Como podemos intuir, a cada vez mais intensa preocupação da comunidade internacional com o crime organizado não deriva tanto dos delitos finalmente...

Como podemos intuir, a cada vez mais intensa preocupação da comunidade internacional com o crime organizado não deriva tanto dos delitos finalmente cometidos (tráfico de drogas, de seres humanos, de armas, lavagem de dinheiro etc.), senão do fato de que seus agentes pertencem a uma organização ou grupo, o que acarreta maiores facilidades, meios e alcance à impunidade que isso supõe quando analisamos tal fenômeno com a delinquência individual. Fonte: MULAS, N. S. Manual de política criminal. Florianópolis: Tirant lo Blanch, 2019. Nesse sentido e segundo a Convenção de Palermo (ONU, 2000), o crime organizado se considera transnacional (cross border crimes): A) Quando se ocupou primeiro do tráfico de mulheres brancas, objeto de comércio da exploração sexual e violência de gênero, independentemente da ocorrência ou consequência em outro Estado. B) Quando a preocupação inicial com o tráfico de mulheres brancas para prostituição agregou-se ao tráfico de negros da África, em que a exploração laboral na qual a preparação, o planejamento, a direção ou o controle se realiza em outro Estado. C) Quando estabeleceu medidas de natureza trabalhista e constitucional, obrigando os Estados-Parte a definir como crimes, entre outros, a conduta de transportar ou de tentar transportar escravos de um país a outro, de mutilar ou aplicar castigos, de escravizar alguém ou de incitar alguém a alienar sua liberdade. D) Quando se comete em mais de um Estado; b) se comete em apenas um Estado, mas uma parte substancial de sua preparação, planejamento, direção ou controle se realiza no mesmo Estado; c) se comete dentro apenas de um Estado, sem a participação de um grupo delitivo organizado; d) se comete em apenas um Estado, mas gera efeitos substanciais em outro Estado. E) Quando se comete em mais de um Estado; b) se comete em apenas um Estado, mas uma parte substancial de sua preparação, planejamento, direção ou controle se realiza em outro Estado; c) se comete dentro apenas de um Estado, mas conta com a participação de um grupo delitivo