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Livro Gestão do Meio Ambiente


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Anne Caroline Malvestio
Gestão de 
meio ambiente
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Jeane Passos de Souza – CRB 8a/6189)
Malvestio, Anne Caroline
 Gestão de meio ambiente / Anne Caroline Malvestio. – São Paulo: 
Editora Senac São Paulo, 2018. (Série Universitária)
	 Bibliografia.
 e-ISBN 978-85-396-2553-6 (ePub/2018)
 e-ISBN 978-85-396-2554-3 (PDF/2018)
 1. Gestão ambiental 2. Meio ambiente 3. Avaliação de Impacto 
Ambiental 4. Licenciamento ambiental 5.Legislação ambiental I. Título. 
II. Série.
18-850s CDD-333.714
 341.347
 363.7
 658.408
 BISAC BUS099000
 NAT011000
Índice para catálogo sistemático
1. Gestão ambiental 658.408
2. Meio ambiente 363.7
3. Direito ambiental : Legislação ambiental 341.347
4. Impacto ambiental : Avaliação : Economia 333.714
5. Meio ambiente : Impactos ambientais 363.7
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GESTÃO DE 
MEIO AMBIENTE
Anne Caroline Malvestio
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aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo
Presidente do Conselho Regional
Abram Szajman
Diretor do Departamento Regional
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Superintendente Universitário e de Desenvolvimento
Luiz Carlos Dourado
Editora Senac São Paulo
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Luiz Francisco de A. Salgado 
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Darcio Sayad Maia 
Lucila Mara Sbrana Sciotti 
Jeane Passos de Souza
Gerente/Publisher
Jeane Passos de Souza (jpassos@sp.senac.br)
Coordenação Editorial/Prospecção
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Administrativo
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Comercial
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Revisão Técnica
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Coordenação de Preparação e Revisão de Texto
Luiza Elena Luchini
Preparação e Revisão de Texto
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Projeto Gráfico
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Emília Corrêa Abreu
Capa
Antonio Carlos De Angelis
Editoração Eletrônica
Cristiane Marinho de Souza
Ilustrações
Cristiane Marinho de Souza
Imagens
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Todos os direitos desta edição reservados à
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© Editora Senac São Paulo, 2018
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Sumário
Capítulo 1 
A gestão ambiental e as 
questões organizacionais, 7
1 Conceitos – recursos ambientais e 
economia do meio ambiente, 9
2 Valoração ambiental e análise de 
custo-benefício, 17
3 Globalização e gestão 
ambiental, 23
Considerações	finais,		26
Referências, 27
Capítulo 2 
Riscos ambientais e gestão 
empresarial, 31
1 Evolução tecnológica e riscos para 
o meio ambiente, 32
2 Danos ambientais e 
responsabilidades, 36
3 Análise de riscos ambientais, 38
Considerações	finais,		40
Referências, 41
Capítulo 3 
Legislação ambiental, 43
1 Políticas públicas e meio 
ambiente, 44
2 Instrumentos de política 
ambiental, 46
3 Principais políticas ambientais 
no Brasil, 51
Considerações	finais,		54
Referências, 55
Capítulo 4 
Modelos e instrumentos 
de gestão ambiental 
empresarial, 59
1 Abordagens e modelos de gestão 
ambiental empresarial, 60
2 Instrumentos de gestão ambiental 
empresarial, 68
3 Política ambiental empresarial, 70
Considerações	finais,		74
Referências, 75
Capítulo 5 
Sistemas de gestão 
ambiental, 79
1 Sistemas de gestão ambiental, 80
2 Estrutura da ISO – International 
Organization for Standardization, 82
3 Normas da série ISO 14000, 83
4 Normas da série ISO 14000 sobre 
sistemas de gestão ambiental, 85
Considerações	finais,		92
Referências, 92
Anexo – Sistemas de gestão 
ambiental, 94
Capítulo 6 
Certificação do sistema de 
gestão ambiental, 97
1 Requisitos para implementação do 
sistema de gestão ambiental, 98
2 Auditoria ambiental, 100
3	 Processo	de	certificação	
ambiental, 102
Considerações	finais,		106
Referências, 107
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Capítulo 7 
Indicadores e desempenho 
socioambiental, 109
1 Responsabilidade social 
empresarial (RSE), 110
2 Indicadores Ethos, 115
3 Avaliação de desempenho 
ambiental, 117
4 Diretrizes para elaboração de 
Relatórios de Sustentabilidade da 
Global Reporting Initiative, 120
Considerações	finais,		123
Referências, 123
Capítulo 8 
Avaliação de impacto 
ambiental, 125
1 Princípios da prevenção e 
da precaução, 126
2 Avaliação de impacto 
ambiental, 127
3 Avaliação de impacto ambiental e 
licenciamento ambiental no 
Brasil, 131
4 Integração entre AIA e gestão 
ambiental empresarial, 136
Considerações	finais,		137
Referências, 139
Sobre a autora, 141
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Capítulo 1
A gestão ambiental 
e as questões 
organizacionais
Quando	se	fala	de	meio	ambiente,	é	comum	imaginar	uma	floresta	
com rica biodiversidade e inalterada pelo ser humano. É comum, tam-
bém, a ideia de que o isolamento do ecossistema das interferências 
humanas seja um fator necessário para garantir a integridade biológi-
ca, concepções relatadas por Diegues (2001) como o mito moderno da 
natureza intocada. O conceito de meio ambiente, porém, vai além do 
ambiente natural, remetendo-se a tudo aquilo que cerca os seres vivos. 
Trata-se de todos os elementos físicos e biológicos que nos cercam, 
sejam eles naturais ou construídos, alterados ou mesmo destruídos 
8 Gestão de meio ambiente Ma
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pela ação humana (por exemplo, área urbanizada e lavoura) (BARBIERI, 
2011; VASCONCELLOS, 2008). O meio ambiente, portanto, é essencial 
à própriaexistência do ser humano e para o desenvolvimento de suas 
atividades, sendo fonte de recursos e de serviços ecossistêmicos.
A relação entre o ser humano e o meio ambiente varia ao longo do 
tempo	e	nas	diferentes	regiões,	sendo	que	o	significado	e	a	valoração	
do meio ambiente estão relacionados à visão de mundo predominan-
te	nas	diferentes	civilizações,	influenciada	por	diversos	fatores	difusos	
na	sociedade,	como	a	religião,	o	senso	comum,	a	filosofia	e	a	ciência	
(CHRISTOFOLETTI, 1999). No âmbito global, a importância do tema 
meio ambiente e, em especial, a importância de sua consideração no 
âmbito da gestão das organizações ganharam projeção a partir da 
década de 1960, quando se passou a perceber os efeitos negativos 
da poluição ambiental e a possibilidade de esgotamento de recursos 
ambientais (crise do petróleo na década de 1970). Foi nesse contexto 
do	final	do	século	XX	que	começaram	a	surgir	novas	ideologias	ambien-
tais no âmbito da economia, que serão exploradas neste capítulo.
Como consequência da tomada de consciência da importância do 
meio ambiente, vem sendo construído um vasto arcabouço conceitu-
al e instrumental que subsidia a inserção da temática nas diferentes 
atividades humanas, incluindo as formas de atribuir valor aos bens e 
serviços ambientais e a gestão ambiental, que busca reduzir os da-
nos de modelos de desenvolvimento econômico alheios às questões 
ambientais.
Este capítulo tem por objetivo apresentar conceitos básicos de 
meio ambiente e um panorama quanto à inserção do tema na pauta 
eco nômica global. Para isso, apresentam-se o conceito de recursos 
ambientais, as correntes da economia do meio ambiente, métodos de 
valoração ambiental e a análise de custo-benefício, seguido de um pa-
norama do surgimento e da consolidação da gestão ambiental no âm-
bito global, destacando sua importância no âmbito das organizações.
9A gestão ambiental e as questões organizacionais
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ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
1 Conceitos – recursos ambientais e 
economia do meio ambiente
A	 fim	 de	 conceituar	 e	 contextualizar	 alguns	 termos	 relacionados	
ao meio ambiente e às principais teorias e abordagens que tratam das 
relações do ser humano com o ecossistema, neste capítulo veremos, 
primeiro, o conceito de recursos ambientais e sua importância para o 
desenvolvimento da sociedade. Na sequência, trataremos da economia 
do meio ambiente, destacando o papel atribuído ao meio ambiente 
pelas principais correntes econômicas.
1.1 Recursos ambientais
O meio ambiente, como entendido aqui, engloba os ambientes na-
turais	e	os	modificados	pela	ação	humana	(antropizados).	Esses	am-
bientes, porém, se diferenciam em diversos aspectos, especialmente 
no que se refere à sua capacidade de regeneração: o ambiente natural 
possui alta capacidade de renovação, o que ocorre por meio de pro-
cessos acionados pelas forças da natureza (como luz solar, ventos, 
água); já o ambiente antropizado tem baixa capacidade de regenera-
ção, sendo pouco capaz de produzir os alimentos necessários e de 
reciclar os resíduos que produz (ODUM; SARMIENTO, 1997), dependen-
do continuamente (direta ou indiretamente) de elementos do ambiente 
natural, por exemplo: ar, água e minérios (ODUM; BARRET, 2008).
A sociedade, portanto, tem uma relação de dependência com a na tu - 
reza sob diversos aspectos, sendo esta fonte de recursos naturais ne-
cessários para a produção de bens e serviços, receptora dos resíduos 
gerados (BARBIERI, 2011), além de meio de vida material e espiritual (MEA, 
2003). Recurso natural diz respeito aos “bens ou serviços originais ou pri-
mários dos quais todos os outros dependem” (BARBIERI, 2011, [s.p.]) e 
envolve elementos físicos e biológicos do meio ambiente natural, como: 
10 Gestão de meio ambiente Ma
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a	atmosfera,	a	água,	o	solo,	o	subsolo,	a	fauna	e	a	flora.	O	termo	recur-
sos ambientais também tem sido usado de maneira análoga a recursos 
naturais. Este é o caso da legislação brasileira (DULLEY, 2004), que tem 
adotado o termo recursos ambientais,	definido	pela	Política	Nacional	de	
Meio Ambiente (Lei 6.938, de 1981) como “a atmosfera, as águas inte-
riores,	superficiais	e	subterrâneas,	os	estuários,	o	mar	territorial,	o	solo,	
o	subsolo,	os	elementos	da	biosfera,	a	 fauna	e	a	flora”	 (BRASIL,	1981,	
[s.p.]). Seguindo a terminologia adotada no contexto brasileiro, deste 
ponto em diante, usaremos apenas o termo recursos ambientais.
Geralmente,	são	classificados	como	recursos	renováveis	–	quando	se	
trata	de	recursos	que	podem	ser	obtidos	indefinidamente	de	uma	mesma	
fonte (por exemplo, a energia solar e plantas) – ou como recursos não 
renováveis	–	quando	se	trata	de	recursos	finitos	considerando	a	escala	de	
tempo	humano	(como	o	petróleo	e	o	gás	natural).	A	finitude	dos	recursos,	
porém, deve ser entendida com ressalvas, pois está sempre relacionada 
ao tempo de renovação daquele bem ambiental e ao modo como ele é 
usado. Por exemplo: a água pode ser considerada como um recurso reno-
vável, visto que, ao longo do ciclo hidrológico, a quantidade total de água 
no planeta se mantém a mesma e que os ambientes aquáticos têm certa 
capacidade de recuperar a qualidade da água (processo de autodepura-
ção), estando o recurso disponível para uso humano. No entanto, se o uso 
ultrapassar a capacidade do ambiente de promover a recuperação da qua-
lidade da água, o recurso deixará de estar disponível para uso, dentro da 
escala de tempo humano.
PARA PENSAR 
Você já pensou sobre qual a diferença entre água e recursos hídricos? 
Ou ainda entre mineral e recurso mineral? Quando falamos da água ou 
do mineral, estamos tratando de elementos que existem no ambiente 
natural, independentemente de terem qualquer tipo de uso ou interesse 
para as atividades humanas. Já os termos recurso hídrico ou recurso mi-
neral, ou ainda recurso ambiental, expressam a existência de interesse 
11A gestão ambiental e as questões organizacionais
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 Editora Senac São Paulo.
em utilizar aquele elemento do ambiente natural para as atividades hu-
manas. O conceito de recursos ambientais, portanto, está alinhado a 
uma ótica de utilização dos bens ambientais.
 
Outro importante conceito é o de serviços ecossistêmicos, que se 
refere aos benefícios gerados pelo funcionamento de ecossistemas 
saudáveis e que, de acordo com a Avaliação Ecossistêmica do Milênio 
(MEA, 2005), podem ser divididos em quatro categorias, apresentadas 
na	figura	1:
Figura 1 – Categorias dos serviços ecossistêmicos
Fonte: adaptado de MEA (2005).
Assim, o meio ambiente exerce um conjunto de serviços ecossistê-
micos que dão base para o desenvolvimento humano, inclusive para o 
desenvolvimento	 socioeconômico,	 havendo	 uma	 relação	 de	 influência	
mútua:	a	qualidade	dos	sistemas	ambientais	influencia	o	sistema	socio-
econômico, fornecendo os recursos e serviços necessários, e o sistema 
Serviços de regulação que se referem, por exemplo, aos processos 
naturais de regulação da qualidade do solo, da qualidade do ar, do clima, 
da qualidade da água, da polinização.
Serviços de suporte que se referem aos serviços necessários para a 
produção de outros serviços, como a ciclagem de nutrientes, a ciclagem 
da água, a formaçãodos solos.
Serviços culturais que tratam dos benefícios imateriais obtidos dos 
ecossistemas, como as belezas cênicas, recreação, valores espirituais.
Serviços de provisão que englobam a produção de produtos obtidos dos 
ecossistemas, por exemplo, água, alimentos, combustíveis.1
2
3
4
12 Gestão de meio ambiente Ma
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socioeconômico,	por	sua	vez,	influencia	os	sistemas	ambientais,	impac-
tando sua qualidade (positiva ou negativamente), por exemplo, por meio 
da introdução de produtos processados, lançamento de resíduos ou 
alteração do uso do solo. Essas relações (apresentadas aqui de modo 
simplificado)	se	desdobram	em	um	conjunto	de	questões	que	serão	dis-
cutidas mais detalhadamente ao longo desta obra, por exemplo: como os 
recursos ambientais, serviços ecossistêmicos e os benefícios do seu uso 
são distribuídos na sociedade?; quais os limites para a exploração desses 
serviços?; como são distribuídos os impactos de seu uso?
PARA SABER MAIS 
Apesar de as atividades humanas sempre terem demandado recur-
sos ambientais e serviços ecossistêmicos, a intensidade e escala da 
demanda se modificou ao longo do tempo e entre diferentes culturas. 
Nesse sentido, um importante marco é a Revolução Industrial (século 
XVIII), que possibilitou novos processos produtivos e o desenvolvimento 
de técnicas intensivas no uso de materiais e energia. Por consequência, 
a demanda por recursos e a geração de resíduos foi ampliada, levando à 
intensificação de problemas ambientais.
Para conhecer exemplos de diferentes civilizações pré-Revolução Indus-
trial e suas relações com o ambiente, recomenda-se o livro Armas, germes 
e aço, de Jared Diamond (1997). Já sobre as profundas modificações 
trazidas pela industrialização, sugere-se o filme Tempos modernos (de 
1936, dirigido por Charles Chaplin).
 
1.2 Economia do meio ambiente
Para entender melhor a relação da sociedade com o meio ambien-
te, é importante entender qual a importância dada a ele nas diferentes 
teorias econômicas. Mas, antes de tratarmos das correntes econômi-
cas mais recentes e seus argumentos, vamos explorar sucintamente 
as raízes da economia do meio ambiente. Nesse sentido, é importante 
13A gestão ambiental e as questões organizacionais
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 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
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 Editora Senac São Paulo.
primeiro mencionar a teoria econômica clássica, que deixou um impor-
tante legado para a economia, sendo que algumas de suas ideias são 
retomadas em debates recentes (PEARCE; TURNER, 1990). Dentre os 
economistas clássicos, vale mencionar Adam Smith, autor do termo 
mão invisível do mercado, que expressa a ideia clássica de que o estado 
econômico de equilíbrio deveria ser alcançado a partir das próprias for-
ças de mercado, sem a intervenção do Estado como agente regulador 
da economia.
Outros dois economistas clássicos de grande importância são Thomas 
Malthus e David Ricardo, pois ambos expressaram a ideia do ambiente 
como um limitante para a economia. Malthus defendia que a quantidade 
de terra agricultável disponível era um limitante ambiental para o cresci-
mento da população, que seria forçada a diminuir seu nível de consumo 
para um nível de subsistência, além de cessar seu crescimento. Já David 
Ricardo não se preocupava com a escassez absoluta dos recursos natu-
rais, mas sim com sua qualidade, acreditando que com o tempo a socie-
dade seria obrigada a mudar para terras menos férteis, o que forçaria a 
chegada a um estado estacionário. No entanto, sua teoria não considera 
que haveria inovações tecnológicas atuando. Por outro lado, o economista 
clássico John Stuart Mill concebeu o progresso econômico como uma 
corrida entre avanços tecnológicos e retorno econômico, e acreditava que 
quando se estivesse aproximando do estado econômico estacionário, a 
tecnologia já teria permitido atender às necessidades fundamentais da 
sociedade, que então poderia buscar outros objetivos, como educação e 
estética (PEARCE; TURNER, 1990; BARBIERI, 2011).
Alicerçada	pela	teoria	clássica,	no	final	do	século	XIX,	a	teoria	eco-
nômica neoclássica ganhou espaço. Nela, o valor das commodities1 é 
1 Commodity refere-se a “qualquer produto em estado bruto relativo à agropecuária ou à extração mineral 
ou vegetal, de produção em larga escala mundial, dirigido para o comércio internacional” (MICHAELIS, 
2018, [s.p.]).
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dado pela sua escassez. Ou seja, pelo balanço entre oferta (quantidade 
de recurso disponível) e demanda (quantidade de recurso requisitado). 
Por consequência, bens e serviços ambientais para os quais não se tem 
demanda (não se atribui função econômica) não têm valor (PEARCE; 
TURNER, 1990). O neoclassicismo também rejeita a intervenção do 
Estado	na	economia	e	a	justificativa	para	isso	é	que	o	mercado	se	autor-
regularia por meio da competição. Por exemplo, visto que o custo de um 
produto	reflete	os	gastos	com	a	produção,	haveria	um	movimento	das	
empresas	no	sentido	de	garantir	o	uso	eficiente	dos	recursos	para	uma	
vantagem competitiva garantida. Assim, em um mercado com muitos 
vendedores e compradores, naturalmente o equilíbrio seria atingido, 
sem a intervenção do Estado.
Nas	décadas	de	1960	e	1970,	a	poluição	já	havia	intensificado,	dando	
força ao surgimento de novas ideologias ambientais e à consolidação 
de diferentes visões quanto à relação entre meio ambiente e economia. 
A	figura	2	apresenta	as	principais	correntes	ideológicas	e	algumas	de	
suas características.
Figura 2 – Ideologias ambientais e suas principais características
Fonte: Pearce e Turner (1990) e Oliveira, Montaño e Souza (2009).
Tecnocentrismo
Cornucopiana extrema Acomodativa Comunalista Ecologia profunda
Posição conservacionista Posição preservacionistaPosição utilitarista
Sustentabilidade fraca Sustentabilidade forte
Ecocentrismo
Máximo crescimento 
econômico, com limites 
ambientais sendo superados a 
partir da regulação do mercado 
e do desenvolvimento 
tecnológico. 
Crescimento sustentável 
desde que se sigam regras 
de manejo dos recursos 
ambientais.
Limites ambientais impõem 
restrições ao crescimento 
econômico.
Aceitação das regras da 
bioética e mínima utilização 
dos recursos ambientais.
Valor instrumental do meio 
ambiente
Valor intrínseco do meio 
ambiente
Posição preservacionista 
extremada
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Por um lado se situa o tecnocentrismo, que defende o crescimento 
econômico	indefinidamente	contínuo	não	só	como	possível,	mas	tam-
bém como desejável. Entende que, para isso, bastaria um sistema de 
preços (capaz de acomodar o aumento das atividades econômicas e 
de garantir a manutenção de um nível aceitável de recursos ambientais) 
associado ao desenvolvimento tecnológico. Assim, a diminuição ou a 
exaustão dos recursos ambientais seria superada a partir do usode 
novas tecnologias e pela substituição dos recursos ambientais.
Do outro lado, o ecocentrismo é a corrente ideológica que considera 
a importância da conservação do capital natural (inclusive quando não 
há interesse econômico), opondo-se à visão antropocêntrica e utilita-
rista do meio ambiente. Além disso, observa as restrições (limites) im-
postas pelo meio ambiente ao crescimento econômico. Entre as visões 
mais extremadas (cornucopiana e ecologia profunda), há também as 
correntes que apontam formas de acomodar as implicações do cres-
cimento econômico ao meio ambiente, no entanto, sem romper com o 
modelo econômico baseado no crescimento.
Com relação às correntes ecocêntricas, o debate foi especialmente 
impulsionado pela crise do petróleo (ainda na década de 1970), susci-
tando	uma	discussão	sobre	a	finitude	dos	recursos	ambientais.	Neste	
contexto, vale mencionar os autores neomalthusianos que, à semelhan-
ça de Malthus, continuam pessimistas com relação ao crescimento da 
humanidade. Essa visão foi expressa, por exemplo, nos textos: A tragé-
dia dos comuns, de Garrett Hardin (1968); Bomba populacional, de Paul 
e Anne Ehrlich (1968) e nos textos do Clube de Roma, em especial o 
documento Limites do crescimento (1972), que argumentavam que as 
políticas de crescimento econômico eram incompatíveis com as políti-
cas de proteção ambiental, levando, posteriormente, à ideia de estado 
econômico estacionário (crescimento zero) e aos princípios da ecologia 
profunda (BARBIERI, 2011).
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Para este debate, também são de grande importância os trabalhos 
de Nicholas Georgescu-Roegen, que, ao discutir a economia a partir das 
leis da física, principalmente da Lei da Entropia, instiga uma mudança 
de paradigma. As obras apontam que, para transformar recursos am-
bientais em produtos que a sociedade valoriza, o sistema econômico 
também produz, necessariamente, algum tipo de resíduo, pois não é 
fisicamente	possível	atingir	100%	de	eficiência	no	processo	produtivo.	
Isso implica que o sistema econômico não é um ciclo fechado e isola-
do da natureza, como se acreditava, mas é sempre baseado no uso de 
recursos de qualidade, provenientes de uma fonte natural, e no despejo 
de volta para a natureza de resíduos sem qualidade para a economia. 
Ou seja, há sempre a transformação de energia útil em energia inútil 
(CECHIN; VEIGA, 2010; GEORGESCU-ROEGEN, 2012). O autor também 
argumenta contra a visão tecnocentrista, ressaltando que, do ponto de 
vista da economia dos recursos terrestres, a maioria das inovações tec-
nológicas implica o esbanjamento de energia útil, visto que, de modo 
geral, a produção de produtos maiores e melhores resulta no consumo 
de recursos e na produção e despejo de resíduos maiores e melhores 
(GEORGESCU-ROEGEN, 2012).
Em meio a tantos debates e consolidação da importância da temá-
tica ambiental para a economia, o crescimento econômico irresponsá-
vel tornou-se impopular ao mesmo tempo que ainda havia incertezas 
com relação aos efeitos econômicos dessa nova consciência am-
biental. Foi nesse contexto que, em 1987, o documento “Nosso futuro 
comum”, elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente 
e Desenvolvimento (também conhecido como Relatório Brundland), 
apresentou	o	 termo	desenvolvimento	 sustentável,	 definido	 como:	 “o	
desenvolvimento que encontra as necessidades atuais sem compro-
meter a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias 
necessidades” (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O MEIO AMBIENTE E 
DESENVOLVIMENTO, 1988, p. 49).
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A partir desse documento, o desenvolvimento sustentável e a sus-
tentabilidade têm sido discutidos nos mais diversos âmbitos (socie-
dade, governos, empresas, academia), mas não há um conceito único 
universalmente aceito. Neste sentido, Veiga (2010) aponta duas corren-
tes sobre a sustentabilidade no âmbito da economia: sustentabilidade 
fraca, que admite que os três tipos de capital – econômico, natural e 
social – são plenamente intercambiáveis e intersubstituíveis, sendo que 
a soma dos três é que deve ser observada; e sustentabilidade forte, que 
destaca que os diferentes tipos de capital não são intercambiáveis, sen-
do necessário manter constantes os serviços do capital natural. Uma 
variante da sustentabilidade forte também é apontada e está direta-
mente relacionada à teoria de Georgescu-Roegen já mencionada, que 
entende que só pode haver sustentabilidade com a minimização dos 
fluxos	de	energia	e	matéria,	o	que	 requer	que	os	avanços	sociais	se-
jam desvinculados de aumentos quantitativos de produção e consumo. 
Como	indicado	na	figura	2	(página	14),	é	possível	relacionar	esses	graus 
de sustentabilidade às diferentes ideologias ambientais apresentadas.
2 Valoração ambiental e análise de 
custo-benefício
Apesar	 de	 ter	 diferentes	 significados,	 o	 termo	 valor, no âmbito da 
economia, diz respeito ao valor monetário, que resulta da interação en-
tre um sujeito e um objeto. Não é, portanto, inerente ao objeto, mas va-
ria em função dessa relação sujeito-objeto e do contexto em que estão 
inseridos	(PEARCE;	TURNER,	1990).	Por	exemplo,	uma	espécie	florestal	
pode ser pouco valorizada se ela existir em grande quantidade e se hou-
ver outra espécie que possa substituí-la, no caso de sua ausência. Por 
outro	lado,	em	uma	situação	de	escassez	da	espécie	florestal	de	inte-
resse e ausência de alternativas, ela passará a ser bastante valorizada.
No entanto, a consideração dos recursos ambientais e serviços ecos-
sistêmicos	na	definição	dos	valores	de	mercado	é	difícil,	especialmente	
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porque o meio ambiente é um bem de titularidade difusa (de uso co-
mum do povo e não sendo possível lhe atribuir um dono). Além disso, 
o cálculo de preços não contempla as externalidades ambientais das 
atividades econômicas.
NA PRÁTICA 
Externalidades são os impactos (positivos ou negativos) da atividade 
econômica que não são considerados no sistema de preços.
Para entender melhor esse conceito, imagine uma atividade econômica 
como a reforma de um prédio antigo. A definição do quanto vai custar 
(preço a ser pago pela reforma) levará em conta, essencialmente, o 
custo dos materiais a serem usados para a realização da reforma e a 
mão de obra necessária para executá-la. Não serão computados no pre-
ço, porém, o impacto visual positivo que o prédio reformado provocará 
(externali dade positiva) ou ainda o impacto sonoro negativo que será 
gerado ao longo da execução da reforma (externalidade negativa). Por-
tanto, esses impactos (positivos ou negativos) não são internalizados 
no sistema de preços, mas são externalizados para a sociedade.
A emissão do gás carbônico para a atmosfera decorrente da queima de 
combustível usado nos automóveis é um exemplo de externalidade, vis-
to que o preço do combustível não leva em consideração os impactos 
desse gás na qualidade do ar (por exemplo, impactos na saúde humana 
e mudançasclimáticas). Assim, o usuário do combustível se beneficia 
individualmente com o uso do combustível (locomovendo-se com o 
automóvel), mas externaliza para a sociedade os impactos da emissão 
do gás, sem pagar por isso.
 
É	nesse	contexto	de	dificuldades	em	incorporar	o	valor	dos	recur­
sos ambientais e serviços ecossistêmicos no sistema econômico 
que a valoração ambiental é um instrumento da microeconomia, que 
busca valorar economicamente um recurso ou serviço ambiental, de-
terminando quanto melhor ou pior estará o bem-estar das pessoas 
em virtude de mudanças na quantidade do recurso ou serviços 
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ambientais (MOTTA, 2013). Em última instância, a valoração ambien-
tal tem por objetivo interromper a degradação ambiental antes que 
se atinjam os limites da capacidade de suporte do ambiente e uma 
situação de irreversibilidade.
O valor econômico dos recursos ambientais e serviços ecossistê-
micos pode ser decomposto em valor de uso e valor de existência (ou 
valor de não uso). 
O valor de uso inclui:
 • valor de uso direto, que é o valor atribuído aos recursos quando 
sua exploração se dá, por exemplo, por meio da pesca, ativida-
des de extrativismo e turismo;
 • valor de uso indireto, que é o valor atribuído aos recursos am-
bientais em função dos benefícios que geram aos indivíduos de 
maneira indireta, por exemplo, ciclagem de nutrientes, proteção 
de mananciais e controle do clima;
 • valor de opção, que se refere ao valor atribuído à preservação de 
recursos ambientais para que estejam disponíveis para uso dire-
to ou indireto no futuro, por exemplo, conservação de áreas para 
proteção de espécies ameaçadas de extinção e de espécies que, 
na	hipótese	de	crescente	conhecimento	(científico,	técnico,	eco-
nômico, social), podem passar a ser usadas.
Já o valor de existência é o valor atribuído aos bens ambientais in-
dependentemente de suas relações com os seres humanos, ou seja, 
dissociado de uso efetivo. Pode estar relacionado a cultura, ética, sim-
patia ou respeito ao direito de existência de outras espécies ou bens 
ambientais.
Para a determinação do valor ambiental, há um conjunto de méto-
dos disponíveis, sendo que a escolha do método a ser adotado depende 
do objetivo da valoração, das hipóteses assumidas, da disponibilidade 
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de dados e do conhecimento da dinâmica ecológica do objeto a ser 
valorado (MOTTA, 2013). Nesse sentido, citamos um conjunto de ca-
racterísticas dos recursos ambientais que podem ser considerados na 
valoração,	conforme	figura	3:
Figura 3 – Características dos recursos ambientais considerados na valoração
Impossibilidade de 
substituição do recurso 
no caso de sua extinção.
Associada a espécies e 
ecossistemas únicos 
e/ou em extinção.
Ignorância quanto ao 
funcionamento do 
ecossistema.
Possibilidade de eliminar 
oportunidades de uso 
futuro.
Incapacidade de 
regeneração do recurso 
ambiental sob determi-
nada intensidade de uso.
Os benefícios são 
perdidos para sempre.
IRREVERSIBILIDADE SINGULARIDADEINCERTEZA QUANTOAO USO FUTURO
Fonte: adaptado de Motta (2013).
Os	métodos	de	valoração	ambiental	podem	ser	classificados	como	
métodos diretos e indiretos. Os métodos diretos obtêm o valor do bem 
ou serviço ambiental a partir das preferências dos consumidores. A 
preferência	pode	ser	 identificada	por	meio	do	método	de	avaliação de 
contingente, que simula um mercado hipotético de bens e serviços 
ambientais e questiona os consumidores quanto a sua disposição a 
pagar para prevenir (ou receber para aceitar) uma alteração na provisão 
de um bem ou de um serviço ambiental. Dentre os métodos apresen-
tados, este é o único adequado para calcular o valor de existência. A 
preferência dos consumidores também pode ser medida, de maneira 
indireta, por meio de mercado de bens complementares, que avaliam, 
por exemplo, a disposição do consumidor a pagar por um produto que 
tenha determinados atributos ambientais (preços hedônicos) ou os cus-
tos associados à visitação de um patrimônio natural (custo de viagem).
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Já os métodos indiretos obtêm o valor dos bens ou serviços ambien-
tais por meio de uma função de produção, que relaciona a alteração do 
bem ou serviço ambiental com a alteração na produção de um produto 
que	tenha	preço	definido	no	mercado.	Uma	das	formas	de	fazer	 isso,	
chamada produtividade marginal, é associar diretamente a variação da 
provisão de um bem ou serviço ambiental com a alteração no preço de 
mercado do produto que é afetado. A partir dessa alteração no preço, 
estima-se o valor econômico de uso do recurso ambiental alterado. Por 
exemplo, para calcular o valor de um solo de boa qualidade, poderíamos 
relacionar a alteração na qualidade do solo com o impacto dessa alte-
ração	na	produção	de	laranja.	Definir	essas	relações,	porém,	pode	ser	
bastante complexo, limitando o uso do método. Além disso, ele permite 
calcular apenas o valor de uso e tende a subestimar o valor do recurso 
ambiental (MAIA; ROMEIRO; REYDON, 2004).
Outra forma de calcular indiretamente o valor de bens e serviços am-
bientais é relacionar a sua variação com a alteração no preço de mer-
cado de algum bem substituto ao bem afetado. Esse método, chamado 
mercado de bens substitutos, pressupõe que a perda (em qualidade ou 
quantidade) de um bem ou serviço ambiental leva à procura por bens 
ou serviços substitutos, de modo a manter o bem-estar da população. 
No nosso exemplo, poderíamos relacionar a variação na qualidade do 
solo com a variação no preço do adubo. Esse método também se limita 
a calcular o valor de uso e, portanto, tende a subestimar o valor do bem 
ou serviço ambiental (MAIA; ROMEIRO; REYDON, 2004). Para a valora-
ção usando o método de mercado de bens substitutos, quatro técnicas 
são bastante conhecidas: custos evitados, custos de controle, custos 
de reposição e custos de oportunidade.
O quadro 1 indica os principais métodos de valoração ambiental e 
exemplos de sua aplicação.
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Quadro 1 – Exemplos de aplicação dos métodos de valoração ambiental diretos e indiretos
MÉTODO EXEMPLO
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Disposição a 
pagar direta
Avaliação 
contingente
Aplicação de pesquisa que questiona a uma amostra da 
população sua disposição a pagar uma contribuição mensal 
para subsidiar a manutenção de uma área vegetada.
Disposição a 
pagar indireta
Preço 
hedônico
Considerando que o preço de uma propriedade é dado por 
um conjunto de características, entre elas as características 
ambientais (por exemplo, qualidade do ar e proximidade 
com áreas verdes), o valor dessas características 
ambientais pode ser estimado pela disposiçãodos 
indivíduos a pagar pela propriedade que tenha as 
características ambientais.
Custo de 
viagem
O valor de um patrimônio natural aberto para visitação 
pode ser estimado a partir dos gastos pelos visitantes com 
deslocamento, taxas e outros custos complementares.
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Produtividade marginal
O valor da água pode ser estimado pela variação no preço 
da energia hidroelétrica decorrente da diminuição do 
volume de água disponível em um período de estiagem.
Mercado 
de bens 
substitutos
Custos 
evitados
A poluição da água pode ser relacionada com o aumento 
da necessidade de um indivíduo comprar água mineral no 
supermercado. Assim, o valor da água de boa qualidade 
pode ser estimado pelo valor pago pelos indivíduos na 
compra da água mineral no supermercado. 
Custos de 
controle
Considerando que a qualidade da água é alterada pelo 
lançamento de esgoto, uma forma de estimar o valor da 
água de boa qualidade é o custo de tratar o esgoto. 
Custos de 
reposição
Valor de um solo fértil pode ser calculado a partir dos 
gastos associados à recuperação do solo degradado. 
Custos de 
oportunidade
O valor de uma unidade de conservação pode ser estimado 
por meio dos ganhos econômicos decorrentes do uso dessa 
área para agricultura.
Fonte: baseado em Maia, Romero e Reydon (2004) e Motta (2013).
Uma das principais utilizações da valoração ambiental é subsidiar 
análises de custo-benefício (ACB). A ACB é uma técnica econômica 
bastante utilizada com o propósito de avaliar, comparar e priorizar as 
23A gestão ambiental e as questões organizacionais
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alternativas e tem sido uma forma relevante de incluir informações re-
lativas aos recursos ambientais na tomada de decisão, seja no âmbito 
público ou privado (MAY, 1994).
No contexto do uso da ACB para a consideração do meio ambiente, 
de acordo com Motta (2013, p. 434) os benefícios se referem aos bens 
e serviços ambientais cuja conservação acarretará impactos positivos 
no bem-estar das pessoas; já os custos representam “o bem-estar que 
se deixou de ter em função do desvio dos recursos da economia para 
políticas ambientais”. Assim, os valores monetários associados aos be-
nefícios e aos custos de cada alternativa devem ser calculados e com-
parados,	permitindo	a	identificação	daquelas	que	melhor	aproveitam	os	
recursos. Ou seja, as alternativas que propiciam melhores benefícios 
com menores custos, maximizando o uso dos recursos disponíveis 
(MOTTA, 2013).
É importante destacar, porém, que a análise custo-benefício, bem 
como os métodos de valoração ambiental, não consegue incorporar a 
complexidade dos sistemas ambientais; sendo ambas, portanto, simpli-
ficações.	Dessa	forma,	a	aplicação	dos	critérios	econômicos	deve	sem-
pre ser precedida de avaliação ecológica, que é crucial para determinar 
como os bens e serviços ambientais estão sendo afetados.
3 Globalização e gestão ambiental
Iniciativas que visam evitar a escassez de recursos ambientais 
não são novidade. No Brasil, por exemplo, em 1605 foi estabelecido 
o Regimento sobre o Pau-Brasil, ainda ligado à legislação portuguesa 
(PÁDUA, 2002). Ao longo do tempo, porém, o debate sobre a temática 
ambiental	 foi	 se	 intensificando	e	 alcançando	diferentes	países	 e	gru-
pos sociais, impulsionado especialmente por eventos que provocaram 
grandes impactos ambientais, como o caso de poluição por mercúrio 
identificada	 em	Minamata	 (no	Japão),	 no	 final	 da	década	de	1950,	 e	
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os impactos decorrentes do uso de agrotóxicos, registrado por Rachel 
Carson no livro Primavera silenciosa, lançado em 1962.
Com o aumento da magnitude dos impactos das atividades humanas 
no	meio	ambiente,	começou	a	ficar	evidente	também	que	muitos	impac-
tos	não	ficam	restritos	ao	local	em	que	foram	gerados,	mas	com	frequên-
cia extrapolam fronteiras administrativas, inclusive fronteiras nacionais. 
Assim, a partir da década de 1960, as questões ambientais passaram 
a ser tratadas de maneira global, e não mais de maneira fragmentada, 
como era até então (BARBIERI, 2011). Reforça-se, também, a ideia de que 
o ambiente é um organismo e, como tal, suas partes estão conectadas.
É	 neste	 contexto	 que	 se	 intensificaram	 as	 iniciativas	 intergover-
namentais e os mecanismos de ação internacional para lidar com as 
questões ambientais. Assim, acordos multilaterais passaram a ser de-
senvolvidos, por exemplo, no âmbito da ONU e suas entidades, além 
da realização de eventos internacionais para tratar do tema ambiental, 
contando, inclusive, com a participação de diversos chefes de Estado, 
destacando-se a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
Humano realizada em 1972, em Estocolmo, como um marco.
Um dos aspectos importantes das discussões em 1972 foi a sig-
nificativa	 disparidade	 entre	 países,	 à	 época,	 desenvolvidos	 e	 em	 de-
senvolvimento, com relação a suas contribuições quanto à explora-
ção do meio ambiente. Além de terem contribuído menos, até aquele 
momento, para a promoção de problemas ambientais, os países em 
desenvolvimento não estavam preparados para abrir mão da explo-
ração do meio ambiente em prejuízo ao crescimento econômico. Em 
resposta a essas preocupações, a Declaração sobre o Meio Ambiente 
Humano (resultante da Conferência de Estocolmo), em uma de suas 
diretrizes, destaca a garantia da soberania dos países para explorar 
os recursos ambientais de seu território de acordo com política am-
biental nacional, desde que as atividades realizadas não prejudiquem 
o meio ambiente de áreas situadas fora dos limites de sua jurisdição. 
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Vale ressaltar, ainda, que essas discussões evidenciam um aspecto 
importante, que é a distribuição dos benefícios e dos custos ambien- 
tais,	visto	que	nem	sempre	quem	se	beneficia	da	exploração	de	um	de-
terminado recurso é quem paga o custo ambiental desse uso, como 
foi comprovado a partir da percepção de impactos ambientais globais, 
como a destruição da camada de ozônio e as mudanças climáticas.
Outro evento de grande importância no cenário global foi a Confe- 
rência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento 
de 1992, no Rio de Janeiro, quando um conjunto de documentos foi 
aprovado, dentre eles a Agenda 21. Pode-se falar, então, que atualmente 
há uma Ordem Ambiental Internacional que, apesar de respeitar a so-
berania e interesses nacionais, delineia uma agenda ambiental global 
(RIBEIRO, 2001).
Para atender a essa agenda, a gestão ambiental é fundamental não 
só no âmbito global, mas também nos níveis regional, nacional e lo-
cal, tendo como objetivo minimizar os efeitos das atividades humanas 
sobre	 o	 ambiente,	 a	 fim	 de	 garantir	 padrões	 aceitáveis	 de	 qualidade	 
ambiental (ADISSI; ALMEIDA NETO, 2013). Sua aplicação pode ter dife-
rentes motivadores – por exemplo, as pressões da sociedade, legisla-
ção nacional, requisitos de agências multilaterais de desenvolvimento 
ou ainda as pressões do mercado –, envolve a avaliação de riscos e 
impactos	ambientais	e	pode	ser	definida	como:
[...] diretrizes e atividades administrativas e operacionais,tais como 
planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras 
realizadas com o objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio 
ambiente, tanto reduzindo, eliminando ou compensando os danos 
ou problemas causados pelas ações humanas, quanto evitando 
que eles surjam. (BARBIERI, 2011, [s.p.])
De acordo com Barbieri (2011), a gestão ambiental pode ser aplicada 
às mais diversas áreas de atividades humanas e envolve quatro dimen-
sões: a espacial, relacionada à área na qual se espera que as ações de 
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gestão tenham efeito; a temática, que concerne às questões ambientais 
foco da iniciativa de gestão; a institucional, que trata dos agentes envol-
vidos	na	gestão;	e	a	filosófica	ou	ideológica,	que,	como	já	mencionado	
neste capítulo, está ligada ao entendimento das relações entre ser hu-
mano	e	meio	ambiente,	influenciando	a	significância	e	o	valor	atribuídos	
ao meio ambiente. As diferentes dimensões ideológicas dão base para 
variados modelos e práticas de gestão ambiental (que serão apresenta-
dos no capítulo 4).
Considerações finais
Neste capítulo, foram apresentados os conceitos de recursos am-
bientais e serviços ecossistêmicos, evidenciando a complexidade e a 
importância das relações socioeconômicas com o meio ambiente. A 
incorporação da consideração dessas relações pela economia também 
foi apresentada, destacando-se diferentes ideologias ambientais que 
indicam os diversos comportamentos econômicos e, como será apre-
sentado	 ao	 longo	 dos	 próximos	 capítulos,	 influenciam	 as	 políticas	 
ambientais e instrumentos de gestão ambiental. Uma forma de inse-
rir o meio ambiente na economia tem sido pela valoração monetária 
dos	bens	e	serviços	ambientais,	por	meio	de	métodos	de	qualificação	
ambiental e da análise custo-benefício, que tem como propósito subsi-
diar decisões que possibilitem um melhor aproveitamento dos recursos 
financeiros	 disponíveis,	 maximizando	 os	 benefícios	 ambientais.	 Vale	
destacar que esses métodos são usados de forma associada a ou-
tros instrumentos de gestão ambiental, como nos sistemas de gestão 
ambiental e na avaliação de impactos ambientais, sendo, portanto, de 
grande relevância.
Por	fim,	destaca­se	a	importância	da	gestão	ambiental,	reconhecida	
globalmente, visto que considerar os efeitos ambientais das ativida-
des humanas e agir de forma a minimizar seus danos é fundamental, 
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seja porque a continuidade das atividades depende da qualidade do 
ambiente, seja por se atribuir valor intrínseco ao meio ambiente ou, 
ainda, por necessidade de atender às demandas sociais e globais de 
buscar a minimização dos danos ambientais.
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31
Capítulo 2
Riscos ambientais e 
gestão empresarial
Problemas ambientais têm sido relacionados às atividades econô-
micas e industriais desde a Revolução Industrial, agravando-se ao longo 
do tempo com a consolidação da sociedade industrial e da sociedade 
de consumo, que vislumbram um padrão de produtividade e consumo 
não compatíveis com os limites do meio ambiente (MAMED, 2017). Tal 
incompatibilidade foi apresentada, por exemplo, por Rockström et al. 
(2009), que identificaram e quantificaram limites planetários apontando 
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que, à época, pelo menos três desses limites já haviam sido ultrapas-
sados (perda de biodiversidade, mudanças climáticas e o ciclo do ni-
trogênio). Na tentativa de contornar tal situação, o desenvolvimento de 
soluções científicas e tecnologias que agridam menos o meio ambiente 
tem sido buscado, bem como diversos modelos e instrumentos de ges-
tão ambiental (BARBIERI, 2011).
Nesse contexto, este capítulo apresenta relações entre a evolução 
tecnológica e os riscos ambientais, buscando esclarecer o que se 
entende por riscos e o que eles representam para a sociedade. Na 
sequência, apresenta o conceito de danos ambientais e discute as res-
ponsabilidades no que tange à reparação dos danos e sua prevenção 
na perspectiva das organizações. Por fim, apresenta a análise de riscos 
ambientais como uma ferramenta para a identificação, estimativa e 
gerenciamento de tais riscos.
1 Evolução tecnológica e riscos para o meio 
ambiente
A evolução tecnológica tem sido importante âncora para o desenvol-
vimento do modelo de sociedade hegemônico, largamente baseado no 
consumo de bens. Neste sentido, a Revolução Industrial (século XIX) e a 
Revolução Técnico-Científica (ou Terceira Revolução Industrial – século 
XX) são importantes marcos, visto que proporcionaram, por meio de 
evolução tecnológica, o aumento significativo da produção de bens e 
serviços para a sociedade, inclusive gerando excedentes, que é um as-
pecto fundamental para o modelo econômico e de desenvolvimento da 
sociedade vigentes (DEMAJOROVIC, 2003; MAMED, 2017).
O avanço tecnológico-científico tem proporcionado o aumen-
to da produção, no entanto, também tem permitido a ampliação das 
interferências humanas no ambiente, bem como o significativo au-
mento do uso de recursos ambientais e serviços ecossistêmicos 
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necessários para a produção de bens e emissão de rejeitos, o que 
tem sido associado ao surgimento de problemas ambientais. A de-
gradação do meio ambiente, assim, não deve ser entendida como fa-
talidade ou acontecimento inesperado, mas sim como consequência 
inerente às escolhas relacionadas à aplicação dos conhecimentos 
técnico-científicos e à modernidade (DEMAJOROVIC, 2003).
O reconhecimento da degradação do meio ambiente e do que se 
chamou de crise ambiental tem pressionado a apresentação de formas 
para se contornar a situação, suscitando preocupações em desenvolver 
soluções científicas e tecnologias que agridam menos o meio ambien-
te. Essa visão está presente, por exemplo, nos modelos de produção 
mais limpa e ecoeficiência (apresentados no capítulo 4), que indicam 
o desenvolvimento tecnológico como caminho para a redução dos 
impactos ambientais. Ou seja, o desenvolvimento técnico-científico 
tem sido percebido, paradoxalmente, como gerador de danos ambien-
tais e, ao mesmo tempo, ferramenta para amenizá-los (BECK, 2016; 
DEMAJOROVIC, 2003).
Nesse sentido, Beck (2016) ressaltava, já na década de 1980, que, 
associado ao processo de industrialização e evolução tecnológica, há 
um processo de produção de risco. O risco está associado à possibi-
lidade de um determinado evento indesejado se concretizar no futuro, 
tendo ligação, portanto, com as incertezas referentes às diversas ativi-
dades humanas e suas possíveis consequências relacionadas a deter-
minados valores atribuídos pela sociedade, por exemplo, com relação 
à economia, aspectos sociais ou ambientais (AVEN et al., 2015). 
Assim, ao se optar pelo desenvolvimento de determinada indústria ou 
pelo uso de uma tecnologia específica, assume-se um conjunto de ris-
cos associados, inclusive riscos ambientais. Como exemplos, podem-se 
citar o risco de contaminação da população por material radioativo as-
sociado ao uso de tecnologias de geração de energia nuclear e o risco 
de poluir o ar ou de causar acidentes relacionados à intensificação do 
uso de automóveis.
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PARA PENSAR 
Indica-se o filme The Cloverfield Paradox, estreado em 2018 e dirigido 
por Julius Onah, que mostra a busca por uma nova fonte de energia para 
suprir as necessidades da sociedade. É um filme de ficção científica que 
instiga a reflexão sobre as desconhecidas consequências associadas 
ao desenvolvimento técnico-científico.
 
Conforme estabelecido por Beck (2016), a produção social de rique-
za na modernidade está associada à produção social de riscos e a con-
flitos em torno da distribuição desses riscos na sociedade, visto que, 
com fre quência, os riscos não ficam restritos ao seu gerador, tampouco 
afetam igualmente os indivíduos, mas atingem os diferentes grupos so-
ciais de modos distintos. Por exemplo, os efeitos da poluição do ar pro-
vocado por atividades industriais não ficam restritos aos indivíduos que 
adquirem e se beneficiam dos produtos resultantes da indústria, mas 
afetam toda a comunidade do entorno. No entanto, grupos que tenham 
condições de mudar sua residência para bairros afastados das zonas 
industriais são menos afetados do que os grupos que, por distintos mo-
tivos, precisam permanecer nas zonas com maiores níveis de poluição.
Nessa sociedade de risco, então, um aspecto de grande importância 
é a definição de riscos e em que magnitude são aceitáveis pela socie-
dade. Essa definição está, essencialmente, relacionada à gravidade das 
consequências de um evento indesejado de fato ocorrer e à probabi-
lidade de ele acontecer. É baseado nesse balanço que alguns setores 
da indústria (por exemplo, a indústria nuclear) atraem grande atenção, 
uma vez que, apesar de a probabilidade do risco se efetivar ser peque-
na, as consequências ambientais e sociais são significativas. Situações 
desse tipo, inclusive, têm chamado a atenção da sociedade para a te-
mática ambiental, evidenciando a importância de avaliar e incorporar 
questões ambientais na gestão e no gerenciamento das atividades in-
dustriais. Nesse sentido, as figuras 1 e 2 reúnem exemplos importantes 
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de acidentes relacionados a atividades industriais que tiveram significa-
tivas consequências ambientais à saúde e à segurança humana.
Figura 1 – Acidentes industriais de importantes consequências ambientais e à segurança humana 
(1974 a 1988)
Reino Unido: explosão de 
nuvem de ciclo hexano em 
indústria química – morte 
de 28 pessoas; 89 feridos; 
afetando 2.450 casas
Canadá: descarrilamento 
de dois vagões, seguido de 
explosões – evacuação de 
240 mil pessoas
Suíça: vazamento de 
agrotóxicos – contaminação 
do rio Reno
França: vazamento do 
petroleiro Amoco-Cadiz – 
morte de 30 mil aves, 230 
mil peixes e frutos do mar
Brasil: vazamento de duto 
de amônia – evacuação de 
6 mil pessoas; hospitalização 
de 65 pessoas
1974 1978 1979 1985 1988
Fonte: adaptado de Ibama (2018) e Sánchez (2008).
Figura 2 – Acidentes industriais de importantes consequências ambientais e à segurança humana 
(1989 a 2015)
Estados Unidos: 
vazamento do petroleiro 
Exxon-Valdez – poluição de 
1.000 km de costa; morte 
de mais de 35 mil aves
Brasil: vazamento de óleo 
combustível de um duto na baía 
de Guanabara – contaminação 
de praias e mangues; danos à 
pesca e ao turismo
Brasil: ruptura de barragem
de rejeitos de mineração – 
soterramento do subdistrito de 
Bento Rodrigues; poluição de 663,2 
km de cursos d'água; destruição de 
1.469 hectares, incluindo Áreas de 
Preservação Permanente; impactos 
sociais e econômicos nos 
municípios da região
Canadá: incêndio em fábrica 
de plástico – evacuação de 
650 pessoas
Estados Unidos: erosão do extravasor de 
emergência da barragem, seguida de 
ruptura – liberação de cerca de 900 mil m³ 
de sedimentos; evacuação de 1.872 
pessoas; danos de US$ 100 milhões; 
fechamento de duas minas
1989 1997 2000 2003 2015
Fonte: adaptado de Ibama (2018) e Sánchez (2008).
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Nesse sentido, a análise dos riscos ambientais, bem como o desen-
volvimento de mecanismos para controlar e conviver com boa parte 
desses riscos são preocupações necessárias (AVEN et al., 2015). No 
que tange aos riscos ambientais, isso envolve técnicas de cálculo de 
riscos, medidas de gerenciamento e medidas compensatórias, além de 
mecanismos de regulação e controle por parte do Estado, que serão 
apresentados ao longo desta obra.
2 Danos ambientais e responsabilidades
Os danos ambientais, de acordo com Milaré (2011), referem-se às le-
sões ao meio ambiente que têm como consequência a degradação do 
equilíbrio ecológico e da qualidade de vida. Esses danos podem ser de-
correntes de situações em que, mesmo conhecidas as consequências 
ambientais de determinada ação, são adotadas condutas imprudentes, 
negligentes ou mesmo por vontade de provocar o dano, sendo possível 
estabelecer uma relação de culpa. Por outro lado, os danos ambientais 
também podem ser decorrentes de situações em que, mesmo não ha-
vendo conduta imprudente, negligente ou a vontade de provocar o dano 
(ausência de culpa), este é ocasionado por determinada ação (FARIAS; 
COUTINHO; MELO, 2015). Desse modo, vale lembrar que, como apresen-
tado anteriormente, todas as ações têm riscos a elas associados; portan-
to, ao optar pela sua realização, assumem-se os riscos.
Tal responsabilização é especialmente importante no caso do meio 
ambiente, posto que a identificação e a medição das contribuições in-
dividuais para a geração dos danos ambientais e a comprovação de 
culpa são difíceis, mas tal dificuldade não pode ser um impedimento 
para a proteção do meio ambiente, visto que se trata de bem coleti-
vo, cujos danos muitas vezes são irreversíveis (DEMAJOROVIC, 2003; 
FARIAS; COUTINHO; MELO, 2015). Um caminho que tem sido adota-
do em diferentes contextos para a responsabilização é o estabeleci-
mento da relação de causa e efeito entre dano ambiental e atividade 
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geradora do dano (relação de causalidade ou nexo causal), baseando-se 
em correlações já conhecidas.
A legislação brasileira que trata de meio ambiente define a responsa-
bilidade objetiva ambiental, segundo a qual quem cria o risco do dano 
ambiental tem a obrigação de recuperar o ambiente impactado, não sen-
do necessário conhecer a razão da degradação para que haja o dever de 
indenizar e/ou reparar o dano (BRASIL, 1981; MACHADO, 2013). Dessa 
forma, independentemente da comprovação de culpa, o estabelecimento 
de nexo causal é suficiente para responsabilizar o autor da ação pela re-
cuperação ou indenização do dano ambiental. Vale mencionar, ainda, que 
na jurisdição brasileira tanto as pessoas físicas quanto as pessoas jurídi-
cas estão sujeitas às obrigações e às sanções relacionadas à geração de 
danos ambientais (BRASIL, 1988), bem como o Poder Público responde 
solidariamente quando autoriza uma atividade que causa dano, mesmo 
que tal atividade esteja de acordo com os padrões de qualidade oficiais 
(BRASIL, 1981).
Para além da definição das responsabilidades definidas nas legis-
lações, a responsabilidade ambiental (assim como a responsabilidade 
social) é um tema de interesse das organizações nas últimas décadas. 
Já na década de 1980, essa preocupação surgiu especialmente nas 
atividades industriais que apresentavam grandes riscos ao meio am-
biente e à vida humana, como a indústria química, que precisava mos-
trar à sociedade que estava comprometida com uma nova postura de 
diminuição dos riscos ambientais à comunidade e aos trabalhadores 
(DEMAJOROVIC, 2003).
Reconhecer e assumir responsabilidades quanto aos aspectos am-
bientais reflete a percepção de que a minimização e a mitigação de 
danos ambientais exigem novas estratégias por parte das organiza-
ções, que devem considerar as questões ambientais já na concepção 
das tecnologias e das atividades, a partir de uma postura proativa com 
relação à melhoria ambiental (BARBIERI, 2011; DEMAJOROVIC, 2003). 
Assim, a responsabilidade socioambiental pode ser percebida como 
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um caminho para responder às pressões governamentais, sociais e, 
também, do mercado, visto que ela tem sido usada como parâmetro de 
referência para os negócios no âmbito corporativo (TACHIZAWA, 2017).
3 Análise de riscos ambientais
Reconhecida a importância dos riscos na sociedade atual, sua ob-
servação tem ganhado cada vez mais destaque no âmbito das orga-
nizações, destacando-se a necessidade de estratégias sólidas para a 
identificação, avaliação e gerenciamento dos riscos (KAERCHER; LUZ, 
2016). Nesse contexto, uma ferramenta importante é a análise de riscos, 
que envolve a identificação de perigos e a estimativa dos riscos, além da 
proposição de medidas de gerenciamento e de contingenciamento dos 
riscos, subsidiando decisões sobre localização e operação dos proces-
sos industriais, investimentos em equipamentos, rotinas de monitora-
mento e manutenção e procedimentos de segurança (DEMAJOROVIC,2003; SÁNCHEZ, 2008).
A análise de risco tem início com a identificação de perigos1, seguida 
pela estimativa da frequência de ocorrência desses perigos, depois pela 
avaliação de suas consequências e, por fim, pela definição de medidas 
para lidar com os riscos, reunidas em planos de gerenciamento de ris-
cos (figura 3).
Figura 3 – Etapas da análise de riscos ambientais
Elaboração de plano de gerenciamento de riscos
Identificação de perigos
Estimativa da frequência de ocorrência de perigos
Avaliação das consequências associadas aos perigos
1 Perigo é a condição que tem potencial de causar uma situação indesejada (SÁNCHEZ, 2008).
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Para a identificação dos perigos, alguns dos métodos mais usados 
são as listas de verificação, o estudo de risco e operabilidade, a análise 
de modos de falha e consequências e a análise da árvore de falhas. Já 
para a análise das consequências, os métodos variam para os diferen-
tes tipos de atividades e perigos, de modo que permitam simular a ex-
tensão e magnitude dos efeitos no ambiente e na sociedade (SÁNCHEZ, 
2008). 
Conhecidos os perigos e suas potenciais consequências, os riscos são 
estimados, podendo ser utilizadas diferentes métricas, sendo que a esco-
lha de como calcular os riscos dependerá da situação. De maneira geral, as 
estimativas consideram a probabilidade de ocorrência do perigo e a 
magnitude de suas consequências, mas podem também envolver, por 
exemplo, a avaliação dos custos e dos benefícios relacionados à redu-
ção dos riscos (AVEN et al., 2015; SÁNCHEZ, 2008). Outro aspecto im-
portante é a definição dos níveis de risco considerados toleráveis, uma 
vez que a propensão dos indivíduos a aceitar riscos varia amplamente. 
Além disso, como já mencionado, a distribuição dos riscos e dos bene-
fícios também varia entre os diferentes grupos sociais e, portanto, as 
percepções dos riscos são distintas.
Em situações em que há menos complexidade, é comum que, ao 
invés de se realizar uma análise completa dos riscos, a análise seja 
concentrada apenas na elaboração de um plano de gerenciamento de 
riscos (SÁNCHEZ, 2008). De acordo com a Sociedade para Análise de 
Risco (AVEN et al., 2015), o gerenciamento de riscos pode ser definido 
como o conjunto de atividades que visam lidar com os riscos, por exem-
plo, prevenção, mitigação e adaptação.
Um plano de gerenciamento de riscos geralmente contém informa-
ções sobre: as características e segurança do processo de interesse; a 
revisão dos riscos associados ao processo; o gerenciamento das mo-
dificações feitas na indústria; a manutenção e a garantia da integridade 
dos sistemas considerados críticos para a segurança do processo; os 
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procedimentos operacionais tanto para situações normais quanto para 
situações de emergência; a capacitação dos funcionários; os procedi-
mentos de investigação de incidentes; o plano de ação de emergência e 
auditorias, visando verificar a conformidade dos procedimentos e ações 
de gerenciamento (SÁNCHEZ, 2008).
Especificamente sobre o plano de emergência (ou plano de contingên-
cia), ele deve sintetizar as informações relacionadas às ações a serem 
executadas nos diferentes cenários de emergência, por exemplo, apon-
tando as atribuições e responsabilidades dos envolvidos, de modo a guiar 
as ações no caso de ocorrência da situação de perigo (SÁNCHEZ, 2008).
Considerações finais
A evolução tecnológica associada ao desenvolvimento da ciência 
tem possibilitado, ao longo do tempo, diversas modificações no modo 
de produção industrial e na produtividade, possibilitando aumento sig-
nificativo na produção de bens e serviços para a sociedade. No entan-
to, além dos efeitos positivos associados ao desenvolvimento tecno-
lógico-científico, também há efeitos negativos, sobretudo relacionados 
ao aumento do uso de recursos ambientais e serviços ecossistêmicos 
demandados (DEMAJOROVIC, 2003). Nesse contexto, o processo de 
industrialização e evolução tecnológica tem como uma de suas conse-
quências o processo de produção de riscos, inclusive ambientais, que, 
ao mesmo tempo que afeta a sociedade como um todo, afeta de ma-
neiras distintas os diferentes grupos sociais (BECK, 2016).
Todo uso de tecnologia e atividades realizadas, portanto, tem as-
sociados riscos ambientais que são explícita ou implicitamente assu-
midos e, quando o risco se efetiva, um dano ambiental é provocado. 
Visando à garantia da qualidade do meio ambiente enquanto um bem 
de interesse da coletividade, a responsabilização pelos danos ambien-
tais tem sido atribuída àquele que provocou o dano, independentemen-
te de intenção ou culpa de causá-lo, bastando existir relação de causa 
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e efeito (MACHADO, 2013). A partir de uma postura proativa, muitas 
organizações também têm assumido responsabilidades ambientais e 
sociais com relação aos efeitos de suas atividades, visando mostrar à 
sociedade que tem buscado diminuir os riscos ambientais a elas asso-
ciados (DEMAJOROVIC, 2003).
Para que os riscos ambientais possam ser evitados e, quando neces-
sário, mitigados, a análise e gerenciamento de riscos é um aspecto de 
grande importância, principalmente quando se trata de atividades que en-
volvem riscos significativos, seja em função da frequência com que ocor-
rem, seja em função da magnitude de suas consequências. A reflexão em 
torno de quais são os níveis de riscos aceitáveis pela sociedade, porém, 
deve estar sempre presente, reconhecendo-se que percepções e tolerân-
cias são diferentes para os diferentes grupos e indivíduos (SÁNCHEZ, 
2008). Além dos estudos de análises de riscos e planos de gerencia-
mento, há ainda um conjunto de outros instrumentos, tanto no âmbito 
do Poder Público como no âmbito das organizações privadas, que tem 
como objetivo evitar ou mitigar danos ambientais, visando à compatibi-
lização do desenvolvimento socioeconômico com qualidade ambiental. 
Tais instrumentos serão apresentados e discutidos ao longo desta obra.
Referências
AVEN, Terje et al. Society for risk analysis glossary. Society for risk analysis, 
Committee on Foundations of Risk Analysis, 22 jun. 2015. Disponível em: 
<http://www.sra.org/sites/default/files/pdf/SRA_glossary_20150622.pdf?pdf= 
Glossary>. Acesso em: 15 abr. 2018.
BARBIERI, José Carlos. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e 
instrumentos. São Paulo: Saraiva, 2011.
BECK, Ulrich. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. Tradução de 
Sebastião Nascimento. São Paulo: Editora 34, 2016.
BRASIL. Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional 
de Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá 
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