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Nutrição Veterinária - Ruminantes

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AULA 1:
1 - Divisão quanto a hábitos:
 A - Herbívoros: incluem os ruminantes e os não ruminantes de ceco funcional.
 De estomago simples: coelhos e equinos.
 De estomago compartimentado: bovinos, ovinos, caprinos e bubalinos - segmentado em rumem, reticulo, omaso e abomaso. 
 A.1 - Granívoros (aves): herbívoros que se alimentam de sementes e grãos.
 B - Onívoros (humanos, suínos): não ruminantes sem ceco funcional - possuem estomago simples e grau variável de desenvolvimento do intestino grosso.
 C - Carnívoros (felinos e canídeos).
 C.1 - Insetívoros: carnívoros que se alimentam de insetos.
2 - Ruminantes - Anatomia e fisiologia:
 A - Rumem:
 . Conteúdo Ruminal fica armazenado por longo período durante a fermentação (até 48hrs no rumem) - um animal passa em média de 10 a 12 horas do dia ruminando. 
 . Possuem papilas responsáveis pela absorção de AGVs (não apresentam glândulas na mucosa).
 . Ph em torno de 6.8 (sofre alterações de acordo com a dieta) - excesso de carboidratos pode levar a acidoses e destruição de papilas ruminais. 
 . Saliva tem papel importante em ruminantes (6):
 - Presença de ureia (NNP): serve como componente na nutrição dos M.Os no rumem.
 - Já o bicarbonato atua no tamponamento do PH ruminal.
 - Homogeneização da digesta.
 - Inoculam M.Os ao alimento.
 - Colaboram com a passagem do alimento - lubrificação.
 - Impede timpanismo - facilita a formação de bolhas para a eructação.
 Adesão de bactérias: importante para o aproveitamento do alimento - se dá pela formação de consórcios (união entre bactérias e a fibra via exopolissacarideos - EPSs).
 PS: a dieta rica em amido favorece a produção de EPSs, o que pode levar a distúrbios metabólicos tais como o slime.
 Importância da ruminação: aumenta superfície de contato, reduz o tamanho das partículas, inocula M.Os na digesta, estimula e distribui a saliva no alimento e homogenia o conteúdo ruminal - o processo de ruminação e regulado pela distensão do rumem, que ocorre ativamente pela movimentação do reticulo.
 B - Omaso: importante para a filtração de partículas grandes demais, as quais voltam para a ruminação no rumem-reticulo - também tem função na absorção de água e nutrientes (AGVs, Na e K).
 C - Abomaso: corresponde ao estomago químico dos ruminantes - funciona igual ao estomago de não ruminantes: secreta pepsinogenio e HCl para a digestão de nutrientes.
 PS: local onde o leite e direcionado pela goteira esofágica - prolongamento do esofágico, formado por estimulo físico da posição da cabeça do bezerro, levando o leite diretamente ao abomaso.
 PS2: possui pH entre 2 e 3 (acido).
AULA 2:
1 - M.Os Ruminais: são os fungos, protozoários e bactérias presentes no rumem e reticulo - são todos anaeróbicos.
 PS: espécies semelhantes também estão presentes no intestino grosso de não-ruminantes com ceco funcional.
 PS2: não estão em competição - o metabolismo de cada parte contribui para a digestão e utilização dos nutrientes disponíveis.
 PS3: como benefícios para o hospedeiro também degradam toxinas e aproveitam carbonos complexados e celulose. 
 PS4: se desenvolvem em um recém-nascido a partir do contato com a mãe, ambiente e outros animais da mesma espécie.
 A - Fungos: presença está relacionada com qualidade do alimento - quanto pior qualidade, mais fibras e logo maior quantidade de fungos.
 PS: a relação com fibras de da pela maior capacidade de quebra de parede celular pelos fungos - lançam raízes (risolis) sobre a superfície de fibras, quebrando e disponibilizando o acesso dos carboidratos e nutrientes para si próprio e bactérias.
 B - Protozoários: ao consumir nutrientes regulam o PH Ruminal - representa o menor percentual da proteína que chega ao abomaso, pois se fixam melhor no ambiente ruminal (tem maior mobilidade).
 C - Bactérias: M.Os responsáveis pela maior parte da energia e proteína disponibilizada para o animal.
2 - Metabolismo Ruminal:
 1ª - Alimentos com carboidratos (fibras, carboidratos de fração B1 amido e sacarose) e parte proteica (nitrogênio não proteico ou aminoácidos vegetais) são consumidos pelos M.Os gerando AGVs (resíduos do metabolismo) no processo.
 PS: parte desses nutrientes escapam da fermentação microbiana e são absorvidos no I.D e grosso.
 2ª - M.Os geram energia e proteínas, que depois são aproveitadas pelo hospedeiro (sob a forma de AGVs e proteína microbiana).
 2.1 - AGVs: são a principal fonte de energia do ruminante (cerca de 80% dela) - variam de acordo com a dieta, sendo os 3 principais.
 A - Ácido Acético: presente em maior proporção em dietas ricas em fibras (produzido por bactérias fibróticas).
 I. Utilizado na síntese de lipídios pelo animal - convertido em ácidos graxos e esterificado em triglicerídeos.
 PS: nos ruminantes o fígado tem baixa capacidade de lipogênese - maior parte se dá pelas glândulas mamarias e tecido adiposo.
 PS2: quanto maior a produção de ácido acético, maior será o teor de gordura no leite/teor de sólidos totais.
 II. Em dietas com fibra se tem uma proporção e torno de 60-30-10 (acetico-proprionico-butirico).
 III. O metabolismo de fibras também gera maior quantidade de gás metano (CH4).
 B - Ácido proprionico: principal precursor da glicose - quase nenhuma glicose vem da alimentação, a maior parte vem da gliconeogênese do ácido proprionico (glicose a partir de um não-carboidrato).
 I. Considerando que a lactose e formada por 2 monossacarídeos (glicose e galactose), o resultado de uma dieta que aumente a proporção de ácido proprionico seria uma maior produção de leite (com menor teor de sólidos totais).
 II. Em dietas ricas em carboidratos o PH tem tendência a abaixar devido ao tipo de microbiota favorecida, isto faz com que o piruvato (produto da glicose) seja convertido em lactato antes de entrar no ciclo de krebs ou ser convertido em AGVs (proprionato).
 PS: este é o motivo para que o máximo recomendado de ração na dieta seja na faixa de 45% - impede acidoses metabólicas.
 PS2: gera menor quantidade de fungos e protozoários.
 C - Ácido butirato: utilizado pelas papilas ruminais da mucosa para a síntese de energia - maioria dos AVGs passam para a corrente sanguínea, enquanto o butílico e utilizado no ciclo de Krebs - quantidade costuma se manter estável independente da dieta (em torno de 10%).
3 - Anatomia/fisiologia em outros animais:
 A - Carnívoros e Onívoros: tem o intestino grosso pouco desenvolvido (em especial o ceco) - relacionado a menor necessidade de absorção de fibras nestas espécies.
 PS: já onívoros tem saculações maiores no ceco e colón.
 B - Não ruminantes ceco funcionais (equinos): possuem tem o ceco bem desenvolvido (local onde ocorre a fermentação pelos M.Os) e estomago extremamente pequeno (relacionado com o habito alimentar de estar sempre comendo).
 PS1: como permanece menos tempo com alimento no estomago sentem fome mais rápido.
 PS2: os AGVs não são a principal fonte de energia (30 a 40% apenas). 
 Desvantagens:
 I. Apesar da grande capacidade de fermentação do ceco, os equinos têm uma menor produção de AGVs pois a maior parte dos nutrientes já foram digeridos antes de chegar a câmera de fermentação - menor suporte (aminoácidos, nitrogênio e energia) para a digestão de fibras - os nutrientes que chegam são a parte que escapa ou complexada em fibras.
 II. Devido a localização anatômica não é possível o aproveitamento de proteína microbiana nestas espécies (é eliminada nas fezes).
 III. Maior ocorrência de cólicas (por diversos motivos):
 (a) Dietas com ração concentrada em excesso: boa parte escapa da digestão química e segue para ceco e colón, onde afermentação lática leva a queda de PH e cólicas // também gera maior produção de histaminas, que por sua vez pode levar a laminite.
 PS: a capacidade tampão é menor no ceco, pois M.Os estão adaptados a baixas quantidades de amido (geram maior variação no PH quando recebem/ risco de acidoses são maiores) - porem a adaptação gradual na dieta aumenta esta capacidade de tampão até um limite fisiológico. 
 (b) Por dietas com fibras de baixa qualidade: levam a cólica por compactação.
 (c) Cólicas por sua vez podem levar a torções no trato intestinal, que por sua vez geram necrose e morte.
 C - Aves: possuem estruturas anatômicas diferenciadas:
 I - Papo: dilatação no esôfago para estoque de comida. 
 II - Pro-ventrículo: estomago para digestão química.
 III - Ventrículo (Moela): estomago mecânico. 
 IV - Ceco bifurcado no IG: relacionado a absorção de fibras vegetais.
 V - Cloaca: união dos sistemas reprodutores, digestivos e urinário.
3.1 - Digestão de Proteínas - Em não ruminantes:
 A - Não sofrem digestão na boca.
 B - Estomago:
 1ª - A presença do alimento estimula a produção de gastrina pelas células G na mucosa estomacal (via nervo vago), que por sua vez:
 I - Estimula as células principais para a secreção de ácido clorídrico (HCl).
 II - Estimula as células enterocromafins-like (ECL) para a produção de histamina - por sua vez potencializa produção de HCl.
 III - Estimula a liberação de pepsinogenio pelas glândulas parietais.
 PS: estimulo e limitado pelo esvaziamento gástrico e chegada do alimento ao I.D.
 2A - O Ph estomacal leva a desnaturação da proteína em uma forma linear (perde conformação tridimensional), o que facilita a atuação de enzimas proteolíticas.
 2B - O pepsinogenio (zimogênio) liberado pelas glândulas parietais e ativado em pepsina pelo PH baixo devido ao HCl liberado (PH ótimo para pepsina entre 2 a 3.5).
 PS: posteriormente a pepsina passa a ser ativada pela própria enzima num processo de autocatálise.
 PS2: a pepsina se torna inativa em pH maior que 6,0 (ou seja, no PH intestinal). 
 PS3: a pepsina se encontra inicialmente na forma de zimogênio para evitar destruição da própria glândula.
 3ª - A pepsina atua sobre proteínas quebrando em moléculas menores (vários oligopeptídeos e polipeptídios).
 C - Intestino delgado:
 1ª - Quando a digesta acida e liberada no duodeno isto leva produção enterogastrona, que comunica as células principais no estomago a diminuir produção de HCl.
 2ª - Digesta acida também leva a liberação do conteúdo da vesícula biliar e pâncreas via secretina e CCK (Colecistoquinina).
 Suco pancreático: contem bicarbonato e zimogênios.
 Vesícula biliar: possui bicarbonato e enzimas lipídicas, estas porem não atuam na degradação de proteínas (neste ponto atua somente para o tamponamento via bicarbonato).
 3ª - Para que as enzimas do suco pancreático possam atuar reduzindo a proteína em fragmentos menores, é necessário que sejam primeiramente ativadas - dessa forma, a mucosa intestinal secreta a enteropeptidase (antigamente denominada de enteroquinase), que por sua vez age ativando o tripsinogênio em tripsina - a tripsina segue se auto ativando e também promove a ativação das outras proteases, nomeadas quimotripsina, elastase e carboxipeptidases A e B em uma cascata de ativação.
 4ª - A ação das proteases gera de aminoácido a di, tri, tetra e oligo peptídeos.
 (a) Os aminoácidos são absorvidos diretamente pelo epitélio da mucosa, sendo direcionado para a corrente sanguínea.
 (b) Proteínas com 4 a 6 aminoácidos são quebrados principalmente na membrana das células da mucosa (enzimas das próprias células na membrana) e atravessam pelo citoplasma até o sangue.
 (c) As de 2 a 3 aminoácidos geralmente atravessam pela membrana e são quebrados até aminoácidos no citoplasma.
3.1 - Digestão de Proteínas - Em ruminantes: fração proteica na alimentação pode ser orgânica (nitrogênio formando proteínas, soja por exemplo) ou não proteico (NNP - ureia em especial).
 PS: o ácido úrico da cama de frango e outro exemplo de nitrogênio não proteico - porem proibido pela chance de transmissão da vaca louca.
 PS2: bactérias fibróticas tem preferência por NNP.
 3.1.1 - PDR (proteína degradada no rumem): parte quebrada via proteases, gerando aminoácidos e nitrogênio para a bactéria (e mais posteriormente, proteína microbiana para o animal).
 Proteína em excesso: em alguns casos parte desta PDR pode não ser aproveitada pelos M.Os - pode ocorrer tanto por falta de energia ou por proteína em excesso (ureia ou concentrados demais na alimentação) - nesses casos ela deve ser convertida a amônia (com gasto de energia) para não prejudicar a saúde do animal, tal processo ocorre da seguinte forma:
 1ª - Ureia no rumem e convertida em amônia pela ação da uréase - equinos não possuem uréase no trato digestivo, portanto não possuem vantagens na suplementação e nem o risco de intoxicação (apenas em situações de alimentos que possuam a uréase, como nos grãos de soja por exemplo).
 2ª - Como mencionado, quando não há disponibilidade de energia (aporte ineficiente) ou caso ocorra o excesso de proteínas na dieta a amônia e produzida em excesso - ela é absorvida passivamente pelas papilas ruminais e cai na circulação sanguínea.
 PS: esta absorção pode ser diminuída em casos de intoxicação pela administração de vinagre ou ácido acético (por abaixar o PH ruminal) ou diminuição da temperatura ruminal (água gelada) - levam a conversão de amônia em NH4 (amônio), que não é absorvido - vale lembrar que estes procedimentos não geram influencia na amônia já presente na circulação.
 3ª - A amônia e toxica, e logo e direcionada ao fígado para conversão em ureia com gasto de ATP (3 moléculas) - caso exceda a capacidade do fígado ou falte energia pode ocorrer o quadro de intoxicação por amônia.
 PS: o gasto de ATPs em longa escala gera perdas na conversão e produção.
 4ª - Ureia é excretada no leite, urina e saliva (ou ainda pode voltar para o uso por M.Os no rumem) - ela pode ainda voltar passivamente para o rumem via corrente sanguínea, sendo convertida novamente pela uréase produzida pelos M.Os.
 PS: a quantidade no leite pode ser utilizada para diagnostico de intoxicação. 
 
 3.1.2 - PNDR (proteína não degradada no rumem): parte do alimento que não é digerida por M.Os (escapa a fermentação).
 PS: a produção de leite necessita especificamente de proteína verdadeira (PNDR de fração B1 e B2), embora parte da produção esteja relacionada com proteína microbiana.
 3.1.3 - Absorção do colostro em Ruminantes: a absorção de proteínas inteiras (anticorpos) por recém-nascidos depende de vários fatores, sendo de vital importância para o animal.
 PS: em ruminantes é especialmente importante devido ao tipo de placenta na espécie - não permite transferência de anticorpos entre mãe e cria.
 Fatores de importância: possibilitam a absorção de anticorpos no recém-nascido.
 1ª - Maior concentração de imunoglobulinas e nutrientes no leite no pôs parto (formação do colostro) - por um período de cerca de 3 dias após o parto o leite das mães fica enriquecido em nutrientes e anticorpos.
 2ª - Bloqueio nos neonatos: do momento do parto ate de 12 a 24hrs se tem o bloqueio da secreção de HCl e pepsinogenio no estomago (ou abomaso) e a inibição na liberação do suco pancreático - como resultado as imunoglobulinas não são destruídas no trato digestivos de recém-nascidos.
 3ª - Células da mucosa do duodeno permitem a absorção de macromoléculas e não produzem enzimas proteolíticas.
 PS: no caso de ruminantes o pico de absorção seria de 4 a 6hrs após o parto// quantidade recomendada de colostro sendo de 2 litros.
 PS2: a não ingestão pode prejudicar o desenvolvimento do animal, e em alguns casos levar a morte.
 3.1.4 - Carência de proteínas em ruminantes: um problema oposto ao das intoxicações por proteínas seria a perda de conversão alimentar pela falta de componentes proteicos - ocorrem principalmente em criações a pasto e com fibras de baixa qualidade (pobre em proteína), sendo comum no período de seca: motivo para a suplementação proteica nas épocas das secas.
 Controle: o efeito fill pode ser evitado com alimentação com teor de proteína bruta acima de 7%, porem se tem também que a disponibilidade acima de 9% não gera aumentos significativos no aproveitamento de proteínas e energia.
 Mecanismo: 
 1ª - O metabolismo dos M.Os fibroliticos fica comprometido, não devido à baixa disponibilidade de energia (mesmo com fibras pobres ocorre geração de AGVs), mas sim pela falta de nitrogênio, o que limita a degradação da fibra.
 2ª - Fibras não são degradadas, e, portanto, ficam mais tempo no rumem (efeito fill), diminuindo a taxa de alimentação e a nutrição do animal e por fim gerando perda de peso.
 3ª - Caso ocorra a suplementação de nitrogênio os M.Os tem maior suporte para a degradação de fibras de menor qualidade - leva a estabilização do ganho de peso devido a maior degradação e consumos aumentados.
 PS: a suplementação de enxofre também é importante para a disponibilidade de aminoácidos sulforados para a bactéria.
 3.2 - Digestão de proteínas no abomaso de ruminantes: funciona de forma semelhante aos não ruminantes - Ph ácido e pepsina são responsáveis pelo metabolismo de proteínas (tanto a proteína microbiana quanto a PNDR).
4 - Metabolismo de Lipídios (geral):
 I. Geralmente oferecido misturado a ração (concentrado) - por ser muito palativo deve ser oferecido após o alimento volumoso a fim de não prejudicar o consumo de fibras.
 II. Na maioria dos animais e oferecido na forma de óleos (saturados ou insaturados).
 III. Ingestão reflete nas características das fezes - pode servir como indicio do percentual que está sendo aproveitado pelo sistema.
 Desvantagens: teoricamente pode levar a uma menor absorção no ceco de equinos devido a efeito toxico dos AGs saturados a microbiota // e a prejudicação da aderência de M.Os as fibras: porem na pratica se teve que a interferência destes fatores é estatisticamente irrelevante no caso de equinos.
 Funções/Vantagens:
 A - Em equinos: 
 I. Gera melhores condições de desempenho atlético - normalização de frequência cardíaca, respiratória e pressão pôs exercício.
 II. Promove saúde dos pelos e cascos.
 III. Leva a diminuição de bronquites por inalação devido a rações finamente granuladas.
 IV. Diminuição de cólicas devido a substituição do amido.
 V. Leva a maior produção de glicose, e logo a menor de lactato.
 B - Em animais em baixo consumo no geral: é uma alternativa para se aumentar a densidade energética do alimento - pode ser utilizado em situações em que o animal está consumindo em menor quantidade.
 I. Situações de stress calórico por temperaturas elevadas.
 II. Animais doentes.
 III. Animais no período de pós-parto: se tem maior demanda energética pela produção de colostro e desenvolvimento fetal, além da compressão do estomago pelo feto (geralmente a situação é acompanhada também de cetose).
 PS - Cetose: ocorre devido ao balanço energético negativo (falha da adaptação a este mecanismo) - em situações de lipólise a quantidade de corpos cetonicos e ácidos graxos ficam aumentados no sangue decorrente da baixa disponibilidade de glicose.
 I. Geralmente a doença é auto limitante - morbidade pode chegar a 13% e a mortalidade varia entre 0,7% - 8,0%.
 II. Animais podem se recuperar com tratamento (administração de glicerina).
 III. Pode ser ocasionada por desnutrição também.
 IV. Corpos cetonicos na urina e leite podem ser um indicativo de lipólise aumentada.
4.1 - Metabolismo de Lipídios - Não ruminantes: o local mais importante de digestão das gorduras é o intestino delgado.
 A - Boca: no caso de mamíferos o processo tem início com a ação lipolítica das enzimas na boca (lípase salivar) - maior parte da digestão de lipídios ocorre no estomago e IG, já que o alimento raramente fica muito tempo na boca - 
 PS1: a lípase salivar mantém relativa atividade hidrolítica em pH 3,5 (próximo daquele encontrado no estômago), já que se mantem ativa a valores de pH 6 a 6,5 - significa que ela atua bem no estômago, mas também ainda continua a atuar no duodeno.
 PS2: lipase salivar tem importância especial nos mamíferos recém-nascidos (para a degradação de lipídios no leite), sendo demonstrada incialmente nos suínos.
 
 B - Estomago: a lipase gástrica é difícil de ser distinguida da atividade lipolítica de origem bucal (lípase lingual), mas parece certo que na maioria dos mamíferos as duas atividades estão presentes.
 PS1: a lípase gástrica tem maior atividade que a lípase pancreática nos leitões e atua atacando primeiramente às ácidos graxos de cadeia curta e médias na posição 3 do triacilglicerol predominantes no leite.
 PS2: em lactantes, cujo pH gástrico é próximo da neutralidade e cujas dietas frequentemente contêm lipídios do leite, as lípases lingual e gástrica podem desempenhar um papel importante digestão dos lipídios.
 PS3: estas enzimas são ativas em pH neutro e são de pouco uso no estômago do adulto, onde o pH é baixo - geralmente em adultos os lipídios da dieta seguem de modo mais ou menos intacto até o intestino delgado (digestão parcial na boca e estomago).
 C - Intestino: ao atingir o duodeno, a fração gordurosa do alimento estimula a secreção do hormônio CCK pela mucosa gastrointestinal, que por sua vez diminui a motilidade gástrica, estimulando a liberação de lípase pelo pâncreas e a contração da vesícula biliar, para que a bile e sucos pancreáticos chegue ao interior do duodeno.
 PS - Colipase: é um polipeptídeo presente no suco pancreático, que forma um complexo com a lípase, ajudando a fixar a enzima numa forma ativa à superfície da gotícula de gordura, onde ocorre a hidrólise - serve como ponto de atracamento. 
 PS - Ácidos biliares: são sintetizados nos hepatócitos do fígado a partir do colesterol, depois são conjugados com a glicina ou taurina para formar os sais biliares, os principais componentes da bile.
 PS - Sais biliares: possuem detergentes que emulsificam os lipídeos, impedindo que as pequenas gotículas se reagrupem e formem grandes gotas, o que dificultaria a ação digestiva das lípases (levam a formação de micelas) - equinos não possuem vesícula biliar, e sendo assim tem a secreção de bile contínua (cessa apenas com jejum superior a 48 h): por este motivo se estima que a absorção de lipídios possa ser maior na espécie.
4.2 - Metabolismo de Lipídios - Ruminantes: 
 A - Rumem: imediatamente após a ingestão dos lipídios, estes são submetidos à ação da microbiota ruminal - primeiro, ocorre uma hidrólise das ligações éster via enzimas bacterianas de natureza extracelular, as quais possuem atividade lipolítica, galactolipolítica e fosfolipolítica - essa hidrólise promove a liberação de um “pool” de ácidos graxos saturados ou insaturados, glicerol (oriundo dos triglicerídeos dietéticos) ou galactose (proveniente dos galactolipídios ingeridos). 
 PS: o principal microrganismo ruminal envolvido no processo hidrolítico dos lipídios parece ser Anaerovibrio lypolitica - a capacidade de fungos e protozoários ruminais de hidrolisar lipídios ainda carece de estudos, e os dados da literatura são conflitantes.
 A.1 - Em Mono e Di-Galactolipideos: tipo de lipídio presente nas forrageiras - são hidrolisados a
 I - Ácidos graxos: os insaturados sofrem biohidrogenaçãocom o intuito de diminuir a toxidade, e em seguida são incorporados.
 PS: quando se aumenta a quantidade de AGs insaturados na dieta parte destes são absorvidos sem perder esta característica (escapam a biohidrogenação), alterando o perfil de AGs na carne e no leite - pode ser benéfico a saúde humana, gerando alimentos mais saudáveis.
 II - Galactose: usado pelos M.Os para energia - convertido a AGV, os quais serão absorvidos pelo epitélio ruminal.
 III - Glicerol: convertido principalmente a proprionato (e logo a glicose) pelas bactérias ou pelo próprio fígado.
 A.2 - Suplementação de lipídios (óleos): de forma semelhante sofrem hidrolise (lipólise) sendo convertidos a triglicerídeos ou ácidos graxos e glicerol.
 A.3 - Gordura protegida (By pass - Lipídio encapsulado): o lipídio pode ser oferecido na dieta em forma capsulada, evitando digestão ruminal e sendo exposto apenas com o PH ácido do estomago - evita a biohidrogenação e perda de insaturações.
 PS: neste caso o limite fisiológico de 5% não se aplica.
 PS: nos 2 primeiros casos (A.1 e A.2) se tem o limite fisiológico de 5% da dieta - evita perda de aproveitamento alimentar pela intoxicação de bactérias por AGs insaturados (de metanogênicas e protozoários em especial) e perda de absorção de fibras pela formação de filme pelo óleo.
 Biohidrogenação (ocorre no rumem): processo bioquímico de saturação - é melhor caracterizado pela biohidrogenação do ácido linoleico realizado pela bactéria Butyrivibrio fibrisolvens.
 1ª - O primeiro passo envolve uma isomerase que converte o ácido graxo linoleico em ácido linoleico conjugado - CLA (cis 9, trans. 11 C18:2 - também chamado de ácido rumênico).
 PS1: este metabólico é saudável na nutrição humana, e logo, sua maior concentração nos alimentos (carne e leite) é desejada. 
 PS2: se tem 2 métodos para se ter uma maior concentração de ácido rumênico na gordura animal - o uso de capsulas com lipídios que escapam a fermentação ruminal ou a suplementação de lipídios insaturados na dieta de tal forma a esgotar a capacidade de biohidrogenação no rumem (sendo que estes não ultrapassem os 5% já mencionados). 
 2ª - Esse metabólito intermediário (ácido rumênico) é transitório, sendo rapidamente hidrogenado a trans11 C18:1 (ácido vacênico), que é liberado no ambiente ruminal. 
 3ª - Os microrganismos posteriormente hidrogenam a ligação trans11 com a formação do produto final primário da biohidrogenação, o ácido esteárico - se os ácidos graxos insaturados estão em alta concentração no rúmen, o passo final é inibido e a concentração de trans11 C18:1 aumenta.
 PS: sob condições normais de alimentação, a maior parte dos ácidos graxos insaturados ingeridos (linoleico e linolênico) são biohidrogenados, respectivamente acima de 80 e 90%.
 B - Intestino: devido ao pH ruminal ácido a maior parte dos ácidos graxos estão presentes na forma de sais como sódio, potássio ou cálcio - a bile funciona então como detergente para remover os ácidos graxos dessas partículas, em vez de emulsificar os glicerídeos e ativar as lípases como nos animais monogástricos.
 PS: 15% dos lipídios que chegam ao duodeno se dão na forma de fosfolipídios bacterianos.
5.1 - Metabolismo de carboidratos - Não ruminantes: para a maioria dos animais a digestão do amido acontece principalmente no intestino delgado.
 A - Boca: em não ruminantes no geral o PH da saliva (de 6,6 a 6,8) apresenta condições ideais para ação a amilase salivar. 
 I. Em suínos a alfa-amilase salivar tem participação importante na hidrólise do amido na cavidade bucal.
 II. Grau de degradação varia muito com o tipo de alimento e tempo de mastigação.
 III. Algumas espécies não possuem α-amilase salivar: ruminantes, cavalo, aves, cão e gato.
 B - Estomago: o alimento que chega ao estômago tende a abaixar o pH por meio da secreção da gastrina pelas células G da mucosa estomacal (da mesma forma como ocorre no caso de proteínas) - com a acidificação do bolo alimentar no estômago a digestão do amido pela amilase salivar é interrompida e somente reiniciada pela amilase pancreática sob condições de pH alcalino da porção anterior do intestino delgado - portanto, no estômago não ocorre digestão ou absorção de carboidratos. 
 PS: em algumas espécies, a região anterior do estômago (aglandular) permanece alcalina, o que permite a ação da amilase salivar e certa atividade microbiana, como é observado no inglúvio ou papo nas aves, na porção paraoesophagus do estômago dos suínos e na região aglandular do estômago dos equídeos.
 C - Intestino delgado: o alimento que deixa o estômago entra na porção duodenal do intestino delgado nos suínos e equídeos, e na moela das aves carregando uma sobrecarga ácida, sensores químicos captam alterações de pH no duodeno e respondem com a secreção do hormônio secretina, que estimula o pâncreas exócrino a secretar uma solução de bicarbonato e enzimas no lúmen intestinal - o PH próximo do neutro é essencial para manter as enzimas pancreáticas ativas no trato intestinal e manter a integridade do epitélio intestinal.
 C.1 - Digestão do Amido: A secreção de água e bicarbonato no suco gástrico elevam o pH, tornando possível a hidrólise do amido que acontece em pH alcalino - a amilase pancreática continua hidrolisando ao acaso as ligações glicosídicas alfa-1,4 do amido iniciadas pela amilase salivar, disponibilizando uma mistura de oligossacarídeos de vários tamanhos (a digestão do amido pelas amilases não libera glicose livre).
 Produtos: 
 I. Maltose: dissacarídeo com duas glicoses unidas por uma ligação alfa-1,4.
 II. Maltotriose: trissacarídeo de glicoses unidas por ligações alfa-1,4.
 PS: nos suínos a digestão do amido se dá de forma cooperativa entre a amilase salivar, amilase pancreática e as glicosidases ligadas à borda em escova.
 C.2 - Digestão da Dextrina: este carboidrato tem várias estruturas formadas por ligações glicosídicas alfa-1,6 e alfa-1,4 de cinco a oito unidades de glicose, que são hidrolisadas pela amilase pancreática até a segunda unidade de glicose ante e após o ponto de ramificação. 
 Produtos: dextrinas limites.
 C.3 - Digestão dos produtos: posteriormente os produtos são digeridos pelas enzimas da borda em escova liberando glicose para ser absorvida.
 I. Dextrinas limites: são digeridas pelas dextrinases de membrana;
 II. Maltose: são digeridas pela maltase de membrana.
 III. Maltotriose: clivada pela maltase.
 IV. Isomaltose (duas glicoses unidas pela ligação alfa-1,6): são digeridas pela isomaltase de membrana, que libera glicose livre.
 V. Alfa-1,4 oligossacarídeos mais longos: hidrolisados a unidades de glicose a partir da extremidade não redutora pela glicoamilase.
 VI. Lactose e Sacarose: até então intactas, sofrem a ação da lactase (suínos) e da sacarase, respectivamente, ambas aderidas à superfície do enterócito. 
 Dos produtos da digestão dos carboidratos 80% são glicose e 20% são frutose e galactose.
 D - Intestino grosso (de não ruminantes): a porção não degradada no intestino delgado é digerida por M.Os (bactérias, fungos e protozoários) presentes no IG, resultando na produção de ácidos graxos voláteis, os quais são absorvidos pela mucosa intestinal e utilizados como fonte de energia. 
 PS: a digestão de carboidratos estruturais só se dá por M.Os no trato digestivo de animais - esta digestão é menos completa que a dos açúcares e do amido, perdendo-se muita energia no processo. 
 D.1 - Etapa extra - em Equídeos e Coelhos: possuem um processo de fermentação na porção ceco-cólon do intestino grosso mais intenso que nos demais animais não ruminantes - a porção ceco-cólon nesses animais é mais dilatada (ceco dos equídeos possui capacidade média de25 a 35 litros.), o que permite a retenção dos alimentos para a fermentação microbiana, gerando AGVs como resultado.
 
 Possíveis AGVs produtos da fermentação: 
 (a) Acetato, proprionato e butirato (3 principais).
 (b) Lactato e valerato: proporção entre eles se dá pela relação concentrado/volumoso da dieta - em dietas ricas em concentrado se tem maior produção de proprionato e lactato em detrimento a produção de acetato. 
 PS: quantidades excessivas de carboidratos rapidamente fermentáveis (amido) em quantidades acima de 0,2% do peso corporal total em equinos favorece a proliferação de Lactobacilos e a produção de lactato - o acúmulo de lactato por sua vez pode superar a capacidade tampão do ceco e cólon e diminuir o pH do meio (pH de 6 já é considerado acidose subclínica, e inferior a 6 está associado a diarreias osmóticas, crescimento de bactérias indesejadas e aumento da possibilidade de endotoxemia e laminite).
 PS2: os carboidratos que chegam ao intestino grosso dos equídeos e coelhos são principalmente os fibrosos, e a digesta pobre em carboidratos rapidamente fermentáveis, assim como em fontes de nitrogênio e aminoácidos para os microrganismos (devido ao processo de digestão enzimática e absorção ocorrerem nos compartimentos do trato digestivo anteriores ao intestino grosso) - logo a digestão da celulose em coelhos é de 30% da eficiência dos ruminantes (60% em equídeos), e ambos utilizam 30 a 40% dos AGV produzidos como fonte de energia // outro aspecto é que os equídeos não utilizam a proteína microbiana.
 D.2 - Etapa extra - Em coelhos: o processo de fermentação dos carboidratos estruturais nos coelhos ocorre de forma diferenciada: 
 I - A fibra após sua fragmentação na mastigação fica com tamanho de partícula diferente, dessa forma as partículas menores (mais higroscópicas) são acumuladas no fundo do ceco, as quais sofrem ação dos microrganismos e são envoltas por uma “capa” de muco, formando os cecotrofos.
 II - Cecotrofos oferecem estrutura semelhante à de um “silo”, ou seja, proporciona meio anaeróbio, permitindo o desenvolvimento dos microrganismos que irão realizar a digestão da fração fibrosa com produção de AGV, CO2, CH4 e proteína microbiana (Pmic). 
 III - Cecotrofos são liberados nas fezes, e seus nutriente podem ser aproveitados pela ingestão desta estrutura.
 
 PS: nos coelhos pode-se observar a produção de dois tipos de fezes - as fezes duras que podem ser observadas nos locais onde os animais estão alojados, e as fezes moles (ou cecotrofos), que normalmente não são observadas já que os animais as ingerem retirando diretamente do ânus no período noturno - à esse processo de ingestão das fezes noturnas (ou cecotrofos) denomina-se de cecotrofia - após a ingestão e chegando no estômago se tem o rompimento da capa de muco expondo o seu conteúdo, o qual sofrerá digestão química no estômago e intestino delgado, possibilitando o aproveitamento de nutrientes de origem dietética e microbiana.
5.2 - Metabolismo de carboidratos - Ruminantes:
 
 A - Fermentação ruminal: a digestão dos carboidratos em animais ruminantes tem seu início no rúmen por ação dos microrganismos (bactérias, fungos e protozoários), os quais utilizam a celulose, hemicelulose, pectina, amido, dextrinas e carboidratos solúveis como substratos para fermentação, com consequente liberação de AGVs. 
 PS: os AGV representam a principal fonte de energia para ruminantes, atendendo até 80% das exigências diárias - os ácidos acético, propiônico e butírico são os AGV predominantes e são produzidos principalmente na fermentação de carboidratos provenientes das plantas (celulose, hemicelulose, pectina, amido e açúcares). 
 Principais M.Os: pela ação destes M.Os são formadas hexoses, pentoses e ácidos urônicos os quais são fermentados - a fermentação dos açúcares é a principal fonte de energia para formação de ATP que é utilizada para mantença e crescimento dos M.Os.
 I - Bactérias Fibrobacter succinogenes (celulose);
 II - Ruminococcus flavefaciens (celulose e hemicelulose);
 III - Ruminococcus albus (celulose);
 IV - Butyrivibrio fibrisolvens (celulose, hemicelulose e pectina);
 V - Bacteroides ruminicola (hemicelulose, pectina);
 VI - Lachnospira multipavus (celulose, pectina);
 VII - S. bovis (amido, pectina).
 
 Fermentação pelos M.Os: a principal via de fermentação das hexoses é a glicolítica:
 1ª - São gastos duas moléculas de ATP para fosforilar uma hexose e 4 ATP são gerados para formar o piruvato - rendimento líquido de 2 ATP e 2 NADH2.
 2ª - O piruvato produzido é rapidamente convertido (por meio de diferentes rotas metabólicas) a ácidos graxos voláteis, os quais contêm de 1 a 7 átomos de carbono e estão dispostos para formar compostos de cadeias lineares ou ramificadas - ácidos fórmico, acético, propiônico, butírico, isobutírico, valérico, isovalérico, 2-metilbutirato, hexanóico e heptanóico // o processo fermentativo também gera lactato, CO2, CH4, calor e células microbianas: ou seja, gera ATP para os microrganismos ruminais e AGV para o animal. 
 Rota bioquímica de produção do acetato: envolve a conversão do piruvato a formato e acetil-CoA pelo sistema enzimático piruvato liase.
 1A - O acetil-CoA é convertido a acetato.
 1B - O formato e convertido a CO2 e H2 por outros microrganismos ruminais - os produtos da conversão do formato (CO2 e H2) são utilizados pelas bactérias Archaea metonogênicas para produção de metano - síntese com o uso de ATP e presença de coenzima-A (estimulo por ferrodoxina).
 PS1: o formato parece ser o principal precursor do metano no rúmen - consequentemente o ácido acético está diretamente relacionado à produção de metano, pois a produção desse AGV é o que gera mais substrato disponíveis (CO2 e H2).
 PS2: em uma dieta composta por alimentos volumosos ocorrem perdas da ordem de 10% da energia bruta ingerida (variando de 6 a 18%) durante o processo fermentativo em virtude da formação do metano nessa condição.
 O acetato é a fonte mais importante de energia metabolizável para o ruminante, por ser o principal AGV produzido no rúmen // e além disso é o principal substrato utilizado para a lipogênese em ruminante, o que ocorre no tecido adiposo - somente pequena quantidade de acetato absorvido é utilizado pelo fígado devido à baixa atividade acetil-CoA sintase no fígado de ruminantes em relação ao tecido adiposo e músculo (lipogênese em ruminantes é quase que totalmente realizada no tecido adiposo).
 Sua produção é favorecida por dietas ricas em fibras 
 Rota bioquímica do proprionato: existem duas vias conhecidas de conversão do piruvato até proprionato, a primeira envolve a formação do oxalacetato e succinato, e a segunda a conversão do piruvato a lactato, e este a acrilato. 
 (a) Via do succinato: geralmente é a mais ativa na formação do propionato.
 (b) Via do acrilato: pode ser mais importante no rúmen de animais que estão consumindo dietas ricas em concentrados, que causam redução do pH favorecendo a proliferação de lactobacilos. 
 A atividade da propionil-CoA sintetase no fígado de ruminantes é alta, e em geral excede a acetil-CoA sintetase - como resultado a maioria do proprionato é removido do sangue portal pelo fígado, o qual tem a rota usual para o seu metabolismo de entrar no ciclo de Krebs como succinil-CoA e por meio de reações bioquímicas originar o oxaloacetato que pode ser utilizado para formar a glicose por meio da via gliconeogênica.
 O proprionato é o principal precursor da glicose em ruminantes - em ruminantes parece fornecer um mínimo de 50% e um máximo de 75% do requerimento de glicose do animal (aminoácidos, glicerol e lactato são os precursores do restante da glicose exigida).
 Rotabioquímica do Butirato: síntese do butirato pode ocorrer no rúmen a partir do acetato ou de outros compostos que resultem em Acetil-CoA, como o piruvato ou o glutamato - têm sido descritas duas vias de síntese do butirato no rúmen:
 (a) Inverso da β-oxidação: é a mais importante - nela são utilizadas duas moléculas de acetato para a produção de butirato - apesar da síntese do butirato a partir do acetato não trazer benefícios direto para as bactérias, não deixa de ser importante, já que resulta na regeneração de co-fatores oxidados (permite o prosseguimento do processo fermentativo).
 (b) Via do crotonil-CoA: nela malonil-CoA combina-se com o Acetil-Co, que posteriormente é reduzido até butirato pela via do crotonil-CoA. 
 O Metabolismo do butirato pelo fígado envolve a enzima butiril-CoA sintetase para a sua conversão em butiril-CoA, que então pode ser convertido a acetil-CoA, ácidos graxos de cadeia longa ou corpos cetônicos. 
 Já nos tecidos periféricos o butirato é rapidamente oxidado ou usado na lipogênese, que é a sua principal função quando absorvido pela glândula mamária. 
 B - Intestino Delgado: ocorre com as quantidades variáveis que escapam a fermentação ruminal, ocorrendo pela ação da amilase pancreática e pelas glicosidases ligadas à borda em escova (semelhante ao nos animais não ruminantes).
 PS1: a secreção de amilase pancreática é dependente da quantidade de amido que chega ao intestino delgado - pode aumentar até 2,5 vezes quando a quantidade de concentrado da dieta aumenta de 20 para 80%.
 PS2: capacidade de digestão limitada por vários fatores - produção e secreção das enzimas digestivas, capacidade limitada de absorção da glicose, tempo insuficiente para hidrolise, acesso inadequado das enzimas aos grânulos de amido por causa da insolubilidade ou proteção física conferida pela matriz proteica dos grânulos. 
 PS3: nos ruminantes a maioria da glicose absorvida no intestino delgado é metabolizada até lactato pela glicólise nos enterócitos - contribui muito pouco para a elevação da concentração sanguínea de glicose no ruminante. 
 C - Intestino grosso: o amido que escapa da digestão enzimática no intestino delgado, e os carboidratos estruturais que escapam da fermentação ruminal, podem ainda ser fermentados até ácidos graxos voláteis no intestino grosso pelos M.Os anaeróbios, gerando AVG, de forma semelhante à fermentação ruminal (ou serem eliminados nas fezes).
6 - Proporção de AGVs e alimentação em ruminantes (acético, proprionico e butírico): A proporção de cada AGV depende do tipo de carboidrato fermentado e das espécies bacterianas que estiverem no ambiente ruminal durante a fermentação - de forma geral a proporção se situa no intervalo de 75-15-10 a 40-40-20 (APB).
 Acetato: é o principal AGV produzido no rúmen pelos microrganismos, podendo representar até 75% dos AGV produzidos nas dietas ricas em volumosos e mais de 50% nas dietas ricas em concentrado - ocorre reduções de concentração molar e da taxa de produção do acetato com o aumento da proporção de concentrados nas dietas: relacionado com à inibição do crescimento de microrganismos celulolíticos e de protozoários (ambos produtores de acetato) associada à rápida taxa de fermentação dos carboidratos não fibrosos e queda do pH ruminal. 
 Butílico: é o que menos se altera independente da dieta altera.
 Em dietas ricas em volumosos se tem:
 I. Maior produção de acetato // menor produção de proprionato.
 II. Maior produção de metano: se dá pelo metabolismo de arcobacterias, com perda de energia no processo.
 III. Maior teor de gordura (via lipogênese) e menos gliconeogênese: a lipogênese aumentada pode levar a um quadro de cetose devido ao esgotamento da capacidade de produção de glicose (?), o que pode até mesmo levar a morte (já que a glicose é vital para o funcionamento cerebral).
 Função dos concentrados na alimentação de ruminantes: forrageiras no geral por melhor que seja a sua qualidade nunca oferecem todos os nutrientes que um animal de alto potencial necessita para produção de proteína animal.
 
 PS1: para intuito de apenas manter o animal sem alta produção uma dieta rica em concentrados não é necessária, além disto animais rústicos tem baixa tolerância a dietas pobres em fibras.
 PS2: mesmo que uma forrageira tivesse a quantidade de nutrientes necessária ainda assim não seria compatível com o tamanho do estomago de ruminantes.
 Dieta e consequências: uma dieta saudável ideal teria a proporção TMR (dieta total - total mix raction) de 60-40 - além disto pode gerar distúrbios metabólicos (porem algumas propriedades usam de dietas ricas em concentrados para maior desempenho de conversão até 3 meses antes do abate - animal morre antes de sofrer alterações letais ou que levam a perda).
 Possíveis alterações devido ao PH baixo:
 I - PH muito baixo pode inibir a produção de leite pelas glândulas mamarias (FDM fisicamente efetivo não satisfeito): além disto ele também leva a produção de um isômero que prejudica a formação de lipídios.
 II - Favorece o desenvolvimento de clostridiuns, que levam ao aumento de histamina e V.D: favorece a ocorrência de laminite (também e agravado por condições de higiene e manejo).
 III - Geralmente também vem acompanhada de timpanismo espumoso e menor produção de saliva e mucina: segundo por sua vez também favorece ocorrência de timpanismo.
 IV - Tempo de ruminação diminui em dieta ricas em concentrados, já que a ruminação depende do estimulo mecânico causado pela distensão dos alimentos volumosos (fibra efetiva).
 
 PS1: protozoários e fungos são prejudicados pelo PH ácido.
 PS2: lactobacilos são os responsáveis pela produção do lactato - também são os responsáveis pela queda do PH.
 PS3: o proprionato aumentado algumas vezes e utilizado como estratégia para o desenvolvimento das papilas ruminais em neonatos, porem se a dieta não for controlada com cuidado pode levar ao efeito contrário (atrofia) devido a lesões causadas pelo PH baixo.
 PS4: produção de metano é menor pois sub-metabolicos da produção do acetato são utilizados como substrato para produção de metano.
 
 A quantificação do pH é feita por coleta, processamento e análise do liquido ruminal por técnicas laboratoriais (cromatografo).
 A ocorrência de acidose pode ser menos intensa quando a oferta de concentrados se dá ao longo de todo o dia - diminui a ingestão instantânea de grandes quantidades de concentrado levando a distúrbios na microbiota.
EXEMPLO 1 - Balanceando PROTEINA BRUTA da racao:
Racao para frango de corte machos de desempenho normal (8 a 21 dias):
 PB = 20,65%
 ME = milho (50%) e sorgo (50%).
 MP = f. soja (95%) e f. algodao (5%).
 1 - Verificar a quantidade que cada elemento oferece de proteina bruta - ajustar em relacao a proporcao que esta presente na racao (comparado com valor tabelado em 100 kilos).
 . Milho: 100 ---- 8,26 >>>> x = 4,13% (quantidade do peso do milho que equivale a PB)
 50 ---- x
 . Sorgo: 4.62 %.
 1.2 - Proporcao total de PB no mix energetico da racao: 4,13 + 4,62 = 8,75%.
 2 - Verificar os os valores do mix proteico tambem (f. soja e de algodao):
 2.2 - Proporcao de proteina na racao: 44,64%.
 PS: maior, ja que a fracao proteica tem maior percentual de proteina. 
 3 - Balanceando a proporcao de mistura energica e proteica de tal forma que nao ultrapasse a PB desejada (quadrado de pearson) - indica o percentual de ME e MP que devera ser ultilizado que se adeque a quantidade de PB desejada para a racao
PB (20,65)
ME (8,75) 23,9 / 35,8 . 100 = 66, 76 %
 +
MP (44, 64) 11,9 / 35,8 . 100 = 33, 24%
 35,8
33, 24 + 66, 76 = 100
 4 - Achando a quantidade balanceada em quilos de cada elemento do mix energetico (Total: 66,76 Kg): 
 Milho: 66,76 . 50% = 33.38 Kg
 Sorgo: 66,76 . 50% = 33.38 Kg
 5 - Achando a quantidade balanceada em quilos de cada elemento do mix proteico (Total: 33,24 Kg): 
 F. Algodao: 33,25 . 0.05 = 1.66 Kg 
 F. Soja: 33,25 . 0.95 = 31.59 Kg
 6 - Verificacao - se a proporcao de cada elemento confere o PB alvo.
 Milho:	100,00	Kg -----	8,26 >>>> X = 2.76 kg.
 33,38	Kg -----	X
 Sorgo:	100,00	Kg -----	9,23 >>>> X = 3.08 kg.
 33,38	Kg -----	X
 F. Soja:	100,00	Kg -----	45,32 >>>> X = 14.31 kg.
 31,59	Kg -----	X
 F. Alg: 	100,00	Kg -----	29,80 >>>> X = 0.49 kg.
 		 1,66	Kg -----	X
2.76 + 3.08 + 14.31 + 0.49 = 20,65 (a racao esta balanceada quanto ao niveis de proteina bruta).
EXEMPLO 2 - Balanceando PB, energia, aminoacidos, calcio, fosforo e sodio (exigencias nutricionais) da racao:
Racao para leitao de alto potencial genetico na fase pre-inicial, com desempenho medio (4 a 2 Kg).
Alimentos
Proporcao
Milho grao
20
Soro de leite
30
Sorgo
50
F. Soja
91
F. Algodao
4
F. Carne e ossos
5
Exigencias:
Emm
PB
Lisina
Metionina
Treonina
Calcio
Fosforo
Sodio
3325 Kcal/Kg
20 %
1.520 %
0.426 %
0.958 %
0.888 %
0.560 %
0.280 %
 PS: calculo de exigencia varia para cada especie - valores tabelados a partir de pesquisas intensivas na alimentacao destes animais (nao esta disponivel para silvestres por exemplo).
Espaco reserva: 6.5%
 0 - Tabela (deve ser preenchida a medida que valores forem obtidos):
Alimento
Quant.
PB
Lis
Met
Treo
Calcio
Fosfato
Energia
Milho
S. Leite
Sorgo
F. Soja
F. Algodao
F. carne e ossos
Oleo de Soja
L-Lisina HCl
DL-Metionina
L-Tronina
Calcario
Fosfato
TOTAL
100
20
1.520
0.426
0.958
0.888
0.560
3325
Calculo se inicia com a adequacao da proteina bruta (igual ao exemplo anterior)
 1 - Verificar o quanto que cada elemento oferece de proteina bruta dentro de sua proporcao no mix energetico (ajustar a proporcao que esta presente na racao comparado com valor tabelado em 100 kilos).
 . Milho grao: 100 ---- 8,26
 20 ---- x >>>> x = 1,65% (quantidade do peso do milho no M.E que equivale a PB)
 . Soro de leite: 3.79
 . Sorgo: 4.62
 1.2 - Proporcao total de PB no mix energetico da racao: 10,05%.
 2 - Verificar os os valores do mix proteico tambem (f. soja, algodao e carne e ossos):
 2.2 - Proporcao de proteina na racao: 44,665%.
 3 - Corrigir a proteina bruta da racao considerando o espaco de reserva de 6.5:
93,5	----	20
100	----	x >>> 21,39
 4 - Balanceando a proporcao de mistura energica e proteica de tal forma que nao ultrapasse a PB desejada (quadrado de pearson).
 PS: neste caso como se tem um espaco reserva de 6.5%, o total a ser considerado deve ser 93.5%.
PB (21,39)
ME (10,05)			 23,27	 / 34,61 . 0,935 = 62,86 %
 +
MP (44, 66) 			 11,34 / 34,61 . 0,935 = 30,63%
 34,61
62,86 + 30,63 = 93,5 (calculo esta correto)
 5 - Achando a quantidade balanceada em quilos de cada elemento do mix energetico (Total: 62,86 Kg): 
 Milho: 		62,86 . 20% = 12.57 Kg
 Soro de leite: 	62,86 . 30% = 18,86 Kg
 Sorgo: 		62,86 . 50% = 31.43 Kg
 6 - Achando a quantidade balanceada em quilos de cada elemento do mix proteico (Total: 30,63 Kg): 
 F. Soja: 	30,63 . 0.91 = 27.87 Kg
 F. Algodao: 	30,63 . 0.04 = 1.22 Kg
 F. Carne e Ossos:	30,63 . 0.05 = 1.53 Kg
 7 - Verificacao - se a proporcao de cada elemento confere o PB alvo.
 Milho: 		12.57 Kg	x 8,26	/ 100 = 	1,039 %
 Soro de leite: 	18,86 Kg	x 12,62	/ 100 =	2,380 %
 Sorgo: 		31.43 Kg	x 9,23	/ 100 = 	2,901 %
 F. Soja: 	27.87 Kg	x 45,32	/ 100 = 	12,634 %
 F. Algodao: 	1.22 Kg		x 29,8	/ 100 = 	0,365 %
 F. Carne e Ossos:	1.53 Kg		x 44,44	/ 100 = 	0,621 %
1,039 + 2,380 + 2,901 + 12,634 + 0,365 + 0,621 = 20PC (a racao esta balanceada quanto ao niveis de proteina bruta).
 8 - Verificacao - se a proporcao de cada elemento confere os niveis de Fosfato alvo (0.560).
 Milho: 		12.57 Kg	x 0,24	/ 100 = 	0,030 %
 Soro de leite: 	18,86 Kg	x 0,71	/ 100 =	0,134 %
 Sorgo: 		31.43 Kg	x 0,26	/ 100 = 	0,082 %
 F. Soja: 	27.87 Kg	x 0,53	/ 100 = 	0,148 %
 F. Algodao: 	1.22 Kg		x 0,88	/ 100 = 	0,011 %
 F. Carne e Ossos:	1.53 Kg		x 4,61	/ 100 = 	0,070 %
 Total - 0,475 % (faltam 0,085)
 8.2 - Caso nao esteja balanceada (maioria dos casos) - a quantidade restante em falta deve ser complementada com fosfato bical.
 PS: note que o fosfato bical tambem oferece calcio ao mix, isto deve ser considerado quando se estiver balanceando o calcio na racao. 
100	----	18,5
x	----	0,085 >>> 0,459 (percentual de fosfato bical que deve ser adicionada a racao para 
 complementar o fosfato em deficiencia)
 9 - Verificar se a proporcao de cada elemento confere os niveis de Calcio alvo (0.888).
 PS: nao esqueca de considerar o fosfato bical, visto que este tambem oferece calcio.
 9.2 - Caso nao esteja balanceada complementar com o calcario (veja que este fornece apenas calcio).
 10 - Verificar se a proporcao de cada elemento confere os niveis de Lisina alvo (1.520).
 10.2 - Caso nao esteja balanceada complementar com L-Lisina HCl.
 11 - Verificar se a proporcao de cada elemento confere os niveis de Metionina alvo (0.426).
 11.2 - Caso nao esteja balanceada complementar com DL-Metionina.
 12 - Verificar se a proporcao de cada elemento confere os niveis de Treonina alvo (0.958).
 12.2 - Caso nao esteja balanceada complementar com L-Treonina.
 13 - Verificar se a proporcao de cada elemento confere os niveis de Energia alvo (3325 Kcal/Kg).
 13.2 - Caso nao esteja balanceada complementar com Oleo de Soja.
 PS: os aminoacidos sinteticos L-Lisina, DL-Metionina e L-Treonina devem ser considerados, visto que tambem disponibilizam energia.
 14 - Verificar se os adtivos e suplementos (calcario, fosfato, oleo e aminoacidos siteticos) ocupam todo o espaco reserva disponibilizado inicialmente (6.5% no caso).