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Classificação dos contratos

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Contratos unilaterais, bilaterais e plurilaterais
1. Unilaterais: são os contratos que criam obrigações unicamente para uma das partes, como a doação pura, por exemplo.
2. Bilaterais: são os contratos que geram obrigações para ambos os contratantes, como a compra e venda, a locação, o contrato de transporte, etc.
3. Plurilaterais: são os contratos que contêm mais de duas partes. Na compra e venda, mesmo que haja vários vendedores e compradores, agrupam-se eles em apenas dois polos: o ativo e o passivo. Se um imóvel é locado a um grupo de pessoas, a avença continua sendo bilateral, porque todos os inquilinos encontram-se no mesmo grau. Nos contratos plurilaterais ou plúrimos, temos várias partes, como ocorre no contrato de sociedade, em que cada sócio é uma parte.
4. Um contrato é sempre bilateral já que resulta de duas manifestações de vontade. A nomenclatura “unilateral” e “bilateral”, se refere, nessa classificação, aos efeitos que acarretam e não à formação. 
Contratos gratuitos (ou benéficos) e onerosos
1. Gratuitos ou benéficos são aqueles em que apenas uma das partes aufere benefício ou vantagem, como sucede na doação pura, no comodato, no reconhecimento de filho etc.
2. Onerosos: há benefícios e sacrifícios recíprocos.
3. Em geral todo contrato oneroso é, também, bilateral. E todo unilateral é, ao mesmo tempo, gratuito. 
Contratos comutativos e aleatórios
1. Comutativos: são os de prestações certas e determinadas, em que cada contraente, além de receber do outro prestação relativamente equivalente à sua, pode verificar, de imediato, essa equivalência. 
2. Aleatórios: não é possível verificar a equivalência entre as prestações.
· Aleatórios por natureza: Caracteriza-se pela incerteza para as duas partes sobre as vantagens e sacrifícios que dele podem advir. São exemplos dessa subespécie os contratos de jogo, aposta e seguro. Já se disse que o contrato de seguro é comutativo porque o segurado o celebra para se acobertar contra qualquer risco. No entanto, para a seguradora é sempre aleatório, pois o pagamento ou não da indenização depende de um fato eventual.
· Acidentalmente aleatórios: contratos tipicamente comutativos que eventualmente tornam-se a aleatórios. São de das espécies:
a) venda de coisas futuras: é a venda da esperança, isto é, da probabilidade de as coisas ou fatos existirem (art. 459). 
b) venda de coisas existentes mas expostas a risco (arts. 460 e 461). 
Contratos paritários e de adesão e Contrato-tipo
1. Contratos paritários: são aqueles do tipo tradicional, em que as partes discutem livremente as condições, porque se encontram em situação de igualdade (par a par).
2. Contratos de adesão: são os que não permitem essa liberdade, devido à preponderância da vontade de um dos contratantes, que elabora todas as cláusulas.
3. Contrato-tipo: difere do de adesão por admitir discussão do seu conteúdo. As cláusulas não são impostas por uma parte a outra, apenas pré-redigidas. Em geral, são deixados claros, a serem preenchidos pelo concurso de vontades, como ocorre em certos contratos bancários, que já vêm impressos, mas com espaços em branco no tocante à taxa de juros, prazo e condições do financiamento. 
Contratos de execução instantânea, diferida e de trato sucessivo
1. São de execução instantânea ou imediata ou ainda de execução única os que se consumam num só ato, sendo cumpri-dos imediatamente após a sua celebração, como a compra e venda à vista.
2. Contratos de execução diferida ou retardada são os que devem ser cumpridos também em um só ato, mas em momento futuro: a entrega, em determinada data, do objeto alienado. 
3. Contratos de trato sucessivo ou de execução continuada são os que se cumprem por meio de atos reiterados. São exemplos: compra e venda a prazo, prestação permanente de serviços, fornecimento periódico de mercadorias, dentre outros.
Contratos personalíssimos e impessoais
1. Personalíssimos. Geralmente dão origem a uma obrigação de fazer, cujo objeto é um serviço infungível. O obrigado não pode fazer-se substituir por outrem. Ocorre quando o obrigado é um cantor, por exemplo.
2. Impessoais são aqueles cuja prestação pode ser cumprida, indiferentemente, pelo obrigado ou por terceiro.
Contratos individuais e coletivos
1. Contrato individual é o que se forma pelo consentimento de pessoas, cujas vontades são individualmente consideradas.
2. Os contratos coletivos perfazem-se pelo acordo de vontades entre duas pessoas jurídicas de direito privado, representativas de categorias profissionais, sendo denominados convenções coletivas. Segundo Orlando Gomes “não têm eles verdadeiramente natureza contratual, visto que de sua celebração não nascem relações jurídicas que coloquem as partes nas posições de credor e devedor. Constituem, destarte, um acordo normativo.
Contratos solenes e não solenes
1. Solenes são os contratos que devem obedecer à forma prescrita em lei para se aperfeiçoar. A solenidade exigida consiste em serem lavrados por tabelião. Têm como forma a escritura pública.
2. Não solenes: são os de forma livre. Em regra, os contratos têm forma livre, tal como os de locação e comodato.
3. A escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País (CC, art. 108).
Contratos consensuais e reais
1. Contratos consensuais são aqueles que se formam unicamente pelo acordo de vontades, independentemente da entrega da coisa e da observância de determinada forma.
2. Contratos reais são os que exigem, para se aperfeiçoar, além do consentimento, a entrega da coisa que lhe serve de objeto, como os de depósito, comodato, o mútuo, por exemplo, e alguns poucos (penhor, anticrese, arras). Esses contratos não se formam sem a tradição da coisa.
Contratos preliminares e definitivos
1. Contrato preliminar é aquele que tem por objeto a celebração de um contrato definitivo. Ostenta, portanto, um único objeto.
2. O contrato definitivo tem objetos diversos, de acordo com a natureza de cada avença.
Contratos nominados e inominados, típicos e atípicos, mistos e coligados
1. Contratos nominados são aqueles que tem designação própria (nomen iuris). O Código Civil regulamenta, em vinte capítulos, vinte e três contratos nominados. 
2. Contratos inominados são, pois, os que não têm denominação própria.
3. Contratos típicos são os regulados pela lei, os que têm o seu perfil nela traçado.
4. Contratos atípicos são os que resultam de um acordo de vontades, não tendo, porém, as suas características e requisitos definidos e regulados na lei. O contrato típico não requer muitas cláusulas, pois passam a integrá-lo todas as normas regulamentadoras estabelecidas pelo legislador. Já o contrato atípico exige uma minuciosa especificação dos direitos e obrigações de cada parte, por não terem uma disciplina legal.
5. Contrato misto resulta da combinação de um contrato típico com cláusulas criadas pela vontade dos contratantes.
6. Contratos coligados: quando vários contratos celebrados pelas partes apresentam-se interligados. Estão ligados por uma cláusula acessória, implícita ou explícita.
Referências:
GONÇALVES. Carlos Roberto. Coleção Direito civil brasileiro volume 3. 17. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020.

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