus, hiper e hipoadrenalismo, hiper e hipoparatireoidismo e hipopituitarismo; -Doenças cardiovasculares: IAM, ICC e miocardiopatias; -Doenças autoimunes: LES, artrite reumatoide, poliarterite nodosa e sarcoidose; -Infecções: HIV, encefalite, sífilis, pneumonias; -Neoplasias: sistema nervoso central, pâncreas, pulmão, gastrointestinal e renal; -Doenças neurológicas: doença de Parkinson, demências, hidrocefalia de pressão normal,AVC, hemorragia subaracnoide, esclerose múltipla,epilepsia, trauma; -Deficiências vitamínicas: berebéri (B1), pelagra (ac. nicotínico), anemia perniciosa (B12); -Outros: alcoolismo, anormalidades eletrolíticas, envenenamento por metais pesados, hemodiálise. Tratamento A escolha do antidepressivo é baseada nos seguintes fatores: quadro clínico (predomínio e intensidade dos sintomas), condição do paciente que contraindiquem o uso, efeitos colaterais (sedação, hipotensão, ganho de peso, cardiotoxidade), doenças físicas, características do fármaco (farmacocinética, interações) e custo do tratamento. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina – ISRS: Primeira linha para o tratamento, tem perfil farmacodinâmico mais específico, resultando em menos abandono do tratamento por efeitos colaterais. Tem janela terapêutica ampla, meia-vida plasmática de 15-36 horas (exceto fluoxetina 7-15 dias). Os efeitos adversos comuns são leves: náuseas, fezes amolecidas, insônia, cefaleia, ganho de peso e disfunção sexual. Além de ansiedade, inquietude, sensação de cabeça vazia, tremores. Isso ocorre devido a hiperestimulação da substancia negra levando a redução da liberação de dopamina no núcleo estriado. Inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina – IRSN: Inibem a recaptação da serotonina e noradrenalina, tem potencial antidepressivo maior que os ISRS e equivalente aos ADT, porém com menos efeitos colaterais. Meia- vida de 15-21 horas (duloxetina 10-15 hrs), poucos efeitos colaterais (náusea, insônia, disfunção sexual, aumento PA). Antidepressivos tricíclicos: Aumentam a disponibilidade de catecolaminas nas sinapses, atuam em diversos sistemas de neurotransmissores e interagem com varias drogas sedativas, anti- histaminícas e anti-colinérgicas. Apresentam cardiotoxicidade, levando a aumento da frequência cardíaca, achatamento da onda T, prolongamento do intervalo PR e aumento do complexo QRS. Contraindicados: infarto agudo do miocárdio, arritmias, insuficiência hepática e gestação. Inibidores da monoaminoxidase – IMAO: Pouco utilizados em pacientes com comorbidades devido a hipotensão postural e a possibilidade de interação medicamentosa. Outros antidepressivos: Mirtazapina: pacientes deprimidos mais agitados, ansiosos, com insônia e inapetência. Menos efeitos gastrintestinais e auxilia na redução da náusea e aumento do apetite. Antagonista misto de serotonina e noradrenalina e exerce sua ação pelo bloqueio específico de receptores pré-sinápticos, aumentando a liberação de noradrenalina. Bupropiona: uso em letargia, fadiga e retardo psicomotor evidente. Efeito primário dopaminérgico e depois noradrenérgico. 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