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EMILEYNNE DA SILVA FREIRE (DIREITO CIVIL) - DIREITO DAS OBRIGAÇÕES OBRIGAÇÕES Conceito e noções gerais das obrigações: ‘’O direito das obrigações tem por objeto determinadas relações jurídicas que alguns denominam direitos de crédito e outros chamam direitos pessoais ou obrigacionais.’’ (GONÇALVES, 2017, p.11) Direito das obrigações e o conjunto de normas jurídicas que regulamentam as obrigações. Obrigações é quando existem um vínculo jurídico entre duas pessoas (naturais ou jurídicas) mediante o que uma pessoa é obrigada a realizar uma prestação (dever) em favor de outra pessoa. Essa prestação (obrigação) pode ser de: dar, fazer ou não fazer. Exemplos: - Realizar um pagamento (obrigação de dar dinheiro) - Construir um caso (obrigação de fazer um serviço) - Não desmatar um terreno (obrigação de não fazer) A obrigação tem 2 sujeitos: um sujeito Ativo (credor) e um sujeito passivo (devedor) = o credor e o devedor são os sujeitos de obrigação. Isso não significa que serão apenas 2 pessoas, pois em uma obrigação podem haver vários credores e vários devedores. O que queremos dizer é que existem dois lados de uma relação obrigacional: o lado credor e o lado devedor. ‘’O direito das obrigações, todavia, emprega o referido vocábulo em sentido mais restrito, compreendendo apenas aqueles vínculos de conteúdo patrimonial, que se estabelecem de pessoa a pessoa, colocando-as, uma em face da outra, como credora e devedora, de tal modo que uma esteja na situação de poder exigir a prestação, e a outra, na contingência de cumpri-la. ‘’ (GONÇALVES, 2017, p.11 e 12) : é o sujeito (pessoa natural ou jurídica) que tem o direito de receber uma prestação. : é o sujeito (pessoa natural ou jurídica) que tem a obrigação de realizar uma prestação. : é o vínculo jurídico que liga os dois sujeitos: liga o credor ao devedor. OBJETO DA OBRIGAÇÃO Qual o objeto da obrigação? É a prestação do devedor, que pode ser de Dar, de fazer ou de não fazer. O que acontece se o devedor não cumprir com a obrigação? Se o devedor não cumprir com a obrigação, o credor poderá exigir juridicamente o cumprimento da obrigação. DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO Se o devedor não cumprir com a obrigação, o credor poderá exigir ao Poder Judiciário que o devedor a realizar a sua obrigação. Isso é possível porque a relação jurídica entre devedor e o credor e integrada por um Direito Subjetivo. O que é Direito Subjetivo? Direito subjetivo é o direito que a pessoa tem de exigir de outra pessoa uma prestação; um dever de prestar algo em seu favor. “Nesse sentido dispõe o art. 385 do Código Civil: “A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro”. Segundo a lição de ALBERTO TRABUCCHI, se o direito subjetivo – e o direito subjetivo de crédito em particular – consiste no reconhecimento da relevância de uma determinada vontade, é lógico que tal direito cesse e a relação obrigacional se extinga quando o sujeito ativo renuncia a seu poder. A extinção da obrigação por remissão da dívida, aduz, funda-se nesse princípio. Para tanto, será elemento essencial da remissão a vontade unilateral do credor, ainda que a extinção se encontre contida em um contrato (contrato liberatório ou solutório) ” (GONÇALVES, 2017, p.418) EMILEYNNE DA SILVA FREIRE (DIREITO CIVIL) - DIREITO DAS OBRIGAÇÕES O credor tem o direito de obrigar o devedor a cumprir a obrigação. Com o credor exerce esse Direito e obrigação o devedor a cumprir a obrigação? O credor deverá ajuizar uma ação perante o poder judiciário, para o juiz obrigar a cumprir a obrigação. Como o juiz poderá obrigar o devedor a cumprir com a obrigação? Exemplo: - Se for uma obrigação de pagar (dar dinheiro), o juiz poderá penhorar valores na conta bancaria do devedor. - Se for uma obrigação de fazer, o juiz poderá fixar uma multa diária pelo descumprimento. - Se uma obrigação de não fazer uma construção, o juiz poderá mandar demolir a construção. Etc. CONTEÚDO ECONÔMICO Mas para que fique caracterizado uma obrigação, o Direito Subjetivo tem que ter conteúdo econômico (direitos de crédito). Por esse motivo podemos dizer que os direitos da personalidade não geram obrigações. Os Direitos da personalidade não geram obrigações, pois para que fique caracterizada uma obrigação o Direito tem que ter conteúdo econômico (direitos de crédito). Os Direitos de personalidade são extrapatrimoniais, não possuem valor econômico. CONCEITO DE OBRIGAÇÕES Washington de Barros Monteiro a obrigação pode ser conceituada como “a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio” Conceitua-se a obrigação como a relação jurídica transitória, existente entre um sujeito ativo, denominado credor, e outro sujeito passivo, o devedor, e cujo objeto consiste em uma prestação situada no âmbito dos direitos pessoais, positiva ou negativa. Havendo o descumprimento ou inadimplemento obrigacional, poderá o credor satisfazer-se no patrimônio do devedor. Caracteriza como um compromisso, decorrido da lei ou de forma natural, assumido por duas ou mais partes, caracterizadas como credor e devedor. Uma obrigação pode vim em decorrência da LEI, VONTADE DAS PARTES (CONTRATO) OU DE FORMA NATURAL. LEI: Define limites máximos e mínimos de forma legal, editando ou alterando a lei, para estabelecer comportamentos e obrigações. (Muitas vezes essas alterações de normas atendendo interesses de outros) i) O líder estabelece regras que viram costumes, transformando-se em norma vigente e virando lei com a validação do Poder vigente. ii) Com a alternância de poder, que sempre estabelece novas leis, causa revolta com quem vive perante a lei antiga (que foi revogada). VONTADE DAS PARTES: A vontade é apresentada na forma de um contrato, estabelecida por duas ou mais partes. FORMA NATURAL: Decorre ou não da lei estipular uma obrigação ou acabar com ela. ATO/FATO SOCIAL: Caracteriza como qualquer ato social que vincule duas ou mais pessoas. TIPOS DE OBRIGAÇÕES (classificações) 1- Dar: Obrigação Positiva: Tem como conteúdo o dever de entregar coisa certa (objeto individualizado) – art. 233 até 242 CC - ou incerta (objeto caracterizado pelo gênero) – art. 243 até 246 CC. Elementos: Objeto: (caracterizado e descrito), Partes envolvidas: (definidas), Prazo: relaciona-se a tradição do bem – entrega definitiva do bem. Condições ou acessórios: (determinadas condições para efetivação da obrigação). Mais comum, onde uma das partes tem obrigação de entregar (dar) certa coisa por meio de uma contraprestação: paga em dinheiro, troca de favores ou mercadorias e etc. pela outra parte. O objeto deve ter uma descrição de forma explicita para que não possa vim a apresentar vícios contratuais. Sendo também um objeto determinado licito, possível de ser entregue e que ambas as partes tenham consentimento da obrigação. EMILEYNNE DA SILVA FREIRE (DIREITO CIVIL) - DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Elementos constitutivos: Contrato devidamente formalizado de acordo com a legislação vigente. As partes devem ser capazes, objeto licito e possível e depender da vontade das partes. 2) FAZER i) Obrigação Positiva: Obrigação mediante o cumprimento de determinada tarefa ou prestação de serviço. O Contrato prevê estabelecido a realização de alguma tarefa que seja licita, possível e a parte devedora aceite realizar. 3) NÃO FAZER i) Obrigação Negativa: O devedor fica obrigado a não realizar certa conduta ou ato, mantendo-se omisso perante o credor.Quando a regra, em sua legislação vigente, já traz escrito que a parte não pode realizar alguns atos: condutas, construções e etc. (regra em condomínio ou Código penal) Alguns contratos trazem clausulas que já estabelecem as obrigações que devem ser feitas ou não. Tipos de obrigações: De forma Natural: Inerente a condição do ser humano – não necessita de contrato. De foram legal – LEI A legislação impõe a obrigação Exemplo: Ao comprar um veículo é obrigado a pagar IPVA e outros ônus. Na forma de Contrato: MP 881/19 Típico – Previsão Legal. Atípico – Sem Previsão legal. Livre acordo entre as partes. Os envolvidos estabelecem como será o contrato, desde de que sigam a previsão legal. A vontade das partes prevalece nos tipos de contratos – Criando então obrigações entre ambas. O vínculo contratual, por muitas vezes, traz vícios no contrato. Adimplido: Contrato realizado e obrigações realizadas. Inadimplido (inadimplência): onde a relação contratual não foi sucedida, as obrigações acordadas não foram realizadas. Obrigações Reais – Propter Rem: Recai sobre uma pessoa, por força de determinado direito real (direito sobre determinado bem móvel ou imóvel). Obrigações Pessoais: Caráter de exclusividade pessoal – Somente aquela pessoa pode realizar certa obrigação (a não realização recai uma responsabilidade). No contrato de compra e venda, a não entrega do objeto fere a obrigação. CLASSIFICAÇÕES DAS OBIGAÇÕES: Obrigação de DAR: 1) Dar a coisa Certa: Art. 233 a 242 CC Fungível: Pode ser substituída por outra do mesmo gênero e mesmas características. Infungível: Não pode ser substituída por outra coisa. Com o perecimento do objeto se caracteriza perdas e danos. Se caracteriza por ser Coisa individualizada: Se distingue das demais coisas por ter características próprias. Gênero: Quantidade: Unidades que foi solicitada para entrega. Qualidade: Condição e detalhamento da coisa a ser negociada. Elementos das obrigações de DAR: A falta de algum desses elementos inviabiliza a realização do contrato. Objeto: Objeto do contrato especificado e detalhado, com todas as suas características. Sujeitos: Qualificações das Partes envolvidas: Todas as características do sujeito do contrato: nome, endereço, profissão e etc.... Condições, Acordo, pacto ou contrato: Tudo que for de interesse das partes, podendo estipular obrigações. Sentido Literal: Vale exclusivamente o que está estipulado no contrato. Se não estiver escrito no contrato, pressupõe que não existe. É vedado no contrato o que for contra a LEI, a não ser que a lei expresse a livre estipulação contratual. Se a LEI permitir o contraditório da mesma, a vontade das partes passará por cima da LEI. 2 - Dar coisa Incerta: Art. 243 a 246 CC A obrigação tem por objeto coisa indeterminada, sendo indicada por: Gênero/Quantidade EMILEYNNE DA SILVA FREIRE (DIREITO CIVIL) - DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Obrigação de fazer: Art. 247 até 249 CC Obrigação onde a prestação se caracteriza em cumprimento de uma tarefa ou atribuição por parte do Devedor. Obrigação assumida por uma pessoa de realizar serviço ou tarefa para alguém. Obrigação Genérica: Qualquer pessoa poderá realizar a obrigação, sendo responsabilizada pelo devedor originário. Obrigação Pessoal: Somente o devedor originário poderá realizar a obrigação. Elementos: A maneira em que será estipulada a obrigação de fazer será de responsabilidade das partes, seguindo a legislação. Condições: Trata pela Forma, meios de execução, materiais, local e etc.... Obrigações de Não Fazer – Art. 250 e 251 CC Obrigação negativa, onde o devedor deverá se abster de praticar certo ato ou conduta. No momento que o ato contra a obrigação, o praticante fica inadimplente, sendo obrigado a reparação por perdas e danos. Adimplemento: Implica em não realizar determinada conduta. Inadimplemento: quando se faz algo. Obrigação de dar – Infungível - Sanção/Multa mais perdas e danos (em tudo que puder ser comprovado). Obrigação de fazer – Personalíssima – Perdas e Danos. Vínculo: Pessoal: Fazer algo: Essa obrigação decorre das partes, objeto e um vínculo. Gera um compromisso: Lei - forma impositiva. Contrato – Vontade das partes. Obrigações Alternativas: Obrigação original Opção extra – O devedor escolhe como será o cumprimento da obrigação. Exemplo: Entrega do objeto ou deposito do valor equivalente ao objeto. O credor não tem direito de exigir objeto, salvo postulado no contrato. As opções do objeto é critério do Devedor. Obrigações Condicionais: Decorre da condição imposta na hora do contrato. A obrigação é sem efeito até que se concretize a condição imposta. Obrigações Facultativas É obrigação contratada em única prestação, onde é acordado entre as partes que o devedor ficará exonerado da mesma ao cumprir prestação diversa e predeterminada. Características e Efeitos O credor não tem poder de escolha, ele só poderá exigir a prestação. Obrigações Divisíveis e Indivisíveis – Art. 257 até 263 O que vai ser divisível ou não? Objeto: Se vai haver possibilidade de cumprimento parcial e em várias parcelas. Se for possível dividir, terá que especificar todas as formas de cumprimento de prestação. Impossibilidade de cumprimento em prestações. 1) Divisíveis: A obrigação de Dar é divisível. Divisibilidade: Natureza do objeto: O objeto permite que o mesmo seja divisível? Contrato: As partes se interessam em dividir? Lei: A Lei permite o parcelamento da compra? 2) Indivisíveis: Obrigação de fazer é indivisível. Natureza do objeto: O objeto permite que o mesmo seja divisível? Exemplo: Dar + fazer = Obrigação indivisível. Obrigação de pagar certo valor e fazer uma obra. Pluralidade das Partes: Devedores – Art. 259: Pluralidade passiva. Se a prestação for única e indivisível, cada devedor será responsável pela dívida toda. Perda da Divisibilidade: Art. 263 – A obrigação deixa de ser indivisível caso a obrigação se transforme em perdas e danos. EMILEYNNE DA SILVA FREIRE (DIREITO CIVIL) - DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Se houver culpa de todos os devedores, todos responderam por partes iguais. Credores – Art. 260: Pluralidade ativa. O credor poderá cobrar a dívida integralmente aos devedores, ficando obrigado a pagar a parte dos outros credores da obrigação. Art. 261 – O credor que receber a prestação por inteiro ficará obrigado a repassar a parte dos outros credores. Art. 262 – Se o credor abrir mão da dívida, os outros credores não serão beneficiados, a parte dele será descontada na quota dos outros credores. Perda da Divisibilidade: Art. 263 – A obrigação deixa de ser indivisível caso a obrigação se transforme em perdas e danos. Obrigações Solidárias – Art. 264 Obrigações que são transferidas de uma pessoa/grupo de pessoas para outra. Há multiplicidade de credores e/ou devedores, tendo cada credor responsabilidade por totalidade da prestação. Art. 265 - A solidariedade não pode ser presumida, ela decorre da Lei ou vontade das partes (contrato). Art. 266 – a obrigação solidária pode ser pura e simples, para um dos codevedores e condicional para outro, podendo ocasionar o diferimento (adiamento) do pagamento. Solidariedade ativa – Art. 267 a 274 Solidariedade composta por dois ou mais credores, tendo cada um deles o direito de exigir do devedor a pagamento total da obrigação, ficando o que recebeu a dívida, responsável por pagar a parte dos outros credores. Regras em favor do credor. Art. 267 – Cada um dos credores solidários poderá exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro. Art. 268 – Enquanto oscredores solidários não demandarem a prestação, o devedor poderá pagar a qualquer um deles. Art. 269 – O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida proporcionalmente ao valor pago. Art. 270 – Caso aconteça morte do credor, os herdeiros podem exigir do devedor, apenas a quota do crédito que era correspondido ao falecido. Art. 271 – Se a prestação for convertida em Perdas e Danos, a solidariedade se divide nas perdas e danos. Art. 272 – O credor que receber a dívida ou prestação devida, ficará responsável por repassar a parte dos outros credores. Art. 273 – A um dos credores solidários não poderá o devedor opor exceções pessoais oponíveis aos outros Se o devedor tiver outra pendencia com algum dos credores, ele deverá resolver de forma pessoal não interferindo na dívida ao todo dos outros credores. Art. 274 – Solidariedade passiva – Art. 275 a 285 Consiste na ocorrência de dois ou mais devedores, ficando assegurados o adimplemento da obrigação de forma total. Podendo o credor exigir, a qualquer um dos devedores, a dívida toda, ficando o devedor com o direito de exigir regresso ao devedor solidário a ele na obrigação. Totum et totaliter - Cada devedor está obrigado à prestação na sua integralidade, como se tivesse contraído sozinho o débito. Regras em favor do Devedor. Vínculo da obrigação: Lei ou contrato. Art. 275 – O credor pode exigir de qualquer um dos devedores o adimplemento total ou parcial da obrigação; caso o pagamento seja parcial, os devedores continuam respondendo de forma solidária para com os outros. Art. 276 – Se um dos devedores falecer, os herdeiros só serão obrigados a pagar a parte devida do falecido, não ficando solidário com os outros. Em obrigações indivisíveis, todos continuam sendo solidários
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