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NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA FACULDADES INTEGRADAS DE CARATINGA - FIC ELABORAÇÃO DE CONTRARRAZÃO DE APELAÇÃO Aluno-Estagiário: Marlon José Tavares de Oliveira Período: 9° Turma: FUAL Turno: NOTURNO Área: Civel Prof.-orientador: Claúdio Boy SÍNTESE CONTRARRAZÃO DE APELAÇÃO: _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _____________________________ ______ de_________ de__________. _______________________________ Assinatura do Aluno-Estagiário _______________________________ Assinatura do Professor-Orientador AO JUÍZO DA 2° VARA CÍVEL DE TERESINA PIAUÍ Processo n°:... Olga, estado civil..., profissão..., inscrita no CPF sob o n°..., endereço eletrônico..., residente..., domiciliada em Teresina Piauí, vem por intermédio de seu advogado (procuração em anexo), com fundamentos no artigo 1010, §1° do CPC, apresentar: CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO Contra recurso de apelação interposto por Casa Mil, pessoa jurídica, com CNPJ n°..., com sede profissional em..., pelos fatos e fundamentos a seguir: Nestes termos, Pede-se deferimento. Local..., data... ADVOGADO OAB/UF... EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PIAUÍ Processo n°:... Apelante: Casa Mil Apelado: Olga Egrégio Tribunal, Colenda Câmara, Nobres Julgadores l- CABIMENTO Justifica-se o cabimento desta contrarrazão, pois ao apelado é legitimo apresentar contrarrazões ao recurso de apelação movido contra ele, conforme artigo 1010, §1° do CPC. ll- TEMPESTIVIDADE A presente contrarrazão é tempestiva, interposta no prazo legal de 15 dias, conforme os artigos 1.010, § 1º e 1.003, § 5º, ambos do CPC. O prazo para a presente contrarrazão deu-se início com a intimação do advogado, contando-se os dias úteis, descartando a data de intimação e incluindo o último dia de prazo, conforme artigos 219 e 224 do CPC. lll- DA AMPLA DEFESA O princípio da Ampla Defesa é uma das garantias fundamentais, que traz equilíbrio e garante a proteção e defesa dos direitos que o cidadão tem de apresentar todos os recursos, meios e provas, colocados à disposição do indivíduo, judicial ou administrativo, para defesa de seus interesses legítimos. A ampla defesa se encontra fundamentada no rol dos direitos e garantias fundamentais do art. 5º, inciso LV da Constituição Federal. Assim dispõe o texto constitucional de 88: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;” Portanto a decisão do juízo a quo que indeferiu a produção de prova oral, deve- se ser reformada, nos termos do artigo 1.009, 1°, do CPC, pois fere o princípio de ampla defesa. lV- DOS FATOS A apelada, domiciliada em Teresina, PI, adquiriu, em janeiro de 2022, uma chapinha de cabelo na loja Casa Mil, sediada em Campo Grande, MS, com o objetivo de fazer um penteado especial para um casamento em que seria madrinha, a se realizar na semana seguinte. No dia da cerimônia, a apelada pela primeira vez ligou o produto, que esquentou em excesso e queimou seus longos cabelos. Em consequência, a apelada precisou procurar um hospital e não pôde comparecer ao casamento. A apelada, então, ajuizou em março de 2023 ação de reparação de danos morais e materiais em face da apelante, objetivando o recebimento de indenização no valor total de R$ 100.000,00 (cem mil reais), tendo sido a petição inicial distribuída à 2ª Vara Cível de Teresina. Em contestação, a Ré sustentou preliminarmente a incompetência do juízo, por não ser o de sua sede. No mérito, sustentou a ocorrência da prescrição em virtude do transcurso de prazo superior a um ano entre a ocorrência do dano e o ajuizamento da ação. Alegou também a ausência de sua responsabilidade, seja porque não restou comprovada sua culpa, seja porque não fabricou o produto alegadamente defeituoso. Em provas, a parte autora requereu a oitiva de testemunhas, o que foi indeferido pela juíza responsável pelo caso, por entender impertinente ao esclarecimento dos fatos, embora Olga entendesse necessária tal prova, em nome de sua ampla defesa. No dia 03/07/2023, segunda-feira, foi publicada a sentença do processo. O pedido foi julgado procedente, com a condenação da apelante ao pagamento da integralidade da indenização pleiteada na inicial. Nenhuma das alegações da ré foi acolhida. Inconformada, a apelante apresentou recurso de apelação no dia 24/07/2023. Repisou o alegado em sua contestação, no sentido da incompetência da 2ª Vara de Teresina, bem como da prescrição e da ausência de sua responsabilidade. Pleiteou a reforma da sentença para que o pedido seja julgado improcedente. V- RELAÇÃO DE CONSUMO O relacionamento da Apelante com a Apelada é de consumo, conforme artigo 2° e 3° do CDC, sendo a apelante considerada fornecedora, uma vez que comercializou o produto vendido. “Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.” Vl- DA COMPETÊNCIA Por ser ação de responsabilidade civil contra um fornecedor de produtos, a ação pode ser proposta no domicílio do autor, conforme previsto no Art. 101, inciso I, do CDC. “Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes normas: I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;” Portanto, a competência territorial pertence a comarca de Teresina/PI, por ser domicílio da parte autora. Vll- DA PRESCRIÇÃO O prazo prescricional aplicável ao caso de reparação pelos danos causados pelo produto fornecido pela apelante é o quinquenal, de acordo com o artigo 27 do CDC. “Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelosdanos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.” Sendo descabida a alegação da prescrição pela parte apelante. Vlll- DA RESPONSABILIDADE A responsabilidade da apelante é de natureza objetiva, o que independe de culpa, conforme artigo 12 do CDC. “Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.” Por fim deve-se manter a decisão proferida pelo juízo a quo. lX – DOS PEDIDOS Diante todo o exposto, requer: a) O desprovimento do recurso com a manutenção da sentença apelada; b) A majoração da condenação da ré em honorários advocatícios, conforme artigo 85, §11 do CPC; c) O acolhimento da preliminar das contrarrazões, caso conhecida a apelação. Nestes termos, Pede-se deferimento. Local..., data... ADVOGADO OAB/UF...
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