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DESCRIÇÃO
A construção da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) como articulador junto aos setores governamentais e
da rede SUS das ações de saúde do trabalhador e a criação dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST).
PROPÓSITO
Conhecer a RENAST, as atribuições dos CEREST, as ações de Vigilância em Saúde do Trabalhador, no âmbito do Sistema Único de Saúde,
permite aos profissionais de Segurança do Trabalho acessarem estratégias importantes acerca da promoção da saúde e da segurança nos
ambientes de trabalho, e prevenção de doenças, agravos e acidentes relacionados ao trabalho.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador
MÓDULO 2
Identificar as ações do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST)
MÓDULO 3
Identificar as ações do Emprego e Trabalho Decente
A RENAST E A REDE SUS
MÓDULO 1
 Reconhecer a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador
LIGANDO OS PONTOS
A rede de atenção à saúde do trabalhador (RENAST) é a rede temática do SUS para executar ações de vigilância e assistência em saúde do
trabalhador. Sua atuação é regionalizada para que a equipe possa conhecer profundamente a realidade de cada local.
CASO
CEREST Regional Cacoal em parceria com OAB, CISTT e Vigilância em Saúde se reúnem para discutir índices de acidentes de
trabalho envolvendo a área elétrica e a da construção civil na regional de abrangência.
O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador Regional Cacoal, preocupado com o alto índice de acidentes de trabalho envolvendo a
área elétrica e a da construção civil, na regional de abrangência, convidou para proposta de ação conjunta em prevenção à saúde do
trabalhador as instituições: Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora
(CISTT) e Vigilância em Saúde.
A reunião teve início com a apresentação dos números de acidentes ocorridos, quando a vigilância em saúde do munícipio de Cacoal
apresentou estatísticas de notificações, dando abertura para que todos os presentes fizessem suas colocações e propostas de trabalho
envolvendo a educação continuada a todos os trabalhos e sociedade estudantil. Na oportunidade também estavam presentes os assessores
de um deputado e, ao final da reunião, foi gerada uma ata encaminhada ao MPT com proposta de dar continuidade à ação em 2020. (Blog do
CEREST Regional de Cacoal, 17/12/2019)
3. DE ACORDO COM O CASO, QUAIS AÇÕES DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO
TRABALHADOR PODEM SER FEITAS, EM PARCERIA COM A EQUIPE CEREST,
PARA A PREVENÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO NA ÁREA ELÉTRICA E DA
CONSTRUÇÃO CIVIL?
RESPOSTA
Identificar a situação de saúde dos trabalhadores dessas áreas; planejar, executar e avaliar as situações de
riscos a que esses trabalhadores estão expostos; verificar a ocorrência de anormalidades e irregularidades
nos ambientes e processos de trabalho; apurar as responsabilidades e recomendar as medidas necessárias
para a prevenção dos acidentes e promoção da saúde.
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A VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR
A RENAST
A Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) compreende uma rede nacional de informações e práticas de
saúde, organizada com o propósito de implementar ações de assistência, de vigilância, prevenção e de promoção da saúde relacionadas à
saúde dos trabalhadores, e articulada entre o Ministério da Saúde, as Secretarias de Saúde dos estados, o Distrito Federal e os municípios.
Com o objetivo de disseminar as ações de saúde do trabalhador, articuladas às demais redes do Sistema Único de Saúde (SUS), a RENAST
foi criada em 2002 e representou o fortalecimento da Política de Saúde do Trabalhador no SUS. A RENAST integra a rede de serviços do
SUS por meio de Centros de Referências em Saúde do Trabalhador, e tem como objetivo elaborar protocolos, linhas de cuidados e
instrumentos que favoreçam a integralidade das ações envolvendo os serviços e municípios sentinelas. (Portaria GM nº 1.679/2002)
Ao longo dos anos, a ampliação e o fortalecimento da RENAST se deram de forma articulada entre o Ministério da Saúde, as Secretarias de
Saúde dos estados, o Distrito Federal e os municípios por meio da Portaria GM nº 2.728/2009, que atribui à rede a:
Adequação e ampliação da rede de centros de referência em saúde do trabalhador.
Inclusão das ações de saúde do trabalhador na atenção básica.
Implementação das ações de vigilância e promoção em saúde do trabalhador.
Instituição e indicação de serviços de saúde do trabalhador de retaguarda, de média e alta complexidade já instalados.
Caracterização de municípios sentinelas em saúde do trabalhador.
ATRIBUIÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE ACERCA DA RENAST:
Observe a seguir as funções do Ministério da Saúde na gestão da RENAST, de acordo com a Portaria GM nº 2.728/2009:
I - elaborar a Política Nacional de Saúde do Trabalhador para o SUS, aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e pactuada
pela CIT;
II - coordenar a RENAST com a participação das esferas estaduais e municipais de gestão do SUS;
III - elaboração de projetos de lei e normas técnicas pertinentes à área, com a participação de outros atores sociais como entidades
representativas dos trabalhadores, universidades e organizações não governamentais;
IV - inserir as ações de Saúde do Trabalhador na Atenção Básica, Urgência/Emergência, Rede Hospitalar, Vigilância Sanitária,
Epidemiológica e Ambiental;
V - assessorar os Estados na realização de ações de alta complexidade, quando solicitados;
VI - definir acordos e cooperação técnica com instituições afins com a Saúde do Trabalhador para capacitação e apoio à pesquisa na
área;
VII - definir rede de laboratórios de análises químicas e toxicológicas como referências regionais ou estaduais;
VIII - definir a Rede Sentinela e os Municípios Sentinelas em Saúde do Trabalhador no âmbito nacional;
IX - definir o financiamento federal para as ações de Saúde do Trabalhador, garantindo repasses regulares fundo a fundo;
X - realizar estudos e pesquisas definidos a partir de critérios de prioridade, considerando a aplicação estratégica dos recursos e
conforme a demanda social;
XI - promover a articulação intersetorial com os Ministérios do Trabalho e Emprego, da Previdência Social, do Meio Ambiente e outros,
com vistas a fortalecer o modelo de atenção integral a saúde dos trabalhadores.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
AÇÕES DE SAÚDE DO TRABALHADOR
Os trabalhadores sempre foram atendidos nos serviços do SUS, porém nem sempre suas demandas específicas relacionadas ao trabalho
eram observadas. A implantação da RENAST também teve como proposta a qualificação desses atendimentos incorporando as ações de
saúde do trabalhador.
O reconhecimento dessas ações é importante para que os encaminhamentos adequados sejam realizados. Nessa perspectiva, as
notificações de doenças, agravos e acidentes relacionados ao trabalho, fornecem dados suficientes para o financiamento e implementação
de ações de saúde dos trabalhadores nos estados e municípios.
LEMBRANDO QUE A INDISSOCIABILIDADE DAS AÇÕES ASSISTENCIAIS E DE
VIGILÂNCIA EM SAÚDE É UM DOS PILARES DE SUSTENTAÇÃO DA SAÚDE DO
TRABALHADOR.
Podemos elencar como ações de saúde do trabalhador:
A assistência aos agravos, a vigilância dos ambientes e das condições de trabalho (vigilância sanitária), da situação de saúde dos
trabalhadores (vigilância epidemiológica) e da situação ambiental (vigilância ambiental).
A produção, coleta, sistematização, análise e divulgação das informações de saúde, a produção de conhecimento e as atividades educativas,
todas elas desenvolvidas sob o controle da sociedade organizada.
A partir das ações assistenciais, são identificados os “casos” ou as situações de adoecimento relacionados ao trabalho, que são notificados
ao sistema de informação, desencadeando procedimentos de vigilância da saúde.
Procedimentos de promoçãoda saúde definidos e implementados no âmbito do sistema de saúde e fora dele pelo setores de trabalho,
previdência social, meio ambiente e outros setores de governo responsáveis pelas políticas de desenvolvimento econômico e social.
O atendimento ao trabalhador, a investigação do trabalho como um fator determinante do processo saúde-doença e o manejo das situações
de risco no trabalho, incorporando o controle social, são possibilidades a serem trabalhadas na Atenção Primária à Saúde. Aos serviços de
urgência e emergências cabem os atendimentos aos acidentados e às vítimas de agravos agudos relacionados ao trabalho, fazendo as
devidas notificações quando necessárias (RENAST, 2006).
VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR
A Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) é essencial para a solidificação do modelo de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador. É um
dos componentes do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde e visa à promoção da saúde e à redução da morbimortalidade da população
trabalhadora, por meio de ações de intervenção nos agravos caso seus determinantes sejam decorrentes dos modelos de desenvolvimento e
processos produtivos, e mantendo estreita integração com as demais Vigilâncias (Sanitária, Epidemiológica e Saúde Ambiental)
(DIRETRIZES, 2012).
Objetivos da Vigilância em Saúde do Trabalhador (DIRETRIZES, 2012):
A VISAT tem como objetivos:
Identificar o perfil de saúde da população trabalhadora, considerando a análise da situação de saúde.
A caracterização do território, perfil social, econômico e ambiental da população trabalhadora.
Intervir nos fatores determinantes dos riscos e agravos à saúde da população trabalhadora, visando eliminá-los ou, na sua impossibilidade,
atenuá-los e controlá-los.
Avaliar o impacto das medidas adotadas para a eliminação, o controle e a atenuação dos fatores determinantes dos riscos e agravos à saúde
para subsidiar a toma de decisões das instâncias do SUS.
Utilizar os diversos sistemas de informação para a VISAT.
Atribuições do Profissionais da Vigilância em Saúde do Trabalhador (BRASIL, 2012):
A equipe de profissionais da Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) deve ser multidisciplinar e suas atribuições são:
1. Identificar e analisar a situação de saúde dos trabalhadores da área de abrangência;
2. Analisar dados, informações, registros e prontuários de trabalhadores nos serviços de saúde, respeitando os códigos de ética dos
profissionais de saúde;
3. Planejar, executar e avaliar sobre situações de risco à saúde dos trabalhadores e os ambientes e processos de trabalho;
4. Realizar ações programadas de Vigilância em Saúde do Trabalhador, a partir de análises dos critérios de priorização definidos;
5. Verificar a ocorrência de anormalidades, irregularidades e a procedência de denúncias de inadequação dos ambientes e processos
de trabalho, apurar responsabilidades e recomendar medidas necessárias para promoção da saúde dos trabalhadores;
6. Efetuar inspeções sanitárias nos ambientes de trabalho, identificar e analisar os riscos existentes, bem como propor as medidas de
prevenção necessárias.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Além do mais, devem mapear os riscos dos processos de produção, por meio da metodologia de árvores de causas.
ATRIBUIÇÕES DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR (BRASIL, 2012):
Dentre as ações da VISAT, destacamos:
Realizar levantamentos, monitoramentos de risco à saúde dos trabalhadores e de populações expostas, acompanhamento e registro de
casos, inquéritos epidemiológicos e estudos da situação de saúde a partir dos territórios;
Realizar apoio institucional e matricial às instâncias envolvidas no processo de Vigilância em Saúde do Trabalhador no SUS;
Realizar inspeções sanitárias nos ambientes de trabalho, com objetivo de buscar a promoção e a proteção da saúde dos trabalhadores;
Promover ações de formação continuada para os técnicos e trabalhadores envolvidos nas ações de Vigilância em Saúde do Trabalhador.
PLANO DE AÇÃO DE SAÚDE DO TRABALHADOR
O Plano de Ação Saúde do Trabalhador visa colocar em prática as determinações da Portaria GM/MS nº 2.437/2005, que regulamenta as
atividades da RENAST. O plano tem como objetivo a definição das ações que respondam às necessidades de saúde da população atendida,
maximizando resultados e melhorando constantemente a qualidade dos serviços prestados (RENAST, 2006).
O propósito de um planejamento é:
PERMITIR UM MELHOR APROVEITAMENTO DO TEMPO E DOS RECURSOS,
POSSIBILITANDO QUE ALCANCEMOS NOSSOS OBJETIVOS MAIS FACILMENTE.
QUANDO PRETENDEMOS ALCANÇAR, COLETIVAMENTE, OBJETIVOS
COMPLEXOS, É IMPRESCINDÍVEL CONTAR COM UM MÉTODO DE
PLANEJAMENTO.
(RENAST, 2006, p. 31)
Um método de planejamento deve permitir o compartilhamento de ideias de todos os envolvidos e possibilitar a compreensão das
ferramentas adotadas. O planejamento deve expressar a identificação dos problemas, definir as prioridades para a intervenção e as ações.
Para que atinja seus objetivos, é preciso a elaboração de um plano de ação. A seguir, veremos o passo a passo, composto por quatro
momentos, para a elaboração de um plano de ação em Saúde do Trabalhador, de acordo com a RENAST (2006).

1 - EXPLICANDO O PROBLEMA
Quem é o ator que planeja? Qual a missão da organização do ator que planeja? Qual problema será objeto da intervenção? Como descrever
o problema? Como explicar o problema? 
Observação: a definição da missão estabelece os objetivos maiores que se pretende alcançar ou garantir.
2 - PROPONDO INTERVENÇÕES
Como selecionar os nós críticos? Como propor as intervenções? (1ª parte) 
Observação: o nó crítico pode ser considerado como uma causa do problema que, quando atacada, é capaz de resolver ou transformar o
problema principal.


3 - CONSTRUINDO VIABILIDADE
Como identificar os recursos? Como viabilizar os recursos críticos?
4 – GERENCIANDO A INTERVENÇÃO
Como concluir a proposta de intervenção? (2ª parte) Como gerir a implantação do projeto?

O planejamento em Saúde do Trabalhador é um processo dinâmico que requer modificações sempre que houver alterações ambientais e/ou
organizacionais. Dessa forma, as estratégias precisam ser acompanhadas continuamente.
A elaboração do plano ocorre nas Oficinas de Trabalho, que reúnem todos os atores sociais envolvidos com a temática saúde do trabalhador,
incluindo os gestores de órgãos públicos e representação dos movimentos sociais e de usuários/trabalhadores.
O PLANO DEVE CONTER OBJETIVOS, METAS E PROJETOS QUE CONSOLIDEM A
MISSÃO INSTITUCIONAL VISANDO À MELHORIA DA QUALIDADE DAS
ATIVIDADES RELACIONADAS AO ATENDIMENTO ÀS DEMANDAS DOS
TRABALHADORES, ALÉM DE INFORMAÇÕES DETALHADAS SOBRE A
IMPLEMENTAÇÃO DAS MEDIDAS DE GERENCIAMENTO E CONTROLE DAS
INFORMAÇÕES, DOS CUSTOS, DA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE PESSOAL.
De acordo com a Portaria GM/MS nº 2.067/2004, o Plano de Ação Nacional em Saúde do Trabalhador deve seguir as metas do Plano
Nacional de Saúde, assim como as estratégias de gestão descentralizada pactuadas entre as esferas de governo, devendo conter as
diretrizes para:
I. organização de ações assistenciais em Saúde do Trabalhador, no âmbito da Atenção Básica, na rede de Média e Alta Complexidade
ambulatorial, pré-hospitalar e hospitalar;
II. estruturação de ações de vigilância em Saúde do Trabalhador, em conformidade com as disposições das Portarias GM/MS nº
3.120/1998 e nº 1.172/2004;
III. sistematização das informações em Saúde do Trabalhador, conforme o disposto na Portaria GM/MS nº 777/2004 e os instrumentos
de informação já existentes, tais como o SIAB, o SIA, o SIH e o cartão SUS;
IV. política de comunicação em Saúde do Trabalhador;
V. fiscalização, normatização e controle dos serviços de Saúde do Trabalhador ou de medicina do trabalho, próprios ou contratados,
das instituições e empresas públicas e privadas;
VI. estruturação e o cronograma de implantação da Rede de Serviços Sentinela em Saúde do Trabalhador;
VII. ampliação, modificação e adequaçãoda rede de Centros de Referência em Saúde do Trabalhador;
VIII. educação permanente em Saúde do Trabalhador, segundo a Política de Formação e Desenvolvimento de Trabalhadores para o
SUS, definida pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, do Ministério da Saúde;
IX. promoção da Saúde do Trabalhador por meio da articulação intra e intergovernamental nas três esferas de governo.
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A METODOLOGIA DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO
TRABALHADOR
Para que se consiga atingir os objetivos da Vigilância em Saúde do Trabalhador, é necessário que se adotem metodologias capazes de
estabelecer um diagnóstico situacional, dentro do princípio da pesquisa-intervenção, e de avaliar, de modo permanente, os seus resultados
em prol das mudanças pretendidas. Observe os componentes que compreendem alguns pressupostos metodológicos:
FASE PREPARATÓRIA
Nesta fase, a equipe busca conhecer, com o maior aprofundamento possível, o(s) processo(s), o ambiente e as condições de trabalho do
local onde será realizada a ação.
INTERVENÇÃO (INSPEÇÃO/FISCALIZAÇÃO SANITÁRIA)
A intervenção, realizada em conjunto com os representantes dos trabalhadores de outras instituições, e sob a responsabilidade administrativa
da equipe da Secretaria Estadual e/ou Municipal de Saúde, deverá considerar, na inspeção sanitária em saúde do trabalhador, a observância
a normas e legislações que regulamentam a relação entre o trabalho e a saúde, de qualquer origem, especialmente na esfera da saúde, do
trabalho, da previdência, do meio ambiente e das internacionais ratificadas pelo Brasil.
ANÁLISE DOS PROCESSOS
Uma forma importante de considerar a capacidade potencial de adoecer no processo, no ambiente e em decorrência de condições em que o
trabalho se realiza é utilizar instrumentos que inventariem o processo produtivo e a sua forma de organização.
INQUÉRITOS
No mesmo tempo da intervenção, é possível organizar inquéritos por meio da equipe interdisciplinar e de representantes sindicais e/ou dos
trabalhadores, aplicando questionários ao conjunto dos trabalhadores, contemplando a sua percepção da relação entre trabalho e saúde, a
morbidade referida (sinais e sintomas objetivos e subjetivos), a vivência com o acidente e o quase acidente de trabalho (incidente crítico),
consigo e com os companheiros, e suas sugestões para a transformação do processo, do ambiente e das condições em que o trabalho se
realiza.
MAPEAMENTO DE RISCOS
Podem ser utilizadas algumas técnicas de mapeamento de riscos dos processos produtivos de forma gradualmente mais complexa à medida
que a intervenção se consolide e as mudanças ocorram — sempre com a participação dos trabalhadores na sua elaboração. É importante
mapear, além dos riscos tradicionalmente reconhecidos, as chamadas cargas de trabalho e as formas de desgaste do trabalhador.
ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
Os estudos epidemiológicos clássicos, tais como os seccionais, de corte e caso controle, podem ser aplicados sempre que se identificar sua
necessidade, igualmente com a concorrência, na equipe interdisciplinar, de técnicos das universidades e centros de pesquisa, como
assessores da equipe.
ACOMPANHAMENTO DO PROCESSO
A intervenção implica na confecção de um relatório detalhado que incorpore o conjunto de informações coletadas elaborado pela equipe e
seja feito com a participação dos trabalhadores, de modo a servir como parâmetro de avaliações futuras.
INFORMAÇÕES BÁSICAS
É importante acessar as informações de interesse para as ações em Saúde do Trabalhador, não só sobre a avaliação do perfil de
morbimortalidade da população em geral, mas também o dimensionamento da população trabalhadora exposta a riscos. São informações
que permitem a análise e a intervenção sobre seus determinantes. Algumas informações podem ser adquiridas por intermédio do Sistema de
Informações sobre Mortalidade (SIM), Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), Previdência Social, entre outros.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Identificar as ações do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST)
LIGANDO OS PONTOS
Os CEREST devem identificar quais são os riscos e agravos à saúde do trabalhador em sua região de atuação em conjunto com os serviços
de atenção básica, urgências e emergências, de média e alta complexidades e, a partir daí, atuar na rede de saúde priorizando suas
intervenções aos grupos mais vulneráveis.
Os CEREST devem agir principalmente naqueles ambientes de trabalho que estão longe da atuação do MTE, e em situações em que os
trabalhadores não estão protegidos por NR, como autônomos, trabalhadores de microempresas, agricultura familiar etc.
O CASO
O CEREST Regional de Cacoal, visando prevenir possíveis acidentes nos frigoríficos dos municípios que compõe sua regionalização, em
parceria com AGEVISA (PVH), CEREST Estadual (PVH) e SESAU, realizou a operação de inspeção e análise dos frigoríficos quanto à
utilização de amônia. A presente operação de inspeção e orientação já vem sendo desenvolvida pelo CEREST, conforme plano de ação
anual, porém a presente inspeção em todas as unidades frigoríficas foi desencadeada após um acidente ocorrido em uma unidade que
compõe a regionalização do CEREST CACOAL.
Sabendo que a possível intoxicação por amônia pode ser extremamente grave ao trabalhador, a equipe do CEREST Cacoal, ao tomar
conhecimento do acidente de amônia, em parceria MPT, realizou a inspeção e acompanhou o caso na Unidade Frigorífica, bem como as
condições de saúde dos trabalhadores que foram expostos e sofreram sintomas de intoxicação na ocasião do sinistro, os quais foram
encaminhados à unidade hospitalar do município de Cacoal. De acordo com a literatura médica, os contaminados podem apresentar os
seguintes sintomas: irritação nos olhos, na garganta e no trato respiratório/sufocante.
Dependendo do tempo e nível de exposição, podem ocorrer efeitos que vão de suaves irritações a severas lesões no corpo, devido à sua
ação cáustica alcalina. Exposições a altas concentrações, a partir de 2500ppm, por um período de trinta minutos podem ser fatais. As
manifestações clínicas incluem: diminuição da ingestão de alimentos; letargia; taquipneia; hipotermia; vômitos; ataxia; convulsões;
hepatomegalia e coma. Uma possível complicação deste distúrbio é a ocorrência de encefalopatia hepática, podendo levar à morte. (Blog do
CEREST Regional de Cacoal, 20/06/2021)
3. VISANDO À PREVENÇÃO DE OUTROS ACIDENTES E EM OUTROS
FRIGORÍFICOS, PONTUE AS AÇÕES RELACIONADAS ÀS NORMAS SEGURANÇA
QUE A EQUIPE CEREST PODE REFORÇAR COM AS EQUIPES DOS SESMT:
RESPOSTA
Inspeção dos ambientes de trabalho; orientações sobre a importância de as empresas seguirem as normas
de segurança; orientações aos trabalhadores sobre a importância de obedecerem às normas de segurança;
elaboração de planos de ação para prevenção de novos acidentes, baseados no PPRA: antecipação,
reconhecimento, avaliação e controle. Utilização de outras ferramentas, como 5W2H.
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OS CEREST´S E A ATENÇÃO BÁSICA
OS CEREST
Criados a partir da Portaria Ministerial nº 1.679/2002, os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) são unidades regionais
especializadas no atendimento aos trabalhadores. São vinculados à Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) e
coordenados pela Coordenação Geral de Saúde do Trabalhador, do Ministério da Saúde.
AS AÇÕES DOS CEREST ESTÃO ESTRUTURADAS COM OS DEMAIS SERVIÇOS
DA REDE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) E OUTROS SETORES
GOVERNAMENTAIS QUE POSSUEM ESFERAS COMPARTILHADAS COM A SAÚDE
DO TRABALHADOR.
Os CEREST também têm por função a retaguarda técnica para o SUS nas ações de prevenção, promoção, diagnóstico, tratamento,
reabilitação e vigilância em saúde dos trabalhadores urbanos e rurais, independentemente do tipo de inserção no mercado do trabalho, e a
elaboração do Plano de Saúde do Trabalhador (Portaria GM nº 2.728/2009).
ATUAÇÃO DOSCENTROS DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR
(PORTARIA GM/MS Nº 1.823/2012).
São atribuições do CEREST:
I. Desempenhar as funções de suporte técnico, de educação permanente, de coordenação de projetos de promoção, vigilância e assistência
à saúde dos trabalhadores, no âmbito da sua área de abrangência.
II. Dar apoio matricial para o desenvolvimento das ações de saúde do trabalhador na atenção primária em saúde, nos serviços especializados
e de urgência e emergência, bem como na promoção de vigilância nos diversos pontos de atenção da Rede de Atenção à Saúde.
III. Atuar como centro articulador e organizador das ações intra e intersetoriais de saúde do trabalhador, assumindo a retaguarda técnica
especializada para o conjunto de ações e serviços da rede SUS e se tornando polo irradiador de ações experiência de vigilância em saúde,
de caráter sanitário e de base epidemiológica.
Na esfera assistencial, os CEREST atuam com o propósito de contribuir para o diagnóstico, confirmação da relação causal entre um dano,
doença ou acidente e o trabalho, além de tratamentos, reabilitação e encaminhamentos dos casos de maior complexidade para as unidades
especialistas da rede SUS.
TODOS OS TRABALHADORES E ESTAGIÁRIOS PODEM SER ATENDIDOS PELOS
CEREST DESDE QUE APRESENTEM DEMANDAS RELACIONADAS AO
TRABALHO. DESEMPREGADOS E APOSENTADOS TAMBÉM PODEM SER
ATENDIDOS CONTANTO QUE HAJA SUSPEITA DE ADOECIMENTO
RELACIONADO A OCUPAÇÕES ANTERIORES À DEMISSÃO.
De acordo com a Portaria nº 1.679/2002, em cada estado serão organizados dois tipos de CEREST, os Regionais e os Estaduais e cabe a
eles apoiar a organização e a estruturação da assistência de média e alta complexidade, para dar atenção aos acidentes de trabalho e aos
agravos contidos na Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho, como listamos a seguir:
1. Acidente de trabalho fatal;
2. Acidentes de trabalho com mutilações;
3. Acidente com exposição a material biológico;
4. Acidentes do trabalho com crianças e adolescentes;
5. Dermatoses ocupacionais;
6. Intoxicações exógenas, por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados;
7. Lesões por esforços repetitivos (LER), distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT);
8. Pneumoconioses;
9. Perda auditiva induzida por ruído (PAIR);
10. Transtornos mentais relacionados ao trabalho;
11. Câncer relacionado ao trabalho.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
CEREST estaduais
Os CEREST estaduais deverão dispor de bases de dados disponíveis e atualizadas, no mínimo com os seguintes componentes para sua
respectiva área de abrangência:
Mapa de riscos no trabalho;
Mapa de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho;
Indicadores sociais econômicos de desenvolvimento, força de trabalho e IDH;
Informações sobre benefícios pagos pela previdência social e outros órgãos securitários; capacidade instalada do sus;
Estrutura regional e funcionamento do INSS e da delegacia regional do trabalho;
Estruturar o observatório estadual de Saúde do Trabalhador.
Também deverão promover programas de formação, especialização e qualificação de recursos humanos na área da saúde do trabalhador,
além de fornecer suporte técnico para práticas assistenciais interdisciplinares em saúde do trabalhador e promover eventos técnicos e
elaboração de manuais e protocolos clínicos (Portaria nº 2.437/2005).
CEREST regionais
Os CEREST regionais deverão:
Facilitar o desenvolvimento de estágios, trabalho e pesquisa com as universidades locais, as escolas, os sindicatos, entre outros;
Contribuir nos projetos das demais assessorias técnicas municipais;
Fomentar as relações interinstitucionais;
Articular a vigilância em saúde do trabalhador com ações de promoção como proposta de municípios saudáveis;
Prover subsídios para o fortalecimento do controle social na região e nos municípios do seu território de abrangência;
Participar do polo regional de educação permanente de forma a propor e pactuar as capacitações em saúde do trabalhador
consideradas prioritárias;
Estimular, prover subsídios e participar da pactuação da Rede de Serviços Sentinela em Saúde do Trabalhador na região de sua
abrangência.
Os CEREST regionais são referência técnica para as investigações de maior complexidade, e quando necessário atuam em conjunto com os
CEREST estaduais, assim como os setores no âmbito municipal, estadual e federal (Portaria nº 1.679/2002).
 ATENÇÃO
Os CEREST regionais e estaduais deverão atuar de forma integrada, de modo a constituir um sistema em rede nacional.
PROFISSIONAIS QUE COMPÕEM AS EQUIPES DOS CEREST
As equipes devem prover o apoio matricial e institucional para o desenvolvimento e incorporação das ações de saúde do trabalhador no SUS.
As equipes são compostas por:
PROFISSIONAIS DE NÍVEL MÉDIO
PROFISSIONAIS DE NÍVEL SUPERIOR
PROFISSIONAIS DE NÍVEL MÉDIO
Auxiliar ou técnico de enfermagem, técnico de higiene e segurança do trabalho, auxiliar administrativo, arquivistas, entre outros.
PROFISSIONAIS DE NÍVEL SUPERIOR
Médicos generalistas, médicos do trabalho, médicos especialistas, odontologistas, engenheiros, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais,
fonoaudiólogos, fisioterapeutas, sociólogos, ecólogos, biólogos, terapeutas ocupacionais, advogados, relações públicas, educadores,
comunicadores, entre outros.
As equipes serão formadas de acordo com o perfil dos atendimentos realizados nos CEREST, e assim, é possível que as equipes não sejam
iguais nas regiões. Porém, para a composição delas, devem obedecer ao que determina a legislação, com no mínimo auxiliares/técnicos de
enfermagem, enfermeiros, médicos.
 ATENÇÃO
Apesar das ações para o suprimento das necessidades dos trabalhadores, os CEREST não realizam exames admissionais, periódicos, de
mudança de função e demissionais, uma vez que não podem assumir as atribuições dos Serviços Especializados de Segurança e Medicina
do Trabalho (SESMT). Além do mais, não há atendimento para situações de alta complexidade, emissão de atestado de saúde física ou
mental e/ou avaliação de processos de insalubridade ou periculosidade nas empresas.
Aos trabalhadores, os atendimentos nos CEREST acontecerão após encaminhamento médico, sejam de serviços públicos de saúde, serviços
privados, ou por médicos do trabalho.
Para os demais serviços, como visitais locais e visitas em conjunto com as equipes de Vigilâncias Epidemiológica, Sanitária, Ambiental ou em
Saúde do Trabalhador, as instituições deverão acionar o CEREST referência para a região.
REDE DE SERVIÇOS SENTINELA EM SAÚDE DO TRABALHADOR
“Sentinela” é o temos utilizado para designar serviços assistenciais de saúde de retaguarda de média e alta complexidade já instalados e
qualificados, para garantir a geração de informação para viabilizar a vigilância em saúde. Assim, esse serviço é responsável pelo diagnóstico,
tratamento e notificação que proporcionarão subsídios para ações em saúde do trabalhador (RENAST, 2006).
A Rede de Serviços Sentinela em Saúde do Trabalhador deverá atender todo o território nacional e os Municípios Sentinelas serão definidos
a partir de dados e indicadores oficiais disponíveis nos CEREST. Aos Municípios Sentinelas, cabe:
Inserir as ações de Saúde do Trabalhador no SUS na Atenção Básica, na média e na alta complexidade.
Executar ações de vigilância em Saúde do Trabalhador integradas às de vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental;
Fortalecer o Controle Social;
Implantar uma Política de Saúde do Trabalhador voltada para a realidade do município e da região, em parceria com o estado.
Desenvolver políticas de promoção da saúde e de desenvolvimento sustentável, de forma a garantir o acesso do trabalhador às ações
integradas de vigilância e de assistência, em todos os níveis de atenção do SUS.
Essas atribuições têm como finalidade reduzir o impacto dos processos produtivos nocivos à Saúde dos Trabalhadores e da população geral.
AS ATIVIDADES E OS NÍVEIS DE COMPLEXIDADE
Como estamosfalando de redes que, articuladas ao SUS viabilizam atendimentos especializados aos trabalhadores, traremos agora algumas
atividades que são realizadas dentro dos serviços, de acordo com o nível de complexidade. São elas:
Atenção primária em saúde
Rede de urgência e emergência
Serviço de especialidade
Notificação compulsória
A atenção primária em saúde, em articulação com as áreas técnicas em saúde do trabalhador e centros de referência em saúde do
trabalhador, deve elaborar ações de promoção da saúde, prevenção de agravos, assim como o diagnóstico, tratamento, a reabilitação e
manutenção da saúde dos trabalhadores no âmbito individual e coletivo.
 SAIBA MAIS
A Portaria GM/MS nº 4.279/2010 conceitua a Rede de Atenção à Saúde (RAS) e estabelece diretrizes para sua organização, no âmbito do
Sistema Único de Saúde.
A rede de atenção à saúde (RAS) é composta por “arranjos organizativos de ações e serviços de saúde de diferentes densidades
tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado”. Os
CEREST fazem parte da RAS como um de seus arranjos, ou seja, integram a rede de serviços do SUS voltados à promoção, à vigilância e à
assistência, para o desenvolvimento das ações de Saúde do Trabalhador.
Os CEREST devem funcionar sob a coordenação da Atenção Primária à Saúde (APS). A atenção integral à saúde do usuário trabalhador
deve se iniciar e ser garantida a partir da atenção primária, enquanto coordenadora do cuidado dentro da RAS.
A integralidade na atenção à saúde dos usuários trabalhadores envolve a integração da Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT), com a
APS. Para isso, é necessário:
A inserção das ações do VISAT na prática das equipes de saúde da família.
O planejamento e programação integrados das ações individuais e coletivas.
O monitoramento e avaliação integrada.
A educação permanente dos profissionais de saúde.
A rede de urgência e emergência é a responsável pelos atendimentos de casos de acidentes de trabalho graves e fatais, incluindo as
intoxicações exógenas. É importante que seja feita a notificação dos atendimentos, pois com essas informações atualizadas, poderá ser
elaborada uma série de medidas preventivas relacionadas à saúde dos trabalhadores.
A rede de serviços de especialidades é importante para a manutenção da integralidade das ações. Esse serviço é destinado ao atendimento
das situações de saúde que não podem ser tratadas na atenção primária.
FICHA INDIVIDUAL DE NOTIFICAÇÃO (FIN)
É um registro de um agravo à saúde feito por meio da Ficha de Notificação. Tem como objetivo comunicar a ocorrência de casos de doenças
que constam na lista de agravos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
 ATENÇÃO
A notificação é obrigatória a todos os profissionais de saúde, bem como aos responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e
particulares de saúde e de ensino, e visa à adoção de medidas de controle pertinentes. Podem ser feitas pela vigilância epidemiológica dos
distritos sanitários.
Atualmente, as seguintes notificações são compulsórias:
1 - Câncer relacionado ao trabalho;
2 - Dermatoses ocupacionais;
3 - Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT);
4 - Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) relacionada ao trabalho;
5 - Pneumoconioses relacionadas ao trabalho;
6 - Transtornos mentais relacionados ao trabalho.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
É IMPORTANTE DESTACAR QUE, DEVIDO À ESCASSEZ DAS INFORMAÇÕES
SOBRE A REAL SITUAÇÃO DE SAÚDE DOS TRABALHADORES, FICA
INVIABILIZADA A CRIAÇÃO DE POLÍTICAS E ESTRATÉGIAS PARA COMBATER
OS AGRAVOS RELACIONADOS À SAÚDE. POR ISSO, É IMPORTANTE QUE AS
INFORMAÇÕES SOBRE A NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA SEJAM SEMPRE
PRIORIZADAS EM TODOS OS CURSOS DA ÁREA DA SAÚDE E GESTÃO DA
SAÚDE.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
 Identificar as ações do Emprego e Trabalho Decente
LIGANDO OS PONTOS
A política nacional de trabalho em emprego decente pode causar impacto na saúde e segurança dos trabalhadores. Embora o foco seja a
qualidade de vida, o salário decente, o emprego seguro e boas condições de vida diminuem a exposição dos trabalhadores a situações
insalubres, inclusive a situações análogas à escravidão.
O CASO
Em 2018, a renda feminina média (R$1.399,00) representa somente 86,7% da renda média masculina (R$1.614,00), revelando que a
luta das mulheres por igualdade salarial ainda está longe de seu final.
A força de trabalho feminina representa em média 40% da População Economicamente Ativa Brasileira (IBGE, PNAD), na qual muitas
mulheres inseridas buscam garantir seu espaço. No entanto, a estrutura das relações sociais no mundo do trabalho que, há tempos, submete
as mulheres ao trabalho doméstico e às limitações na participação da esfera pública, reforçam uma divisão sexual do trabalho relacionada
aos papéis desempenhados por gênero e que são refletidas no cotidiano nacional.
A desvalorização da força de trabalho feminina se apresenta na forma de salários mais baixos, postos de trabalho precários, dupla jornada
com trabalho doméstico não remunerado e invisibilizado, assim como na ausência de proteções sociais efetivas que possibilitassem
condições mais favoráveis para a participação das mulheres no mercado.
Essa desvantagem percebida por elas no mercado de trabalho tende a piorar no caso das mulheres com filhos pequenos, que, muitas vezes,
precisam se submeter às péssimas condições de trabalho para não ficarem desempregadas, pois as oportunidades se restringem diante da
condição de trabalhadora e mãe, o que pode levá-las à informalidade. (Observatório Paraense do Mercado de Trabalho, Junho de 2019)
3. EM SE TRATANDO DE UM PLANO NACIONAL DO EMPREGO E TRABALHO
DECENTE, DESTAQUE QUAIS SÃO AS POSSÍVEIS PROPOSTAS PARA MINIMIZAR
A DISCRIMINAÇÃO E SEGREGAÇÃO CONTRA AS MULHERES NO MERCADO DE
TRABALHO:
RESPOSTA
Valorização do trabalho feminino, entendendo que direitos iguais não significa que a mulher precisa fazer
todos os trabalhos que os homens fazem. A valorização salarial. Trabalhos flexíveis, entendendo que muitas
mulheres são mães e nem sempre tem quem as ajude no cuidado às crianças.
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O QUE É TRABALHO DECENTE?
NOÇÕES DE TRABALHO DECENTE
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o trabalho decente é condição fundamental para a superação da pobreza, a
redução das desigualdades sociais, a garantia da governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável (BRASIL, 2010).
Trata-se de um conceito multidimensional com a missão de promover oportunidades de trabalho decente em condições de liberdade,
equidade, segurança e dignidade. De acordo com a OIT, a noção de trabalho decente se estrutura em quatro pilares estratégicos:
Respeito às normas internacionais do trabalho, em especial aos princípios e direitos fundamentais do trabalho.
Promoção do emprego de qualidade.
Extensão da proteção social.
Diálogo social.
PRINCÍPIOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS DO TRABALHO
Liberdade sindical e reconhecimento efetivo do direito de negociação coletiva; eliminação de todas as formas de trabalho forçado; abolição
efetiva do trabalho infantil; eliminação de todas as formas de discriminação em matéria de emprego e ocupação.
Para a implementação dos pilares, a OIT criou a Agenda de Trabalho Decente com os seguintes objetivos:
Definir e promover normas e princípios e direitos fundamentais no trabalho;
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Criar maiores oportunidades de emprego e renda decentes para a população;
Melhorar a cobertura e a eficácia da proteção social para todos.
Países membros que ratificaram a agenda criaram seus planos para atender as suas demandas. O Brasil, ao assumir uma série de
compromissos internacionais para a promoção do trabalho decente, criou o Plano Nacional de Emprego e Trabalho Decente, que visa:
FORTALECER A CAPACIDADE DO ESTADO BRASILEIRO PARA AVANÇARNO
ENFRENTAMENTO DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS ESTRUTURAIS DA SOCIEDADE
E DO MERCADO DE TRABALHO, ENTRE OS QUAIS SE DESTACAM: A POBREZA
E A DESIGUALDADE SOCIAL; O DESEMPREGO E A INFORMALIDADE; A
EXTENSÃO DA COBERTURA DA PROTEÇÃO SOCIAL; A PARCELA DE
TRABALHADORAS E TRABALHADORES SUJEITOS A BAIXOS NÍVEIS DE
RENDIMENTOS E PRODUTIVIDADE; OS ELEVADOS ÍNDICES DE ROTATIVIDADE
NO EMPREGO; AS DESIGUALDADES DE GÊNERO E RAÇA/ETNIA; AS
CONDIÇÕES DE SEGURANÇA E SAÚDE NOS LOCAIS DE TRABALHO,
SOBRETUDO NA ZONA RURAL.
(BRASIL, 2010, p. 8)
De acordo com a OIT, o trabalho decente está relacionado às aspirações das pessoas sobre a vida profissional. Envolve oportunidades de
trabalho produtivo e com rendimento justo, segurança nos ambientes laborais, proteção social para as famílias e a igualdade de
oportunidades e tratamento para todas as mulheres e homens.
Por meio do trabalho decente, também se reafirma a necessidade de abolirmos o trabalho infantil e as condições degradantes de trabalho
para adultos. Durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015, o trabalho decente e os quatro pilares da
Agenda do Trabalho Decente tornaram-se a Meta nº 8 da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, por ser entendido que o
desenvolvimento sustentável não pode ser alcançado sem trabalho decente e vice-versa.
META Nº 8
A Meta nº 8 diz respeito à promoção do crescimento econômico sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos.
Em 2017, a OIT, por meio de uma das Conferências Gerais, publicou a Recomendação nº 205, sobre Emprego e Trabalho Decente para a
Paz e a Resiliência. Essa Recomendação fornece orientação aos membros sobre as medidas a serem tomadas para gerar empregos e
trabalho decente para fins de prevenção, recuperação, paz e resiliência em relação a situações de crise decorrentes de conflitos e desastres.
AGENDA NACIONAL DE EMPREGO E TRABALHO DECENTE
A Agenda Nacional de Trabalho Decente expressa um compromisso entre o governo brasileiro e a OIT, com a proposta de ser implementada
em diálogo com as organizações de empregadores e de trabalhadores. O Brasil lançou a agenda no ano de 2006, definindo três prioridades
(BRASIL, 2006):
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1ª PRIORIDADE
2ª PRIORIDADE
3ª PRIORIDADE
1ª PRIORIDADE
Geração de mais e melhores empregos, com igualdade de oportunidades e de tratamento. 
Linhas de ação: Investimento Público e Privado, e Desenvolvimento Local e Empresarial para a Geração de Emprego; Políticas Públicas de
Emprego, Administração e Inspeção do Trabalho; Políticas de Salário e Renda; Promoção da Igualdade de Oportunidades e de Tratamento e
Combate à Discriminação; Extensão da Proteção Social; Condições de Trabalho.
2ª PRIORIDADE
Erradicar o trabalho escravo e eliminar o trabalho infantil, em especial em suas piores formas. 
Linhas de ação: Desenvolvimento da Base de Conhecimento; Mobilização e Conscientização Social; Fortalecimento Institucional de Políticas
e Programas Nacionais; Estratégias de Intervenção.
3ª PRIORIDADE
Fortalecer os atores tripartites e o diálogo social como um instrumento de governabilidade democrática. 
Linhas de ação: Promoção das Normas Internacionais; Fortalecimento dos Atores; Mecanismos de Diálogo Social; Negociação Coletiva.
A partir da Agenda Nacional de Trabalho Decente, deveria ser elaborado um Programa Nacional de Trabalho Decente que estabelecesse os
resultados esperados e as estratégias, metas, prazos, produtos e indicadores de avaliação. O Programa foi transformado no Plano Nacional
de Emprego e Trabalho Decente.
AGENDA NACIONAL DE TRABALHO DECENTE PARA A JUVENTUDE
Em 2009, o Comitê Interministerial da Agenda Nacional do Trabalho Decente criou o Subcomitê da Juventude (ANTDJ), com o objetivo de
elaborar uma agenda nacional de trabalho decente para os jovens.
O INTERESSE NA ELABORAÇÃO DE UMA AGENDA VOLTADA PARA ESSE
GRUPO DEU-SE A PARTIR DA CONSTATAÇÃO DE QUE OS JOVENS
EXPERIMENTAM UM CONJUNTO DE PARTICULARIDADES E DIFICULDADES
ESPECÍFICAS ADICIONAIS EM RELAÇÃO AO TRABALHO, NO PROCESSO DE
TRANSIÇÃO ESCOLA-TRABALHO, E COM ESTE O DESAFIO DA INSERÇÃO NO
AMBIENTE LABORAL.
Na época da construção, o foco da agenda eram os jovens de 15 a 29 anos que até então eram considerados na faixa etária jovem no país,
segundo a Emenda Constitucional nº 65/2010.
O processo de construção da ANTDJ partiu de um diagnóstico sobre a situação dos jovens no mercado de trabalho nos diversos estados
brasileiros, que destacou os seguintes aspectos (ABRAMO, 2015):
A juventude brasileira é uma juventude trabalhadora;
A juventude brasileira tem se esforçado para combinar trabalho e estudo;
A elevação da escolaridade e a melhoria da sua qualidade é um aspecto central para a construção de uma trajetória de trabalho
decente;
O desemprego e a informalidade não atingem apenas os jovens de baixa escolaridade e provenientes de famílias de baixa renda;
Os jovens estão mais sujeitos ao desemprego e às condições precárias de trabalho que os adultos;
A situação juvenil está fortemente marcada pelas desigualdades de gênero e raça, sendo necessário promover a conciliação entre o
trabalho, o estudo e a vida familiar.
Para a construção da agenda para a juventude, foram consideradas orientações do Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil e de
Proteção ao Adolescente Trabalhador. A ANTDJ está baseada em quatro prioridades:
Mais e melhor educação.
Conciliação entre estudos, trabalho e vida familiar.
Inserção digna e ativa no mundo do trabalho, com igualdade de oportunidades e tratamento.
Diálogo social: juventude, trabalho e educação.
Após a implantação, alguns estudos foram feitos para a avaliação das ações voltadas pera as necessidades dos jovens trabalhadores. Em
alguns cenários houve avanços, em outros, pouca evolução.
No que se refere ao trabalho infantil, por meio de uma parceria com a OIT, criou-se o Programa de Prevenção e Erradicação do Trabalho
Infantil, organizado em cinco eixos (ABRAMO, 2015):
Desenvolvimento de conhecimento sobre o problema;
Desenvolvimento da legislação;
Desenvolvimento da capacidade institucional para o cumprimento das normas;
Conscientização pública sobre os aspectos negativos do trabalho infantil;
Desenvolvimento de ações diretas de proteção às crianças e aos adolescentes.
PLANO NACIONAL DE EMPREGO E TRABALHO DECENTE
Após a Agenda Nacional de Trabalho Decente, o passo seguinte foi a elaboração do Plano Nacional de Emprego e Trabalho Decente
(PNETD), que representa uma referência para a continuidade dos debates sobre as políticas públicas de emprego e proteção social, além de
contribuir para promoção do Emprego e Trabalho Decente, de acordo com o compromisso assumido pelo Brasil com a OIT.
O PNETD tem como objetivo o fortalecimento da capacidade do Estado brasileiro para o enfrentamento dos problemas estruturais da
sociedade e do mercado de trabalho, tais como:
a pobreza e a desigualdade social;
o desemprego e a informalidade;
a extensão da cobertura da proteção social;
a parcela de trabalhadoras e trabalhadores sujeitos a baixos níveis de rendimentos e produtividade;
os elevados índices de rotatividade no emprego; as desigualdades de gênero e raça/etnia;
as condições de segurança e saúde nos locais de trabalho, sobretudo na zona rural.
As prioridades que sustentam o Plano Nacional de Emprego e Trabalho Decente correspondem àquelas definidas na Agenda Nacional de
Trabalho Decente. O Plano Nacional de Emprego e Trabalho Decente visa
PROVER O RESPALDO NECESSÁRIO AOS GOVERNANTES PARA GARANTIR O
CUMPRIMENTO DOS COMPROMISSOS DE COMBATE À POBREZA E DE
MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO, POR MEIO DA
IMPLEMENTAÇÃO E APRIMORAMENTO DAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES
DESTINADOS A ESTES FINS.
(BRASIL, 2010, p. 18)
O Plano Nacional de Emprego e Trabalho Decente organiza as prioridades, os resultados esperados e as estratégias, metas, prazos,
produtos e indicadores de avaliação. E para que possa cumprir a finalidade, torna-se importante o fortalecimentoe iniciativas que estimulem
as autoridades a promover o diálogo intersetorial entre os diversos segmentos governamentais, bem como os não governamentais.
DOS EIXOS DO PNETD
O PNETD É O PLANO NACIONAL DE EMPREGO E DE TRABALHO DECENTE, E
ESTE ORGANIZA A CNETD QUE É A COMISSÃO NACIONAL DE EMPREGO E
TRABALHO DECENTE.
A primeira CNETD (2010) teve como tema “Gerar Emprego e Trabalho Decente para Combater a Pobreza e as Desigualdades Sociais”, e
eixos temáticos.
PRINCÍPIOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS NO TRABALHO
Igualdade de oportunidades e de tratamento, especialmente para jovens, mulheres e população negra, negociação coletiva, saúde e
segurança no trabalho, política de valorização do salário-mínimo.
PROTEÇÃO SOCIAL
Prevenção e erradicação do trabalho infantil, prevenção e erradicação do trabalho escravo e do tráfico de pessoas, informalidade e migração
para o trabalho.
FORTALECIMENTO DO TRIPARTISMO E DO DIÁLOGO SOCIAL
Sistema público de emprego, trabalho e renda, e educação profissional, cooperativas e empreendimentos de economia solidária, emprego
rural e agricultura familiar, empresas sustentáveis, empregos verdes e desenvolvimento territorial sustentável.
TRABALHO E EMPREGO
Mecanismos e instâncias de diálogo social, em especial a negociação coletiva, conselhos nacionais de políticas públicas, comissões
tripartites de trabalho e emprego.
CONCEITOS DE TRABALHO ESCRAVO E TRABALHO ANÁLOGO À ESCRAVIDÃO
O trabalho escravo é uma das maiores chagas da humanidade desde o início dos tempos. Infelizmente, apesar das leis e das ações de
fiscalização, esta prática ainda persiste, ainda que se apresente em formatos diferentes do passado.
Cabe aos profissionais de segurança e saúde do trabalho identificar práticas abusivas que possam se configurar como “análogas à
escravidão”, e aos órgãos governamentais, fiscalizar, acolher denúncias e coibir sua prática.
A organização internacional do trabalho conceitua o “trabalho forçado” como:
O TRABALHO FORÇADO SE REFERE A SITUAÇÕES EM QUE AS PESSOAS SÃO
COAGIDAS A TRABALHAR POR MEIO DO USO DE VIOLÊNCIA OU INTIMIDAÇÃO,
OU ATÉ MESMO POR MEIOS MAIS SUTIS, COMO A SERVIDÃO POR DÍVIDAS, A
RETENÇÃO DE DOCUMENTOS DE IDENTIDADE OU AMEAÇAS DE DENÚNCIA ÀS
AUTORIDADES DE IMIGRAÇÃO.
(OIT, s.d.)
Os diversos conflitos sociopolíticos e as situações de extrema pobreza existentes no mundo têm levado a muitos movimentos migratórios de
pessoas em busca de refúgio, sendo que muitas delas acabam aceitando ofertas de trabalho análogas à escravidão por se sentirem
ameaçadas de extradição.
A lei brasileira possui definições específicas sobre este campo de acordo com a Portaria MTB nº 1.129/2017:
I - TRABALHO FORÇADO
II - JORNADA EXAUSTIVA
III - CONDIÇÃO DEGRADANTE
IV - CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO
I - TRABALHO FORÇADO
Aquele exercido sem o consentimento por parte do trabalhador e que lhe retire a possibilidade de expressar sua vontade;
II - JORNADA EXAUSTIVA
A submissão do trabalhador, contra a sua vontade e com privação do direito de ir e vir, a trabalho fora dos ditames legais aplicáveis a sua
categoria;
III - CONDIÇÃO DEGRADANTE
Caracterizada por atos comissivos de violação dos direitos fundamentais da pessoa do trabalhador, consubstanciados no cerceamento da
liberdade de ir e vir, seja por meios morais ou físicos, e que impliquem na privação da sua dignidade;
IV - CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO
a) A submissão do trabalhador a trabalho exigido sob ameaça de punição, com uso de coação, realizado de maneira involuntária; 
 
b) O cerceamento do uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho em razão de
dívida contraída com o empregador ou preposto, caracterizando isolamento geográfico; 
 
c) A manutenção de segurança armada com o fim de reter o trabalhador no local de trabalho em razão de dívida contraída com o empregador
ou preposto; 
 
d) A retenção de documentação pessoal do trabalhador, com o fim de reter o trabalhador no local de trabalho;
Percebe-se, dessa forma, que mesmo uma empresa aparentemente legal e cumpridora das normas regulamentadoras poderá estar
infringindo a lei. Contudo, muitas vezes a detecção da irregularidade não será fácil e a equipe de segurança e saúde do trabalho deverá estar
de olhos e ouvidos abertos para as situações que possam estar ocultas.
 ATENÇÃO
É sempre bom lembrar que a equipe de saúde e segurança do trabalho tem como seu principal cliente o trabalhador e não a empresa.
Canais de denúncia e fiscalização
As equipes de segurança e saúde do trabalhador, sejam SESMT, CEREST, bem como qualquer cidadão, devem proceder a denúncias de
situações abusivas na esfera do trabalho. Para tanto, devem conhecer os canais disponíveis para essa finalidade:
Disque 100 – Canal de denúncia contra abusos de direitos humanos;
Aplicativo Pardal do Ministério Público do Trabalho (disponível para Android e IOS);
Sistema IPE do Ministério da economia (Divisão de Erradicação do Trabalho Escravo).
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como foi visto neste conteúdo, a Rede de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador é de fundamental importância para que a saúde do
trabalhador seja disseminada e trabalhada de forma a suprir as necessidades específica desse grupo.
Por meio dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador, as ações voltadas para os trabalhadores podem ser realizadas, sejam elas
assistenciais, para trabalhadores atendidos nos ambulatórios ou ações para fomentar instituições empregadoras. Em conjunto com a
Vigilância em Saúde do Trabalhador, o CEREST pode fazer inspeção nos ambientes e propor mudanças para a segurança dos
trabalhadores, visando à prevenção dos acidentes, das doenças e dos agravos.
Essas ações são importantes, mas precisam estar em consonância com o Plano Nacional de Emprego e Trabalho Decente, uma vez que
este aponta as áreas prioritárias para a promoção da saúde dos trabalhadores e o incentivo ao desenvolvimento sustentável do país.
 PODCAST
Agora, o especialista ISMAEL DA SILVA COSTA encerra o tema falando sobre os principais tópicos abordados.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ABRAMO, L. Uma década de promoção do trabalho decente no Brasil: uma estratégia de ação baseada no diálogo social. Organização
Internacional do Trabalho ‒ Genebra: OIT, 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.823, de 23 de agosto de 2012. Institui a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da
Trabalhadora. Saúde legis: sistema de legislação da saúde. Brasília, 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.378, de 9 de julho de 2013. Regulamenta as responsabilidades e define diretrizes para
execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, relativos ao Sistema
Nacional de Vigilância em Saúde e Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília, 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Para saber as coisas – Falando da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e doenças relacionadas
ao trabalho. In: Hemeroteca Sindical Brasileira: São Paulo, 2006.
BRASIL. Ministério do Trabalho. Plano Nacional de Emprego e Trabalho Decente: gerar emprego e trabalho decente para combater a
pobreza e as desigualdades sociais. Brasília, 2010.
BRASIL. Ministério do Trabalho. Portaria nº 1129, de 13 de outubro de 2017. Dispõe sobre os conceitos de trabalho forçado, jornada
exaustiva e condições análogas à de escravo para fins de concessão de seguro-desemprego ao trabalhador que vier a ser resgatado em
fiscalização do Ministério do Trabalho, nos termos do artigo 2-C da Lei nº 7998, de 11 de janeiro de 1990; bem como altera dispositivos da PI
MTPS/MMIRDH nº 4, de 11 de maio de 2016. Brasília, 2017.
DIRETRIZES de implantação da vigilância em saúde do trabalhador no SUS, 2012. Plataforma RENAST online. Consultado na Internet em:
21 ago. 2021.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. OIT. O que é trabalho forçado? [on-line] Consultado em 20 ago. 2021.
REDE NACIONAL DE ATENÇÃOINTEGRAL À SAÚDE DO TRABALHADOR. RENAST. Manual de gestão e gerenciamento. São Paulo,
2006. Consultado na Internet em: 19 ago. 2021.
EXPLORE+
Assista ao vídeo, disponível no YouTube, SAÚDE DO TRABALHADOR: O Cerest de Florianópolis.
Consulte a plataforma RENAST online.
Na mesma plataforma, acesse o artigo CERESTs pelo Brasil.
Informe-se sobre Trabalho Decente (OIT) no portal ILO.
Faça o download do aplicativo Pardal MPT – Denúncias.
Acesse o Sistema IPÊ e leia o artigo A Divisão de Erradicação do Trabalho Escravo do Ministério da Economia.
CONTEUDISTA
Ismael da Silva Costa

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