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lipídeoslipídeos 1. Caracterizar lipídios, seus tipos e funções. 2. Descrever o processo de digestão e absorção de lipídios. 3. Caracterizar o mecanismo de transporte de lipídios através do sistema linfático e sangue, diferenciando os tipos de lipoproteínas (quilomícrons, HDL, LDL, VLDL). 4. Descrever o processo de obtenção de energia a partir da degradação de lipídios. 5. Descrever o processo de síntese e armazenamento de lipídios, relacionando com a via das pentoses. 6. Caracterizar o colesterol quanto suas origens e destinos. 8. Discutir as consequências biopsicossociais da obesidade na infância e adolescência. objetivos principaisobjetivos principais Os lipídeos são substâncias orgânicas insolúveis em água e solúveis em solventes apolares. Funções: atuam como hormônios ou como precursores de hormônios Atua como combustível metabólico mantém a estrutura e a função das membranas é um isolante térmico permite a condução nervosa previne a perda de calor Os principais lipídeos são: ácidos graxos (não esterificados) colesterol ésteres de colesterol triglicerídeos fosfolipídeos O que são lipídeos?O que são lipídeos? O que são Lipoproteínas?O que são Lipoproteínas? São partículas protéicas que transportam lipídeos apolares em seu núcleo. Elas são separadas por sua densidade: quilomícrons Very Low Density Lipoprotein (VLDL) Low Density Lipoprotein (LDL) lipídeoslipídeos High Density Lipoprotein (HDL) Digestão de lipídeosDigestão de lipídeos Na dieta, a maior parte das moléculas consumidas são os lipídeos, em forma de TRIACILGLICERÓIS (TAG). Os TAG são digeridos pela enzima Lipase, no intestino. TRIACILGLICERÓIS (TAG) 2 ácidos graxos 2-monoacilglicerol LIPASE PANCREÁTICA Existem 2 tipos de lipases: a gástrica e a pancreática. A Lipase Gástrica é produzida no estômago. Assim, ela tem seu pH ácido (menor que 7). A Lipase pancreática é produzida no pâncreas, mas age no duodeno (porção do intestino delgado). Ela ajuda a coenzima lipase a ancorar nas partículas de gordura. TRIACILGLICERÓIS (TAG) LIPASE GÁSTRICA 1 ácido graxo Diacilglicerol Mas… como os lipídeos são apolares e as lipases são polares, não há a digestão! Então como ela ocorre? Aqui entra a atuação do FÍGADO! O Fígado é um órgão que produz a BILE: uma substância que age no intestino delgado realizando a emulsificação de gorduras. Ou seja, esse líquido transforma as partículas grandes de gordura em partículas menores, aumentando a área de contato para facilitar a ação da Lipase! A Lipase realiza a quebra de TAG em 2 ácidos graxos e em 2-monoacilglicerol. Porém, os produtos dessa reação são pouco solúveis no meio aquoso do intestino. lipídeoslipídeos Dessa maneira, essas moléculas tem que ser transportadas em forma de MICELAS no organismo, para entrarem nas microvilosidades e serem absorvidas pelos enterócitos. Os enterócitos são células epiteliais do intestino delgado e do intestino grosso. As micelas são agregados moleculares com regiões hidrofílica e hidrofóbica que se associam em solução aquosa. Ao serem absorvidos pelos enterócitos, as 2 moléculas de ácidos graxos e o 2- monoacilglicerol transformam-se em triagilgliceróis (TAG) dentro da célula. TRIACILGLICERÓIS (TAG) 2 ácidos graxos 2-monoacilglicerol Entram nos enterócitos O QUILOMÍCRON é uma lipoproteína muito grande para entrar no lúmen dos capilares. Então, essa estrutura é transportada pelo sistema linfático: entrando nos capilares sanguíneos quando chega nas veias do pescoço. Quando o QUILOMÍCRON entra no sangue, a enzima LIPOPROTEÍNA LIPASE degrada os triacilgliceróis (TAG), absorvendo os seus produtos: ácidos graxos e glicerol. TAG nos enterócitos TAG junta-se ao colesterol e às vitaminas lipossolúveis Formação do QUILOMÍCRON Sistema linfático Sistema sanguíneo Degradação de TAG Absorção de ácidos graxos e glicerol Degradação de quilomícrons no FÍGADO lipídeoslipídeos Metabolsimo de lipídeosMetabolsimo de lipídeos Assim, os quilomícrons no final são degradados no fígado. O metabolismo dos lipídeos começa com a oxidação dos ácidos graxos na mitocôndria das células. O produto dessa oxidação é a liberação de ATP (energia). Essa oxidação ocorre em 2 etapas: ciclo de Krebs: os ácidos graxos transformam-se em AcetilCoA 1. Fosforilação oxidativa: liberação de NADH2 e FADH 2. Os ácidos graxos possuem 2 fontes: dieta => produção de energia quando a alimentação é rica em gorduras e pobre em carboidratos. Se a alimentação for rica em carboidratos, os lipídeos serão armazenados, pois a principal fonte de energia sempre são os carboidratos triacilgliceróis armazenado no tecido adiposo => utilizados em período de jejum (pré-prandial) Por que o organismo prefere utilizar carboidratos como fonte de energia, em vez dos ácidos graxos? Os carboidratos transformam-se em glicose quando entram no organismo. A glicose é a principal fonte de energia, e é obtida pela metabolização da maioria dos tecidos do corpo de maneira aeróbia ou anaeróbica. Os ácidos graxos requerem a presença de oxigênio e de mitocôndrias para produzirem energia. Por isso, há a preferência pela glicose, já que pode obter energia na presença e na ausência de oxigênio. Nos exercícios físicos, há a “queima de gordura” pois há a utilização das reservas lipídicas do organismo como fonte de energia, liberando ATP. Os Triagilgliceróis do Tecido Adiposo são utilizados como fonte de energia no estado pré-prandial (antes da alimentação), ou seja, em períodos de jejum. Quando são utilizados, há a formação de CORPOS CETÔNICOS. Esses corpos são produzidos pelo fígado após a oxidação dos ácidos graxos. lipídeoslipídeos Oxidação de ácidosOxidação de ácidos graxosgraxos O fígado usa os ácidos graxos para produzir os corpos cetônicos. Uma vez produzidos, esses corpos são liberados no sangue para serem utilizados como fonte de energia por outros órgãos. TAG no tecido adiposo Estado pré-prandial Fonte de energia formação de corpos cetônicos fígado Oxidação de ácidos graxos A oxidação dos ácidos graxos é regulado pelos hormônios: insulina glucagon adrenalina cortisol A insulina forma mais tecido adiposo e o glucagon, adrenalina e cortisol induzem a lipólise (quebra de lipídeos). Quando estamos em jejum, há a liberação de glucagon pelo pâncreas. O glucagon quebra o glicogênio hepático, liberando moléculas de glicose e jogando-as no sangue. O cortisol age quando estamos em estresse fisiológico: uma reação natural do organismo em situações de perigo ou de ameaça. Assim, ocorrem alterações físicas e emocionais. O cortisol age aí: recrutando a energia em situações de estresse. Em situações de práticas de exercícios físicos, há a liberação da adrenalina. Esse hormônio dá ao corpo uma reserva energética necessária para aguentar as exigências físicas do momento. Por que estamos falando desses hormônios? Porque, após eles agirem nessas situações, há a quebra de gorduras, liberando ácidos graxos que antes estavam armazenados em forma de tecido adiposo. Esses ácidos graxos são transportados no organismo por meio da proteína Albumina, que leva-os para: tecidos células hepáticas LISE DE GORDURAS Tecidos Transportados pela albumina Células hepáticas lipídeoslipídeos CetogêneseCetogênese Glucagon Jejum Liberação de ácidos graxos pelo T. Adiposo Quando os ácidos graxos chegam nos tecidos, eles são oxidados. Quando os ácidos graxos chegam nas células hepáticas, eles podem ser oxidado por 2 estruturas: mitocôndrias peroxissomos Quando são oxidado pelas mitocôndrias, eles sofrem uma reação com a CoenzimaA para serem ativados. Então, são transportados pelo SISTEMA TRANSPORTADOR DA CARNITINA, regulando o metabolismo dos ácidos graxos. Cortisol Estresse Adrenalina Exercício A Carnitina é diferente da Creatina! creatina: aumenta desempenho nos exercícios físicos carnitina: aumenta capacidade aeróbia e a utilização de gorduras como fonte de energia. A cetogêneseá a produção de corpos cetônicos pelo fígado. Os corpos cetônicos são formados a partir da enzima AcetilCoA, sendo transformada em Acetoacetato (corpo cetônico). O Acetoacetato então produz 2 tipos de corpos cetônicos: acetona beta-hidroxibutirato HMG-CoA Acetil CoA Acetoacetato Acetona Beta-hidroxibutirato O beta-hidroxibutirato é o corpo cetônico preferido do organismo. Síntese de lipídeosSíntese de lipídeos Ocorre com maior frequência nas células hepáticas, nas células gaméticas e nas estruturas celulares da glândula suprarrenal. lipídeoslipídeos A síntese de lipídeos ocorre quando o gasto de energia diminui e os depósitos de glicogênio estão em sua quantidade máxima no fígado. Isso causa um excesso de glicose no sangue, induzindo a via de síntese de lipídeos. Armazenamento deArmazenamento de lipídeoslipídeos Após a síntese de ácidos graxos, há a formação de triacilgliceróis (TAG). Os TAG serão transportados na forma de lipoptroteínas de muito baixa densidade (VLDL), sendo armazenados no tecido adiposo. ColesterolColesterol São lipoptroteínas. São eles: quilomícrons: possui menor densidade. Sua função é transportar os triacilgliceróis obtidos da dieta. Só aparece em exames realizados após dieta rica em gorduras! VLDL (very low density lipoprotein): são as Lipoproteínas de densidade muito baixa. Elas transportam os triacilgliceróis produzidos pelo corpo. Aparecem em dosagens de colesterol realizadas em jejum. IDL (Intermediary Density Lipoprotein): são as lipoproteínas de densidade intermediária. São produzidas na transformação de VLDL em LDL. LDL (Low Density Lipoprotein): São as Lipoproteínas de baixa densidade. Elas transportam o colesterol “ruim” no sangue, formando as placas de ateroma nas artérias. HDL (High Density Lipoprotein): são as Lipoproteínas de alta densidade. Elas retiram o colesterol do sangue. São chamadas de “colesterol bom”. LDL + HDL = “colesterol” fatores que influenciam o colesterol total: idade (quanto maior a idade, maior o colesterol total) dieta (quantidade e composição de gorduras) exercícios físicos (quando é regular aumenta a quantidade de colesterol bom) sexo (mulheres antes da menopausa tem baixo colesterol total e alta quantidade de HDL) raça nacionalidade lipídeoslipídeos ArteroscleroseArterosclerose É o acúmulo de lipídeos nas artérias (endotélio), formando placas de gordura. Causa o estreitamento e o enrijecimento das artérias, restringindo o plexo sanguíneo. Fatores de risco para arterosclerose: hipertensão hipercolesterolemia tabagismo diabetes obesidade sedentarismo Quando o organismo possui muito colesterol ruim (LDL) ou quando ocorre alguma lesão no endotélio, o colesterol entra nas células epiteliais dos vasos e oxida. As células que foram invadidas mandam um “pedido de ajuda” para o sistema imunológico, recrutando os Monócitos. Os monócitos produzirão no local o fibrinogênio, induzindo a formação de um rede para reparar a lesão local. Ainda assim, os monócitos podem ser transformados em macrófagos e podem digerir o colesterol, que pode se multiplicar dentro dos monócitos e formar uma placa de ateroma no endotélio. Essa placa pode soltar a qualquer momento, formando um coágulo e interrompendo o fluxo sanguíneo local, causando a morte celular. SUGESTÃO DE VÍDEO DE ARTEROSCLEROSE: https://youtu.be/wbShOXhO6p8 HipercolesterolemiaHipercolesterolemia É o colesterol alto. Pode ser: adquirida: pela dieta e pela falta de exercícios físicos familiar (HF): defeito genético na produção ou natureza dos receptores de colesterol, impedindo a metabolização ou a remoção do LDL pelo fígado. HipertrigliceridemiaHipertrigliceridemia é a alta quantidade de triglicerídeos no corpo. Pode ser: adquirida: dieta tica em TAG familiar: defeito na produção e catabolismo das VLDL (= genético) lipídeoslipídeos ObesidadeObesidade É o excesso de gordura corporal (principalmente na região abdominal). As calorias são armazenados em forma de gordura no tecido adiposo. Consequências biopsicossociais: baixa autoestima ansiedade depressão angústia culpa timidez vergonha Causas: alta ingestão de calorias inatividade física/sedentarismo genética hipercolesterolemia O IMC da obesidade é de 30 a 39.9. A obesidade grave tem IMC maior que 40. Pessoas obesas possuem maior risco de: morte diabetes hipertensão doenças cardiovasculares câncer Fonte: “Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretações - Volume 10 (Lipídios, Lipoproteínas e Apoproteínas) pág 122 a 129
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