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Ana Clara Cavalcante Oliveira TANATOLOGIA – estudo da morte Estudar o crime ou fenômeno a partir do morto – quando morreu e como morreu Morte – cessação das atividades vitais Morte não se dá toda de uma vez – algumas células costumam morrer mais rápido – morte encefálica Observam-se sinais Mapa da morte – cronograma para identificar se houve morte e ajuda a saber que horas morreu Ausência de pulsação, pressão, respiração e etc. Em raros casos, mesmo sem esses estímulos, o indivíduo ainda não morreu Para o CFM, a morte é a perda irreversível das atividades encefálicas Morte natural – não foi provocada por fator externo (ex: patologia) Morte violenta – provocada por fatores externos, mas não precisa ser provinda de um crime (ex: acidente, suicídio ou homicídio. Porém, se for, vai levar a uma responsabilização penal Morte suspeita – não tem como saber se foi natural ou violenta Morte aparente – aparentemente cessaram as funções vitais TANATOGNOSE – diagnóstico de morte Fenômenos abióticos imediatos – alterações que acontecem logo depois da morte, mas não fornecem certeza da morte, apenas probabilidade Perda da consciência Perda da sensibilidade Perda da capacidade de se mover Perda do tônus muscular Cessação da respiração Cessação dos batimentos cardíacos, pressão e pulsão Cessação da atividade cerebral Dilatação da pupila Dilatação anal, uretral, oral Fenômenos abióticos consecutivos – surgem em decorrência de fenômenos físicos, químicos, biológicos cadavéricos Desidratação – varia de pessoa para pessoa, depende do peso, do ambiente, da circulação de ar e etc. Perda de até 8kg depois da morte Perda de 21g – religiosos acreditam ser a alma Pergaminhamento da pele – ressecamento, amarelamento e enrugamento da pele do cadáver Modificação do globo ocular – surge mancha letra da córnea da pessoa Mancha de hipóstase Esfriamento “algor mortis” – tem a ver com a temperatura do cadáver. Fórmula para saber o tempo da morte H=Temperatura retal normal x Temperatura retal do cadáver no momento do exame ∕1,5 Temperatura normal = 37,2 ºC Manchas de hipóstase “livor mortis” – tem a ver com a cor do cadáver, alterações de colorimetria As manchas são no local que não estava sendo pressionado, porque é como se o sangue não tivesse mais força para circular nos locais mais baixos ou que estão pressionados. Na foto que a professora traz, a pessoa estava com o bumbum apoiado, por isso as manchas não estão nessa parte do corpo. Estão em volta, que é onde o sangue ainda Ana Clara Cavalcante Oliveira conseguia circular. Vai ficar mais escuro nos locais pressionados e a circulação não vai ter efeito nos locais não pressionados. + claro: teve pressão + escuro: não teve pressão Exemplos: Não formou mancha escura no braço pessoa morreu com braço pressionado no Não formou mancha no bumbum pessoa morreu com ele pressionado Rigidez cadavérica “rigor mortis” com acúmulo de ácido lático Fenômeno de natureza físico-química Lei de Nysten – pessoa vai endurecendo de cima pra baixo, a começar pela face, mandíbula, pescoço, membros superiores, tronco, membros inferiores. A rigidez também vai sendo perdida da mesma forma. Pessoa não fica dura para sempre RESUMO: Basicamente o corpo desidrata, esfria, cria manchas e enrijece Fenômenos transformativos – destrutivos que decompõem o corpo (ex: putrefação) ou conservadores (ex: embalsamar) que tentam conservar o corpo Destrutivos Autólise – próprias células passam a se destruir. Ph da pessoa começa a mudar e ficar mais ácida, não tem mais troca de gás oxigênio, carbônico, glicose e etc. Putrefação – apodrecimento do corpo que está sendo atacado por germes patogênicos dos quais não tem como se proteger 1º período Mancha verde abdominal que vai se difundindo pelo corpo todo – surge entre 18 e 24h Em recém-nascidos a putrefação se dá no corpo todo praticamente de uma vez Quando envolve alguma infecção muito grave, a putrefação costuma ocorrer mais rápido 2º período enfisematoso gasoso Pressão dos gases que gera uma vascularização Inicia por volta de 24h depois da morte No primeiro dia os gases não são inflamáveis e do 2º ao 4º dia gera gases inflamáveis 3º período coliquativo Final da primeira semana de morte Período da liquefação, corpo perde a forma, epiderme se desprende da derme, corpo começa a ficar coberto de putrilagem Maceração – no meio aquoso Asséptica – maceração fetal Séptica – maceração para pessoas afogadas Pele se descola, corpo perde a consistência, ventre se achata e ossos empurram a pele, mandíbula desprende Processo de destruição é mais rápido Conservador Criogenia – tenta conservar pelo frio, a temperaturas baixíssimas Congela só a fisionomia Mumificação – processo de desidratação para tentar conservar forma humana Ana Clara Cavalcante Oliveira Mumificação natural depende da causa mortis e dá mais certo em pessoas mais jovens e mulheres Cadáver mumificado – ressecado, duro, enrugado, volume diminuído, mas com conservação dos traços Saponificação – pessoa adquire um aspecto de sabão, gordura. Envolve contato com argila. Corpo está apodrecendo e se tornando sabão. Quanto mais obeso o corpo, mais rápida a putrefação, pois tem mais matéria biológica Calcificação – apodrece de maneira tão rápida que o esqueleto absorve sais mais facilmente adquirindo aspecto de pedra – acontece com mais facilidade nos fetos Certeza da morte a partir dos fenômenos abióticos consecutivos CRONOTANATOGNOSE Diagnóstico do tempo da morte Depende de variáveis como peso, alimentação, causa da morte, meio ambiente Observam fenômenos instalados dentro do corpo Rigidez cadavérica começa logo após a morte Manchas de hipóstase – aparecimento da mancha fica evidente de 2 a 3h depois da morte. Se não tem mancha ainda, provavelmente a morte aconteceu tem menos de 2h. A fixação das manchas acontece após decorridas 6 a 15h. ou seja, se a mancha mudou de lugar, é porque ela não fixou ainda, então passaram de 4 a 5h depois da morte Nas primeiras 24h a melhor forma de se perceber a hora da morte é a análise da pupila. Depois de 24h o olho de todo mundo fica igual Observar conteúdo gástrico. Em que fase do processo digestivo está o alimento Grau de decomposição do corpo Esqueletização – começa entre a 3ª e 4ª semana CALENDÁRIO DA MORTE Menos de 2h: Corpo flácido, quente e sem livores De 2 a 4 h: Rigidez na nuca e mandíbula, esboço de livores e esvaziamento das papilas oculares no fundo de olho De 4 a 6h: Rigidez dos membros superiores, da nuca e da mandíbula, livores relativamente acentuados e anel isquêmico de 1/2 do diâmetro papilar no fundo de olho Mais de 8 e menos de 16h : Rigidez generalizada, manchas de hipóstase, não surgimento da mancha verde abdominal e desaparecimento das artérias do fundo de olho Mais de 16 e menos de 24h :Rigidez generalizada, esboço de mancha verde abdominal, e reforço da fragmentação venosa e desaparecimento das artérias do fundo de olho De 24 a 48h: Presença de mancha verde abdominal, início de flacidez e papilas e máculas não localizáveis no fundo de olho Ana Clara Cavalcante Oliveira De 48 a 72h: Extensão da mancha verde abdominal e fundo de olho reconhecível só na periferia De 72 a 96h: Fundo de olho irreconhecível Mais de 3 anos: esqueletização completa Hipermortalidade – doença preexistente (não-letal) e sobrevém uma doença que agrava o caso da outra Comoriência – duas ou mais pessoas morrem em mesmo evento desastroso.Essas pessoas têm relação civil ou comercial que traz implicações sucessórias Premoriência – é possível estabelecer uma ordem cronológica Exame do local – ordem do local, portas e janelas para saber se quem entrou era conhecido ou não, manchas de sangue para perceber se a pessoa andou sozinha ou arrastada, respingos de sangue para perceber de onde o tiro veio, arma perto ou longe para perceber se foi homicídio ou suicídio, local do crime Deixa tudo fotografado na posição original, isola local Exame do cadáver ou necropsia – feito 6h depois da morte Na autopsia o perito tem que analisar e anotar sinais cadavéricos, onde são as lesões, qual a aparência dessas lesões, ver se tem lesões de defesa, quais eram as vestes, marcas de algemas cordas, nos pés, pescoço, pulsos, sinais de manipulação do cadáver Braços flácidos, porém, nuca e membros inferiores rígidos – sinal de que vítima foi arrastada pelos braços Análise gástrica – analise dos alimentos. Se dá para perceber o que a pessoa comeu, dá para perceber que a pessoa morreu há pouco tempo Presença de espermatozoide moveis – morreu há 10h Presença de espermatozoides imóveis – pessoa morreu faz 2 ou 3 dias Tipo da lesão pode indicar se agressor era destro ou canhoto Eutanásia – alguém ajuda ativamente uma pessoa (que está sofrendo, em estágio terminal, grave sofrimento físico) a se matar. Forma de homicídio privilegiado Suicídio assistido – sujeito ativo auxilia o suicida. Modalidade do art. 122 do CP Ortotanásia – morte digna, boa morte Permitir que a pessoa morra de forma digna A partir de cuidados paliativos Distanasia – obstinação terapêutica Mistanásia – morte social perante inoperância do Estado Inumação – sepultar enquanto corpo ainda tem aparência humana Exumação – desenterrar TRAUMATOLOGIA Efeitos de uma energia externa sobre o organismo – desvio na integralidade física Provoca lesões – alterações corporais causadas pelo trauma Energia mecânica pode provocar trauma por objetos perfurantes, cortantes, contundentes Instrumentos perfurantes ou punctórios – perfuração através da pressão abrindo fibras do corpo e perfurando Ana Clara Cavalcante Oliveira Lesões punctórias Instrumentos perfurantes de médio calibre – a lesão parece com casa de botão (ex: espeto de churrasco, picador de gelo. Em uma perfuração o orifício de entrada costuma ser circular, fusiforme e não costuma sangrar tanto, mas pode causar dano interno Instrumentos perfurantes de pequeno calibre – ponto com profundidade (ex: agulha) Causam feridas de ponta ENERGIAS QUE AFETAM O ORGANISMO Energia mecânica provocada pelo movimento Barométrica pressão Térmica – temperatura Elétrica – descarga elétrica Química – venenos e ácidos Físico-química – asfixia Quando a perfuração é de médio calibre a ferida é em formato de casa de botão Enquanto o instrumento está preso na pessoa o formato ainda é circular. Quando tira o instrumento a pele tenta fechar o círculo, formando o formato de casa de botão (fusiforme) Abre epiderme, tecidos e órgãos, provocando maior estrago Numa perfuração a hemorragia costuma ser interna, não gera fluxo de sangramento externo Efeito acordeão ou sinal de lassignale – a perfuração é maior do que o tamanho do instrumento perfurante Perfuração geralmente segue uma trajetória retilínea, a não ser que atinja um osso, órgão e etc Lei da semelhança – a ferida provocada por um instrumento perfurocortante (ex: faca, canivete) de 1 gume e por um instrumento de médio calibre são muito semelhantes (ex: picador de gelo, espeto de churrasco) Perfurocortante – abre tecido por pressão e sai cortando 1 gume – um lado afiado (ex: faca) um dos lados da ferida é mais redondo 2 gumes – 2 lados cortam (ex: espada) forma ângulos em V Entalhe – sinaliza utilização do instrumento perfuro-cortante e quando instrumento ainda estava no corpo foi feita torção – resumindo: enfia e gira. Geralmente indica dolo na conduta Instrumento Cortante- provoca corte, incisão No corte predomina extensão e não a profundidade Cauda deslizamento Profundidade maior no início Uma incisão tem forma linear, bordas regulares e sangra mais Decapitar é separar cabeça do corpo totalmente Degolar é corte na parte posterior que não secciona por completo Esgorjamento é corte na parte anterior que não secciona por completo Sinais Machucados nas mãos são indicativos de defesa. Pessoa tentou tomar a arma do crime Machucados no braço – indicativos de luta corporal Ana Clara Cavalcante Oliveira Instrumentos Contundentes Contusão, pancada Não abre tecidos, não perfura, não corta Quanto mais força, maior o dano Quanto mais pesada a superfície e quanto menor a área de contato, maior a pressão Tapa, murro, chute, golpe de facão, acidente de carro Instrumento de ação direta ou indireta Lesão contusa fechada – não tem dano tecidual (hematoma, equimose, fratura) Equimose – causa manchas vermelhas, que depois ficam roxas, azuis, verdes, amarelas e por fim, desaparecem – espectro equimótico Rubefação – vermelhidão rápida Tumefação – local do golpe fica pálido e inchado Hematoma – extravasamento de sangue e inchaço (roxo alto). É a diferença para a equimose, que só fica roxa. No hematoma o processo é mais demorado, porque teve afastamento de tecido e alteração na profundidade do corpo Hematoma é formado em tecidos mais moles (ex: olho, mais vascularizado e com mais tecidos moles) Bossa – derramamento linfático e formação de inchaço, que não fica roxo Entorse – estiramento da articulação Luxação – deslocamento das superfícies articulares dos ossos de uma articulação Fratura – ruptura do osso Lesão Contusa Aberta – tem dano tecidual externamente Escoriação – contusão formada pelo atrito Arranca epiderme, deixando derme visível Espécie de lesão de defesa também, então é muito encontrada no sujeito ativo Famoso arranhão – fica vermelho, solta uma secreção, forma crosta que seca, sai e volta ao normal Lesões mistas Lesão perfuroincisa – causadas por instrumentos que tem ponta e gume Vai afastar as fibras pela perfuração e penetração, para depois seccioná-las, cortar por dentro Instrumentos corto-contundentes – pressão exercida por uma linha afiada (ex: machado, foice, guilhotina) Laceração é a destruição de tecidos, trauma além do corte – rompeu todos os tecidos Laceração > corte Perfuro contundente – entra perfurando e sai dilacerando – é feito por uma ponta que não é afiada, formato de “romba” (ex: bala) – ou seja, depende da velocidade, da força, da velocidade, independentemente de ser afiado ou não Estrago é em profundidade e não em diâmetro Caráter penetrante – orifício de saída Caráter transfixante Contusão da entrada é maior que a da saída, pois bala vai perdendo a força Energia de ordem física – eletricidade e temperatura Traumas de calor frio e de calor quente Ana Clara Cavalcante Oliveira Frio extremo – crostas na pele amarelada Insolação – aspecto externo avermelhado, dor de cabeça, vertigem, falta de ar Mais comum morrer por frio extremo Intermação – calor excessivo em local fechado e mal ventilado Piora se for alcoólatra Queimadura 1º eritrema – só a epiderme é afetada e fica vermelho vivo 2º flictena – forma bolha com líquido amarelo claro transparente 3º - derme é atingida e aparecem escaras. Há morte daquele tecido, que tem dificuldade para se regenerar. 4º carbonização – fica preto O que é mais grave é a extensão da área queimada e não o grau 9% pra braços, pernas, frente, costas, cabeça
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