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CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS Prof. Esp. Thalita Furtado Mascarenhas Lustosa CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS EFEITOS 1- Unilaterais, Bilaterais e Plurilaterais: Unilaterais: criam obrigações apenas para uma das partes; Orlando Gomes: “no momento em que se forma origina obrigação tão- somente para uma das partes – ex uno latere” E.x.: DOAÇÃO PURA; FIANÇA 1.2-Bilaterais ou sinalagmáticos: Ambas as partes têm obrigações. Exemplo: Compra e Venda (art. 481 CC/02) Sinalagmáticos, deriva da palavra grega sinalagma, que significa reciprocidade de prestações Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. 1.3 Plurilaterais: São os contratos que contêm mais de duas partes. Ex: no contrato de sociedade, em que cada sócio é uma parte, nos contratos de consórcio. Uma característica dos contratos plurilaterais é a rotatividade de seus membros. QUANTO ÀS VANTAGENS PARA AS PARTES Onerosos: Ambas as partes têm obrigações patrimoniais Gratuitos: Somente uma das partes se obriga economicamente EX: doação pura. CONTRATOS GRATUITOS E ONEROSOS Gratuitos: Aqueles em que apenas uma das partes aufere benefício ou vantagem, para a outra há só obrigação. Outorgam-se vantagens a uma das partes sem exigir contraprestação da outra. P.ex. doação pura, comodato. CONTRATOS GRATUITOS E ONEROSOS Onerosos: Aqueles em que ambos os contraentes obtêm proveito, ao qual, porém, corresponde um sacrifício- benefícios e sacrifícios recíprocos. P.ex. locação, empreitada, compra e venda. Neste último, a vantagem do comprador é representada pelo recebimento da coisa, e o sacrifício, pelo pagamento. Para o vendedor, o benefício é o pagamento, e o sacrifício, a entrega da coisa Atenção : Via de regra os contratos onerosos são bilaterais, mas há exceção. Exemplo: mútuo feneratício. (em que é convencionado o pagamento de juros) é contrato unilateral e oneroso. QUANTO À PREVISIBILIDADE DAS PRESTAÇÕES Comutativos: Cada uma das partes recebe uma contraprestação mais ou menos equivalente; o equilíbrio contratual deve ser mantido; Aleatórios: Uma das partes arrisca uma contraprestação inexistente ou desproporcional. Ex: seguro, planos de saúde, loterias etc. QUANTO AO MOMENTO DO APERFEIÇOAMENTO Consensuais: Independe de qualquer formalidade, basta o consentimento das partes para que se aperfeiçoe. Exemplo: empreitada, compra e venda, troca ou permuta. Reais: São os que se formam com a entrega efetiva da coisa Ex: mútuo. QUANTO AO MOMENTO DO APERFEIÇOAMENTO CONSESUAIS= PROPOSTA + ACEITAÇÃO REAIS= PROPOSTA+ACEITAÇÃO+ENTREGA DA COISA QUANTO À FORMA Consensuais: Aqueles que se consideram pela mera proposta e aceitação - Ex: pedido e compra. Reais: os que se formam com a entrega efetiva da coisa - Ex: mútuo. Formais: Contratos que tem forma prescrita em lei, como a fiança e o seguro e só valem se escritos. Não formais: Contratos de forma livre, como compra e venda da maioria dos bens móveis. CONTRATOS SOLENES E NÃO SOLENES Solenes (formais): São os contratos que devem obedecer à forma prescrita em lei para se aperfeiçoar, assim, não observada, o contrato é nulo. Visando dar maior segurança ao comércio jurídico, a lei exige que certos contratos obedeçam a determinada forma, elevando-se à condição de requisito essencial à sua validade. Nestes casos, a vontade das partes não bastam à formação do contrato. Ex. escritura pública na alienação de imóveis e de cessão de direito hereditários CONTRATOS SOLENES Art. 108 do CC. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é ESSENCIAL à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário-mínimo vigente no País. CONTRATOS SOLENES E NÃO SOLENES Não solenes: São aqueles que admitem forma livre; Basta o consentimento para a sua formação, independentemente da entrega da coisa e da observância de determinada forma. Daí serem também chamados consensuais. Em regra, a forma dos contratos é livre (art. 107), podendo ser celebrados verbalmente se a lei não exigir forma especial. CONTRATOS SOLENES E NÃO SOLENES Não solenes Art. 107 do CC. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. Art. 656 do CC. O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito. QUANTO À FORMAÇÃO Contratos Paritários: são os contratos do tipo tradicional, em que as partes discutem livremente as condições, porque se encontram em pé de igualdade (par a par). Contratos de adesão: são os que não permitem essa liberdade, devido à preponderância da vontade de um dos contratantes, que elabora todas as cláusulas. O outro adere ao modelo previamente confeccionado, não podendo modificá -las ( Ex: consórcio, seguro, transporte etc.) QUANTO À FORMAÇÃO Contrato -tipo (de massa, em série ou por formulários): aproxima -se do contrato de adesão porque é apresentado em fórmula impressa ou datilografada, mas dele difere porque admite discussão sobre o seu conteúdo. Em geral, são deixados claros, a serem preenchidos pelo concurso de vontades. Quanto ao momento de sua execução Execução Instantânea ou imedita- é quando o contrato é de execução imediata, esgotando-se num só instante, mediante uma única prestação, num único ato. Ex.: contrato de compra e venda à vista; De execução diferida- quando um contrato vai ser executado em um único ato, no momento futuro. Ex.: contrato de compra e venda a prazo com um único pagamento. Trato Sucessivo - quando um contrato vai ser executado em vários atos, no momento futuro, continuadamente. Ex.: contrato de locação, contrato de crediário, contrato de prestação de serviços; etc Quanto ao agente Personalíssimos (ou intuitu personae): São celebrados em atenção às qualidades pessoais de um dos contratantes, não podendo o obrigado ser substituído por outrem, já que estas qualidades tiveram influências decisiva no consentimento do outro contratante. Geralmente são obrigações de fazer, cujo objeto é um serviço infungível. Ex. contrato de prestação de serviço de um cirurgião. Quanto ao agente Impessoais: Aqueles cuja prestação pode ser cumprida, indiferentemente, pelo obrigado ou por terceiro. O importante é que seja realizado, pois o seu objeto não requer qualidades especiais do devedor Quanto ao agente Individuais: são aqueles em que apenas se obrigam as partes que individualmente consentirem com a celebração do contrato - ex: locação (obrigações para o locador e o locatário). Coletivos: São celebrados entre categorias profissionais ou entidades - ex: contrato coletivo de trabalho, ou convenção coletiva de consumo CONTRATOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS Individuais: No contrato individual, as vontades são individualmente consideradas, ainda que envolvam várias pessoas. Caio Mário: “Contrato individual é o que se forma pelo consentimento de pessoas, cujas vontades são individualmente consideradas. Não é a singularidade de parte que o identifica. Pode uma pessoa contratar com várias outras ou um grupo de pessoas com outro grupo, e o contrato ser individual, uma vez que, na sua constituição, a emissão de vontade de cada uma entra na etiologia da sua celebração”. P.ex. compra e venda em que uma pessoa contrata com outra ou com um grupo de pessoas CONTRATOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS Coletivos: Nos contratos coletivos, ao invés, um agrupamento de indivíduos, ou uma categoria específica forma o vínculo. Não se consideram as vontades dos interessados, tomadas individualmente, mas leva-se em conta a decisão do grupo para se estabelecer a relação contratual. A decisão da maioria, nesta parte, sobrepõe-se à negativa dos que, em minoria, não aceitam a deliberação CONTRATOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS Coletivos:P.ex. convenções coletivas (art. 611 CLT), no âmbito trabalhista; contrato coletivo, no âmbito do Direito de Empresa, este, celebradopor pessoas jurídicas representativas de determinadas indústrias ou sociedades empresárias, destinados a inibir a concorrência desleal, a incentivar a pesquisa, a desenvolver a cooperação mútua, etc CONTRATOS PERSONALÍSSIMOS E IMPESSOAIS A propósito, Maria Helena Diniz: “ A distinção entre contratos intuitu personae e impessoais reveste-se de grande importância, em virtude das consequências práticas decorrentes da natureza personalíssima dos negócios pertencentes à primeira categoria, que: são intransmissíveis, não podendo ser executados por outrem; assim sendo, com o óbito do devedor, extinguir-se-ão, pois os sucessores não poderão cumprir a prestação que era personalíssima ; não podem ser cedidos, de modo que, se substituído o devedor, ter-se-á a celebração de novo contrato ; são anuláveis, havendo erro essencial sobre a pessoa do contratante.” Quanto ao modo por que existem Principais: são os que têm existência própria e não dependem, pois, de qualquer outro. Acessórios: são os que têm existência subordinada à do contrato principal (fiança, cláusula penal etc.) CONTRATOS ACESSÓRIOS Assinala MESSINEO: “a função predominante dos contratos acessórios é garantir o cumprimento de obrigações contraídas em contrato principal, com o penhor, a hipoteca convencional, a fiança e similares. Entretanto, aduz, não são apenas acessórios os contratos de garantia, mas todos os que tem como pressuposto outro contrato.” CONTRATOS ACESSÓRIOS Assinala MESSINEO: “A distinção entre contratos principais e acessórios encontra justificativa no princípio geral de que o acessório segue o destino do principal. Em consequência: 1)- nulo o contrato principal, nulo será também o negócio acessório; a recíproca, todavia, não é verdadeira; 2)- a prescrição da pretensão concernente a obrigação principal acarretará a da relativa às acessórias, embora a recíproca também não seja verdadeira; desse modo, a prescrição da pretensão a direitos acessórios não atinge a do direito principal. Quanto à designação Nominados - os contratos nominados são aqueles, possuem uma designação própria; Inominados - são, pois, os que não tem denominação própria. Quanto à designação Contratos Típicos : Previstos e regulamentados em lei. Exemplo: locação. Contratos Atípicos: São os que resultam de um acordo de vontades, não tendo, porém, as suas características e requisitos definidos e regulados na lei. Decorrem do livre direito de contratar (art. 425 do CC): Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código. Vamos praticar? Ano: 2020 Banca: IGECS Órgão: Câmara de Jandira - SP Prova: IGECS - 2020 - Câmara de Jandira - SP - Procurador Jurídico Em relação às disposições dos contratos em geral do Código Civil, considere as seguintes afirmativas: I. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável a quem se beneficia delas.F II. Deixa de ser obrigatória a proposta se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado. v III. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. v IV. A proposta de contrato obriga o proponente, somente nos casos em que não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.F Vamos praticar? São verdadeiras (V) ou falsas (F): A ( ) V, V, F, V. B ( ) F, F, V, F. C ( )V, F, V, V. D ( X ) F, V. V, F. Vamos praticar? Ano: 2015 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: FUB Prova: CESPE / CEBRASPE - 2015 - FUB - Tecnólogo - Negócios Imobiliários Julgue o próximo item, acerca da teoria geral dos contratos. Em geral, o contrato é um negócio jurídico bilateral, já que envolve duas partes. Todavia, quanto aos seus efeitos, é admissível a formalização de contrato unilateral. Alternativas VCerto Errado Vamos praticar? Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-CE Prova: CESPE - 2018 - TJ-CE - Juiz Substituto Contrato de prestações certas e determinadas no qual as partes possam antever as vantagens e os encargos, que geralmente se equivalem porque não envolvem maiores riscos aos pactuantes, é classificado como Alternativas A ( ) benéfico. B ( ) aleatório. C ( ) bilateral imperfeito. D ( ) derivado. E (X ) comutativo.
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