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ÉTICA E LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA PROFA. MARIANA NASCIMENTO DE PAULA Reitor: Dr. Roberto Cezar de Oliveira Pró-Reitoria Acadêmica Maria Albertina Ferreira do Nascimento Diretoria EAD: Prof.a Dra. Gisele Caroline Novakowski PRODUÇÃO DE MATERIAIS Diagramação: Edson Dias Vieira Thiago Bruno Peraro Revisão Textual: Camila Cristiane Moreschi Danielly de Oliveira Nascimento Fernando Sachetti Bomfim Luana Luciano de Oliveira Patrícia Garcia Costa Renata Rafaela de Oliveira Produção Audiovisual: Adriano Vieira Marques Márcio Alexandre Júnior Lara Osmar da Conceição Calisto Gestão de Produção: Cristiane Alves © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande responsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conhecimento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivência no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mercado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Dr. Roberto Cezar de Oliveira REITOR 33WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 01 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................5 1. ÉTICA, MORAL E DIREITO ........................................................................................................................................6 1.1 TEORIAS ...................................................................................................................................................................6 1.2 DEBATES FILOSÓFICOS ......................................................................................................................................... 7 1.3 ÉTICA VERSUS MORAL ..........................................................................................................................................8 1.4 BIOÉTICA .................................................................................................................................................................8 1.5 CONCEITOS ............................................................................................................................................................8 1.6 APLICAÇÃO PARA FARMÁCIA ...............................................................................................................................9 1.7 CÓDIGO DE ÉTICA DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA ..........................................................................................9 1.8 CÓDIGO DE ÉTICA (RESOLUÇÃO Nº 711 DE 30 DE JULHO DE 2021) ................................................................ 10 ÉTICA E LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA PROFA. MARIANA NASCIMENTO DE PAULA ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: ÉTICA E LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA 44WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.9 CÓDIGO DO PROCESSO ÉTICO ........................................................................................................................... 11 1.10 INFRAÇÕES ........................................................................................................................................................... 11 1.11 RESPONSABILIDADE TÉCNICA ........................................................................................................................... 12 1.12 INSTITUIÇÕES ...................................................................................................................................................... 13 1.13 CONSELHO FEDERAL E REGIONAL DE FARMÁCIA ........................................................................................... 14 1.14 SINDICATOS E ASSOCIAÇÕES ............................................................................................................................ 14 1.15 VIGILÂNCIA ........................................................................................................................................................... 15 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................... 16 5WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Entendemos que a ética está presente no cotidiano de todos os indivíduos inseridos na sociedade, pois é essencial para o convívio que existam regras, as quais conduzem e regularizam o convívio entre os cidadãos, sendo que o objetivo final de todas é o bem comum, a paz e a organização da sociedade. Mas devemos entender quais são os parâmetros responsáveis pela construção dos fundamentos que irão direcionar a conduta humana. É a ética e a moral as responsáveis por definir o caráter e as virtudes individuais e coletivas, assim são, consequentemente, as responsáveis pelos pilares éticos da sociedade. Dentro de cada ambiente profissional também se espera um conjunto de regras que ditem a melhor forma de proceder, cumprindo aquilo que é esperado pela sociedade e pelos indivíduos. Nesta unidade, iremos entender como a ética e a moral se diferem e qual a importância delas na formação da consciência social. Iremos refletir em alguns pontos do Código de Ética Farmacêutica, o conjunto de regras que fundamenta a profissão farmacêutica nos diferentes campos de atuação. Trataremos sobre o comércio farmacêutico segundo a legislação que o regulamenta, a fim de entender as responsabilidades do farmacêutico. 6WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. ÉTICA, MORAL E DIREITO Podemos entender ética como um conjunto de regras, comportamentos, costumes, hábitos, tudo o que caracteriza determinada sociedade e que possa ser definido a partir do estudo comportamental da sociedade em questão. Alguns usam a ética como parâmetro de valores, honestidade e justiça. Mas, afinal, como podemos definir ética? A palavra ética se origina do grego ethos (θος), que significa costumes no seu original, ou seja, é o conjunto de valores e hábitos estabelecido tradicionalmente em determinada cultura. Essa definição pode ser associada à moral, já que mores em latim apresenta o mesmo significado. No século VI a.C., era dito que o ethos era o lugar onde estavam abrigados os indivíduos, que são os responsáveis pelo destino da cidade. Dependendo das escolhas feitas por esses indivíduos, a cidade poderia ficar em paz e harmonia, transformando-a um lugar tranquilo para se morar. Segundo Marconi Pequeno, podemos entender a ética como resultante das leis que são estabelecidas pelos costumes e hábitos individuais. E são esses costumes que moldarão o caráter do indivíduo, resultando em boas ações, as quais refletirão na sociedade que ele está inserido. Portanto, a excelência moral está ligada às leis da sociedade e às escolhas pessoais. O filósofo brasileiro Leonardo Boff define a ética como um segmento filosófico que tem o intuito de desenvolver noções mais profundas sobre o ser humano e o destino, assim como acerca do universo e da vida, estabelecendo princípios evalores que orientam a sociedade e os indivíduos. Padre Vaz, outro filosofo brasileiro, afirma que a origem da ética é o saber ético da tradição cultural em discussão, compondo-se do saber normativo, indicativo e prescritivo do agir humano. Já o filosofo Sérgio Cardoso alega que ética se refere a ações livres e responsáveis de uma pessoa moral e autônoma que age seguindo valores. Podemos dizer, portanto, que o indivíduo, ou agente ético, tem a capacidade de escolher as ações a serem tomadas e é responsável pelas consequências delas recorrentes. As normas que regem as ações dos indivíduos são determinadas pelo Direito e visam manter o equilíbrio entre os sujeitos dentro da sociedade. São relativas aos deveres e direitos de cada um. Quando esse equilíbrio é atingido, podemos dizer que a Justiça é aplicada, pois há uma relação mútua entre os indivíduos relacionados. 1.1 Teorias São quatro os principais modelos teóricos do pensamento filosófico-ético que discutiram sobre o comportamento humano na sociedade. Eles surgiram a fim de fundamentar ou validar determinadas ações. A teoria contratualista (1453-1789) discutiu a problematização sobre o surgimento dos Estados, fazendo uma reflexão ética além da política, já que entender o ambiente político da sociedade está diretamente relacionado ao entendimento das relações envolvidas. Thomas Hobbes e Jean-Jacques Rousseau desenvolveram a teoria do pacto social como possibilidade da formação do Estado. Mesmo tendo alguns pontos divergentes em suas teorias, podemos afirmar que os contratualistas têm como fundamento o comportamento do indivíduo, controlado pelo Estado, em relação aos outros. 7WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Baseada na teoria de Immanuel Kant, a teoria iluminista (século XVII e XVIII), opõe-se à época escura da Idade Média. Nessa teoria, o homem se torna responsável pelo agir ético. Ou seja, cada indivíduo tem capacidade de saber quais são os seus deveres e qual é a ação correta a ser praticada, é a intenção que é avaliada. Jeremy Bentham e Stuart Mill foram os responsáveis por propor a teoria utilitarista. Os pensadores defendem que uma boa ação é aquela que trará felicidade ao indivíduo. Nessa teoria, é a consequência das escolhas que determina o ser ou não ético. Bentham complementa a teoria ao afirmar que o poder legislativo pode aprimorar a legislação a fim de possibilitar que mais indivíduos alcancem a felicidade. Atualmente, temos a teoria relativista que está baseada no fato de que existe uma cultura arbitraria julgando qualquer coisa como certa ou errada, criticando diretamente a regra jurídica e ética universal. Essa teoria leva em conta as diferenças culturais entre sociedades distintas, pois o que pode ser considerado aceitável em uma sociedade pode não ser em outra. Só que essa relativização não é absoluta, visto que se baseia no conhecimento científico, não aceitando ações baseadas em crenças coletivas ou individuais, as quais são prejudiciais a grupos sociais determinados. 1.2 Debates Filosóficos Algumas questões éticas se mantêm ao longo dos anos da história humana como o limite entre ética e moral, entre o prazer individual e o bem coletivo, ou até mesmo, se deve existir um agente que regule as ações éticas ou se é responsabilidade de cada indivíduo. Aristóteles dizia que o fim de toda ação é bom, pois os indivíduos estão buscando a felicidade e isso só homens honestos são capazes de alcançar. Na Idade Média, a discussão girou em torno da questão do livre arbítrio do ser humano, guiando as teorias de pensadores como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Friedrich Nietzsche criticou a busca dos pensadores em estabelecer um padrão ético de ação, já que podem existir divergências entre as culturas sobre o certo e o errado. Podemos dizer então que as questões éticas apresentam vieses que estão ligados à intenção, ao momento, à consequência da ação, assim como aos fatores internos e externos do indivíduo que o levam a agir de determinada forma. O estudo da ética se molda conforme vão se passando os anos, pois os problemas encontrados pela sociedade vão mudando, sendo necessário fazer uma discussão no contexto temporal, com a intervenção de especialistas neutros. A atuação profissional, independentemente da área, só irá evoluir a partir do momento que os indivíduos estiverem abertos para realizar um exercício reflexivo e diverso. 8WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.3 Ética versus Moral Podemos definir a ética como um conjunto de ideias que orientam a sociedade para uma convivência harmoniosa. Orientando os indivíduos, de forma coletiva, no discernimento entre o certo e o errado, o bem e o mal. A moral, por outro lado, pode ser definida como o conjunto de ideias que norteiam as decisões cotidianas, individuais, definidas por valores sociais e condutas aceitáveis quando avaliadas de uma perspectiva ética. As decisões tomadas diariamente exigem a manifestação do senso e da consciência moral, os quais se relacionam aos valores, que, por sua vez, geram emoções, resultando em decisões que nos levarão a consequências para nós e para os outros. A ética e a moral são, portanto, complementares. A moral, por ser flexível, permite uma reflexão dos conceitos éticos, que são secularmente instituídos, resultando no ajuste das condutas sociais. 1.4 Bioética Com o avanço das ciências, um conceito que começou a ser discutido com mais intensidade foi a bioética, a fim de definir a relação entre esse avanço e a inferência moral proporcionada. 1.5 Conceitos A palavra bioética deriva do grego bios (vida) e ethos (ética). Sua definição mais aceita refere-se à bioética como o estudo ordenado inter e multidisciplinar da atividade humana nas ciências biológicas e da saúde, com referência aos princípios morais. É a bioética que controla os temas polêmicos relacionados à ciência para haver interação harmoniosa entre o homem, os outros seres e o planeta em geral. A bioética apresentada pela Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos é fundamentada em 15 princípios que tratam de: não infringir danos intencionalmente (não maleficência), maximizar benefícios e minimizar prejuízos (beneficência), conceder e respeitar o direito de decisão dos indivíduos relacionados ao corpo e à vida (autonomia), e tratamento moralmente correto e adequado dos indivíduos (justiça). São por meio desses princípios que é possível orientar e definir quais são os valores implicados na relação entre profissionais de saúde, auxiliando tanto no momento de tomada de decisão quanto quando ao enfrentar problemas éticos em saúde. No vídeo “Como a Bioética impacta a medicina diariamente | Coluna #144”, o Dr. Drauzio Varela apresenta uma discussão muito atual de como a bioética tem feito parte do cotidiano dos profissionais de saúde. É a bioética que faz os avanços da ciência seguirem a ética e a moralidade da sociedade. E é necessário que haja debate para entender as consequências desses avanços, visando sempre ao bem-estar geral. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YbOFWa56P3M. https://www.youtube.com/watch?v=YbOFWa56P3M 9WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.6 Aplicação para Farmácia Todos os profissionais enfrentam dilemas éticos diariamente no exercício da profissão. Para lidar com esses dilemas, é necessário que o profissional esteja bem fundamentado na ética. Para o farmacêutico, isso pode acontecer na promoção do uso racional de medicamentos, na confidencialidade da farmacoterapia do paciente, no momento de dispensação de medicamentos e na atenção farmacêutica. Nos hospitais, as questões bioéticas são de responsabilidade do Comitê de Ética Hospitalar, que assiste os profissionais quando enfrentam um dilemaético, como na confirmação de diagnósticos, tratamentos e tomadas de decisões. A Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012, aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde, determina as diretrizes para pesquisas e testes em seres vivos. 1.7 Código de Ética da Profissão Farmacêutica O Código de Ética da Profissão Farmacêutica, determinado pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), apresenta os princípios éticos fundamentais do farmacêutico, expondo os direitos, as proibições e as responsabilidades do profissional quanto ao paciente, aos outros profissionais e à sociedade. Acesse a Resolução nº 466/2012 em: https://conselho.saude.gov.br/resoluco es/2012/Reso466.pdf. Em 2021, o programa de televisão Fantástico exibiu uma matéria jornalística intitulada “Empurroterapia”, na qual se discutiram os atos dos balconistas de farmácias em insistir na venda de produtos aos pacientes quando não há necessidade real, como vitaminas. Porém, a reportagem associou a essa prática a troca dos medicamentos referência pelo genérico, uma prática legal e justificável ao farmacêutico, já que o genérico foi criado para facilitar o acesso da população aos medicamentos, reduzindo o custo do tratamento. O Conselho Federal de Farmácia fez um comunicado propondo um pacto contra essa prática, que já vem sendo combatida pelo CFF há muitos anos. Acesse o documento do CFF em: https://www.cff.org.br/noticia. php?id=6323&titulo=CFF+prop%C3%B5e+pacto+contra+a+empurroterapia. https://conselho.saude.gov.br/resoluco es/2012/Reso466.pdf https://www.cff.org.br/noticia.php?id=6323&titulo=CFF+prop%C3%B5e+pacto+contra+a+empurroterapia https://www.cff.org.br/noticia.php?id=6323&titulo=CFF+prop%C3%B5e+pacto+contra+a+empurroterapia 10WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.8 Código de Ética (Resolução nº 711 de 30 de julho de 2021) O Código de Ética Farmacêutica deve ser respeitado em atividades de ensino, pesquisa, administração de serviços de saúde e em toda atividade que use o conhecimento adquirido ao estudar Farmácia. O novo código de ética, publicado em 2021, separa os direitos e deveres dos farmacêuticos dos demais profissionais inscritos nos Conselhos Regionais de Farmácia, como técnicos de laboratório. Os princípios fundamentais do profissional farmacêutico são atuar em benefício da vida, do meio ambiente e da responsabilidade social. É de inteira responsabilidade do farmacêutico os atos por ele praticados, delegados ou autorizados. A profissão deve ser exercida com honra e dignidade, sempre resguardando o desempenho ético. O farmacêutico deve estar sempre atualizado, buscando novos conhecimentos técnicos e científicos, a fim de melhor atender seus pacientes. O farmacêutico deve buscar a promoção, prevenção e recuperação da saúde, e não apenas para fins comerciais. É necessário que o profissional atue com autonomia técnica, sem interferências políticas, comerciais e/ou religiosas, que resultem em prejuízo para a sociedade. É compromisso do farmacêutico cumprir as leis e os regulamentos da profissão em vigor no país, ciente de que o não cumprimento pode acarretar sanções disciplinares. O profissional inscrito no CRF tem o direito de exercer sua profissão sem qualquer tipo de discriminação. Ele deve ter autonomia para decidir sobre ações que devem ser tomadas, seguindo as normas estabelecidas sobre os meios científicos que serão usados ao exercer o ofício. É direito do farmacêutico prescrever medicamentos e outros produtos que não exijam prescrição médica com objetivo de promover, proteger e recuperar a saúde; realizar a substituição de medicamentos; divulgar informações científicas baseadas em evidências a fim de esclarecer à população temas de promoção da saúde e segurança do paciente; decidir sobre a dispensação de medicamentos e a legibilidade das prescrições. A atuação do farmacêutico deve buscar a interação com outros profissionais em benefício de todos. Entre os deveres dos inscritos no Conselho Regional de Farmácia (CRF) estão: agir profissionalmente seguindo as normas técnicas, legislação e diretrizes estabelecidas; promover, proteger e recuperar a saúde individual e coletivamente; apresentar-se para servir a sociedade em caso de conflito social, catástrofe ou epidemias; respeitar a vida, nunca auxiliando em atos que a violem; respeitar a autonomia do paciente ao decidir sobre o tratamento oferecido, tendo fornecido toda informação necessária; guardar sigilo de informações e fatos que não infrinjam a legislação; respeitar outros profissionais de saúde; respeitar as normas éticas vigentes em pesquisas com seres humanos e animais; comunicar o CRF do desligamento profissional em 5 dias. Sempre que houver afastamento do farmacêutico das atividades em que seja o responsável técnico, sem que haja substituição de outro farmacêutico, o CRF deve ser notificado. O farmacêutico inscrito no CRF, exercendo ou não a profissão, deve: comunicar os órgãos responsáveis sobre qualquer violação do Código de Ética ou outra regulamentação; orientar os pacientes quanto à garantia, à segurança e à efetividade do tratamento dispensado; auxiliar na elaboração e cuidar para que seja cumprido o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde do estabelecimento sob sua responsabilidade e executar as atribuições clínicas farmacêuticas. As funções do profissional farmacêutico devem ser praticadas seguindo os princípios éticos, com objetivo de beneficiar o ser humano, sem causar danos materiais, físicos, morais ou psicológicos. 11WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA No Capítulo IV da Resolução nº 711/2021, artigo 17, são apresentadas as proibições ao farmacêutico no exercício da profissão. O farmacêutico deve estar presente no estabelecimento em que é responsável técnico prestando assistência técnica efetiva. Todo produto disponibilizado deve ter identificação clara e precisa sobre a composição, seguindo as normas legais e técnicas. É o farmacêutico o profissional responsável social e tecnicamente pelos medicamentos, desde o preparo até a dispensação. Por isso, o profissional deve ter autonomia no exercício dos seus deveres, sempre buscando o incentivo do uso racional dos medicamentos. Assim, é proibido ao farmacêutico o exercício concomitante da medicina e arranjos com outros profissionais de saúde que estimulem o uso desnecessário de medicamentos, que pode acarretar prejuízos financeiros e à saúde. O farmacêutico não pode manipular, armazenar ou comercializar qualquer produto em contrariedade com a legislação vigente, nem permitir que isso seja feito por outro profissional. O recebimento de salário abaixo do piso, fomentando assim a disputa profissional desleal e injusta é proibido a todo profissional inscrito no CRF. Assim como também é proibida a divulgação de informações sigilosas de processos administrativos; exercer atividades sem a qualificação necessária; divulgar informações errôneas sobre temas farmacêuticos e de saúde, entre outras atividades. Quando atuante no serviço público, o farmacêutico não pode usar o cargo público para realizar trabalhos de empresas privadas, com a propósito de benefício pessoal; não pode cobrar pelos serviços prestados e reduzir a remuneração de outro profissional farmacêutico. 1.9 Código do Processo Ético A fiscalização quanto ao cumprimento do Código de Ética Farmacêutica pelo profissional farmacêutico é de responsabilidade dos CRF, determinando as punições concernentes a cada caso. Encontram-se descritas na Resolução nº 711/2021 as infrações e sanções. Normas e diretrizes determinadas pelos Conselhos Regionais e Conselho Federal de Farmácia são passíveis de penalização nos termos da lei. 1.10 Infrações As infrações e sanções disciplinares contidas no Código de Ética Farmacêutica variam de advertências ou advertência com o emprego da palavra censuraaté multa, suspensão e eliminação, dependendo da infração cometida. No atual código de ética, as infrações não são vinculadas a uma sanção específica, permitindo a análise das situações com a individualização de pena. O nível da infração é determinado observando-se as circunstâncias atenuantes e agravantes. Art. 10 - São circunstâncias atenuantes: I - A caracterização de caso fortuito ou força maior; II - O profissional nunca ter sofrido qualquer penalidade ao longo de seu histórico profissional; III - O infrator ter, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após a infração, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do processo ético-disciplinar, reparado o dano; IV - A ação ou omissão do indiciado não ter sido o fundamento para a consecução do evento; V - A confissão espontânea da infração, se for relevante para a descoberta da verdade, com o propósito de reparar ou diminuir as suas consequências para o exercício profissional e a saúde coletiva; VI - Ter o indiciado sofrido coação a que não podia resistir para a prática do ato. Art. 11 - São circunstâncias agravantes: I - A existência de dolo na conduta do infrator; 12WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA II - A comprovação de dano material, psicológico, físico ou moral a terceiros; III - A obtenção de vantagem pecuniária ou outra vantagem indevida pelo infrator; IV - Conluio para a prática da infração; V - A infração ter sido realizada no exercício de cargo eletivo de órgão representativo da categoria farmacêutica; VI - A infração cometida contra criança, gestante, incapaz ou pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; VII - Profissional reincidente; VIII - Quando o profissional é também sócio ou proprietário; IX - Suborno ou coação a terceiro para execução da infração (BRASIL, 2021). Quando há abertura de um processo ético, o farmacêutico infrator recebe um ofício do CRF, com a intimação para que se apresente ao conselho para dar depoimento, estipulando o prazo para defesa prévia. A tramitação da apuração ocorre seguindo os passos: recebimento da denúncia; instauração ou arquivamento; montagem do processo ético-disciplinar; instalação dos trabalhos; conclusão da comissão de ética; julgamento; recursos e revisões e execução. Os casos são avaliados pela comissão de ética formada por 3 farmacêuticos nomeados pelo presidente do CRF e homologados pelo plenário. 1.11 Responsabilidade Técnica A Resolução nº 577, de 25 de julho de 2013 do Conselho Federal de Farmácia “dispõe sobre a direção técnica ou responsabilidade técnica de empresas ou estabelecimentos que dispensam, comercializam, fornecem e distribuem produtos farmacêuticos, cosméticos e produtos para saúde”. Essa resolução é responsável por “normatizar os procedimentos administrativos da direção técnica ou responsabilidade técnica e assistência farmacêutica em empresas ou estabelecimentos a fim de orientar a ação fiscalizadora dos Conselhos Regionais de Farmácia”. O farmacêutico responsável técnico será o responsável por qualquer ação praticada no ambiente de trabalho, seja ele o dono do estabelecimento ou outro funcionário. Ele será o responsável pelo cumprimento de todos os pontos esclarecidos no Código de Ética Farmacêutica. Cada farmacêutico pode assumir a direção técnica de uma farmácia e assistência técnica de mais de uma se não houver conflito de horários. O farmacêutico pode ser o diretor técnico de uma farmácia hospitalar e assistência técnica de outras se tiver flexibilidade de horário. Para conhecer na íntegra o Código de Ética Farmacêutica, acesse: https://cff-br.implanta.net.br/PortalTransparencia/Publico/ ArquivosAnexos/Download?idArquivoAnexo=c5502b50-3644- 4cbf-b0f8-a10a9c8b06ba. https://cffbr.implanta.net.br/PortalTransparencia/Publico/ArquivosAnexos/Download?idArquivoAnexo=c5502b50-3644-4cbf-b0f8-a10a9c8b06ba https://cffbr.implanta.net.br/PortalTransparencia/Publico/ArquivosAnexos/Download?idArquivoAnexo=c5502b50-3644-4cbf-b0f8-a10a9c8b06ba https://cffbr.implanta.net.br/PortalTransparencia/Publico/ArquivosAnexos/Download?idArquivoAnexo=c5502b50-3644-4cbf-b0f8-a10a9c8b06ba 13WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Nas farmácias de dispensação, o farmacêutico é o responsável pela aquisição, armazenamento, distribuição e comercialização dos medicamentos, tendo que atentar para os prazos de validade, idoneidade dos medicamentos e gestão dos medicamentos controlados. Na farmácia hospitalar, é dever do farmacêutico responsável técnico prezar pelo bem-estar do paciente, pela racionalização do uso dos medicamentos, farmacovigilância e acompanhamento da terapêutica. É importante salientar que é obrigatória a presença de farmacêutico durante todo o período de funcionamento das farmácias. Em empresas de transporte de medicamentos e insumos, a área de atuação é garantir a qualidade e integridade dos produtos qualificando fornecedores e transportadores, fazendo controle de temperatura e umidade em estoques e veículos, além de elaborar relatórios e manuais para órgãos fiscalizadores Na indústria farmacêutica, é necessária a presença do farmacêutico em todas as etapas da produção, sempre buscando qualidade, segurança e eficácia do que está sendo produzido. É possível para o farmacêutico ser responsável técnico em indústria de produtos dietéticos e alimentos, tendo a Resolução nº 530 de 25 de fevereiro de 2010 do CFF como norma a ser seguida. Ao se desligar da empresa, o farmacêutico que atua como responsável técnico deve dar baixa no Conselho Regional de Farmácia, pois, enquanto seu registro tiver vinculado à empresa, ele será o responsável pelas atividades realizadas. 1.12 Instituições No Brasil, as profissões liberais são regulamentadas por autarquias. As autarquias são definidas no Decreto-Lei nº 200 de 25 de fevereiro de 1967 como serviço autônomo de natureza jurídica com patrimônio e receita próprios, que executam atividades típicas da administração pública. Para a Resolução nº 577/2013, que dispõe sobre a responsabilidade técnica do farmacêutico, acesse: https://cff-br. implanta.net.br/PortalTransparencia/Publico/ArquivosAnexos/ Download?idArquivoAnexo=9d073fa9-7e01-47de-94c4- ebc429ed7b23. Acesse a Resolução nº 530/2010 em: https://www.cff.org.br/userfiles/ file/resolucoes/530.pdf. https://cff-br.implanta.net.br/PortalTransparencia/Publico/ArquivosAnexos/Download?idArquivoAnexo=9d073fa9-7e01-47de-94c4-ebc429ed7b23 https://cff-br.implanta.net.br/PortalTransparencia/Publico/ArquivosAnexos/Download?idArquivoAnexo=9d073fa9-7e01-47de-94c4-ebc429ed7b23 https://cff-br.implanta.net.br/PortalTransparencia/Publico/ArquivosAnexos/Download?idArquivoAnexo=9d073fa9-7e01-47de-94c4-ebc429ed7b23 https://cff-br.implanta.net.br/PortalTransparencia/Publico/ArquivosAnexos/Download?idArquivoAnexo=9d073fa9-7e01-47de-94c4-ebc429ed7b23 https://www.cff.org.br/userfiles/ file/resolucoes/530.pdf 14WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.13 Conselho Federal e Regional de Farmácia O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Farmácia foram criados a partir da Lei nº 3.820 de 11 de novembro de 1960, alterada pela Lei nº 9.120 de 26 de outubro de 1995. Eles foram criados com autoridade própria e típica de natureza administrativa. Os conselhos são autoridades públicas locais responsáveis pela fiscalização dos profissionais obrigatoriamente registrados. Mesmo sendo uma instituição da classe profissional, não é representante de classe. São responsáveis por criar regulamentos e normas, além de fiscalizar a atividade ética e técnica dos profissionais. O Conselho Federal de Farmácia (CFF) tem sede em Brasília (DF) e jurisdição em todo país. Enquanto os Conselhos Regionais de Farmácia (CRF) são descentralizados e são responsáveis pelo registro de profissionais eempresas atuantes no território nacional, e fiscalização desses. O CFF é constituído de quatro órgãos internos. O plenário é a instância máxima, a quantidade e membros efetivos e suplentes segue a quantidade de CRF do país (27), todos eleitos por voto direto e secreto, com duração de quatro anos. Sua diretoria é composta por quatro conselheiros efetivos nos cargos de presidente, vice-presidente, secretário geral e tesoureiro. A eleição desses diretores é por meio de voto direto e secreto dos conselheiros federais do plenário, com duração de dois anos. Compete ao CFF regular o exercício e o campo da profissão farmacêutica no território nacional, servir de órgão consultivo para os CRF, também assumir a competência de casos dos CRF. Os CRF são compostos por quatro órgãos internos, plenário, diretoria, comissão de tomada de contas e comissão de ética profissional, e estão presentes em cada estado do Brasil. A função do CRF é fiscalizar, orientar, defender e disciplinar o exercício da profissão, sempre buscando melhorar saúde pública e promovendo a assistência farmacêutica. Além disso, é um dos encargos do CRF oferecer debates, cursos e palestras que ampliem o conhecimento dos associados. 1.14 Sindicatos e Associações Os sindicatos e associações reúnem profissionais para estudar, defender e coordenar os interesses da classe. A filiação a eles não é obrigatória aos farmacêuticos. São os sindicatos que representam os farmacêuticos ao tratar de salários e direitos trabalhistas. Já as associações estão voltadas para divulgação de temas científicos e eventos, visando à capacitação dos profissionais, além da representação da classe em espaços públicos e privados. Acesse a Lei 3.820/1960 que dispõe sobre a criação do CFF e dos CRF em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3820.htm. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3820.htm 15WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.15 Vigilância Chamamos de vigilância em saúde o [...] processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise e disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde, visando o planejamento e à implementação de medidas de saúde pública para proteção da saúde da população, para a prevenção e controle de riscos e agravos de doenças, e para promoção da saúde (BRASIL, 2013). Segundo a Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990, Vigilância Sanitária é o conjunto de ações qualificadas para eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e intervir nos problemas sanitários. A Vigilância Epidemiológica é o conjunto de ações que possibilita o conhecimento, a detecção ou a prevenção das mudanças em fatores determinantes e condicionantes da saúde individual ou coletiva, visando indicar e aplicar medidas que previnam e controlem doenças. Para regular o mercado de produtos para saúde, usados na promoção e prevenção de doenças, foi criada, em 1999, por meio da Lei nº 9.782, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Anvisa autoriza, fiscaliza e interdita empresas que fabriquem, distribuam, importem e comercializem produtos para saúde, tendo que passar pelo controle e fiscalização de medicamentos, imunobiológicos, sangue e hemoderivados, substâncias ativas e insumos de uso em humanos, cosméticos, processos e tecnologias. A resolução do CFF nº 539/2010 detalha em quais processos da vigilância sanitária o farmacêutico deve estar presente. Acesse em: https://cff-br.implanta. net.br/PortalTransparencia/Publico/ArquivosAnexos/ Download?idArquivoAnexo=0c0c2302-7415-4746-8866- 8de63525ddd8. https://cff-br.implanta.net.br/PortalTransparencia/Publico/ArquivosAnexos/Download?idArquivoAnexo=0c0c2302-7415-4746-8866-8de63525ddd8 https://cff-br.implanta.net.br/PortalTransparencia/Publico/ArquivosAnexos/Download?idArquivoAnexo=0c0c2302-7415-4746-8866-8de63525ddd8 https://cff-br.implanta.net.br/PortalTransparencia/Publico/ArquivosAnexos/Download?idArquivoAnexo=0c0c2302-7415-4746-8866-8de63525ddd8 https://cff-br.implanta.net.br/PortalTransparencia/Publico/ArquivosAnexos/Download?idArquivoAnexo=0c0c2302-7415-4746-8866-8de63525ddd8 16WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS Os costumes, valores e comportamentos de uma sociedade, os quais ditam as regras que são esperadas de serem seguidas são entendidos como ética. Com o passar do tempo e com a mudança de cultura da sociedade, o conceito de ética sofre algumas alterações. Mas o que deve ficar claro é que o objetivo é sempre ter uma sociedade que respeita as individualidades, visando ao bem-estar geral. Precisamos lembrar que moral é diferente de ética, já que a moral está mais relacionada ao indivíduo. A fim de entender os benefícios e os prejuízos relacionados aos princípios morais que a ciência traz para a sociedade, iniciaram-se as discussões sobre bioética. A bioética vai estudar, de forma multidisciplinar, as consequências das atividades do ser humano no contexto a sua volta, tanto para outros seres humanos, como para os animais e o meio ambiente. O Código de Ética Farmacêutica, publicado pelo Conselho Federal de Farmácia na Resolução nº 711/2021, é a principal diretriz para a prática do farmacêutico. Esse código apresenta quais são os deveres, os direitos, as proibições e as responsabilidades do profissional farmacêutico quanto ao recebedor do serviço, a outros profissionais e à sociedade. Nessa resolução, encontramos além do código de ética, o Código de Processo Ético, as infrações e sanções disciplinares passiveis de serem aplicadas. Na resolução nº 577/2013, temos as diretrizes quanto à responsabilidade técnica do farmacêutico, responsável pelas normas dos processos administrativos sobre a responsabilidade técnica do farmacêutico. A profissão farmacêutica é regulamentada pelo Conselho Federal de Farmácia, em âmbito nacional, e pelo Conselho Regional de Farmácia, em âmbito estadual. A inscrição nesses órgãos é obrigatória para os profissionais. Existem ainda outras instituições como sindicatos e associações, nas quais a filiação é opcional. 1717WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 02 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 18 1. FUNDAMENTOS DA DEONTOLOGIA ...................................................................................................................... 19 1.1 DEONTOLOGIA, EXISTÊNCIA HUMANA E PROFISSÃO....................................................................................... 19 1.2 O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA ................................................................................................. 19 1.3 ÂMBITO DA ATIVIDADE FARMACÊUTICA ........................................................................................................... 21 1.4 DIREITO À SAÚDE ..................................................................................................................................................24 1.5 VIGILÂNCIA SANITÁRIA ........................................................................................................................................25 1.5.1 O EXERCÍCIO FARMACÊUTICO NOS ÓRGÃOS DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (RESOLUÇÃO CFF Nº 539 DE 22 DE OUTUBRO DE 2010) ........................................................................................................................................ 26 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................................................... 27 DEONTOLOGIA ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: ÉTICA E LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA PROFA. MARIANA NASCIMENTO DE PAULA 18WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO A deontologia estudaa conduta profissional, conferindo os princípios morais para que cada um aja de forma considerada boa, digna e perfeita moralmente dentro do ambiente profissional. É a deontologia que faz a ligação entre a ética e a lei, tendo como objetivo final o bem-estar da sociedade. A profissão do farmacêutico está entre as profissões da área da saúde que visam melhorar a qualidade de vida das pessoas. O principal foco dado ao profissional farmacêutico é sua relação direta com os medicamentos, pois, no princípio, quando do reconhecimento da profissão, a função dos farmacêuticos era a dispensação dos produtos capazes de curar as doenças. Até hoje, a principal atividade do farmacêutico é o conhecimento profundo dos fármacos, mas não se restringe a isso sua área de atuação. Hodiernamente, são destacadas 10 linhas de atuação para o farmacêutico, sendo mais de 135 especialidades possíveis, segundo o Conselho Federal de Farmácia. Para que os profissionais atuem de forma a beneficiar aqueles que receberão seus serviços e para que o profissional seja protegido durante o exercício da sua profissão, existem as legislações farmacêuticas e sanitárias. Nesta unidade, estudaremos algumas das áreas de maior destaque para a atuação do farmacêutico e o embasamento legal para essas atuações. A saúde é um direito de todo cidadão brasileiro que deve ser disponibilizado pelo Estado. Abordaremos como essa disponibilização tem sido feita no Brasil e qual o papel do farmacêutico nesse ambiente. A Vigilância Sanitária é um dos meios usados pelo Estado para a promoção da Saúde. Esse órgão foi instituído no formato atual em 1999, mesmo ano em que a Anvisa foi criada. Seu objetivo principal é promover saúde e proteger a população por meio do controle sanitário dos serviços e produtos. 19WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. FUNDAMENTOS DA DEONTOLOGIA O termo deontologia foi criado por Jeremy Bentham, filósofo inglês que pautou a ética como a ciência do que é adequado. Seu objetivo era a felicidade universal como um padrão para o estabelecimento das leis e dos padrões sociais. O conceito atual da deontologia permanece pautado no bem-estar coletivo. Podemos dizer então que deontologia é uma ciência prática, referindo-se à conduta profissional. Sendo assim, o objetivo material da deontologia é a conduta profissional. Já o objetivo formal da deontologia é disponibilizar princípios e noções para uma conduta moralmente boa, digna e perfeita para a realização das atividades profissionais. A palavra deontologia é originada do grego deon cujo significado é obrigatório, justo ou adequado, e logos que significa tratado, ciência. Portanto, podemos definir deontologia como a ciência que considera os deveres que devem ser cumpridos para exercer determinada profissão. 1.1 Deontologia, Existência Humana e Profissão Podemos colocar a deontologia entre a lei e a ética. Ela abrange um conjunto de regras tradicionais que determina o comportamento das pessoas inseridas em determinado grupo social, garantindo o bem-estar daquela sociedade. Vale lembrar a diferença entre deontologia e moral, ética e legislação. A moral está associada às ações humanas, boas ou más, a ética é composta das regras para as condutas baseadas nos costumes da sociedade. A legislação é o conjunto de normas estabelecidas pelo Estado. Nesse contexto, afirmamos que a deontologia aborda o conjunto de regras, as quais estabelecem os deveres profissionais. A deontologia dentro de cada profissão é responsável por indicar o comportamento adequado no ambiente profissional a fim de fornecer um serviço bom para sociedade e manter a boa imagem social da profissão. As normas deontológicas são originadas de reflexões sobre a prática profissional. O conjunto de normas que regulamenta a profissão farmacêutica confere ao profissional certos privilégios, mas também o cerca de vigilância, pois são impostos deveres passíveis de penalidades e, quando não cumpridos, são de responsabilidade civil, penal e profissional- administrativa. Para entender o plano deontológico, precisamos compreender os conceitos de liberdade e imputabilidade. A liberdade permite que o indivíduo decida agir ou não em determinada situação com base na razão e na vontade própria, sendo responsável pelos próprios atos. A imputabilidade é a atribuição da responsabilidade a alguém. Toda pessoa deve tomar as decisões diárias com consciência e liberdade. Para usá-las, é preciso que sejam estabelecidos valores, que ajam como diretrizes para as ações humanas. Assim, é a deontologia um canal que orienta a prática efetiva dos valores. 1.2 O Exercício da Profissão Farmacêutica Podemos afirmar que as profissões que prestam serviços ao público apresentam como características: a centralidade nos valores humanos, sendo serviços significativos; a necessidade de conhecimentos e qualificações específicas para sua realização; além de serem serviços que se adaptam à necessidade de cada cliente. Os profissionais liberais são aqueles que desempenham suas funções com autonomia técnico-cientifica e liberdade, seguindo o que está estabelecido na legislação e de acordo com a ética da profissão. 20WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A relação entre os termos farmácia e farmacêutico para o local de dispensação dos produtos farmacêuticos aconteceu por volta de 1830. Antes desse período, eram usados os termos botica e boticário. O farmacêutico é o profissional cuja atividade principal é o conhecimento sobre os fármacos. Podemos encontrar, no período colonial, diversos documentos que tinham por intenção regulamentar a profissão do farmacêutico. Naquela época, era função do boticário a comercialização de produtos a serem empregados no tratamento de doenças, e o profissional passou a ser considerado um homem da ciência e não somente um comerciante, além de eles serem passiveis de fiscalização, devendo seguir uma série de exigências nos estabelecimentos. No período imperial, o exercício da Farmácia foi regulamentado e cursos de Farmácia foram abertos pelo Brasil. Foi nessa época que foram estabelecidas as primeiras farmácias: industrial e homeopática. Foi no período republicano que se instalou no Brasil a primeira indústria farmacêutica estrangeira, a Bayer. Naquele tempo, foi decretado o Regulamento Sanitário Federal que dispunha sobre o controle do exercício profissional, bem como dos estabelecimentos que forneciam e fabricavam produtos relacionados à saúde e à higiene humanas. A primeira Farmacopeia Brasileira foi publicada em 1926. Em 1931, foi regulado o exercício da profissão farmacêutica com diversas características inovadoras. Nos anos seguintes, diversas leis e resoluções foram aprovadas cujo intuito foi a proteção da saúde da sociedade, bem como dos profissionais e dos serviços prestados. Para exercício da profissão farmacêutica no Brasil, é necessária a graduação em cursos superiores em estabelecimentos de ensino superior autorizados e reconhecidos pelo MEC (Ministério da Educação), e ser inscrito no Conselho Regional de Farmácia. Além disso, o profissional formado em instituição estrangeira deve ter o diploma validado de acordo com a lei brasileira em instituição regulamentada. Para entender a História da Farmácia e dos Medicamentos no mundo, acesse: http://www.farmacia.ufrj.br/consumo/leituras/ lm_historiafarmaciamed.pdf. Para saber mais detalhes da História da Farmácia no Brasil, acesse: https://www.cff.org.br/50anos/?pg=aspectoshistoricos. http://www.farmacia.ufrj.br/consumo/leituras/lm_historiafarmaciamed.pdf http://www.farmacia.ufrj.br/consumo/leituras/lm_historiafarmaciamed.pdf https://www.cff.org.br/50anos/?pg=aspectoshistoricos 21WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.3 Âmbito da Atividade Farmacêutica A profissãofarmacêutica é regulamentada pelas legislações farmacêutica e sanitária. As competências da profissão são estabelecidas por normas legislativas apresentadas no Quadro 1: Lei nº 3.820 de 11 de novembro de 1960 Criação dos Conselhos Federal e Regional de Farmácia. Decreto nº 85.878 de 7 de abril de 1981 Normatiza a execução da Lei nº 3.820/1960. Lei nº 5.991 de 17 dezembro de 1973 Controle sanitário do comércio de drogas, medica- mentos, insumos e correlatos. Decreto nº 74.170 de 10 de junho de 1974 Controle sanitário do comércio de drogas, medica- mentos, insumos e correlatos. Lei nº 6.360 de 23 de setembro de 1976 Vigilância Sanitária de medicamentos, drogas, insu- mos, produtos de higiene, cosméticos, saneantes e ou- tros. Decreto nº 8077 de 14 de agosto de 2013 Regulamentação no âmbito da vigilância sanitária. Lei nº 11.343 de 23 de agosto de 2006 Instituição do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad). Prevenção e repressão ao trá- fego ilícito e substâncias entorpecentes ou que causem dependência . Lei nº 6.437 de 20 de agosto de 1977 Infrações e sanções à legislação sanitária. Quadro 1 – Normas legislativas que regulamentam a profissão farmacêutica. Fonte: Legislação Federal Brasileira (2021). Atualmente, as áreas de atuação do farmacêutico estão estabelecidas em 10 linhas de trabalho, dentre as quais são previstas 135 especialidades, segundo a Resolução do CFF nº 572 de 25 de abril de 2013: • alimentos; • análises clínico-laboratoriais; • educação; • farmácia; • farmácia hospitalar e clínica; • farmácia industrial; • gestão; • práticas integrativas e complementares; • saúde pública; • toxicologia. 22WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA É essencial a presença do farmacêutico em todo o ciclo de produção e distribuição dos produtos farmacêuticos, isso é, desde a validação de fornecedores até o momento da dispensação do produto, visto que, em todo processo, existem técnicas especificas e adequadas a cada etapa. Em de 8 de outubro de 1931, por meio do Decreto nº 20.377, foi aprovada a regulamentação do exercício da profissão farmacêutica. No artigo, segundo encontramos uma descrição das atividades da profissão farmacêutica, é de responsabilidade do farmacêutico as diversas atividades envolvendo a manipulação e o comercio de medicamentos e remédios magistrais, galênicos, oficinais, assim como produtos químicos, biológicos e plantas que sejam usadas na terapêutica, além da atuação em análises clínicas. Em 1981, foi publicado o Decreto nº 85.878, regulando a profissão farmacêutica, no artigo 1º, é determinada a complementação das atividades exclusivas do farmacêutico. Podemos compreender que, em relação aos produtos farmacêuticos, o farmacêutico deve atuar nas seguintes etapas: 1. Matéria-prima: a matéria-prima utilizada na preparação de um produto farmacêutico interfere diretamente em sua qualidade e eficácia. Sua origem pode ser biológica (animais, vegetais e microrganismos), mineral ou sintética. Para o controle desses materiais, é necessário conhecimento técnico e científico obtido no curso de Farmácia. 2. Registro: o registro de um produto farmacêutico é feito seguindo as diretrizes da Anvisa, que preconiza critérios e condições para o registro, controle de qualidade e produção. Os documentos que devem ser apresentados à Anvisa devem ter responsabilidade exclusiva do farmacêutico, constando a descrição técnica do produto. 3. Produção: a produção de qualquer especialidade farmacêutica é de exclusiva responsabilidade do farmacêutico, regulamentada por disposições legais. 4. Controle de qualidade: é nessa etapa que é avaliada a qualidade das matérias-primas e dos produtos acabados, assim como o processo empregado. Os resultados dessa etapa garantem ao consumidor a segurança na utilização do produto. 5. Biossegurança: é necessário que, nos laboratórios farmacêuticos, sejam tomadas medidas de segurança, pois são manipulados diversos produtos que podem causar danos à saúde dos manipuladores, do público e do meio-ambiente. É preciso que seja indicada a forma de se manipular, armazenar e descartar essas substâncias. 6. Distribuição: é de responsabilidade do farmacêutico assegurar a qualidade do produto farmacêutico desde sua produção até o momento que chega às mãos do consumidor. Para isso, é necessário que sejam determinadas e seguidas as condições de estocagem, armazenamento e conservação desses produtos em todas as etapas de distribuição. 7. Dispensação: é responsabilidade exclusiva do farmacêutico manipular e dispensar fórmulas magistrais e farmacopeicas. Essa dispensa só pode ser realizada em estabelecimentos específicos como farmácias (comunitária, pública, manipulação, homeopática, hospitalar, nuclear, ervanaria, alternativa, veterinária e drogaria). Os produtos dispensados podem ser aqueles sem prescrição, sob prescrição sem retenção de receita e sob prescrição com retenção de receita. Além da dispensação, é dever do farmacêutico oferecer os cuidados primários à saúde, com a finalidade de promover tratamentos eficazes, seguros e acessíveis aos pacientes, bem como o uso racional dos medicamentos. O farmacêutico deve dar aos pacientes informação sobre a utilização dos produtos farmacêuticos, fazer avaliação e acompanhamento terapêutico dos pacientes, participar de programas de educação à saúde e atenção farmacêutica. 23WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 8. Farmacoepidemiologia: o estudo dos efeitos e do uso dos fármacos em diferentes grupos de pacientes é feito pela junção dos conhecimentos técnicos e epidemiológicos do farmacêutico, já que ele é o profissional sanitário especialista nos medicamentos. É importante a presença do farmacêutico na farmacovigilância, estudo de utilização dos medicamentos, farmacoeconomia e centro de informações de medicamentos. A presença de farmacêuticos em laboratórios de análises clínicas é bastante significativa, já que a formação permite que o farmacêutico assuma essa responsabilidade. As diferentes especialidades dentro da área das análises clínicas não se mantêm somente no diagnóstico, dosagens e identificação de patógenos, cada uma dessas especialidades busca desvendar a estrutura de microrganismos, seu metabolismo, composição e genética. Essas investigações permitem que o farmacêutico assuma um papel na profilaxia e na educação da sociedade perante as doenças infecciosas. Porém, devemos salientar que a atuação nas análises clínicas não é de responsabilidade exclusiva dos farmacêuticos. Dentro da grande área das análises clínicas, é possível, ao farmacêutico, responsabilizar-se pelos bancos de leite, bancos de sêmen e bancos de sangue (Decreto nº 20.377/1931, Lei nº 5.991/1973, Decreto nº 85.878/1981, Resolução CFF nº 296/1996, Resolução CFF nº 361/2000, Resolução CFF nº 359/2001, Resolução CFF nº 339/1999, Resolução CFF nº 350/2000, Resolução CFF º 372/2002). Na análise toxicológica, o farmacêutico vai estudar as substâncias que são nocivas à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Além disso são estudadas substâncias desenvolvidas e/ ou isoladas pela indústria com finalidade terapêutica, a fim de evitar possíveis danos à saúde. A execução de análises toxicológicas permite a atuação na Criminologia, Medicina Legal e ao doping (Decreto nº 20.377/1931, Lei nº 5.991/1973, Decreto nº 85.878/1981, Resolução CFF nº 307/1997). Nas análises químicas, como análise de óleo, carvão, vinhos, cervejas e água, o farmacêutico pode atuar. Além disso, pode ser um agente no monitoramento de agentes químicos nos lençóis freáticos e em reservatórios de água para o abastecimento de cidades. Essas atividades, porém, não são de exclusividade dos farmacêuticos (Decreto nº 85.878/1981, Resolução CFF nº 320/1997). Com o passar dos anos, tem aumentado a preocupação da população em geral com oscuidados com a pele. Assim, a área de dermofarmácia e cosméticos tem sido amplamente procurada. Mesmo não sendo uma área exclusiva do farmacêutico, é ele que dispõe formação mais específica para esse fim (Decreto nº 20.377/1931, Lei nº 5.991/1973, Decreto nº 85.878/1981, Resolução CFF nº 406/2003). Na indústria de alimentos, o farmacêutico pode atuar no desenvolvimento de novos produtos alimentícios e/ou nutracêuticos, de novas técnicas para conservação desses produtos, assim como no controle de qualidade (Decreto nº 85.878/1981). Na área da genética, uma disciplina obrigatória no curso de farmácia, o farmacêutico pode atuar no diagnóstico de doenças infectantes e gênicas, usando a biologia molecular, na terapia gênica, citogenética, farmacogenética, imunogenética entre outras (Decreto nº 20.377/1931, Lei nº 5.991/1973, Resolução CFF nº 271/1995, Resolução CFF nº 303/1997, Resolução CFF nº 304/1997, Resolução CFF nº 306/1997, Resolução CFF nº 381/2002, Resolução CFF nº 382/2002). A biotecnologia tem sido utilizada na saúde, farmacologia, agropecuária, energia e indústria de alimentos e química, a fim de facilitar a atividade humana, e o farmacêutico pode se inserir nessa área, pois é um profissional qualificado técnica e cientificamente. Radiofármacos usados para diagnóstico, alívio e tratamento de doenças podem ser de responsabilidade do farmacêutico. É possível que o farmacêutico atue na aquisição, determinação da composição e controle de qualidade, dispensação, distribuição, instalação e proteção contra a radiação, pesquisa e desenvolvimento de novos radiofármacos (Decreto nº 85.878/1981). 24WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Na saúde pública, o farmacêutico deve atuar oferecendo maiores condições coletivas para o tratamento das doenças e para a manutenção da saúde coletiva. A função do farmacêutico abrange os problemas passíveis de prejudicar a saúde coletiva. O profissional pode participar ainda da vigilância epidemiológica, vigilância sanitária e controle de doenças (Decreto nº 85.878/1981). Nas Forças Armadas, o farmacêutico atua buscando o alívio do sofrimento humano, produzindo e dispensando produtos farmacêuticos e na pesquisa clínica (Lei nº .6.681/1979). A atuação no magistério do curso de Farmácia não é exclusiva do farmacêutico nas disciplinas básicas, mas sim nas disciplinas profissionais (Decreto nº 85.878/1981). O farmacêutico pode ainda atuar na Polícia Federal como perito criminal, químico legal e toxicologista. 1.4 Direito à Saúde Para entender o direito à saúde, precisamos começar elucidando os conceitos de saúde pública e saúde coletiva. A saúde coletiva integra as ciências sociais e as políticas de saúde pública. É usando esse instrumento que são identificadas e projetadas as condições necessárias para a manutenção da qualidade de vida da população, permitindo que os indivíduos exerçam sua liberdade. A saúde pública é entendida como o conjunto de ações e serviços, de caráter sanitário, que busca a prevenção e combate de doenças e dos riscos à saúde da sociedade. As primeiras ações de saúde pública no Brasil aconteceram no período colonial, como vigilância sanitária e vigilância epidemiológica. Em 1904, foi criada a Diretoria Geral de Saúde Pública, mas somente em 1953 foi instituído o Ministério da Saúde. Encontramos na Constituição Federal atual (5 de outubro de 1988), Título VIII, Capítulo II, o tema Saúde. É disposto que a saúde é um direito de todos e dever do Estado promover, proteger e recuperar a saúde de todos os cidadãos, criando o Sistema Único de Saúde. É a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990) que regula os artigos da constituição federal que tratam da saúde. O Conselho Regional de Farmácia do Paraná fez uma série de vídeos curtos explicando a atuação do farmacêutico em diferentes áreas. Assista em: https://www.youtube.com/ watch?v=_0y312gFyhc&list=PL4iSfxnPlWdd9OXaF2G4s7JM_ UhDoxdFm. O Conselho Regional de Farmácia do Paraná fez uma série de vídeos curtos explicando a atuação do farmacêutico em diferentes áreas. Assista em: https://www.youtube.com/ watch?v=_0y312gFyhc&list=PL4iSfxnPlWdd9OXaF2G4s7JM_ UhDoxdFm. https://www.youtube.com/watch?v=_0y312gFyhc&list=PL4iSfxnPlWdd9OXaF2G4s7JM_UhDoxdFm https://www.youtube.com/watch?v=_0y312gFyhc&list=PL4iSfxnPlWdd9OXaF2G4s7JM_UhDoxdFm https://www.youtube.com/watch?v=_0y312gFyhc&list=PL4iSfxnPlWdd9OXaF2G4s7JM_UhDoxdFm https://crf-pr.org.br/uploads/tiny_mce/files/guia_da_profiss%C3%83o_farmac%C3%8Autica.pdf https://crf-pr.org.br/uploads/tiny_mce/files/guia_da_profiss%C3%83o_farmac%C3%8Autica.pdf https://crf-pr.org.br/uploads/tiny_mce/files/guia_da_profiss%C3%83o_farmac%C3%8Autica.pdf 25WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A Lei Orgânica da Saúde reafirma o princípio da Constituição Federal o qual assegura que o estado deve oferecer as condições necessárias para garantir a saúde da população, formulando e executando ações que visem reduzir o risco de doenças e agravos. Além disso, o Estado deve dispor de um sistema de acesso universal e igualitário da população às ações e aos serviços que promovam, protejam e recuperem a saúde, o bem-estar físico, mental e social. Os princípios do SUS são: universalidade (o direito de saúde é para todos), integralidade (as necessidades das pessoas devem ser atendidas como um todo), equidade (atendimento de acordo com a necessidade de cada um), hierarquização (divisão dos serviços de saúde em níveis de complexidade), descentralização (o poder de decisão quanto aos recursos e às competências é redistribuído aos três níveis de governo), participação da comunidade (auxiliar na criação de estratégias, no controle e avaliação das políticas de saúde). Atualmente, o sistema de saúde é dividido em setor público, setor privado e setor de saúde suplementar. O SUS tem por objetivo identificar e divulgar os fatores determinantes e condicionantes da saúde, ou seja, as condições de nascimento, criação, vivência, e envelhecimento da população, sendo controladas pela distribuição de renda, poder e recursos, definidos pelo poder público. Além disso, o SUS é o responsável pela elaboração da política de saúde com a finalidade de reduzir o risco de agravos à saúde. Outro propósito do SUS é oferecer atividades promotoras, preventivas e de recuperação de saúde. 1.5 Vigilância Sanitária O conceito vigilância em saúde foi estabelecido no final do século XIX, com o objetivo de auxiliar no emprego de medidas para que as pessoas não precisassem cumprir quarentena. O intuito era identificar precocemente os infectados para seguir um isolamento rápido. A Portaria nº 1.378 de 9 de julho de 2013 do Ministério da Saúde regulamenta e define as diretrizes para execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde. Nessa portaria, é definida a vigilância em saúde como um processo constante e ordenado, em que são coletados, analisados e divulgados dados referentes à saúde, com o objetivo de planejar e implementar medidas de saúde pública para proteger, prevenir e controlar riscos à saúde da população e doenças, assim como a promoção da saúde. No Brasil, a vigilância em saúde se organiza em: vigilância sanitária, vigilância epidemiológica, vigilância ambiental e vigilância em saúde do trabalhador. Devemos considerar como funções da vigilância em saúde: a vigilância dos efeitos de agravos e/ou doenças sobre a saúde, a vigilância dos perigos (agentes físicos, químicos e biológicos que ofereçam riscos à saúde) e a vigilância de exposição (monitoramento da exposição a um agente ambiental com efeitos subclínicos ou pré-clínicos). No SUS, o farmacêutico está inserido no cuidado do paciente, em diferentes etapas desse processo, na pesquisa e no desenvolvimento de medicamentos, distribuição e garantia de qualidade, assim como no acompanhamento da terapêutica.Tendo como objetivo principal a melhoria da qualidade de vida da população, como a prática da profissão farmacêutica pode contribuir efetivamente com essa melhoria? 26WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA É função do Ministério da Saúde o controle dos programas de prevenção e controle de doenças e do Programa Nacional de Imunizações (PNI), investigar os surtos de doenças, coordenar a rede nacional de laboratórios de saúde pública, entre outras. Durante os séculos XIV e XIX, a forma adotada para controle de doenças epidêmicas era o isolamento e a quarentena (40 dias de isolamento se alguém chegava de uma região afetada por determinada doença). Foi entre o século XIX e XX que o desenvolvimento científico permitiu que fossem conhecidos os fatores determinantes de doenças, como o agente etiológico, os ciclos epidemiológicos, assim como a prevenção e o controle de doenças pelas vacinas e combate dos vetores. No final do século XX, os sistemas nacionais de saúde passaram a implementar a vigilância em saúde nos seus sistemas, formando, por fim, plataformas globais de vigilância. No Brasil, as atividades de vigilância sanitária tiveram início quando D. João VI estabeleceu a organização de saúde pública, com a finalidade de evitar a propagação de doenças, realizando controle sanitário de produtos e estabelecimentos, a fim de resolver sobre o saneamento. Ao longo dos anos, o formato da vigilância sanitária foi sofrendo modificações essenciais. A partir de 1937, a Conferência Nacional de Saúde começou a ser implementada, e, em 1941, foi efetivamente realizada com o intuito de coletar os dados sobre a situação da saúde no Brasil e então organizar os serviços estaduais de saúde. A Lei da Vigilância Epidemiológica (Lei nº 6.259 de 30 de outubro de 1975) organizou as ações de vigilância epidemiológica e o PNI e estabeleceu normas referentes à notificação compulsória de doenças. Essa lei determinou o Ministério da Saúde como responsável pela organização e pela atribuição dos serviços da ação de vigilância epidemiológica e a elaboração do PNI. As notificações compulsórias são as notificações que devem ser feitas às autoridades sanitárias de casos suspeitos e confirmados de doenças que podem necessitar de medidas de isolamento ou quarentena. Com a publicação da Constituição Federal de 1988, a ações de vigilância sanitária, epidemiológica e de saúde do trabalhador passaram a ser atribuição do SUS. A partir da publicação da Lei Orgânica da Saúde, o conceito de vigilância sanitária passou a ser como o conjunto de ações que visam eliminar, reduzir ou prevenir os riscos à saúde, além de interferir em problemas sanitários resultantes de diversas fontes como o meio ambiente, produção e circulação de bens e serviços de interessa da saúde da população. O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária foi definido com a publicação da Lei nº 9.782 (26 de janeiro de 1999) e criada a Anvisa, com efeito de promoção da proteção à saúde da população, fazendo o controle sanitário de serviços e produtos. É a Anvisa o órgão responsável pela formulação e regulamentação das políticas de regulação sanitária do país, que visa incrementar a qualidade dos serviços e produtos. 1.5.1 O exercício farmacêutico nos Órgãos de Vigilância Sanitária (Resolução CFF nº 539 de 22 de outubro de 2010) Medicamentos são produtos de saúde utilizados na promoção, prevenção da saúde e no tratamento de doenças. É função da Anvisa autorizar, fiscalizar e interditar, se necessário, empresas que fabriquem, distribuam, importem e comercializem esses e outros produtos para a saúde. Essa fiscalização sanitária deve ser realizada pelo farmacêutico. A resolução do CFF nº 539/2010 determina que toda fiscalização de produtos e empresas de natureza farmacêutica, que distribuam, produzam e executem controle de qualidade de produtos farmacêuticos, deve ser feita exclusivamente por um farmacêutico. Ações educativas em vigilância sanitária, na promoção do uso racional de medicamentos e de tecnologias em serviços de saúde, são de competência do farmacêutico. A gestão e o gerenciamento em vigilância sanitária e os instrumentos de gestão são responsabilidades do farmacêutico. Em suma, o farmacêutico atua na inspeção sanitária, na investigação sanitária de eventos e no monitoramento de produtos e serviços. 27WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS A deontologia é a ciência prática que esclarece os princípios e noções profissionais para que as condutas e ações sejam moralmente boas. São as regras que estabelecem os deveres profissionais. São essas regras que permitem que os profissionais usufruam dos direitos e que sejam fiscalizados e, se for preciso, haja uma penalização, a qual já está definida. O descumprimento das regras é de responsabilidade profissional, civil e penal do descumpridor. Sabemos que o farmacêutico é o profissional conhecedor dos fármacos. A atuação desse profissional não está restrita à dispensação dos medicamentos em uma farmácia ou drogaria. É responsabilidade do farmacêutico o acompanhamento em todo processo que envolve os medicamentos e produtos farmacêuticos, desde o desenvolvimento de produtos e tecnologias até o momento de disponibilização e orientação ao paciente, também, depois da dispensação, na vigilância dos possíveis efeitos adversos. Além do contato direto do farmacêutico com o medicamento, ele pode atuar nas diversas áreas de análises clínicas, químicas e toxicológicas, no ensino e formação de novos profissionais, bem como nos órgãos regulamentadores e de vigilância do Estado. O objetivo do farmacêutico, independentemente da área de atuação, deve ser claramente buscar melhorar o bem-estar e a saúde da sociedade. No Brasil, o farmacêutico é o profissional formado em curso superior de Farmácia. Sua profissão é regulamentada por diversas legislações farmacêuticas e sanitárias, que regulam o exercício da profissão nas mais de 130 especialidades possíveis para atuação. É importante termos em consideração que, para cada área, existe uma lei e/ou resolução específica, que dispõe sobre pontos principais e específicos para o profissional atuante na área determinada, que devem ser conhecidos e seguidos pelo profissional. 2828WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 03 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................................30 1. LEI Nº 3.820/1960 .................................................................................................................................................. 31 2. DECRETO Nº 85.878/1981 ..................................................................................................................................... 31 3. RESOLUÇÕES CFF – ÂMBITO DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO .................................................................32 4. LEIS DO ÂMBITO FARMACÊUTICO .......................................................................................................................35 4.1 LEI Nº 5.991/73 ......................................................................................................................................................35 4.2 DECRETO Nº 74.170/74 ........................................................................................................................................36 4.3 LEI Nº 6.360/1976 ................................................................................................................................................36 5. ASSUNTOS REGULATÓRIOS ..................................................................................................................................38 NORMAS E LEIS DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA I ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: ÉTICA E LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICAPROFA. MARIANA NASCIMENTO DE PAULA 2929WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 5.1 REGISTRO DE MEDICAMENTOS, COSMÉTICOS E PRODUTOS PARA SAÚDE .................................................38 6. BOAS PRÁTICAS DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS ......................................................................................39 6.1 RDC ANVISA Nº 222/2018....................................................................................................................................39 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................... 41 30WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO A legislação brasileira está organizada de forma hierarquizada, a fim de ordenar e controlar a constitucionalidade das normas. A Constituição Federal é considerada a lei de maior ordenamento jurídico nacional, ela lista os direitos individuais e coletivos dos cidadãos. As leis federais são criadas pelo Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal) e são normas gerais e não muito explícitas, por isso, podem ser expedidos decretos e regulamentos que garantam o cumprimento fiel da lei. As resoluções possuem caráter normativo e são expedidas por Ministérios ou Agências Reguladoras, sempre regradas pelas normas superiores. Portarias são normas expedidas por chefes de órgãos públicos, criadas para regulamentar a prática de uma norma superior. Cada profissão é regulamentada por leis, decretos, resoluções e portarias, que asseguram ao profissional seus direitos, além de garantir que o serviço prestado seja de qualidade. Para o farmacêutico, existem diversas leis federais, decretos, resoluções e portarias que regulam a profissão. Nesta unidade, estudaremos as leis mais importantes para os farmacêuticos de forma mais ampla. A primeira que vamos abordar é a Lei nº 3.820/1960 que criou o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Farmácia e o Decreto nº 85.878/1981 que a regula, definindo as normas para o exercício da profissão farmacêutica. Como forma de ampliar e otimizar o que está exposto no Decreto nº 85.878/1981, com a finalidade de facilitar sua execução, o Conselho Federal de Farmácia expediu diversas resoluções que regulam e normatizam as diferentes áreas de atuação do farmacêutico. Com relação ao controle sanitário do comércio de medicamentos, drogas, insumos, correlatos e a vigilância sanitária desses e de outros produtos, temos a Lei nº 5.991/1973 e a Lei nº 6.360/1976. Como todo estabelecimento relacionado à saúde humana ou animal gera resíduos, foi necessário regulamentar os procedimentos relacionados à geração e ao tratamento dos resíduos. Para isso, foi publicada uma normativa atualizada, a RDC Anvisa nº 222/2018, abrangendo os pontos apresentados em normativas anteriores e as novidades legais e tecnológicas. 31WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. LEI Nº 3.820/1960 A Lei nº 3.820 de 11 de novembro de 1960 criou o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Farmácia. É uma autarquia com personalidade jurídica de direito público, é uma entidade administrativa e financeiramente independente. São órgãos responsáveis por fiscalizar o cumprimento do código de ética e, se necessário, aplicar as correções cabíveis. Essa lei detalha a constituição e as funções do Conselho Federal de Farmácia, assim como as atribuições dos Conselhos Regionais de Farmácia. Além disso, é a Lei nº 3.820/1960 que determina as condições para inscrição no Conselho. 2. DECRETO Nº 85.878/1981 O Decreto nº 85.878 de 7 de abril de 1981 estabelece as normas para a execução da Lei nº 3.820/1960 e para o exercício da profissão farmacêutica. Esse decreto estabelece quais são as responsabilidades privativas e as atividades afins dos farmacêuticos no âmbito público ou privado. • Todas as atividades relacionadas diretamente aos produtos farmacêuticos de uso em seres humanos são de responsabilidade dos farmacêuticos: • A dispensação e manipulação de fórmulas farmacêuticas magistrais e farmacopeicas; • Assessoria e responsabilidade técnica em: indústrias farmacêuticas; laboratórios de controle de qualidade de produtos com finalidade terapêutica, anestésica ou usada em diagnostico; laboratórios de extração, purificação e controle de qualidade de insumos vegetais, animais e minerais; • Fiscalização sanitária e técnica de serviços, estabelecimentos, processos e produtos farmacêuticos, assim como a emissão de laudo técnico; • Magistério em nível superior de disciplinas específicas da profissão farmacêutica. • São atividades afins do farmacêutico, mesmo que não exclusivas: • Direção, assessoria e reponsabilidade técnica em: laboratórios de preparo e/ou fabricação de produtos biológicos para uso em humanos e veterinários; laboratórios de análises clínicas; indústria de produtos farmacêuticos veterinários; indústrias de insumos para produtos em uso em humanos e veterinários, produtos dietéticos e cosméticos; industrias de produtos saneantes, antissépticos, desinfetantes, inseticidas e raticidas; industrias ou laboratórios que produzam radiofármacos usados no diagnóstico e na terapêutica ou que produzam qualquer produto usado em diagnóstico médico; indústria de cosméticos e alimentos; laboratórios de análises químicas, biológicas, fitoquímicas e sanitárias; • Qualidade da água e do ar. 32WWW.UNINGA.BR ÉT IC A E LE GI SL AÇ ÃO F AR M AC ÊU TI CA | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 3. RESOLUÇÕES CFF – ÂMBITO DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO O Conselho Federal de Farmácia tem a função de expedir resoluções que auxiliem na interpretação e execução do que está disposto no Decreto nº 85.878/1981. Assim, o CFF dispõe sobre as diferentes especialidades em que o farmacêutico pode atuar (Quadro 1). Resolução nº 296 de 25 de julho de 1996 Normatiza o exercício das análises clínicas pelo farmacêutico- bioquímico. Resolução nº 308 de 02 de maio de 1997 Ementa: Dispõe sobre a Assistência Farmacêutica em farmácias e drogarias. Resolução nº 349 de 20 de janeiro de 2000 Ementa: Estabelece a competência do farmacêutico em proceder a intercambialidade ou substituição genérica de medicamentos. Resolução nº 365 de 02 de outubro de 2001 Dispõe sobre a assistência técnica farmacêutica em distribuidoras, representantes, importadoras e exportadoras de medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos. Resolução nº 387 de 13 de dezembro de 2002 Regulamenta as atividades do farmacêutico na indústria farmacêutica. Resolução nº 415 de 29 de junho de 2004 Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no Gerenciamento dos Resíduos dos Serviços de Saúde. Resolução nº 433 de 26 de abril de 2005 Regula a atuação do farmacêutico em empresa de transporte terrestre, aéreo, ferroviário ou fluvial de produtos farmacêuticos, farmoquímicos e produtos para saúde. Resolução nº 437 de 28 de julho de 2005 Regulamenta a atividade profissional do farmacêutico no fracionamento de medicamentos. Resolução nº 467 de 28 de novembro de 2007 Define, regulamenta e estabelece as atribuições e competências do farmacêutico na manipulação de medicamentos e de outros produtos farmacêuticos. Resolução nº 470 de 28 de março de 2008 Regula as atividades do farmacêutico em gases e misturas de uso terapêutico e para fins de diagnóstico. Resolução nº 499 de 17 de dezembro de 2008 Dispõe sobre a prestação de serviços farmacêuticos, em farmácias e drogarias, e apresenta outras providências. Resolução nº 516 de 26 de novembro de 2009 Define os aspectos técnicos do exercício da Acupuntura na Medicina Tradicional Chinesa como especialidade do farmacêutico. Resolução nº 401 de 20 de novembro de 2003 Resolução nº 414 de 28 de junho de 2004 Resolução nº 536 de 25 de agosto de 2010 Ementa: Ratifica a competência legal do farmacêutico especialista