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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ENGENHARIA CIVIL PÊNDULO SIMPLES Felipe Natan Moreno Oliveira (201711554) Moisés Reis Barros (201711563) Ilhéus-BA 2019 Felipe Natan Moreno Oliveira (201711554) Moisés Reis Barros (201711563) PÊNDULO SIMPLES Relatório apresentado como parte dos critérios de avaliação da disciplina CET833 Física experimental II. Turma P08. Ilhéus-BA 2019 INTRODUÇÃO Constantemente na física são utilizados vários métodos especiais que mostram ou demonstram fenômenos físicos, dentre eles temos o pêndulo simples que é um dispositivo que consiste numa massa puntiforme presa a um fio inextensível que oscila em torno de um ponto fixo que executa movimentos alternados em torno da posição central, ou seja, ele se move de forma periódica sob a ação da gravidade. Conforme Silveira (1995) Huygens, em 1659, foi o primeiro cientista a utilizar o pêndulo simples para determinar a aceleração da gravidade, fez uso de um pêndulo de 15,7 cm de comprimento e após análise de 4.464 oscilações estimou uma aceleração gravitacional 9,5 m/s². Desse modo, vemos que a utilização do pendulo simples nos permite calcular a aceleração da gravidade de modo a encontrar um valor admissível do que se considera real, usando de conceitos como o período e freqüência. O período é definido como o tempo necessário para que um movimento realizado por um corpo volte a se repetir, no caso do pendulo, a equação do período tem como base a equação da forca elástica envolvendo o movimento harmônico simples que e representada por: 𝐹 = −𝐾𝑥 Eq. 1 Sendo que F é a força elástica, x representa a distancia e K é a constante elástica que no referido caso é usada da seguinte forma: 𝐾 = 𝑚 𝑔 𝐿 Eq. 2 Onde m representa a massa do material. Para dedução da equação do período temos como base essas equações 3 e 4, onde a equação da freqüência angular é representada por: 𝜔 = 2𝜋𝑓 Eq. 3 De modo que f é a freqüência, ou seja, o número de ocorrências de um evento em um determinado intervalo de tempo. Tendo em vista essas formulas temos que: 𝜔 = √ 𝐾 𝑚 Eq. 4 Fazendo então a substituição da freqüência angular e da constante elástica, a equação fica: 2𝜋𝑓 = √ 𝑚 𝑔 𝐿 𝑚 Eq. 5 Assim, sabendo também que o período 𝑇 = 1 𝑓 e fazendo as simplificações necessárias, temos que: 𝑇 = 2𝜋√ 𝐿 𝑔 Eq. 6 Onde L representa a distancia entre o ponto fixo e o centro de gravidade, e g a gravidade. Uma vez que não tem se o valor de L o cálculo da gravidade através dessa concepção pode se tornar dificultoso, pois o centro de gravidade de um pendulo não é facilmente determinável. No entanto, o procedimento proposto por Bessel mostra que é possível medir a diferença de comprimento que um pendulo sofre, sem conhecer os valores particulares de L usando a equação 6 Elevando seus dois lados ao quadrado e isolando g temos que a equação acima se torna: 𝑔 = 4𝜋² 𝐿 𝑇² Eq. 7 E aplicando os princípios de Bessel a equação se torna: 𝑔 = 4𝜋² 𝐿1− 𝐿2 𝑇1 2−𝑇2 2 Eq. 8 Sendo que é 𝐿1− 𝐿2 pode ser representado por ∆𝐿, que é a variação do comprimento do fio do pêndulo. A partir desse momento também se e necessário o calculo das incertezas relacionadas as equações 7 e 8 que são representadas a seguir: No primeiro caso o calculo da incerteza associada a equação 7 é representada pela equação diferencial: 𝜎𝑔 2 = ( 𝜕𝑔 𝜕𝐿 ) 2 𝜎𝐿 2 + ( 𝜕𝑔 𝜕𝑇 ) 2 𝜎𝑇 2 Eq. 9 Onde: 𝜕𝑔 𝜕𝐿 Representa a derivada parcial da gravidade em relação à distância do centro de massa L. 𝜕𝑔 𝜕𝑇 Representa a derivada parcial da gravidade em relação ao período T. Já no segundo caso envolvendo os ideais de Bessel o calculo da incerteza associada a equação 8 é representado pela equação diferencial: 𝜎𝑔 2 = ( 𝜕𝑔 𝜕𝐿1 ) 2 𝜎𝐿1 2 + ( 𝜕𝑔 𝜕𝐿2 ) 2 𝜎𝐿2 2 + ( 𝜕𝑔 𝜕𝑇1 ) 2 𝜎𝑇1 2 + ( 𝜕𝑔 𝜕𝑇2 ) 2 𝜎𝑇2 2 Eq. 10 Onde: 𝜕𝑔 𝜕𝐿1 Representa a derivada parcial da gravidade em relação a 𝐿1. 𝜕𝑔 𝜕𝐿2 Representa a derivada parcial da gravidade em relação a 𝐿2. 𝜕𝑔 𝜕𝑇1 Representa a derivada parcial da gravidade em relação a 𝑇1. 𝜕𝑔 𝜕𝑇2 Representa a derivada parcial da gravidade em relação a 𝑇2. Alem disso também se precisa calcular a incerteza do tempo, assim temos como formula: 𝝈𝒏 = √𝝈𝒂 𝟐 + 𝝈𝒃 𝟐 Eq. 11 Sendo que 𝜎𝑎 é o desvio padrão da amostra e o 𝜎𝑏 é a incerteza instrumental. OBJETIVOS O objetivo desse experimento é estudar o pêndulo simples. Obtendo o período para diferentes comprimentos do pêndulo, e assim calcular a aceleração da gravidade usando a fórmula do período e a equação de Bessel. MATERIAIS E MÉTODOS RESULTADOS E CONCLUSÕES Antes de tudo é necessário expor o erro dos equipamentos utilizados no experimento. Como já citado, os equipamentos foram a trena e o cronômetro, a trena tem sua menor medida de 0,001 m, logo, a incerteza instrumental deste será de ± 0,0005 m. Entretanto, a incerteza instrumental do cronômetro se dará não pelo erro do equipamento, mas pela velocidade de reação do usuário. Sabendo disso, e para minimizar o erro, a velocidade de reação do usuário foi aferida 10 vezes, desta forma a média dessas medições será o melhor o valor de incerteza para as aferições de tempo utilizando o cronômetro. Tabela 1. Contém medições do tempo de reação do usuário, para o uso do cronômetro. A média aritmética dos resultados é igual a 0, 169 s, dividindo por 2 temos que a incerteza que utilizaremos para o aparelho é de 0,0845 s. É importante ressaltar que o ângulo do pêndulo utilizado para os experimentos foi 10º. Tal decisão foi tomada com base em deduções que são explicadas também por Halliday et al. (1995), onde o mesmo diz que se o ângulo Ө for no máximo 10º, podemos dizer que o período não depende da amplitude e nem da massa do corpo preso à extremidade do fio. Dependendo apenas do comprimento do fio do pêndulo e da aceleração gravitacional, conforme Eq. 6. Para a primeira etapa do experimento foi utilizado um pêndulo com comprimento de (0, 500 ± 0, 0005) m. Com esta característica, o pêndulo teve seu período resultante nos seguintes valores: Medição Período de 10 oscilações (s) 1 13,81 ± 0,08 2 13,84± 0,08 3 13,65± 0,08 4 13,86± 0,08 5 13,69± 0,08 6 13,75± 0,08 7 13,62± 0,08 8 13,89± 0,08 9 13,66± 0,08 10 13,60± 0,08 Tabela 2.Contém os valores dos ciclos de períodos Medição Tempo de reação (s) 1 0,18 2 0,17 3 0,16 4 0,16 5 0,19 6 0,16 7 0,19 8 0,16 9 0,16 10 0,16 A média dos ciclos de períodos aferidos no primeiro pêndulo é de 13, 737 s, mas dividindo este valor por 10 obtemos 1, 3737 s, que é o valor de um período. Além disso, sabe-se que o desvio padrão dos períodos é de 0, 0198 s. Conhecendo estes valores, pode-se calcular a aceleração da gravidade utilizando a Eq.7. Assim, temos que: 𝑔 = 4𝜋² 𝐿 𝑇² 𝑔 = 4𝜋² 0,500 1,3737² 𝑔 = 10,4603 m/s² É necessário agora o cálculo da incerteza do tempo, que é feito utilizando a Eq.11. Deste modo, tem-se que: 𝜎𝑛 = √𝜎𝑎 2 + 𝜎𝑏 2 𝜎𝑇 = √0,0198 2 + 0,08452 𝜎𝑇 = ±0,0868 𝑚 A incerteza da gravidade nesse caso sofrerá interferência do tempo e do comprimento do fio. Mas com o auxílio da Eq. 9 essa questão é sanada. Desta forma, tem-se: 𝜎𝑔 2 = ( 𝜕𝑔 𝜕𝐿 ) 2 𝜎𝐿 2 + ( 𝜕𝑔 𝜕𝑇 ) 2 𝜎𝑇2 𝜎𝑔 2 = ( 4𝜋² 𝑇² ) 2 𝜎𝐿 2 + ( −8𝜋²𝐿 𝑇³ ) 2 𝜎𝑇 2 𝜎𝑔 2 = ( 4𝜋² 1,3737² ) 2 0,0005² + ( −8𝜋²0,500 1,3737³ ) 2 0,0868² 𝜎𝑔 = ± 0,6610 m/s² A partir disso, podemos afirmar com precisão de 95% que o valor de gravidade está no intervalo de 𝑔 = (10,46 ± 0,66) m/s². Na segunda parte do experimento, para o estudo da equação de Bessel, utilizou- se primeiramente um pêndulo de (1,000 ± 0, 0005) m de comprimento. Com esses aspectos, o pêndulo retornou os seguintes resultados de ciclos de 10 períodos: Medição Período de 10 oscilações (s) 1 13,81±0,08 2 13,84±0,08 3 13,65±0,08 4 13,86±0,08 5 13,69±0,08 6 13,75±0,08 7 13,62±0,08 8 13,89±0,08 9 13,66±0,08 10 13,60±0,08 Tabela 3.Contém os valores dos ciclos de períodos A média dos ciclos de períodos aferidos no segundo pêndulo é de 19, 808 s, mas dividindo este valor por 10 obtemos 1, 9808 s, que é o valor de um período. Além disso, sabe-se que o desvio padrão dos períodos é de 0, 0107 s. Para o terceiro pêndulo foram utilizados os valores coletado do pêndulo 1, pois o terceiro pêndulo deveria ter 0, 500 m de comprimento que é a metade do pêndulo 2 que é exatamente 0,500 m. Com isso, já se tem os valores de período, comprimento de fio e incertezas dos mesmos para o pêndulo 3, podendo-se calcular então a aceleração da gravidade utilizando a equação de Bessel, de modo que: 𝑔 = 4𝜋² 𝐿1− 𝐿2 𝑇1 2 − 𝑇2 2 𝑔 = 4𝜋² 1,000 − 0,500 1,9808² − 1,3737² 𝑔 = 9,6926 𝑚/𝑠² Já se tem conhecimento da incerteza do tempo para o pêndulo 3, então é necessário o cálculo da incerteza do período do pêndulo de 1,000 m. O cálculo é feito usando a Eq.11. 𝜎𝑛 = √𝜎𝑎 2 + 𝜎𝑏 2 𝜎𝑇 = √0,0107 2 + 0,08452 𝜎𝑇 = ±0,0852 𝑚 A incerteza da gravidade nesse caso também sofrerá interferência do tempo e do comprimento do fio. Mas com o auxílio da Eq. 10 essa questão é sanada. Desta forma, tem-se: 𝜎𝑔 2 = ( 𝜕𝑔 𝜕𝐿1 ) 2 𝜎𝐿1 2 + ( 𝜕𝑔 𝜕𝐿2 ) 2 𝜎𝐿2 2 + ( 𝜕𝑔 𝜕𝑇1 ) 2 𝜎𝑇1 2 + ( 𝜕𝑔 𝜕𝑇2 ) 2 𝜎𝑇2 2 𝜎𝑔 2 = ( 4𝜋² (𝑇1 2−𝑇2 2)² ) 2 𝜎𝐿1 2 + ( 4𝜋² (𝑇1 2−𝑇2 2)² ) 2 𝜎𝐿2 2 + ( 8𝜋2(𝐿1− 𝐿2)𝑇1 (𝑇1 2−𝑇2 2)² ) 2 𝜎𝑇1 2 + ( −8𝜋2(𝐿1− 𝐿2)𝑇2 (𝑇1 2−𝑇2 2)² ) 2 𝜎𝑇2 2 𝜎𝑔 2 = ( 4𝜋2 (1,98082−1,37372)2 ) 2 (5 ∙ 10−4)2 + ( 4𝜋2 (1,98082−1,37372)2 ) 2 (5 ∙ 10−4)2 + ( 8𝜋2(1,000−0,500)1,9808 (1,98082−1,37372)2 ) 2 0,08522 + ( −8𝜋2(1,000−0,500)1,3737 (1,98082−1,37372)2 ) 2 0,08682 𝜎𝑔 = 1,9898 𝑚/𝑠 2 Com isso podemos afirmar com 95% de precisão que o valor da gravidade está no intervalo de 𝑔 = (9,69 ± 1,99) 𝑚/𝑠² . É notável que o intervalo de confiança relacionada a essa, está muito elevado. Compreende-se que provavelmente o erro relacionado ao tempo esteja também muito elevado, pois não depende do instrumento (cronômetro), mas sim do tempo de reação do utilizador. Comparando-o com o erro do comprimento pode-se ter uma noção melhor de sua grandeza, onde o erro instrumental do tempo chega a ser 169 vezes maior que o erro do comprimento. Além disso, apesar dos cuidados tomados durante o experimento, existem erros humanos nas medições que também interferem Incerteza instrumental do comprimento (m) Incerteza instrumental do tempo (s) 0, 0005 0, 0845 Tabela 4. Contém os valores das incertezas instrumentais. A comparação de resultados obtidos no experimento e o valor de gravidade adotado para região provam o erro que foi aferido no experimento, como é demonstrado na tabela 5. Tipo Valores da aceleração da gravidade (m/s²) Experimento 1 10,46± 0,66 Experimento 2 9,69 ± 1,99 Adotada 9,81 ± 0,05 Tabela 5. Contém os valores das gravidades do experimento e adotada. Conclusão Neste relatório usou-se varias equações para o calculo da gravidade envolvendo os conceitos de movimento harmônico simples, freqüência, período e elasticidade para deduzir as formulas utilizadas, alem de métodos do físico Friedrich Bessel. Dessa forma, foi se usado dois métodos para avaliar o valor próximo da gravidade do local. No primeiro método tendo como base um valor único de comprimento L para a corda usada no pendulo, o valor encontrado foi de 𝑔 = (10,46 ± 0,66𝑚/𝑠²), enquanto que no método deduzido por Bessel o valor foi de 𝑔 = (9,69 ± 1,99𝑚/𝑠2). Notou-se que o valor de incerteza, principalmente relacionado ao método de Bessel, foi muito elevado. Isso é devido especialmente ao grande erro instrumental do cronometro, pois esse não depende do equipamento, mas do usuário. É importante frisar que o erro instrumental do tempo foi 169 vezes maior que o erro do pêndulo. Ao comparar-se a gravidade adotada na região com os valores obtidos no experimento fica claro a existência de um erro no processo experimental. Referências SILVEIRA, F. L. Determinando a aceleração gravitacional. Revista de Enseñanza de la Física, Córdoba, v.10, n.2, p.29-35, 1995. HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. 4. ed. v.2. Rio de Janeiro: LTC, 1995.