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Template - Projeto de Pesquisa - TCC1_2022.2 .4.doc hoje (1) (1)

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GRUPO SER EDUCACIONAL 
UNINASSAU
CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
PATRICIA FRANCO QUEIROZ
PROJETO DE PESQUISA – TCC1
ENSINANDO COM AMOR 
Afetividade no processo ensino/aprendizagem
Camaçari/BA
2022
sumário
1INTRODUÇÃO........................................................................................................ 3
1.1Tema ................................................................................................................... 5
1.1.2Delimitação do Tema ....................................................................................... 5
1.2 Problema de Pesquisa ....................................................................................... 6
1.3 Justificativa ......................................................................................................... 6
2 OBJETIVOS .......................................................................................................... 7
2.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 7
2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 7
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 7
3.1 Afetividade........................................................................................................... 7
3.2 Relação professor/ aluno....................................................................................11
3.3 Afetividade x aprendizagem...............................................................................13
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .............................................................14
4.1 Caracterização do estudo ..................................................................................14
4.2 Universo da pesquisa.........................................................................................14
4.3 Instrumentos de coleta de dados ......................................................................15
5 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 16
1 INTRODUÇÃO
A afetividade é um estado psicológico que permite ao ser humano, demonstrar os seus sentimentos e emoções a outro ser ou objetivos.
Para Wallon (1979), duas funções básicas constituem a personalidade: afetividade e inteligência. A afetividade está relacionada às sensibilidades internas e se orienta em direção ao mundo social e para a construção da pessoa; a inteligência, por sua vez, vincula-se às sensibilidades externas e está voltada para o mundo físico, para a construção do objeto. As relações sujeito e objeto do conhecimento a afetividade se fazem presentes na mediação sutil que incentiva a empatia, a curiosidade, capaz de fazer a criança avançar em suas hipóteses no processo de desenvolvimento e aprendizagem. Nesse sentido razão e emoção não se dissociam, visto que uma não acontece sem a outra. 
Quando uma criança nasce ela é rodeada de muito amor e carinho, a família tem esses papéis, de amar, cuidar e ensinar; tudo isso colabora para o seu desenvolvimento e crescimento. Além do afeto familiar é importante que o afeto professor/aluno também aconteça no ambiente escolar.
Todas as atitudes humanas são permeadas pelo afeto, que influência nas decisões a serem tomadas. 
 Levando-se em consideração que quando uma pessoa começa a perceber que sua vida é inútil, começa a desanimar, e quando se sente útil, sua autoestima, a alegria, toma conta do seu corpo. Assim, é com o aluno. Quando se sente útil na escola ou sala de aula e percebe que os assuntos são úteis, sente mais prazer em estudar, consequentemente terá melhor aprendizagem.
É fato que aprender não é um processo fácil. Devemos querer e estar preparados para receber o novo conteúdo e instruções. Um ambiente marcado pela afetividade,
cercado de vivencias prazerosas e de relações positivas se torna propício para o
aprendizado acontecer de forma prazerosa, significativa e onde o aluno não se sinta oprimido. 
“Quando a relação afetiva entre professor e a turma é positiva, as crianças desenvolvem melhor sua memória, auto estima, vontade e pensamentos “afirma Renata Mello, coordenadora da escola infantil EDUCARE.
Acredita-se que a afetividade contribui e influencia no aprendizado da criança, possibilitando um crescimento sadio e um enriquecimento permanente.
Freire (1996, p. 96) ressalta características do professor que envolve afetivamente seus alunos: O bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é, assim, um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas.
Sabe-se também que a situação da educação nos dias atuais, não tem sido uma das melhores, o vínculo afetivo nas escolas parece está se perdendo, aquele afeto que se tem na Educação Infantil, começa a se perder, no Ensino Fundamental e no Médio, dando espaços aos conflitos e distanciamentos. Mas acredito que os alunos que se distanciam e tem situações conflituosas com os professores são justamente alunos que não receberam afeto, não foram ouvidos e nem assistidos nos seus anos iniciais.
A criança precisa ser ouvida, ter sua opinião valorizada, ter seu ritmo e seu tempo respeitadas, receber estímulos e ser motivada para que possa se desenvolver e aprender de forma efetiva, construir sua autoestima, autonomia e pensar de forma crítica. Assim o professor deixa de ser um transmissor do conhecimento para ser um mediador na aprendizagem em sala de aula, contribuindo para a preparação de crianças inteligentes e felizes. 
Por isso esse projeto de pesquisa vem com o foco de mostrar que a afetividade no ambiente da Educação é indispensável, pois traz benefícios indispensáveis para toda a vida da criança. O desenvolvimento da afetividade na escola, nas práticas pedagógicas, é um instrumento que contribui no cuidado e atitudes do professor para que não afete a criança de forma negativa.
1tEMA
Afetividade no processo ensino/aprendizagem
1.1 Delimitação do Tema (título)
Na filosofia, o afeto faz parte das reflexões de praticamente todos os filósofos, desde a Antiguidade até os nossos dias. Entende-se como afeto as relações não dominadas pela regência monopólica da paixão. Desta forma, define-se afeto como tradutor de bondade, carinho, proteção, apego, gratidão, etc. 
A afetividade são eventos experimentados e vivenciados em forma de emoções, tal emoção faz com que o indivíduo consiga determinar o modo como se vê o mundo e também como se manifesta. Sendo assim, tendo ou não a presença da afetividade é que aí determinar a forma de como este indivíduo irá se desenvolver, pois quando o professor usa métodos através da afetividade para aplicar conteúdos em sala de aulas a estimativa do aluno em aprender é maior.
A afetividade dentro da escola vai ter um papel fundamental de desenvolvimento e na aprendizagem do aluno, é na escola onde a criança vai depositar todas as suas dúvidas, inseguranças, medos e aí expor os seus pontos de vistas.
E nesses quesitos entra a relação professor-aluno, quando o professor usa palavras de incentivo para motivar o aluno e trabalha de uma forma mais simples e amorosa para mostrar a maneira correta, a aprendizagem da criança será mais fácil e prazerosa e também a relação dela com o professor será bem mais compreensível e tranquilo.
Dentro do tem afetividade temos vários autores, mas um nome que se destaca entre eles é o do autor Henri Wallon, dimensionar a problemática da afetividade, considerando esse ator, possibilita uma compreensão mais eficaz. Diante disso a problematização busca pesquisar sobre: 
Qual a importância da afetividade no processo ensino/aprendizagem?
1.2 PROBLEMA de pesquisa
Qual a importância da afetividade no processo ensino/aprendizagem
1.3JUSTIFICATIVA
Portanto essa pesquisa justifica-se por haver uma preocupação da autora do trabalho, desde o início do curso de Pedagogia, em como trabalhar essa interação no dia-a-dia da sala de aula, buscando uma maneira de contribuir para que a escola seja um ambiente de relações mais agradáveis entre professores e alunos, e que a aprendizagem possa ser uma consequência dessa relação afetuosa bem sucedida, que o aluno possa aprender em um ambiente afetivo e prazeroso.
 Pesquisar a influência da afetividade para o processo de aprendizagem, para isso, tenta-se demonstrar o quanto ela está presente em todo o ambiente escolar das crianças, e o quanto isso afeta em sua escolarização.
 A escola deve proporcionar um espaço de reflexão sobre a vida do aluno como um todo, contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência crítica e transformadora. 
Esse processo não deveria dissociar-se da afetividade, a qual é retratada pelos conteúdos atitudinais, em que os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p. 2223) defendem alguns princípios que deveriam orientar a educação escolar, como a dignidade da pessoa humana, o que implica respeito aos direitos humanos, a igualdade de direitos, a participação como princípio democrático e a com responsabilidade pela vida social. Desse modo:
Eleger a cidadania como eixo vertebrador da educação escolar implica colocar-se explicitamente contra valores e práticas sociais que desrespeitem aqueles princípios, comprometendo-se com as perspectivas e decisões que as favoreçam. Isso se refere a valores, mas também a conhecimentos que permitem desenvolver as capacidades necessárias para a participação social efetiva. (1997, p.25)
Isso mostra que os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p. 107-108) retratam a importância de o ensino fundamental trabalhar para assegurar a formação do indivíduo, contemplando os temas morais, o respeito mútuo, a justiça, o diálogo e a solidariedade, fazendo com que o aluno seja capaz de respeitar as diferentes formas de expressão e participação, expondo seus pensamentos e opiniões de forma a ser entendido.
2- OBJETIVOS 
Um dos objetivos primordiais deste projeto é mostrar a influência da relação afetiva entre professor e aluno no processo de ensino aprendizagem de crianças. Promover uma reflexão do educador, em avaliar como tem sido o seu papel de mediador do conhecimento em sala de aula. Analisar e discutir, através de uma pesquisa de coleta de dados com os alunos, qual é o perfil de um bom professor.
2.1 OBJETIVO GERAL
Descrever a importância da afetividade no processo de ensino-aprendizagem na Educação Infantil.
2.2 Objetivos Específicos
● Identificar a importância do vínculo emocional para o processo de ensino e aprendizagem;
● Descrever como a educação feita de forma afetiva pode trazer resultados positivos no processo de aprendizagem.
2 REVISÃO DE LITERATURA OU FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
3.1 AFETIVIDADE
De acordo com Valenga (2004), é importante ter como base o estudo teórico de estudiosos como Piaget e Wallon e Vygotsky que incluem a afetividade explicita ou implicitamente para defender a necessidade de os educadores transformarem sua prática pedagógica em prática reflexiva. 
A teoria psicogenética de Jean Piaget (1982) revela que há uma constante interação entre o indivíduo e o mundo exterior, sendo este o processo pelo qual se dá o desenvolvimento intelectual do ser humano. Esta interação estabelece uma constante oscilação entre o equilíbrio e o desequilíbrio promovendo desta forma a adaptação de novos saberes quando o equilíbrio se estabelece. A adaptação se dá quando ocorre a assimilação e acomodação de um novo saber, assim desde o nascimento, a criança é estimulada pelo mundo externo e desafiada a experimentar as mais diferentes sensações e situações, e assim vai adquirindo novas estruturas de pensamento.
Quando falamos em afetividade e aprendizagem é inegável a importância de Henri Wallon. Ele, com seus estudos, contribuiu grandemente para o reconhecimento da importância da afetividade na vida da criança. Wallon afirma, em suma, que a expressão emocional, o comportamento e a aprendizagem do ser humano são interdependentes. Mahoney e Almeida (2004, p.14) afirmam, a este respeito:
Em outras palavras, o desenvolvimento da criança se constitui no encontro, no entrelaçamento de suas condições orgânicas e de suas condições de existência cotidiana, encravada numa dada sociedade, numa dada cultura, numa dada época.
Assim, percebemos que a teoria de Henri Wallon tinha, entre outros objetivos, valorizar a interação entre indivíduo e meio social, bem como aprofundar a compreensão sobre o papel da afetividade na vida psíquica e no processo de ensino-aprendizagem (ALMEIDA; MAHONEY, 2007, p.11).
Ainda segundo a teoria de Wallon, Dantas (1990, p.4) afirma:
Para aqueles que superam as resistências iniciais, a obra de Wallon adquire um apelo especial: a possibilidade de integrar a ciência psicológica a uma concepção epistemológica dialética e derivar dela uma pedagogia politicamente comprometida.
A base da teoria de Wallon era a integração afetivo-cognitivo-motora, o que possibilita uma reconceituação no papel de afetividade na vida psíquica e como esta interfere no processo ensino-aprendizagem, conforme lembra Dantas (1990, p.3): "sua teoria integra razão e emoção; sua vida, reflexão à conduta". Wallon nos explica que a relação entre a personalidade e a emoção é fundamental para o desenvolvimento psicomotor, e que o papel da emoção é muito importante no desenvolvimento infantil.
 A teoria walloniana se embasa na integração afetiva – cognitiva – motora – pessoa. Porém, atenhamo-nos principalmente ao que se denomina conjunto funcional afetividade. Segundo Almeida e Mahoney (2007, p.17, p.18), participam os seguintes aspectos do chamado “conjunto funcional afetividade”: emoção, sentimento e paixão. Estes três resultam de fatores orgânicos e sociais, que correspondem, respectivamente, à ativação fisiológica, à ativação representacional e do autocontrole, tendo os seguintes significados:
Emoção: É o recurso de ligação entre o mundo físico e cultural. Compõe sistemas de atitudes percebidas pela expressão corporal, de forma que são estabelecidos padrões para a alegria, o medo, a tristeza, a raiva, etc. A emoção estimula o desenvolvimento cognitivo e incentiva mudanças que tendem a uma diminuição deste sentimento.
Sentimento: É a expressão representacional da afetividade, não implicando em relações diretas como na emoção. O sentimento tende a reprimir, a impor controles que quebrem a potência da emoção. O indivíduo adulto tem mais facilidades em expressá-lo, através da observação, das expressões nas horas oportunas, da tradução de seus motivos e circunstâncias.
Paixão: Revela o aparecimento do autocontrole como condição para dominar uma situação. Para isso, configura a situação, o comportamento, de forma a atender às necessidades afetivas.
A dimensão do desenvolvimento, segundo Wallon, está distribuída segundo um escalonamento em estágios. Estes indicam que o motor, o afetivo e o cognitivo, embora sejam diferentes estruturalmente, estão integrados, expressam características da espécie e são histórica e culturalmente determinados. Esses estágios descrevem, segundo Wallon, o desenvolvimento do indivíduo, desde bebê até à idade adulta, e podem ser caracterizados da seguinte maneira: 
Estágio Impulsivo emocional- Este compreende do nascimento até 1 ano de idade e se divide em dois momentos: a impulsividade motora e o emocional. Impulsividade motora
Estágio Sensório-Motor e Projetivo- Caracterizado pela investigação e exploração da realidade exterior, este estágio vai de 1 ano a três anos.
 Estágio do Personalismo - É a fase em que a criança se descobre um ser singular, diferenciando-se de outras crianças e do adulto. 
 Estágio categorial: Compreende os 6 a 11 anos da criança. Nesta fase, ela já consegue se diferenciar do outro, e é um período voltado para exploração mental do mundo físico.
Wallon (1978), afirmou que a primeira relação do ser humano aonascer é com o ambiente social, ou seja, com as pessoas ao seu redor. As iniciais de uma criança assumem um caráter de comunicação entre ele o outro. 
Os estudos de Wallon contribuíram para a compreensão da afetividade com o entendimento reflexivo sobre o desenvolvimento humano, especialmente no que se concerne ao educando na escola e fora dela, como pessoa integral, completa.
 Ao estudar os fenômenos pedagógicos e psicológicos que ocorrem na família e na escola, Wallon se distingue como marco referencial ao agregar os dois polos entre os quais oscila a escola: a formação do humano e sua inserção na sociedade.
 Para Wallon, o afetivo tem origem na sensibilidade interior e na que vem de fora do organismo, e que vão se transformando em sinalizações afetivas cada vez mais específicas, como a raiva, o medo, a alegria, a serenidade. 
“Ao educador, diante desta teoria, importa saber que a presença do outro é o que vai garantir não somente a sobrevivência física do indivíduo, mas até mesmo a sobrevivência cultural por meio da transmissão de valores, crenças, ideais, técnicas e afetos que são predominantes em cada cultura” (VELANGA, 2004).
Partindo desse pressuposto, o papel do professor no processo de aprendizagem torna-se fundamental. Logo, a mediação e a qualidade das interações sociais ganham destaque. O afeto é um ato indispensável para boas relações humanas, eficaz para reforçar potencialidades podendo ser entendido como a energia necessária para a estrutura cognitiva passe a operar. Além disso, o afeto estimula a velocidade com que se constrói o conhecimento, pois, quando as pessoas se sentem seguras, aprendem com mais facilidade (DAVIS et al, 1994). 
Ainda segundo este autor, a afetividade aliada a agilidade ela determina o impacto deste relacionamento, sendo um colaborador positivo da sensação de bem-estar e confiança. 
 3.2 RELAÇÃO PROFESSOR /ALUNO
 A escola de hoje deve vir de encontro ao anseio do educando, este na fase mais ativa de suas vidas buscam um caminho para chegar a um ponto chave: a aquisição do conhecimento que será o passaporte para o futuro. Por esta razão é de suma importância que haja um bom relacionamento afetivo entre ensinantes e aprendentes (VASCONCELOS, 1994).
 A relação professor-aluno é uma forma de interação que dá sentido ao processo educativo, uma vez que é no coletivo que os sujeitos elaboram conhecimentos. Por isso, o docente precisa refletir a todo o momento sobre sua prática, fundamentando-se em uma base teórica e sólida (SILVA; NAVARRO, 2012). 
A afetividade é vista hoje como o ponto chave nas relações produtivas entre o professor e o aluno, quando o aluno sente-se motivado, seu comportamento muda positivamente, e seu interesse em aprender cada vez mais, logo aumenta, levando-o a uma melhor aprendizagem de tal forma que o aluno acaba tendo uma predileção por algumas disciplinas e passa a agostar mais de determinados professores que o faz aprender com alegria e entusiasmo o conteúdo da sua disciplina aliado aos conhecimentos prévios que os alunos carregam consigo.
 “O aprender se torna mais interessante quando o aluno se sente competente, pelas atitudes e métodos de motivação adotados pelo docente na sala de aula” (SILVA; NAVARRO, 2012). 
Morales (2001) afirma que a relação professor-aluno na sala de aula é complexa e abarca vários aspectos; não se pode reduzi-la a uma fria relação didática nem a uma relação humana calorosa.
 Mas é preciso ver a globalidade da relação professor-aluno mediante um modelo simples relacionado diretamente com a motivação, mas que necessariamente abarca tudo o que acontece na sala de aula e a necessidade de desenvolver atividades motivadoras.
 Então por mais complexa que seja as relações entre aluno e professor, elas são peças fundamentais na realização de mudanças em nível educacional e comportamental.
 Portanto, o professor não deve se preocupar somente com o conhecimento por meio de informações, mas também com o processo de construção da cidadania do aluno através do relacionamento entre os sujeitos aprendentes (SILVA; NAVARRO, 2012). Desse modo, fica claro entender que as relações entre docentes e discentes envolvem comportamentos intimamente relacionados, em que as ações de um promovem ações do outro. “As relações entre professores e alunos, as formas de comunicação, os aspectos 16 afetivos e emocionais, a dinâmica das manifestações na sala de aula faz parte das condições organizativas do trabalho docente, ao lado de outras que estudamos”. (LIBÂNEO, 1990). 
Conhecer o universo sociocultural do aluno é muito importante para que o trabalho do professor seja eficaz, e dessa forma, que ele possa proporcionar aos seus alunos maneiras diferentes de aprender com prazer. Sobre esta temática, Cortella nos faz refletir quando diz: 
A busca do prazer e do gostar do que está fazendo integra prioritariamente o universo discente e o universo da criatividade. Assim, a criação e recriação do conhecimento na escola não estão apenas em falar sobre coisas prazerosas, mas, principalmente, em falar prazerosamente sobre as coisas; ou seja, quando o educador exala gosto pelo que está ensinando, ele interessa nisso também o aluno. Não necessariamente o aluno vai apaixonar-se por aquilo, mas aprender o gosto é parte fundamental para passar a gostar (CORTELLLA, 1999). 
Dessa forma, a prática educativa na escola deve primar pelas relações de afeto e solidariedade proporcionando situações que dê prazer ao aluno de construir conhecimentos e de crescer junto com o outro. No relacionamento professor-aluno, há trocas de experiências e de conhecimentos, no qual o professor, estando no lugar de que deve ensinar, também aprende com a realidade de cada aluno, e o aluno no lugar de quem recebe ensinamentos também ensina e aprende mesmo sem intencionalidade. Para Freire (1996, p.52) “saber que ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. Podemos assim afirmar então que a afetividade presente na relação professor aluno é um elemento indispensável para a construção do conhecimento. 
 3.3 AFETIVIDADE X ENSINO APRENDIZAGEM
 Para alguns pesquisadores, como Posner et al (1982), a aprendizagem é uma atividade racional, em que se compreendem as ideias, no entanto, ao fazer uma revisão em sua teoria (Posner, 1982), admitiu ter dado pouca importância às variáveis afetivas e emocionais que interferem na aprendizagem e apontou ainda para algo mais além da racionalidade a interferir nas situações de aprendizagem. 
Carvalho e Gil Perez (1993), ao abordar em o que deverá saber e fazer os professores apresentam como elementos fundamentais: conhecer a matéria a ser ensinada; conhecer e questionar o pensamento docente espontâneo; adquirir conhecimentos teóricos sobre a aprendizagem e especificamente sobre a aprendizagem de Ciências; saber analisar criticamente o ensino habitual; saber preparar atividades; saber dirigir a atividade dos alunos; saber avaliar; utilizar a pesquisa e a inovação.
 Em nossa análise, os elementos destacados colocam bastante peso em aspectos puramente racionais. Já na perspectiva de outros autores, existe uma relevância muito grande no que se refere aos aspectos afetivos em sala de aula que contribuem na aprendizagem do aluno. 
 Wallon (1992) defende que a afetividade que se manifesta na relação professor-aluno constitui-se elemento inseparável do processo de construção do conhecimento. A qualidade da interação pedagógica vai conferir um sentido afetivo para o objeto de conhecimento. E muitas vezes a relação entre o ensinar e aprender inicia-se no ambiente familiar, na qual a base da relação é afetiva, e no decorrer do desenvolvimento os vínculos afetivos vão ampliando-se e a figura do professor surge com grande importância na relação de ensino e aprendizagem. 
Fernández (1991) sustenta que para aprender, necessitam-se dois personagens (ensinante e aprendente) e um vínculo que se estabelece entre ambos. Completando seu raciocínio o autor argumenta que não aprendemos de qualquerum, aprendemos daquele a quem outorgamos confiança e direito de ensinar. 
 Para Freire (1996), a prática educativa deve ser entendida como um exercício constante em favor da produção e desenvolvimento da autonomia dos educandos, que perde completamente o sentido sem o querer bem por aqueles e sem o gosto da alegria por sua prática. Nesse mesmo sentido Corrêa (1995) afirma que na arte especial de ensinar, métodos não bastam, pois é preciso interesse pelos alunos e muito afeto para temperar as relações em sala de aula e ajudar no desenvolvimento cultural e afetivo dos educandos. 
 A aprendizagem está relacionada a educação e ao desenvolvimento pessoal, pois requer envolvimento e iniciativa. Galand e Bougeois (2011) confirmam isso dizendo que é um verdadeiro trabalho e, como tal, exige mobilização de recursos pessoais – cognitivos, afetivos, comportamentais – importantes, uma mobilização que requer, desde o início, um intenso envolvimento do sujeito na sua aprendizagem. Além disso, deve ser devidamente orientada e é oferecida quando o indivíduo está motivado.
 
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A presente pesquisa é um estudo de caso, descritivo, de natureza qualitativa.
Considerar, para esse estudo, a pesquisa qualitativa no sentido de que me propus ouvir o outro, como ele pensa, sente, fala, como percebe as coisas que o rodeiam e que sentido e significado dão a elas. A metodologia qualitativa permite entender a perspectiva do outro por se tratar de uma forma de estudo voltado para a percepção dele acerca dos fatos e situações.
 3.1 Caracterização do estudo
Pesquisa qualitativa é aquela que parte do princípio de que um fenômeno pode ser melhor compreendido no contexto em qual ocorre. Dessa forma, nesse tipo de pesquisa o pesquisador vai ao campo buscando observar, participar e captar o fenômeno pesquisado a partir da perspectiva das pessoas nele envolvidas, utilizando a coleta e análise de dados, para que se compreenda a complexidade do fenômeno (GODOY, 1995). 
De acordo com Triviños (1987) a pesquisa qualitativa tem suas raízes na antropologia e na sociologia. Os pesquisadores dessas áreas de conhecimento perceberam que informações sobre a vida e cultura dos povos não podem ser quantificadas e que precisavam ser interpretadas de forma mais ampla. Destarte, a pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como fonte direta dos dados e o pesquisador como instrumento-chave que tende a analisar tais dados qualitativamente. 
A pesquisa qualitativa pode ser conduzida através de diversos caminhos. Para tanto, utilizamos o estudo de caso. Esse tipo de pesquisa tem como unidade de análise o estudo de um ou mais eventos, programa ou indivíduo. Na pesquisa de estudo de caso o investigador explora um ou múltiplos sistemas delimitados ao longo do tempo por meio da coleta de dados extensa detalhada em profundidade envolvendo múltiplas fontes de informação (CRESWELL, 2014). 
Isto porque para compreender o caso em sua profundidade é necessário que o pesquisador colete dados das mais diversas formas, através de entrevistas, questionários, observações diretas e participativas, registos pessoas, materiais audiovisuais entre outros. Além disso, o estudo de caso é descritivo, sendo de extrema importância que o pesquisador descreva os casos e os temas e questões que venham a surgir em cada um deles.
A pesquisa se caracteriza como qualitativa, tendo em vista que a interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo deste tipo de pesquisa (PRODANOV, 2013). Na pesquisa qualitativa o ambiente natural, neste caso, uma escola na cidade de CAMAÇARI/ BA, Escolinha Recanto do Saber, é a “fonte direta dos dados” e o “pesquisador mantém contato direto com o ambiente e o objeto de estudo” (PRODANOV, 2013, p. 70). A pesquisa será do tipo descritiva de caráter qualitativa, cujos os fatos são observados, registrados, analisados, classificados, ouvidos e interpretados.
.
2.1 universo pesquisado 
Os sujeitos da pesquisa serão duas professoras da Escola Recanto do Saber, a escola fica localizada no bairro de areias, no Município de Camaçari/Ba, na zona urbana, uma escola de fácil localização por ser em um bairro pequeno, comunidade carente, povo humilde, mas felizes, afinal o bairro é formado por grandes famílias, que seus patriarcas tem imensas terras. A escola foi escolhida, pelo fato de uma escola que trabalha com crianças, do maternal ao 5° ano do fundamental I, além de ser bem requisitada pelo bairro e os bairros vizinhos. As professoras exercem suas funções nos níveis maternal I e II. Elas foram selecionadas pelo fato de ter contato direto com crianças que já conseguem se expressar e de certa forma demonstrar a afetividade, o que seria inviável em alunos do berçário.
2.2 Instrumentos de coleta de dados
 A coleta dos dados será feita através de questionários que possibilitem identificar a opinião de profissionais que estão em constante contato com os alunos. A escolha do questionário foi feita por possibilitar que as professoras possam dar sua opinião de forma mais rápida e precisa. Além disso, buscou a utilização de um questionário pelo fato de dar maior liberdade e segurança para as professoras, em virtude ao anonimato conferido a esse tipo de pesquisa (LAKATOS; MARCONI, 2003)
3 REFERÊNCIAS
MAHONEY, A. A.; ALMEIDA, L. R. Afetividade e processo ensino aprendizagem: contribuições de Henri Wallon. 
ALMEIDA, L. R de. A questão do Eu e do Outro na psicogenética walloniana. Estud. psicol. (Campinas), Campinas, v. 31, n. 4, p. 595- 604, Dec. 2014. Available from. access on 01 June 2017. http://dx.doi.org/10.1590/0103- 166X2014000300013... 
ARANTES, V. A. Afetividade na Escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Atlas, 2003. BERCHT, 
LA TAILLE, Yves de; OLIVEIRA, Marta K. de; DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygotsky, Wallon: Teorias Psicogenéticas em Discussão. 21. ed. São Paulo: Summus, 1992.
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