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Obras hidráulicas


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Nome do professor 
 
Sobre o autor 
Pietro Valdo Rostagno 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O autor do caderno de estudos de Obras Hidráulicas é o Professor Pietro Valdo 
Rostagno, bacharel em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Espírito Santo 
(UFES) em 27 de novembro de 2002, casado com Adriana Trocilo Picanço Rostagno 
e pai de Gabriella e Pietra. É Especialista em Docência do Ensino Superior pela 
Faculdade Redentor, em março de 2007 e Especialista em Engenharia de Segurança 
do Trabalho pela Faculdade Integrada de Jacarepaguá, em outubro de 2009. Também 
atua como Engenheiro Civil da Prefeitura Municipal de São José de Ubá – RJ desde 
agosto de 2011. No campo da docência, atua ativamente desde novembro de 1999 
ministrando aulas de matemática e física para o ensino médio, bem como no ensino 
superior em Engenharia Civil, qual tem larga experiência nas disciplinas de Cálculo 0, 
Probabilidade e Estatística, Topografia I e II, Hidrologia Aplicada, Estradas I e II, Obras 
Hidráulicas (Barragens), Portos, Aeroportos e Hidrovias, Tópicos de Planejamento em 
Engenharia Civil e Engenharia de Trânsito. No âmbito de ensino à distância atua como 
professor desde fevereiro de 2015, nos cursos de Engenharia Civil e Engenharia de 
Produção do Centro Universitário Redentor. 
 
 
 
Apresentação 
 
 
 
 
Olá querido aluno (a), seja muito bem-vindo (a)! 
 
Passado o ciclo básico do curso de Engenharia Civil, que corresponde aos 04 
(quatro) primeiros períodos, bem como as disciplinas iniciais do ciclo 
profissionalizante, 5º, 6º, 7 e 8º períodos, você está na fase de formação final do 
curso. A partir de agora as disciplinas são de formação no campo da Engenharia Civil 
e requer atenção especial do aluno, pois são muitas informações ao mesmo tempo. 
No ciclo básico sua formação em Engenharia abordou conhecimentos 
importantes para sua vida profissional, como os cálculos, as físicas e os desenhos, 
quais são fundamentais para a formação do Engenheiro Civil. A disciplina OBRAS 
HIDRÁULICAS abordará diversos conceitos aprendidos nestas disciplinas do ciclo 
básico, assim como a Mecânica dos Solos I e II, Sustentabilidade, Hidrologia e 
Concreto I, quais você já cursou, por isso, é necessário o entendimento de todas elas, 
pois certos conceitos serão abordados no entendimento de que o aluno já sabe e 
domina o que foi ensinado até aqui. 
A disciplina de Obras Hidráulicas será dividida em 16 (dezesseis) aulas, onde 
ao final de cada uma teremos exercícios para serem feitos, cujos mesmos são 
importantíssimos para a realização da avaliações e atividades práticas 
supervisionadas (APS’s), bem como as complementares. 
 Procure sempre estar com seus estudos em dia, conforme já dito aqui são 
muitas informações e caso fique acumulada com outras disciplinas, ocorrerá um 
acumulo imenso de estudos, que irá requerer do aluno muito tempo para realizá-lo, 
pois este tempo é muito precisos na vida acadêmica do estudante de Engenharia Civil, 
bem como na correria do dia-a-dia deve-se organizar para tê-lo em dia. A disciplina 
irá tornar o aluno a entender, compreender e saber sobre barragens, sejam de terra, 
concreto ou enrocamento, suas escolhas de acordo com a topografia, geologia, bem 
como o tipo de solo da fundação existente. 
 
 
 
Também irá aprender sobre os desvios de rios e ensecadeiras e otimização de 
suas seções. Quanto ao material de estudos é importantíssimo o aluno ter sempre em 
mãos: muito papel A4 branco ou reciclado, lápis ou lapiseira (0,5 mm ou 0,7 mm – 
marca Pentel), borracha branca sintética, calculadora científica (Cassio FX-82 MS ou 
HP 10s, pois tem as funções que precisamos) e muita disposição para os estudos. 
E sempre lembrando do seguinte lema: “Aqui é Engenharia Colega…”. 
 
 
 
 
Objetivos 
 
 
 
 
 
OBJETIVO GERAL DE OBRAS HIDRÁULICAS 
 
Permitir ao aluno a aquisição de conhecimentos básicos de Obras 
Hidráulicas, visando a sua aplicação maior no campo da engenharia civil. 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DE OBRAS HIDRÁULICAS 
 
Proporcionar ao aluno noções adequadas para o conhecimento sobre 
o estudo de barragens de terra e concreto, sendo de fundamental 
importância o aprendizado de técnicas construtivas e a avaliação de 
situações complexas em obra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
 
AULA 1 - TIPOS DE BARRAGENS 
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 15 
1.1 Tipos de barragens ..................................................................................... 15 
1.1.1 Barragens de terra ...................................................................................... 15 
1.1.2 Barragem de terra homogênea ............................................................... 18 
1.1.3 Barragem zoneada .................................................................................... 19 
1.1.4 Trincheira de vedação e núcleo .............................................................. 21 
1.2 Barragens de enrocamento ...................................................................... 23 
1.3 Barragens de concreto .............................................................................. 25 
1.3.1 Metodologias construtivas ......................................................................... 25 
1.3.2 Objetivos básicos das construções de barragens de concreto ............ 26 
 
AULA 2 - ESCOLHA DO TIPO 
2 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 33 
2.1 Arranjo dos aproveitamentos .................................................................... 33 
2.2 Definição do tipo de barragem ................................................................ 37 
 
AULA 3 - INVESTIGAÇÃO DAS FUNDAÇÕES 
3 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 47 
3.1 Investigação geológico-geotécnica ....................................................... 48 
3.2 Previsão das condições executivas ......................................................... 50 
 
AULA 4 - TRATAMENTO DAS FUNDAÇÕES 
4 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 60 
4.1 Tratamento superficial ................................................................................ 61 
4.1.1 Remoção de materiais indesejáveis ......................................................... 62 
4.1.2 Regularização da fundação ..................................................................... 62 
4.1.3 Limpeza ....................................................................................................... 63 
4.1.4 Recobrimento superficial ........................................................................... 63 
4.1.5 Drenagem superficial ................................................................................. 64 
4.1.6 Injeções localizadas ................................................................................... 64 
4.2 Tratamentos profundos ............................................................................... 65 
4.2.1 Projeto geotécnico .................................................................................... 65
 
 
4.2.2 Consolidação da fundação ..................................................................... 66 
4.2.3 Injeção profunda das fundações ............................................................. 66 
4.2.4 Drenagem profunda das fundações em rocha ...................................... 68 
4.2.5 Drenagem profunda das fundações em solo ......................................... 70 
4.3 Critérios para liberação das fundações ................................................... 70 
 
AULA 5 - DESVIOS DE RIOS 
5 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 78 
5.1 Desvio através de estrangulamentoparcial do rio ................................. 78 
5.2 Desvio através de túnel .............................................................................. 79 
5.3 Desvio de rio através de galerias ou adufas ............................................ 81 
5.4 Fechamento do rio ..................................................................................... 82 
 
AULA 6 - ENSECADERIAS 
6 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 90 
6.1 Construção das ensecadeiras .................................................................. 92 
6.2 Materiais ...................................................................................................... 95 
6.3 Equipamentos ............................................................................................. 95 
6.3.1 Execução .................................................................................................... 95 
6.3.2 Manejo ambiental ...................................................................................... 95 
6.3.3 Controle e aceitação ................................................................................ 96 
 
AULA 7 - IMPERMEABILIZAÇÃO DO RESERVATÓRIO 
7 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 20 
7.1 Métodos construtivos de barragens de rejeito ........................................ 21 
7.1.1 Método de alteamento para montante .................................................. 22 
7.1.2 Método de alteamento para jusante ...................................................... 23 
7.1.3 Método de alteamento por linha de centro ........................................... 25 
7.2 Disposição de rejeitos por aterro hidráulico ............................................ 25 
7.2.1 Segregação hidráulica .............................................................................. 27 
7.2.2 Densidades dos rejeitos .............................................................................. 28 
7.3 Sistemas de impermeabilização ............................................................... 29 
7.3.1 Geomembrana de polietileno de alta densidade – PEAD .................... 29 
7.3.2 Geocompostos bentonítico ...................................................................... 30 
7.3.3 Mantas impregnadas com betume ......................................................... 32 
 
 
 
AULA 8 - FILTROS E TRANSIÇÕES 
8 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 41 
8.1 Conceito de filtro ........................................................................................ 41 
8.1.1 Filtros – drenagem interna.......................................................................... 41 
8.1.2 Critérios para filtros ..................................................................................... 45 
8.2 Conceito de transições .............................................................................. 49 
8.2.1 Materiais para filtros e transições .............................................................. 49 
 
AULA 9 - OTIMIZAÇÃO DAS SEÇÕES DAS BARRAGENS 
9 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 58 
9.1 Fatores que influenciam a escolha da seção ......................................... 59 
9.1.1 Características dos materiais .................................................................... 59 
9.1.2 Disponibilidade e economicidade dos materiais .................................... 60 
9.1.3 Condições climáticas e trabalhabilidade ............................................... 60 
9.1.4 Cronograma de construção ..................................................................... 61 
9.1.5 Esquema de desvio .................................................................................... 61 
9.1.6 Características geológico-geotécnicas e topográficas da fundação 62 
9.1.7 Integração ao arranjo geral ...................................................................... 62 
9.2 Barragem de seção homogênea ............................................................. 62 
9.3 Barragem de terra-enrocamento ............................................................. 63 
9.4 Barragens de enrocamento com face de concreto ............................... 64 
 
AULA 10 - PROTEÇÃO DOS TALUDES 
10 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 71 
10.1 Proteção dos taludes para barragens homogêneas .............................. 74 
10.1.1 Enrocamento .............................................................................................. 75 
10.1.2 Alvenaria de pedra ou laje de concreto ................................................. 76 
10.1.3 Proteção vegetal ....................................................................................... 78 
10.1.4 Proteção com brita, pedregulhos e/ou bica corrida ............................. 79 
10.2 Barragens mistas ......................................................................................... 80 
10.3 Barragens de enrocamento ...................................................................... 80 
10.4 Detalhes construtivos - equipamentos ..................................................... 80 
10.5 Proteção inadequado de taludes ............................................................. 81 
 
 
 
AULA 11 - NOÇÕES DE INSTRUMENTAÇÃO DE BARRAGENS 
11 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 89 
11.1 Instrumentação - conceito ........................................................................ 89 
11.2 Grandezas a serem monitoradas .............................................................. 89 
11.3 Seleção dos blocos ou seções “chave” .................................................. 92 
11.4 Quantidade de instrumentos ..................................................................... 93 
11.5 Seleção dos tipos de instrumentos ........................................................... 93 
11.6 Instrumentação de barragens de pequeno porte .................................. 96 
11.7 Codificação do instrumentos e simbologia ............................................. 96 
 
AULA 12 - CONSIDERAÇÕES SOBRE PROJETO DE BARRAGENS DE TERRA DE 
ENROCAMENTO 
12 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 105 
12.1 Fase de viabilidade .................................................................................. 105 
12.2 Fase de projeto básico ............................................................................ 106 
12.2.1 Requisitos básicos de projeto e método de análise ............................. 106 
12.2.2 Dos requisitos básicos – interpretação conjunta ................................... 107 
12.2.3 Dos métodos de cálculo – interpretação conjunta .............................. 108 
12.2.4 Exemplos de concepção conjunta maciço – fundação ..................... 109 
12.2.5 Outros exemplos de concepção de projeto ......................................... 110 
 
AULA 13 - CONSTRUÇÃO DE PEQUENAS BARRAGENS DE TERRA 
13 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 118 
13.1 Marcação do local de construção ........................................................ 118 
13.2 Ativos fixos tangíveis ................................................................................ 120 
13.3 Equipamento e técnicas de compactação .......................................... 122 
13.3.1 Rolos pé-de-carneiro ................................................................................ 124 
13.3.2 Rolos vibradores ........................................................................................ 125 
13.3.3 Compactadores depressão ................................................................... 126 
13.3.4 Rolos compactadores .............................................................................. 126 
13.4 Limpeza e preparação do local ............................................................. 127 
13.4.1 A base da barragem ............................................................................... 127 
13.4.2 Áreas de empréstimo ............................................................................... 127 
13.5 Assentamento ........................................................................................... 128 
13.6 Descarregador / vertedor ........................................................................ 128 
 
 
13.7 Construção do aterro ............................................................................... 129 
13.7.1 Núcleo / trincheira de vedação ............................................................. 129 
13.7.2 Aterro ......................................................................................................... 131 
 
AULA 14 - CANAL EXTRAVASOR DE SUPERFÍCIE 
14 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 140 
14.1 Descarregador de fundo ......................................................................... 142 
 
AULA 15 - EXERCÍCIOS DE REVISÃO 
15 EXERCÍCIOS ............................................................................................... 151 
 
AULA 16 - CONSIDERAÇÕES SOBRE A UHE ROSAL – ES/RJ 
16 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 157 
16.1 Localização ............................................................................................... 157 
16.2 O empreendimento .................................................................................. 158 
16.3 Barragem de concreto............................................................................. 160 
16.4 Extravasores .............................................................................................. 161 
16.5 Sistema de adução .................................................................................. 161 
16.6 Casa de força e edifício de controle ..................................................... 163 
 
 
 
 
 
Iconografia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos de barragens 
Aula 1 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DA AULA 
 
As barragens são utilizadas em larga escala no Brasil, seja para 
aproveitamento hidrelétrico, seja para reservarão de água ou algum tipo de rejeito 
mineral. Os tipos mais comuns são: terra, concreto e enrocamento. Estes tipos serão 
aqui estudados e será feita abordagem sobre suas funções e técnicas executivas no 
campo da engenharia civil. 
 
OBJETIVOS DA AULA 
 
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de: 
 
➢ Quais são os tipos de barragens; 
➢ As características de cada tipo; 
➢ Como evitar infiltrações; 
➢ Tipos de barragens com drenagem; 
➢ Objetivos básicos nas construções de barragens. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
P á g i n a | 15 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 Tipos de barragens 
Os tipos de barragens são variáveis e influenciados por condicionantes 
locais. Os mais comumente usados são: 
✓ Barragem de terra com seção homogênea; 
✓ Barragem de enrocamento com núcleo impermeável, face de concreto, face 
de concreto asfáltico e núcleo asfáltico; 
✓ Barragem de concerto tipo gravidade, barragem em arco ou barragem de 
concreto compactado a rolo (CCR). 
 
As soluções tecnicamente viáveis são diversas e a escolha da seção deverá 
ser feita em um processo iterativo pelo critério de menor custo global. As barragens 
de interligação com as estruturas de concreto, através dos muros de abraço ou de 
encosto, são de enrocamento com núcleo que, com seus taludes mais íngremes, 
possibilitam reduzir os comprimentos dos muros e consequentemente, os custos.1 
1.1.1 Barragens de terra 
As barragens de terras (figuras 01 e 02) têm sido usadas, desde os tempos 
mais remotos, para aprisionar e desviar água. São simplesmente estruturas 
compactadas que dependem da sua massa para resistir ao deslizamento e 
tombamento e são o tipo de barragem mais comum encontrado em todo o Mundo. 
Métodos modernos de transporte e desenvolvimentos no campo da mecânica dos 
solos desde o Século XIX, aumentaram consideravelmente a segurança e vida destas 
estruturas. 
As principais vantagens envolvidas na construção de pequenas 
barragens de terra são: 
✓ São utilizados materiais naturais locais; 
✓ Os procedimentos do projeto são simples. 
✓ Comparativamente, são necessários pequenos ativos fixos tangíveis. 
 
1 PEREIRA, G. M. Projeto de usinas hidrelétricas passo a passo. São Paulo: Oficina de 
Textos, 2015, p. 186. 
P á g i n a | 16 
 
 
✓ Os requisitos para as fundações são menos exigentes do que para outro tipo 
de barragens. A base larga duma barragem de terra distribui a carga nas 
fundações. 
✓ Barragens de terra resistem ao assentamento e movimentos melhor do que 
estruturas mais rígidas e podem ser mais adequadas para áreas onde os 
movimentos do solo são comuns. 
 
No entanto, também existem desvantagens e estas são: 
✓ Uma barragem de terra é mais fácil de ser danificada ou destruída pela água 
corrente, passando sobre ou batendo contra ela. Assim, um 
descarregador/vertedor e proteção adequada a montante são essenciais 
para qualquer barragem. 
✓ Projetar e construir descarregadores/vertedores adequados é normalmente 
a parte tecnicamente mais difícil de qualquer trabalho de construção duma 
barragem. Qualquer local com má qualidade de descarga não deverá ser 
usado. 
✓ Durante a construção, se não for adequadamente compactada, a barragem 
apresentará uma integridade estrutural fraca, apresentando pontos 
preferenciais de infiltração. 
✓ As barragens de terra requerem manutenção contínua de forma a evitar 
erosão, crescimento de árvores, sedimentação, infiltração e danos 
provocados por insetos e animais. 
 
Os primeiros aterros a ser construídos tinham como princípio uma parede de 
terra sólida, impermeável ou não, transversal a um rio ou ribeiro. Quando corretamente 
construídos, tais aterros homogéneos podem ser baratos e seguros. São, no entanto, 
geralmente inferiores em relação aos métodos modernos de construção zonada em 
que um aterro é construído em três seções: 
✓ Seção a montante relativamente impermeável; 
✓ Núcleo central de materiais altamente impermeáveis (os quais, com uma 
trincheira de vedação abaixo do nível de superfície, selará eficazmente a 
barragem contra Infiltrações); 
P á g i n a | 17 
 
 
✓ Seção a jusante de materiais grosseiros e pobres, permitindo uma drenagem 
mais livre da estrutura e a qual, pelo seu peso, escora o aterro às suas 
fundações evitando o seu escorregamento e outros movimentos.2 
Figura 1: Barragem de Terra. 
 
Fonte: Barragem Odelouca Dam, Portugal, LCW (2009) 
Figura 2: Barragem de Terra. 
 
Fonte: Barragem SEINFRA/PI, Brasil (2012) 
 
 
2 STEPHENS, T. Manual sobre Pequenas Barragens de Terra. Organização das Nações 
Unidas para a Alimentação e a Agricultura, Roma – Itália, 2011, p.13. 
P á g i n a | 18 
 
 
1.1.2 Barragem de terra homogênea 
Com este tipo de barragem mais antigo, o acumular de demasiada pressão nos 
poros no interior do aterro e a ocorrência de percolação poderão ser um problema, 
especialmente para reservatórios com um nível alto ou com rápidas flutuações de nível 
de água por longos períodos de tempo; ou para uma barragem com fundações 
impermeáveis. Se a percolação for excessiva, isto poderá levar a instabilidade e 
eventualmente a falha de toda ou parte da face a jusante. 
Figura 3: Barragem de terra homogênea. 
 
Fonte: STEPHENS (1991) 
Quer um pé em pedra queruma camada de drenagem (manta) de cascalho 
miúdo/gravilha ou material similar, ajudará a reduzir o problema de infiltração para as 
áreas a jusante de um aterro com fundações impermeáveis. O pé em pedra deverá 
ser coberto por areia grosseira e cascalho miúdo/gravilha de forma a evitar que 
materiais do aterro sejam arrastados para o seu interior, situação que poderia, em 
última instância, reduzir a permeabilidade do pé e causar subsidência da barragem. 
Em fundações mais permeáveis (o que ocorre frequentemente quando as barragens 
são construídas no leito) o expor uma camada natural de drenagem poderá ter o 
mesmo efeito na redução de infiltrações que uma manta artificial de cascalho 
miúdo/gravilha ou uma camada de drenagem. 
Qualquer estrutura para a redução de percolação deverá apenas estar 
subjacente à seção jusante da barragem e não se deverá estender para áreas do 
aterro que poderiam permitir percolação ou infiltração diretamente de montante. 
De uma maneira geral, barragens homogêneas deverão ter taludes/vertentes 
relativamente planos (1:3 a montante e 1:2 a jusante) como segurança contra possível 
P á g i n a | 19 
 
 
instabilidade. Um talude menos inclinado a montante, obrigatório para todas as 
barragens de terra, permite que a secção saturada abaixo do nível de água resista ao 
abatimento. Também, o peso da água armazenada acima deste exerce uma pressão 
de cima para baixo que, quando combinado com o peso da barragem, iguala ou 
excede a pressão horizontal exercida pela altura da água contra o aterro. Note-se que 
esta última depende da altura, não do volume de água, e que a pressão horizontal 
aumenta na razão do quadrado da altura da água. Assim, ao construir barragens mais 
altas este assunto torna-se mais crítico, já que, por exemplo, duplicando a altura da 
água duma barragem de 2 m para 4 m se quadruplicaria a pressão. Não se deve 
permitir que os níveis de água desçam ou subam demasiado rápido, principalmente 
se o material do aterro é impermeável. Este cuidado é necessário já que uma rápida 
descida do nível do reservatório pode causar o abatimento da face de montante ou, 
se se permitir que a parede seque, uma rápida subida de nível pode causar erosão 
através de rachaduras e fissuras. Ambas podem eventualmente resultar em erosão, 
perda de material e, no pior dos casos, numa ruptura/rompimento.3 
1.1.3 Barragem zoneada 
Esta é uma melhor alternativa, particularmente para barragens maiores que 
facilmente permitem a utilização de maquinaria de construção. Com este tipo de 
barragem, possíveis perigos de infiltração são reduzidos ao mínimo. Comparadas com 
barragens de aterro homogéneo, os custos são susceptíveis de ser mais altos, 
principalmente porque o material de terraplanagem é dividido em três categorias: 
permeável para a face jusante, impermeável para o núcleo e semi-impermeável para 
a secção a montante, sendo todas elas escavadas de áreas de empréstimo diferentes 
(de preferência dentro da área do reservatório), logo aumentando os custos de 
escavação e transporte. Os taludes, no entanto, podem ser reduzidos para à volta de 
1:2 a montante e 1:1,75 a jusante (ou 1:2,25 a montante e 1:2 a jusante para locais 
onde apenas estão disponíveis materiais de relativa má qualidade) e o material 
escavado na construção do núcleo pode ser utilizado no aterro, economizando assim 
em terraplanagens. 
A figura 04 ilustra um exemplo ideal de uma barragem zonada. 
 
3 STEPHENS, T. Manual sobre Pequenas Barragens de Terra. Organização das Nações 
Unidas para a Alimentação e a Agricultura, Roma – Itália, 2011, p.14 e 15. 
P á g i n a | 20 
 
 
Especial atenção deverá ser tida quanto ao pé, que poderá ser necessário para 
conferir estabilidade e para drenar a seção a jusante (poderá ser necessário drenos 
de cascalho miúdo/gravilha) e ao enrocamento de pedra na face de montante que, 
neste caso, é necessário para proteção da parede contra a ação das ondas. Quando 
corretamente feito, o enrocamento de pedra (a figura 05 dá um exemplo) fornece um 
meio barato (se disponível localmente) e eficiente de proteção, mas não deverá ser 
usado nas extremidades dos aterros e nas ombreiras nem ao longo dos lados dos 
descarregadores/vertedores. Estas áreas das barragens são extremamente sensíveis 
à erosão e poderá ser necessário betoná-las ou protegê-las com gabiões para máxima 
proteção. A publicação da FAO sobre pequenas barragens e açudes em terra e 
gabiões (FAO, 2001) proporciona diretrizes sobre esta matéria. 
Materiais impermeáveis artificiais, tais como película de plástico grosso, têm 
sido usados com sucesso em muitas partes do Mundo como alternativa a núcleos de 
argila. Nos trópicos, no entanto, estes materiais têm-se mostrado suscetíveis de atrair 
roedores, que têm sido esburacados por animais e não tem resistido ao assentamento 
dos aterros depois da construção. Onde material adequado para o núcleo não esteja 
disponível a preços acessíveis, estes materiais poderão ter que ser usados, mas, se 
possível, terão de ser analisados; bem “mortos” antes de escavados e tratados na 
altura da instalação.4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anotações do Aluno: 
 
 
4 STEPHENS, T. Manual sobre Pequenas Barragens de Terra. Organização das Nações 
Unidas para a Alimentação e a Agricultura, Roma – Itália, 2011, p.15 e 16. 
 
P á g i n a | 21 
 
 
Figura 4: Barragem Zoneada Típica. 
 
Fonte: STEPHEN (1991) 
Figura 5: Barragem de Enrocamento. 
 
Fonte: STEPHEN (1991) 
1.1.4 Trincheira de vedação e núcleo 
Muitas das barragens, homogéneas ou zonadas, podem beneficiar da 
construção de uma trincheira de vedação na fundação. Uma trincheira de vedação 
reduz percolação e melhora a estabilidade. 
Quando argila estabilizada, ou outro material, é usado, a trincheira de vedação 
deverá ser escavada a uma profundidade que minimize toda a possível percolação. 
Idealmente, a trincheira de vedação deverá ser escavada até à rocha sólida que se 
prolonga para grandes profundidades. Se a rocha subjacente está fissurada ou é 
irregular, poderá ser limpa e betonada de forma a oferecer uma boa superfície sobre 
a qual poderá ser colocada a argila. Para maiores irregularidades ou fendas, deverá 
P á g i n a | 22 
 
 
ser usada uma calda de cimento, que é uma pasta espessa, mistura de cimento e 
água, que é despejada e varrida para dentro das fendas maiores e fissuras antes do 
concreto ser espalhado para encher as restantes irregularidades e para oferecer uma 
superfície quase plana. Para superfícies mais regulares com fendas menores, uma 
aguada de cimento (uma mistura fraca de cimento e água para formar uma textura 
cremosa) pode ser escovada ao longo duma superfície para selá-la e, de novo, 
oferecer uma superfície quase plana. O material da trincheira de vedação deverá ser 
colocado em camadas com um máximo de 50-75 mm de espessura com uma largura 
mínima de 1 m para pequenas barragens e camadas de 75-150 mm de espessura e 
2-3 m de largura para barragens maiores. 
Cada camada deverá ser bem compactada e se todo o comprimento da 
barragem não poder ser acabado duma só vez, cada secção deverá ser bem 
introduzida e ligada à secção seguinte dado que a trincheira de vedação e núcleo são 
projetados como uma unidade homogênea para evitar percolação e problemas 
estruturais. A compactação deverá ser feita à mão ou com maquinaria (rolos ou 
vibradores), ou uma combinação dos dois. Se forem usados tratores agrícolas, os 
pneus podem ser cheios com água e, se for seguido um itinerário irregular através da 
largura da trincheira de vedação na altura de fazer o aterro, poder-se-á poupar muito 
tempo na compactação. Uma rega ligeira na área de empréstimo algumas horas antes 
da escavação, pode ajudar na remoção e carregamento do material, desde que não 
esteja demasiado molhado. 
A chuva pode causarproblemas e uma argila demasiado molhada torna-se 
muito difícil de compactar. Neste caso, será melhor esperar para que o solo seque 
antes de continuar a construção. 
É aconselhado uma contínua, ou pelo menos frequente monitoração da 
qualidade do material do núcleo, teor de humidade e procedimentos de assentamento 
das camadas, principalmente quando se emprega pessoal inexperiente. 
Nunca é demasiado realçar a importância de uma correta construção do núcleo. 
Não executar corretamente estes procedimentos comparativamente baratos pode 
levar, mais tarde, a problemas caros que medidas de remediação raramente 
resolverão completamente. 
Se o núcleo e a trincheira de vedação não forem assentes numa fundação 
firme, e feita em camadas finas e suficientemente úmidas para permitir a 
P á g i n a | 23 
 
 
compactação, será demasiado tarde para introduzir medidas de correção depois da 
construção. 5 
1.2 Barragens de enrocamento 
Para selecionar uma barragem de enrocamento, o local considerado adequado 
devera possuir as seguintes características: 
✓ A disponibilidade de material rochoso em quantidade suficiente. 
Normalmente é necessário desmontar 100 m3 de rocha para cada 130 m3 
lançados no corpo da barragem. As pedreiras devem estar localizadas 
preferencialmente em cotas superiores as da área de construção da 
barragem, visando facilitar o transporte de materiais; 
✓ A possibilidade de utilização direta do material independente da fonte seja 
proveniente da escavação das fundações ou das outras estruturas, ou das 
pedreiras; 
✓ A largura do vale, na cota da crista da barragem, deve ser a mais estreita no 
trecho aproveitável do rio, visando reduzir o volume da barragem; 
✓ As fundações e as ombreiras devem ser resistentes e estanques; 
✓ Deve haver facilidade para construção e acessos. 
 
Nas barragens de enrocamento (figura 06) o aterro e feito com fragmentos de 
rocha ou cascalho, compactado em camadas. Devem possuir uma zona impermeável, 
formada por solos e filtros de material granular. Geralmente, uma barragem de 
enrocamento apresenta mais de 50% de material permeável compactado ou 
descarregado. 
As mais comuns são as de núcleo interno de argila, existindo algumas com face 
de concreto e, mais recentemente, barragens de enrocamento com núcleo de asfalto, 
sendo que no Brasil encontramos duas barragens deste tipo: nas usinas hidrelétricas 
Foz do Chapeco e Jirau. A estabilidade da obra e resultante do seu peso e da 
imbricação das partículas dos diferentes materiais que constituem a barragem.6 
 
 
5 STEPHENS, T. Manual sobre Pequenas Barragens de Terra. Organização das Nações 
Unidas para a Alimentação e a Agricultura, Roma – Itália, 2011, p.17. 
 
6 MEIRELLES, F. S. C. Curso de Segurança de Barragens. Rio Grande do Sul, 2013, p. 15. 
P á g i n a | 24 
 
 
Figura 6: Barragem de Enrocamento Serro do Lobo. 
 
Fonte: Portugal TPF (2005) 
Figura 7: Barragem de Enrocamento Serro do Lobo – Usina Hidrelétrica de Antônio Dias – 
MG. 
 
Fonte: MM Projetos & Consultoria (2010) 
 
 
 
P á g i n a | 25 
 
 
1.3 Barragens de concreto 
1.3.1 Metodologias construtivas 
Historicamente, as técnicas para construção de barragens de concreto podem 
ser agrupadas em cinco alternativas básicas, ao longo de seu desenvolvimento: 
✓ Pedra argamassada; 
✓ Concreto ciclópico; 
✓ Concreto convencional em blocos; 
✓ Concreto convencional em camada estendida; 
✓ Concreto compactado com rolo – CCR. 
 
As duas primeiras alternativas de metodologias construtivas (pedra 
argamassada e concreto ciclópico) estão ultrapassadas e abandonadas. As demais 
opções são atuais e a decisão por uma delas depende de fatores que envolvem: 
✓ Concepção estrutural; 
✓ Dimensão da estrutura; 
✓ Custos comparativos. 
 
Deve ficar entendido que, para algumas estruturas, ou parte delas, como por 
exemplo nas casas de força e no vertedouro, o uso de concretos e de métodos 
convencionais é um imperativo. As metodologias que são discutidas a seguir levam 
em consideração a possibilidade de poderem ser concorrentes entre si e também com 
barragens de terra ou enrocamento. 
De uma forma simples e objetiva pode-se resumir a tecnologia convencional de 
construção de barragens como: 
✓ Uso de concreto convencional, com trabalhabilidade e consistência 
adequadas para se amoldar às formas e envolver embutidos mediante o 
emprego de vibradores de imersão; 
✓ Uso de caçambas, caminhões, correias transportadoras, cabos aéreos, 
bombas etc. para o transporte do concreto até seu ponto final (bloco). 
P á g i n a | 26 
 
 
1.3.2 Objetivos básicos das construções de barragens de concreto 
✓ Diminuir a área de fôrma; 
✓ Aumentar a velocidade dos lançamentos; 
✓ Diminuir a mão-de-obra e aumentar mecanização; 
✓ Diminuir as juntas de contração; 
✓ Aumentar a competitividade com barragens de concreto, com barragens de 
terra e enrocamento. 
Figura 8: Forças atuantes em uma barragem de concreto. 
 
Fonte: ROSTAGNO (2011) 
Figura 9: Forças atuantes em uma barragem de concreto. 
 
Fonte: ROSTAGNO (2011) 
 
 
 
 
Resumo 
 
 
 
 
Nesta aula, abordamos: 
 
Barragens de Terra: Neste tópico abordou-se os tipos de barragens de terra 
como a homogênea, a zoneada e o a trincheira de vedação e núcleo. Este tipo de 
barragem é importantíssimo principalmente para a reserva de rejeitos de extração 
mineral. 
Barragens de Enrocamento: 
Tipo de barragem que exerce papel de contenção, podendo seu núcleo ser de 
terra compactada (argila) ou mesmo concreto. Também é utilizada como “píer” "de 
praia. Seu método executivo deve exigir o cuidado em assentar “pedra sobre pedra”, 
qual é encaixada, para que a obra tenha funcionalidade. 
Barragens de Concreto: 
Barragem do tipo rígida, que pode ser de gravidade, abóboda, contraforte ou 
compactada a rolo. O material utilizado pode ser o concreto simples ou concreto 
armado, qual a técnica a ser utilizada depende da fundação, da topografia e da 
geologia/geotecnia do local da construção. É um tipo de barragem largamente 
utilizado para a reservação de água para geração de energia elétrica ou mesmo 
abastecimento urbano de água potável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Complementar 
 
 
 
 
 
 
Para enriquecer seu conhecimento é importante que você: 
Revise a aula através do material complementar sugerido pelo professor; 
Execute a APS para os assuntos abordados nesta aula; 
Assista por completo os vídeos apresentados pelo professor, quais estão inseridos em 
“Aulas” na Plataforma Blackboard na página da disciplina; 
Aprenda sobre o tipo de barragem, principalmente quanto a sua estrutura e tipo de 
material de construção empregado. 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
 
Bibliografia da aula 01: 
MEIRELLES, F. S. C. Curso de segurança de barragens. Rio Grande do Sul, 2013. 
 
PEREIRA, G. M. PROJETO de usinas hidrelétricas passo a passo. São Paulo: 
Oficina de Textos, 2015. 
 
STEPHENS, T. Manual sobre pequenas barragens de terra. organização das 
nações unidas para a alimentação e a agricultura. Roma – Itália, 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 1 
Exercícios 
 
 
 
 
 
1) Descreva o que é uma barragem zoneada de terra, 
citando suas características internas e externas. 
 
2) Na praia de Marataízes - ES foram feitas obras de contenção das marés 
executando-se “piers”. O que são estes “piers” e quais foram os métodos construtivos 
desta obra? 
 
3) Em uma pequena comunidade rural foi construída pequena barragem para 
reservação de água para abastecimento. Escreva, com suas próprias palavras, a 
importância deste tipo de obra, e, na sua opinião, qual a melhor técnica construtiva 
deverá ser adotada? 
 
4) Adaptada do ENADE 2008 - Após a construção de uma barragem detectou-
se a presença de uma camada permeável de espessura uniforme igual a 20 m e que 
se estende ao longo de toda a barragem, cuja seção transversalestá ilustrada abaixo. 
Essa camada provoca, por infiltração, a perda de volume de água armazenada. Sabe-
se que, sob condições de fluxo laminar, a velocidade de fluxo aparente da água 
através de um meio poroso pode ser calculada pela Lei de Darcy, que estabelece que 
essa velocidade é igual ao produto do coeficiente de permeabilidade do meio pelo 
gradiente hidráulico — perda de carga hidráulica por unidade de comprimento 
percorrido pelo fluido, ou seja, 
𝛥ℎ
𝑙
. A vazão de água através do meio é o produto da 
velocidade de fluxo pela área da seção atravessada pela água, normal à direção do 
fluxo. Suponha que o coeficiente de permeabilidade da camada permeável seja igual 
a 10−4 m/s, que ocorram perdas de carga hidráulica somente no trecho percorrido pela 
água dentro dessa camada e que a barragem e as demais camadas presentes sejam 
impermeáveis. Sob essas condições, a vazão (Q) por unidade de comprimento ao 
longo da extensão da barragem é: 
 
 
 
OBS.: Este exercício depende de conhecimentos de cálculo 0. 
 
 
 
Anotações do Aluno: 
 
 
 
 
 
 
 
Escolha do tipo 
Aula 2 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DA AULA 
 
A escolha do tipo de uma barragem depende de vários fatores como: topografia, 
geologia, solo da fundação, sitio a construir, material de construção empregado, 
maquinário utilizado, ferramentas, experiência da construtora, mão-de-obra 
empregada, bem como outros tantos diversos fatores a serem avaliados durante a 
fase de planejamento do empreendimento. O fator hidrológico também é 
importantíssimo pois abrange o regime de chuvas na região da obra e também as 
cheias futuras, sendo estas para 100, 1.000 e 10.000 anos. 
 
OBJETIVOS DA AULA 
 
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de: 
 
➢ Definir a barragem a ser construída de acordo com a topografia; 
➢ Escolher o melhor local pela forma do curso d’água existente no local; 
➢ Definir o tipo de material de construção a empregar na construção da 
barragem; 
➢ Escolher a melhor técnica construtiva de acordo com o sítio a ser 
situada a barragem; 
➢ Entender o perfil geotécnico para a confecção da fundação da 
barragem. 
 
 
 
 
 
 
P á g i n a | 33 
 
 
2 INTRODUÇÃO 
2.1 Arranjo dos aproveitamentos 
Os arranjos dos aproveitamentos são estudados para cada local, considerando-
se principalmente as condições topográficas locais, o provável apoio logístico em fase 
de construção, a possibilidade de evacuação de cheias durante a construção, a 
provável disponibilidade de materiais de construção, as condições gerais do ponto de 
vista geológico e geotécnico, a potência instalada calculada para o aproveitamento, a 
descarga calculada para o vertedouro e os resultados dos estudos especiais. 
O arranjo de um aproveitamento hidrelétrico é muito influenciado pelo tipo de 
vale, podendo este ser este encaixado e estreito, semi-encaixado ou aberto. Em vales 
encaixados e estreitos é usual a execução de barragens de concreto do tipo arco, 
como mostrado na 10. No caso de vales semi-encaixados pode-se optar por barragens 
do tipo gravidade, com contrafortes, conforme a figura 11, ou mesmo barragens de 
enrocamento. Quando se têm vales muito abertos, recomenda-se barragens do tipo 
gravidade de concreto convencional ou concreto compactado com rolo (CCR) e 
barragens de terra. As Figuras de 12 a 14 ilustram arranjos típicos para os três tipos 
de vales citados anteriormente.7 
 
Anotações do Aluno: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 ASSIS, A. P.; HERNANDEZ, H. M.; COLMANETTI, J. P. Apostila de barragens. Brasília-DF: 
UNB, 2006, p.8. 
P á g i n a | 34 
 
 
Figura 10: UHE Funil, Itatiaia, RJ. 
 
Fonte: FURNAS (2001) 
Figura 11: UHE Três Marias, MG. 
 
Fonte: CEMIG (2015) 
 
 
P á g i n a | 35 
 
 
Figura 12: Arranjo típico em vale estreito – UHE Yoshida. 
 
Fonte: UNB (2006) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
P á g i n a | 36 
 
 
Figura 13: Arranjo típico em vale medianamente encaixado – UHE Foz da Areia/PR. 
 
Fonte: UNB (2006) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
P á g i n a | 37 
 
 
Figura 14: Arranjo típico em vale aberto – UHE Tucuruí/PA. 
 
Fonte: UNB (2006) 
2.2 Definição do tipo de barragem 
A escolha do tipo de barragem dependerá, principalmente, da existência de 
material qualificado para sua construção, dos aspectos geológicos e geotécnicos, e 
da conformação topográfica do local da obra. Outros fatores igualmente importantes 
para a seleção são: 
✓ Disponibilidade de solo ou rocha: proveniente de escavações requeridas, 
disponíveis em quantidade e qualidade adequadas, segundo um fluxo 
compatível com a construção do arranjo proposto; 
✓ Natureza das fundações: barragens de enrocamento e de concreto somente 
deverão ser colocadas sobre fundação em rocha, enquanto que as de terra 
poderão ser colocadas em solo; e 
✓ Condições climáticas: a existência de períodos chuvosos razoavelmente 
prolongados onera exageradamente a construção de aterro de solo 
compactado ou núcleos de argila porque condiciona o progresso da 
construção. 
 
Um local poderá ser considerado propício para construção de barragem de 
terra homogênea, conforme figura 15, quando o reconhecimento de campo indicar que 
a rocha se encontra a grandes profundidades na área em consideração. Esse tipo de 
P á g i n a | 38 
 
 
barragem exige menor declividade nos paramentos de montante e jusante e, portanto, 
resultando em maiores volumes. Por isso, é utilizado para pequenas e médias alturas.8 
Figura 15: Seção típica de barragem de terra homogênea. 
 
Fonte: UNB (2006) 
O local poderá ser considerado propício para construção de barragem de 
enrocamento com núcleo de argila, conforme figuras 16 e 17, ou com face de concreto, 
conforme figura 18, se o reconhecimento de campo indicar, na área selecionada, a 
existência de rocha sã e de boa qualidade ao longo do eixo, a pequena profundidade. 
Esse tipo de barragem não necessita de condições especiais de fundação. Grandes 
volumes de escavação em rocha na casa de força, em canais e vertedouros são um 
bom indicativo para a utilização deste tipo de barragem. Além disso, se existirem 
períodos chuvosos ou excessiva umidade que prejudique a execução de núcleos de 
argila, ou a dificuldade na obtenção de material adequado para o núcleo, a solução 
com face de concreto é a mais indicada. 
Um local poderá ser considerado propício para construção de barragem de 
concreto, conforme figura 19, quando o reconhecimento de campo indicar, na área 
selecionada, a existência de rocha sã e com compressibilidade pequena ao longo de 
todo o eixo já que estas exercem maiores pressões nas fundações, a pequena 
profundidade. A estabilidade é garantida principalmente pelos esforços de gravidade. 
 
8 ASSIS, A. P.; HERNANDEZ, H. M.; COLMANETTI, J. P. Apostila de Barragens. Brasília-DF: 
UNB, 2006, p.11 e 12. 
 
P á g i n a | 39 
 
 
A não ser em casos excepcionais, somente deverão ser consideradas barragens de 
concreto tipo gravidade maciça. 
Figura 16: Seção típica de barragem de enrocamento com núcleo de argila vertical. 
 
Fonte: UNB (2006) 
Figura 17: Seção típica de barragem de enrocamento com núcleo de argila inclinado. 
 
Fonte: UNB (2006) 
 
 
 
 
 
 
P á g i n a | 40 
 
 
Figura 18: Seção típica de barragem de enrocamento com face de concreto. 
 
Fonte: UNB (2006) 
Figura 19: Seção típica de barragem de concreto convencional a gravidade. 
 
Fonte: UNB (2006) 
 
 
 
Resumo 
 
 
 
 
Nesta aula, abordamos: 
 
O arranjo dos aproveitamentos: 
São estudados para cada local, considerando-se principalmente as condições 
topográficas locais, o provável apoio logístico em fase de construção, a possibilidade 
de evacuação de cheias durante a construção, a provável disponibilidadede materiais 
de construção, as condições gerais do ponto de vista geológico e geotécnico, a 
potência instalada calculada para o aproveitamento, a descarga calculada para o 
vertedouro e os resultados dos estudos especiais. 
Definição do tipo de barragem: 
Dependerá, principalmente, da existência de material qualificado para sua 
construção, dos aspectos geológicos e geotécnicos, e da conformação topográfica do 
local da obra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Complementar 
 
 
 
 
 
 
Para enriquecer seu conhecimento é importante que você: 
Revise a aula através do material complementar sugerido pelo professor; 
Execute a APS para os assuntos abordados nesta aula; 
Assista por completo os vídeos apresentados pelo professor, quais estão inseridos em 
“Aulas” na Plataforma Blackboard na página da disciplina; 
Aprenda sobre o a escolha do tipo de barragem, principalmente quanto ao estudo 
do topográfico e geológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
 
Bibliografia da aula 02: 
 
ASSIS, A. P.; HERNANDEZ, H. M.; COLMANETTI, J. P. Apostila de barragens. 
Brasília-DF: UNB, 2006. 
 
BRASIL. Ministério das Minas e Energia. Furnas Centrais Elétricas S/A. Itatiaia, 2011; 
 
GOVERNO DE MINAS GERAIS. Centrais Elétricas Minas Gerais (CEMIG). Três 
Marias, 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 2 
Exercícios 
 
 
 
 
 
 
1) As barragens são construídas pelo tipo de função a 
exercer. Com isso, temos diversos tipos de técnicas executivas, 
bem como podemos saber com qual material irá ser construída, 
se há material disponível na praça, etc. Sendo assim, qual o tipo de barragem a ser 
construída em cursos d’água com pequena profundidade e grande largura, sendo a 
obra para a reserva de rejeitos de atividade de extração mineral. 
 
2) A topografia local para a construção de barragens é fator fundamental para 
a escolha do tipo, bem como saber os tipos de investigação geotécnica a executar e 
também o tipo de técnica executiva para se ter sucesso na execução do projeto 
executivo da obra. Escreva, as características técnicas para a escolha do tipo de 
barragem a ser adotada em uma situação valem do tipo médio e topografia acidentada 
nas encostas. 
 
3) Escreva as características técnicas para a escolha do tipo de barragem a 
ser adotada em uma situação vale do tipo médio. 
 
4) Conforme comentado em sala de aula, explique porque no município de 
Marataízes-ES foram realizadas obras de enrocamento/espigões (piers)? 
 
5) Adaptada TRE/AM 2010 - Uma barragem de terra foi construída de acordo 
com o projeto esquemático representado a seguir. 
 
 
 
 
 
 
P á g i n a | 45 
 
 
 
 
 
Após 2 meses da execução dos últimos detalhes da obra e há 1 mês do 
preenchimento do reservatório, foram notadas trincas em certas áreas da barragem, 
de acordo com a vista superior esquemática abaixo. 
 
 
 
Em relação ao corte (1) indicado é correto afirmar que: 
a) O geotêxtil deve envolver o enrocamento por completo. 
b) Deve existir enrocamento em ambos os lados da barragem. 
c) A faixa de argila compactada deve envolver o enrocamento. 
d) i% não pode ser maior que I%. 
e) O enrocamento dever ser instalado em ambos os lados da barragem. 
 
 
 
Investigação das fundações 
Aula 3 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DA AULA 
 
As investigações de fundações de barragens têm grande importância, pois 
servem como base para saber que tipo de maciço pode ser construído no sitio 
escolhido, bem como as alternativas de construtivas a serem realizadas. É importante 
salientar que este estudo tem conceitos que vem da disciplina de fundações e 
mecânica dos solos I e II, por isso o entendimento destas disciplinas é fundamental. 
 
OBJETIVOS DA AULA 
 
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de: 
 
➢ Quais são os elementos de campo para a execução do levantamento 
topográfico; 
➢ Quais são os elementos de campo para a execução do levantamento 
geológico e geotécnico; 
➢ Utilizar técnicas de investigação de uma fundação; 
➢ Entender as execuções dos diversos tipos de sondagens, como as 
diretas e as indiretas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
P á g i n a | 47 
 
 
3 INTRODUÇÃO 
As áreas primárias de preocupação geológica são as bordas do reservatório, a 
estabilidade dos encontros, a percolação e os riscos de deslizamentos de terra. A 
análise geológica necessita, muitas vezes, localizar ou estabelecer conhecimento em 
pormenores, da estrutura da rocha, da sismicidade induzida e dos efeitos relacionados 
com sismos, e das propriedades geofísicas das barragens de terra e/ou de 
enrocamentos e fundações. A análise consistirá de uma revisão de dados geofísicos, 
instrumentação, registros e relatórios de percolações passadas, movimentos de 
lençóis freáticos, estudo das propriedades dos materiais e estruturas, e interpretações 
de fotografia aérea por sensoriamento remoto. 
Todos os dados de instrumentação disponíveis devem ser revistos durante a 
avaliação. Se não há dados ou se os dados disponíveis são limitados uma 
determinação é feita quanto à necessidade de instrumentação adicional para avaliar 
um problema potencial de segurança de barragem. A estabilidade estática da 
barragem e da fundação será analisada quanto ao recalque, deslocamento e 
umedecimento excessivo. Dados tais como mapas geológicos, registros de 
perfuração, ensaios de laboratório, superfície freática e métodos de construção devem 
ser usados, quando disponíveis. Hipóteses de resistência baseadas nos tipos, 
gradações e ao cisalhamento, para análise, métodos de compactação dos materiais 
pressupõem que uma condição de resistência a longo prazo, consolidada e drenada, 
tenha sido atingida. Superfícies freáticas são estimadas, utilizando dados 
piezométricos, quando disponíveis, ou são estabelecidas, baseadas na zonificação da 
barragem e na configuração do talude. Análises de estabilidade devem ser 
normalmente executadas para uma condição de percolação estacionária. A 
estabilidade à percolação de uma barragem e fundação é focalizada em itens tais 
como o aumento da percolação com o tempo, a presença de sumidouros, cavidades 
ou bolhas de areia, e utilizará registros de informações na avaliação. Análises de 
percolação, como as por gradientes críticos, por construção de redes de escoamento 
e por elementos finitos, são executadas quando necessárias e quando dados 
suficientes estão disponíveis. A integridade de controle da percolação dos filtros, 
drenos, coberturas e materiais de zonas de transição é também analisada. 
Rever mapeamentos geológicos, plantas e seções transversais, mostrando 
todos os elementos da exploração e resumindo interpretações dos perfis de 
P á g i n a | 48 
 
 
sondagem e geológicos, incluindo pelo menos a barragem, estruturas associadas, 
fontes de material e, se disponível, a geologia do reservatório. Deve ser dada especial 
atenção aos aspectos geológicos que influenciem considerações de projeto, tais 
como: zonas de cisalhamento, falhas, fraturas abertas; camadas, juntas, fissuras ou 
cavernas; deslizamentos de terra; variabilidade de formações; materiais 
compressíveis ou liquefatíveis; planos de estratificação fracos etc. Rever registros 
pormenorizados de exploração, inclusive condições litológicas e físicas dos materiais 
encontrados, dados de ensaio da água, resultados dos ensaios de penetração normal 
e outros ensaios de resistência, e frequência e tipos das amostras obtidas dos ensaios 
de laboratório. Rever dados geofísicos. Rever estudos petrográficos ou químicos dos 
materiais da fundação e dos materiais naturais de construção. Rever as partes 
geológicas de todos os relatórios relevantes do local, desde estudos preliminares de 
reconhecimento até os registros finais de como-construído. Rever fotografias aéreas 
do local e do reservatório. Rever estudos geológicos regionais, publicados ou não, 
que sejam relevantes paraa locação da barragem e do reservatório. 
Examinar as características pertinentes da geologia da área nos locais da 
barragem e associados, locais de empréstimos e de bota-fora, e, na medida do 
possível, na bacia do reservatório. Examinar núcleos representativos recuperados da 
exploração do local, particularmente das zonas indicadas nas testemunhas como 
sendo severamente quebradas, desgastadas pelo tempo ou altamente permeáveis.9 
3.1 Investigação geológico-geotécnica 
O programa de investigações geológico-geotécnicas deverá ser tal a fornecer 
as informações necessárias para se elaborar o projeto de escavação, levando em 
consideração o modelo geológico-geotécnico de cada local e a fase dos estudos. 
A investigação geológica básica engloba o mapeamento de superfície e as 
sondagens mecânicas (percussão, rotativa e trado). Essa investigação pode ser 
complementada por poços, galerias, amostragens especiais e ensaios in-situ. A 
elaboração de um modelo geológico para a área do projeto é o passo inicial e 
fundamental para toda a programação das investigações e para a concepção do 
projeto. O Projeto definirá este modelo em função da composição litológica e estrutural 
 
9 BRASIL. Manual de Segurança e Inspeção de Barragens – Brasília: Ministério da Integração 
Nacional, 2002, p. 73 e 74. 
P á g i n a | 49 
 
 
do local, procurando identificar suas principais características que possam influenciar 
o desenvolvimento das obras. A experiência com maciços similares, no Brasil bem 
como no exterior, deve ser usada na previsão de eventuais feições geológicas 
usualmente encontradas e que condicionaram comportamentos adversos em outros 
projetos. 
A previsão dos volumes e dos tipos de materiais muitas vezes torna 
aconselhável ou mesmo exige, que complementarmente às sondagens mecânicas, 
outros métodos de investigação, como a geofísica (sísmica de refração e reflexão, 
eletrorresistividade, GPR etc....) sejam usados para permitir uma melhor elaboração 
do modelo geológico-geotécnico. 
Toda importância deverá ser dada à caracterização geomecânica dos materiais 
envolvidos. Para isto, serão usados os procedimentos correntes de caracterização de 
maciços rochosos, entre eles, aqueles desenvolvidos pela ABGE/IPT e ISRM. 
As condições hidrogeotécnicas do maciço devem ser avaliadas com segurança 
através de ensaios de perda d’água, infiltração, bombeamento, instalação de 
medidores de nível d’água, piezômetros, etc.... O estado de tensões do maciço deve 
ser avaliado apenas quando necessário, principalmente no caso de se prever a 
escavação de obras subterrâneas de grande porte e/ou quando se antecipam 
condições muito anômalas de tensões. Nesses casos, os métodos mais usados são 
o fraturamento hidráulico, sobrefuraçáo, etc. 
Entretanto, mesmo sendo realizados ensaios, a observação do comportamento 
do maciço de campo é de fundamental importância e deve ser sistematicamente feita, 
principalmente quando suportada por retroanálise e monitoramento e pode, algumas 
vezes, permitir aferir resultados de ensaios. 
Caso necessário, quando ocorrerem materiais pouco conhecidos ou em 
condições pouco usuais, dever-se-á obter amostras dos materiais para ensaios de 
laboratório ou in-situ que complementem as informações obtidas.10 
 
10 BRASIL. Centrais Elétricas Brasileiras S/A - Eletrobrás. Critério de Projeto Civil de Usinas 
Hidrelétricas, 2003, p. 222 e 223. 
P á g i n a | 50 
 
 
3.2 Previsão das condições executivas 
Com base nas investigações geológico-geotécnicas e no estudo do arranjo será 
feita a previsão das condições executivas que são esperadas e ainda definidos os 
estudos e análises que se fizerem necessários. 
✓ Classificação geomecânica dos materiais 
Os maciços rochosos serão classificados usando um dos procedimentos 
usuais. Deverá ser feita a previsão dos tipos de material a ser escavados e sua 
classificação de acordo com a categoria de escavação. A previsão implica na 
avaliação dos volumes envolvidos e sua distribuição ao longo da escavação, 
complementado preferencialmente por seções e mapas que fornecerão uma 
visualização adequada para o planejamento executivo. 
 
Os seguintes materiais serão diferenciados: 
➢ Material comum, inclui todos os materiais que possam ser escavados sem a 
necessidade do uso de bico de lâmina ou escarificador de trator pesado (tipo 
D8), e que não estejam saturados. 
➢ Material escarificável, inclui todos os materiais que exijam o uso sistemático 
de bico de lâmina e escarificador de trator pesado e eventual uso de fogacho. 
➢ Rocha, inclui os materiais que só podem ser escavados com detonação de 
explosivos. 
➢ Materiais de Difícil Escavação, inclui solos com matacões, solos moles e/ou 
expansivos, saturados, permanentemente submersos, etc., deverão ser 
avaliados, localizados e cubados de modo a permitir o planejamento de sua 
remoção. 
 
✓ Influências da Água Subterrânea 
A posição da água subterrânea tem sido reconhecida como um dos fatores mais 
importantes na estabilidade de taludes e na escavabilidade dos materiais. No caso de 
barragens é imprescindível ter-se em conta sua posição antes e depois de cheio o 
reservatório. No primeiro caso a influência no método de escavação e na estabilidade 
dos taludes mesmo provisórios tem que ser considerada. No segundo caso são 
principalmente os taludes definitivos os mais afetados. Especial atenção deverá ser 
dada, em maciços heterogêneos, à possibilidade de ocorrência de aquíferos 
P á g i n a | 51 
 
 
artesianos e suspensos. A existência da água deve ser sempre definida juntamente 
com as características de permeabilidade e erodibilidade dos materiais associados, 
de modo que os tratamentos eventualmente necessários possam ser adequadamente 
dimensionados. 
 
✓ Estabilidade de Taludes 
A garantia de estabilidade dos taludes será em princípio, e sempre que 
possível, obtida através da definição de uma inclinação adequada para cada um dos 
horizontes ocorrentes. Quando tal não for possível, os tratamentos e reforços 
necessários terão que ser previstos e dimensionados. Como diretriz geral, para 
taludes não condicionantes às feições geológicas são indicadas as inclinações dos 
taludes de escavações para os diversos materiais. 
Tabela 1: Proporção máxima de taludes em barragens de acordo com o solo. 
 
Fonte: ELETROBRÁS (2003) 
Outra questão que deverá ser considerada é a adoção de bermas de segurança 
ao longo do talude. 
O estudo geotécnico deve fornecer os dados necessários para definir os tipos 
de ruptura possível (ruptura circular, planar, cunha, etc.) o que permitirá escolher o 
método de análise utilizável. Neste estudo o problema terá que ser enfocado sempre 
na escala dos fenômenos superficiais, que afetam pequenos volumes, em geral entre 
bermas, e a estabilidade global do talude. As feições geológico-geotécnicas que 
controlam cada caso são diferentes, bem como os parâmetros a serem adotados e as 
análises a serem elaboradas. 
P á g i n a | 52 
 
 
A definição dos parâmetros para análises poderá ser feita com base em estudos 
estatísticos de materiais semelhantes em obras conhecidas ou da própria obra 
durante as escavações parciais. Ensaios poderão ser feitos para materiais pouco 
convencionais ou quando for necessária uma análise muito pormenorizada da 
estabilidade do talude. Métodos empíricos para definição de parâmetros de maciços 
rochosos (Hoek e Brown) e de descontinuidades de rochas (Barton e Choubey) 
poderão ser utilizados. 
✓ Proteção Superficial 
Os materiais escavados deverão ser estudados também com a finalidade de se 
definir sua desagregabilidade e erodibilidade, principalmente junto à superfície de 
escavação final prevista. Estas informações permitirão prever os tratamentos 
superficiais a serem aplicados para cada caso e tendo em conta a importânciadas 
fundações e dos taludes, provisórios ou permanentes. 
 
✓ Necessidade de Controle de Vibrações 
A execução de detonações próximas às estruturas existentes ou em construção 
pode exigir um projeto de escavação que limite adequadamente as vibrações 
produzidas e/ou o lançamento de fragmentos. Muitas vezes as próprias superfícies 
escavadas e os tratamentos nelas executados precisam ser protegidos. 
 
São indicadas a seguir os limites usuais de velocidades de partículas: 
➢ Para concretos com idade maior que 24h e distâncias maiores que 9 m Vmax 
= 15 cm/s; 
➢ Para concretos com idade menor que 24h e distâncias maiores que 20 m 
Vmax = 5 cm/s; 
➢ Para distâncias menores que 9m e idades maiores que 24h limitar as 
deformações a 0,6 mm; 
➢ Para superfícies finais acabadas escavadas em rocha, limitar a velocidade 
em 30 cm/s; 
➢ 2,5 cm/s para proteção de equipamentos eletromecânicos. 
 
P á g i n a | 53 
 
 
A minimização de danos aos materiais remanescentes, quando necessária, 
exigirá um projeto de escavação específico incluindo métodos especiais de fogo (de 
contorno, pré-fissuramento etc....) e limitação das cargas adjacentes. 
 
✓ Acabamentos das Superfícies de Escavação 
Em função do acabamento que se pretende obter nas superfícies escavadas 
serão limitadas as sobre-escavações (over-breaks) e as sub-escavações (under-
breaks) para cada superfície. No caso das superfícies hidráulicas, principalmente 
túneis de desvio, tais limitações devem traduzir os critérios adotados na definição das 
rugosidades admitidas. Serão, então, indicadas no projeto, para cada situação, duas 
linhas limites: qualquer saliência aquém da linha mais externa (em relação ao maciço) 
terá que ser removida e qualquer depressão além da linha mais interna terá que ser 
preenchido com material a ser especificado. 
 
✓ Acompanhamento Executivo 
O projeto de escavação deverá, obrigatoriamente, contemplar um programa de 
acompanhamento executivo, de modo a caracterizar as condições geológico-
geotécnicas encontradas e sugerir adaptações, eventualmente necessárias, visto que 
as previsões feitas durante o projeto estão sujeitas às inevitáveis variações em função 
dos imprevistos durante a construção.11 
 
 
 
11 BRASIL. Centrais Elétricas Brasileiras S/A - Eletrobrás. Critério de Projeto Civil de Usinas 
Hidrelétricas, 2003, p. 223 a 226. 
 
 
 
Resumo 
 
 
 
 
Nesta aula, abordamos: 
 
Investigação geológico-geotécnica: O programa de investigações 
geológico-geotécnicas deverá ser tal a fornecer as informações necessárias para se 
elaborar o projeto de escavação, levando em consideração o modelo geológico-
geotécnico de cada local e a fase dos estudos. 
Previsão das condições executivas: Com base nas investigações geológico-
geotécnicas e no estudo do arranjo será feita a previsão das condições executivas 
que são esperadas e ainda definidos os estudos e análises que se fizerem 
necessários: classificação geomecânica dos materiais; influências da Água 
Subterrânea; estabilidade de taludes; proteção superficial; necessidade de controle de 
vibrações; acabamentos da superfície de escavação; acompanhamento executivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Complementar 
 
 
 
 
 
 
Para enriquecer seu conhecimento é importante que você: 
Revise a aula através do material complementar sugerido pelo professor; 
Execute a APS para os assuntos abordados nesta aula; 
Assista por completo os vídeos apresentados pelo professor, quais estão inseridos em 
“Aulas” na Plataforma Blackboard na página da disciplina; 
Aprenda sobre a investigação das fundações, principalmente quanto ao estudo 
geológico-geotécnico. 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
 
Bibliografia da aula 03: 
BRASIL. Centrais Elétricas Brasileiras S/A - Eletrobrás. Critério de Projeto Civil de 
Usinas Hidrelétricas, 2003. 
 
BRASIL. Manual de Segurança e Inspeção de Barragens. Brasília: Ministério da 
Integração Nacional, 2002. 
 
 
 
 
 
 
AULA 3 
Exercícios 
 
 
 
 
 
1) Adaptada Concurso Apiacá-ES 2007 – O estudo dos 
lençóis freáticos próximo a barragens, ou mesmo a construção 
de barragens é importante porque os mesmos podem ser 
imensamente prejudiciais ao maciço e sua operação. Técnicas 
de rebaixamento de lençóis podem ajudar e muito a manter a barragem segura e 
funcional. 
Escreva, porque o “pipping” é prejudicial para as fundações de barragens, 
principalmente de terra. 
 
2) Sondagens são essenciais para o planejamento construtivo de barragens. 
Podem ser do tipo indireta ou mesmo diretas e estão relacionadas com a investigação 
geotécnica da praça de construção. 
Descreva, para que servem as sondagens do tipo diretas e como são feitas as 
suas explorações em campo. 
 
3) Descreva, a importância das sondagens indiretas na construção de 
barragens, abordando seus procedimentos e finalidades. 
 
4) Quando fazemos as devidas investigações para a escolha do tipo de 
fundações de barragens, temos que verificar alguns elementos necessários no 
levantamento topográfico de campo. Cite 04 (quatro) desses elementos 
 
Anotações do Aluno: 
 
5) Adaptada do ENADE 2008 - Após a construção de uma barragem detectou-
se a presença de uma camada permeável de espessura uniforme igual a 20 m e que 
se estende ao longo de toda a barragem, cuja seção transversal está ilustrada abaixo. 
Essa camada provoca, por infiltração, a perda de volume de água armazenada. Sabe-
se que, sob condições de fluxo laminar, a velocidade de fluxo aparente da água 
P á g i n a | 58 
 
 
através de um meio poroso pode ser calculada pela Lei de Darcy, que estabelece que 
essa velocidade é igual ao produto do coeficiente de permeabilidade do meio pelo 
gradiente hidráulico — perda de carga hidráulica por unidade de comprimento 
percorrido pelo fluido, ou seja, Δh/l. A vazão de água através do meio é o produto da 
velocidade de fluxo pela área da seção atravessada pela água, normal à direção do 
fluxo. Suponha que o coeficiente de permeabilidade da camada permeável seja igual 
a 10^−4 m/s, que ocorram perdas de carga hidráulica somente no trecho percorrido 
pela água dentro dessa camada e que a barragem e as demais camadas presentes 
sejam impermeáveis. Sob essas condições, a vazão (Q) por unidade de comprimento 
ao longo da extensão da barragem é: 
 
OBS.: Este exercício depende de conhecimentos de cálculo 0. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tratamento das fundações 
Aula 4 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DA AULA 
 
Os tratamentos das fundações de barragens têm grande importância, pois 
servem como base para saber que tipo técnica executiva será utilizada para receber 
as obras do maciço, seja ele de terra, enrocamento ou mesmo de concreto, bem como 
estruturas mistas como enrocamento-terra ou enrocamento-concreto. 
 
OBJETIVOS DA AULA 
 
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de: 
 
➢ Quais são os principais problemas a erem enfrentados antes do 
tratamento das fundações; 
➢ Os critérios para o tratamento das fundações; 
➢ Medidas de tratamento; 
➢ Métodos de tratamento; 
➢ Medidas preventivas e suas técnicas executivas. 
 
 
 
 
 
 
 
P á g i n a | 60 
 
 
4 INTRODUÇÃO 
São considerados os tratamentos superficiais e profundos rotineiros e alguns 
métodos especiais. A seleção de cada método deve levar em consideração as 
características da fundação a ser tratada, o tipo de projeto e os custos envolvidos. São 
considerados ainda os critérios de liberação de fundações que devem ser utilizados 
com a finalidade de aprovar os serviços de tratamento executados. 
Os objetivos principais dos tratamentos são: 
➢ Melhorar e garantir as condições de contato do material a ser lançado com 
a sua fundação; 
➢ Melhorar as qualidades mecânicas do maciço, seja de resistência ou de 
deformabilidade; 
➢ Redução da permeabilidade da fundação e/ou homogeneizaçãode fluxos 
pela fundação; 
➢ Controle das sub-pressões; 
➢ Evitar o carreamento de solos pela fundação. 
 
É importante que o Projeto defina claramente o objetivo que justifica o 
tratamento ou seja seu custo/benefício e os parâmetros que serão usados para 
controle dos resultados. Quando da análise crítica dos processos de tratamento de 
fundação possíveis resultar conveniente a remoção dos materiais. 
O modelo geológico-geotécnico incluindo o hidrogeológico (modelo 
hidrogeotécnico) deve ser o principal instrumento de análise das condições dos 
maciços de solo e/ou rocha a serem tratados, levando em conta os requisitos de 
fundação de cada estrutura. Em função desses dados o tipo e extensão dos 
tratamentos são definidos. 
A justificativa econômica deverá ser sempre apresentada na definição da 
necessidade real dos tratamentos a serem executados na fundação da estrutura. 
Deverá ser sempre demonstrada a necessidade dos tratamentos com base na 
segurança da obra, justificada através de memória de cálculo que indique claramente 
os objetivos a serem atingidos com os métodos propostos. Após a definição da 
necessidade de tratamentos da fundação, o projeto deverá verificar qual o tipo de 
tratamento a ser executado vinculado principalmente à maior eficiência dentro do 
P á g i n a | 61 
 
 
menor custo considerando inclusive a possibilidade de remoção dos materiais em 
lugar de seu tratamento. 
Deverá ser feita uma análise comparativa de custos entre os métodos de 
tratamentos adequados a cada caso. 
Deverão ser utilizadas principalmente técnicas convencionais de tratamento 
disponíveis no mercado nacional e que tenham sido utilizadas, aferidas e aceitas em 
outras obras similares. 
Para qualquer tratamento que deva ser feito por exigência do projeto utilizando 
técnicas não convencionais ou não disponíveis no mercado nacional, deverão ser 
demonstradas sua aplicabilidade e eficiência. Para o caso proposto, poderão ser 
solicitados testes de campo no local de implantação da obra para aferição do método 
e equipamentos propostos para cada tratamento. 
Os métodos deverão ser propostos, inicialmente, pela Projetista, podendo ser 
discutidos e questionados pelo Construtor ou Responsável pelo Empreendimento, 
com vistas à sua adequação ou para a utilização de métodos alternativos que resultem 
numa solução técnica ou econômica mais favorável.12 
4.1 Tratamento superficial 
O tratamento superficial tem por objetivo preparar a superfície da fundação para 
receber o material que lhe será sobreposto. Deverão ser considerados aqui apenas 
os trabalhos realizados diretamente na superfície do terreno. Tratamentos sub-
superficiais, mesmo rasos, desde que sistemáticos, deverão ser abordados como 
tratamento profundo. Apenas se deve considerar aqui tratamentos localizados para 
feições específicas. 
A sequência de tratamentos superficiais é similar para os diversos tipos de 
interface estrutura-fundação, sendo estes tratamentos diferenciados em função de 
sua intensidade de aplicação e dos materiais envolvidos. Deverão ser diferenciadas 
as condições de fundação em solo e em rocha e os materiais que cobrirão a fundação: 
concreto e aterro, solo ou enrocamento. Nestes critérios as várias fases são descritas 
sequencialmente independentemente do tipo de fundação e estrutura.13 
 
12 BRASIL. Centrais Elétricas Brasileiras S/A - Eletrobrás. Critério de Projeto Civil de Usinas 
Hidrelétricas, 2003, p. 237 e 238. 
13 BRASIL. Centrais Elétricas Brasileiras S/A - Eletrobrás. Critério de Projeto Civil de Usinas 
Hidrelétricas, 2003, p. 239. 
P á g i n a | 62 
 
 
4.1.1 Remoção de materiais indesejáveis 
O projeto de fundação de cada estrutura definirá os tipos de materiais 
adequados para a fundação da estrutura em consideração. O projeto deverá definir 
limites aceitáveis para a permanência de cada material em cada estrutura, quando for 
possível. 
Entretanto, pode ser de interesse analisar comparativamente a remoção de tais 
materiais e os tratamentos ou reforços necessários. 
O projeto de tratamento superficial se inicia, portanto pela consideração da 
possibilidade e/ou interesse na remoção de materiais indesejáveis ainda 
remanescentes na fundação. Caso se defina pela remoção, os critérios para controle 
deverão ser informados de forma objetiva com base nas características visuais dos 
materiais ou as características de resistência, deformabilidade e permeabilidade 
pretendidas, indicando a forma de aferição das mesmas e o procedimento de 
acompanhamento geotécnico.14 
4.1.2 Regularização da fundação 
As irregularidades topográficas existentes na fundação podem causar 
problemas de concentração de tensão nas estruturas e/ou dificuldades executivas, o 
que pode justificar sua eliminação. 
O projeto definirá qual o tratamento a ser realizado, se remoção por escavação, 
retaludamento ou regularização com material adequado, em geral concretagem, e se 
de maneira localizada ou generalizada. Deverá ser feita justificativa quanto à solução 
adequada analisando-a não só no aspecto técnico-econômico como também de 
cronograma executivo. 
Taludes de altura significativa, muito íngremes ou mesmo negativos, para 
determinados materiais e alturas da barragem, podem ter que ser suavizados para 
garantir uma melhor distribuição de tensão dentro da estrutura. O projeto definirá a 
posição em que eles terão que ser tratados, o ângulo máximo de inclinação aceitável, 
a conformação que deve ser dada ao terreno e também o método de escavação 
 
14 BRASIL. Centrais Elétricas Brasileiras S/A - Eletrobrás. Critério de Projeto Civil de Usinas 
Hidrelétricas, 2003, p. 239. 
 
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exigido. Sempre se procurará definir um método de escavação que minimize abalos 
no material remanescente.15 
4.1.3 Limpeza 
A limpeza é a remoção de todo material solto na fundação. O projeto deverá 
considerar a execução da limpeza em duas fases: a limpeza grossa e a fina, esta 
última incluindo a lavagem. Serão definidas as limitações quanto ao uso de 
equipamentos em cada fase e quanto à pressão de água e/ou ar do processo de 
lavagem. Estes processos serão definidos levando em conta a erodibilidade e 
desagregabilidade dos materiais da fundação e o rigor necessário. 
Descontinuidades geológicas individuais que pela sua extensão e/ou abertura 
justifiquem tratamentos localizados terão tais tratamentos projetados de acordo com 
o objetivo a ser alcançado, envolvendo remoção parcial do material de preenchimento 
e substituição por outros adequados, em função do material que será lançado.16 
4.1.4 Recobrimento superficial 
A necessidade de A necessidade de recobrimento superficial da fundação será 
definida em função da possibilidade de ocorrer carreamento do material do aterro para 
feições da fundação ou do material da fundação para dentro do aterro. O projeto 
definirá o material a ser usado e sua espessura e terá em conta a compatibilidade de 
deformação entre ele, o material a ser lançado sobre ele e a fundação. 
Os materiais a serem considerados são os filtros granulares, o concreto poroso, 
argamassa, concreto lançado, concreto varrido (slush grouting), emulsão asfáltica, 
etc. O emprego eventual de Geossintéticos e de emulsões asfálticas deverá ser 
avaliado de forma criteriosa, em particular para o caso dos Geossintéticos, com 
atenção para sua durabilidade e manutenção de características físicas ao longo da 
vida da obra (filtração, impermeabilização, possibilidades de colmatação, etc.). 
 
15 BRASIL. Centrais Elétricas Brasileiras S/A - Eletrobrás. Critério de Projeto Civil de Usinas 
Hidrelétricas, 2003, p. 240. 
16 BRASIL. Centrais Elétricas Brasileiras S/A - Eletrobrás. Critério de Projeto Civil de Usinas 
Hidrelétricas, 2003, p. 240. 
 
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