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ATITUDE-EMPREENDEDORA

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1 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
1. NOÇÕES DE EMPREENDEDORISMO .................................................. 3 
1.1 Conceito de Empreendedorismo ............................................................. 4 
1.2 Histórico do Empreendedorismo no Brasil .............................................. 5 
1.3 Empreendedorismo no Brasil...................................................................6 
2. PERFIL DOS EMPREENDEDORES ....................................................... 7 
2.1 Características comuns dos Empreendedores ........................................ 8 
2.2 Tipos de empreendedores .................................................................... 10 
3. ATITUDE EMPREENDEDORA..............................................................13 
4. PROCESSO DE EMPREENDEDORISMO ............................................ 17 
5. O MODELO DE EMPREENDEDORISMO ............................................. 20 
5.1 Vantagens do empreendedorismo ..................................................... 21 
5.2 Desvantagens do empreendedorismo ................................................... 22 
6. O INTRAEMPREENDEDORISMO (IE) .................................................. 23 
6.1 Benefícios do intraempreendedorismo .................................................. 26 
7. RELAÇÃO ENTRE INTRAEMPREENDEDORISMO E SUCESSO EM 
PROJETOS......... ...................................................................................................... 27 
7.1 Aprendizagem e educação empreendedora .......................................... 29 
7.2 Especificidades da Educação Empreendedora ..................................... 32 
8. PESQUISA DE MERCADO ................................................................... 36 
8.1 A importância da pesquisa de mercado ................................................ 37 
8.2 Para que serve pesquisa de mercado ................................................... 38 
8.3 Classificações de pesquisa ................................................................... 40 
8.4 Aplicação de pesquisas ......................................................................... 41 
8.5 Como elaborar um questionário ................................................................ 43 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 48 
 
3 
 
 
1. NOÇÕES DE EMPREENDEDORISMO 
 
Fonte: data:image/jpeg 
Os estudos e o interesse pelo empreendedorismo têm crescido ao longo dos 
últimos anos, especialmente na academia e em setores governamentais. Tais estudos 
apontam que é definitivamente crucial fomentar o espírito empreendedor entre os 
jovens, uma vez que o desenvolvimento de novos negócios suporta a prosperidade 
de qualquer país, especialmente os em desenvolvimento (OLSZEWSKA, 2014). 
Olszewska (2014) diz que o empreendedorismo é um benefício não só para 
quem empreende, mas para todos ao redor do negócio, pois gera dinamismo 
econômico e crescimento do mercado, aumenta a concorrência e cria novos postos 
de trabalho, gera conhecimento e apoia inovações, fortalece redes e desenvolve o 
setor privado. 
Neste contexto, é importante salientar que a inovação e o espírito 
empreendedor, aspectos indissociáveis do empreendedorismo, despontam como as 
principais práticas para se sobreviver na era do conhecimento. Portanto, para garantir 
a sobrevivência organizacional é necessário ter a capacidade de se lançar com 
frequência ao mercado com um novo e inovador produto ou serviço (SIXSMITH; 
MOONEY, 2012). 
Após diversos avanços, mesmo que com resultados variados e ora 
conflitantes, tais pesquisas continuam a despertar o interesse da comunidade 
 
4 
 
científica. Algumas destas pesquisas apontam para uma relação positiva entre 
determinadas características pessoais dos empreendedores e indicadores de sucesso 
dos seus empreendimentos (GOMES et al, 2017). 
1.1 Conceito de Empreendedorismo 
 
Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com 
Embora empreendedorismo seja um tema amplamente discutido nos dias 
atuais, seu conteúdo, varia muito de um lugar para outro, de país para país, de autor 
para autor. Isso porque, embora tenha como origem pesquisas em economia, o 
empreendedorismo recebeu fortes contribuições da psicologia e da sociologia, o que 
provocou diferentes definições para o termo e, como consequência, variações em seu 
conteúdo (BARTH, 2016). 
O termo empreendedorismo é originário da palavra francesa entrepeneur que 
significa fazer algo ou empreender. No século XIII foi absorvido pelo Inglês que foi 
usado para designar uma pessoa que trabalhava por conta própria e tolerava o risco 
no intento de promover seu próprio bem-estar econômico. 
Empreendedorismo é: prática; visão de mercado; evolução, e diz ainda: 
“O trabalho específico do empreendedorismo numa empresa de negócios é 
fazer os negócios de hoje serem capazes de fazer o futuro, transformando-se em um 
negócio diferente” [...] “Empreendedorismo não é nem ciência, nem arte. É uma 
prática” (BARTH, 2016). 
 
5 
 
Ser empreendedor significa, acima de tudo, ter a capacidade de realizar coisas 
novas, pôr em prática ideias próprias. 
Empiricamente, empreendedorismo costuma ser definido como o processo 
pelo qual indivíduos iniciam e desenvolvem novos negócios. Considerado dessa 
forma, como sendo um complexo fenômeno que envolve o empreendedor, a empresa 
e o ambiente no qual o processo ocorre. Desenvolvida dentro de um amplo contexto 
econômico, “empreendedorismo envolve qualquer forma de inovação que tenha uma 
relação com a prosperidade da empresa”. Em outras palavras, um empreendedor 
tanto pode ser uma pessoa que inicie sua própria empresa, como alguém 
comprometido com a inovação de empresas já constituídas. 
 O ponto principal dessa definição é que o empreendedorismo (nos casos de 
empresas novas ou das já há algum tempo estabelecidas), torna-se fator primordial, 
fazendo com que os negócios sobrevivam e prosperem num ambiente econômico e 
de mudanças (culturais, sociais, geográficas). Esse autor concebe também o 
empreendedorismo como sendo um processo contínuo, ou seja, as novas 
oportunidades são percebidas pelos indivíduos com visão empreendedora e as 
exploram assim como conseguem transformar os problemas em grandes e 
destacáveis oportunidades. Sabe-se que o empreendedorismo é um fenômeno 
cultural, é fruto dos hábitos, práticas e valores das pessoas. Existem famílias mais 
empreendedoras do que outras, assim como cidades, regiões, países. Na verdade 
aprende-se a ser empreendedor pela convivência com outros empreendedores o 
empreendedor aprende em um clima de emoção e é capaz de assimilar e experiência 
de terceiros (BARTH, 2016). 
1.2 Histórico do Empreendedorismo no Brasil 
No Brasil, o empreendedorismo começou a tomar forma e a ser objeto de 
estudos a partir da década de 1990. Com a abertura comercial do Brasil, por ocasião 
das políticas governamentais do presidente Fernando Collor de Melo, surge a 
preocupação de se criar empresas duradouras e de se diminuir as altas taxas de 
mortalidade deste empreendimento. Assim, esse foi o motor de propulsão para 
difundir o empreendedorismo nas escolas, universidades, no governo e na sociedade 
(MELLO et al., 2010). 
 
6 
 
O empreendedorismo no Brasil tradicionalmente nunca teve uma forte 
tendência ao empreendedorismo por oportunidade, mas esse quadro vem sofrendo 
modificações nos últimos anos. Segundo o relatório GEM-Brasil -Global 
Entrepreneurship Monitor (2013), os empreendedores por oportunidade são “os que 
identificaram uma chance de negócio e decidiram empreender, mesmo possuindo 
alternativas de emprego e renda”. Ainda segundo o relatório do instituto, no Brasil, em 
2013, 71,3% dos empreendedores em estágio inicial relataram ter aberto uma 
empresa por oportunidade, colocando o país à frente dos 5 países do grupo dos 
BRICS2. Esse fato talvez se justifique porque, aindade acordo com o relatório, o 
intenso crescimento observado pelo Brasil, a partir de meados de 2000, abriu espaço 
para o aumento da parcela de empreendedores por oportunidades (GEM-Brasil, 
2013). 
Além desse crescimento do empreendedorismo no Brasil, enquanto fenômeno 
refletido no nível de abertura de empresas, cresceu também nos últimos anos o estudo 
do empreendedorismo corporativo. Tal crescimento se deve ao fato de que, por conta 
da intensa concorrência com empresas globais e devido ao crescente nível de 
exigência do mercado interno, as empresas têm buscado no intraempreendedorismo 
as respostas para a melhoria no nível de qualidade dos serviços e produtos entregues 
aos seus clientes. Além disso, as empresas que estimulam o empreendedorismo 
corporativo apresentam melhores resultados no clima organizacional, mostrando bons 
indicadores na satisfação de seus funcionários (GOMES et al, 2017). 
1.3 Empreendedorismo no Brasil 
O desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil se deu a partir da década 
de 90 com a criação de entidades como o SEBRAE e SOFTEX. Antes deste período, 
o ambiente político e econômico do país não era propício e os empreendedores não 
encontrava informações suficientes no desenvolvimento de seus negócios. 
No Brasil, o tema empreendedorismo passou a tomar forma com os programas 
desenvolvidos no âmbito da SOFTEX, principalmente em incubadoras de empresas e 
em universidades/cursos de ciência da computação. Atualmente, acredita-se que o 
país entrará no novo milênio em condições de desenvolver um dos maiores programas 
de ensino de empreendedorismo do mundo, comparável ao que acontece nos E.U.A. 
 
7 
 
Algumas iniciativas de suporte ao empreendedorismo no Brasil são listadas 
abaixo: 
 Softex (Genesis) 
 Empretec (SEBRAE) 
 Brasil Empreendedor 
 Projeto REUNE (CNI/IEL) 
 Começa a haver a figura do capitalista de risco 
 Crescimento das incubadoras de empresas tradicionais, tecnológicas e 
mistas. Ensino de empreendedorismo nas universidades 
 Entidades de apoio (Sebrae, Endeavor, Instituto Empreendedor do Ano da 
Ernst & Young.). Alternativas de financiamento: Fapesp, Finep, Angels. 
 Crescimento de franquias. 
2. PERFIL DOS EMPREENDEDORES 
 
Fonte: img.quizur.com 
O perfil do empreendedor tem sido investigado por estudiosos há muito tempo, 
todos com intuito de traçar as particularidades que o diferencia dos demais. Mas ainda 
não foi possível encontrar características que generalize todos os empreendedores 
de sucesso, visto que nem todos compartilham os mesmos traços. 
Seria imaginar que esses indivíduos têm comportamentos e hábitos que lhes 
são típicos e que há possibilidade de agrupá-los e traçar uma espécie de perfil 
 
8 
 
empreendedor. Naturalmente, isso facilitaria muito a identificação do 
empreendedor, mas, apesar de existir um conjunto de características 
capazes de atender a tais requisitos, não se pode dizer que todos os 
empreendedores cabem neste molde. Assim, é praticamente impossível 
traçar um perfil único que sirva a todos, mas é possível definir conjuntos de 
características mais frequentemente encontradas. (Salim e Silva, 2010 p. 10) 
Segundo Dornelas 2015 mesmo não existindo um comportamento exato para 
os indivíduos que transforma a sociedade e fazem as coisas acontecerem, é possível 
traçar características mais comuns associadas aos empreendedores tais como, 
motivação eles são pessoas motivadas tem uma meta a atingir, paixão pelo que faz é 
movida pelos os seus sonhos, criativos estão sempre pensando em algo novo, 
liderança com sua energia incrível consegue influenciar pessoas ser admirado por 
elas, assumi risco sabe que o fracasso faz parte da jornada empreendedora e 
aprender com os erros também, planejamento sabe aonde quer chegar e planejando 
as chances de sucesso serão maiores, entre outras características. É certo que 
empreendedorismo vem sendo cada vez mais difundido e a busca pela definição do 
perfil empreendedor também. Dornelas (2015), classifica o empreendedor em 8 tipos 
considerando o comportamento, setor onde ele atua, finalidade financeira e o seu 
comportamento. 
2.1 Características comuns dos Empreendedores 
Algumas características são essenciais no comportamento do empreendedor, 
pois são necessárias para se assumir um empreendimento. Para Bonetto (2017, p. 3) 
essas características são: buscar oportunidades e tomar a iniciativa, correr riscos 
calculados, exigir qualidade e eficiência, ser persistente, ser comprometido, buscar 
informações, estabelecer metas, ter planejamento e monitoramento sistemático, ter 
persuasão e rede de contatos, ser independente e autoconfiante. 
 Chiavenato (2012) faz uma colocação sobre o espírito empreendedor que diz: 
“envolve emoção, paixão, impulso, inovação, risco e intuição”. 
É relevante conhecer as características do empreendedor e saber que “além 
do encontro da oportunidade com capacidade de realização, o grande desafio de 
controlar a ansiedade no desenvolvimento do negócio e a necessidade de um 
planejamento ainda que não se adote plano de negócios” (OLIVEIRA; CAMPOS, 
2016). 
 
9 
 
No Quadro 1 são abordadas as principais características relativas ao perfil 
empreendedor. 
 
Quadro 1– Características do empreendedor 
 
 
10 
 
2.2 Tipos de empreendedores 
 
Fonte: data:image/jpeg 
Tipo 1 – Empreendedor Nato (Mitológico) 
O empreendedor nato é aquele que desde cedo começa a inserir-se no mundo 
dos negócios, tem muita paixão pelo que faz espirito de liderança e procura seguir 
sempre os princípios familiares religiosos. Sua história é conhecida tida como exemplo 
de sucesso, geralmente teve que superar muitos obstáculos para se tornarem 
hegemonia no mundo dos negócios. Destacam-se pela sua criatividade de inovar, 
força e vontade continua de aprender. 
Geralmente são os mais conhecidos e aclamados. Suas histórias são 
brilhantes e, muitas vezes, começaram do nada e criam grandes impérios. 
Começam a trabalhar muito jovens e adquirem habilidade de negociação e 
de vendas. [..]. Suas referências e exemplos a seguir são os valores 
familiares e religiosos, e eles mesmos acabam por se tornar uma grande 
referência [..]. Exemplos: Bill Gates, Andrew Carnegie, Sílvio Santos, Irineu 
Evangelista de Souza (Barão de Mauá) etc. (DORNELAS, 2015, p.18). 
 Tipo 2 – O Empreendedor que aprende (inesperado) 
É o tipo de empreendedor mais recorrente, geralmente é uma pessoa que 
sonha e almeja trabalhar em uma grande empresa vendo essa como única opção, 
pois prefere estabilidade ao invés de algo arriscado. O empreendedorismo surge em 
sua vida no momento que enxerga uma oportunidade e sente seguro para abrir o seu 
próprio negócio ou quando é convidado para ser sócia de uma empresa, normalmente 
essa decisão não é de imediato com exceção no caso de perda emprego ou demissão. 
A partir que toma essa decisão ele passa a duvidar das suas falsas crenças, começa 
 
11 
 
a aprender a lidar e assumir responsabilidade da sua própria organização. Em geral 
pessoas que estão buscando uma alternativa para sua aposentadoria, se encaixam 
nesse tipo de perfil empreendedor (DORNELAS, 2015). 
Tipo 3 – O empreendedor Serial (Cria Novos Negócios): 
O empreendedor serial é aquele que está sempre criando vários negócios e 
para ele o melhor sempre será o próximo, geralmente gerenciar não é o forte dele, 
pois prefere está estudando mercado se atualizando e relacionando com pessoas 
para inserir novas ideias e recursos a fim de continuar empreendendo. O 
empreendedor serial é aquele apaixonado não apenas pelas empresas que cria, mas 
principalmente pelo ato de empreender. É uma pessoa que não se contenta em criar 
um negócio e ficar à frente dele até que se torne uma grande corporação. Como 
geralmente é uma pessoa dinâmica, prefere os desafios e a adrenalina envolvidos na 
criação de algo novo a assumir uma postura de executivo que lidera grandes equipes.Normalmente está atento a tudo que ocorre ao seu redor e adora conversar com as 
pessoas, participar de eventos, associações, fazer networking. (DORNELAS, 2015). 
Tipo 04 – O empreendedor Corporativo: O Empreendedor Corporativo tem 
ficado mais em evidencia nos últimos anos, devido à necessidade das grandes 
organizações de se renovar, inovar e criar novos negócios. 
São geralmente executivos muito competentes, com capacidade gerencial e 
conhecimento de ferramentas administrativas. Trabalham de olho nos resultados para 
crescer no mundo corporativo. Assumem riscos e tem o desafio de lidar com a falta 
de autonomia, já que nunca terão o caminho 100% livre para agir. São hábeis 
comunicadores e vendedores de suas ideias. Desenvolvem seu networking dentro e 
fora da organização. Convencem as pessoas a fazerem parte de seu time, mas sabem 
reconhecer o empenho da equipe. Sabem se autopromover e são ambiciosos. Não se 
contentam em ganhar o que ganham e adoram planos com metas ousadas e 
recompensas variáveis. Se saírem da corporação para criar o próprio negócio podem 
ter problemas no início, já que estão acostumados com as regalias e o acesso a 
recursos do mundo corporativo (DORNELAS, 2015). 
Tipo 05 – Empreendedor Social: O empreendedor social tem como missão 
de vida construir um mundo melhor para as pessoas. Envolve-se em causas 
humanitárias com comprometimento singular. Tem um desejo imenso de mudar o 
mundo criando oportunidades para aqueles que não têm acesso a elas. Suas 
 
12 
 
características são similares às dos demais empreendedores, mas a diferença é que 
se realizam vendo seus projetos trazerem resultados para os outros e não para si 
próprios. De todo os tipos de empreendedores é o único que não busca desenvolver 
um patrimônio financeiro, ou seja, não tem como um de seus objetivos ganhar 
dinheiro. Prefere compartilhar seus recursos e contribuir para o desenvolvimento das 
pessoas (DORNELAS, 2015). 
Tipo 06 – O Empreendedor por Necessidade: O empreendedor por 
necessidade cria o próprio negócio porque não tem alternativa. Geralmente não tem 
acesso ao mercado de trabalho ou foi demitido. Não resta outra opção a não ser 
trabalhar por conta própria. Geralmente se envolve em negócios informais, 
desenvolvendo tarefas simples, prestando serviços e conseguindo como resultado 
pouco retorno financeiro. É um grande problema social para os países em 
desenvolvimento, pois apesar de ter iniciativa, trabalhar arduamente e buscar de todas 
as formas a sua sobrevivência e a dos seus familiares, não contribui para o 
desenvolvimento econômico. 
Na verdade, os empreendedores por necessidade são vítimas do modelo 
capitalista atual pois não tem acesso a recursos, à educação e às mínimas condições 
para empreender de maneira estruturada. Suas iniciativas empreendedoras são 
simples, pouco inovadoras, geralmente não contribuem com impostos e outras taxas, 
e acabam por inflar as estatísticas empreendedoras de países em desenvolvimento, 
como o Brasil. Sua existência em grande quantidade é um problema social que, no 
caso brasileiro, ainda está longe de ser resolvido (DORNELAS, 2015). 
Tipo 07 – O empreendedor Herdeiro (Sucessão Familiar): É aquele que 
possuindo ou não característica empreendedora é responsável pela continuação da 
herança familiar. Tendo compromisso de manter o legado de sua família seguindo as 
mesmas características e qualidade, para que possa prosseguir a cada nova geração. 
Mas para manter o bom desempenho e uma boa gestão, atualmente vem sendo 
comum contratação de executivos para gerenciar empresas familiares em conjunto 
com empreendedor herdeiro (DORNELAS, 2015). 
O empreendedor herdeiro adquire habilidades empreendedoras através dos 
exemplos familiares e acabam seguindo os mesmos passos, com isso aprende muito 
cedo a funcionalidade de um negócio, proporcionando assumirem cargos de direção 
quando ainda muito jovens. Seu perfil pode variar, uns são mais ousados e arriscam 
 
13 
 
implementar algo novo, outros já são maias conservadores e receiam mudanças, 
prefere continuar no que está dando certo. Contudo o que tem se visto são que muitos 
herdeiros e familiares estão optando por buscar especialização e capacitação externa 
com intuito de tomar decisões futuras, mas seguras não se atendo apenas a história 
e experiência que deram certo ao longo das gerações. (DORNELAS, 2015) 
Tipo 08 – O Empreendedor Normal (Planejado): Toda teoria sobre 
empreendedorismo de sucesso sempre apresenta o planejamento como uma das 
mais importantes atividades desenvolvidas pelos empreendedores. E isso tem sido 
comprovado nos últimos anos, já que o planejamento aumenta a probabilidade de um 
negócio ser bem-sucedido e, em consequência, levar mais empreendedores a usarem 
essa técnica para garantir melhores resultados. O empreendedor que “faz a lição de 
casa”, que busca minimizar riscos, que se preocupa com os próximos passos do 
negócio, que tem uma visão de futuro clara e que trabalha em função de metas é o 
empreendedor aqui definido como o “normal” ou planejado. Então o empreendedor 
normal seria o mais completo do ponto de vista da definição de empreendedor e o que 
a teria como referência a ser seguida, mas que na prática ainda não representa uma 
quantidade considerável de empreendedores. No entanto, ao se analisar apenas 
empreendedores bem-sucedidos, o planejamento aparece como uma atividade bem 
comum nesse universo especifico, apesar de muitos dos bem-sucedidos também não 
se encaixarem nessa categoria (DORNELAS, 2015). 
3. ATITUDE EMPREENDEDORA 
 
 
14 
 
Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com 
O valor dos empreendedores é evidente na maioria dos países em que 
indivíduos inovadores são altamente respeitados e muitas vezes percebidos como 
impulsionadores do crescimento econômico e do desenvolvimento regional 
(FRITSCH; WYRWICH, 2016). Os empreendedores aproveitam as oportunidades e 
usam a inovação e a tecnologia para conseguir avanços no mercado (TÜLÜCE; 
YURTKUR, 2015). Para Borasi e Finnigan (2010), o empreendedorismo converte o 
conhecimento em empreendimentos que fornecem valor, tanto tangível quanto 
intangível. Nesse cenário a figura do empreendedor não é somente acumular 
conhecimentos, mas possuir atitudes, comportamentos, formas de percepção do 
mundo e de si mesmo, é voltar-se para atividades de risco e capacidade de inovar, de 
ser perseverante e de conviver com a incerteza. Para Minello (2014), o 
comportamento do empreendedor, no papel de gestor do seu próprio negócio, 
evidencia-se também na sua capacidade de lidar com a adversidade e na própria 
adversidade. Neste caso o ensino do empreendedorismo pode ajudar a aprimorar tais 
características e habilidades de gestão, promovendo a aprendizagem empreendedora 
(LEIVA; ALEGRE; MONGE, 2014). 
Desenvolver o comportamento empreendedor é capacitar o indivíduo para que 
ele crie, conduza e execute o processo de elaborar novos planos de vida. Nessa 
perspectiva, Lorentz (2015) evidencia que o indivíduo empreendedor manifesta uma 
série de características que o identifica, distinguindo-o de acordo com o conjunto de 
habilidades que mais se aproxima da sua forma de ser. 
A atitude empreendedora, abordada por meio da Teoria do Comportamento 
Planejado (Theoryof Planned Behavior - TPB) de Ajzen atualmente é um dos mais 
populares modelos sociopsicológicos para a compreensão e previsão do 
comportamento humano. Na TPB o antecedente imediato de um determinado 
comportamento é a “intenção” de realizar o comportamento em questão. Esta intenção 
é assumida como sendo determinada por três tipos de considerações ou crenças. O 
primeiro é denominado “crenças comportamentais” e refere-se às consequências 
positivas ou negativas da realização do comportamento e dos valores subjetivos ou 
das avaliações dessas consequências. Em seu agregado, as crenças 
comportamentais, que são facilmente acessíveis na memória,levam à formação de 
uma “atitude em relação ao comportamento”. Um segundo tipo de consideração tem 
 
15 
 
a ver com as expectativas e os comportamentos percebidos pelos indivíduos ou 
grupos, combinados com a motivação individual para cumprir com os referentes em 
questão. Essas considerações são denominadas crenças normativas. As crenças 
normativas, que são facilmente acessíveis na memória, se combinam para produzir 
uma pressão social percebida ou uma norma subjetiva em relação à realização do 
comportamento. O terceiro tipo de consideração, as crenças de controle, está 
preocupado com a presença percebida de fatores que podem influenciar a capacidade 
de uma pessoa de realizar o comportamento. Juntamente com o poder percebido 
desses fatores para facilitar ou interferir no desempenho comportamental, as crenças 
de controle são facilmente acessíveis e produzem certo nível de controle 
comportamental percebido em relação ao comportamento (AJZEN, 2015). 
Nesse sentido, quanto mais favorável a atitude e a norma subjetiva em relação 
ao envolvimento no comportamento e quanto maior o controle percebido, mais 
provável é que um indivíduo irá formar uma intenção de executar o comportamento 
em questão. Finalmente, espera-se que as intenções conduzam ao desempenho do 
comportamento, na medida em que as pessoas são de fato capazes de fazê-lo, isto 
é, na medida em que tem controle real sobre o comportamento. Sendo assim, assume-
se que o poder exercido pela atitude, pela norma subjetiva e pelo controle percebido 
determina a intenção do comportamento (AJZEN, 2015). 
Na Figura 1 verifica-se um esquema da TPB. 
 
 
Fonte: Baseada em Ajzen (2015) 
 
16 
 
Para atingir os diferentes objetivos do ensino de empreendedorismo, 
especificamente atitude empreendedora, elencada ao comportamento empreendedor, 
necessita-se traçar um plano de ensino que se adapte a metodologia pedagógica ao 
contexto da aprendizagem esperada (ROCHA; FREITAS, 2014). Para isso, os cursos 
de graduação necessitam estar em sintonia com as demandas da sociedade, assim 
como com a geração de conhecimentos na área de empreendedorismo, por meio de 
práticas didáticas que estimulem o desenvolvimento do comportamento 
empreendedor (BALCONI, 2016). 
Na pesquisa atual o construto de atitude empreendedora, associado à teoria do 
comportamento planejado, é verificado em diferentes publicações. Os autores 
Morales-Alonso, Pablo-Lerchundi e Vargas-Perez (2016), por exemplo, em seu estudo 
esclarecem a importância da exposição aos modelos de empreendedorismo sobre a 
intenção empreendedora dos alunos de engenharia. Os autores consideram os alunos 
como fundadores potenciais de novas startups de conhecimento. Com esta finalidade, 
os autores desenvolveram um questionário com uma amostra de 851 estudantes de 
engenharia de uma universidade técnica na Espanha. Os resultados apontam que os 
pais que possuem negócios promovem a intenção empresarial e atitudes relacionadas 
em seus filhos. No entanto, os funcionários públicos são identificados como um 
modelo de papel negativo, impedindo tanto as atitudes como as intenções para o 
empreendedorismo. 
 Madan e Popli (2016) analisaram a percepção dos educadores sobre a relação 
entre incentivar empreendedores, o desenvolvimento de centros de incubação, temas 
de empreendedorismo e educação empreendedora em instituições de ensino superior 
e também verificaram a associação entre as percepções dos educadores sobre a 
atitude empreendedora, agências de financiamento e educação empreendedora em 
instituições de ensino superior. O estudo investigou os fatores que afetam a percepção 
dos educadores sobre a educação empreendedora e sugeriu estratégias para motivar 
os alunos a se tornarem empreendedores após completarem sua formação 
profissional nas instituições de ensino superior. O estudo é de natureza exploratória e 
as respostas foram obtidas de professores de várias instituições de ensino superior 
na região da central da Índia. A importância do estudo é que ele se concentra na 
identificação de vários fatores que afetam a percepção dos educadores sobre a 
educação empreendedora em instituições de ensino superior. 
 
17 
 
 Massis et al. (2016), com base na teoria do comportamento planejado e na 
literatura de atitude, desenvolveram e testaram hipóteses sobre os antecedentes 
situacionais e individuais da atitude empreendedora dos titulares das empresas 
familiares com uma amostra de 274 empresas familiares italianas. Os resultados 
mostraram que a atitude dos incumbentes em relação à sucessão intrafamiliar é, de 
fato, influenciada por antecedentes situacionais e individuais, bem como por suas 
interações. 
Handrimurtjahjo, Setiadi e Kuncoro (2015), em seu estudo “O papel da 
educação empreendedora na formação de atitudes empreendedoras dos alunos”, 
descreveram o papel da educação empreendedora, informando as atitudes 
empreendedoras dos alunos por meio do desenvolvimento dos centros de 
empreendedorismo na Indonésia e instituições de ensino superior. O objetivo do 
estudo é identificar os fatores determinantes das atitudes e das intenções 
empreendedoras. Participaram do estudo 118 alunos e os dados foram coletados por 
meio de questionários. Os dados coletados foram analisados quanto ao seu conteúdo, 
apresentados sob a forma de gráficos e foram submetidos a um tratamento estatístico 
simples. Os resultados indicam que os estudantes indonésios estão cientes das 
competências e das qualidades fortemente ligadas ao sucesso empresarial. Os 
resultados do estudo contribuem para as instituições de ensino superior da Indonésia 
compreenderem as atitudes empreendedoras dos seus alunos e investigar o papel da 
educação empreendedora e normas sociais na construção de atitudes que levam a 
intenções empreendedoras. 
4. PROCESSO DE EMPREENDEDORISMO 
O processo de empreender é resultado, sobretudo, da percepção, da dedicação 
e do trabalho dessas pessoas que, de acordo com Dornelas (2012) são especiais e 
fazem acontecer. Esse talento é componente primordial em todo o processo, ele 
possibilita as oportunidades de crescer, diversificar e desenvolver novos negócios. 
Contudo, apesar de fundamental, ele necessita de outros fatores, não menos 
importantes, para o surgimento do empreendimento. O primeiro fator são as ideias, 
sobretudo as boas ideias, que juntamente com as questões pessoais deixam o 
empreendimento na iminência de ocorrer. Outro fator importante e fundamental para 
 
18 
 
que o negócio saia do papel é o capital. Sua necessidade varia entre as situações, 
mas a falta dele pode inviabilizar um negócio brilhante, que continha o capital humano 
adequado e uma ótima ideia. Por fim, o know-how, que fazem convergir os outros 
componentes para um mesmo cenário, com o conhecimento e habilidade necessária 
para fazer o negócio crescer e tornar-se um sucesso (DORNELAS, 2012). 
Uma abordagem semelhante foi desenvolvida, na qual segmenta o processo 
empreendedor em quatro partes: Identificar e avaliar a oportunidade, desenvolver o 
plano de negócios, determinar e captar recursos necessários e gerenciar a empresa 
criada. 
 
Fonte: Dornelas (2012) 
Segundo Dornelas (2012), apesar de serem apresentadas de maneira 
sequencial, as fases podem apresentar configurações diferentes da representação da 
imagem, uma vez que os negócios são dinâmicos e que fases seguintes podem se 
iniciar antes de sua predecessora terminar, ou que haja necessidade de redefinir 
etapas previamente concluídas. 
Ainda segundo o autor, identificar e avaliar a oportunidade é a parte mais 
difícil, pois é exatamente nessa fase que entram o talento, o conhecimento, a 
percepção e o feeling do empreendedor. Já a segunda parte, do desenvolvimento do 
plano de negócios, é, geralmente, a que exige mais tempo e competências adequadas 
para a elaboração de um plano bem definido e correto. Em relação aos recursos, as 
informaçõessobre as fontes e formas onde serão captados já devem estar 
evidenciadas no plano de negócios. Diferentemente de épocas passada, atualmente 
a gama de possibilidades para a captação dos recursos é muito grande. Investidores 
 
19 
 
anjos, fundos de capital de risco, programas governamentais de incentivo ao 
empreendedorismo e à inovação, além dos tradicionais capital próprio, familiar, de 
amigos e bancos são exemplos comuns dessas fontes. Por fim, o gerenciamento do 
negócio, que pode parecer a tarefa mais fácil, também depende da dedicação e 
habilidade do empreendedor para o estabelecimento da empresa. Problemas com 
concorrência, com a aceitação do produto pelo mercado, com um colaborador chave 
que pede demissão são comuns nessa fase e, muitas dessas ocorrências independem 
de um processo de planejamento bem executado. 
Outra forma de se analisar o processo empreendedor é analisando três 
fatores principais: oportunidade, equipe e recursos. Ainda que, exista uma sequência 
de ações, ela não é estática, podendo sofrer modificações de acordo com cada projeto 
desenvolvido. O usual seria, primeiramente, investigar e obter a oportunidade, em 
seguida a seleção da equipe e pôr fim à procura dos recursos. Entretanto, a equipe, 
por exemplo, já pode estar formada antes mesmo de se ter uma oportunidade, ou 
parte dela pode ser definida apenas após a capitação dos recursos. Contudo, mesmo 
existindo essa flexibilidade, o autor destaca algumas questões importantes: deve-se 
formar uma equipe de empreendedores com características complementares, 
ampliando, dessa forma, as chances de sucesso, além de deixar as análises dos 
recursos efetivamente como a última a ser realizada, pois sua análise pode restringir 
o exame da oportunidade, que, por sua vez, deve vir em primeiro lugar (DORNELAS, 
2012). 
 
Fonte: Dornelas (2012). 
 
20 
 
5. O MODELO DE EMPREENDEDORISMO 
Apesar de alguns modelos competirem como métodos teóricos e ferramentas 
de mensuração, o aspecto mais preocupante no desenvolvimento da literatura em 
intenção empreendedora é o fato de que praticamente todas as pesquisas atuais 
simplesmente replicam os modelos originais, em situações e contextos diferentes, 
como países, culturas, espaços laborais, perfis, etc. (IBRAHIM; MAS’UD, 2016; 
SINGH; VERMA; RAO, 2016). 
Os poucos que quebram esse paradigma, no entanto, acrescentam poucos 
aspectos relevantes aos modelos já utilizados (TSAI; CHANG; PENG, 2016; 
ENTRIALGO; IGLESIAS, 2016), corroborando com a ideia de que o crescimento do 
domínio substantivo se dá em detrimento do conceitual. Isto é, hoje pouco se estuda 
em termos de crescimento teórico em empreendedorismo. Ao contrário, estuda-se 
empreendedorismo de grupos específicos, muitas vezes em estudos dificilmente 
reproduzíveis, e comparam-se grupos. Em alguns casos, por exemplo, em Tsai, 
Chang e Peng (2016), comparam-se aspectos empreendedores em dois países cujos 
modelos institucionais e educacionais, sejam estes em termos de ambientes 
econômicos ou políticos, poderiam servir melhor de explicações alternativas em vez 
de indicar que a cultura local é a grande explicação para as diferenças encontradas. 
Ou seja, covariáveis macroambientais fundamentais para a montagem dos modelos 
são geralmente ignoradas. Apesar de presente no modelo teórico de Liñán e Fayolle 
(2015), variáveis institucionais são sistematicamente ausentes na literatura, sendo 
uma exceção notável o estudo de Engle et al. (2010). 
Esse aspecto dos estudos em intenção empreendedora faz com que surja um 
formato genérico aplicado e reciclado (‘dogma’). De forma mais clara, o que se pode 
observar na extração de dados da amostra é que hoje em dia se produz muito do 
mesmo. Pretende-se demonstrar, por meio da análise das categorias, que esse 
formato genérico é tão claro que mesmo por meio de métodos estatísticos, os 
resultados são, de certo modo, similares e apontam para a mesma direção que os 
considerados por Liñán e Fayolle (2015). Outras inferências foram possíveis de serem 
construídas, com base na organização espacial de conceitos. 
 
21 
 
5.1 Vantagens do empreendedorismo 
Empreender, é muito mais do que ter o próprio negócio, é mais do que uma 
profissão. Ser um empreendedor é uma mudança de comportamento, um novo estilo 
de vida. É realizar algo novo, ousar, desenvolver, assumir riscos. De acordo com as 
definições encontradas no Dicionário Houasiss da Língua Portuguesa, a origem da 
palavra empreendedor vem do latim imprendere, que tem por significado “decidir, 
realizar tarefa difícil e laboriosa”. Já se formos observar o dicionário Aurélio, ele define 
empreender “como colocar em execução”. Ambos significados trazem o conceito de 
fazer, executar, por em prática, tomar iniciativas. O termo demonstra estar diretamente 
relacionado a ação (PADILHA et al, 2018). 
 Para Schneider (2012), o verdadeiro empreendedor: É alguém “conectado”, 
bem relacionado, atento e dinâmico, capaz de ver o que os outros não veem e também 
produzir até mesmo enquanto dirige seu veículo ou aproveita um momento de lazer 
com familiares ou amigos. Não se trata de um workaholic (viciado em trabalho), mas 
de alguém que tem uma relação profunda com o que faz, gosta do que faz e não 
aprecia perder oportunidades. Diante disto, pode-se afirmar que empreendedores são 
aqueles que realizam. Dentre tantas atribuições para tal, as vantagens de ser 
empreendedor são inúmeras (SCHNEIDER, 2012). 
FLEXIBILIDADE: Ser empreendedor proporciona liberdade de tempo, de 
horário. Proporciona uma vida mais flexível, com seus próprios horários e uma agenda 
capaz de fazer ajustes diante de imprevistos. 
REALIZAÇÃO DE SONHOS: Muitas pessoas entram nessa jornada 
empreendedora pelo fato de ter a oportunidade de fazer o que gostam, por querer 
realizar os seus sonhos. O empreendedor é alguém que sonha e busca transformar 
seu sonho em realidade, logo, empreender corresponde a um o processo de 
transformar sonhos em realidade e em riqueza. 
LIDERANÇA: Um empreendedor, torna-se um líder. Um líder de si mesmo e de 
seu negócio. Um líder inspira o seu mundo e o mundo a sua volta, aproveitando as 
oportunidades que deparam-se diante de leem todo momento. Em um livro criado pelo 
SEBRAE, “O Céu e Inferno do Empreendedorismo”, define-se empreender como: 
“Identificar oportunidades de negócios e desenvolver meios de aproveitá-las, 
assumindo riscos e desafios ” (SEBRAE, 2014). 
 
22 
 
CRIAÇÃO DO FUTURO: Ser empreendedor proporciona poder para criar o seu 
futuro. Do qual sendo empregado, essa possibilidade é bem pouco existente. O 
empreendedor deve ter a consciência de que ele deverá sempre estar trabalhando 
para fazer seu sonho acontecer. É preciso ter um projeto e acreditar na viabilidade 
dele, fazendo tudo o que estiver ao alcance para torná-lo uma realidade. Pode-se dizer 
que os empreendedores se dividem igualmente em dois times: aqueles para os quais 
o sucesso é definido pela sociedade e aqueles que têm uma noção interna de sucesso 
(DOLABELA, 2010). 
Cada indivíduo em nossa sociedade tem um pensamento em relação ao 
sucesso. Dolabela (2010) trouxe em formato de dois times, mas, independentemente 
de qual time o empreendedor esteja, o que deve ser ressaltado, é se ele sente-se 
criando um bom futuro para si e para os que os que o cercam. É baseando-se nessa 
premissa que a grande maioria dos atuais empreendedores ampara sua decisão, ou 
seja, busca mais qualidade de vida através de suas próprias decisões. 
5.2 Desvantagens do empreendedorismo 
Nem só de vantagens estabelece-se a vida de um empreendedor, as 
desvantagens também existem: são as atualizações constantes, riscos, insegurança, 
instabilidade, custos, centralização, dentre outras. Essas desvantagens devem ser 
analisadas para que realmente seja tomada a decisão correta no que tange ao futuro 
do empregado que deseja se tornar empreendedor. O que deve ser salientadoé que 
em todas as profissões, independentemente de qual seja, existem desvantagens. A 
percepção de cada um é que fará com que o peso seja maior ou não (PADILHA et al, 
2018). 
ATUALIZAÇÕES CONSTANTES: O empreendedor precisará estar em 
constante atualização, e isso não trará descanso, como se é pensado por muitos. Ele 
precisará buscar meios, formas, maneiras para evoluir, inovar, criar e agregar valor. 
Porque um empreendimento demanda de muitas necessidades, como: Tomar decisão 
final, ter que saber fazer um pouco de tudo, procurar por mão de obra qualificada, lidar 
com problemas de funcionários e clientes, ter que assumir sozinho muitas decisões 
entre outras demandas. E para isso será necessário muito conhecimento e 
atualização constante (PADILHA et al, 2018). 
 
23 
 
RISCOS, INSEGURANÇAE INSTABILIDADE: Quando se entra no mundo do 
empreendedorismo, não existe segurança e estabilidade, ambas não são palpáveis. 
Todos os negócios têm riscos associados e é por isso que é extremamente necessário 
que o empreendedor esteja muito preparado para quaisquer imprevistos ou 
obstáculos pelo caminho, de modo a que os possa resolver com agilidade e convicção. 
Não se pode entrar no mundo dos negócios, com a mentalidade de funcionário. O 
empresário precisa ter bem claro que empreender é gerir riscos, e disto, não há forma 
de fugir. Bem como a instabilidade da qual o empresário não pode controlar. É 
necessário compreender que arriscar faz parte da trajetória a ser percorrida (PADILHA 
et al, 2018). 
CUSTOS: É sabido que uma das grandes barreiras para o empreendedorismo, 
são os custos. Os custos de investimento inicial, indiferente de cada tipo de segmento, 
existem. E não se pode fugir deles. Há necessidade de investimento inicial, quer para 
infraestrutura, quer para material, compondo os rol de intermináveis custos 
organizacionais. 
CENTRALIZAÇÃO: Um dos quesitos de desvantagem do empreendedorismo 
é o fato da centralização de tarefas, de obrigações, de responsabilidades, de gestão. 
Tudo depende do empreendedor, ele é responsável por absolutamente todos os atos 
dentro do empreendimento. Com essa centralização ele pode sentir-se 
sobrecarregado, ansioso, com preocupações excessivas em todas as áreas da 
empresa, bem como cansado pelo peso da responsabilidade. O empreendedor pode 
acabar por assumir seu dever, porém se cobrando além do necessário. Sem saber 
desligar- mundo profissional ele pode perder seu sono ou não dormir tranquilamente, 
deixando de cuidar da saúde, com sua mente presa a tantos compromissos, agendas 
e preocupações (PADILHA et al, 2018). 
É observado que as desvantagens são inúmeras, porém as vantagens são bem 
expressivas. Então torna-se particular de cada indivíduo colocar na balança e optar 
pela melhor escolha para si de acordo com a sua estratégia e planejamento 
6. O INTRAEMPREENDEDORISMO (IE) 
O termo intraempreendedorismo tem suas raízes no empreendedorismo 
(BURSTRÖM & WILSON, 2015). Acredita-se que o termo empreendedor tenha sido 
 
24 
 
utilizado primeira mente por Richard Cantillon em 1734, ao se referir a uma pessoa 
com emprego autônomo e com retorno incerto sobre seu investimento (SMITH, REES, 
& MURRAY, 2016). O termo intraempreendedor foi utilizado pela primeira vez por 
Pinchot em 1985, ao publicar o livro ‘Intrapreneuring’ (BURSTRÖM & WILSON, 2015; 
SMITH et al., 2016), no qual explana a possibilidade de um indivíduo ser 
empreendedor em uma organização estabelecida, ou seja, um empreendedor 
interno (KÜHN, EYMANN, URBACH, & SCHWEIZER, 2016). 
O intraempreendedor, por sua vez, é um indivíduo que busca iniciar um 
processo de mudança dentro de uma organização que não lhe pertence, é um 
profissional que possui facilidade em se adaptar ao ambiente e propor ideias 
inovadoras (KEARNEY, HISRICH, & ANTONCIC, 2013).Por um tempo, os estudos 
sobre o intraempreendedorismo tinham como objetivo a formação de novos 
negócios pelas organizações existentes. Mas com a evolução das pesquisas, esse 
tema foi dividido em pelo menos três áreas de estudo: 
i) intraempreendedor individual, com foco no indivíduo; 
ii) formação de novos empreendimentos; e, 
iii) foco na organização empreendedora. Com o aumento no número de 
pesquisas acadêmicas, o termo intraempreendedor também evoluiu ao longo 
dos anos, com pesquisadores adotando outros termos como, por exemplo, 
empreendedor corporativo, empreendedor interno (BURSTRÖM & WILSON, 2015; 
SMITH et al., 2016), referindo-se ao indivíduo e o termo orientação empreendedora 
ao se referir à organização que busca como estratégia organizacional o 
empreendedorismo interno (EDÚ VALSANIA, MORIANO, & MOLERO, 2016; KÜHN 
et al., 2016). 
Embora alguns pesquisadores não acreditassem na possibilidade de existência 
de um indivíduo, dentro de uma organização, possuir comportamento empreendedor 
(BARUAH & WARD, 2014), o intraempreendedor figura atualmente como quase 
que essencial, quando uma organização busca a contribuição do próprio funcionário 
na formação de planos de ação e melhorias estratégicas (BARUAH & WARD, 
2014), e também quando organizações buscam uma modo de alcançar a 
sustentabilidade nos negócios (RAZAVI & AB AZIZ, 2017; SMITH et al., 2016). 
Os são agentes que possuem uma mentalidade empreendedora 
(GUERRERO & PEÑA-LEGAZKUE, 2013), mesmo atuando em uma organização que 
 
25 
 
não lhe pertence. São funcionários que podem tanto executar tarefas 
estimuladas e incentivadas pela própria organização, como podem também aceitar 
um certo risco (DI FABIO, 2014), executando tarefas de forma autônoma sempre 
tendo como premissa o crescimento da organização (GAWKE et al., 2017). O 
intraempreendedor pode contribuir com a geração de lucratividade na empresa 
onde atua, por meio de novas ideias ou novos processos, possibilitando a criação de 
vantagem competitiva na organização. 
Os empreendedores, por serem proprietários, geralmente possuem uma carga 
maior de trabalho, quando comparados aos intraempreendedores. Em contrapartida, 
a possibilidade de definir a estratégia da empresa, o senso de realização e até o poder 
de contratar ou demitir um funcionário, proporcionam ao empreendedor maiores 
benefícios psíquicos quando comparados com os intraempreendedores. A 
renda, de modo geral, também pode favorecer os empreendedores, uma vez que é o 
proprietário da organização; já o intraempreendedor, por ser funcionário, pode não 
receber os dividendos ou bônus por suas atividades empreendedoras, uma vez 
que, geralmente são repassados aos investidores ou proprietários da empresa 
(DOUGLAS & FITZSIMMONS, 2013). 
Uma das vantagens do intraempreendedor, quando comparado ao 
empreendedor, está na assunção ao risco, uma vez que, o empreendedor assume 
todo o risco na criação de um empreendimento ou ao colocar em prática uma 
nova ideia, algo que não ocorre com um intraempreendedor, que possui o suporte 
de uma organização que assume os riscos financeiros sobre as atividades 
desenvolvidas por esse profissional (BARUAH & WARD, 2014). 
Outra diferença entre o empreendedor e intraempreendedor está na utilização 
dos recursos tangíveis e principalmente os intangíveis da organização. Quando a 
empresa está estabelecida no mercado, o intraempreendedor possui à disposição 
alguns recursos intangíveis como, por exemplo, a própria legitimidade da empresa, 
algo que o empreendedor pode não possuir (MA, LIU, & KARRI, 2016). 
Características do intraempreendedor Considerado por muitos pesquisadores como 
um elemento importante na busca pelo desenvolvimento organizacional (BURSTRÖM 
& WILSON, 2015; EDÚ VALSANIA et al., 2016), o intraempreendedor é 
considerado uma ferramenta importante para uma organizaçãoenfrentar a 
 
26 
 
concorrência por meio da inovação (BARUAH & WARD, 2014; HAASE, FRANCO, & 
FÉLIX, 2015). 
O comportamento intraempreendedor é resultado de um processo de 
aprendizagem profissional ao longo de sua carreira, podendo ser estimulado pela 
organização, com o objetivo de aprimorar suas habilidades. Nas últimas décadas 
houve um crescimento nas pesquisas na tentativa de compreender como promover a 
criatividade e a renovação organizacional (SMITH et al., 2016), além do consenso 
em pesquisar sobre os processos intraempreendedores (RIGTERING & WEITZEL, 
2013). 
6.1 Benefícios do intraempreendedorismo 
A possibilidade de ter benefícios proporcionados por colaboradores com 
comportamento intraempreendedor no ambiente dinâmico e competitivo dos 
negócios, é um elemento percebido tanto por pesquisas acadêmicas quanto pela 
própria prática (SKARMEAS, LISBOA, & SARIDAKIS, 2016), se tornando, inclusive, 
estratégia organizacional na busca por maior desempenho e vantagem competitiva 
sustentável (MA et al., 2016). 
Na busca por beneficiar a organização, o intraempreendedor pode agir e tomar 
decisões mesmo sem a permissão da administração superior, submetendo-se 
inclusive, a um certo nível de risco (RIGTERING & WEITZEL, 2013). Atualmente 
muitas organizações procuram adotar iniciativas intraempreendedoras, ou seja, criar 
um ambiente favorável estimulando o comportamento intraempreendedor (BARUAH 
& WARD, 2014). A atividade intraempreendedora proporciona benefícios estratégicos 
à organização (GAWKE et al., 2017), contribuindo com o aumento da lucratividade 
(KURATKO & AUDRETSCH, 2013), reposicionamento estratégico, crescimento da 
organização (BURSTRÖM & WILSON, 2015), podendo contribuir com a geração de 
maior desempenho financeiro (BARUAH & WARD, 2014; EDÚ VALSANIA et al., 
2016), sucesso internacional, maior lucratividade (BARUAH & WARD, 2014), 
possibilitando a criação de novos negócios (GAWKE, GORGIEVSKI, & BAKKER, 
2017), novos produtos e novos processos (GAWKE et al., 2017). 
Vantagens 
 
27 
 
As ações de um intraempreendedor no ambiente organizacional trazem 
inúmeros resultados positivos. Com a sua atuação a empresa se torna mais 
competitiva, aumentando a possibilidade de inovação e produtividade. 
O intraempreendedor toma para si a responsabilidade de desenvolver e 
implementar novos produtos e serviços, assim a empresa terá sempre ideias novas e 
conceitos, para colocar em prática. A inovação é a porta de entrada para novas 
receitas, pois com isso pode-se abrir novos negócios, ou expandir os já existentes, 
possibilitando o aumento da margem de lucro da organização. A organização que 
possui esse profissional será beneficiada, porém deve apoiar suas ideias e práticas, 
pois é a partir delas que mudanças ocorrerão, aumentando a efetividade de seus 
resultados e lucros (FERREIRA, 2015). 
Desvantagens 
As organizações empresariais podem ter algumas desvantagens com esse 
profissional caso não possuam um ambiente totalmente preparado para esse perfil. 
Como o intraempreendedor precisa de autonomia, inovação, criatividade e tomada de 
decisões, os conflitos entre áreas/departamentos podem se tornar inevitáveis, onde 
os demais não concordaram com as atitudes e entraram em desacordo por tentar freá-
lo. Existe também a possibilidade dos conflitos entre os diferentes níveis hierárquicos, 
pois o intraempreendedor no momento de implantar ou criar pode não pedir 
autorização aos superiores, gerando assim um desconforto. Existem riscos 
calculados, que as empresas devem entender como um investimento para obtenção 
de resultados, exemplos desses riscos são desperdícios de tempo, perda de capital, 
material ou produtos. Porém, se o projeto alcançar o sucesso, as perdas serão 
absorvidas pelos resultados favoráveis (FERREIRA, 2015). 
7. RELAÇÃO ENTRE INTRAEMPREENDEDORISMO E SUCESSO EM PROJETOS 
Projetos são processos que visam a criação de valor econômico a uma 
organização (SHENHAR & HOLZMANN, 2017), por exemplo, através do 
desenvolvimento de novos produtos, novos serviços ou até mesmo novos processos. 
Obter sucesso em projetos é o mesmo que alcançar seus objetivos, beneficiando a 
organização (MORIOKA & CARVALHO, 2014), não apenas durante a implementação, 
 
28 
 
mas principalmente sua influência após a conclusão (WU et al., 2018). No entanto, 
cabe ao gerente de projetos concluir o projeto com sucesso (LOUFRANI FEDIDA & 
MISSONIER, 2015; RAZIQ et al., 2018). Para alcançar o sucesso do projeto, o GP 
necessita de habilidades interpessoais e competências específicas (HANNA et al., 
2016), além de manter o foco em atender os fatores críticos de sucesso (FCS) para 
obtenção dos objetivos do projeto. Por outro lado, o intraempreendedorismo refere-se 
à capacidade empreendedora dentro de organizações estabelecidas (RAZAVI & AB 
AZIZ, 2017). 
O intraempreendedorismo evidencia a capacidade de inovação e de criação do 
indivíduo (HAASE et al., 2015), assim como a capacidade de exploração de novos 
empreendimentos e projetos dentro das organizações (MA et al., 2016). Alinhado com 
uma característica conceitual de projetos, uma das atividades realizadas pelos 
intraempreendedores é a criação de novos produtos e serviços inovadores (RAZAVI 
& AB AZIZ, 2017). O desenvolvimento de novos produtos gerado por 
intraempreendedores confere aos colaboradores que possuem o comportamento 
intraempreendedor não somente a mesma responsabilidade de um gerente de 
projetos, mas também como referência na revitalização organizacional (KÜHN et al., 
2016). 
Outra evidência da relação entre os conceitos de sucesso em projetos e 
intraempreendedorismo, está no fato de que um indivíduo com características 
empreendedoras pode contribuir com o sucesso de um projeto (MARTENS et al., 
2018). Além do fato de que 35 empresas que investem alocando intraempreendedores 
em processos ligados à inovação possuem mais chances na obtenção de maior 
desempenho empresarial (BARUAH & WARD, 2014). 
As atividades realizadas pelos gerentes de projeto podem estar alinhadas à 
orientação empreendedora e a presença de empreendedores em equipes de projetos 
pode aumentar a possibilidade de se obter o sucesso do projeto (MARTENS et al., 
2018). Um funcionário com comportamento intraempreendedor pode ser capaz de 
desenvolver, além de novos negócios, atividades como planejamento e 
desenvolvimento de novos produtos e serviços (RAZAVI & AB AZIZ, 2017). Ele 
também é capaz de gerenciar trabalhos complexos e estratégicos (BURSTRÖM & 
WILSON, 2015). 
 
29 
 
7.1 APRENDIZAGEM E EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA 
O aprimoramento do espírito empreendedor tem sido colocado, não apenas no 
Brasil, mas em diversos países do mundo, como prioritário nas agendas e debates 
políticos, econômicos e acadêmicos, haja vista a comprovada influência que o mesmo 
exerce no desenvolvimento social e econômico de uma nação (TSCHÁ; CRUZ NETO, 
2014). Nesse processo, a educação empreendedora é apontada como uma das 
formas mais eficientes de se criar e divulgar a cultura empreendedora e a formação 
de novos empreendedores (ROCHA; FREITAS, 2014) 
O interesse pela aprendizagem e educação empreendedoras cresceu 
significativamente na última década e várias razões são apontadas para esse fato. 
Dentre elas, está a constatação deque a formação empreendedora contribui para o 
surgimento de novas empresas, para a criação de novos postos de trabalho e para o 
desenvolvimento da inovação nas organizações em geral (LIMA et. al., 2015b). Tal 
crescimento pode estimular o engajamento e a inovação de formas de pensar sobre 
a atividade empreendedora e sua influência nesse processo evolutivo, proporcionando 
novas formas de criação e disseminação do conhecimento, sendo as universidades 
um ambiente propício para a criação de uma cultura empreendedora. 
Ischá e Cruz Neto (2014) ressaltam que as universidades contribuem para o 
desenvolvimento da “culturaempreendedora” por meio de uma “educação 
empreendedora”, que incentive tanto professores quanto alunos “a despertarem 
dentro de si o espírito empreendedor e a explorarem o espaço potencial para o 
empreendedorismo, transformando realidades por meio dos empreendimentos que 
podem desenvolver economicamente e socialmente um país e uma sociedade” 
(TSCHÁ; CRUZ NETO, 2014, p. 66). 
Filion e Lima (2010) também destacam que o sujeito empreendedor deve ser 
preparado para a ação e que suas características e necessidades de formação exigem 
particularidades no sistema de ensino voltado à ação empreendedora. Os autores 
explicam que, em geral, a formação universitária transfere saberes, em especial o 
“saber fazer” (know-how), ao passo que a formação empreendedora “deve buscar 
desenvolver o saber ser, o saber tornar-se e o saber passar à ação”. 
 Essas diferenças e especificidades da educação empreendedora em relação 
à educação tradicional têm levado à criação de novas práticas e modelos pedagógicos 
 
30 
 
que permitam o desenvolvimento de habilidades e competências próprias do 
empreendedor (SCHAEFER, MINELLO, 2016). Essa diferença entre a formação 
tradicional e a formação empreendedora, afirmando que a educação empreendedora 
evoca novas formas de aprendizado e novas formas de relacionamento. Para o autor, 
ser empreendedor não é apenas uma questão de acúmulo de conhecimentos, mas a 
introjeção e o desenvolvimento de valores, atitudes, comportamentos, modos de 
percepção de si mesmo e do mundo voltados à capacidade de inovar, de correr riscos, 
de conviver com a incerteza e perseverar. Essas características são evoluídas na 
visão de Minello (2014), que entende o empreendedor como “o indivíduo que 
desenvolve algo inovador, tem iniciativa, capacidade de organizar e reorganizar 
mecanismos sociais e econômicos a fim de transformar recursos e situações para 
proveito prático e aceita o risco ou o fracasso de suas ações” (MINELLO, 2014). 
Para se desenvolver ou potencializar essas características do comportamento 
empreendedor, é importante uma nova forma de educação, diferente da tradicional, 
com novos pressupostos e práticas didático-pedagógicas. Mais do que criar e realizar 
uma “educação em empreendedorismo” ou uma “educação para o 
empreendedorismo” é necessário desenvolver uma “educação empreendedora”. 
Dolabela e Filion (2013) apontam para “a necessidade de uma abordagem 
revolucionária de aprendizagem”, que desenvolva o indivíduo empreendedor e, como 
consequência, provoque mudança na ordem social. Esse resultado pode ser possível, 
visto que essa nova abordagem é voltada não apenas ao aluno que tem a intenção 
de abrir a própria empresa como empreendedor individual, mas a todos os futuros 
profissionais, de diferentes áreas, que desempenhem suas atividades e profissões –
de modo individual ou dentro de organizações –com valores, atitudes e 
comportamentos empreendedores. 
Lima et. al. (2015) destacam que mesmo que não queiram ter um negócio 
próprio, os estudantes podem ser beneficiados em sua formação com o 
desenvolvimento de conhecimentos e habilidades propícias à atividade 
empreendedora. “A premissa de que a educação não é apenas geradora de 
aprendizagem para se empreender, mas, sobretudo, para o pensamento criativo, a 
geração de inovações e o crescimento do senso de autoestima e de responsabilidade 
faz com que seja vista como ainda mais necessária nas instituições de ensino 
superior” (LIMA et. al., 2015). 
 
31 
 
Diante do processo de construção do conhecimento, existem características 
particulares para a formação empreendedora que se diferenciam das estruturas de 
ensino pensadas para a reprodução de conteúdo e especialização dos alunos 
presentes na maioria dos currículos das instituições superiores de ensino e dos 
programas de capacitação profissional. No que se refere à atividade empreendedora, 
são necessárias adaptações nas bases conceituais da educação formal, direcionando 
os estudantes para um pensamento interdisciplinar, que resulte em um sensível 
aumento de egressos com características empreendedoras. Para tanto, o papel dos 
educadores “deveria ser repensado, abandonando a abordagem disciplinar por uma 
visão sistêmica, que iria contribuir para a formação de seres humanos mais críticos, 
contributivos e tolerantes” (SCHAEFER et al, 2017). 
A compreensão da natureza empreendedora e de como se manifesta o ser 
empreendedor pode nortear as ações a serem realizadas com o propósito de criar 
programas, ambientes e sujeitos empreendedores, partindo-se de uma proposta de 
educação empreendedora (ROCHA; FREITAS, 2014). 
O comportamento humano, e por consequência o comportamento 
empreendedor, é por definição aberto, demonstrável, plástico e, por meio de 
estratégias de ensino, por exemplo, processos podem ser desenhados, treinados e 
internalizados. A educação empreendedora é hoje apontada como um dos principais 
instrumentos para se formar novos empreendedores e difundir a cultura 
empreendedora. O tema tem despertado interesse pelas especificidades dessa 
proposta de ensino e as pesquisas sobre educação empreendedora têm crescido nos 
últimos anos, abrindo espaço para novos estudos teóricos e empíricos. Com base 
nessas constatações, este artigo de desenvolvimento teórico tem o intuito de analisar 
a natureza da aprendizagem e educação empreendedoras, descrevendo o processo 
de formação e desenvolvimento de novos empreendedores (SCHAEFER et al, 2017). 
 
32 
 
7.2 Especificidades da Educação Empreendedora 
 
Fonte: data:image/jpeg 
Historicamente, os sistemas educacionais foram idealizados e modelados para 
formarem pessoas que venham a ocupar vagas em grandes organizações ou postos 
de trabalho em profissões técnicas específicas, ou atuar como profissionais liberais. 
Na visão de Malacarne, Brustein e Brito (2014), a consequência é que o atual sistema 
educacional, em vez de estimular o lado empreendedor dos alunos, acaba investindo 
na formação de profissionais que tenham o objetivo de buscar uma colocação em uma 
empresa ou profissão como especialista. “As pessoas costumam ser educadas para 
serem empregadas, e estimular o empreendedorismo neste contexto é enfrentar 
resistências e conflitos neste processo de mudanças, o que gera impactos para a 
instituição, para os docentes e para os discentes” (MALACARNE; BRUSTEIN; BRITO, 
2014). 
Além disso, o que se constata é que as universidades que buscam promover o 
empreendedorismo ainda o fazem exclusivamente focado na administração de 
negócios e tecnologia, isolando-o das demais disciplinas, como a psicologia, a 
sociologia, a educação, e demais áreas que se preocupam com o entendimento do 
comportamento humano (LORENTZ, 2015).Como foi acenado anteriormente e será 
descrito a seguir, o ensino de empreendedorismo deve seguir uma nova metodologia, 
diferente da utilizada no ensino tradicional e própria à formação empreendedora. 
Dolabela e Filion (2013) defendem uma mudança radical frente aos métodos 
tradicionais de ensino, que tendem a se concentrar na transferência de conhecimento, 
buscando uma aprendizagem centrada em pensar de forma independente e proativa. 
Lima et. al. (2015) ressaltam que essa proposta de ensino permite aos 
estudantes se beneficiarem com o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades 
 
33 
 
empreendedoras mesmo que não queiram ter um negócio próprio. Os autores 
evidenciam que a educação empreendedora estimula o pensamento criativo, a 
geração de inovações e o aumento do nível de autoestima e responsabilidade dos 
estudantes. Para alcançar esse resultado, o Relatório do Estudo GUESSS Brasil 
(LIMA et. al., 2014) aponta iniciativas através das quais as instituições de ensino 
superior e os estudantes podem contribuir de modo significativo na melhoria da 
educação empreendedora. Por exemplo, podem ser cultivados ambientes ricos em 
diversidade de experiência, de possibilidadesde exploração de recursos pessoais e 
dirigidos à ampliação de horizontes e de perspectivas, focando não somente na 
geração de conhecimentos e habilidades específicos e na tradicional ênfase na 
preparação de futuros empregados. 
O relatório evidencia ainda que se mostra atrativo e promissor que os 
estudantes se empenhem na ampliação da variedade de carreiras que consideram 
para seu futuro, como ser criador de um negócio –com vista a lucro ou fins sociais –, 
empreendedor em uma profissão autônoma ou liberal, ou mesmo intraempreendedor 
ou empreendedor corporativo, que é um colaborador inovador e de iniciativa em uma 
organização pública ou privada. Isso ajudaria as instituições de ensino a cumprirem 
melhor seu papel e os estudantes a serem motores mais ativos do avanço social e 
econômico (SCHAEFER et al, 2017). 
Lima et. al. (2014) complementam que estudantes das mais variadas áreas 
podem desenvolver o interesse em ter seu próprio negócio, como um consultório 
dentário, uma firma de serviços de personal trainer, uma empresa de cuidados 
médicos em domicílio, enfermagem ou fisioterapia, um comércio, ainda que informal. 
Além disso, tal interesse pode ser colocado em prática em qualquer momento da vida, 
próximo ou não da formatura dos estudantes. Os autores destacam que, em particular 
para esses estudantes que têm intenção empreendedora, mas também para aqueles 
que não pensam em empreender de modo individual, uma educação empreendedora 
tem muitos benefícios a oferecer. Essa proposta de ensino pode dar aos jovens uma 
melhor preparação para a carreira e o aumento do número de profissionais 
inovadores, proativos e de iniciativa, queiram eles ser empreendedores individuais, 
autônomos ou colaboradores (LIMA et. al., 2014). 
A prática das últimas décadas tem demostrado, que é possível que qualquer 
pessoa aprenda a ser empreendedor. Mas tal aprendizado se desenvolve sob 
 
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circunstâncias específicas. “O conhecimento empreendedor não é transferível, como 
temas acadêmicos convencionais, de quem sabe para quem não sabe. O que se pode 
fazer é desenvolver o potencial empreendedor presente na espécie humana”. 
Investigando a situação atual da educação empreendedora no Brasil a fim de 
contribuir para a melhoria da sua qualidade, Lima et. al. (2014) apontam algumas 
recomendações práticas para as instituições de ensino superior: 
-As instituições de ensino não devem se limitar ao ensino de administração ou 
gestão de negócios, mas privilegiar o desenvolvimento de competências 
empreendedoras, independentemente de estarem ligadas ou não a um negócio; 
-Devem romper com os tradicionais modelos de ensino, fortemente vinculados 
a teorias e explorar novas técnicas, metodologias e ferramentas que permitam o 
estudante colocar em prática o seu aprendizado; 
-Devem explorar a interdisciplinaridade, a transversalidade e a diversidade no 
ambiente acadêmico inerente às características do ambiente universitário existente e 
do ecossistema local de negócios; 
-Devem estimular a formação de professores específicos, que possam conciliar 
a formação acadêmica com a experiência prática empreendedora; 
-Devem estar alinhadas com as principais iniciativas de fomento à atividade 
empreendedora da região em que se situam, integrando esforços e estabelecendo 
parcerias com o intuito de melhorar a formação empreendedora dos estudantes; 
-Devem equilibrar a quantidade de teoria, conceitos e definições acadêmicas 
tradicionais com o estímulo à prática empreendedora dos estudantes, por meio de 
atividades extracurriculares e laboratórios de experimentação. 
Segundo Lima et. al. (2014), essas recomendações, em linha com trabalhos de 
receptividade internacional, são potencialmente úteis para o trabalho de gestores, 
educadores e profissionais ligados à criação e melhoria de sistemas de ensino e 
àqueles empenhados no desenvolvimento da cultura empreendedora. Essas 
indicações podem auxiliar na ampliação do repertório de ações possíveis a serem 
adotadas por instituições de ensino superior em suas diretrizes pedagógicas, políticas 
de fomento e iniciativas de melhoria da educação em geral. 
Outra característica da educação empreendedora é ser uma ação dialógica. 
Tschá e Cruz Neto (2014) explicam, que ser dialógico é empenhar-se na 
transformação constante da realidade, através do conhecimento, e o conhecimento é 
 
35 
 
uma tarefa de sujeitos e não de objetos. “O ato de transformar sonhos em realidade e 
o papel que este ato representa na sociedade, envolve um constante refletir com todos 
os envolvidos ou que querem fazer parte do projeto sobre o posicionamento do ser 
em relação a questões sociais. Isto implica em questionar como o sonho a ser 
realizado pode mudar o mundo para melhorar e transformar realidades”. 
Investigando a situação da educação empreendedoras nas universidades 
brasileiras, Lima et. al. (2014) elencam sugestões e contribuições que englobam os 
aspectos metodológicos da educação empreendedora: 
- Uso e estudo de cases e histórias de fracasso para se conhecer melhor o fato 
de que em empreendedorismo errar é natural e, de certa forma, até desejável como 
forma de aprendizado; 
- Uso da mídia como meio de aprendizagem com casos reais, complementados 
com conceitos fundamentais que explicam as histórias de sucesso (ou de fracasso) 
apresentados nos cases; 
- Entendimento de que o empreendedorismo nem deveria ser uma disciplina, 
mas uma competência a ser desenvolvida de forma transversal ao longo de todas as 
disciplinas; 
- Premissa de que a própria universidade deve ser mais empreendedora, 
proativa e inovadora, desenvolvendo uma cultura empreendedora; 
- Maior contato e interação dos alunos com empreendedores reais, por meio de 
programas de mentoria, estudos de caso, palestras, estágios etc.; 
- Interação com empresas para o desenvolvimento de casos em que os alunos 
possam aplicar o que for aprendido em sala de aula em situações e problemas reais; 
- Oportunidades para os alunos desenvolverem suas ideias de negócio em 
ambientes protegidos, como laboratórios de co-working, onde possam experimentar, 
errar e aprender com a prática; 
- Incentivo para que professores possam dedicar um tempo fora de sala de aula 
atuando como coach de alunos que estão empreendendo; 
- Participação em atividades extracurriculares, como competições de negócios 
e de inovação, empresas juniores, projetos sociais, associações de estudantes e 
eventos que aproximem mais o aluno do universo empreendedor. 
Schaefer e Minello (2016), ao realizarem uma revisão da literatura sobre o 
tema, também reúnem instrumentos e práticas didático-pedagógicas que têm sido 
 
36 
 
utilizados para a educação empreendedora. Os autores destacam que projetos e 
atividades extracurriculares, que ocorrem fora da sala de aula e de modo 
complementar, podem ser enriquecedores e produtivos na formação empreendedora, 
tais como: empresas juniores; incubadoras de empresas e parque tecnológicos; 
células empreendedoras, clubes de empreendedorismo e centros de 
empreendedorismo; eventos com o intuito de desenvolver o empreendedorismo e 
competições internas e externas de planos de negócios e práticas empreendedoras; 
parceiras de ensino com empreendedores, como os arranjos produtivos, cooperativas, 
pequenas associações de produtores e organizações do terceiro setor; transferências 
de tecnologia para as empresas, uso de fundos disponíveis para pesquisas e 
programas de mentoria. 
Rocha e Freitas (2014) destacam que a variedade de opções pedagógicas 
existentes para a formação empreendedora requer modelos de ensino que permitam 
ao aluno desenvolver as habilidades e técnicas por meio de experiências práticas 
durante a sua aprendizagem. 
8. PESQUISA DE MERCADO 
 
Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com 
Pesquisa de mercado é a coleta de informações junto ao consumidor, 
concorrente ou fornecedor para orientar a tomadade decisões ou solucionar 
problemas de empresários e empreendedores. Uma definição mais formal de 
 
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pesquisa de mercado, segundo a Associação Nacional de Empresas de Pesquisa de 
Mercado (ANEP): “A coleta sistemática e o registro, classificação, análise e 
apresentação objetiva de dados sobre hábitos, comportamentos, atitudes, valores, 
necessidades, opiniões e motivações de indivíduos e organizações dentro do contexto 
de suas atividades econômicas, sociais, políticas e cotidianas”. 
Quando realizada corretamente, a pesquisa de mercado oferece informações 
consistentes, que, somadas à experiência e ao sentimento do empreendedor, tornam 
o processo decisório mais rico e preciso. Ações como visitar a concorrência para 
verificar os pontos fortes e fracos, ouvir reclamações de clientes ou mesmo observar 
como as pessoas caminham dentro de uma loja são importantes fontes de 
informações, muitas vezes desprezadas por novos e antigos empresários. 
8.1 A importância da pesquisa de mercado 
Pesquisa de mercado deve ser feita para verificar a validade e a viabilidade de 
uma hipótese ou responder questões-chave do negócio. Ela deve ser entendida 
apenas como um meio para obter informações e consequentemente dar base a 
decisões melhores no âmbito do marketing da empresa ou futura empresa. Não se faz 
pesquisa apenas por fazer. Antes de qualquer coisa precisa haver uma dúvida, uma 
questão, uma percepção de que algo ocorre no mercado. A empresa deve recorrer às 
pesquisas sempre que tiver que tomar decisões de marketing importantes, tais como: 
• Expandir a área geográfica de atuação, 
• Entrar em novos segmentos de mercado ou canais de distribuição, 
 • Lançar ou aperfeiçoar produtos e serviços, 
 • Dimensionar a equipe de vendas, 
• Credenciar revendedores ou distribuidores, 
• Escolher um ponto comercial, 
 • Definir qualidade e variedade dos produtos e serviços a ser comercializados, 
• Definir os meios de divulgação mais adequados, 
 • Ajustar preços, 
 • Posicionar produtos e marcas, 
 • Iniciar um novo negócio (deve fazer parte do plano de negócios). 
 
38 
 
8.2 para que serve pesquisa de mercado 
Para conhecer e monitorar o mercado consumidor e concorrente, dimensionar 
a demanda, verificar a presença do público-alvo (clientes e prospects), avaliar 
resultados de ações de marketing, identificar e dimensionar problemas ou 
necessidades, observar tendências, avaliar a satisfação dos consumidores, testar 
produtos e estratégias antes do seu lançamento, analisar as práticas da concorrência 
(quantidade e agressividade), monitorar a dinâmica e o comportamento dos diferentes 
segmentos e nichos. 
A pesquisa de mercado ganha importância à medida que os mercados ficam 
cada vez mais saturados de competidores e as mudanças no comportamento dos 
clientes se tornam mais intensas e frequentes, deixando o processo de decisão de 
marketing cada dia mais complexo. Acabando com os mitos Muitos confundem 
pesquisa de mercado com a aplicação de questionários ou realização de entrevistas. 
Essas atividades são apenas algumas das formas de obter determinadas 
informações. Para tomar decisões acertadas, o empresário pode usar diversos tipos 
de pesquisa. Até mesmo a simples observação da concorrência pode ser chamada 
de pesquisa. Um erro muito comum e grave é acreditar que a pesquisa de mercado 
sozinha é suficiente para avaliar a viabilidade de um negócio. O instrumento completo 
de análise de viabilidade é o plano de negócios, que necessariamente contém uma 
pesquisa. A pesquisa é insuficiente, pois oferece apenas informações sobre o 
mercado, e não sobre o modelo de negócios a ser implantado. Também não se deve 
fazer pesquisa se a empresa não está em condições de usar os resultados obtidos 
para melhorar a sua atuação no mercado. Lembre-se da regra: informações que não 
levam a decisões práticas são quase sempre perda de tempo e dinheiro. 
As pesquisas mais comuns e suas principais aplicações: 
• Potencial de consumo – usada para avaliar a demanda de produtos e serviços 
e embasar decisões de entrada em mercados desconhecidos 
• Satisfação do cliente – usada para identificar falhas e oportunidades de 
melhoria nos produtos e serviços, pode ser feita de forma contínua ou esporádica. 
 • Participação de mercado (market share) – mede a força da empresa e de 
seus concorrentes no mercado e, entre outras aplicações, usada para direcionar os 
esforços promocionais, a força de vendas e a propaganda. 
 
39 
 
Preferência (share-of-mind) – usada em conjunto com a de participação de 
mercado, permite observar a elasticidade do mercado com relação a produtos e 
marcas, ajudando a dimensionar os investimentos em comunicação. 
 • Lembrança (recall top-of-mind) – utilizada para avaliar a eficiência da 
comunicação e a percepção de qualidade do produto. 
 • Mídia – empregada para medir a participação e o perfil do público-alvo de um 
veículo de comunicação, serve para escolher onde e quando anunciar. 
• Comportamento do consumidor – usada para desenvolver produtos e 
embasar campanhas publicitárias. 
• Teste de novos produtos e serviços – utilizado para avaliar e ajustar produtos, 
reduzindo os riscos dos lançamentos. 
 • Escolha de ponto-de-venda – usada para avaliar a melhor alternativa de local 
para a instalação de determinado negócio. 
• Preço (venda ou compra) – usado para ajustar preços e o posicionamento de 
mercado, bem como para avaliar a viabilidade da entrada em novos mercados. 
Planejando uma pesquisa. 
 Desde a mais simples até a mais complexa pesquisa de mercado deve ser 
planejada para evitar falhas de todos os tipos, desde a escolha incorreta do método a 
ser usado até a importância das informações obtidas para o processo decisório. A 
pesquisa de mercado pode ser dividida em sete etapas: 
1. Definição do problema ou questões de pesquisa 
a. Objetivo – quais perguntas a pesquisa vai responder 
b. Público-alvo 
2. Desenvolvimento do plano de pesquisa 
a. Qual método de pesquisa será usado 
b. Universo 
c. Amostra 
d. Cronograma 
3. Questionário de pesquisa 
a. Elaboração e revisão das perguntas 
b. Definição da forma de aplicação (correio, telefone, entrevista pessoal, e-mail, 
distribuição) 
c. Teste em pequena escala 
 
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4. Aplicação da pesquisa 
a. Seleção e treinamento dos entrevistadores (quando usado) 
b. Coleta de dados junto ao mercado. 
5. Tabulação dos dados 
a. Organização dos dados em tabelas e gráficos 
b. Realização de cálculos (médias, medianas etc.) e aproximações. 
6. Avaliação dos resultados 
a. Análise quantitativa, qualitativa e comparativa dos resultados 
b. Realização do relatório de conclusão da pesquisa 
7. Tomar as decisões de marketing. 
 
8.3 Classificações de pesquisa 
 As pesquisas podem ser classificadas, segundo a fonte dos dados, em 
secundários e primários; conforme o método, em qualitativas e quantitativas; e pela 
freqüência de aplicação em contínuas e esporádicas (ad hoc). Segundo a fonte de 
dados, temos: 
 • as pesquisas primárias, que são aquelas realizadas especificamente por uma 
empresa com finalidades restritas a seu escopo, 
• e as secundárias, muito mais abrangentes e feitas por setor de atividade 
econômica, geralmente pelo governo (IBGE) ou por entidades de classe (SEBRAE). 
Conforme o método, temos: 
• a qualitativa, que é de natureza exploratória e possui menor ou nenhum rigor 
estatístico, 
• e a quantitativa, que é em sua essência um processo de medição, por isso 
segue critérios matemáticos bastante rígidos. 
 
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Com relação à frequência temos: 
• as pesquisas contínuas, que monitoram continuamente indicadores de 
mercado, 
• as pesquisas “ad hoc”, usadas quando surgem questões específicas a 
responder, 
• e as cíclicas, realizadas repetidas vezes a cada determinado período de 
tempo. 
Principais fontes de informações 
• IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia