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Bullying: Causas, Consequências e Identificação

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DOCÊNCIA EM 
SAÚDE 
 
 
 
 
 
BULLYING 
 
 
 
1 
 
Copyright © Portal Educação 
2012 – Portal Educação 
Todos os direitos reservados 
 
R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 
Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 
Internacional: +55 (67) 3303-4520 
atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS 
Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842b Bullying/ Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2012. 
 136p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-8241-390-6 
 1.Bullying. 2. Violência na escola. 3. Assédio. I. Portal Educação. II. 
Título. 
 CDD 370.15 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 O QUE É BULLYING? ............................................................................................................... 6 
1.1 DEFINIÇÃO ............................................................................................................................... 10 
2 CAUSAS E ORIGENS ............................................................................................................... 16 
2.1 CONSEQUÊNCIAS ................................................................................................................... 21 
2.1.1 Sintomas Psicossomáticos ........................................................................................................ 26 
2.1.2 Transtornos do Pânico ............................................................................................................... 26 
2.1.3 Fobia Escolar ............................................................................................................................. 27 
2.1.4 Fobia Social ............................................................................................................................... 28 
2.1.5 Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) ......................................................................... 28 
2.1.6 Depressão ................................................................................................................................. 29 
2.1.7 Anorexia e Bulimia ..................................................................................................................... 30 
2.1.8 Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) ................................................................................. 31 
2.1.9 Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) ....................................................................... 32 
2.2 QUADROS MENOS FREQUENTES ......................................................................................... 32 
3 COMO IDENTIFICAR O BULLYING ......................................................................................... 34 
 
 
3 
 
4 CARACTERIZAÇÃO DOS ENVOLVIDOS ................................................................................ 39 
4.1 AS VÁRIAS FACES DAS VÍTIMAS ........................................................................................... 39 
5 OS AGRESSORES ................................................................................................................... 43 
6 ESPECTADORES ..................................................................................................................... 45 
7 IDENTIFICANDO OS ENVOLVIDOS ........................................................................................ 47 
8 AS VÍTIMAS .............................................................................................................................. 49 
9 AGRESSORES ......................................................................................................................... 52 
10 ESPECTADORES ..................................................................................................................... 54 
11 OS DIVERSOS COMPORTAMENTOS DIANTE DO BULLYING ............................................. 57 
12 EM QUAIS LUGARES O BULLYING ACONTECE? ................................................................ 60 
13 A FAMÍLIA ................................................................................................................................ 61 
14 A ESCOLA NESTE CONTEXTO .............................................................................................. 63 
15 A INFLUÊNCIA DOS AMIGOS E DOS GRUPOS NOS ADOLESCENTES .............................. 65 
16 A JUVENTUDE E A AGRESSIVIDADE .................................................................................... 67 
17 AQUELES QUE NÃO APRESENTAM AGRESSIVIDADE ....................................................... 69 
18 OS ADULTOS PODEM INTERVIR ........................................................................................... 70 
19 AS OUTRAS FASES DO BULLYING ....................................................................................... 71 
19.1 MOBBING .................................................................................................................................. 71 
 
 
4 
 
20 OS PROFESSORES E A VIOLÊNCIA ESCOLAR ................................................................... 73 
21 BULLYING HOMOFÓBICO ...................................................................................................... 74 
22 TROTES UNIVERSITÁRIOS ..................................................................................................... 76 
23 HAPPY SLAPPING ................................................................................................................... 78 
24 ATITUDES PARA PREVENÇÃO .............................................................................................. 80 
24.1 NA ESCOLA .............................................................................................................................. 80 
24.2 OS PROFESSORES ................................................................................................................. 81 
24.2.1 Quando o professor é o agressor .............................................................................................. 81 
24.2.2 Quando o professor é o agredido .............................................................................................. 82 
25 OS PAIS ................................................................................................................................... 83 
26 INSTITUIÇÕES E PROGRAMAS ANTI-BULLYING ................................................................ 84 
27 LEI ANTI-BULLYING NO BRASIL ............................................................................................ 87 
28 DISQUE BULLYING .................................................................................................................. 91 
29 CIBERBULLYING ..................................................................................................................... 93 
30 AS VÍTIMAS DO CIBERBULLYING ......................................................................................... 96 
31 OS PRATICANTES DE CIBERBULLYING ............................................................................... 98 
32 POR QUE PRATICAR O CIBERBULLYING............................................................................. 99 
33 COMO INTERROMPER OS ATAQUES VIRTUAIS ................................................................. 100 
 
 
5 
 
34 A ADOLESCÊNCIA E CIBERBULLYING ................................................................................ 10135 OS PAIS DIANTE DO CIBERBULLYING ................................................................................ 104 
36 A ESCOLA E O CIBERBULLYING .......................................................................................... 106 
37 AS ESTRELAS QUE SUPERARAM O BULLYING ................................................................. 107 
38 CASOS DE ANÔNIMOS .......................................................................................................... 113 
39 CASOS DIVULGADOS NA MÍDIA ........................................................................................... 127 
40 PAIS PODEM RESPONDER CRIMINALMENTE ..................................................................... 122 
41 BULLYING NO MUNDO .......................................................................................................... 123 
42 A INDÚSTRIA CINEMATOGRÁFICA E O BULLYING ............................................................ 127 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 133 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
1 O QUE É BULLYING? 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://4.bp.blogspot.com/_syI7sVrfP4Y/RlRab7FG3iI/AAAAAAAAABc/mddg3vKsPXE/s1600-
h/bullying2%20copy.gif>. Acesso em: 21 jun. 2010. 
 
 
A palavra Bully se traduziria como valentão, tirano, logo, o verbo bully significa 
tiranizar, amedrontar, brutalizar, oprimir e, por esse motivo, bullying quer dizer, um conjunto de 
atitudes violentas tanto física quanto psicologicamente, que sejam intencionais e repetitivos 
praticados por um (bully) ou mais indivíduos com único objetivo de intimidar ou agredir um ou 
mais indivíduos incapazes de se defender. Tanto os autores das agressões quanto as vítimas-
alvo são quem sofrem os efeitos deste fenômeno tão prejudicial a todos. Existem também as 
vítimas/agressoras, e/ou autores-alvos, que da mesma forma, em determinados momentos 
acabam cometendo agressões, mas igualmente são caracterizadas como vítimas de bullying 
pela turma. 
Bullying são situações caracterizadas por atitudes repetitivas e intencionais de 
qualquer tipo de violência como, por exemplo, física e psicológica e que normalmente parte de 
um ou mais alunos contra um ou mais colegas. A terminologia em inglês refere-se ao verbo 
ameaçar, intimidar e também é muito utilizada para enunciar a vontade decidida e consciente de 
insultar ou colocar alguém sob tensão. É importante que todos saibam que além dos atos de 
 
 
7 
 
violência, também estão compreendidos no bullying os apelidos desagradáveis que foram 
criados para humilhar e desestimular os colegas. 
O fenômeno bullying é uma dinâmica psicossocial expansivo envolvendo números 
cada vez maiores de envolvidos, tendo em vista que as vítimas em determinado momento 
também reproduzem os maus tratos sofridos. É uma epidemia específica e destrutiva e que pode 
ser considerado caso de saúde pública, por esse motivo, é importante que sejam tomadas 
medidas que integrem a comunidade e as autoridades competentes vinculadas à educação, 
saúde e segurança pública por meio de atividades de prevenção e assistência. 
As escolas precisam admitir que são lugares passíveis de violência para auxiliar e 
informar professores e alunos sobre o que é bullying sempre deixando claro que o 
estabelecimento não admitirá a prática. Os professores, por sua vez, também são de 
fundamental importância no trabalho contra o bullying, já que há diversas formas de trabalhar o 
tema em sala de aula com os alunos, como por exemplo, em redação, pesquisa, teatro entre 
tantas outras, bastando, para isso, usar a criatividade. 
Os professores podem ainda auxiliar no processo de identificação dos autores, tanto os 
agressores quanto as vítimas e expectadores, dos quais discutiremos nos próximos capítulos. 
Normalmente, o agressor tem uma vida familiar resolvida na base de violência, e reproduz, 
também, na escola, o que aprendeu em casa. Já as vítimas costumeiramente são crianças com 
problemas com a autoestima e também retraídas. Não importa onde estejam, por isso, 
dificilmente reagem às agressões sofridas, e é esse o canal de abertura para que esta violência 
volte a acontecer, tendo em vista que se a vítima reagisse, a tendência seria que as provocações 
acabassem. 
É evidente, que banir as brincadeiras entre os colegas no ambiente escolar não é o 
melhor caminho, porém, é necessário que a escola aprenda a distinguir as piadas aceitáveis e as 
agressivas. A empatia à vítima é a melhor forma de reconhecimento de um ato de bullying, visto 
que não gostamos de ser ofendidos ou humilhados e precisamos tomar uma atitude. 
Sempre que uma atitude de bullying for percebida pelo professor, o mesmo deverá 
corrigir o agressor e se for o caso de violência física, deverá entrar em contato com os pais para 
tomar as medidas devidas. 
 
 
8 
 
Vale informá-los de que só a escola não é capaz de resolver este problema, mas, 
normalmente, é nela que se apresentam os primeiros sinais de que a criança está se tornando 
agressora e, a tendência, é que se não for limitada, torne-se também, um adulto agressor. É 
necessário sempre ter boas referências para mostrar aos jovens que nada se resolve com 
violência e, que o bullying só se resolve com a integração da escola e da família. 
De alguma forma, todos nós já fomos vítimas de bullying, ou pelo menos já 
presenciamos casos de abuso de poder, intimidações e prepotência. Nas famílias, podemos 
identificar os bullies na figura dos pais, cônjuges ou irmãos autoritários e cruéis que aterrorizam 
a vida da vítima, diminuindo seus esforços e também sua autoestima. No ambiente escolar, eles 
abusam, provocam, atormentam, manipulam e humilham suas vítimas. Quando entram no 
mercado de trabalho suas atitudes são prepotentes, perversas, dissimuladas, ou seja, estes 
estão por toda parte, nos mais diversos lugares e suas atitudes podem ser identificadas nas filas 
de banco, hospitais, trânsito e até mesmo nas forças armadas. 
Normalmente, as causas do bullying são ignoradas e até mesmo vistas como fraqueza 
de caráter, porém elas podem estar nos modelos educacionais impostos às crianças que, muitas 
vezes, com carência afetiva, ausência de valores, regras e limites, são surpreendidas com a 
forma com que os pais impõem a autoridade, com punições ou intimidações e, dessa forma, 
aprendem a resolver seus problemas e dificuldades também com violência. Após ter vivenciado 
momentos de agressão, acaba como que “aprendendo” e passa a utilizar-se dela sempre que 
houver oportunidade. Para a criança que pratica o bullying, a forma como se expressa a 
violência é apenas para intimidar e, portanto, sua atitude lhe parece correta, desse modo, não se 
autocondena, contudo, também sofre. 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.mmais.com.br/materia.cfm/idedicao/21/tb/noticias/id/631>. Acesso 
em: 26 jun. 2010. 
 
 
 
9 
 
No Brasil, Cléo Fante foi a pioneira nos estudos deste fenômeno e, tendo em vista que 
é educadora, desde o ano de 2000 ela vem pesquisando sobre a violência nas escolas e 
dedicou-se, em especial, ao bullying. Tendo grande paixão pelas causas da educação e, 
sabendo que é nos primeiros anos escolares que possivelmente surgirão os traumas originados 
da violência, tanto familiar quanto escolar, Cléo ressalta a importância e a necessidade de 
resgatar o estado emocional das crianças o mais breve possível. Dessa forma, propôs-se a 
realizar um trabalho voluntário nas escolas e criou o programa Educar para a Paz, um trabalho 
criativo, inteligente e eficaz, o qual já está sendo aplicado em algumas escolas e que é 
recomendado, visto que, houve resultados ótimos e animadores. 
Cabe então, ressaltar a importância da intervenção dos educadores (pais e 
professores) e de todas as pessoas envolvidas no processo de identificação e solução da 
violência,conhecida como bullying. 
Atina-se com Fante (2005, p. 21) que o bullying se apresenta de formas variadas e 
pode causar vários prejuízos aos envolvidos: 
 
O bullying apresenta-se de forma velada, por meio de um conjunto de 
comportamentos cruéis, intimidadores e repetitivos, prolongadamente contra uma 
mesma vítima, e cujo poder destrutivo é perigoso à comunidade escolar e a 
sociedade como um todo, pelos danos causados ao psiquismo dos envolvidos. 
Referimo-nos à fenomenologia bullying, aquela que gera e alimenta a violência 
explicita e que vem se disseminando nos últimos anos, tendo como resultado 
nefastos massacres em escolas localizadas nas mais diversas partes do mundo. 
 
 
Percebe-se que o bullying está presente em todas as escolas, independente de classe 
social, e que este fenômeno ocorre de forma cruel e intencional por parte dos intimidadores, na 
qual as vitimas do bullying sofrem caladas as torturas físicas, verbais e psicológicas, dificultando 
assim a aprendizagem e o convívio com a sociedade. 
Bullying é um problema mundial, encontrado em 100% das escolas brasileiras, 
primárias ou secundárias, urbanas ou rurais. Pode-se dizer que as escolas que não admitem a 
sua ocorrência, desconhecem ou se negam a enfrentá-la. 
 
 
10 
 
Se a escola adotar medidas contra o bullying que envolva a comunidade escolar, 
poderá contribuir positivamente para a formação de uma sociedade cultural não violenta. 
 
 
1.1 DEFINIÇÃO 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://babble.com/CS/blogs/strollerderby/2009/04/bully.jpg>. Acesso em: 22 
jun. 2010. 
 
 
Todos os dias, alunos no mundo inteiro são vítimas da violência que vem mascarada 
em forma de brincadeiras, as quais são praticadas por um indivíduo ou grupo. Infelizmente, a 
violência escolar nos últimos anos adquiriu uma vasta dimensão em todas as classes sociais, o 
que a torna uma questão preocupante devido aos seus inúmeros acontecimentos em todos os 
níveis de escolaridade. 
A terminologia bullying tem sido adotada em vários países como designação para 
explicar todo tipo de comportamento agressivo, cruel, intencional e repetitivo inerente às 
 
 
11 
 
relações interpessoais. Bullying é um termo de origem na palavra inglesa bully, que significa 
valentão, brigão, e até aquele que usa a superioridade física para intimidar alguém. Ainda não 
existe termo equivalente em português, porém, alguns psicólogos estudiosos deste assunto, o 
denominaram “violência moral”, “vitimização” ou “maltrato entre pares”, já que este fenômeno se 
trata de agressão em grupo, como na maioria dos caso de estudantes. 
Compreende-se em Constantini (2004, p. 69) que bullying é um tipo de violência 
causada por uma ou várias pessoas: 
 
O bullying trata-se de um comportamento ligado à agressividade física, verbal ou 
psicológica. É uma ação de transgressão individual ou de grupo, que é exercida de 
maneira continuada por parte de um indivíduo ou de um grupo de jovens definidos 
como intimidadores nos confrontos com uma vítima. 
 
Algumas práticas de maus tratos podem tornar-se bullying de forma direta ou indireta 
e, quase sempre, a vítima sofre estes desrespeitos de mais de um agressor, o que contribui para 
a evasão escolar e também sua exclusão social. 
O bullying se caracteriza por alguns tipos de maus tratos como físico, verbal, moral, 
sexual, psicológico, moral, material e virtual e ocorrem quase sempre quando um ou mais 
integrantes de um grupo escolhem um indivíduo para ser espiado pelo grupo que o agride sem 
que este consiga se defender. Os agressores ainda induzem a opinião dos demais colegas por 
meio de boatos que o difamam ou apelidos que intensificam suas características tanto físicas, 
quanto psicológicas e seu jeito taxado como diferente, esquisito ou negativo. 
Seguem algumas formas e palavras que podem apresentar ações de bullying: 
 Formas Verbais: Colocar apelidos, insultar, ofender, xingar, fazer gozações, 
fazer piadas e zoar; 
 Formas Físicas e Materiais: Bater, chutar, espancar, empurrar, ferir, beliscar, 
roubar ou destruir pertences da vítima e atirar objetos contra a vítima; 
 Formas psicológicas e morais: Irritar, humilhar, ridicularizar, excluir, isolar, 
ignorar, desprezar ou fazer pouco caso, discriminar, aterrorizar, ameaçar, chantagear, intimidar, 
 
 
 
12 
 
tiranizar, dominar, perseguir, difamar, passar bilhetinhos e desenho de caráter ofensivo entre os 
demais, fazer intrigas, fofocas ou mexericos; 
 Formas Sexuais: Abusar, violentar, assediar, insinuar. Estes comportamentos 
costumam acontecer entre meninos e meninas e entre meninos e meninos, em que um 
estudante é assediado e/ou violentado por um ou mais “colegas” no mesmo momento. 
 Formas Virtuais: os agressores se utilizam dos avanços tecnológicos para 
propagar avassaladoramente as difamações e calúnias. 
Há algumas pessoas que são consideradas alvo de bullying, por exemplo, os nerds e 
aqueles que têm sotaque diferente. Entre os meninos são perseguidos aqueles que são mais 
sensíveis e efeminados, já no caso das meninas, aquelas que são masculinizadas e grosseiras. 
Na maioria das vezes, os agressores maltratam suas vítimas tirando sarrinhos, zombando, 
sacaneando ou fazendo gestos inconvenientes, dando risadinhas, ameaçando com olhares e 
expressões faciais. A vítima, por sua vez, fica cada vez mais isolada, excluída, rejeitada pelos 
grupos que não querem ninguém fraco ou indefeso ou por medo de se tornarem as próximas 
vítimas. 
Entende-se por bullying a violência praticada de forma física, verbal ou psicológica 
entre os educandos, no âmbito escolar, a qual pode acarretar sérias consequências ao ensino-
aprendizagem dos alunos, gerando desde a queda da autoestima, até em casos mais sérios o 
suicídio e outras tragédias. 
O bullying não é um problema só do nosso país, mas sim, de uma dimensão 
internacional, visto que, por ano, cerca de 350 milhões de crianças enfrentam estas atitudes 
grosseiras e humilhantes de bullying em todo o mundo e que essa é considerada uma das 
principais causas de abandono escolar. 
Em nosso país, o termo bullying não recebeu uma tradução direta, por não existir em 
nosso idioma nenhuma palavra que tenha o impacto do significado o qual a palavra bullying 
possui, e sim, várias palavras já apresentadas anteriormente, as quais traduzem o seu 
significado simbolicamente e que expressam algumas situações que podem estar presentes na 
prática deste tipo de violência. 
Alguns países como a Itália, por exemplo, encontrou uma tradução do termo que 
engloba o significado de tantos atos de violência, lá o termo encontrou a tradução ‘prepotenza’, 
 
 
13 
 
em Portugal, ‘maus-tratos entre pares’, em alemão ‘agression unter schülern’ e na França 
‘harcèlement quotidien’. 
Para os ingleses, bullying é comumente usado para descrever uma forma insistente e 
importuna, de alguém que de alguma forma, em condições de exercer o uso do seu poder sobre 
outro alguém ou sobre um grupo mais fraco. 
Na Europa, há cerca de dez anos foi iniciada uma pesquisa na qual se descobriu que, 
o que estava por trás de tantas tentativas de suicídio entre adolescentes, era geralmente o que 
os pais e a escola não davam a devida atenção, como aqueles apelidos, ofensas e 
“brincadeirinhas bobas”, pelos quais os jovens passavam rotineiramente que, humilhados e sob 
pressão, tomavam atitudes desesperadas. 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.acosomoral.org/indexolweus.htm>. Acesso em: 28 jun. 2010. 
 
 
O psicólogo norueguês Dan Olweus (1978), da Universidade de Bergen, foi o pioneiro 
a relacionar a palavra bullying ao fenômeno, pois ao pesquisar as tendências suicidas dos 
adolescentes, Olweus descobriu que a maioria destes jovens já havia sofrido algum tipo de 
ameaça ou humilhação e que, portanto, bullying era um mal a combater. Olweus pesquisou 
inicialmente cerca de 84 mil estudantes, 304 professores e em torno de 1000pais, incluindo 
vários períodos de ensino. Este estudo constatou que, a cada sete alunos, um estava envolvido 
 
 
 
14 
 
em casos de bullying. Após esta pesquisa ocorreu uma campanha com o apoio do governo 
norueguês, onde reduziu em cerca de 50% os casos de bullying nas escolas. 
Este cientista sueco trabalhou por muitos anos em Bergen (Noruega) e define bullying 
em três termos essenciais: 
 
 Comportamento agressivo e negativo; 
 Comportamento executado repetidamente; 
 Comportamento que ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio de 
poder entre as partes envolvidas. 
 
O bullying divide-se em duas categorias: 
 
 Bullying direto; 
 Bullying indireto, também conhecido como agressão social. 
 
O tipo mais comum entre os agressores do sexo masculino é o bullying direto e a 
agressão social ou bullying indireto é mais comum do sexo feminino e crianças pequenas. Este 
tipo de bullying é caracterizado por induzir a vítima ao isolamento social o qual é conquistado por 
meio de uma diversidade de técnicas que, entre outras, incluem: espalhar comentários em 
fofocas sobre a vítima; recusar a socialização com a vítima e intimidar também as outras 
pessoas que desejam se socializar com a vítima; criticar o modo como a vítima se veste e ou 
outros aspectos socialmente significativos (incluindo a etnia da vítima, religião, incapacidades 
etc.). 
O bullying pode ocorrer em situações que acabam por envolver a escola de qualquer 
nível, seja educação infantil ou ensino superior, o local de trabalho, os vizinhos e até mesmo os 
países, porém, em qualquer uma das situações em que aconteça, a estrutura de poder é 
característica evidente entre o agressor e a vítima. 
 
 
 
15 
 
Presenciar casos fora do relacionamento em que o bullying acontece dá a impressão 
de que o poder do agressor só depende da percepção da vítima, que se retrai para oferecer 
algum tipo de resistência, porém, normalmente, a vítima tem motivos para temer o agressor, 
visto que, já deve ter recebido ameaças ou concretizações de violência, ou perda da qualidade 
de vida que tinha outrora. 
No Estado de São Paulo, a legislação jurídica definiu bullying como atitudes de 
violência psicológica e/ou física, que acontecem sem motivos inequívocos e praticados com a 
intenção de intimidar ou agredir as pessoas, causando angústia e dor. 
Por desrespeitarem os princípios constituintes, a conduta de que a prática bullying 
configura ato ilícito, o Código Civil determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gere o 
dever de indenização. Também pode se enquadrar no Código de Defesa do Consumidor, visto 
que as escolas são prestadoras de serviço aos consumidores e, portanto, responsáveis por atos 
de bullying que ocorram em seu contexto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
2 CAUSAS E ORIGENS 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://kindy.gameover.zip.net/>. Acesso em: 22 jun. 2010. 
 
 
Todos sabem que houve um crescente número de casos de violência e de 
agressividade na infância e na adolescência na sociedade atual, o que é muito preocupante para 
o futuro das famílias. Se levarmos em consideração que ocorrem muitas mudanças em nossos 
hábitos e que estes influenciam uma sequência de causas e consequências no modo de ser e de 
agir de uma pessoa e de um grupo, o que torna, na maioria das vezes, arcaica e defasada as 
respostas que precisaram ser adaptadas para que o mesmo pudesse trabalhar com essas 
mudanças, estas modificações podem ser facilmente identificadas com a globalização, com o 
apelo ao consumismo, aos padrões de beleza, aos fenômenos relacionados à emigração, do 
aumento da desigualdade social, na integração ética, religiosa e cultural etc. 
É importante que seja levada em consideração a educação familiar, a qual é 
responsável pela formação das atitudes dos filhos/estudantes. Estas transformações podem 
estimular as atitudes dos indivíduos e é preciso considerar a agressividade como um fator 
natural e inseparável de qualquer pessoa e a que movimenta as atitudes de sobrevivência, para 
enfrentar e autossuperar a vida, a qual é canalizada e orientada por meio de limites morais e 
sociais e que trazem a autorrealização no desenvolvimento da sua vida. 
http://bp3.blogger.com/_Ptg7_yUnu-Y/SE8qBcR5EAI/AAAAAAAAAIQ/Z2QMIShukhk/s1600-h/banner+bullying+c%C3%B3pia2.jpg
 
 
17 
 
As famílias estão passando por transformações nunca imaginadas anteriormente e as 
dificuldades de disciplinar e limitar os filhos são fatores decisivos para expressar a agressividade 
e a violência entre crianças e adolescentes e, infelizmente, as atitudes agressivas e violentas 
são aprendidas no seio familiar, onde sonham com o oposto, ou seja, das quais fossem positivas 
e pudessem imitar. A falta de limites e de modelos para a autoidentificação, agregada aos 
demais fatores já mencionados, podem despertar comportamentos agressivos, destrutivos e 
violentos. 
Pode-se observar como é grande a influência das mudanças sociais no surgimento do 
bullying, visto que, não se consegue transmitir boas e estáveis referências, valores e modelos 
construtivos de ideias que possam ser partilhadas com todos. 
Entre dois e quatro anos de idade de uma criança já se pode presenciar momentos de 
agressividade incontrolável e ilimitada e é, nesta primeira infância, que ela tenta dominar os pais 
às suas vontades e inicia luta para diferenciar a relação simbólica com a figura da mãe. Aí surge 
a necessidade de limites que auxiliem no processo de autoafirmação, de trabalhar com as 
frustrações, de conversas como estilo adequado de autoexpressão, hábitos saudáveis com a 
família em relação à capacidade de resolver problemas e também na ocupação dos tempos 
livres, de estímulo e exemplos de expressões afetivas e solidárias, para que a criança possa 
desenvolver empatia, e para que participe ativamente dos momentos em comum com a família, 
para desenvolver habilidades que a integrem que lhes dê responsabilidade e noções de utilidade 
na construção dos seus ideais. É preciso estabelecer regras que norteiem o comportamento e as 
adequações da realização de seus desejos e, pouco a pouco, toda a agressividade 
anteriormente vivenciada vai reduzindo e volta a aparecer na adolescência, mas reaparece 
menos intensa, para reforçar seu autocontrole, mas, quando se aproxima da idade adulta, e já 
deveria ter plenas condições para gerenciá-las equilibradamente, a agressividade diminui. 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.yesnet.yk.ca/schools/wes/webquests_themes/media_sofie/media_images/bullying/im
ages/bullying%202_jpg.jpg>. Acesso em: 21 jun. 2010 
 
 
Para que possamos entender de onde vêm estes comportamentos agressivos e 
intimidatórios, primeiramente, é importante e necessário ficar entendidas as fases em que a 
criança está se desenvolvendo, como a fase do “não”, que acontece com criança com idade 
entre 2 e 3 anos, onde elas têm crises de oposição e inexplicáveis manifestações de ódio. Nesta 
fase, elas precisam de alguém que faça intervenções para conter o impulso e a ânsia que o 
provoca, mas que esta intervenção seja feita de maneira adequada. Quando isto não acontece, 
as crianças passam a usar deste comportamento para conseguir tudo o que querem, e começam 
a utilizá-lo em suas relações sociais, com atitudes que intimidam, abusam e agridem os demais. 
Há casos em que outras crianças nesta mesma fase são violentadas, cobradas, 
criticadas, repreendidas e/ou punidas por indivíduos adultos, que sem refletir as suas ações, 
agridem e maltratam e estas crianças reproduzem estas ações em suas relações com os outros. 
Existem ainda aquelas que aprendem sozinhas e cedo demais, que podem conseguir o que 
querem abusando e intimidando os outros e quando são descobertas estas atitudes, 
argumentam que a vítima é quem começou, ou que ela é diferente dos demais. Como não se 
sabe exatamente o que éser diferente, na maioria das vezes, o diferente é vítima de 
preconceito, transmitidos das mais diversas formas e ambientes, tornando parte da vida destas 
 
 
19 
 
crianças, tanto familiar, quanto escolar, social e até na mídia, a qual nos fornece modelos de 
referência que nos reconhecemos ou identificamos. 
Na tentativa de compreender o fenômeno bullying, inúmeros estudos estão sendo 
desenvolvidos nos mais diversos aspectos: familiar, social, cultural, afetivo e emocional. São 
também inúmeras correntes pedagógicas, psicológicas, antropológicas e filosóficas que apontam 
para os aspectos a seguir: maus tratos dos pais, carência afetiva, ausência de limites ou 
excessiva permissividade, prolongada exposição às cenas de violência por meio da mídia e dos 
games, acesso fácil às ferramentas disponíveis nos meios de comunicação e informação. Existe 
também a competitividade, a qual gera o individualismo e a dificuldade de empatia, falta de 
modelos educativos apoiados em valores e que são capazes de fundamentar uma vida inteira. 
 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://diganaoaerotizacaoinfantil.wordpress.com/2009/04/01/bullying-e-um-mal-que-precisa-ser-
combatido-rapidamente/>. Acesso em: 22 jun. 2010. 
 
 
Nos mais diversos estudos realizados sobre o fenômeno bullying, foram possíveis 
verificar que as possíveis vítimas, independente da idade, possuem as mesmas características, 
sinalizando que são de fáceis ataques agressivos, visto que, possuem autoestima fragilizada, 
são inseguras, possuem medo e grande dificuldade de se defender dos agressores que também 
são inseguros e têm medo, possuem sentimento de mágoas, dor, revolta, de momentos em que 
são vitimados, porém, escondem estes sentimentos atrás de suas agressões e intimidações aos 
mais fracos, simulando por meio de seus atos impiedosos que possuem autoestima elevada e 
por este motivo são considerados “maus”. 
 
 
20 
 
Nos atendimentos em consultórios psicopedagógicos, ficam evidentes que os 
praticantes de bullying já foram alvos da tirania de um bully, em algum momento de sua vida, 
podendo ser por meio dos pais, parentes ou até professores que se aproveitaram da sua 
fragilidade para atribuir ainda mais sofrimentos. Percebe-se que o bullying é um ciclo que se 
repete, repleto de maus-tratos, no qual uma pessoa pode ser vítima e ao mesmo tempo 
agressora. 
Ninguém nasce praticando bullying, logo algum fato pode ter contribuído para 
nascimento deste tipo de comportamento, ou seja, as crianças que hoje são vítimas na primeira 
infância se tornam inseguras e a tendência é que sejam alvo de bullies e/ou sujeitem outras 
crianças ao bullying, visto que, repetir a vitimização é uma forma de se proteger e de lidar com a 
dor sentida emocionalmente e os traumas causados por comportamentos desrespeitosos. Com 
isto, podemos observar que o bully também é uma pessoa que sofre e que tem muito medo e 
raiva e para esconder a sua fraqueza, maltrata os outros. Estas atitudes lhe dão prazer porque 
fazem os outros sofrerem como ele sofreu e, com o passar do tempo, estas atitudes vão se 
interiorizando e começam a fazer parte do seu repertório de comportamentos. Por esse motivo 
encontramos jovens que possuem conduta autodestrutiva ou violenta contra os demais e não se 
arrepende. 
Quando um indivíduo não possui um modelo positivo que seja parâmetro de ações e 
reações, então ele tem o direito de encontrá-lo no seu meio social mais próximo à família, à 
escola e, por este motivo, o professor das séries iniciais deve ser referencial de confiança, 
respeito, amor, equilíbrio e identificação, visto que, não encontrando esta referência na escola, 
irá buscá-la fora dela e, é nestes casos, que muitos acabam encontrando a figura do anti-herói 
de envolvimentos delinquentes. 
Nas ações educativas muito flexíveis, permissiva é o centro do problema, pois resultam 
em jovens que não sabem o que é respeito o que aumenta as infrações. Este tipo de educação 
conhecida como permissiva, contribui para que cada vez menos os jovens aprendam o que é 
limite, e faz com que sejam cada vez mais irresponsáveis, sentindo dificuldade em controlar seus 
impulsos, negociar os conflitos e de se responsabilizar por suas ações, pensar nas 
consequências de suas atitudes, respeitar e ter empatia pelo outro. 
 
 
 
21 
 
A falta de referencial permissivo também traz problemas, visto que, como muitos 
educadores não possuem habilidades para se comunicar de forma construtiva, assertiva e 
apropriada, acabam resolvendo os problemas com impaciência, mau-humor e desrespeito, tanto 
com o ambiente em que estão inseridos, quanto com as pessoas envolvidas, oferecendo 
modelos educativos inadequados, agindo com autoritarismo e dando maus exemplos. 
O que determina a manifestação de comportamentos agressivos e construção de perfis 
psicológicos é o modelo educativo predominante, ou seja, a memória arquivada e originada das 
primeiras relações familiares é responsável pela construção do pensamento, emoções e 
comportamentos desta criança. Nos casos em que tenha sofrido humilhações e maus tratos, ela 
desenvolverá tendência inconsciente de repetir o que viveu em outras crianças, se afirmando e 
expressando o que aprendeu na tentativa de se realizar, sentindo inconscientemente satisfação 
no provocar e maltratar. 
 
 
2.1 CONSEQUÊNCIAS 
 
 
Nos estudos de caso e atendimentos clínicos, são encontradas diferentes e variadas 
formas de consequências e fica evidente que o que surge em maiores níveis é o estresse, o qual 
é responsável por 80% das doenças atuais, pois baixam a imunidade e são sentidos sintomas 
psicossomáticos diversificados e aumentados nos horários de ir à escola. 
A escolha de um aluno-alvo geralmente com grande diferença de poder, já aponta para 
sua baixa autoestima, visto que, os problemas causados pelo bullying prejudicam ainda mais os 
que já existiam antes dele. Também pode causar problemas graves de transtornos psíquicos 
e/ou de comportamento e podem trazer irreversíveis perdas. Os maiores índices de atendimento 
psicológicos são os de estresse, o qual é grande responsável pela maioria das doenças da 
atualidade, pelo fato de diminuir a imunidade e diversificar os sintomas psicossomáticos que, na 
maioria das vezes, aparecem na hora de ir à escola, como por exemplo, dor de cabeça, de 
estômago, musculares, náuseas, tonturas, febre, perda ou ganho de apetite, entre outros. 
 
 
 
22 
 
As vítimas têm inúmeras possibilidades de vivenciar traumas psicológicos e, após um 
longo período de ataques, podem sofrer grandes e irreversíveis perdas tanto no desenvolvimento 
cognitivo, quanto emocional e socioeducacional. 
O bullying traz prejuízos para o desenvolvimento da inteligência e da capacidade de 
aprendizagem, visto que, como a mente do ser humano é capaz de registrar todas as 
informações vivenciadas e experienciadas de uma vida inteira, logo, com o passar dos anos, 
constrói-se a nossa noção de autoimagem, autoestima, autoconceito, habilidades 
sociorrelacionais e de formas de resolver conflitos. Há também um grande repertório de 
comportamentos necessários para a vida e para a autopreparação, os quais se tomam 
conhecimento com o passar dos anos e é partindo destas construções que feitas durante a vida 
inteira que este terá ou não habilidades necessárias para a autorrealização. 
Os vitimizados ficam mais expostos às intimidações constrangedoras e são os que 
mais sofrem com a baixa autoestima, insegurança, ansiedade, angústia, vergonha e, 
principalmente, medo, o que os prejudicará, ficando cada vez em maior destaque aos olhos dos 
agressores, pois, não oferecerá resistência às agressões, portanto, terão maiores problemas 
com relações afetivas, social, de criatividade e liderança e sérios problemas em seu 
desenvolvimento afetivo tanto na família quanto nas relações sociais e do trabalho. 
O deficit de atenção, concentração, de aprendizageme a falta de interesse pelos 
estudos e pela escola, rendimento escolar comprometido e evasão são alguns dos sintomas 
mais comuns nos atendidos dos psicólogos. 
Em virtude da vitimização, algumas crianças tornam-se introvertidas, ansiosas, irritadas 
e tristes, isolando-se dos demais e perdendo o interesse pelos estudos. Com a mente 
aprisionada, geram emoções de repugnância que é capaz de estimular sentimentos como 
aflição, tensão e medo de ser vítima novamente e a qualquer momento. Por este motivo, 
perdem-se em pensamentos de novos ataques e de formas de se defender, preferem ficar com 
uma dúvida sem ser sanada do que ser humilhada ou criticada. Assim, não acompanham o 
rendimento escolar e inventam desculpas para não precisar ir as aulas, pois a escola, tornou-se 
lugar de insegurança e infelicidades. Muitos, ainda, tentam mudar de escola ou optam pela 
evasão escolar, ou desenvolvem fobia escolar (explicada mais adiante), a qual prejudica o seu 
desenvolvimento nas relações sociais, educacionais e afetivas. 
 
 
23 
 
O bullying ainda pode comprometer a vida social das pessoas, visto que, enquanto 
vítimas tendem a se fechar para novos relacionamentos, o que dificulta a integração social e, 
não superando essa dificuldade, tornam-se adultos com possíveis comportamentos depressivos 
ou compulsivos e com tendência a dificuldade nos relacionamentos por não confiar em ninguém. 
No trabalho, possuem dificuldades em se expressar e liderar, insegurança e dificuldade em 
resolver conflitos, tomar decisões e iniciativas, transferindo para os filhos tudo o que tem medo, 
tornando-se pais superprotetores. 
Existem alguns fatores que dificultam a defesa das vítimas, como por exemplo: estar 
em minoria, ter estrutura física menor, pouca habilidade de defesa e de lidar com casos 
estressantes e desagradáveis, baixa resistência a frustrações, o que ocorre justamente por 
sentirem muito medo de seus agressores. 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://helpbullyingschool.blogspot.com/2009_08_01_archive.html>. Acesso em: 22 jun. 2010. 
 
 
A lei do silêncio impera entre as vítimas, principalmente por falta de apoio e 
compreensão; medo de ser repreendido; vergonha de se expor diante de todos como 
incompetente ou fracote; incapacidade de defesa ou por acabar concordando com seus 
agressores, acreditando que ele realmente tem razão e que são merecedoras de todos os maus 
tratos sofridos. 
http://www.bullyingadvice.info/images/bullying.jpg
 
 
24 
 
Mas há casos em que as vítimas desenvolvem um sistema de defesa, o qual lhe 
permite a superação do problema, elas normalmente dedicam-se a fazer o que gostam como 
estudar ou demais atividades nas quais consegue destaque e torna-se conhecido por todos, 
porém há um grande número de vítimas que ainda não consegue reagir aos ataques, e muitas 
outras suplicam para que lhes deixem em paz, porém, as súplicas são inválidas. Há vítimas que 
respondem aos maus tratos com violência, outras contam com a ajuda de algum adulto, o que 
pode ser positivo ou não. Infelizmente, há casos em que a vítima chega ao extremo e resolve por 
fim a própria vida, assim como há aqueles que se munem e se vingam de todos aqueles que lhe 
importunavam e posteriormente também cometem suicídio. Existem vítimas que desenvolvem 
ansiedade, bloqueios, entre outros transtornos que serão mais bem explicados posteriormente. 
As consequências do bullying não param por aí. São evidenciadas ainda 
consequências drásticas de vitimização na vida profissional, onde mesmo pronta para assumir 
um cargo de chefia, a pessoa teme não ser capaz de exercê-lo, ou ainda, de talentosos músicos 
e compositores que não se apresentam em público por excessiva timidez, desenvolvida em 
função dos traumas vivenciados na escola. 
É comum entre os praticantes de bullying que apresentem afastamento dos objetos 
escolares, nível acadêmico muito baixo, e grande dificuldade de se adaptar às regras da escola 
e também às sociais, visto que, tem ações indisciplinadas, desafiantes que resultam no deficit de 
aprendizagem e falta de interesse pelos estudos. Normalmente, tornam-se pessoas arrogantes, 
agressivas, manipuladoras e desenvolvem liderança, porém de forma negativa. Possivelmente, 
estas pessoas introduzem a noção de que estão conseguindo posição de destaque social, 
usando de violência, autoridade e abusos que, normalmente, conduzem-no para a criminalidade, 
visto que, os autores de bullying têm grande possibilidade de desenvolver comportamentos 
delinquentes e antissociais, que se devem a falta de limites e estruturas educacionais que o 
direcionassem ao comportamento de autorrealização na vida para ações solidárias. Para os 
agressores, as regras de conduta social soam como desmotivação, pois se sentem superiores 
para cumprir regras. Por serem carentes tanto de amor quanto de limites, são inseguros, não 
possuem empatia e consideração em suas ações e ao contrário, adotam uma postura que 
desafia a autoridade seja de pais, professores e até mesmo policiais. Essas ações devem 
repercutir como um pedido de socorro, pois mostram que algo não anda bem. Os praticantes de 
bullying se envolvem mais facilmente em gangues, porte ilegal de armas, brigas e até mesmo 
 
 
25 
 
tráfico e uso de drogas e álcool e tendem a praticar assédio moral no trabalho, violência em casa 
e não estão preparados para as frustrações. 
A agressividade é um potencial que todos nós temos e que é muito importante para a 
nossa vida inteira, visto que é ela que nos faz levantar cedo, irmos à escola e/ou trabalho e 
passarmos um dia inteiro e ainda termos disposição para a noite. A agressividade por este ponto 
de vista é muito positiva, porém pode ser muito prejudicial caso não tenha sido educada e 
canalizada para projetos de autorrealização, neste caso, ela pode ser utilizada como mecanismo 
de defesa. 
É muito importante observarmos e controlarmos as atitudes das crianças, uma vez que 
as crianças que reproduzem ações de agressividade repentinamente podem estar sinalizando 
que alguma coisa não está bem, podendo ser um pedido de socorro, uma crise de frustração ou 
insatisfação com a vida que levam e, nestes casos, é necessário que um adulto faça uma 
intervenção amorosa, porém com firmeza, para controlar e direcionar os impulsos agressivos 
para ações que lhe gratificarão socialmente. 
 
FONTE: Disponível em: <http://bullying23.blogspot.com/2009_05_01_archive.html>. 
Acesso em: 22 jun. 2010. 
 
 
Os espectadores das práticas de bullying também sofrem consequências, pois, mesmo 
que não esteja envolvido diretamente, acabam ficando inseguros, incomodados e até mesmo 
traumatizados com o sofrimento do outro, tendo também a sua aprendizagem comprometida, 
pois começam a se inibir nas aulas e acabam não participando das mesmas, temendo ser 
também uma vítima ou alvo de chacotas e como as dúvidas vão se acumulando, e ninguém da 
 
http://1.bp.blogspot.com/_-ATOdobFfmA/SgWrm6KewFI/AAAAAAAAADM/spJuBkKDntc/s1600-h/jovem_01.jpg
 
 
26 
 
família tem tempo ou consegue lhe auxiliar em suas dúvidas, acabam faltando mais aulas, o que 
traz grande prejuízo no desempenho escolar. 
Há alguns espectadores que acabam participando das práticas de bullying e, neste 
caso, são tão culpados quanto os próprios agressores, o que acaba acarretando indiretamente 
em mais sofrimento da vítima, pois, na maioria dos casos, muito veem as agressões e nada 
fazem para ajudar a vítima, pois tem medo de se tornar a próxima vítima e, por este motivo, 
acabam incentivando os agressores, rindo e valorizando as suas atitudes desrespeitosas, o que 
é uma pena, pois mal sabem que estão contribuindo para uma sociedade de relacionamentos 
cada vez mais “frios”, com incapacidade de empatia e de assumirem relacionamentos seguros e 
duradouros. 
Conforme havia descrito anteriormente, serão comentados a seguir, alguns dos 
problemas mais comuns expostos nos consultóriospara os psicólogos, a fim de que seja 
observada a dimensão que o bullying pode tomar na vida de um indivíduo. 
 
 
2.1.1 Sintomas Psicossomáticos 
 
 
Normalmente apresenta sintomas físicos como dores de cabeça, cansaço crônico, 
insônia, náuseas, diarreia, palpitação, alergia, suor excessivo, tremores, tonturas, desmaios, 
calafrios, tensão muscular, formigamento, sensação de nó na garganta, boca seca, dificuldades 
de concentração, crise de asma. Estes sintomas, juntos ou isolados causam grande desconforto 
e consequentemente, prejuízos em suas atividades rotineiras. 
 
 
2.1.2 Transtornos do Pânico 
 
 
27 
 
Caracterizado pelo medo intenso e sem fundamento que surge do nada e sem nenhum 
aviso, estes são os casos que mais representam o sofrimento da vítima que é tomada por uma 
ansiedade e ao mesmo tempo medo acrescentado de um ou mais sintomas físicos 
(apresentados anteriormente), sem razão aparente. Uma crise de pânico pode durar cerca de 
vinte a quarenta minutos e é um dos momentos mais angustiantes que uma pessoa pode 
vivenciar, sofrendo a sensação de um ataque cardíaco enlouquecedor, estranhando-se a si 
mesmo e sentindo que pode morrer a qualquer momento. Normalmente, as pessoas que passam 
por um ataque de pânico ficam com medo de ter medo, pois nunca sabem quando uma nova 
crise acontecerá. 
 
 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://weblogs.clarin.com/educacion/archives/2009/02/fobia_escolar.html>. Acesso em: 26 jun. 
2010. 
 
 
2.1.3 Fobia Escolar 
 
 
 
 
 
28 
 
Como o nome mesmo já diz, é o medo de ir à escola, o que causa a repetência por 
faltas, problemas de aprendizagem e até mesmo a evasão escolar. Os indivíduos que sofrem da 
fobia escolar, experienciam o transtorno do pânico e os sintomas psicossomáticos dentro da 
escola e não conseguem continuar no mesmo ambiente que lhes traz lembranças traumáticas. 
São muitas as causas desta fobia, como por exemplo, problemas emocionais no ambiente 
doméstico, ansiedade de separação (quando a criança se vê teme o novo ambiente que terá de 
enfrentar separada dos pais), problemas físicos, psíquicos e práticas de bullying, a qual, 
inevitavelmente todos saem perdendo, desde a criança até os pais, a escola, comunidade e 
sociedade em geral. Infelizmente, quem desiste cedo da escola perde uma grande chance de 
construir uma base forte para descobrir e desenvolver seus talentos e alterar a rota de seus 
projetos existenciais e também sociais. 
 
 
2.1.4 Fobia Social 
 
 
Mais conhecida como timidez patológica, faz o indivíduo sofrer de ansiedade excessiva 
e persistente, temendo ser o centro das atenções ou ser julgado negativamente, então, passa a 
evitar eventos sociais, trazendo sérios prejuízos na vida acadêmica, profissional, social e afetiva. 
Os fóbicos sociais fazem de uma tarefa simples como assinar um cheque na frente de alguém, 
algo impossível, e pode apresentar gagueiras ou esquecendo o que iria falar na tentativa de 
comunicação. Em função das inúmeras humilhações vivenciadas no passado, o fóbico social 
pode ter transtorno deflagrado; sofrimentos e danos capazes de refletirem por toda sua vida. 
 
 
2.1.5 Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) 
 
 
 
29 
 
Nada mais é, do que um medo e uma ansiedade que não desgrudam e quem sofre de 
TAG, este indivíduo preocupa-se com tudo que acontece ao seu redor, tanto as mais importantes 
e/ou delicadas, quanto as mais simples e corriqueiras. Logo ao amanhecer, tem a sensação de 
que se esqueceu de fazer algo importante ou que não vai dar conta de fazer tudo o que teria que 
fazer. São impacientes, apressadas, aceleradas, negativistas e sempre tem a sensação que algo 
de ruim irá acontecer, sofrem de insônia, irritabilidade e se não forem tratados, podem tornar-se 
transtornos muito mais graves. 
 
 
2.1.6 Depressão 
 
 
Muito além de ser somente uma tristeza, fraqueza ou baixo astral, a depressão é uma 
doença que afeta humor, pensamentos, saúde e comportamento. A tristeza persistente, 
ansiedade ou “vazio”, culpa, inutilidade, desamparo, insônia ou excesso de sono, perda ou 
aumento de peso, fadiga, desânimo, irritabilidade, inquietação, dificuldade de concentração e 
tomada de decisão, desesperança e pessimismo, perda de interesse por coisas que antes 
despertavam prazer, ideias ou tentativas de suicídios, são os sintomas mais frequentes da 
depressão. Depois de muito tempo ignorada a depressão em crianças e adolescentes, 
atualmente assume um alto nível de incidência na comunidade escolar, visto que os números de 
suicídios desta faixa etária vêm crescendo significativamente. Devemos ficar de olhos bem 
abertos quando os jovens deixam de levar uma vida considerada normal, visto que por trás de 
irritabilidade, baixo desempenho escolar e dificuldades, podem estar às práticas de bullying. 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://nutricaosaude.wordpress.com/2009/11/page/3/>. 
Acesso em: 26 jun. 2010. 
 
 
2.1.7 Anorexia e Bulimia 
 
 
A anorexia nervosa é um transtorno alimentar evidenciada pelo descabido e 
inexplicável pavor que uma pessoa tem de ficar gorda e com grave distorção da autoimagem, ou 
seja, mesmo que a pessoa esteja demasiadamente magra, ainda vai se achar acima do peso e 
longe dos padrões exigidos pela sociedade. Para conseguir chegar ao resultado esperado, esta 
pessoa se submete a rigorosos regimes alimentares. Trata-se de uma grave doença que, na falta 
de autodomínio, pode levar a morte, levando em consideração o fato de a anoréxica 
possivelmente estar desnutrida, desidratada e com outras complicações clínicas. 
Nos casos de bulimia nervosa, acontece a ingestão demasiada e compulsiva dos 
alimentos que na maioria das vezes são altamente calóricos e seguidos de culpa, na tentativa de 
expulsar estes alimentos, a bulímica busca alternativas como vômitos autoinduzidos repetido ao 
longo do dia, uso abusivo de diuréticos, laxantes, excesso de atividades físicas e jejuns muito 
longos. Para um bulímico, as atitudes compulsivas alimentares e punitivas fogem do seu 
controle. 
 
 
31 
 
Tanto a anorexia quanto a bulimia são patologias que devem ter diagnóstico e 
tratamento precoce, contudo, podemos dizer que a sociedade influencia fortemente a formação 
da autoimagem, estabelecendo a estética apreciável na atualidade. O que precisa ficar claro 
principalmente para as meninas, é que, na adolescência, todos passam pelas primeiras 
transformações fisiológicas e, estas mudanças podem trazer aumento do peso, o que não quer 
dizer que esteja acima do peso pretendido, porém, é assim que muitos sofrem sendo 
pressionados por familiares e amigos. 
 
 
2.1.8 Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) 
 
 
Mais conhecido como mania, o transtorno obsessivo-compulsivo é o transtorno de 
ansiedade mais intrigante entre os psicólogos e psiquiatras. Ele é caracterizado por 
pensamentos ruins, intrusivos e obsessivos, os quais causam muita ansiedade e sofrimento e, 
tentando eliminar tais pensamentos, a pessoa portadora de TOC adota comportamentos 
repetitivos, sistêmicos e ritualizados. Um exemplo disto é quando uma pessoa lava as mãos 
várias vezes ao dia, por pensar insistentemente que pode ter se contaminado com uma doença 
grave ao pegar em maçanetas ou apertar a mão das pessoas, desta forma, esta pessoa fica 
aprisionada aos seus pensamentos e muitas vezes chega até a se ferir por conta disto, neste 
caso, lavando as mãos com os mais diversos sabonetes e esfregando-as fortemente. 
Este transtorno que pode se manifestar de várias formas, pode se apresentar na forma 
de checagem, em que a pessoa confere várias vezes a mesma coisa e se não confere, não 
consegue pensar em outra coisa a não ser que pode acontecer algo muito grave com seus entes 
queridos por conta do seu esquecimento. 
Outro exemplo é o ritual de organizar as coisas sempre da mesma forma, no mesmo 
lugar e com a mesma simetria e posição em relaçãoaos demais objetos guardados. 
 
 
 
32 
 
Este e muitos outros rituais podem tornar uma pessoa escrava da sua própria mente e 
fazendo com que perca muito tempo do seu dia colocando as coisas nos seus devidos lugares e 
ainda trazendo prejuízos incalculáveis para a sua vida. Este transtorno acarreta muitos 
constrangimentos, visto que, na falta de conhecimento das outras pessoas que convivem com o 
portador de TOC, ele é muitas vezes tachado de estranho e até mesmo de louco. 
Quadros de TOC podem ser abertos por fortes momentos de estresse, como pressão 
psicológica, como por exemplo, bullying, em indivíduos com predisposição genética ou 
intensificando o problema preexistente. 
 
 
2.1.9 Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) 
 
 
O TEPT está sujeito a se desenvolver naquelas pessoas que vivenciaram momentos 
de medo intenso, como por exemplo, acidentes, sequestros, catástrofes naturais ou que viveram 
momentos em que viram a morte de perto. O TEPT caracteriza-se por lembranças como 
flashbacks, intrusivas e recorrentes dos momentos de horror e pode levar a depressão ou a 
perda da sensibilidade emocional, sensação de vida abreviada, de perda dos seus prazeres, o 
que afeta diretamente todos os seus setores vitais. 
Em consequência da violência vivida nos dias atuais, este transtorno tem afetado a 
vida de muitas pessoas, e levado a grande procura por consultórios médicos e psicológicos e 
estes números também são crescentes em adolescentes envolvidos com bullying, principalmente 
aqueles que sofreram agressões ou então presenciaram situações de abuso sexual e 
exageradas cenas de violência. 
 
 
2.2 QUADROS MENOS FREQUENTES 
 
 
33 
 
 
Esquizofrenia: também conhecida como loucura ou psicose, esta doença mental faz 
com que a pessoa passe a viver paralelamente um mundo além do mundo real, um mundo 
imaginário. É caracterizada pela presença de alucinações (vê vultos, ouve vozes) e/ou delírios 
(acredita que está sendo perseguido). Quando um esquizofrênico agride alguém, normalmente é 
porque imagina que está sendo atacado, então agride para se defender. A esquizofrenia pode 
ser adquirida por vivenciar fortes momentos de pressão psicológica ou do ambiente em que está 
inserido. 
Homicídios: é a explosão dos sentimentos dos quais os jovens-alvo que já não 
suportam mais o constrangimento e as torturas vivenciadas, no desespero, tomam atitudes 
extremas para aliviar o sofrimento vivido. 
A maioria dos problemas relatados apresenta marcações genéticas consideráveis que 
podem ter sido herdadas dos pais ou parentes próximos. Contudo, o ambiente externo, pressões 
psicológicas, situações de estresse prolongadas aliada a vulnerabilidade de cada pessoa, pode 
provocar transtornos graves que até então, estavam adormecidos, portanto, é necessário que se 
reflita sobre as atitudes de bullying, tomando consciência de que, além de serem atitudes 
desrespeitosas, podem trazer quadros clínicos que precisem de cuidados médicos e psicológicos 
para ser superados. 
O pior efeito da pressão sofrida nos casos de bullying talvez seja fazer com que a 
vítima sinta-se absolutamente inexpressiva, insignificante, adjeta, desprezível, enfim, praticar 
uma agressão, que combina fazer de conta que a vítima não existe, aniquilando totalmente a 
autoestima, suprindo, inclusive, as condições para que esta desabafe com alguém. 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
3 COMO IDENTIFICAR O BULLYING 
 
 
O pesquisador Dan Olweus, já citado anteriormente, estabeleceu alguns critérios que 
auxiliam na identificação do comportamento bullying e, também, a diferenciá-lo dos demais tipos 
de violência e brincadeiras típicas da infância. Segue os critérios: 
 Atuações que se repetem sempre com uma mesma vítima em um longo período 
de tempo; 
 Desigualdade de poder, o que torna difícil a defesa das vítimas; 
 Inexistência de motivos que justifiquem os ataques contra as vítimas; 
 Para as vítimas, os sentimentos negativos e as sequelas emocionais, as quais 
as vítimas vivenciam. 
 
O bullying é compreendido como um subconjunto de conduta agressiva e de atos 
repetitivos e com desequilíbrio de poder. As ações de bullying são consideradas repetitivas 
quando são realizadas contra uma mesma pessoa por um período de tempo, que pode 
acontecer duas ou mais vezes durante um mesmo ano, e o que parece pouco, já pode ser 
considerado um estrago na vida deste indivíduo, pois, ele vivencia uma experiência muito 
desagradável gerando grande aversão a viver esta experiência novamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://revistaepocasp.globo.com/Revista/Epoca/SP/0,,EMI25453-16206-2,00-
BULLYING+SE+TORNA+PROBLEMA+SERIO+NAS+ESCOLAS+PAULISTANAS.html>. Acesso 
em: 12 jul. 2010. 
 
 
Deve ser levado em consideração que o medo se torna constante na vida das vítimas, 
principalmente o de sofrer outros ataques e, por este motivo, algumas vítimas mobilizam 
inconscientemente alguns sentimentos como, por exemplo, a ansiedade, o medo, insegurança, 
angústia, raiva e outros, como a tensão, constrangimentos, receio de fazer alguma pergunta ao 
seu professor e virar motivo de piadinha. 
As vítimas preferem se calar e/ou se isolar de todos, tentando diminuir seu sofrimento, 
pois mesmo fora da escola, ela ainda se lembra dos momentos de terror vividos e pensando que 
ainda poderia estar diante dos seus agressores. 
As crianças e adolescentes que passam por este constrangimento e alimentando o 
medo, a angústia, a raiva e, em alguns casos, o desejo de se vingar, depois de alguns anos, é 
provável que estejam desestruturados e no limite de suas forças e por que não, de suas 
normalidades, física e psíquica. 
 
 
36 
 
Sempre onde houver bullying haverá desigualdade de poder, visto que a vítima, 
independente da sua idade ou tipo físico, não tem nem habilidade nem facilidade para se 
defender e, muito menos ainda, para motivar aos outros para que a defendam. 
Na maioria dos casos, os ataques que são sofridos pelas vítimas são feitos por um 
grupo, o que diminui ainda mais as chances destas se defenderem. Há estratégias de ataques 
nas quais os agressores programam ataques astuciosos, deixando a vítima exposta a vexames e 
constrangimentos públicos. 
A insegurança pessoal se evidencia entre os que praticam o bullying. Por este motivo, 
são escolhidas vítimas que não possuem habilidades para se defender. A liderança também é 
uma marca dos agressores, assim como a influência e o poder de persuasão, visto que, na 
maioria dos casos, eles têm habilidades para se sair bem das situações em que se metem, em 
especial, quando são questionados sobre as atitudes agressivas que cometeram. 
Não precisa ter motivos para que os ataques de bullying sejam feitos. Eles não surgem 
nem de brigas, nem de discussões ou conflitos entre as partes. O que acontece é que 
simplesmente a escolha dos agressores por uma vítima que normalmente apresenta aspectos 
físicos ou psicológicos frágeis e deixa evidente que não conseguirá revidar, denunciar ou motivar 
alguém em sua defesa, então, fazem dela, o alvo para as suas crueldades e, consequentemente, 
o bullying surge da não aceitação das diferenças e da falta de tolerância e respeito ao outro. 
Há uma grande tendência de que as pessoas acreditem que todas as atitudes violentas 
acontecidas na escola são bullying, tendo em vista que o fenômeno tem certa complexidade, 
porém, é necessário ter conhecimento do que é e também de reconhecê-lo quando estiver 
acontecendo, para poder separar uma brincadeira tipicamente realizada em certa idade de 
“brincadeiras” inconsequentes, sem falar das mais diversas formas de violência utilizadas. 
Ao analisar um fato de bullying, é imprescindível avaliar se o comportamento está 
compreendido nos critérios do fenômeno, para só depois realizar os encaminhamentos 
necessários. Dessa forma, diminui-se a margem de erro tornando mais efetivas asestratégias de 
atuação. 
A atenção deve ser redobrada quando se tratar de discriminação, visto que este é um 
problema social e também é uma ação característica de bullying, porém, só deve ser 
 
 
37 
 
considerada como bullying nos casos em que esta ação esteja sendo realizada repetidamente e 
por algum tempo e que não haja motivos claros para justificar os ataques. Também é importante 
observar se há desequilíbrio de poder entre as partes, o que normalmente impede a vítima de se 
defender, além de alimentar os sentimentos desagradáveis. Sem uma análise criteriosa, nunca 
se deve atribuir ao bullying ações discriminatórias. 
Infelizmente, as escolas que deveriam educar para as diferenças e as diversidades não 
estão devidamente preparadas para lidar com essas situações e, em alguns casos, acabam 
agravando ainda mais o problema. Há muitas e graves consequências que ficam evidentes 
quando o ensino é negligente, tendo em vista que a escola tem interferência decisiva na 
formação de seus estudantes. Os adultos são referências de comportamento e se uma criança 
presencia momentos de preconceito, maus-tratos entre outros, é evidente que seguirão os 
mesmos passos e adotarão as mesmas atitudes. 
Os professores também podem ser alvo de bullying por meio de assédio moral, sexual, 
humilhações, ameaças, perseguições, ridicularizações dos seus alunos e até mesmo de alguns 
colegas de trabalho. O número destes profissionais que sofrem deste tipo de violência não é 
pequeno e, muitas vezes, eles não têm ou não sabem a quem recorrer, visto que podem ser mal-
interpretados e até mesmo rotulados de incompetentes. Isso traz grande desconforto, 
prejudicando a autoestima e o desempenho nas funções que exercem o que causa grande 
estresse, desânimo e cansaço, que refletem nas relações familiares e demais professores e 
alunos que não estão envolvidos e/ou não sabem como são as agressões sofridas. 
Há, porém, casos em que o professor é o agressor e essa atitude, infelizmente, é bem 
mais comum do que imaginamos e as vítimas dos professores podem sofrer demasiadamente na 
escola. O fato de o aluno ser agredido por seu professor causa sensação de impotência e 
incapacidade que acabam por prejudicar o rendimento, promovendo a desmotivação em relação 
aos estudos. As vítimas dos professores sofrem com as ações públicas como as comparações, 
constrangimentos, críticas, menosprezo, humilhações, além de mostrar preferência por alguns 
alunos da turma e/ou da escola. 
As agressões verbais estão em maior destaque, pois são praticadas entre outras 
formas, pelos apelidos pejorativos os quais são mais frequentes e, talvez, este seja um dos 
motivos que a mídia se refere quando trata deste assunto, enfatizando os apelidos, porém, 
 
 
38 
 
deixando de evidenciar, no entanto, quando são graves as demais formas de violência cometidas 
e, quando a vítima demonstra estar ofendida, ou pede para que deixem-na em paz, os 
agressores investem em outras formas de ataque como por exemplo: intimidação, perseguição, 
chantagem e/ou agressões físicas para que as vítimas nunca denunciem seus atos. 
Infelizmente, a conduta dos praticantes de bullying pode ser identificada em qualquer 
idade e/ou nível de escolaridade. Já se pode perceber o comportamento manipulador e abusivo 
entre os 3 e 4 anos de idade, assim como também fica evidente a passividade, a submissão e a 
falta de defesa. Mas, os papéis dos protagonistas ficam mais definidos entre o 6º e o 9º anos 
escolar e, é nesta fase, que há maior incidência do fenômeno. Não é raro que sejam 
presenciados casos em que alunos de séries mais avançadas intimidem os de séries inferiores a 
lhes pagarem lanches, entregarem dinheiro e pertences, promovendo terror psicológico nas 
vítimas, semeando o medo dentro e fora da escola, por meio de ameaças, perseguições ou até 
mesmo maus-tratos físicos e verbais. 
Os pais e professores precisam ficar atentos aos vários aspectos da conduta, tanto das 
crianças quanto dos adolescentes, levando em consideração a possibilidade dos papéis que 
cada um pode exercer nas situações de bullying na escola. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 CARACTERIZAÇÃO DOS ENVOLVIDOS 
 
 
O bullying é composto de personagens e enredos que podem provocar medo, 
compaixão e empatia, e pode ser identificado, combatido e enfrentado por todos aqueles que 
lutam para mudar a direção dessa história. Mas, para isto, é necessário e importante que as 
pessoas saibam identificar cada envolvido neste contexto. 
Segue abaixo a caracterização de cada protagonista do bullying na escola. 
 
 
4.1 AS VÁRIAS FACES DAS VÍTIMAS 
 
Vítima Típica: 
 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://diariodeumaprofessorinha.blogspot.com/2008_07_01_archive.html>. Acesso em: 12 jul. 
2010. 
 
 
40 
 
Geralmente são aquelas que não possuem muita habilidade para sua socialização, 
normalmente são tímidas e quando recebem as provocações e agressões, não conseguem 
reagir contra seus agressores. São de aparência física frágil ou então possuem alguma “marca”, 
a qual tem grande destaque para os agressores, como exemplo, são gordinhas ou magrelas, 
muito altas ou muito baixas, necessitam de óculos, são cuidadosas, possuem algum tipo de 
deficiência física, manchas na pele como sardas, nariz ou orelhas grandes ou pequenas demais, 
usam roupas que não estão na moda, e apresentam diversidade na descendência, credo, classe 
social e econômica ou até mesmo diferente opção sexual. As vítimas típicas não precisam fazer 
nada, basta não estarem inseridas no contexto que um determinado grupo impõe, ou seja, os 
motivos sempre são os mais banais ou injustificáveis. 
Na maioria dos casos, a fragilidade, a falta de coordenação motora, sensibilidade, 
submissão, passividade, baixa autoestima, ansiedade, irritabilidade, dificuldade de 
autoexpressão e de autoafirmação, aspectos depressivos e a insegurança das vítimas fica 
estampada para quem quiser ver e, justamente pela dificuldade de se imporem diante do grupo, 
é que ficam ainda mais expostas a tornarem-se vítimas fáceis, as mais comuns para os 
agressores. 
É importante e necessário evidenciar que nem todas as pessoas que apresentem estas 
características são vítimas ou podem tornar-se vítimas de bullying. 
 
Vítimas Provocadoras: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://campobullying.blogspot.com/2008_11_01_archive.html>. Acesso 
em: 12 jul. 2010. 
 
 
Normalmente encontramos este tipo de vítima entre as crianças e adolescentes, 
principalmente os hiperativos e/ou impulsivos ou imaturos que, muitas vezes, são os 
responsáveis por climas tensos na escola. 
As vítimas provocadoras geralmente são aquelas que possuem a capacidade de 
inspirar nos demais reações agressivas contra si e, como não estão preparadas para responder 
os revides, então, discutem e/ou brigam sempre que são atacadas. Elas acabam chamando a 
atenção dos agressores para si, e estes aproveitam a situação e desviam as atenções para as 
vítimas. 
Estas vítimas são imaturas, manifestam dificuldade de concentração, hiperatividade, 
apresentam-se irritadiças, provocadoras, agitadas, irrequietas, ofensoras, intolerantes e 
possuem costumes que irritam a todos. 
 
Vítima Agressora: 
 
 
 
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O estudante provocou tragédia nos EUA era vítima de bullying. 
 
FONTE: Disponível em: <http://questaodeclasse.wordpress.com/2009/01/22/bullying-
pode-ser-uma-das-explicacoes-para-tragedia-nos-eua/>. Acesso em: 12 jul. 2010. 
 
 
As vítimas agressoras são aquelas que sofrem ou já sofreram com os ataques de 
bullying e reproduzem os maus-tratos recebidos. Levam as ações de bullying como “ferro e fogo” 
e reproduzem os maus tratos que sofrem para compensar seu sofrimento, buscando vítimas 
ainda mais vulneráveis e repetem todas as agressões recebidas, o que impulsiona o ciclo 
vicioso, transformando o bullying em um problema difícil de ser controladoe que vem ganhando 
proporções de epidemia mundial que ameaça a saúde pública. 
Em alguns casos extremos, a vítima agressora se mune de armas e explosivos e vai 
até a escola para praticar a “justiça” com as próprias mãos, matando ou ferindo o maior número 
de pessoas e depois pondo fim a própria vida. 
 
 
 
 
 
 
 
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5 OS AGRESSORES 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://diariodeumaprofessorinha.blogspot.com/2008_07_01_archive.html>. Acesso em: 10 jul. 
2010. 
 
 
São prepotentes, arrogantes, sempre metidos em confusões, valendo-se sempre de 
sua força física ou habilidade psicoemocional para apavorar os indefesos e mais fracos, 
possuem grande capacidade de liderar e poder de persuasão. 
De ambos os sexos, os agressores são indivíduos de personalidade forte, de caráter 
desrespeitoso e de muita maldade, que pode ser aliada ao grande poder de liderança, 
geralmente obtido por meio do uso da força física ou então intenso assédio psicológico. 
Pode agir sozinho ou em grupo, onde seu poder de destruição fica ainda mais forte, 
ampliando seu território e sua capacidade de originar cada vez mais vítimas. 
 
 
44 
 
Normalmente, os agressores ainda muito pequenos já não gostam de regras e não 
aceitam ser contrariados ou frustrados. Apresentam-se envolvidos em pequenos casos de 
delitos, como furtos e vandalismos, visto que não sofreram intervenções necessárias para 
reverter estas práticas, as quais vão aperfeiçoando durante toda a sua vida. 
Na escola, estes jovens estudantes apresentam resultados regulares ou deficitários, o 
que em hipótese alguma pode ser considerado deficiência intelectual ou de aprendizagem deles. 
No início das práticas de bullying, muitos dos agressores apresentam rendimentos normais e 
alguns até com nota acima da média, faltando para estes jovens o afeto pelos demais, o que 
pode ser originário dos costumes de famílias desestruturados e até do comportamento deles 
mesmos, que pode ser observado desde os seus 5 ou 6 anos de idade, quando desrespeitam 
seus irmãos ou colegas e sem sentir remorso ou culpa pelo fato acontecido. 
Para tornarem-se populares, os agressores se utilizam de diversos tipos de maus-
tratos, como por exemplo: zoações, expressões de menosprezo, apelidos pejorativos e uso da 
força física. 
As atitudes de bullying tomadas durante uma brincadeira é apenas o início de um 
padrão de práticas adotadas que durante a sua vida chega ao ponto de cometer violência 
doméstica e até mesmo assédio moral em seu trabalho, porém, para que possa dar continuidade 
às suas atitudes, é necessário que haja confusão, medo e impotência das suas pretensiosas 
vítimas e o silêncio dos que estão presenciando as ações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 ESPECTADORES 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.ionline.pt/conteudo/9778-o-que-fazer-se-o-seu-filho-for-alvo-
bullying>. Acesso em: 12 jul. 2010. 
 
Estão em maior número entre os alunos da escola e são aqueles que nem sofrem e 
nem praticam o bullying, mas acabam sofrendo as consequências, visto que presenciam as 
situações vivenciadas pelas vítimas as quais ficam constrangidas. 
A maioria odeia as atitudes dos agressores, porém nada fazem para mudar a situação. 
Outros fingem que se divertem com as situações para se defender, pois temem ser a próxima 
vítima e, há aqueles, que incentivam dando maior apoio e consentindo a violência. Veremos a 
seguir que há três grupos distintos de espectadores. São eles: 
Espectadores passivos: normalmente recebem ameaças do tipo “fique na sua ou a 
gente vai atrás de você”, portanto, mesmo não aprovando as atitudes dos bullies, acabam 
ficando de mãos atadas para defender as vítimas e assumem uma postura passiva por puro 
medo de ser a próxima vítima. Estão inseridos neste grupo todos aqueles que presenciaram 
alguma cena de constrangimento ou violência de um agressor para uma vítima. São propícios a 
também sofrerem as consequências psíquicas, tendo em vista que também possuem estrutura 
psicológica frágil. 
 
 
46 
 
Espectadores ativos: são aqueles que manifestam apoio aos agressores, apesar de 
não praticarem os ataques contra as vítimas. Eles incentivam, dão risadinhas e se divertem com 
o que veem, mesmo não estando diretamente envolvidos. Devemos ficar de olhos bem abertos 
para a identificação de cada um, visto que, em meio a tantos expectadores, os verdadeiros 
articuladores podem estar disfarçados de bons moços, sendo que já tramaram tudo e resta 
apenas observar e se divertir com o que veem. 
Espectadores neutros: emocionalmente anestesiados, não demonstram sensibilidade 
com as situações que presenciam pelo próprio contexto social em que estão inseridos. 
A maioria dos espectadores se omite diante dos ataques de bullying que presenciam. É 
importante salientar que nestes casos não deixam de ser atitudes imorais e/ou criminosa, que 
acabam por deixar que estas posturas fiquem impunes, pois contribuem para que a violência 
praticada cresça, ajudando a fechar o ciclo das atitudes covardes de bullying. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7 IDENTIFICANDO OS ENVOLVIDOS 
 
 
 
É importante que assim como as escolas, as famílias também saibam identificar as 
vítimas, os agressores e os espectadores, para que possam auxiliar na elaboração das 
estratégias de ações contra o bullying. 
Como cada indivíduo envolvido apresenta comportamentos típicos, tanto na escola 
quanto em casa, para identificá-los com mais brevidade, segue uma relação de atitudes que 
devem ser observadas e tratadas com especial atenção: 
 
 
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8 AS VÍTIMAS 
 
 
 
 
Na escola: 
 Encontram-se normalmente isoladas ou perto de algum adulto nos 
momentos de recreio; 
 Durante as aulas são retraídas e dificilmente perguntam ou expressam 
sua opinião para a turma, deixando evidente a sua insegurança e a sua ansiedade; 
 Com o objetivo de fugir dos momentos de humilhações e ou agressões, 
faltam aulas com muita frequência; 
 Normalmente aparentam tristeza, aflição ou que estão deprimidas; 
 Sempre são os últimos a serem escolhidos para os grupos para 
desenvolver alguma atividade; 
 Perdem o interesse nas aulas e nas atividades escolares; 
 Em alguns casos apresentam hematomas, cortes, ferimentos e até 
roupas rasgadas. 
 
Em casa: 
 Queixam-se de dores de cabeça, de estômago, enjoos, tonturas, perda 
de apetite e insônia, principalmente nos momentos que se aproximam da hora de ir 
para a escola; 
 Alterações de humor mais frequentes e com maior intensidade; 
 Poucos ou nenhum amigo, o que se evidencia pela ausência de 
telefonemas, convites para festas, passeios e viagens escolares; 
 Começam a ter gastos maiores na cantina da escola ou comprando 
objetos para presentear alguém; 
 Apresentam sintomas de doenças físicas que podem de fato existir, com 
o intuito de faltar às aulas; 
 
 
50 
 
 Demonstram irritação, ansiedade, tristeza, abatimento e sonolência 
durante todo o dia e permanente ar de infelicidade, além do mais, apresentam aumento 
ou redução relevante do apetite; 
 Descuidam-se de tudo o que possa estar relacionado com a escola. 
 
 
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9 AGRESSORES 
 
 
 
Na escola: 
 Inicialmente aparecem as brincadeiras de muito mau gosto que logo 
tomam proporções de sarrinhos, provocações, zoações, menosprezo e agressões; 
 Colocação de apelidos pejorativos e que ridicularizam, escolhidos por 
pura maldade; 
 Difamam, insultam e constrangem alguns de seus colegas; 
 Dão ordens, dominam, reprimem e ameaçam de forma direta ou indireta 
seus parceiros; 
 Perturbam, intimidam, empurram, dão socos, pontapés, tapas, 
beliscões, puxam o cabelo e/ou roupas; 


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