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Direitos da Personalidade e o Princípio da Dignidade Humana

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Aula 1 – Pertinência do Princípio da dignidade no Direito Civil
A dignidade é um valor ou uma norma?
Para alguns civilistas não cabe trazer o princípio da dignidade da pessoa humana para o âmbito civil.
Dicotomia entre o direito público e o privado: O direito público compreende aquele conjunto das normas jurídicas que regulam a relação entre o particular e o Estado.
Se o princípio da Dignidade está na Constituição, é de direito público, o que não permitiria que ela fosse aplicável às relações privadas.
Não é porque uma norma está contida no Código Civil que ela é necessariamente de direito privado.
A dignidade é um conceito impreciso, vago e que pode ser alterado a qualquer momento.
· Pertinência do princípio da dignidade ao direito civil.
· Dicotomia entre Direito Público e Direito Privado.
· Impertinência ao Direito Civil:
a) Natureza pública do princípio
b) Estado Assistencialista: o estado que deve limitar a autonomia privada para assegurar o bem estar de todos os interessados.
c) Indefinição do conteúdo do princípio – Subjetividade do aplicador
Pertinência do Direito Civil:
a) Indistinção entre normas de Direto Público e de Direito Privado
É comum a confusão entre norma de direito público e norma de ordem pública. A primeira classificação visa apenas a enquadrar o preceito normativo dentro da clássica divisão Direito público/ Direito privado, segundo a utilidade imediatamente focalizada. No segundo caso trata-se de classificação quanto a imperatividade, significa dizer se a norma é cogente, não permitindo comportamento divergente, ou meramente dispositiva. Uma norma de ordem pública pode muito bem ser categorizada como de direito privado. O casamento seria um exemplo. Regula situação de direito privado, mas não permite que os nubentes escolham livremente sua forma. Do mesmo modo, o artigo 1641, II do código civil estabelece a obrigatoriedade do regime de separação de bens no casamento de pessoa maior de sessenta anos. Esta norma é de direito privado, pois regula situações privadas, sendo prevalentemente de interesse particular. No entanto, sua força imperativa a coloca entre as normas de ordem pública, não comportando diferente determinação pela autonomia das partes. (TORQUATO, Bruno. O direito civil pela perspectiva da autonomia privada. Belo Horizonte: Escola Superior Dom Elder Câmara, 2010, p. 105)
“Daí o equívoco de se conceber o sistema jurídico mediante modelos binários, dividindo-se ora os destinatários das normas jurídicas (legislador e sujeitos de direito); ora a produção jurídica (legislativa e jurisdicional); ora os campos de conhecimento (direito público e direito privado); ora os setores da sociedade (que consagrariam microssistemas), e assim por diante. Ou bem o ordenamento é uno ou não é ordenamento jurídico”. (TEPEDINO, Gustavo. Direito civil e ordem pública na legalidade constitucional. B. Cient. ESMPU, Brasília, a. 4 - n.17, p. 223-235 - out./dez. 2005, p.228).
b) Hierarquização das normas jurídicas
c) Situações limites e complexas.
“As categorias do direito privado devem ser reconstruídas, a partir do surgimento de situações jurídicas inteiramente novas, advindas com a revolução tecnológica dos últimos cinquenta anos. Basta pensar na engenharia genética, na procriação in vitro, na extraordinária massa de informações pessoais colhidas mediante o exame de DNA e na circulação de dados propiciados pelas redes de informática. Cabe à doutrina do direito civil estabelecer parâmetros para tutelar a pessoa humana diante dos novos bens jurídicos que se tornam objeto de situações existenciais suscitadas pelo avanço da cibernética e da tecnologia” (TEPEDINO, Gustavo. Direito civil e ordem pública na legalidade constitucional. B. Cient. ESMPU, Brasília, a. 4 - n.17, p. 223-235 - out./dez. 2005, p. 232).
d) Public function doctrine.
“O desafio do jurista de hoje consiste, assim, precisamente na harmonização das fontes normativas, a partir dos valores e princípios constitucionais. O novo Código Civil deve contribuir para tal esforço hermenêutico – que em última análise significa a abertura do sistema–, não devendo o intérprete deixar-se levar por eventual sedução de nele imaginar um microclima de conceitos e liberdades patrimoniais descomprometidas com a legalidade constitucional. Portanto, as relações jurídicas de direito privado devem ser interpretadas à luz da Constituição, seja em obediência às escolhas político-jurídicas do constituinte, seja em favor da proteção da dignidade, princípio capaz de conformar um novo conceito de ordem pública, fundado na solidariedade social e na plena realização da pessoa humana” (TEPEDINO, Gustavo. Direito civil e ordem pública na legalidade constitucional. B. Cient. ESMPU, Brasília, a. 4 - n.17, p. 223-235 - out./dez. 2005, p. 234)
e) Publicização do direito privado
“(...) do que apenas se esquecem esses doutrinadores, ao pretenderem abater as divisas que separam o direito público do direito privado, ou ao criarem a zona intermediaria de um suposto direito semi público, é da existência de um velho princípio que atribui aos preceitos disciplinadores de matérias nas quais o interesse geral predomina sobre o interesse individual, o caráter de normas de ordem pública, sem quebrar a distinção entre direito público privado e sem facultar alterações ditadas pela simples vontade das partes” (RÁO, Vicente. O direito e a vida dos direitos. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999, p.46)
Aula 2 – Relativismo e o princípio da Dignidade
O civilista deve buscar aplicar o principio da Dignidade nas relações privadas.
O que vem a ser a Dignidade? Cada um tem uma opinião do que seja a dignidade. O que é dignidade para um, não é para outro.
Alguns autores sustentam que não é possível encontrar um conceito sobre o que é digno (esses são os relativistas).
· O conceito de dignidade.
· Relativismo - não é possível encontrar um conceito sobre o que é digno, ou ao menos um conceito objetivo, um conceito que transcenda opiniões e singularidades.
Se, do ponto de vista de um conhecimento científico, se rejeita o suposto de valores absolutos em geral e de um valor moral absoluto em particular - pois um valor absoluto apenas pode ser admitido com base numa crença religiosa na autoridade absoluta e transcendente de uma divindade - e se aceita, por isso, que desse ponto de vista não há uma Moral absoluta, isto é, que seja a única válida, excluindo a possibilidade da validade de qualquer outra; se se nega que o que é bom e justo de conformidade com uma ordem moral é bom e justo em todas as circunstâncias, e o que segundo esta ordem moral é mau, é mau em todas as circunstâncias; se se concebe que em diversas épocas, nos diferentes povos e até no mesmo povo dentro das diferentes categorias, classes e profissões valem sistemas morais muito diferentes e contraditórios entre si, que em diferentes circunstâncias pode ser diferente o que se toma por bom e mau, justo e injusto e nada há que tenha de ser havido por necessariamente bom ou mau, justo ou injusto em todas as possíveis circunstâncias, que apenas há valores morais relativos - então a afirmação de que as normas sociais devem ter um conteúdo moral, devem ser justas, para poderem ser consideradas como Direito, apenas pode significar que estas normas devem conter algo que seja comum a todos os sistemas de Moral enquanto sistemas de Justiça. Em vista, porém, da grande diversidade daquilo que os homens efetivamente consideram como bom e mau, justo e injusto, em diferentes épocas e nos diferentes lugares, não se pode determinar qualquer elemento comum aos conteúdos das diferentes ordens morais (KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 72).
Kelsen afirma que, atentar contra a relatividade é atentar contra a democracia. A democracia fundamenta-se na ideia de que os indivíduos não pensam da mesma forma, ou não comungam de valores idênticos.
A democracia fundamenta-se na ideia de que os indivíduos não comunguem dos mesmos pensamentos. 
De acordo com o professor Andityas Soares de Moura, cada ser humano devepensar e escolher sua norma de justiça.
Dignidade torna-se assim o próprio respeito à capacidade do outro formular seus próprios valores. É da própria relatividade que se retira a noção de dignidade.
A dignidade torna-se assim o respeito à capacidade de cada um ditar o seu próprio conceito de Dignidade, reconhecendo a pluralidade de valores e a dignidade do outro, que não é um valor e um conceito absoluto. É da própria relatividade que se retira a Dignidade.
Não interessa para o jurista que o juiz use um valor X ou Y, o que importa é que aquilo que ele disser que é digno, vai passar a ser no plano jurídico. O que a norma diz que é a dignidade, passa a ter juridicidade, validade e deve ser imposto coercitivamente pelo Estado.
A teoria kelseniana como teoria descritiva.
Quando a si própria se designa como “pura” teoria do Direito, isto significa que ela se propõe garantir um conhecimento apenas dirigido ao Direito e excluir deste conhecimento tudo quanto não pertença ao seu objeto, tudo quanto não se possa, rigorosamente, determinar como Direito. Quer isto dizer que ela pretende libertar a ciência jurídica de todos os elementos que lhe são estranhos. Esse é o seu princípio metodológico fundamental. (KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p.1)
A preocupação de Kelsen é separar o Direito da moral ou de qualquer outra ciência, para não confundi-lo com qualquer outro conhecimento político, social, econômico ou filosófico. Ele não nega que haja conexão entre o Direito e a moral, a sociologia ou a política - contudo deve-se, sob a premissa de se construir uma Ciência do Direito, assegurar a delimitação do seu objeto de pesquisa.
Quando uma teoria do Direito positivo se propõe distinguir Direito e Moral em geral e Direito e Justiça em particular, para os não confundir entre si, ela volta-se contra a concepção tradicional, tida como indiscutível pela maioria dos juristas, que pressupõe que apenas existe uma única Moral válida - que é, portanto, absoluta - da qual resulta uma Justiça absoluta. A exigência de uma separação entre Direito e Moral, Direito e Justiça, significa que a validade de uma ordem jurídica positiva é independente desta Moral absoluta, única válida, da Moral por excelência, da Moral. Se pressupusermos somente valores morais relativos, então a exigência de que o Direito deve ser moral, isto é, justo, apenas pode significar que o Direito positivo deve corresponder a um determinado sistema de Moral entre os vários sistemas morais possíveis. (KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 75)
(...)
Uma teoria dos valores relativista não significa - como muitas vezes erroneamente se entende - que não haja qualquer valor e, especialmente, que não haja qualquer Justiça. Significa, sim, que não há valores absolutos, mas apenas valores relativos, que não existe uma Justiça absoluta, mas apenas uma Justiça relativa, que os valores que nós constituímos através dos nossos atos produtores de normas e pomos na base dos nossos juízos de valor não podem apresentar-se com a pretensão de excluir a possibilidade de valores opostos. (KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 76)
Não há uma dignidade, “a” dignidade, mas vários sistemas de Moral profundamente diferentes uns dos outros e muitas vezes antagônicos, e que uma ordem jurídica positiva pode muito bem corresponder - no seu conjunto - às concepções morais de um determinado grupo, e contrariar ao mesmo tempo as concepções morais de um outro grupo ou camada de população.
Aula 3 – Pressupostos da Ética da Alteridade
Texto Edson Facchin – Os autores afirmam que o princípio da dignidade é um elemento meta-jurídico, que transcende a ordem normativa. Reclamam da Intensa abstração do conceito de dignidade. Afirmam que a ética da alteridade como teoria formadora do direito.
O direito como desdobramento da política, e, por via reflexa, da ontologia.
A dignidade é um direito inerente ao homem. 
Pressupostos da tradição ontológica e política:
a) A tradição entende o direito como uma estrutura conceitual de natureza política e ontológica. A politica é a ordem homem se encontra e se determina. 
b) A política sintetiza conceitos e deveres sobre o homem. Para se definir os deveres, é preciso ter por certo o seu sujeito, o sujeito de direito. Se não se sabe quem, não se sabe quais são seus deveres. O direito precisa do sujeito de direitos.
c) É de sua natureza ontológica que o direito justifica a coercibilidade que lhe é peculiar.
d) A ontologia, assim como a política, é uma teoria do poder. A partir do momento que se conceitua o que se ‘é’, se desdobra um poder. Quanto mais adequado o conhecimento e quanto mais reduzidas forem as diferenças da realidade, mais poder sobre a realidade se tem.
e) Da ontologia se deriva uma justificativa da violência.
f) A violência se torna poder quando encontra suas justificativas. Na ontologia, na política a força encontra sua razão. A razão deve caminhar no sentido de uma ordem segura.
Mas de alguma forma eu posso realizar a dignidade de alguém usando a violência ou a força? Há uma violência digna, ou, ao menos, uma força dignificada? Realiza-se a humanidade por meio da força?
Para a ética da alteridade não há razão ética para violência ou para a força. Qualquer justificativa da violência é ontológica.
A dignidade torna-se uma ordem imposta no sentido de se atuar sobre a infinita penúria do humano. Usar violência ou força é produzir sofrimento.
A natureza transcendente do humano. O homem vai além de todo sistema conceitual que lhe possa ser imputado.
A dignidade constitui-se exatamente em transcender o direito, é um valor meta-jurídico, é uma ordem que determina fazer mais do que o direito impõe. O homem vai além de todo sistema conceitual que lhe possa ser imputado.
A dignidade como um dever, que transcende o direito, pois vai além do que foi definido pela ordem jurídica. Por isso afirma-se que a dignidade é um valor meta-jurídico. A dignidade é uma ordem de fazer mais do que o direito impõe.
Já de início, surpreende-nos que um termo, de sentido tão fixo no plano jurídico, seja de origem tão recente e sem inscrição marcada na tradição filosófica. Em seguida, desconcerta-nos a proliferação e dispersão dos empregos do termo em seu uso corrente, o que vai além dos limites atribuídos pelo uso jurídico. O adjetivo responsável arrasta em seu próprio séquito uma diversidade de complementos: alguém é responsável pelas consequências de seus atos, mas também é responsável pelos outros, na medida em que estes são postos sob seu encargo ou cuidados e, eventualmente, bem além dessa medida. Em última instância, somos responsáveis por tudo e por todos. Nesses empregos difusos, a referência à obrigação não desapareceu; tornou-se a obrigação de cumprir certos deveres, de assumir certos encargos, de atender a certos compromissos. Em suma, é uma obrigação de fazer que extrapola o âmbito da reparação e da punição. Essa extrapolação é tão insistente, que é com esse significado que o termo se impõe hoje na filosofia moral, a ponto de ocupar todo o terreno e de tornar-se “princípio” em Hans Jonas e, em grande parte, em Emmanuel Lévinas. (RICOUER, Paul. O justo 1:  a justiça como regra moral e instituição. São Paulo: Martins fontes, 2008, p. 33).
A dignidade da pessoa humana não é dado que nasce do direito positivo, integrando dimensão que, como exposto, antecede o direito. A gênese da tutela, assim, não reside na lei, sendo desnecessário arrolar direitos para que eles possam receber proteção jurídica: tudo aquilo que é inerente à personalidade do sujeito concreto é digno de proteção jurídica, por dizer respeito à dignidade da pessoa humana. (PIANOVSKI, Carlos Eduardo. A dignidade da pessoa humana no direito contemporâneo: uma contribuição à crítica da raiz dogmática do neopositivismo constitucionalista. Revista trimestral de direito civil: RTDC, v. 9, n. 35, p. 101-119, jul./set. 2008)
O direito não é o lugar original da dignidade. Não há como o direito obrigar aser solidário, a ter compaixão, a ser bondoso, a agir com dignidade. Todos esses conceitos transcendem o direito.
Mas quem sofre mais? Quem é o maior sujeito passivo do princípio da dignidade? Não há definição em abstrato.
Utilizar princípios, por certo, é admitir ponderação de valores “in concreto”, buscar superar a simples subsunção lógica em favor de métodos de decisão, pelo que não cabe, aqui, a postura mecanicista da clivagem do discurso jurídico, da valoração “a priori”, das respostas “prêt à porter. (PIANOVSKI, Carlos Eduardo. A dignidade da pessoa humana no direito contemporâneo: uma contribuição à crítica da raiz dogmática do neopositivismo constitucionalista. Revista trimestral de direito civil: RTDC, v. 9, n. 35, p. 101-119, jul./set. 2008).
Acerca da noção de pessoa no Código Civil, pode-se afirmar que “a crítica se volta contra a abstração excessiva que se deu sobre o conceito no modelo privado, que desaguou diretamente no Código Civil brasileiro. E é por isso que, não raro, nos elementos da relação jurídica coloca-se o sujeito, e aí se revela claramente que a pessoa não precede ao conceito jurídico de si próprio, ou seja, só é pessoa quem o Direito define como tal. (PIANOVSKI, Carlos Eduardo. A dignidade da pessoa humana no direito contemporâneo: uma contribuição à crítica da raiz dogmática do neopositivismo constitucionalista. Revista trimestral de direito civil: RTDC, v. 9, n. 35, p. 101-119, jul./set. 2008).
Repersonalizar o direito civil.
“Repersonalizar” o Direito Civil é, portanto, conforme as lições de Tepedino e Perlingieri, colocar a pessoa humana no centro das preocupações no Direito. Trata-se de revisitar, de algum modo, a ideia de que o ser humano é dotado de dignidade, e que constitui fim em si próprio. O fundamento, porém, aqui, é diverso daquele que informa a ordem de ideias defendida por Kant: na dialética que nega a abstração kantiana emerge síntese que impõe a tutela da pessoa por sua condição de concretude, de sujeito de necessidades’. (PIANOVSKI, Carlos Eduardo. A dignidade da pessoa humana no direito contemporâneo: uma contribuição à crítica da raiz dogmática do neopositivismo constitucionalista. Revista trimestral de direito civil: RTDC, v. 9, n. 35, p. 101-119, jul./set. 2008).
Unidade 4 – Vídeo 1 - Natureza das Normas Atribuídas de Direitos Fundamentais
Robert Alexy
A partir a distinção entre normas e princípios, torna-se possível identificar a condição dos direitos fundamentais no ordenamento jurídico e do processo de racionalização das decisões.
Questionamentos:
O que são direitos fundamentais?
Alexy entende que o sdireitos fundamentais são considerados o núcleo de todo o constitucionalismo discursivo. Os direitos do homem possuem como características os seguintes aspectos: Universais, fundamentais, preferenciais, abstratos e morais.
Já os direitos fundamentais, por outro lado, são os direitos que foram acolhidos em uma constituição com o intuito de positivar os direitos do homem.
A positivação não anula os direitos do homem, mas conferem validade jurídica a eles.
Princípios basilares que compõem os direitos fundamentais: 
· Norma jurídica;
· Dignidade da Pessoa Humana;
· Limitação de Poder;
· Constituição;
· Democracia.
1 - Qual a natureza das normas de direito fundamental?
De acordo com Alexy, a utilização do termo norma não é restrita ao campo do direito, sendo empregada em outras ciências, como a sociologia por exemplo.
A norma é uma proposição, um conjunto de palavras que possuem um significado. Desse modo, a mesma proposição normativa pode ser formulada por enunciados diversos. A norma para Alexy é o significado de um enunciado que diz que algo deve ser. 
Segundo o mesmo autor, normas de direitos fundamentais e princípios de direito fundamental seriam sempre dois lados da mesma moeda. Nesse contexto, pode se afirmar que se alguém possui um direito fundamental, há uma norma que garante esse direito. O conceito de norma é mais amplo do que o direito fundamental em si. Os direitos fundamentais não se confundem com as normas que os garantem.
A mesma norma pode ser expressa por mais de um enunciado de texto normativo. Por existir norma que não derivam de qualquer texto normativo, assim como uma norma pode estar vinculada não apenas a uma, mas a várias disposições combinadas entre si.
2 - Qual a distinção entre regras e princípios feita por Alexy? Como essa distinção pode atribuir maior racionalidade às decisões judiciais?
Bobbio, pontos de diferença entre princípios e regras jurídicas: Princípios seriam normas mais gerais, valeriam ou para todo um ordenamento, ou para toda uma matéria, ou para todo um ramo do direito. Em segundo lugar, seriam normas diretivas, no sentido de que indicariam a orientação ético-política em que um determinado sistema se inspira. Em quarto lugar, seriam normas indefinidas, que comportam uma série indefinida de atuações. Em quinto lugar, seriam normas indiretas, que não seriam atuáveis se outras normas não lhes prestassem o que se deve fazer para as atuar. 
Alexy diz que a distinção entre regras e princípio não é nova, contudo, ao seu respeito imperam falta de clareza e polêmica. Há uma pluralidade desconcertante de critérios distintivos. 
Para Alexy, tanto regras como princípios são normas, pois ambos podem ser formulados por expressões deônticas básicas de um dever, assim, direitos fundamentais podem ser assegurados podem ser assegurados tanto por princípios quanto por regras. O mesmo autor assevera que como regras e princípios se comportam de modo diverso diante de conflitos, a analise desses conceitos se torna uma poderosa ferramenta para a solução dos chamados casos difíceis.
Divisão das teses de Dworkin: A primeira consiste na exposição de que o direito é um conjunto de regras e princípios, e que os positivistas conceberam um sistema apenas de regras. A segunda consiste na crítica de que os positivistas pregavam o poder discricionário do magistrado porque o direito é um sistema apenas de regras.
Divisão teses acerca da distinção entre regras e princípios para Alexy: A primeira sustenta que toda tentativa de diferenciação entre tais normativas seria, diante da diversidade existente, fadada ao fracasso. A segunda tese, por sua vez, prevê a possibilidade de diferenciação pautada em um critério de generalidade. Por fim, a terceira tese defende que as normas podem ser distinguidas em regras e princípios e que entre ambos não existe apenas uma diferença quantitativa, mas qualitativa.
3 - Qual a solução proposta por Robert Alexy?
Para Alexy, os direitos fundamentais são garantidos por um sistema misto, um modelo combinado de regras e princípios.
4 - O que significa afirmar que a dignidade é um princípio?
5 - O que significa afirmar que o princípio da dignidade é um direito fundamental?
Unidade 4 – Vídeo 2 - Teoria de Ronald Dworkin: casos difíceis e a tese dos direitos
A filosofia de Dworkin é baseada no liberalismo.
Segundo Dworkin, na aplicação de regras, a importância dos princípios se torna ainda mais evidente, uma vez que o magistrado recorrerá a um princípio para a decisão no caso concreto. Outra questão criticada por Dworkin refere-se à centralidade da regra na teoria de Rebert Hart. Pretende demonstrar que a noção de regra tão somente não é suficiente para identificarmos o direito, e para tanto propõe a compreensão do direito como um conjunto de regras e princípios. As críticas ao positivismo desenvolvidas pelo autor, baseiam-se numa distinção lógica entre regras e princípios. Rebert Hart, portanto, foi objeto da sua crítica, pois seu modo de enxergar o direito afasta o papel central que desempenham os princípios na experiência cotidiana dos tribunais e dos juízes. É no âmbito dos princípios que Dworkin contrasta e repele o modelo de Hart. Para Hart, o direito de uma comunidade é um conjunto de regras. Em contrapartida, para Dworkin, o direito é uma comunidade de regras e princípios, sendo que os princípios se diferem das regras, pois não exigem um comportamento específico, não estabelecem obrigações necessárias, condiçõesou consequências. Apontam o sentido da decisão a ser proferida, permitindo ao aplicador que opte por aquele que melhor se adeque ao caso concreto. A escolha de um princípio de maior peso, não invalida aquele que não foi usado, que posteriormente poderá ser usado em outro caso. 
Referente ao direito, Dworkin questiona: as obrigações jurídicas são também obrigações morais?
Na construção de sua teoria, Dworkin faz uma distinção entre diferentes sentidos de obrigação. A obrigação possui uma necessidade extremamente determinada. Não basta a mera diferença entre obrigação moral e jurídica, mas o peso de cada uma e sua incidência nas decisões judiciais. Ele se preocupa em como o filósofo interpreta o caso concreto para decidir.
Os casos difíceis seriam situações de aplicação em que não haveria uma regra especifica ou clara a reger um caso concreto sujeito a apreciação judicial. Segundo ele, muitas vezes o interprete se depara com um caso difícil quando um caso concreto se encontrar diante de normas de caráter aberto, as quais necessitam ser preenchidas de conteúdo. 
Casos difíceis – Capítulo 4 do livro “Levando o direito a sério” de Dworkin.
Dworkin afirma que o direito possui uma natureza controvertida, e que demanda um esforço interpretativo do juiz na aplicação do direito.
Unidade 4 – Vídeo 3 - Teoria de Ronald Dworkin: casos difíceis e a tese da resposta correta
A tese da resposta correta visa combater a discricionariedade em Hart.
Como encontrar a resposta correta ao caso difícil? 
Unidade 4 – Vídeo 4 – Teoria de Ronald Dworkin: direito como integridade
O direito como integridade é a fusão da interpretação abrangente da prática jurídica bem como sua fonte de inspiração. 
Os juízes são autores e críticos do direito ao mesmo tempo.
O direito como integridade é um conceito interpretativo;.
Unidade 4 – Vídeo 5 – Mesa Redonda – Declaração de Direitos de Liberdade Econômica