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Prévia do material em texto

Indaial – 2021
Toxicologia e 
Segurança Pública
Prof. Iverson Kech Ferreira
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof. Iverson Kech Ferreira
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
F383t
 Ferreira, Iverson Kech
 
 Toxicologia e segurança pública. / Iverson Kech Ferreira – 
Indaial: UNIASSELVI, 2021.
 
 191 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-665-8
 ISBN Digital 978-65-5663-660-3 
 
 1. Legislação. - Brasil. 2. Substâncias químicas. – Brasil. II. 
Centro Universitário Leonardo da Vinci.
 CDD 340
aPreSenTação
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao nosso estudo a respeito da 
toxicologia e segurança pública no Brasil, em que iremos diversificar as 
pesquisas, a partir do amplo tema da toxicologia e intoxicação, partindo para 
a abrangente temática das drogas.
Os problemas com as substâncias químicas vão desde os simples e, 
aparentemente inofensivos produtos encontrados em diversas prateleiras 
de mercados e farmácias, até aos agrotóxicos presentes nos produtos que 
fazem parte de nossa alimentação diária. Mas essa adversidade sofre um 
expressivo aumento, quando produtos químicos passam a ser manuseados 
pelo tráfico de drogas e pelo crime organizado, a partir da produção 
de substâncias consideradas ilegais e extremamente contaminantes do 
organismo. Verdadeiros venenos são produzidos e comercializados, e pela 
sua qualidade altamente viciante, passam a ser um verdadeiro problema 
social e de saúde pública, que deve ser combatido pelas políticas públicas.
Na primeira unidade, nós veremos como a toxicologia e sua formação 
científica determina o que é droga ou veneno, a partir de análises e métodos 
científicos diversos; os processos de intoxicação, e como o organismo humano 
reage aos componentes mais invasivos aos seus sistemas. É importante 
delimitar o que é droga licita e ilícita, portanto, como essa distinção é realizada 
e qual é a importância, se faz presente em nossos estudos neste ponto. Você 
analisará também a Lei nº 13.313/2006, considerada Lei de Drogas, abordando 
seus destaques mais essenciais que tutelam o corpo social e a saúde pública, 
contra o crime que se organiza em volta do tráfico de entorpecentes.
Na segunda unidade, nós iremos analisar como são realizadas as 
políticas públicas sobre o tema das drogas no Brasil, e se conseguem refletir seus 
intentos e suas possibilidades às pessoas que mais as necessitam. Também será 
explorado como a Segurança Pública identifica e age nessas questões, e quais 
seus modelos mais influentes para o combate às drogas. Veremos o impacto 
que os entorpecentes e o vício podem causar no núcleo familiar, geralmente, 
trazidas para dentro dos lares por adolescentes: alguns cooptados pelo crime 
organizado, outros viciados pela droga que se distribui em nossa sociedade. As 
questões sobre o tráfico e a crescente onda de violência, usualmente interligados 
entre si, explodem nas comunidades mais carentes da sociedade, controladas 
por um poder que governa com mãos de ferro as comunidades consideradas de 
risco. Esse é o poder paralelo ao Estado, em crescente evolução.
E será na terceira unidade que entenderemos como a segurança 
pública aborda o tráfico de entorpecentes, e como são realizadas as 
patrulhas e missões de segurança contra o crime, seja em âmbito nacional ou 
internacional. O narcotráfico é um perigo internacional, presente no mundo, 
que se exibe sem fronteiras, um difícil inimigo a ser combatido. 
Então, seja bem-vindo aos estudos e análises aqui apresentados! Uma 
boa leitura e excelentes estudos!
Iverson Kech Ferreira
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
Sumário
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS .................................................................... 1
TÓPICO 1 — AS ESPÉCIES DE TÓXICOS ....................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 TOXICOLOGIA E TOXIDADE......................................................................................................... 4
2.1 INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA ............................................................................................. 4
2.2 TOXICIDADE .................................................................................................................................. 8
2.3 ESPECIALIDADES TOXICOLÓGICAS .................................................................................... 11
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 15
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 16
TÓPICO 2 — OS PROCESSOS DE INTOXICAÇÃO .................................................................... 19
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 19
2 A INTOXICAÇÃO ............................................................................................................................. 19
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS TÓXICOS ............................................................................ 20
2.2 FORMAS DE INTOXICAÇÃO.................................................................................................... 21
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 27
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................28
TÓPICO 3 — AS DROGAS................................................................................................................. 31
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 31
2 DROGAS CONSIDERADAS LÍCITAS ......................................................................................... 32
3 DROGAS CONSIDERADAS ILÍCITAS ....................................................................................... 36
3.1 TRATAMENTO NORMATIVO DAS DROGAS NA LEGISLAÇÃO NACIONAL ............. 40
3.2 A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E AS DROGAS ........................................................................... 41
3.3 A LEI Nº 11.343/2006 .................................................................................................................... 42
3.4 PROCEDIMENTO PENAL (ARTS. 48 E 49) ............................................................................ 53
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 55
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 59
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 60
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 62
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL ............................ 65
TÓPICO 1 — POLÍTICAS, SEGURANÇA PÚBLICA E AS DROGAS ...................................... 67
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 67
2 POLÍTICAS PÚBLICAS E AS DROGAS ...................................................................................... 68
3 SEGURANÇA PÚBLICA E AS DROGAS..................................................................................... 82
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 95
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 96
TÓPICO 2 — DROGAS NAS FAMÍLIAS ........................................................................................ 99
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 99
2 IMPACTO DAS DROGAS NAS FAMÍLIAS ............................................................................. 103
3 USO DE DROGAS NA ADOLESCÊNCIA ................................................................................. 107
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 110
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 111
TÓPICO 3 — FAVELIZAÇÃO E SEGREGAÇÃO ........................................................................ 113
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 113
2 QUESTÕES SOBRE O TRÁFICO DE DROGAS ....................................................................... 117
3 A VIOLÊNCIA DO TRÁFICO NAS FAVELAS E COMUNIDADES .................................... 121
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 124
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 127
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 128
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 131
UNIDADE 3 — A AMEAÇA DO TRÁFICO .................................................................................. 135
TÓPICO 1 — SEGURANÇA PÚBLICA E O TRÁFICO DE ENTORPECENTES ................... 137
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 137
2 DROGAS ILEGAIS E A SEGURANÇA PÚBLICA ................................................................... 138
2.1 INTELIGÊNCIA E INFORMAÇÕES ....................................................................................... 140
3 O PLANO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA E A AÇÃO POLICIAL.................... 147
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 152
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 153
TÓPICO 2 — O NARCOTRÁFICO INTERNACIONAL ............................................................ 155
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 155
2 O BRASIL E O NARCOTRÁFICO INTERNACIONAL .......................................................... 156
3 MULAS PARA O TRANSPORTE ................................................................................................. 160
4 TRANSPORTE E DISTRIBUIÇÃO DA DROGA ...................................................................... 163
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 168
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 169
TÓPICO 3 — A SECURITIZAÇÃO DAS FRONTEIRAS NACIONAIS ................................. 171
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 171
2 REPRESSÃO DO TRÁFICO NAS FRONTEIRAS DO BRASIL............................................. 172
3 PROGRAMA DE PROTEÇÃO INTEGRADA DE FRONTEIRAS (PPIF) ............................ 175
4 ENAFRON ......................................................................................................................................... 177
5 A OPERAÇÃO ÁGATA .................................................................................................................. 179
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 182
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 186
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 187
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 189
1
UNIDADE 1 — 
TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
•	 articular	os	diferentes	conceitos	de	classificação	de	tóxicos	e	a	intoxicação;
•	 analisar	a	classificação	dos	efeitos	tóxicos	de	substâncias	venenosas;
•	 distinguir	as	espécies	de	tóxicos	permitidos	e	não	permitidos	por	lei;
•	 conhecer	o	conceito	atual	de	intoxicação;
•	 identificar	a	norma	penal	legal	contra	as	drogas.
Esta	unidade	está	dividida	em	três	tópicos.	No	decorrer	da	unidade,	
você	 encontrará	 autoatividades	 com	 o	 objetivo	 de	 reforçar	 o	 conteúdo	
apresentado.
TÓPICO 1 – AS ESPÉCIES DE TÓXICOS
TÓPICO	2	–	OS	PROCESSOS	DE	INTOXICAÇÃOTÓPICO 3 – AS DROGAS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
AS ESPÉCIES DE TÓXICOS
1 INTRODUÇÃO
Prezado	 acadêmico!	 Você,	 certamente,	 já	 ouviu	 falar	 das	 propriedades	
dos	elementos	diversos,	percebendo	que	na	maioria	das	vezes,	elas	se	diferem	
por	 conta	 de	 sua	 natureza	 química,	 e	 qual	 a	 percepção	 do	 mundo	 perante	
determinados	elementos.	
Então,	 como	 todos	 fazemos	 parte	 de	 um	 mesmo	 ecossistema,	 é	
considerável	a	nossa	assimilação	quanto	aos	efeitos	maléficos	causados	tanto	em	
nosso	corpo	ou	na	natureza,	por	algum	componente	que	definimos	como	tóxico.	
Dessa	 forma,	 havendo	 contato	 com	determinado	veneno,	 o	 organismo	 sente	 e	
dará	sua	resposta;	que	pode	muitas	vezes	ser	fatal.	E	nem	precisamos	do	contato	
direto	com	o	veneno,	desde	que	exista	uma	exposição	aos	seus	componentes	mais	
letais,	algo	que	podemos	não	sentir	a	princípio.	
Veja	que	os	produtos	considerados	tóxicos	vão	desde	um	simples	invólucro	
contendo	material	 de	 limpeza	dos	mais	 usuais,	 até	 produtos	 que	 são	 atirados	
ao	próprio	alimento	que	nos	sustenta,	como	os	agrotóxicos.	Não	são	difíceis	de	
encontrar	casos,	em	que	o	uso	de	produtos	químicos	invasivos	à	saúde	humana	
alcançou	 índices	 de	 envenenamento,	 e,	muitas	 vezes,	 até	 a	morte.	Observe	 os	
casos	 das	 drogas	 sintéticas,	 aquelas	 produzidas	 em	 laboratórios,	 tanto	 lícitas	
quanto	 ilícitas:	 ambas	 possuem	 efeitos	 diversos	 no	 organismo,	 pois	 produtos	
químicos	 tendem	a	 causar	 rejeição	pelo	 corpo	humano,	 quando	utilizados	 em	
quantidades	superiores	ao	que	está	habituado.	E	o	crescimento	do	consumo	de	
remédios	e	produtos	que	podem	causar	dependência,	é	uma	constante	no	Brasil	
(OLSON,	2013).
A	partir	do	momento	que	esse	uso	se	torna	descontrolado,	a	princípio	pelo	
próprio	corpo	que	agora	pede	e	insinua	pela	droga,	em	uma	simbiose	que	denota	
a	dependência,	então	há	o	efeito	diverso	daquele	inicial	planejado	(OLSON,	2013).	
Importa	 definir	 toxicologia	 a	 partir	 de	 suas	 próprias	 funções,	 ligadas	
intermitentemente	à	advertência	do	uso	de	elementos	que	precisam	ser	estudados	
e	analisados,	antes	do	contato	com	o	mundo	externo.	Vamos	iniciar	analisando	
toxicologia	e	 toxicidade,	bem	como,	o	uso	dos	produtos	diversos	e	alguns	dos	
mais	importantes	sintomas	quando	há	o	contato	com	as	substâncias	consideradas	
tóxicas.
 
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
4
2 TOXICOLOGIA E TOXIDADE
Há	 aqui	 uma	 diferença	 epistêmica	 de	 nomenclaturas.	 Note,	 prezado	
acadêmico,	que	muitas	vezes	a	importância	das	definições	científicas,	analisadas	
por	métodos	rigorosos,	levam	o	pesquisador	a	diversos	caminhos	em	sua	jornada	
de	descobrimento.	Em	poucas	palavras,	a	diferença	entre	toxicologia	e	toxidade	é	
justamente	a	dose	de	um	remédio	que	se	experimenta.
 
A	 toxicologia	 faz	 a	 análise	 prévia	 das	 prováveis	 adversidades	 de	 um	
produto	 no	 organismo,	 enquanto	 a	 toxicidade	 investigará	 a	 capacidade	 da	
substância	usada	em	causar	algum	malefício	ao	corpo,	ou	mesmo,	ao	planeta.	E	
essa	interligação	muito	tênue	possui	uma	característica	importante	de	cuidado	e	
preservação,	enquanto	há	o	estudo	químico	de	produtos	diversos,	e	até	onde	esse	
item	pode	chegar	na	grande	biodiversidade	do	planeta,	conhecida	como	vida.		
2.1 INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA
Considerada	 como	uma	 ciência	multidisciplinar,	 pois	 se	 entrelaça	 com	
muitos	outros	ramos	de	estudos	científicos,	como	a	química,	biologia	e	a	medicina,	
define-se	 toxicologia	 a	 partir	 de	 sua	 função	 prioritária,	 de	 estudar	 os	 efeitos	
adversos	das	inúmeras	substâncias	químicas	sobre	os	organismos	vivos.	Assim,	
a	busca	por	uma	compreensão	rigorosa	acerca	dos	efeitos	 tóxicos	de	 inúmeros	
produtos,	e	como	se	resolve	a	questão	da	intoxicação	é	uma	constante	nos	estudos	
toxicológicos	(SHIBAMOTO,	2014).
 
O	estudo	das	toxinas	faz	parte	também	de	um	ciclo	evolutivo	humano,	
pois	segundo	o	toxicologista	e	professor	da	Universidade	da	Califórnia,	Takayuki	
Shibamoto,	tóxicos	que	uma	vez	“causaram	doença	e	sofrimento	devastadores	à	
humanidade,	são	atualmente	empregadas	como	instrumentos	para	o	estudo	de	
mecanismos	básicos,	e	para	o	desenvolvimento	de	curas	para	doenças	humanas	
diversas,	como	hemorragia	pós-parto,	psicose	e	câncer”	(SHIBAMOTO,	2014,	p.	
5).	A	toxicologia,	portanto,	estrutura-se	de	forma	estreita	aos	vastos	campos	de	
estudos	da	química	e	da	biologia,	em	busca	da	compreensão	específica	dos	efeitos	
tóxicos.
Descoberto	em	cerca	de	1500	a.C.,	o	Papiro	de Ebers	é	um	dos	documentos	
mais	antigos	encontrado	no	Egito	antigo	e	preservado	até	hoje,	possui	110	páginas	
e	20,3	metros	de	comprimento;	mostrando	entre	outras	coisas,	como	é	possível	
utilizar	plantas	medicinais	como	medicamento,	trazendo	um	depositório	de	ervas	
suficientes	para	o	tratamento	de	algumas	moléstias	como	a	asma.	
Tratamentos	 curiosos	 também	 eram	 difundidos	 no	 documento,	 como	
amarrar	um	filhote	de	crocodilo	no	crânio,	para	curar	a	cefaleia,	como	vemos	na	
figura	a	seguir:
TÓPICO 1 — AS ESPÉCIES DE TÓXICOS
5
FIGURA 1 – OS TRATAMENTOS ANTIGOS E CURIOSOS 
FONTE: Baptista (2003, p. 54)
Por	 consequência	 do	 uso	 de	 produtos	 tóxicos,	 descreve	 também	 o	
manuseio	 da	 cicuta	 como	veneno	propriamente	 determinado	 ao	 uso	de	 ceifar	
vidas,	bem	como	o	acônito,	utilizado	em	pontas	de	flechas	dos	guerreiros.	Essa	
substância	era	conhecida	à	época	dos	caçadores	gregos	como	toxikon,	daí	a	origem	
da	palavra	toxicologia	(OGA;	CAMARGO;	BATISTUZZO,	2008).	
Também	conhecidos	naquela	época,	o	ópio,	chumbo	e	o	cobre	poderiam	
ser	utilizados	de	alguma	maneira,	 tanto	que	a	cicuta	 já	era	utilizada	na	Grécia	
antiga	 como	 forma	de	 envenenamento,	 causando	a	 famosa	 e	 trágica	morte	de	
Sócrates	em	399	a.C.,	sentenciado	a	beber	o	liquido	fatal.	Nessa	época,	a	morte	
pela	cicuta	era	uma	forma	de	pena	capital	na	Grécia	(SHIBAMOTO,	2014).
Reza	a	lenda,	que	por	volta	de	75	a.C.	Mitríades	VI,	rei	do	Ponto,	território	
hoje	localizado	na	Turquia,	desde	criança	tinha	a	obsessão	por	venenos	e	chegou	
a	ingerir	pequenas	quantidades	de	inúmeros	tóxicos,	desejando	obter	imunidade	
contra	eles,	ao	desenvolver	resistência	aos	seus	componentes.	Ainda,	segundo	a	
lenda,	isso	funcionou,	pois	certa	vez	foi	capturado	pelo	rei	inimigo	e	considerou	
ingerir	uma	grande	quantidade	de	veneno	para	não	se	fazer	prisioneiro,	mas	não	
conseguiu	o	efeito	desejado.	Daí	o	termo	que	usamos	hoje	para	designar	o	uso	de	
doses	significativas	de	toxinas	no	organismo,	com	a	intenção	de	proteção	contra	
intoxicação	causada	por	venenos	diversos:	o	mitridato	(SHIBAMOTO,	2014).
A Lex Cornlélia,	criada	pelo	Imperador	Cornélio,	tinha	o	intuito	de	evitar	
o	envenenamento,	muito	comum	na	época	de	82	a.C.,	tentando	diminuir	os	casos	
que	se	multiplicavam	no	Império	Romano,	de	intoxicação	e	morte	por	venenos	
dos	mais	diversos.	No	 entanto,	 o	que	 se	viu	 foi	 o	 alastramento	do	uso	desses	
componentes	nos	anos	que	se	seguiram,	com	Nero	e	Calígula.	
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
6
Philip	von	Hoheiheim,	conhecido	como	Paracelso	(1493-1541),	fundou	a	
toxicologia,	em	um	período	às	voltas	com	o	surgimento	do	Renascimento,	e	é	dele	
a	importante	frase	que	se	utiliza	até	os	dias	de	hoje,	formação	do	conceito	básico	
da	toxicologia:	“Todas	as	substâncias	são	venenos;	não	há	nenhuma	substância	
que	não	seja	um	veneno.	A	dose	certa	é	que	diferencia	o	veneno	de	um	remédio”	
(SHIBAMOTO,	2014,	p.	6).
Por	 volta	 de	 1850,	 o	 início	 de	 uma	 era	 de	 uso	 de	 medicamentos	
acompanhou	 a	 toxicologia	 experimental,	 e	 na	 década	 de	 1900,	 com	
a	 radioatividade	e	o	uso	de	vitaminas	diversas,	 alavancou	o	 estudo	
das	 poções	 retiradas	 de	 produtos	 químicos	 que	 passavam	 a	 ser	
descobertos,	testados	e	analisados,	abrindo	o	caminho	para	a	evolução	
da	toxicologia	(PASSAGLI,	2018,	p.	38).
Podemos	definir	toxicologiacomo	a	ciência	que	estuda	os	efeitos	diversos	
e	nocivos	que	são	decorrentes	das	interações	e	emprego	de	substâncias	químicas	
no	 organismo,	 a	 partir	 da	 exposição	 com	 o	 produto	 considerado	 e	 analisado	
(SHIBAMOTO,	2014).	Posta-se	 como	grande	desafio	da	 toxicologia	 estabelecer	
a	segurança	na	utilização	de	substâncias	químicas	diversas,	pois	a	resposta	dada	
pelos	organismos,	difere	em	muito	um	dos	outros.	
A	 toxicologia,	 portanto,	 é	 a	 ciência	 que	 estuda	 e	 verifica	 os	 efeitos	
nocivos	causados	pelas	substâncias	químicas	sobre	os	organismos	vivos	diversos	
(ZAKRZEWSKI,	 1994).	 Seus	objetivos	 essenciais	vão	desde	 a	 identificação	dos	
riscos	associados	a	alguma	substância,	e	ao	mesmo	tempo,	determinar	em	que	
condições	 de	 exposição	 aos	 organismos	 esses	 riscos	 são	 ou	 foram	 induzidos	
(SHIBAMOTO,	 2014).	 	 Entretanto,	 ela	 não	 se	 vale	 apenas	para	 a	proteção	dos	
seres	 vivos	 e	 dos	 ambientes,	 ao	 analisar	 os	 efeitos	 causados	pelas	 substâncias	
que	analisa,	mas	também	estuda	com	intuito	de	desenvolver	agentes	químicos	
considerados	nocivos	como	pesticidas	e	drogas	clinicas	mais	invasivas.	
Através	 de	 suas	 análises	 há	 uma	 maior	 segurança	 para	 propiciar	 aos	
manejadores	de	produtos,	diversos	métodos	de	ação	diante	da	alta	nocividade	
dos	produtos.	Por	interpretar	os	efeitos	adversos	das	substâncias	em	organismos	
vivos,	tanto	animais	quanto	humanos,	e	também	quais	os	efeitos	produzidos	no	
meio	ambiente,	as	pesquisas	e	especializações	dessa	área	são	muito	diversificadas	
(KAASSEN,	2013).
Como	são	duas	áreas	que	se	envolvem	em	estudos	sobre	as	propriedades	
químicas	e	suas	ações	no	organismo,	a	farmacologia	e	a	toxicologia	se	distinguem.	
Isso	 se	dá,	pois,	 a	primeira	 irá	analisar	os	 efeitos	 considerados	 terapêuticos	das	
substâncias	 químicas,	 e	 como	 elas	 podem	 ser	 utilizadas	 com	maior	 eficácia	 em	
finalidades	médicas	diversas.	Já	a	toxicologia,	irá	averiguar	os	efeitos	adversos	que	
os	organismos	vivos	estão	propensos	a	correr	em	caso	de	contato	com	os	produtos	
químicos,	ocorrendo	o	contrário	então,	da	farmacologia	(KAASSEN,	2013).	
Os	profissionais	de	toxicologia	estão	mais	relacionados	a	medir	o	risco	e	
calcular	a	potencialidade	de	determinadas	substâncias,	através	de	ferramentas	de	
avaliação	de	risco.
TÓPICO 1 — AS ESPÉCIES DE TÓXICOS
7
Prezado acadêmico! Veja que interessante entrevista da Conselheira do 
Conselho Regional de Biomedicina, 5ª Região, de Porto Alegre (CRBM-5), Marina Venzon 
Antunes, sobre a área da Toxicologia e sobre a sua carreira!
Toxicologia: à procura da dose perfeita
01-11-19
Você já deve ter ouvido que “a diferença entre o remédio e o veneno é a dose”. Pois essa é 
uma variação popular da frase “a dose faz o veneno” do cientista Paracelso (1493-1541). Seja 
qual for versão, as duas frases, de certa forma, resumem o conceito de toxicologia.
A toxicologia estuda a interação entre os compostos químicos e os seres vivos. Ao 
observar esta relação, procura identificar em qual situação e em que quantidade a 
substância química (seja ela natural ou sintética) começa a causar danos ao organismo. 
Isso permite verificar não só quais são os efeitos adversos provocados por esta substância 
como também estabelecer o uso seguro da mesma, além de desenvolver formas de 
prevenção e de tratamento de contaminações.
A toxicologia tem um carácter multidisciplinar, pois relaciona-se com diversas outras áreas 
tais como biologia, genética, fisiologia e farmacologia. Por isso, seu campo de atuação 
também é bastante facetado. Alguns exemplos de linhas de atuação são a toxicologia 
ambiental (que verifica o impacto de poluentes nos ecossistemas), a analítica (que 
identifica fármacos ou drogas de abuso no sangue, saliva, cabelo e unhas, e auxilia no 
desenvolvimento de tratamentos e prevenções de intoxicações), a ocupacional (que avalia 
exposição dos trabalhadores a substâncias químicas) e a forense (que procura a presença 
de agentes tóxicos em uma investigação criminal).
A conselheira do CRBM-5 Marina Venzon Antunes conta sua experiência na área, e 
apresenta outras possibilidades de atuação para o biomédico habilitado em toxicologia.
– Como está o mercado para o biomédico nesta área?
Marina Antunes – É um mercado promissor. A demanda pela realização de exames 
toxicológicos tem crescido nos últimos anos, como na realização de exames toxicológicos 
ocupacionais e ambientais, além das análises toxicológicas em matriz capilar, que permitem 
uma investigação retrospectiva do consumo de drogas devido a sua grande janela de 
detecção, auxiliando na distinção entre história de consumo social ou abuso de substâncias 
de forma crônica. No Brasil, o Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) prevê exame 
toxicológico realizado em cabelo, para aferir o consumo de substâncias psicoativas usadas 
nos últimos 90 dias por motoristas profissionais.
– Quais características e habilidades o profissional deve ter para trabalhar nesta área?
MA – Assim como o profissional biomédico que atua em outras áreas, o biomédico 
toxicologista deve, entre outros, prezar pela ética profissional, ser organizado, proativo, 
manter-se constantemente atualizado, ter visão crítica, estar atento às inovações, ser 
questionador.
– Qual o papel da toxicologia na saúde? 
MA – A toxicologia tem um papel importante na promoção da saúde. Posso citar duas 
áreas em que atuo: no monitoramento terapêutico de fármacos, buscando individualizar 
o tratamento e, com isto, diminuir os riscos associados a terapia farmacológica; e também 
nas análises toxicológicas ocupacionais, monitorando e minimizando o risco de toxicidade 
em trabalhadores expostos às mais diversas substancias químicas no seu ambiente de 
trabalho. Além destas, os estudos de toxicidade experimental são extremamente relevantes, 
para levantar dados sobre potenciais riscos tóxicos de novas e já existentes substâncias.
DICAS
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
8
– Por que o interesse pela toxicologia? O que te atraiu?
MA – Durante a graduação realizei cursos e participei de congressos na área, que me 
despertaram o interesse pela rotina do diagnóstico em análises toxicológicas. Tive 
oportunidade de ingressar na pesquisa como acadêmica voluntária, o que foi essencial para 
me aproximar e reconhecer-me na área. Enxerguei na toxicologia a oportunidade de atuar 
no monitoramento terapêutico de fármacos, auxiliando na personalização do tratamento 
farmacológico, buscando minimizar o risco de toxicidade ou mesmo de falha terapêutica em 
pacientes com as mais diversas patologias. Profissionalmente, atuei como responsável técnica 
de laboratório prestador de serviços em análises toxicológicas na Feevale – universidade 
em que, atualmente sou professora e pesquisadora -, onde pude desenvolver habilidades 
relacionadas ao desenvolvimento e validação de métodos bioanalíticos. Esta é uma área de 
grande inovação tecnológica, desafiadora em que nos deparamos com alta tecnologia.
– Em que pesquisa você está trabalhando no momento?
MA – Atualmente, em conjunto com o Hospital Municipal de Novo Hamburgo, estamos 
realizando um estudo em que avaliamos o uso de substâncias psicoativas em vítimas 
de trauma, de forma a contribuir para o entendimento da realidade atual sobre o uso de 
álcool, drogas lícitas e ilícitas neste grupo de pacientes, levantando dados para fundamentar 
ações em saúde pública de prevenção primária e secundária, reduzindo a mortalidade, a 
morbidade e os custos desta doença.
FONTE: <http://crbm5.gov.br/toxicologia-a-procura-da-dose-perfeita/>. Acesso em: 16 jul. 2021.
Para	que	se	avaliem	os	riscos,	é	importante	então	que	se	analise	o	potencial	
de	 toxicidade	que	 foi	 ingerida	ou	absorvida	pelo	organismo.	E	 isso	significa	o	
primeiro	passo	para	os	 tratamentos	diversos	que	podem	salvar	uma	vida,	 em	
caso	de	envenenamento.	
2.2 TOXICIDADE
Se	a	dose	 certa	 é	determinante	para	que	 se	diferenciar	o	 remédio	ou	o	
veneno,	conforme	nos	é	explicado	por	Paracelso,	então	podemosdefinir	qual	a	
quantidade	excessiva	de	doses,	ou	o	próprio	potencial	tóxico	de	uma	substância,	
que	indicam	sua	toxicidade.	E	isso	interpreta	também	a	força	de	sua	letalidade	
perante	o	organismo	afetado.	
Dessa	forma,	toxicidade	é	a	medida	do	potencial	tóxico	de	uma	substância,	
analisada	a	partir	de	sua	fórmula	ou	uso.	Por	ela	é	refletido	o	potencial	do	produto	
que	pode	causar	severos	danos	ao	organismo	vivo,	detectando	a	quais	tóxicos	o	
organismo	foi	exposto	(SHIBAMOTO,	2014).	
Essa análise é realizada pela avaliação da toxicidade,	que	irá	compreender	
todos	os	dados	toxicológicos	que	uma	substância	química	é	composta,	para	enfim	
classificá-la	a	fim	de	fornecer	 informações	sobre	os	objetos	avaliados	 (OLSON,	
2013).	 Essa	 avaliação	 se	 perfaz	 em	 uma	 importância	 ímpar,	 quando	 diversos	
componentes	 químicos	 possuem	 em	 suas	 fórmulas	 toxinas	 negativas,	 mas	 se	
trabalhadas,	podem	se	transformar	em	toxinas	positivas,	podendo	ser	utilizadas	
medicinalmente	no	organismo	humano.
http://crbm5.gov.br/toxicologia-a-procura-da-dose-perfeita/
TÓPICO 1 — AS ESPÉCIES DE TÓXICOS
9
Vamos	agora	considerar	que	a	exposição	a	uma	quantidade	pequena	
de	 um	 agente	 altamente	 tóxico	 pode	 ter	 pouca	 importância.	 Por	
exemplo,	a	bactéria	causadora	do	botulismo,	o	Clostridium botulinum,	é	
capaz	de	produzir	quantidades	fatais	de	toxina	botulínica	em	produtos	
enlatados	que	foram	esterilizados	de	maneira	inadequada.	Essa	toxina	
bacteriana	é	uma	das	substâncias	mais	tóxicas	conhecidas.	No	entanto,	
a	 mesma	 toxina	 é	 utilizada	 terapeuticamente,	 por	 exemplo,	 para	
tratar	o	colo	espástico,	e	esteticamente	na	 redução	de	 rugas	da	pele	
(SHIBAMOTO,	2014,	p.	5).
O	quadro	a	 seguir	demonstra	as	 fases	da	 toxicidade	e	 suas	classes	que	
variam	conforme	o	produto	e	sua	maior	qualidade	tóxica:
QUADRO 1 – CLASSE TOXICOLÓGICA
FONTE: O autor
CLASSE I Extremamente	tóxico Faixa	Vermelha
CLASSE II Altamente	tóxico Faixa	Amarela
CLASSE III Medianamente	tóxico Faixa	Azul
CLASSE	IV Pouco	tóxico Faixa	Verde	
A	 atividade	de	 classificar	mediante	 a	 potencial	 ameaça	 de	 intoxicação,	
demonstrando	através	de	cores	que	representam	a	força	do	produto	serve	como	
uma	advertência,	que	além	de	 instrutiva,	é	 também	pedagógica,	auxiliando	na	
identificação	dos	produtos	mais	tóxicos	aos	menos	tóxicos.	Há	também	o	comum	
símbolo	encontrado	em	produtos	de	alta	toxicidade,	como	agrotóxicos	e	até	em	
domissanitários,	identificados	por	uma	caveira	com	ossos	cruzados.	
Essa	simbologia	permite	a	interpretação	dos	produtos	diversos,	em	qualquer	
lugar	do	mundo,	e	é	regulada	pela	diretiva	de	rotulagem	de	substâncias	perigosas	
realizada	pela	União	Europeia,	com	intuito	de	padronizar	mundialmente	a	mensagem.
QUADRO 2 – SINALIZAÇÃO DOS PERIGOS
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
10
FONTE: Adaptado de https://bit.ly/3sdK4Ng Acesso em: 4 ago. 2021.
De	acordo	com	os	níveis	de	exposição	ao	produto	químico,	a	toxicidade 
pode ser aguda ou crônica. 
A toxicidade aguda pode	ser	causada	a	partir	de	um	curto	espaço	de	tempo	
de	exposição	ao	produto,	ou	à	administração	de	uma	ou	mais	doses	da	substância	
num	período	de	24	horas	(BRITO,	1994).	Segundo	Barros	e	Davino	(2003,	p.	57),	
“é	considerada	a	dose	única	para	determinar	qual	a	potência	da	substância	em	
casos	de	ingestão	ou	envenenamento	acidental,	e	as	doses	múltiplas	para	avaliar	
os	efeitos	cumulativos”.	Nesse	sentido,	é	pela	informação	da	dosagem	inicial	ou	
recomendada	que	se	identificam	os	casos	possíveis	a	partir	de	uma	superdosagem,	
o	que	causa	o	envenenamento.
A toxicidade crônica resulta	 de	 repetidos	 e	 diários	 usos	 de	 uma	
determinada	substância,	utilizando	os	dados	de	curto,	médio	e	longo	prazo.	Esses	
estudos	são	realizados	para	que	se	determinem	os	efeitos	tóxicos	após	exposição	
prolongada	a	doses	cumulativas	de	alguma	substância.	
O filme Erin Brockovich, uma mulher de talento, dirigido por Steven 
Sodenbergh, lançado em 2000, com Julia Roberts, conta a história de uma determinada 
técnica jurídica que descobre o que o cromo pode causar na saúde das pessoas. O cromo 
(Cr) é um elemento químico usado em metalúrgicas. Para prevenir a corrosão dos canos 
pelo tempo e pela passagem de água, uma empresa abastecedora de água de uma região 
utiliza o material de forma ilegal, em grandes quantidades que se dispersam junto com o 
líquido, utilizado pelas pessoas na comunidade. Muitas dessas pessoas estão doentes, e é aí 
que entra a personagem principal. Importante destacar o uso de materiais que em grandes 
quantidades podem ser considerados extremamente tóxicos, se consumidos.
DICAS
Para	Shibamoto	(2014),	sempre	haverá	o	risco	quando	se	trata	do	manuseio	
e	 da	 estocagem	 de	 produtos	 químicos,	 principalmente	 daqueles	 em	 que	 suas	
substâncias	podem	causar	danos	aos	organismos.	
Nesse	sentido,	o	perigo	é	a	capacidade	que	a	substância	tem	em	causar	
algum	efeito	adverso,	sendo	armazenado	ou	manuseado;	então	determina-se	o	
risco,	que	é	a	probabilidade	de	o	produto	produzir	danos,	a	partir	de	sua	toxicidade	
(SHIBAMOTO,	 2014).	 Por	 esse	 motivo	 são	 importantes	 os	 Equipamentos	 de	
TÓPICO 1 — AS ESPÉCIES DE TÓXICOS
11
Proteção	 Individual	 utilizados	 em	 empresas	 que	 lidam	 com	produtos	 tóxicos,	
pois	 o	 ambiente	pode	 se	 tornar	um	propício	diluente	para	 que	 as	 substâncias	
ajam	no	contato	com	o	trabalhador,	seja	em	sua	estocagem	(manuseio	indireto),	
ou	em	seu	manuseio	direto.
2.3 ESPECIALIDADES TOXICOLÓGICAS
Desenvolvida	 em	 vários	 ramos	 determinados	 pela	 sua	 especificação,	 a	
toxicologia	evoluiu	muito	desde	suas	origens	e	segue	em	crescimento,	tendo	em	
vista	as	modernas	tecnologias	que	suportam	pesquisas	em	várias	de	suas	áreas	
especializadas.	
Entre	elas,	destacamos	as	mais	importantes	ramificações	da	matéria,	como	
a toxicologia clínica,	que	previne,	diagnostica	e	compõe	o	tratamento	de	pessoas	
e	 animais	 expostos	 ao	 veneno,	 realizando	 sua	 função	 em	 clínicas	 e	 hospitais	
(SHIBAMOTO,	2014).	
Interligadas	 diretamente	 pelo	 seu	 objeto	 de	 estudo,	 a toxicologia de 
medicamentos	 se	destina	aos	 remédios	 indicados	aos	 tratamentos	de	algumas	
doenças,	mas	que	também	tendem	a	causar	efeitos	colaterais	e	adversos	em	seus	
pacientes,	por	inúmeros	motivos.	Esses	efeitos	são	pesquisados	e	relatados	para	a	
criação	de	novos	fármacos	que	possam	minimizar	seus	impactos	nos	tratamentos.	
A toxicologia ambiental	engloba	o	uso	de	agentes	tóxicos	na	natureza	e	
qual	a	sua	proporção	intoxicante	nos	ambientes	e	nos	organismos	vivos.	O	impacto	
dos	poluentes	químicos	diversos	no	ecossistema,	que	influencia	a	vida	natural	de	
diversos	organismos	componentes	do	ambiente	é	estudado	pela	ecotoxicologia,	
que	é	a	ramificação	da	toxicologia	ambiental.
Muito	 importante	 por	 abranger	 estudos	 acerca	 da	 nossa	 segurança	 na	
ingestão	de	alimentos,	é	a	toxicologia alimentar,	que	analisa	os	diversos	efeitos	
adversos	que	são	produzidos	pelos	produtos	químicos	dispersos	em	alimentos,	
como	 os	 agrotóxicos.	 Essa	 área	 determina	 os	 organismos	 contaminantes	 em	
alimentos	produzidos	ou	processados	pelo	homem,	enfocando	nos	efeitos	tóxicos	
de	produtos	diversos	que	podem	estar	presentes	nos	alimentos.	
Para	identificar	e	tratar	de	possíveis	substâncias	químicas	presentes	nos	
ambientes	 de	 trabalho,	 geralmente	 realizados	 por	 atividades	 que	 permitem/
requerem	 alguma	 exposição	 ao	 produto,	 há	 a	 toxicologia ocupacional, 
monitorando	o	ambiente	bem	como,	o	próprio	trabalhador.
 
Para	o	professor	Shibamoto	a	toxicologia regulatória	identifica	uma	área	
de	estudos	muito	importante	para	a	avaliação	dos	dados	na	tomada	de	decisões	e	
realização	de	protocolos	de	segurança:	
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
12
A	 toxicologia	 regulatória	 engloba	 a	 coleta,	 o	 processamento	 e	 a	
avaliação	 de	 dados	 toxicológicos	 epidemiológicos	 e	 experimentais	
para	possibilitar	a	tomada	de	decisões	baseadas	na	ciência	e	voltadas	
para	 a	 proteção	 dos	 seres	 humanos	 contra	 osefeitos	 danosos	 de	
substâncias	químicas.	Além	disso,	essa	área	da	toxicologia	auxilia	no	
desenvolvimento	 de	 protocolos	 padronizados	 e	 de	 novos	 métodos	
analíticos	 para	 aprimorar	 continuamente	 a	 base	 científica	 dos	
processos	de	tomada	de	decisões	(SHIBAMOTO,	2014,	p.	5).
Podemos	avaliar,	dessa	forma,	a	toxicologia	regulatória	como	uma	forma	
importante	para	os	estudos	das	normas	 legais,	quando	desenvolve	a	avaliação	
de	 informações	 diversas,	 que	 podem	 ser	 utilizadas	 pelo	 direito	 para	 avaliar	 a	
legalização	 de	 determinados	 produtos	 que	 podem	ou	 não	 ser	 aceitos.	 Junto	 à	
toxicologia	forense,	formam	o	eixo	de	análises	utilizadas	pelo	direito,	na	formação	
de	suas	estruturações	legais.	
Outra	área	de	imensa	importância	para	o	direito	e	para	as	investigações	
criminais	é	a	toxicologia analítica,	pois	é	por	ela	que	se	identificam	as	substâncias	
nocivas	no	organismo,	por	intermédio	de	exames	diversos.	Voltada	a	diagnosticar	
e	indicar	tratamentos	e	prevenções	das	intoxicações,	esse	ramo	consegue	qualificar	
e	 quantificar	 a	 substância	 absorvida	 pelo	 organismo,	 detectando	 também	 o	
melhor	tratamento,	auxiliando	a	justiça	nos	casos	de	ingestão	de	drogas,	quando	
há	 overdoses	 que	 devem	 ser	 apuradas,	 ou	 crimes	 ocorridos	 sob	 a	 atuação	 de	
determinada	substância	no	corpo.	
A toxicologia forense,	envolve	a	busca	por	evidências	que	demonstram	
a	 presença	 de	 substâncias	 químicas	 em	 investigações	 criminais,	 por	 meio	 de	
análises	 biológicas	 na	 constatação	 do	 uso	 de	 drogas	 ou	 envenenamento,	 bem	
como,	determina	o	uso	ilegal	de	agentes	tóxicos.	Portanto,	podemos	determinar	
a	toxicologia	forense	inserida	no	âmbito	da	toxicologia	analítica,	pois	detecta	a	
partir	de	suas	análises	a	quantificação	de	substâncias	tóxicas	em	um	organismo.
As	 substâncias	 mais	 tóxicas	 encontradas	 na	 tabela	 periódica,	 e	 que	
conseguem	 uma	 rápida	 transformação	 do	 organismo	 atingido	 por	 intermédio	
de	sua	ação,	são	os	metais	pesados.	Consideram-se	metais	pesados	aqueles	que	
possuem	um	número	atômico	elevado,	que	identifica	a	quantidade	de	prótons	no	
núcleo	do	átomo.	Quanto	mais	prótons,	mais	mortal	considera-se	o	elemento,	isso	
porque	o	átomo	corresponde	à	menor	porção	que	um	elemento	químico	pode	ser	
dividido,	e	ainda,	mantendo	suas	propriedades	originais	(AZEVEDO;	CHASIN,	
2003).
Situados	na	tabela	periódica	entre	o	Cobre	e	o	Chumbo,	veja	quais	são	os	
considerados	mais	mortais	do	mundo.	Observe	que	quanto	maior	seu	número	
atômico,	mais	perigoso	é	o	metal.
TÓPICO 1 — AS ESPÉCIES DE TÓXICOS
13
QUADRO 3 – METAIS PESADOS E CLASSIFICAÇÃO
 FONTE: <http://www.ufrgs.br/lacad/toximetaispesados.html>. Acesso em: 16 jul. 2021.
http://www.ufrgs.br/lacad/toximetaispesados.html
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
14
Pelo	 fato	 da	 força	 invasiva	 dessas	 substâncias	 químicas,	 utilizadas	 em	
produtos	 de	 diversos	 usos	 e	 serventias,	 é	 necessária	 ampla	 e	 precisa	 atuação	
dos	órgãos	responsáveis	pela	fiscalização.	E	é	através	da	Divisão	de	Controle	e	
Fiscalização	de	Produtos	Químicos	(DCPQ)	que	a	Policia	Federal	realiza	e	efetiva	
o	 controle	 e	 fiscalização	 da	 fabricação,	 produção,	 armazenamento,	 compra,	
venda,	comercialização,	importação	e	exportação,	bem	como	do	uso	de	produtos	
químicos	diversos,	que	podem	também	ser	utilizados	na	elaboração	de	materiais	
ilícitos,	como	as	drogas	de	natureza	sintética.	
A	Portaria	nº	240,	de	março	de	2019,	 estabelece	os	procedimentos	para	
o	controle	e	fiscalização	de	produtos	químicos,	definindo	também	a	atuação	da	
Policia	Federal,	que	desenvolverá	o	controle	dessas	substâncias.	Como	veremos,	
é	a	ANVISA	(Agência	Nacional	de	Vigilância	Sanitária)	que	determinará	o	que	se	
considera	droga	ilícita,	que	não	tem	seu	uso	permitido.		
Indicação de livro: o professor titular de toxicologia da Universidade de São 
Paulo (USP), Seizi Oga, lançou em conjunto com os professores Marcia Maria Camargo 
e José Antônio Batistuzzo, o livro Fundamentos de Toxicologia. Lançado em 2008 pela 
editora Atheneu, a obra já está em sua 4° edição, e é muito utilizada nas pesquisas acerca 
do tema, por profissionais e estudantes da área.
DICAS
No	próximo	tópico,	nós	iremos	analisar	os	processos	de	intoxicação	e	a	
partir	deles,	determinar	quais	são	os	efeitos	tóxicos	mais	influentes	no	organismo,	
causados	pelos	mais	diversos	componentes	químicos	utilizados,	e	que	tem	um	
grande	potencial	de	intoxicação.		
15
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 Todas	as	substâncias	são	venenos;	não	há	nenhuma	substância	que	não	seja	um	
veneno.	A	dose	certa	é	que	diferencia	o	veneno	de	um	remédio,	conforme	nos	
ensinou	Paracelso.
•	 A	toxicidade	varia	de	acordo	com	os	níveis	de	exposição	ao	produto	químico,	
podendo	ser	classificada	pela	avaliação	da	toxicidade	como	aguda	ou	crônica. 
•	 São	 oito	 os	 ramos	 de	 especialização	 da	 toxicologia:	 toxicologia	 analítica,	
toxicologia	forense,	toxicologia	ocupacional,	toxicologia	regulatória,	toxicologia	
alimentar,	 toxicologia	 ambiental,	 toxicologia	de	medicamentos	 e	 toxicologia	
clínica. 
•	 Através	da	Divisão	de	Controle	e	Fiscalização	de	Produtos	Químicos	(DCPQ),	a	
Policia	Federal	realiza	e	efetiva	o	controle	e	fiscalização	da	fabricação,	produção,	
armazenamento,	compra,	venda,	comercialização,	importação	e	exportação	e	o	
uso	dos	produtos	químicos	diversos.
RESUMO DO TÓPICO 1
16
1 Considerando as diversas áreas da toxicologia, cada uma influente 
na verificação das análises da intoxicação, são reconhecidas como 
especialidade toxicológicas para auferir métodos diversos, mas 
especializados. A respeito dessas áreas específicas de investigação, 
assinale a alternativa CORRETA:
a)	(			)	A	 toxicologia	 regulatória,	 inserida	 no	 âmbito	 da	 toxicologia	 forense,	
fornece	subsídios	para	a	regulação	tanto	do	uso	de	substâncias	diversas,	
quanto	métodos	para	confrontar	sua	toxicidade	medicinalmente.	
b)	(			)	Toxicologia	considerada	como	ocupacional	é	uma	área	de	especialidade	
que	corresponde	aos	estudos	nos	ambientes	profissionais	diversos,	que	
podem	ter	contato	com	produtos	químicos	variados.
c)	(			)	Venenos	de	animais	peçonhentos	não	são	analisados	pelas	especialidades	
da	 toxicologia,	 uma	 vez	 essa	 área	 possuir	 sua	 própria	 definição	 em	
estudos	medicinais	especializados.	
d)	(			)	Os	 alimentos,	 estudados	 pela	 toxicologia	 alimentar,	 enfocam	 seus	
estudos	na	estocagem	dos	produtos,	que	devem	ser	realizadas	distantes	
de	produtos	consideravelmente	tóxicos.	
2 A simbologia padronizada pela União Europeia e utilizada em diversos 
países, entre eles o Brasil, determina um aspecto pedagógico e visual para 
a identificação dos produtos considerados tóxicos. Nesse sentido, analise 
as questões:
(			)	Não	há	necessidade	em	simbolizar	elementos	radioativos,	pois	estes	não	
são	considerados	a	partir	de	sua	toxicidade.
(			)	A	atividade	de	realizar	a	classificação	serve	como	uma	advertência,	que	
além	de	instrutiva	é	também	pedagógica,	auxiliando	na	identificação	dos	
produtos	mais	tóxicos	aos	menos	tóxicos.	
(			)	 Produtos	domissanitários	não	possuem	 símbolos	 ou	marcação	diversa,	
uma	vez	que	o	rótulo	já	indica	os	seus	perigos	e	riscos.
(			)	A	simbologia	permite	a	analise	interpretativa	das	substâncias,	realizadas	
com	intuito	pedagógico	e	disciplinar.
Assinale a questão que identifique a sequência CORRETA:
a)	(			)	F	–	V	–	F	–	F.
b)	(			)	V	–	F	–	V	–	F.	
c)	(			)	F	–	V	–	F	–	V.
d)	(			)	F	–	V	–	V	–	F.
3 Assinale a alternativa CORRETA:
I-	Toxicidade	aguda	é	resultante	de	repetições	causadas	em	utilização	diária	e	
constante	de	determinada	substância.
AUTOATIVIDADE
17
II-	A	causa	para	a	toxicidade	aguda	pode	se	dar	em	um	curto	espaço	de	tempo	
a	que	o	indivíduo	fica	exposto	ao	produto.		
III-	Os	 estudos	de	 toxicidade	 crônica	 são	determinantes	para	 identificar	 os	
efeitos	tóxicos	após	exposição	prolongada	a	doses	cumulativas	do	produto.	
IV-	Tanto	a	toxicidade	aguda	ou	crônica	dependem	do	uso	descomprometidoda	substância	tóxica	em	análise.
Estão corretas as questões:
a)	(			)	Apenas	a	questão	I	está	correta.
b)	(			)	As	questões	I	e	II	estão	corretas.
c)	(			)	As	questões	II	e	III	estão	corretas.
d)	(			)	As	questões	III	e	IV	estão	corretas.
4 A necessidade de estudar a toxicologia surgiu devido ao crescente número 
de materiais e produtos tóxicos existentes e criados pelo homem, capazes 
de causar malefícios tanto ao organismo humano, quanto à natureza que 
nos rodeia. Disserte sobre os ramos especiais da toxicologia e identifique 
a importância de cada um deles:
5 Explique por que a toxicidade varia de acordo com os níveis de exposição 
ao produto químico:
18
19
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
OS PROCESSOS DE INTOXICAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Prezado	 acadêmico!	 Neste	 tópico,	 nós	 iremos	 abordar	 quais	 são	 os	
processos	mais	inerentes	à	intoxicação,	para	que	possamos	seguir	nossos	estudos	a	
respeito	das	drogas	líticas	e	ilícitas.	Nesse	ínterim,	entender	como	os	componentes	
diversos	passam	a	agir	no	organismo	através	dos	contatos,	que	podem	ocorrer	
de	maneiras	diversas,	 nos	dão	um	grande	 respaldo	quando	o	 assunto	 exige	 o	
domínio	de	determinados	conceitos	técnicos	da	área	médica	e	biológica.
Por	intermédio	da	classificação	dos	efeitos	mais	comuns	no	órgão	humano,	
o	 médico	 passa	 a	 entender	 antes	 mesmo	 da	 realização	 de	 exames	 diversos,	
podendo	assim	agir	preventivamente,	tomando	medidas	ágeis	para	conter	o	mal	
causado	pela	substância	venenosa,	antes	mesmo	dos	resultados	mais	conclusivos	
trazidos	por	exames	especializados	diversos.
É	grande	a	importância	em	determinar	a	forma	com	a	qual	a	intoxicação	
foi	causada,	através	de	análises	e	investigações	realizadas	no	pronto	atendimento,	
que	costuma	ser	o	primeiro	contato	do	paciente	com	o	profissional	de	saúde.	
Seja	bem-vindo	a	mais	essa	etapa	de	nossos	estudos!	Vamos	lá!
2 A INTOXICAÇÃO
Diante	 dos	 diversos	 produtos	 químicos	 utilizados	 pelas	 sociedades,	
a	 intoxicação	 passou	 a	 ser	 considerada,	 pela	 Organização	Mundial	 da	 Saúde	
(OMS),	 um	 problema	 de	 saúde	 pública	 de	 importância	 global.	 O	 número	 de	
pessoas	intoxicadas	cresceu	substancialmente,	por	determinados	motivos,	entre	
eles	o	uso	 incipiente	de	 remédios	diversos,	os	 tóxicos	utilizados	por	empresas	
alimentícias	 e	 de	 limpeza,	 e	 a	 comercialização	 criminosa	 de	 entorpecentes	
(AZEVEDO;	CHASIN,	2003).
Como	vimos	a	toxicologia	é	considerada	a	“ciência	dos	efeitos	adversos	
de	substâncias	químicas	sobre	os	organismos	vivos”	 (BRUNTON,	2018,	p.	25),	
causados	pelo	contato	com	o	material	intoxicante.	Entretanto,	a	partir	das	análises	
qualitativas	 percebeu-se	 que	 a	 intoxicação	 pode	 ser	 causada	 por	 inúmeros	
produtos,	dispostos	em	qualquer	lugar	e	de	fácil	acesso	a	todos.
20
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
Neste	tópico,	veremos	a	principal	classificação	dos	efeitos	tóxicos	diversos	
causadas	no	organismo,	bem	como	as	 formas	mais	 comuns	e	analisadas	pelos	
cientistas	a	respeito	da	intoxicação.
 
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS TÓXICOS
Após	 a	 interação	 com	 o	 organismo,	 os	 produtos	 nocivos	 agem	
quimicamente,	alterando	as	funções	normais	do	corpo.	Mas	os	efeitos	que	cada	
substância	irá	apresentar	vai	depender	diretamente	do	organismo	de	cada	um.	
Assim,	 a	 intensidade	 dos	 efeitos	 dependerá	 de	 aspectos	 subjetivos	 da	 pessoa	
exposta	e	do	produto	utilizado	(AZEVEDO;	CHASIN,	2003).
Podem-se	 classificar	 os	 efeitos	 a	 partir	 da	 quantidade	 de	 veneno	 e	 da	
qualidade	do	organismo	exposto,	mas	as	características	individuais	do	paciente	
se	 perfazem	 em	 importantes	 informações	 para	 determinar	 as	 possibilidades	
de	efeitos	mais	fortes,	causados	pelo	elemento	tóxico.	Entre	elas,	a	idade,	sexo,	
estado	de	saúde,	peso,	e	informações	genéticas	e	médicas	diversas	são	capazes	de	
informar	a	possibilidade	de	efeitos	mais	invasivos.	
Entretanto,	 outras	 informações	 necessárias	 fazem	 parte	 do	 método	 de	
análises	e	investigação	médica,	que	intentam	responder	à	quantidade	de	doses	
ingeridas/absorvidas	 pelo	 organismo	 da	 substância	 química,	 o	 tempo	 que	
durou	o	contato	de	exposição	ao	agente	tóxico	e	qual	a	sua	forma	de	entrada	no	
organismo	(SHIBAMOTO,	2014).	
 
Assim,	 obtemos	 quatro	 maneiras	 de	 classificar	 os	 efeitos	 tóxicos	 que	
avaliam	 situações	 das	 quais	 são	 dependentes	 os	 diagnósticos	 médicos,	 na	
confirmação	 do	 produto	 intoxicante	 em	 contato	 com	 o	 organismo	 e	 em	 seus	
efeitos	mais	drásticos,	a	partir	da	manifestação	de	suas	ações	deletérias.
A	 classificação	 de	 acordo	 com	 o	 tempo de manifestação, pode ser 
evidenciada por seus efeitos (SHIBAMOTO,	2014):
•	 Agudos:	expõe	a	toxicidade	através	de	sinais	corpóreos,	visíveis	logo	após	a	
exposição	à	substância.
•	 Crônico:	após	a	exposição/intoxicação,	os	efeitos	mais	importantes	são	visíveis	
após	um	determinado	período	de	tempo,	mas	não	logo	após	o	contato.
•	 Efeito	 retardado:	 aqui	 há	 um	 período	 em	 que	 os	 efeitos	 se	 elaboram	 no	
organismo,	em	um	pequeno	intervalo	considerado	latência,	para	demonstrar	
seus	efeitos	principais.	
Os	efeitos	também	variam	de	acordo	com	o	tipo	de	substância	utilizada,	
pois	sua	abrangência	pode	ser	definida	através	do	órgão	atingido	e	manifestada	
pelo	 seu	 adoecimento.	 Ocorre	 que	 algumas	 substâncias	 agem	 localmente,	 no	
próprio	local	afetado	no	corpo,	outras	se	distribuem	pelo	organismo,	atingindo	
órgão	diverso	daquele	local	de	entrada	no	corpo.	
TÓPICO 2 — OS PROCESSOS DE INTOXICAÇÃO
21
Assim	é	definida	a	classificação	de	acordo	com	a abrangência da atuação 
do produto (SHIBAMOTO,	2014):	
•	 Efeito	 local:	 ocorre	no	primeiro	 contato	 com	o	organismo,	no	 caso	de	ações	
causadas	por	substâncias	corrosivas	que	causem	queimaduras	ou	vermelhidão	
local.
•	 Efeito	 sistêmico:	 aqui	 há	 necessidade	 de	 o	 produto	 percorrer	 o	 organismo,	
atingindo	algum	órgão	que	defira	do	local	do	contato	inicial.
Os	 danos	 ao	 organismo	 também	 são	 definidos	 pela	 ação	 do	 produto,	
e	 por	 sua	 capacidade	 de	 invasão	 aos	 órgãos.	 Nesse	 sentido,	 são	 dois	 efeitos	
produzidos	 que	 demonstram	 a	 classificação quanto à reversibilidade: ou o 
órgão	contaminado	possui	capacidade	para	regenerar-se,	pois	o	dano	não	causou	
tamanho	prejuízo,	sendo	então	possível	a	sua	reestruturação	natural	ou	por	via	de	
remédios	aplicados,	ou	então	não	é	possível	a	regeneração	do	órgão	afetado.	Esses	
efeitos	são	considerados	reversíveis e irreversíveis, dispostos	na	classificação	dos	
efeitos	tóxicos.	
Há	também	a	classificação	feita	de	acordo	com	a	interação	de	vários	agentes	
tóxicos	com	o	organismo,	que	são	considerados	como	(SHIBAMOTO,	2014):
•	 Efeito	aditivo:	o	efeito	da	combinação	de	dois	ou	mais	produtos	no	organismo,	
é	o	mesmo	da	soma	dos	efeitos	individuais	dos	agentes	utilizados.
•	 Efeito	sinérgico:	o	efeito	da	combinação	dos	agentes	é	ainda	maior	que	a	soma	
do	uso	dos	produtos	tóxicos	utilizados.
•	 Efeito	 potencializador:	 um	 agente	 tóxico,	 na	 interação	 com	 outro	 produto,	
aumenta	a	toxicidade	de	ambas	as	substâncias	utilizadas.
•	 Efeito	antagônico:	esse	efeito	ocorre	quando	as	substâncias	interferem	na	ação	
uma	da	outra,	 invalidando-se	 e	neutralizando-se,	 o	que	diminui	 o	 efeito	 ao	
final;	geralmente	ocorre	quando	as	substâncias	possuem	um	menor	potencial	
de	ofensividade	ao	organismo	do	paciente.	 	
2.2 FORMAS DE INTOXICAÇÃO
A	intoxicação	pode	ser	ocasionada	por	duas	formas:	de	maneira endógena 
e exógena.	 Substâncias	 consideradas	 endógenas	 são	 produzidas	 pelo	 próprio	
organismo,	 e	 purificadas	 pelo	 fígado,	 eliminadas	 pelos	 rins,	 tanto	 pelo	 suor,	
quanto	pela	urina.	A	partir	do	momento	que	esses	órgãos	não	conseguem	realizar	
sua	ação	depurante,	 temos	a	 intoxicação endógena.	Significa	que	o	organismo	
está	produzindo	em	excesso	algumas	substâncias,	como	a	ureia	ou	o	líquido	biliar	
(OGA;	CAMARGO;	BATISTUZZO,	2008),	causado	por	alguma	disfunção	desses	
órgãos	e	ocasionando	a	intoxicação.
De	 outrolado	 temos	 a	 intoxicação exógena,	 motivada	 por	 produtos	
nocivos	exteriores	ao	organismo,	e	pode	ocorrer	por	diversos	fatores,	entre	eles,	
pela	 inalação	 ou	 pelo	 contato	 direto	 com	 esses	 produtos	 (OGA;	 CAMARGO;	
22
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
BATISTUZZO,	2008).	Essas	 intoxicações	 formam	uma	das	principais	causas	de	
atendimentos	em	emergências,	pois	a	substância	tóxica	é	capaz	de	desiquilibrar	
fisiologicamente	o	organismo,	através	de	perturbações	bioquímicas	que	causam	
sintomas	diversos,	podendo	levar	à	morte.	A	intoxicação	pode	ser	considerada	
exógena aguda,	 quando	 há	 percepção	 de	 sinais	 e	 sintomas	 clínicos	 que	 se	
demonstram	alterados,	devido	à	interação	com	a	substância	química	(SANTOS;	
CASTRO;	TRIGO;	KASHIWABARA,	2014).	
Sintomas	como	a	salivação	e	suor	excessivos,	hálito	com	forte	odor,	diarreia	
e	 vômito,	 queda	 de	 temperatura,	 lesões	 na	 pele	 e	 até	mesmo	 a	 inconsciência,	
podem	ser	relatos	que	confirmam	que	uma	pessoa	pode	estar	passando	por	um	
período	de	 reprovação	do	organismo	ao	produto	a	que	 foi	 exposto;	 e	 esse	é	o	
primeiro	sintoma	de	uma	intoxicação	(OGA;	CAMARGO;	BATISTUZZO,	2008).
O	 uso	 de	 drogas	 e	 o	 contato	 direto	 com	 produtos,	 são	 grandes	
destaques	para	a	toxicologia,	pois	os	agentes	utilizados	podem	causar	sintomas	
diversos	em	pessoas	diversas	de	 forma	diferente	 (SANTOS;	CASTRO;	TRIGO;	
KASHIWABARA,	2014).	
Veja, prezado acadêmico, que com a pandemia mundial da Covid 19, o número 
de intoxicação aumentou, pelo uso prolongado de determinados produtos e pela própria 
quarentena, identificando as crianças como grandes personagens de envenenamento 
nesse período. Também destacamos algumas orientações, a fim de prevenção e cuidado 
com o armazenamento de produtos altamente tóxicos, como os domissanitários (produtos 
de limpeza):
Anvisa alerta sobre aumento de intoxicação por produtos de limpeza
A Agência pede mais atenção com as crianças
Publicado em 18/05/2020 - 08:06 Por Agência Brasil* - Brasília
A fim de reduzir os riscos à saúde causados pelo aumento da exposição tóxica por 
produtos de limpeza no país, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou 
a Nota Técnica (NT) 11/2020, que alerta a população sobre o crescimento dos casos de 
intoxicação.
De acordo com a Anvisa, embora não haja informações que demonstrem o vínculo 
definitivo entre a exposição e os esforços de higienização e desinfecção para evitar a 
disseminação da covid-19, parece haver uma associação temporal com o aumento do uso 
dos produtos.
O documento orienta também sobre o uso e o armazenamento adequados dos chamados 
saneantes domissanitários, ou seja, os saneantes de uso domiciliar que contêm substâncias 
ou preparações destinadas à higienização e à desinfecção.
A nota foi elaborada com base nos dados dos centros de Informação e Assistência 
Toxicológica (CIATox). “Para se ter uma ideia do crescimento dos casos de intoxicação, 
de janeiro a abril deste ano os CIATox receberam 1.540 registros de intoxicação devido a 
produtos de limpeza envolvendo adultos, um aumento equivalente a 23,3%, comparado ao 
mesmo período de 2019, e de 33,68%, com relação a 2018”, informa a Anvisa. 
IMPORTANT
E
TÓPICO 2 — OS PROCESSOS DE INTOXICAÇÃO
23
Crianças
No que se refere às crianças, foram registrados 1.940 casos, um aumento de 6,01% e de 
2,7%, em relação a 2019 e 2018, respectivamente. De acordo com a Agência, os números 
mostram que os acidentes domésticos envolvendo exposição tóxica a substâncias químicas 
são mais frequentes com o público infantil e, portanto, há necessidade de dispensar mais 
cuidados às crianças.
Orientações básicas
1- Mantenha os produtos de limpeza fora do alcance de crianças e animais. Esses produtos 
podem atrair a atenção principalmente de crianças pequenas, entre 1 e 5 anos de idade.
2- Evite o armazenamento desses produtos em recipientes diferentes e não etiquetados. 
3- Supervisione as crianças, não permitindo que elas acessem os ambientes onde esses 
produtos são guardados.
4- Não deixe detergentes e produtos de limpeza em geral embaixo da pia, ou no chão dos 
banheiros.
5- Leia e siga as instruções descritas no rótulo de cada produto.
6- Evite a mistura de produtos químicos.
7- Garanta a ventilação quando manusear um desses produtos destinados à limpeza, 
higienização e desinfecção.
8- Inutilize as embalagens vazias. Isso porque elas sempre ficam com resíduos, ou seja, 
restos dos produtos. Jogue fora as embalagens vazias, preferencialmente valendo-se do 
sistema de coleta seletiva, de modo a separá-las do lixo orgânico.
9- Em caso de emergências toxicológicas, não provoque vômito. Tenha em mãos o número 
do Centro de Informação e Assistência Toxicológica, o CIATox: 0800-722-6001.
FONTE: <https://bit.ly/3AZOA5t>. Acesso em: 12 jul. 2021.
São	consideradas	substâncias	mais	comuns,	encontradas	nos	exames	em	
pacientes	intoxicados	e	que	se	apresentam	nas	unidades	de	emergência	médica:
•	 Produtos	químicos	utilizados	em	limpeza	doméstica	e	de	laboratórios.		
•	 Venenos	utilizados	nas	residências,	como	raticida	e	aerossóis	diversos.
•	 Entorpecentes	e	medicamentos	em	geral.
•	 Alimentos	deteriorados.
•	 Gases	tóxicos.
Todos	esses	casos	fazem	parte	da	intoxicação	exógena,	que	será	visto	no	
livro	didático	ao	considerar	o	uso	das	drogas	lícitas	e	ilícitas.
Dentre	 as	 vias	 de	 intoxicação	 de	 substâncias	 externas	 ao	 organismo,	 é	
considerada	principal	a	via	respiratória,	por	apresentar	possibilidades	 imensas	
para	 a	 entrada	do	produto	nocivo	 ao	 corpo,	 levando	 a	nocividade	para	 todos	
os	 órgãos	 como	 pulmões	 e	 para	 a	 circulação	 sanguínea,	 afetando	 o	 cérebro	
(DALL’ACQUA;	ROSSI;	COUTO;	MOREIRA,	2011).	
É	pela	via	cutânea	(pele),	que	os	agentes	nocivos	podem	encontrar	a	entrada	ao	
nosso	corpo,	disseminando	através	do	tato	e	do	contato	com	o	maior	órgão	do	corpo	
humano,	toda	sua	potencialidade.	A	via	oral	ou	digestiva	representa	um	grande	risco	
à	saúde	por	conta	da	ingestão	de	produtos	diversos,	na	intoxicação	alimentar	ou	no	
próprio	uso	de	entorpecentes	(DALL’ACQUA;	ROSSI;	COUTO;	MOREIRA,	2011).		
24
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
O	processo	de	intoxicação	é	dividido	em	quatro	partes:	a	fase	de	exposição,	
a	toxicocinética,	a	fase	toxicodinâmica	e	por	último,	a	fase	da	exibição.	
Já	a	fase toxicocinética,	é	aquela	onde	há	a	resposta	direta	do	organismo	
contra	 o	 tóxico	 invasor,	 fazendo	 funcionar	 toda	 a	defesa	 até	 a	 eliminação	dos	
componentes	 através	 das	 vias	 respiratórias,	 pela	 pele	 ou	 pelo	 trato	 intestinal.	
Essa	é	a	primeira	relação	entre	o	organismo	e	a	droga,	numa	tentativa	de	repelia	
do	intoxicante	(DALL’ACQUA;	ROSSI;	COUTO;	MOREIRA,	2011).		
A fase toxicodinâmica	 representa	o	momento	em	que	a	substância,	em	
sua	interação	com	o	organismo,	provoca	modificações	nas	estruturas	moleculares,	
causando	 feridas	 ou	 comichão,	 inchaço	ou	vermelhidão	 em	 locais	diversos	da	
epiderme.	Essa	fase	representa	a	intoxicação,	caracterizando-a	externamente.	
A	 quarta	 e	 última	 fase	 é	 conhecida	 por exibição,	 que	 é	 a	 confirmação	
do	problema	por	intermédio	dos	resultados	clínicos	e	das	análises	laboratoriais	
diversas,	 com	 a	 confecção	 dos	 exames	 necessários	 para	 identificar	 a	 causa	 da	
intoxicação	(DALL’ACQUA;	ROSSI;	COUTO;	MOREIRA,	2011).	
Para	 facilitar	 o	desempenho	dos	profissionais	médicos	no	 atendimento	
e	 nas	 identificações	 das	 inúmeras	 causas	 que	 existem	 de	 intoxicação,	 alguns	
sinais	e	 sintomas	podem	demonstrar	o	ocorrido,	a	partir	de	sua	análise	 inicial	
e	 superficial	 (SHIBAMOTO,	 2014).	 Isso	 é	muito	 importante	para	que	 se	possa	
dar	 o	 primeiro	 passo	 no	 tratamento,	 que	 requer	 a	 retirada	 dos	 componentes	
químicos	do	corpo	o	mais	célere	possível.	As	análises	seguem	o	rigoroso	método	
científico,	 determinando	 as	 interpretações	 para	 o	 problema,	 que	mesmo	 após	
de	determinada	sua	causa,	 ainda	podem	ser	variadas	 (DALL’ACQUA;	ROSSI;	
COUTO;	MOREIRA,	2011).
O	quadro,a	seguir,	demonstra	determinados	sinais	que	podem	evidenciar	
o	tipo	de	intoxicação:
QUADRO 4 – PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS DE INTOXICAÇÃO
Envenenamento por 
ingestão
Envenenamento por 
contato
Envenenamento por 
inalação
Queimaduras,	lesões	ou	
manchas	nos	lábios	 Manchas	na	pele Respiração	rápida
Odores	na	respiração,	corpo,	
roupas.	 Coceira Tosse 
Hálito	com	odor	diferente Comichão	e	vermelhidão	intensa Olhos irritados
Suor	excessivo Irritação	nos	olhos Visão	turva
Queixa	de	dor	ao	engolir Dores	de	cabeça Pigarro	e	salivação	excessiva	
Queixa	de	dor	abdominal Temperatura	da	pele	aumentada
Sintomas	gerais	variam	
conforme	o	veneno	inalado.
Náuseas,	vômitos	diarreia	 Dores nos olhos -
Sonolência,	falta	de	reflexos Dores atrás dos olhos -
TÓPICO 2 — OS PROCESSOS DE INTOXICAÇÃO
25
Convulsões	 Dores	no	musculo	do	pescoço -
Alterações	na	pulsação,	
respiração	e	temperatura	
corporal
- -
Aumento	ou	diminuição	das	
pupilas - -
FONTE: Adaptado de Klaassen e Watkins (2012).
QUADRO 5 – ORIENTAÇÕES GERAIS
FONTE: <https://bit.ly/3CUABPO>. Acesso em: 12 jul. 2021.
No	caso	de	 intoxicação	confirmada,	a	primeira	ação	deve	ser	ocupar-se	
da	manutenção	das	 funções	de	 vida	do	paciente.	Muitos	 acidentes	 acontecem	
envolvendo	produtos	domissanitários,	mesmo	dentro	das	casas,	e	as	principais	
vítimas	 são	 as	 crianças	 pequenas	 (SHIBAMOTO,	 2014).	 O	 quadro	 a	 seguir	
demonstra	as	orientações	gerais	em	casos	de	intoxicação	diversa:
Orientações gerais Intoxicação pela pele Intoxicação por inalação
Intoxicação por 
ingestão
Remover	a	vítima	
para	local	arejado
Lavar	o	local	
abundantemente	
Remover	a	vítima	
para	local	arejado	
Não	provocar	
vômito
Afrouxar	as	vestes
Lavar	os	olhos	
durante	15	minutos	e	
cobrir	com	pano	sem	
pressionar
Não	realizar	boca	a	
boca	 Não oferecer água 
Não	deixar	a	
vítima	sozinha,	o	
perigo	de	asfixia	
aumenta
Não	esfregar	o	local Encaminhar	ao	médico Não oferecer leite
Deixar	a	vítima	
confortável	
Não	usar	álcool	ou	
medicamento	a	base	
de etileno
Não oferecer 
líquido	algum
Transportar a 
vítima	em	posição 
lateral para	evitar	
o	engasgar	com	
possível	vômito
Encaminhar	para	
serviço	médico	
A	descontaminação	deve	ocorrer	o	mais	rápido	possível,	por	profissionais	
médicos,	ao	determinar	a	possível	causa	do	envenenamento.	Algumas	técnicas	
como	a	indução	de	vômito,	lavagem	do	conteúdo	gástrico	e	sondagem	nasogástrica,	
utilizam	o	carvão	ativado	e	produtos	laxativos	(DALL’ACQUA;	ROSSI;	COUTO;	
MOREIRA,	2011),	por	esse	motivo,	o	encaminhamento	ao	médico	deve	ser	feito	no	
primeiro	contato	com	a	pessoa	intoxicada;	uma	vez	que	produtos	desintoxicantes	
somente	podem	ser	encontrados	e	manuseados	por	profissionais	da	saúde,	nesses	
casos.	
26
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
Segundo	dados	do	IBGE,	os	medicamentos,	os	animais	peçonhentos	e	os	
produtos	domissanitários	 são	os	principais	 causadores	da	 intoxicação	no	país,	
mas	 ainda	 existem	 outros	 produtos	 causadores	 de	 envenenamento,	 como	 os	
agrotóxicos	 (IBGE,	 2012).	O	Brasil,	 segundo	 IBGE	 (2012),	 é	o	país	que	mais	 se	
utiliza	desse	produto	no	mundo,	e	são	considerados	como	muito	perigosos,	na	
classificação	que	vai	desde	pouco	perigosos	a	altamente	perigosos.	
No	 tópico	 por	 vir,	 vamos	 nos	 concentrar	 no	 estudo	 das	 drogas,	 tanto	
aquelas	 consideradas	 lícitas,	 quanto	 ilícitas.	 E	 veremos	 qual	 é	 o	 tratamento	
normativo	para	esse	tema	que	tanto	traz	discussões	diversas,	perfazendo-se	em	
uma	grande	temática	na	atualidade.
27
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 A	classificação,	de	acordo	com	o	 tempo	de	manifestação,	pode	 ser	por	 seus	
efeitos:	agudos,	crônicos	e	retardado.
•	 Os	danos	ao	organismo	também	são	definidos	pela	ação	do	produto	e	por	sua	
capacidade	de	invasão	aos	órgãos;	esses	danos	são	considerados	reversíveis	e	
irreversíveis, dispostos	na	classificação	dos	efeitos	tóxicos.	
•	 Há	uma	classificação	feita	de	acordo	com	a	interação	de	vários	agentes	tóxicos	
com	o	organismo,	que	são	considerados	como:	efeito	aditivo,	efeito	sinérgico,	
efeito	potencializador	e	efeito	antagônico.
•	 	A	intoxicação	pode	ser	ocasionada	de	duas	formas:	de	maneira	endógena	e	
exógena.
 
•	 O	 processo	 de	 intoxicação	 é	 dividido	 em	 quatro	 partes:	 a	 exposição,	 a	 fase	
toxicocinética,	a	fase	toxicodinâmica	e	a	exibição.
 
•	 Para	facilitar	o	desempenho	dos	profissionais	médicos	no	atendimento	e	nas	
identificações	das	inúmeras	causas	que	existem	de	intoxicação,	alguns	sinais	
e	 sintomas	podem	demonstrar	o	ocorrido	a	partir	de	sua	análise,	ainda	que	
inicial	e	superficial.
28
1 Quanto aos danos ao organismo, causados pela ação de produto invasivo 
com sua capacidade tóxica considerada danos, assinale a questão que 
indique a alternativa CORRETA:
I-	 São	 irreversíveis	 os	 eventos	 causados	 por	 produtos	 tóxicos	 a	 partir	 de	
seus	 efeitos,	 entretanto,	 não	dispõe	de	 classificações	 próprias	 para	 essa	
indicação.
II-	 São	reversíveis	aqueles	danos	causados	por	substância	tóxica	onde	o	órgão	
se	determina	pela	sua	incapacidade	de	regeneração.
III-	Efeito	 potencializador	 demonstra	 que	 a	 combinação	 de	 produtos	
potencialmente	invasivos	no	organismo	aumenta	a	toxicidade	de	todos	os	
produtos	utilizados.	
IV-	O	 efeito	 antagônico	 prevê	 que	 os	 produtos	 utilizados,	 por	 seu	 menor	
potencial	ofensivo,	são	anulados	no	organismo.
Está CORRETA a questão:
(			)	As	questões	II	e	IV	estão	corretas.
(			)	As	questões	II	e	III	estão	corretas.
(			)	As	questões	I	e	III	estão	corretas.
(			)	As	questões	III	e	IV	estão	corretas.
2 Quanto ao tempo de manifestação dos sinais ou efeitos após a intoxicação, 
e, seguindo os ensinos das classificações referentes à análise, assinale F 
para Falso e V para Verdadeiro:
(			)	Os	 efeitos	 podem	 variar	 conforme	 a	 substância	 utilizada,	 podendo	 a	
intoxicação	atingir	apenas	determinado	órgão	ou	todos	os	órgãos..	
(			)	Os	efeitos	agudos	consideram	a	toxicidade	através	da	exposição,	quando	
são	visíveis	após	um	período	de	tempo.
(			)	 Considera-se	 efeito	 agudo,	 aquele	 que	 expõe	 a	 toxicidade	 através	 dos	
sinais	visíveis	logo	após	à	exposição.	
(			)	O	efeito	que	retarda	a	aparecer	no	organismo	demonstra	um	tempo	de	
manifestação	diferente,	uma	vez	que	logo	após	o	contato	é	possível	sua	
visualização,	após	o	período	de	dormência.	
Assinale a alternativa que indica a assertiva CORRETA:
a)	(			)	F	–	V	–	F	–	V.	
b)	(			)	F	–	V	–	F	–	F.	
c)	(			)	F	–	V	–	V	–	V.
d)	(			)	V	–	F	–	V	–	F.
AUTOATIVIDADE
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3 A respeito dos principais sintomas de intoxicação, responda à questão 
CORRETA:
(			)	 Como	 não	 há	 um	método	 de	 análises	 para	 a	 verificações	 de	 possíveis	
causas	de	intoxicação,	é	importante	que	a	desintoxicação	ocorra	o	quanto	
antes.
(			)	O	paciente	envenenado	por	ingestão,	usualmente	apresenta	queimaduras	
e	manchas	nos	lábios.	
(			)	Manchas	 na	 pele	 não	 são	 capazes	 de	 demonstrar	 qual	 forma	 de	
envenenamento,	 mas	 sua	 avaliação	 é	 fundamental	 para	 o	 início	 do	
tratamento.
(			)	O	 envenenamento	 por	 inalação	 é	 representado	 pela	 temperatura	
aumentada	do	organismo,	como	primeiro	sintoma.
(			)	 Comichão	e	coceira	indicam	o	sintoma	essencial	causado	pela	ingestão	de	
produtos	tóxicos,	conforme	estudamos	acima.		
4 Podemos observar que os produtos domissanitários são causadores de 
um número grande de intoxicação, principalmente pela sua facilidade 
de aquisição, sua maneira de estocagem e armazenamento e seu uso 
contínuo nas residências. As crianças são as principais vítimas desses 
produtos, bem como, pessoas que se utilizam deles não se atentando ao 
seu alto grau de invasividade no organismo humano. Como você acredita 
que podemos lidar melhor com esse problema? 
5 Sabemos que pode ocorrer a intoxicação endógena e a intoxicação 
exógena, e que uma difere da outra. Disserte sobre as suas diferenças, 
apontando exemplos de cada uma:
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31
TÓPICO 3 — 
UNIDADE 1
AS DROGAS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico,no	Tópico	3,	iremos	abordar	o	universo	das	drogas;	e	você	já	
sabe,	que	todo	fármaco	produzido	e	vendido	nas	farmácias	espalhadas	mundo	
afora,	 é	 considerado	 droga.	 Tanto	 que	 antigamente	 costumava-se	 chamar	 as	
farmácias	 de	 drogarias.	 Mas	 não	 são	 apenas	 remédios,	 considerados	 drogas	
lícitas,	que	possuem	uma	interação	com	o	organismo,	podendo	alterar	algumas	
de	suas	funções.	
O	 álcool,	 o	 açúcar,	 a	 cafeína	 e	 a	 nicotina	 também	 são	 capazes	 de,	
dependendo	 da	 quantidade	 absorvida	 pelo	 organismo,	 causar	 disfunções	 em	
órgãos	diversos.	Mas	ainda	assim,	novas	drogas	surgem,	com	efeitos	psicoativos	
explosivos	e	muito	tóxicos,	podendo	transformar	não	apenas	o	organismo,	mas	
também,	todos	ao	redor	que	convivem	com	seu	uso.		
As	 drogas	 ilícitas,	 algumas	 tão	 fortes	 quanto	 as	 consideradas	 lícitas,	
portanto	 mais	 invasivas,	 e	 outras	 com	 seus	 componentes	 menos	 ativos,	 são	
usadas	 desde	 tempos	 antigos.	 Ocorre	 que	 na	 modernidade,	 a	 expansão	 dos	
produtos	químicos	e	o	uso	de	novas	drogas	com	a	propensão	de	recreação,	são	
consideradas	pelas	normas	legais	como	crime,	e	ainda	assim,	há	o	crescimento	do	
envolvimento	com	essas	substâncias	químicas.
Assim,	 importante	 passo	 que	 damos	 é	 reconhecer	 quais	 drogas	 são	
consideradas	ilícitas	ou	lícitas,	e	qual	autoridade	possui	a	atividade	de	classificá-
las.	Somente	com	esse	conhecimento	podemos	interpretar	o	que	é	considerado	
droga	para	a	legislação	atuante	nessa	matéria.	
Em	 um	 terceiro	 e	 último	 momento,	 veremos,	 neste	 tópico,	 como	 a	
legislação	penal	brasileira	foi	se	alterando	com	o	passar	dos	anos,	até	chegar	à	Lei	
nº	11.343/2006,	que	regula	o	caso	das	drogas.	Estudaremos,	então,	os	pontos	mais	
importantes	para	a	área	da	segurança	pública,	da	norma	em	vigor	nos	dias	atuais.
Vamos	lá!
32
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
2 DROGAS CONSIDERADAS LÍCITAS
A	intoxicação	por	medicamentos	é	algo	muito	comum.	Remédios	vendidos	
em	farmácias,	indicados	pelo	médico	responsável,	possuem	qualidades	químicas	
que	diferem	entre	si	pela	alta	quantidade	de	componentes	diversos,	que	agem	no	
organismo	através	de	doses	referenciadas.	Caso	essas	doses	sejam	maiores	que	a	
quantidade	indicada,	então	podemos	ter	a	intoxicação.	
Entretanto,	 o	 uso	 descontrolado	 de	 medicamentos	 é	 base	 da	 nossa	
sociedade	 atual,	 causa	 da	 sociedade	 contemporânea,	 fluída	 e	 fragmentada,	 a	
partir	de	seus	medos,	receios	e	angústias,	das	quais	o	sociólogo	polonês	Zygmunt	
Bauman	versa	em	toda	a	sua	obra	escrita	 (BAUMAN,	1998).	A	automedicação	
passa	a	ser	o	carro	chefe	no	consumismo	de	remédios,	e	mesmo	o	menos	influente	
medicamento	 pode	 causar	 dependências	 (SHIBAMOTO,	 2014),	 assim	 como	
outros	produtos	não	considerados	pela	indústria	farmacêutica,	como	o	álcool	e	o	
cigarro.	
A	junção	entre	fármacos	e	álcool,	dependendo	da	dose	e	da	quantidade	de	
bebida	ingerida,	pode	causar	a	morte.	Então	temos	dois	produtos	legais	perante	a	
legislação,	e	a	Agência	Nacional	de	Vigilância	Sanitária	(ANVISA),	detentores	de	
fatores	químicos	causadores	de	instabilidades	no	organismo	humano.	
Remédios	são	separados	por	tarjas,	ou	rótulos	que	os	 identificam	como	
mais	ou	menos	invasivos,	a	partir	de	sua	fórmula,	o	que	intenta	assegurar	o	uso	
de	medicamentos	por	quem	realmente	tem	a	necessidade	da	medicação.	É	função	
da	ANVISA	a	definição	e	aplicação	desses	rótulos,	que	os	identifica	pelas	cores:	
amarelas	(identificadora	dos	produtos	genéricos),	tarja	vermelha	(indicadora	da	
necessidade	de	prescrição	médica)	e	tarja	preta	(receitas	médicas	específicas	para	
o	uso	do	medicamento).	
Existem	ainda	os	remédios	sem	tarja,	reconhecidamente	os	de	uso	popular	
sem	 necessidade	 de	 prescrição	médica,	menos	 invasivos,	mas	 ainda	 assim,	 se	
usados	em	altas	doses	podem	causar	dependência	ou	intoxicação.
No site https://www.gov.br/anvisa/pt-br, da ANVISA, você encontra 
informações sobre drogas e fármacos lícitos e ilícitos considerados pela agência, e também, 
as informações acerca das vacinas diversas produzidas no País.
DICAS
https://www.gov.br/anvisa/pt-br
TÓPICO 3 — AS DROGAS
33
Lembre-se	de	que,	como	vimos,	o	que	diferencia	o	remédio	e	o	veneno	é	a	
dose	usada.	Portanto,	medicamentos	diversos,	para	inúmeros	fins	também	podem	
causar	um	mal	maior	ainda,	do	que	aquele	que	inicialmente	pretendiam	combater.	
Veja	 no	 quadro	 a	 seguir	 a	 identificação	das	 tarjas	 diversas	 em	medicamentos,	
definidas	a	partir	de	sua	potencialidade	no	corpo	humano:
QUADRO 6 – TABELA DE TARJAS EM MEDICAMENTOS
FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/3yT9mmn>. Acesso em: 3 ago. 2021.
Sem tarja Tarja vermelha Tarja preta Tarja amarela
São	os	
medicamentos	
isentos de 
prescrição:	
analgésicos,	
antiácidos,	xaropes,	
antigripais,	para	
cefaleia,	entre	
outros.
Estes	possuem	a	
inscrição	“Venda	
sob	prescrição	
médica”.	São	os	
anticoncepcionais,	
antifúngicos,	
hipertensão	etc.	
Podem	causar	
efeitos colaterais e 
contraindicações	
variadas.
Conhecidos	como	
psicotrópicos,	
somente	devem	
ser	vendidos	
com	receituário	
especial,	por	causar	
dependência.	
Possuem	
ação	sedativa,	
geralmente	
antidepressivos	e	
estimulantes.
Indica	aquele	
remédio	
considerado 
genérico.
Além	dos	remédios,	outras	drogas	são	consideradas	drogas	lícitas	a	partir	
de	sua	composição	química,	e	são	capazes	de	obter	uma	interação	não	saudável	
com	 o	 organismo.	 A	 Organização	 Mundial	 de	 Saúde	 (OMS),	 avalia	 e	 define	
que	droga	é	toda	substância	natural	ou	sintética,	capaz	de	causar	dependência	
psicológica	ou	orgânica,	a	partir	de	seu	uso.	A	organização	 também	considera	
essa	situação	um	problema	da	saúde	(OMS,	2021).
A	 rica	 e	 inigualável	 cana-de-açúcar	 que	 se	 transforma,	 após	 inúmeras	
melhorias,	 no	 açúcar	 branquinho	 e	 refinado	que	utilizamos	 à	mesa,	 é	um	dos	
produtos	 mais	 tóxicos	 para	 o	 coração,	 aumentando	 o	 colesterol,	 alimentando	
células	 que	 vêm	 a	 possuir	 enorme	 possibilidade	 de	 se	 transformarem	 em	
cancerosas,	entre	outras	situações,	sendo	um	produto	que	se	consome	diariamente,	
causador	de	malefícios	no	caso	de	seu	uso	irregular	(SHIBAMOTO,	2014).
 
O	álcool	também	é	uma	droga	lícita,	que	possui	um	poder	muito	forte	em	
sua	relação	de	dependência	com	o	usuário,	e	na	causa	de	problemas	de	saúde	e	
sociais	diversos.	Considerada	uma	droga	com	alto	potencial	ofensivo,	a	partir	de	
sua	disseminação	pelo	organismo,	consegue	causar	disfunções	em	vários	sentidos	
do	ser	humano.
	Dados	 da	OMS,	 datados	 de	 2018,	 nos	 demonstram	 que	 os	 jovens	 são	
grandes	 consumidores	desse	produto,	 e	na	 tenra	 idade	 entre	 15	 e	 19	 anos,	 no	
mundo	 todo,	 25,6%	dessa	 faixa	etária	 consumiram	álcool	de	alguma	 forma.	O	
número	no	Brasil,	segundo	a	organização,	é	semelhante	e	segue	a	taxa	de	26,8%	
34
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
de	jovens	consumidores	do	produto.	Os	números	impressionam,	quando	jovens	
dessa	mesma	 faixa	 etária	 estão	 na	 estatística	 da	 organização	 como	 potenciais	
viciados	 na	 droga,	 perfazendo	 o	 número	 de	 13,9%	 das	 pessoas	 dessa	 idade,	
enquanto	no	Brasil	esse	índice	alcança	os	surpreendentes	15%	(OMS,	2018).
Esse	 número	 preocupa	 quando	pessoas	mais	 jovens	 podem	 apresentar	
reações	contrárias	a	um	saudável	desenvolvimento	cerebral,	e	seu	uso	precoce	
pode	causar	além	de	uma	dependência	prematura,	consequências	inibidoras	da	
evolução	dos	 lobos	frontal	e	 temporal,	 interligados	diretamente	à	cognição	e	à	
memória.	Dessa	forma,	o	consumo	nocivo	do	produto	pode	vir	a	causar	déficits	
cognitivos	interferindo	na	retenção	das	ideias,	no	aprendizado	e	na	memória;	o	
que	interfere	na	tomada	de	decisões,	no	controle	físico	e	psicológico,	e	no	próprio	
uso	do	raciocínio.		
Veja	no	quadro	a	seguir,	a	porcentagem	de	álcool	inserida	nos	produtos	
etílicos	 diversos.	 Esse	 número	 determina	 a	 capacidade,	 maior	 ou	 menor,	 de	
problemas	causados	no	organismo,	já	nos	primeiros	contatos.	
QUADRO 7 – PORCENTAGEM APROXIMADA DE ETANOL EM