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INTRODUÇÃO À EAD
Unidade 1
Aprimorando a leitura para a 
autoaprendizagem
CEO 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ALESSANDRA FERREIRA
Gerente Editorial 
LAURA KRISTINA FRANCO DOS SANTOS
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
GIOVANNA VALENZA
THALYTA MABEL NOBRE BARBOSA
4 INTRODUÇÃO À EAD
U
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 1
A
U
TO
R
IA
Giovanna Valenza
Olá. Sou formada em Letras, com experiência técnico-
profissional na área de Produção de Texto e Língua Portuguesa 
há mais de dez anos. Faço edição e revisão de texto para várias 
editoras e também sou autora de materiais didáticos para EaD. 
Adoro dar aulas e escrever materiais, pois assim posso compartilhar 
minha experiência e meu conhecimento com aqueles que estão 
iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidada pela Editora 
Telesapiens para integrar seu elenco de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo 
e trabalho. Conte comigo!
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
Olá! Graduada e mestre em Serviço Social pela 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), tive como 
objeto de estudo o Serviço Social na Previdência Social. Possuo 
experiência como docente, na graduação e na pós-graduação, 
tanto em instituições públicas quanto privadas, principalmente 
nas disciplinas de Política de Previdência Social, Fundamentos 
Teórico-Metodológicos do Serviço Social, Trabalho de Conclusão 
de Curso, Metodologia Científica, Docência no Ensino Superior, 
Introdução à Educação a Distância, Introdução ao Ensino Superior 
e Tecnologias Educacionais. 
Minha trajetória acadêmico-profissional está ligada à área 
da Educação a Distância há aproximadamente quinze anos. Nessa 
larga trajetória, atuo como Designer Instrucional de materiais 
didáticos para a EaD, desde a orientação pedagógica até o 
produto final, em Instituições de Ensino Superior (IES) públicas e 
privadas e de Educação Corporativa. Sou autora e organizadora de 
e-books e demais materiais didáticos, facilitadora de treinamento 
de professores/autores/conteudistas e tutora. Para que possamos 
obter êxito nessa caminhada rumo ao conhecimento acadêmico, 
recomendamos que você esteja atento aos conceitos aqui 
apresentados. Vamos começar!
5INTRODUÇÃO À EAD
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 1
ÍC
O
N
ESEsses ícones aparecerão em sua trilha de aprendizagem nos seguintes casos:
OBJETIVO
No início do 
desenvolvimento 
de uma nova 
competência. DEFINIÇÃO
Caso haja a 
necessidade de 
apresentar um novo 
conceito.
NOTA
Quando são 
necessárias 
observações ou 
complementações. IMPORTANTE
Se as observações 
escritas tiverem que 
ser priorizadas.
EXPLICANDO 
MELHOR
Se algo precisar ser 
melhor explicado ou 
detalhado. VOCÊ SABIA?
Se existirem 
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo.
SAIBA MAIS
Existência de 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundar seu 
conhecimento.
ACESSE
Se for preciso acessar 
sites para fazer 
downloads, assistir 
vídeos, ler textos ou 
ouvir podcasts. 
REFLITA
Se houver a 
necessidade de 
chamar a atenção 
sobre algo a 
ser refletido ou 
discutido.
RESUMINDO
Quando for preciso 
fazer um resumo 
cumulativo das últimas 
abordagens.
ATIVIDADES
Quando alguma 
atividade de 
autoaprendizagem 
for aplicada. TESTANDO
Quando uma 
competência é 
concluída e questões 
são explicadas.
6 INTRODUÇÃO À EAD
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SU
M
Á
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IO
A leitura e seus estágios .......................................................... 9
Leitura: como definir? ......................................................................................... 9
Estágios da leitura .............................................................................................15
Reconhecimento ou pré-leitura ........................................................16
Leitura seletiva .....................................................................................17
Leitura interpretativa ..........................................................................17
Leitura crítica ou reflexiva .................................................................19
Utilizando os estágios de leitura nos estudos ...................... 22
Decodificação e diferenciação .........................................................................22
Estágios da leitura nos estudos ......................................................................23
Reconhecimento ou pré-leitura ......................................................24
Leitura seletiva .....................................................................................27
Leitura interpretativa ..........................................................................28
Leitura crítica .......................................................................................30
Análise de textos .................................................................... 33
Análise .................................................................................................................33
Análise textual ......................................................................................34
Análise temática ..................................................................................35
Análise interpretativa e crítica ..........................................................36
Uma nota sobre a leitura na educação a distância .....................................38
Elaboração de sínteses ........................................................... 40
Retenção e capacidade de síntese .................................................................40
Etapas de elaboração de um resumo .............................................42
7INTRODUÇÃO À EAD
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A
PR
ES
EN
TA
ÇÃ
O
Olá! Seja bem-vindo! Nesta unidade você desenvolverá 
habilidades que auxiliarão muito em seus estudos. A leitura é 
o primeiro passo para que o estudante consiga apreender o 
conteúdo, uma vez que encontramos o conhecimento em livros, 
artigos, vídeos, entre outros suportes. Você vai conhecer as 
diferentes definições, características e estágios de leitura. Porém, 
não basta ler, é preciso compreender e interpretar o que foi lido. 
Nesse contexto, a discussão se expande para incluir técnicas de 
interpretação e análise de textos, habilidades indispensáveis 
para a verdadeira compreensão da leitura, pois permitem ao 
estudante não apenas absorver informações, mas também criticá-
las, questioná-las e relacioná-las com outros conhecimentos. É por 
isso que conversaremos sobre interpretação e análise de textos. 
Por fim, você aprenderá a elaborar uma síntese; trata-se de uma 
estratégia que comprovadamente contribui muito para a fixação 
dos saberes. Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar 
neste universo!
8 INTRODUÇÃO À EAD
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O
B
JE
TI
VO
S
Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem 
até o término desta etapa de estudos:
1. Compreender o conceito de leitura e seus estágios.
2. Organizar os estágios de leitura nos estudos.
3. Desenvolver a análise de textos.
4. Produzir uma síntese.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho! 
9INTRODUÇÃO À EAD
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A leitura e seus estágios 
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de 
compreender o conceito de leitura e os seus 
diferentes estágios, como o reconhecimento 
ou pré-leitura, a leitura seletiva, a leitura 
interpretativa e a leitura crítica ou reflexiva. Isso 
será fundamental para potencializar a formação de 
alunos na Educação a Distância. E então? Motivado 
para desenvolver esta competência? Vamos lá!
Leitura: como definir?
Segundo estudos recentes publicados pelo IBGE (2023), 
existem 9,6 milhões de analfabetos no Brasil. Esse número vem 
diminuindo ao longo dos anos, porém, outro termo ganhou 
bastante destaque: o analfabetismo funcional. Você sabe a 
diferença entre analfabetismo e analfabetismo funcional?Analfabetismo é um termo que se refere a pessoas que não 
sabem ler ou escrever; já os analfabetos funcionais são pessoas 
que sabem ler e escrever, ou seja, decodificar as letras formando 
palavras e frases, mas possuem dificuldades em interpretar os 
textos que leem. Essa parte da população corresponde a 30% dos 
brasileiros que têm entre 15 e 64 anos (Ação Educativa; Instituto 
Paulo Montenegro, 2018).
Mas o que significa verdadeiramente ler? Você já pensou 
nisso? Uma busca rápida em qualquer dicionário mostrará como 
definição de leitura “o ato de ler” ou “o ato de compreender o 
conteúdo de um texto escrito”. Porém, como acabamos de ver, 
há muitas pessoas que não conseguem compreender aquilo que 
leem. Sendo assim, podemos usar essas duas definições para o 
ato da leitura?
10 INTRODUÇÃO À EAD
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Imagem 1.1 – A leitura é uma atividade exclusivamente humana
Fonte: Freepik 
A leitura é uma atividade exclusivamente humana e que 
nos permite acesso a um conhecimento imensurável e acumulado 
ao longo do tempo. Está intimamente ligada ao processo de 
aprendizagem e, por isso, esse tema é estudado por várias 
perspectivas: do ponto de vista linguístico, é claro, mas também 
psicológico, biológico, social, entre outros.
Etimologicamente, a palavra vem do verbo em latim lego, 
cuja primeira acepção é “juntar” ou “reunir”. Ele também significa 
“ler”, pois essa ação é juntar e reunir as palavras, as sentenças e as 
partes de um texto.
VOCÊ SABIA?
O educador Paulo Freire dedicou uma obra inteira 
ao assunto, que se intitula “A importância do ato 
de ler” (1988). Nela, afirma que “A leitura do mundo 
precede a leitura da palavra”. Nesse sentido, todos 
nós temos a capacidade de ler, já que estamos, a 
todo o momento, lendo a realidade que nos cerca, 
isto é, lendo o mundo.
11INTRODUÇÃO À EAD
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Vilson Leffa (1996, p. 11), pesquisador da UFRGS, define 
leitura como o “processo de interação entre o leitor e um 
determinado segmento da realidade, que é usado para representar 
um outro segmento”. Ao estudar o tema, o autor apresenta duas 
definições restritas de leitura, destacando o antagonismo entre 
elas: 
(a) ler é extrair significado do texto e (b) ler 
é atribuir significado ao texto. O antagonismo 
está nos sentidos opostos dos verbos extrair 
e atribuir. No primeiro, a direção é do texto 
para o leitor. No segundo, é do leitor para o 
texto. Ao se usar o verbo extrair, dá-se mais 
importância ao texto. Usando o verbo atribuir, 
põe-se a ênfase no leitor. (Leffa, 1996, p. 11)
Leffa complementa que a melhor definição, por vários 
motivos, é a segunda, ao afirmar que ler é atribuir significado ao 
texto. O autor explica:
A qualidade do ato da leitura não é medida 
pela qualidade intrínseca do texto, mas pela 
qualidade da reação do leitor. A riqueza da 
leitura não está necessariamente nas grandes 
obras clássicas, mas na experiência do leitor 
ao processar o texto. O significado não está 
na mensagem do texto, mas na série de 
acontecimentos que o texto desencadeia na 
mente do leitor. (Leffa, 1996, p. 14)
Vamos concordar com o autor ao optar por essa definição, 
pois acreditamos que a leitura depende mais do leitor do que do 
texto em si, ou seja, depende da forma como o leitor interage com 
o texto. Isso vai ao encontro dos resultados das pesquisas sobre 
as taxas de analfabetismo funcional e significa que aqueles que 
12 INTRODUÇÃO À EAD
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não compreendem o que está escrito não conseguem interagir 
com o texto. 
E como podemos realizar a leitura de modo a interagir 
com o texto e alcançar a sua compreensão total? De acordo com 
Leffa (1996, p. 25):
Para compreender um texto devemos 
relacionar os dados fragmentados do texto 
com a visão que já construímos do mundo. 
Todo texto pressupõe essa visão do mundo 
e deixa lacunas a serem preenchidas pelo 
leitor. Sem o preenchimento dessas lacunas a 
compreensão não é possível.
Para Andrade (2016, p. 1-2), tal definição é ainda mais 
complexa:
Sabe-se que o conceito de leitura foi 
aperfeiçoado nas últimas décadas. Nos dias 
atuais, a leitura não se constitui um processo 
de decodificação do texto, nem somente 
a compreensão e interpretação do signo 
linguístico. Na verdade, a leitura possui uma 
dimensão mais ampla do que apenas atribuir 
significado às palavras e frases. Pereira, 
Souza e Kirchof (2012) afirmam que o ato 
de ler transcende à simples decodificação, 
compreensão e interpretação do signo 
linguístico, porquanto pressupõe o ato de 
dar sentido ao texto, o que estará sempre na 
dependência da vivência histórica do sujeito, 
do seu modo de pensar e olhar o mundo.
O que observamos no comentário de Andrade (2016) é, 
novamente, que o foco está no leitor, o sujeito que olha para o 
texto. Podemos aproximar essa afirmação do que queremos 
13INTRODUÇÃO À EAD
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dos nossos alunos, tanto no ensino presencial como no ensino 
à distância. A habilidade de leitura é uma prioridade na escola 
desde os primeiros anos. E assim deve ser em todos os níveis 
de ensino, já que os textos vão ganhando mais complexidade ao 
longo da vida escolar. Ora, se lemos e estudamos por meio da 
leitura durante a nossa vida toda, por que existem tantas pessoas 
que não conseguem compreender um texto? Segundo Silva (2011, 
p. 25):
Ler é básico para o progresso na aprendizagem 
de qualquer assunto. A formação de um leitor 
competente, segundo os PCN (2001, p. 54), 
“só pode constituir-se mediante uma prática 
constante de leitura de textos de fato, a partir 
de um trabalho que deve se organizar em 
torno da diversidade de textos que circulam 
socialmente”. 
Tal questionamento é objeto de estudo de muitos 
pesquisadores, que tentam entender quais são os fundamentos 
das dificuldades de aprendizagem de leitura na educação básica e 
ensino fundamental, momentos em que se inicia a alfabetização, 
por que motivo os alunos estão chegando ao ensino superior com 
tantas dificuldades de leitura e o que pode ser feito para que a 
prática se torne hábito na população brasileira, como já acontece 
em outros países.
Antes de seguirmos, é importante destacar: a leitura não 
se resume ao texto escrito. O seu conceito, atualmente, é ampliado 
para outros suportes que demandam análise e interpretação. 
Podemos ler um texto, um filme, uma fotografia, uma gravura, 
um grafite, uma obra de arte e até mesmo uma expressão facial, 
já que, como apontou Freire, a leitura do mundo vem antes da 
leitura da palavra. Nesse sentido, estamos lendo (e interpretando) 
tudo a todo o momento. 
14 INTRODUÇÃO À EAD
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Nesta unidade, contudo, vamos nos deter à leitura de 
textos escritos, que constituem a maior fonte de pesquisa para 
os estudantes. Ainda que existam materiais educacionais em 
outros formatos, vamos nos concentrar no texto escrito por 
sua fundamental importância no processo de aprendizagem e 
aquisição de conhecimento formal, considerando que essa leitura 
ainda causa muita dificuldade de interpretação por parte dos 
alunos.
REFLITA
Com certeza você já teve dificuldade de ler e 
compreender um texto, não é mesmo? Muitas 
vezes, parece que estamos lendo um texto escrito 
em outra língua, tão distante nos parece do que 
costumamos ler no dia a dia. Por que será que isso 
acontece?
Problemas de compreensão de texto começam a aparecer 
já na infância, assim que começamos a “juntar as palavras”, e nunca 
mais deixam de existir. De tempos em tempos, nos deparamos 
com algo difícil de compreender, seja no nosso dia a dia, seja no 
contexto acadêmico. Portanto, ninguém pode negar que a leitura 
é essencial para a nossa vida dentro e fora do âmbito educacional, 
nos mais diversos níveis.
Observe o que afirmam Lakatos e Marconi (2018, p. 1) a 
respeito da importância da leitura para os estudos:
[A leitura] favorece a obtenção de informações 
já existentes, poupando o trabalho da pesquisa 
de campo ou experimental. Ela propicia a 
ampliação do conhecimento, abre horizontes 
na mente, aumentao vocabulário, permitindo 
melhor entendimento do conteúdo das obras. 
[...] Dois são os seus objetivos fundamentais: 
serve como meio eficaz para aprofundamento 
dos estudos e para a aquisição de cultura geral. 
15INTRODUÇÃO À EAD
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De fato, a leitura é uma atividade complexa. Na sequência, 
você verá que, muitas vezes, não é na primeira leitura que 
chegamos a uma compreensão total do que foi lido. Existem 
alguns estágios que permitem ampliar a nossa compreensão de 
um texto escrito, propiciando a reflexão crítica sobre o conteúdo 
do texto.
Estágios da leitura
Os estágios da leitura indicam os diferentes níveis de 
compreensão que uma pessoa tem ao ler um texto, desde seu 
primeiro contato até a fase em que é capaz de refletir criticamente 
a respeito do que foi lido.
Imagem 1.2 – A leitura no cotidiano
Fonte: Freepik
16 INTRODUÇÃO À EAD
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VOCÊ SABIA?
O nível de informatividade de um texto é medido 
pelo grau de intimidade que o leitor tem com 
determinado assunto. Quanto mais uma pessoa 
sabe sobre um tema, menos informativo, para ela, 
vai ser um texto sobre esse tema. Por exemplo: 
se você é fã de super-heróis, um texto que explica 
noções básicas sobre esse universo vai ser menos 
informativo para você do que para uma pessoa 
que nunca se interessou por esse tema. Logo, não 
podemos estabelecer se um texto é mais ou menos 
informativo, de forma geral, pois isso vai depender 
do que o leitor sabe sobre o assunto.
Vamos conhecer, a partir de agora, os quatro estágios 
da leitura: reconhecimento ou pré-leitura; leitura seletiva; leitura 
interpretativa e leitura crítica (ou reflexiva) e suas características.
Reconhecimento ou pré-leitura
A leitura superficial do texto serve para termos uma ideia 
geral do que ele trata, seu conteúdo e sua organização. No caso de 
textos de jornal, por exemplo, trechos são destacados para fazer 
com que o leitor observe quais são as principais partes. O título 
e o subtítulo (se houver) são extremamente importantes, pois 
chamam a atenção para o tema principal que será abordado. 
Nesse primeiro momento, o leitor pode responder à 
pergunta: de que trata o texto? Assim, ele tem uma visão global do 
assunto, porém, não se aprofundará em subtemas ou informações 
mais específicas.
É muito comum hoje, nas redes sociais, nos depararmos 
com títulos de textos. E muitas vezes ficamos só no título, não 
lemos o texto de forma integral, nem sequer clicamos no link 
para acessar mais informações sobre o assunto. Está aí uma 
17INTRODUÇÃO À EAD
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boa maneira de confirmar de que modo fazemos essa leitura de 
reconhecimento. 
Quer colocar em prática? Quando estiver em uma rede 
social e se deparar com uma notícia, pare para refletir: o título me 
chamou a atenção? Com o título, consigo saber do que se trata o 
texto? Estou interessado em saber mais sobre isso? 
Leitura seletiva
Este estágio abrange uma leitura mais atenta do texto, 
inspecionando-o. O leitor presta atenção nas sentenças e 
compreende o contexto envolvido na sua elaboração. Aqui, 
o leitor ainda não faz uma leitura minuciosa, mas inicia esse 
processo, separa aquilo que é essencial e deixa de lado o que é 
desnecessário.
Vamos continuar com o exemplo prático de uma notícia que 
você encontrou ao navegar em sua rede social. Você se interessou 
pelo assunto e quer saber mais: se tiver acesso ao texto completo 
da notícia, de que forma você vai lê-lo? Vai passar o olho para 
“pescar” algumas informações relevantes ou vai ler atentamente? 
É bem provável que, nesse momento, você se atente para o texto, 
de forma geral, buscando identificar a relevância das informações. 
Isso vai fazer com que se interesse ou não por uma leitura mais 
minuciosa.
Leitura interpretativa
Na leitura interpretativa, o leitor consegue identificar as 
informações que estão sendo colocadas no texto, bem como o que 
o autor quer dizer. O leitor analisa as partes do texto – introdução, 
desenvolvimento, conclusão – e estabelece uma correlação entre 
elas. 
18 INTRODUÇÃO À EAD
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Aqui, a leitura é minuciosa e não se perde nada. Se 
há alguma palavra que o leitor não conhece, ele vai procurar o 
significado, e se algo passou despercebido durante a leitura, o 
leitor vai voltar atrás para entender melhor a mensagem.
Imagem 1.3 – O terceiro estágio da leitura compreende a fase interpretativa
Fonte: Freepik
Nesse estágio, o leitor é capaz de entender mais do 
que o tema do texto, identificando o posicionamento do autor 
e relacionando as informações adquiridas com o seu próprio 
posicionamento, articulado ao conhecimento adquirido por 
outros textos que já leu. É importante dizer que, nesse caso, o 
aproveitamento do texto dependerá da bagagem que o leitor já 
tem acerca do assunto abordado. Se houver alguma referência ou 
uma informação implícita (um pressuposto), o leitor experiente 
será capaz de localizá-la.
19INTRODUÇÃO À EAD
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Continuando com o exemplo do texto encontrado na rede 
social, o leitor, após se interessar pelo tema e realizar uma leitura 
seletiva, mergulha de fato em todas as suas partes e percebe 
alguns fatores, por exemplo: como foi construído, qual o nível 
de profundidade e conhecimento de quem construiu e em que 
contexto. Assim, o leitor é capaz de falar sobre o assunto e explicá-
lo a outras pessoas.
Leitura crítica ou reflexiva
Neste estágio podemos dizer que há uma compreensão 
total do texto por parte do leitor, pois ele reflete de maneira 
crítica sobre o conteúdo abordado. Ele compara as informações 
apresentadas e as julga de modo a tomar uma posição. Nesta fase, 
portanto, o leitor vai além da mensagem do texto, fazendo juízo de 
valor a respeito daquilo que leu.
Neste nível, que é o último, o leitor já é capaz de responder 
criticamente ao texto que leu, pois compreende todas as suas 
nuances – o tema tratado, as partes do texto, de que modo foi 
construído, a intenção do autor, o contexto em que foi escrito, 
como se relaciona com o mundo e com outras produções sobre o 
mesmo tema etc. – e, além disso, consegue julgar o texto e atribuir 
a ele um valor com base no que já conhece sobre o assunto: as 
informações mobilizadas tem embasamento? Há contradição? É 
coerente e coeso? A opinião do autor é bem fundamentada? Está 
de acordo com a minha própria opinião? Vai de encontro com a de 
outros autores? 
No exemplo que utilizamos, finalizado este estágio de 
leitura – e somente após isso –, o leitor pode escrever sobre o 
assunto, fazer uma crítica (positiva ou negativa) a respeito do 
texto e mobilizar a sua própria opinião sobre o tema, pois tem 
total intimidade e compreensão daquilo que leu.
20 INTRODUÇÃO À EAD
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REFLITA
Com base em sua experiência com o uso de redes 
sociais, você acredita que as pessoas realizam uma 
leitura crítica dos textos antes de compartilhá-los 
ou de comentá-los?
Retomando os quatro níveis de leitura, o Quadro 1.1 
sintetiza o que acontece em cada um deles.
Quadro 1.1 - Estágios da leitura
Estágio Definição Questão
Reconhecimento ou 
pré-leitura
Leitura superficial Qual é o tema?
Seletiva Inspeção
Quais são as principais 
informações que o texto 
traz?
Interpretativa Leitura minuciosa
Qual é o posicionamento 
do autor sobre o tema?
Crítica ou reflexiva
Julgamento do 
conteúdo
Concordo ou discordo do 
posicionamento do autor e 
por quê?
Fonte: Adaptado de Lakatos e Marconi (2019)
É fundamental que você, aluno, que está realizando sua 
formação profissional em um curso na modalidade à distância, 
atente-se para as informações que foram apresentadas até aqui. 
Faça da leitura sua aliada no processo da aprendizagem.
21INTRODUÇÃO À EAD
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RESUMINDO
e então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza 
de que você realmente entendeu o tema de 
estudo deste capítulo, vamos resumir o que 
vimos. Você deve ter compreendido o que é a 
leitura e algumas de suas definições e teve a 
oportunidadede conhecer seus quatro estágios 
ou níveis: reconhecimento, leitura seletiva, leitura 
interpretativa e leitura crítica. Com isso, você 
percebeu que, muitas vezes, o conhecimento 
sobre um texto demanda mais de uma leitura e 
resulta em uma reflexão crítica quanto ao que foi 
lido. É muito importante que você faça com que 
a leitura se torne um hábito, pois dessa forma 
conseguirá passar por esses estágios de modo a 
compreender textos de diferentes temas e níveis, 
potencializando os seus conhecimentos.
22 INTRODUÇÃO À EAD
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Utilizando os estágios de 
leitura nos estudos
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de 
identificar e utilizar os quatro estágios de leitura 
na prática, articulando-os aos seus hábitos de 
estudo. Conhecer esses diferentes estágios 
permitirá que você amplie a sua percepção sobre 
o processo de leitura e aplique esse conhecimento 
de forma a aprofundar as leituras posteriores. 
Isso será fundamental para você em seu processo 
de formação profissional. Está motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. 
Avante!
Decodificação e diferenciação
Você já aprendeu que uma definição restrita de leitura é 
a que se refere ao ato de extrair significado do texto, que seria 
como decodificar os símbolos que ali estão colocados. Porém, já 
vimos que essa não é a melhor maneira de conceituar o ato de 
ler, pois a mera decodificação não resulta, necessariamente, na 
interpretação do que foi lido. Portanto, entendemos a leitura como 
uma atividade que vai além da decodificação e depende do sujeito 
leitor e da sua experiência, constituindo um processo interacional. 
Ao ler, estamos estabelecendo uma relação com o texto que será 
diferente para cada leitor, pois depende da bagagem que ele tem, 
ou seja, suas leituras anteriores e conhecimentos prévios, o que 
ele espera do texto e como ele o recebe.
Vamos imaginar que você está assistindo a um filme pela 
primeira vez. 
23INTRODUÇÃO À EAD
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REFLITA
A primeira leitura que faz dele é mais superficial, 
você pode não entender algumas partes, outras 
podem até passar despercebidas; você está focado 
no enredo, numa primeira camada da história, que 
é a mais explícita e que a maioria dos espectadores 
vai compreender. Na segunda vez que assiste 
a esse filme, como já conhece o enredo, presta 
atenção em aspectos menos evidentes e descobre 
alguns efeitos de sentido, detalhes que passaram 
despercebidos da primeira vez. Além disso, o 
tempo também influencia na compreensão, pois 
os espectadores de uma época podem assistir 
a esse filme de maneira diferente daquela que 
pessoas de décadas anteriores o assistiram. 
O que podemos comprovar com isso? Que o sentido ou 
a compreensão de uma obra (seja ela um filme, um texto, um 
desenho ou uma fotografia) não está na forma como foi elaborada, 
e sim na relação estabelecida entre ela e seu leitor. E quanto 
mais experiente for o leitor, melhor será a interação entre ele e o 
objeto que está lendo. Afinal, nossas leituras constituem, formam 
e expandem o nosso repertório.
Sendo assim, que tal nos aprofundarmos nos estágios 
da leitura e utilizá-los em nossos momentos de estudo? Parece 
complicado, mas a prática fará com que a leitura se torne algo 
cada vez mais confortável.
Estágios da leitura nos estudos
Para ilustrar como isso acontece em um ambiente escolar 
ou acadêmico, vamos tomar como exemplo um aluno que está 
pesquisando sobre o tema “novas tecnologias na Educação a 
Distância”, passando pelos quatro estágios de leitura. Vamos lá! 
24 INTRODUÇÃO À EAD
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Reconhecimento ou pré-leitura 
Como vimos, há um estágio anterior ao que consideramos, 
de fato, uma leitura. É aquele momento em que nos deparamos com 
uma manchete de jornal ou a capa de um livro, por exemplo, mas 
ainda não sabemos mais detalhes sobre o texto em si; chamamos 
esse estágio de pré-leitura ou leitura de reconhecimento. 
Utilizamos esse nível de leitura quando procuramos 
referências sobre um tema que estamos estudando: fazemos uma 
seleção de documentos relevantes a respeito de determinado 
assunto com base em uma leitura pré-seletiva, observando a capa 
de um livro, o sumário, o título de um artigo, o texto de introdução 
ou conclusão etc.
IMPORTANTE
No exemplo que propomos, esse seria o ponto 
de partida, isto é, a procura por materiais que 
tratem do tema “novas tecnologias na Educação 
a Distância”. Uma rápida busca na internet vai 
gerar alguns resultados. Esse estágio de leitura 
possibilitará encontrar, entre esses resultados, 
aquilo que de fato nos interessa para o tema em 
estudo.
Na busca por materiais na internet, vejamos o que o 
resultado nos apresentou: 
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Quadro 1.2 - Exemplos de resultados
EAD e as novas tecnologias
O atual sucesso da modalidade de Ensino a Distância (EaD) só se faz 
possível devido à constante evolução das Tecnologias de Informação e de 
Comunicação.
Conheça as tecnologias usadas no Ensino a Distância (EaD)
São milhares de novos cursos superiores autorizados pelo MEC todo ano e 
essa modalidade de ensino tem tornado possível o sonho do diploma para 
muitas...
Nove tecnologias para EaD essenciais nos cursos a distância
As novas tecnologias agora incluem fóruns de discussão, e-mail, gravações de 
áudio e vídeo, biblioteca virtual etc. 
EaD: a tecnologia a favor da educação | EPD On-line
O ensino a distância (EaD) é uma modalidade que usa a tecnologia... e realizar 
um curso que possibilite a conquista de novos caminhos.
As novas tecnologias a serviço da educação a distância
Nos anos 1996, a nova LDB, Lei nº 9.394/96, contemplou novos avanços à EaD, 
estabelecendo a regulamentação da modalidade de Educação a Distância...
Educação a distância e as novas tecnologias
Consulta a “material já elaborado, constituído principalmente de [...] artigos... 
Seguindo esse raciocínio, a EaD é fruto de tecnologias que possibilitaram o 
seu...
Seminário discute uso da tecnologia na EaD – MEC
A tecnologia tem sido uma importante ferramenta para a melhoria da... Em 
educação a distância e em novas tecnologias de aprendizagem.
Fonte: Elaborado pela autoria (2023)
Com essa lista de resultados, o aluno fará uma pré-
leitura para descartar os textos que não são relevantes para o 
seu trabalho. Por exemplo: textos sem autoria ou de sites não 
acadêmicos. Ele vai preferir livros e artigos científicos sobre o 
tema, pois estes podem servir como referenciais teóricos.
Vamos imaginar que o aluno tenha escolhido o artigo que 
aparece no sexto resultado dessa lista: “Educação a distância e as 
novas tecnologias”. 
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O fato de se tratar de um artigo já é um ponto positivo para 
que o texto faça parte da sua lista de referências, pois contém um 
autor e foi publicado em alguma revista científica, o que, por si 
só, lhe confere credibilidade. Além disso, o título confirma que vai 
abordar o assunto que é tema da pesquisa do aluno. 
Neste estágio, o aluno pode ler o título, o resumo do artigo, 
a introdução, mas não mais que isso – do contrário, já estaria na 
fase posterior de leitura. Observe que, ao ler o resumo, o aluno 
é capaz de saber que se trata de material relevante para a sua 
pesquisa:
As inovações tecnológicas transformaram 
nossa relação num ambiente constante 
de troca de informações, que caracteriza 
a sociedade moderna e os indivíduos das 
gerações “Z” e Millennials, surgidos no 
contexto da internet e das redes sociais. A 
irreversibilidade desta realidade se confirma 
no surgimento dos softwares de Ambiente 
Virtual de Aprendizagem (AVA) e na evolução 
tecnológica por qual passa a Educação a 
Distância (EaD). A metodologia deste estudo 
é uma pesquisa de caráter qualitativo e 
cunho bibliográfico, no objetivo de analisar 
a evolução tecnológica dessa ferramenta, 
suas aplicações e características – positivas e 
negativas – apontando desafios e tendências. 
Os resultados indicaram que a evolução 
tecnológica e modernizaçãoda EaD se 
deram graças ao desenvolvimento das TICs, 
identificando-se duas fortes tendências para 
o futuro: o mobile learning e a gamification. 
No Brasil, o atraso tecnológico – falta de 
acesso à internet (inclusão digital) – e 
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social – qualificação de profissionais – são 
consequência da falta de políticas públicas que 
contemplem a Educação e os desafios da EaD 
no país. Portanto, novas linhas de pesquisa 
relacionadas a essa discussão teórica podem 
ser feitas e espera-se que este trabalho tenha 
contribuído para instigar a pesquisa acadêmica 
na Educação, visando uma sociedade com 
melhores expectativas para o futuro. (Mendes; 
Zafino, Ezequiel, 2018, p. 1)
Conseguiu compreender a importância de analisar bem os 
resultados de uma pesquisa realizada na internet, como também 
de verificar a autenticidade, a credibilidade e a confiabilidade dos 
resultados? Veja o quanto é importante você saber desse assunto 
para que, a partir de então, tenha proveito nas elaborações dos 
seus trabalhos acadêmicos. 
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: vamos praticar? Realize uma 
busca na internet seguindo os passos apresentados e, em 
seguida, analise o material encontrado. É importante se 
autoavaliar: será que eu realizava as buscas da maneira 
correta? O que posso fazer para melhorar minhas buscas 
e obter resultados mais satisfatórios? 
Leitura seletiva
Chega o momento de realizar uma leitura de sondagem, 
identificar os subtemas tratados, “passar o olho” para verificar 
se esse texto corresponde às expectativas do leitor quanto ao 
conteúdo abordado.
Em trabalhos acadêmicos, os subtítulos são muito 
importantes. Se estiverem nítidos no artigo, é possível perceber a 
28 INTRODUÇÃO À EAD
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hierarquia dos assuntos tratados e ter uma ideia de como o texto 
foi construído.
No caso do artigo em análise, alguns subtemas se 
destacam e já é possível confirmar que o texto será útil para a 
pesquisa. Uma leitura rápida garante que o tema das tecnologias 
aparece constantemente, com definições, exemplos etc. Nesta 
fase, devemos garimpar o que temos em mãos. 
Uma vez verificada a relevância do trabalho, chegamos 
à decisão de ler o texto de maneira mais minuciosa. É quando 
passamos para o próximo estágio. Vamos lá! 
Leitura interpretativa
Neste estágio, o pesquisador observa e relaciona o que 
está escrito no texto com aquilo que busca solucionar. Também 
compara o posicionamento do autor de acordo com teorias de 
outros pesquisadores, localizando-o em determinada escola de 
pensamento.
Trata-se de uma leitura mais atenta, em que podemos 
destacar os trechos que servirão para corroborar, por exemplo, 
a opinião do estudante em seu trabalho ou auxiliar no estudo de 
determinado assunto. Nesse sentido, se o aluno está pensando 
em comentar sobre o uso dos aplicativos de smartphones como 
uma nova tecnologia que auxiliará o EaD, nesse artigo poderá 
utilizar os seguintes trechos:
O desenvolvimento recente de tecnologias 
móveis, como smartphones e tablets, vem 
permitindo o uso de informações fornecidas e 
compartilhadas por aplicativos (Oliveira Filho, 
2012) e se tornando cada vez mais popular 
como nova forma de acesso à informação e 
29INTRODUÇÃO À EAD
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ao ensino/aprendizado, pois são dinâmicos 
e contam com a vantagem da mobilidade 
– tecnologia acessível em qualquer local 
(Queiroz et al, 2014) e que demanda menor 
investimento em infraestrutura. Para acessar 
um AVA é necessário o uso de um computador, 
enquanto que no conceito do Mobile Learning 
(Aprendizado Móvel), qualquer dispositivo 
com acesso a rede sem fio (wireless) é uma 
ferramenta de estudo. (Mendes; Zaquino; 
Ezequiel, 2018, p. 8)
O uso de aplicativos na Educação a Distância 
pode promover o ensino e auxiliar o aluno na 
construção e socialização do saber (Queiroz 
et al, 2014), sendo que as redes sociais têm 
ganhado destaque como a primeira ou mais 
recorrente forma de interação da maior parte 
das pessoas (Oliveira Filho, 2012). Chats e 
fóruns e/ou redes com estrutura semelhante 
ao LinkedIn, pautadas na interatividade 
(Bissolotti; Nogueira; Pereira, 2014), trazem 
como conceito o Flipped Classroom. A 
ideia surgiu nas escolas do ensino médio 
americanas, com Jonathan Bergman e Aaron 
Sams, para atender a alunos que precisavam 
se ausentar e, quando regressavam, discutiam 
dúvidas e davam contribuições em momentos 
de reflexão. A iniciativa se estendeu a todos 
os alunos, sendo conhecida como blended 
learning: inversão lógica das aulas – os alunos 
decidem o conteúdo teórico das disciplinas, 
apresentam conceitos, autores e diferentes 
proposições a respeito do tema de estudo 
(Schneider et al, 2013), com apoio do 
professor, que funciona como um facilitador 
30 INTRODUÇÃO À EAD
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para o processo de aprendizagem. (Mendes; 
Zaquino; EzequieL, 2018, p. 9)
Com a leitura interpretativa, o aluno já está munido das 
informações de que precisava para continuar seu trabalho. Na 
próxima etapa, fará uma leitura que lhe permitirá criticar as ideias 
apresentadas pelo autor no que se refere ao tema estudado.
Leitura crítica
Por fim, o aluno chega à etapa mais complexa dos estágios 
da leitura, em que é capaz de refletir sobre o texto e fazer juízo 
de valor. Nesse momento, o leitor procura trechos com os quais 
concorde ou discorde, se for o caso. Em seu trabalho, poderá 
utilizá-los para enriquecer sua linha de raciocínio.
Suponha que o aluno seja contra o uso de jogos na EaD. 
Pela experiência adquirida pesquisando esses recursos, acredita 
que os jogos educativos são ferramentas não tão atrativas como 
os jogos comuns. Ao encontrar o seguinte trecho no artigo, poderá 
fazer uso dele para discordar:
A massificação de conteúdo tem sido uma 
das preocupações ao se introduzir elementos 
computacionais e da web no ensino/
aprendizado. Seu efeito potencializador na 
construção do conhecimento, interpretação 
e compreensão de contextos e na formação 
do senso crítico e reflexivo, têm levado a 
trabalhar a EaD numa lógica de jogos. Alves 
(apud Oliveira Filho, 2012) esclarece que o 
papel e a responsabilidade da escola é atentar 
para as necessidades e demandas modernas. 
Os jogos como ferramentas de aprendizagem 
são lúdicos, excitantes e transformam o 
esforço em algo que traz satisfação (Oliveira 
31INTRODUÇÃO À EAD
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Filho, 2012). Neste contexto, a gamificação 
(gamification) tem sido incorporada à 
dinâmica e às formas de EaD, com elementos, 
mecanismos e técnicas (Navarro, 2013) para 
reduzir a baixa autoestima, o desestímulo 
nos espaços de interação grupal (Queiroz et 
al, 2014) e trabalhar a motivação síncrona 
para maior sinergia (Farias, 2013). Por tornar 
as atividades menos cansativas, engajar as 
pessoas para resolver problemas e encorajar a 
aprendizagem (Kapp, 2012), estimular a traçar 
e conquistar metas, e obter feedback de seu 
resultado (Navarro, 2013), tem sido benéfico 
na Educação a ação de aprender com o jogo 
para desenvolver várias dimensões humanas 
(Oliveira Filho, 2012).
Percebeu como este último estágio da leitura é bem mais 
complexo? O leitor, além de decodificar, selecionar e interpretar, 
agora é capaz de avaliar o texto, de se posicionar contra, caso seja 
pertinente ao seu trabalho. Nesse momento, o leitor já é capaz 
de transformar-se em autor, pois além de ler, está produzindo 
conteúdo com base no seu conhecimento adquirido.
Ao ler os próximos textos, faça o teste. Escolha um texto 
para fazer uma leitura passando pelos seus quatro níveis e depois 
comente sua experiência com seus colegas.
32 INTRODUÇÃO À EAD
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RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Entendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza 
de que você realmente entendeu o tema de 
estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que 
vimos. Você deve ter aprendido como utilizar 
os quatro estágios de leitura nos seus estudos, 
compreendendo a importância de cada etapa para 
a otimização do seu aprendizado.Você conheceu 
um exemplo de como aplicar os diferentes níveis 
ao estudar sobre um tema específico e pode 
associar essa aplicação a qualquer outro conteúdo 
de seu interesse. Isso possibilitará que você 
selecione melhor os textos relevantes para a sua 
aprendizagem, evitando desperdiçar tempo com 
outros temas, e propiciará uma leitura crítica, que 
leve em consideração não só o que foi lido, mas 
mobilize os seus conhecimentos prévios em prol 
de uma visão crítica sobre o tema em pauta. 
33INTRODUÇÃO À EAD
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Análise de textos 
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você compreenderá 
o que é a análise textual e como realiza-la. Com 
isso, você será capaz de analisar diferentes textos 
e aprofundar os seus estudos, de modo que, a 
partir de uma leitura mais significativa, tenha 
um bom desempenho durante sua trajetória 
acadêmica. E então? Motivado para desenvolver 
esta competência? Então vamos lá. Avante!
Análise 
O ato de ler, como já discutimos, é uma atividade muito 
maior do que apenas decodificar os símbolos e juntar as palavras. 
Se analisarmos a origem da palavra texto, veremos que vem 
do latim, textum, cujo significado é “tecido”. Nesse sentido, o 
texto como conhecemos hoje nada mais é do que a costura de 
enunciados linguísticos. Não se trata apenas de um amontoado 
de palavras e frases soltas, sem conexão entre elas, assim como 
um amontoado de fios não faz um tecido, é preciso que eles sejam 
costurados. Assim, também é complexa a atividade de ler, pois 
exige o reconhecimento de todos esses mecanismos textuais.
Você já estudou como realizar a compreensão do texto em 
uma abordagem centrada em seus estágios. Neste capítulo, vamos 
conhecer outra perspectiva do ato de ler: a análise de textos. Essa 
abordagem é muito comum em manuais de metodologia científica 
e foca nos textos que os alunos vão encontrar na sua vida escolar 
e acadêmica, observando, além do conteúdo, a estrutura textual. 
A análise dos textos tem como objetivo preparar o aluno para a 
leitura crítica, de modo que consiga produzir conteúdos com base 
no que foi aprendido.
34 INTRODUÇÃO À EAD
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Lakatos e Marconi (2019, p. 14) explicam: 
Analisar significa estudar, decompor, dissecar, 
dividir, interpretar. A análise de texto refere-se 
ao processo de conhecimento de determinada 
realidade e implica o exame dos elementos; 
portanto, implica decompor um todo em suas 
partes, a fim de: (a) poder efetuar um estudo 
mais completo, encontrando o elemento-
chave do autor; (b) determinar as relações 
que prevalecem nas partes constitutivas, 
compreendendo a maneira pela qual estão 
organizadas; (c) estruturar as ideias de 
maneira hierárquica.
Logo, a análise pode, segundo as mesmas autoras (2019), 
ser dividida em três partes: 
 • Análise dos elementos – levantamento dos elementos 
básicos do texto com o objetivo de compreendê-lo.
 • Análise das relações – identificação das principais 
relações e conexões entre os elementos que constituem 
o texto.
 • Análise da estrutura – verificação das partes que 
compõem o todo para entender as relações existentes 
entre elas.
Podemos classificar a análise de texto em: textual, temática, 
interpretativa. Observe, a seguir, as características de cada uma.
Análise textual
A análise textual tem por finalidade aproximar o leitor 
do texto. É a primeira leitura, de modo a identificar as suas 
noções gerais. É o momento de ler o texto do início ao fim, sem 
35INTRODUÇÃO À EAD
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a preocupação de interpretá-lo. Pode-se sublinhar as palavras 
desconhecidas para voltar nelas depois. Essa é a hora de identificar 
o tema principal.
Análise temática
Na etapa seguinte, a da análise temática, o leitor 
compreende melhor o texto, distingue as ideias principais e 
secundárias e a relação entre elas. É o momento de esquematizar 
a linha de raciocínio do autor e fazer anotações no texto. 
Deve-se observar a estrutura do texto, suas partes 
(introdução, desenvolvimento e conclusão), a argumentação 
utilizada pelo autor, entre outros aspectos importantes para um 
entendimento total do que foi lido.
O leitor, neste momento, apreende o texto. Observe que 
ainda não é o momento de discuti-lo, mas sim de compreendê-lo 
profundamente para, a partir daí, ir para a próxima etapa.
Imagem 1.4 – Análise temática é o momento de esquematizar a linha de raciocínio do autor
Fonte: Freepik
36 INTRODUÇÃO À EAD
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Análise interpretativa e crítica
Na análise interpretativa, o leitor é capaz de associar o 
pensamento do autor com o que já conhece sobre o assunto. Isso 
lhe permite fazer uma crítica do texto, observar se é coerente, se 
os argumentos são válidos e pertinentes, se há originalidade nas 
ideias.
É o momento de avaliar o texto, relacioná-lo com outros 
sobre o mesmo tema – caso o aluno já tenha lido bastante sobre o 
assunto, será capaz, inclusive, de inserir o texto em determinada 
escola de pensamento ou corrente filosófica, por exemplo. 
Também é preciso ler o que está nas entrelinhas, identificar não 
só o que está explícito, mas o que está subentendido.
SAIBA MAIS
Vamos praticar e aprender? Escolha um texto 
e tente diferenciar as informações explícitas e 
implícitas (também chamadas de “pressupostos”). 
Destaque essas informações e reflita sobre quais 
são os conhecimentos prévios sobre o assunto que 
você já possuía e o que aprendeu de novo.
Nesse momento de análise, o leitor finalmente adota uma 
posição pessoal sobre aquilo que leu e pode elaborar seu próprio 
texto crítico.
Lakatos e Marconi (2019, p. 14) propõem um esquema 
para diferenciar os três tipos de análise:
Análise textual:
– Leitura rápida de todo texto para obter 
uma visão global, assinalando palavras 
desconhecidas e dúvidas.
– Encontrar o significado das palavras e dirimir 
dúvidas.
37INTRODUÇÃO À EAD
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– Formar um esquema, visando à estrutura 
redacional.
Análise temática:
– Releitura para apreender o conteúdo.
– Nova leitura para separar ideias centrais das 
secundárias.
– Verificar a correlação entre elas, seu modo 
e forma.
– Procurar respostas para as questões: sobre 
o que versa este texto? O que influi para lhe 
dar uma unidade global?
– Reconhecer o processo de raciocínio do 
autor.
– Redigir um esquema que revele o 
pensamento lógico do autor.
Análise interpretativa e crítica:
– Correlacionar as ideias do autor com outras 
sobre o mesmo tema.
– Realizar uma crítica fundamentada em 
argumentos válidos, lógicos e convincentes.
– Fazer um resumo para discussão.
Como você pode notar, as etapas de leitura de um texto se 
parecem muito e você pode decidir qual delas vai seguir durante 
seus anos de estudo – quem sabe testar essas e outras. Não há 
problema, pois todos esses processos de leitura têm o objetivo 
em comum de possibilitar uma leitura crítica sobre qualquer 
assunto, de modo que o leitor também seja capaz de produzir 
conhecimento sobre o que foi lido.
38 INTRODUÇÃO À EAD
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SAIBA MAIS
Que tal se aprofundar mais nesse assunto? Leia o 
artigo “Estratégias de leitura, análise e interpretação 
de textos na universidade: da decodificação à 
leitura crítica”, de Urbano Cavalcante Filho (2011). 
Acesse abaixo.
Uma nota sobre a leitura na 
educação a distância
O aluno da Educação a Distância estará em constante 
contato com os mais diversos tipos de texto: o material 
didático, elaborado em linguagem dialógica, às vezes até 
mesmo redundante, para que a compreensão seja garantida; os 
enunciados das atividades, que procuram explicar de maneira 
detalhada o que deve ser feito, sem espaço para dúvidas; as 
postagens no fórum de discussão, escritas pelos colegas de curso, 
que podem trazer uma linguagem menos formal; as orientações 
de tutores e professores; os avisos da coordenação de curso; o 
manual de utilização do ambiente virtual de aprendizagem e o 
manual de formatação de trabalhos acadêmicos, dentre outros.
Espera-se que o aluno consiga apreender o que é oferecido 
a elee também que seja capaz de pesquisar em outras fontes a 
fim de aumentar seu conhecimento. 
Então, aproveite a oportunidade para fazer uma 
autoavaliação de como está sua leitura. Um checklist simples pode 
ajudá-lo. Ao final de cada unidade, responda:
http://www.filologia.org.br/xv_cnlf/tomo_2/144.pdf
39INTRODUÇÃO À EAD
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Quadro 1.3 - Checklist de aproveitamento da unidade
Checklist – Aproveitamento da unidade
 Consegui realizar a leitura dos textos-base de forma eficiente.
 Acessei o material complementar indicado na unidade (Saiba Mais, Acesse etc.).
 Procurei me aprofundar nos conteúdos buscando outros materiais que não 
estavam indicados (outros textos, vídeos, podcasts).
 Realizei os exercícios com atenção e comprometimento.
 Fiz anotações ou um resumo do conteúdo da unidade.
Fonte: Elaborado pela autoria (2023)
Todas essas ações vão ajudar na retenção do conteúdo e, 
consequentemente, o tornarão mais qualificado para desenvolver 
a sua profissão no futuro..
RESUMINDO
e então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Você deve ter compreendido o que é a análise 
textual e as suas diferentes etapas, ou seja, a 
análise textual, a análise temática e a análise 
interpretativa e crítica. Logo, você aprendeu a 
analisar textos sob outra perspectiva, diferente 
da abordada nos capítulos anteriores. Com isso, 
você conheceu uma nova abordagem de leitura e 
interpretação para aplicar aos seus estudos. Além 
disso, você conheceu estratégias de mensurar 
o aproveitamento de cada unidade estudada, 
com um checklist de como aproveitar ao máximo 
os conteúdos, indo além do que é indicado nas 
disciplinas e gerenciando sua autoaprendizagem.
40 INTRODUÇÃO À EAD
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Elaboração de sínteses
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você conhecerá o que 
é e para que serve uma síntese. Você também 
será capaz de elaborar sínteses de diferentes 
textos, de modo a auxiliar na retenção dos 
conteúdos estudados. Além disso, você conhecerá 
as diferentes etapas de elaboração de um 
resumo. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
Retenção e capacidade de síntese
Até aqui, você conheceu diferentes aspectos relacionados 
à leitura, seus estágios e como proceder em cada etapa. Porém, 
um questionamento pode ser feito: passar por esses estágios 
garante a retenção do conteúdo? 
A retenção do conteúdo diz respeito à efetiva compreensão 
daquilo que foi lido, com o objetivo de aplicar esse conhecimento 
à realidade. É preciso dizer, também, que reter o conteúdo não é 
a mesma coisa que decorá-lo.
REFLITA
Lembra de seus tempos de escola, quando tentava 
decorar o conteúdo e, na hora da prova, dava 
aquele branco? Ou ainda, quando você conseguia 
decorar o conteúdo para a prova, mas depois dela 
esquecia tudo? Você lembra algumas fórmulas 
matemáticas que utilizava na escola, mas que hoje 
não sabe nem para que servem? E as músicas que 
os professores ensinavam para decorar alguns 
conceitos de diferentes disciplinas, como as 
funções das partes da célula?
 Para alcançar a retenção existem técnicas, tais como: 
recitar o texto; copiar partes dele; utilizar sinais gráficos, como 
41INTRODUÇÃO À EAD
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setas, marcação de cores, grifos para destacar as partes mais 
importantes; associação de ideias; leitura dinâmica; entre outros. 
Uma busca na internet resultará em vários textos sobre essas 
técnicas. Mas, cuidado! Nem tudo é comprovado cientificamente. 
Escolhemos uma dentre essas técnicas, considerada 
efetiva para a retenção de conteúdos e muito utilizada no contexto 
científico: a elaboração de síntese ou resumo.
Resumir significa abreviar, sintetizar, condensar, reduzir, 
restringir. Na prática, você certamente já leu um resumo sobre um 
filme ou livro, por exemplo, pois isso faz parte do nosso dia a dia.
No contexto acadêmico, procuramos resumos de artigos 
ou livros que possam auxiliar em nossos estudos. O resumo 
acadêmico é, inclusive, um gênero científico, pois é por meio 
dele que os estudantes podem ter rápido acesso aos temas para 
verificar se o artigo é relevante para seu trabalho ou, ainda, para a 
submissão de trabalhos em eventos científicos.
O objetivo do resumo é fazer uma redução do texto 
original, mantendo as ideias principais do texto e descartando o 
que é secundário. Segundo Fiorin e Savioli (2007, p. 420), 
o resumo é uma condensação fiel das ideias ou 
dos fatos contidos no texto. Resumir um texto 
significa reduzi-lo ao seu esqueleto essencial 
sem perder de vista três elementos: cada uma 
das partes essenciais do texto; a progressão 
em que elas se sucedem; a correlação que o 
texto estabelece em cada uma dessas partes. 
Na opinião dos autores, “quem resume deve exprimir, 
em estilo objetivo, os elementos essenciais do texto. Por isso não 
cabem, em um resumo, comentários ou julgamentos ao que está 
sendo condensado” (Fiorin; Savioli, 2007, p. 420).
42 INTRODUÇÃO À EAD
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Imagem 1.5 – O resumo é a condensação fiel das ideias do texto
Fonte: Freepik
Mas resumir não significa recortar partes do texto original 
e reproduzi-las ipsis litteris no seu novo texto. Fiorin e Savioli (2007, 
p. 420) lembram que “a colagem de fragmentos do texto original 
não é um resumo. Resumir é apresentar com as próprias palavras 
os pontos relevantes de um texto”.
Sendo assim, o resumo será um novo texto, escrito com as 
suas próprias palavras, com base em um texto que serve de fonte.
Etapas de elaboração de um resumo
Segundo Cereja e Cochar (2009, p. 55):
para produzir um resumo, é necessário 
trabalhar com um processo mental chamado 
sumarização. Esse processo consiste em 
eliminar informações secundárias, que são 
aquelas que explicam, exemplificam ou 
reforçam informações já dadas. 
43INTRODUÇÃO À EAD
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Os autores indicam que “é necessário utilizar conectivos 
ou elementos de coesão” para “amarrar” o texto. É importante 
lembrar que o texto do resumo deverá fazer sentido para quem 
não leu o texto original.
Imagem 1.6 – O texto do resumo deve ser redigido com as próprias palavras de quem o 
escreve
Fonte: Freepik
O grau de dificuldade para resumir um texto, segundo 
Fiorin e Savioli (2007), vai depender da complexidade do texto a ser 
resumido (dependendo do quão elaborado ele é) e da competência 
do leitor (do entendimento que ele teve sobre o texto). Observe, 
com atenção, as etapas indicadas pelos autores para elaborar um 
bom resumo:
1. Ler o texto ininterruptamente, do começo 
ao fim. Já vimos que um texto não é um 
aglomerado de frases: sem ter noção do 
conjunto, é mais difícil entender o significado 
preciso de cada uma das partes. Essa primeira 
leitura deve ser feita com a preocupação 
de responder genericamente à seguinte 
pergunta: do que trata o texto?
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2. Uma segunda leitura é sempre necessária. 
Mas esta, com interrupções, com o lápis na 
mão, para compreender melhor o significado 
de palavras difíceis (se preciso, recorra ao 
dicionário) e para captar o sentido de frases 
mais complexas (longas, com inversões, com 
elementos ocultos). Nessa leitura, deve-se ter 
a preocupação, sobretudo, de compreender 
bem o sentido das palavras relacionais, 
responsáveis pelo estabelecimento das 
conexões (assim, isto, isso, aquilo, aqui, lá, daí, 
seu, sua, ele, ela etc.).
3. Num terceiro momento, tentar fazer 
uma segmentação do texto em blocos de 
ideias que tenham alguma unidade de 
significação. Ao resumir um texto pequeno, 
pode-se adotar como primeiro critério de 
segmentação a divisão em parágrafos. Pode 
ser que se encontre uma segmentação 
mais ajustada que a dos parágrafos, mas 
como início de trabalho, o parágrafo pode 
ser um bom indicador. Quando se trata de 
um texto maior (o capítulo de um livro, por 
exemplo), é conveniente adotar um critério 
de segmentaçãomais funcional, o que vai 
depender de cada texto (as oposições entre 
os personagens, as oposições de espaço, de 
tempo). Em seguida, com palavras abstratas e 
mais abrangentes, tenta-se resumir a ideia ou 
as ideias centrais de cada fragmento.
4. Dar a redação final com suas palavras, 
procurando não só condensar os segmentos, 
mas encadeá-lo na progressão em que se 
sucedem no texto e estabelecer as relações 
entre eles. (Fiorin; Savioli, 2007, p. 421)
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O resumo acadêmico vem sucedido por palavras-chave 
que ajudam os leitores na busca por temas que lhes interessem. 
Leia, como exemplo, o resumo do artigo “Leitura e EaD: diferentes 
suportes, diferentes modos de ler”, de Quadros e Dias (2017, p. 1):
Os modos de ler vêm se transformando no 
decorrer da história nas diferentes sociedades. 
Isso porque há mudanças no contexto, nas 
necessidades do ser humano, nos objetivos 
da leitura, nos suportes, na sociedade. 
O fato é que, ainda que haja profundas 
transformações nos suportes de leitura e nos 
modos de ler, o ser humano sempre leu algo 
e, para tanto, necessitou de determinadas 
habilidades leitoras. Isso porque a leitura 
é uma necessidade. Frente ao universo 
digital, encontra-se a realidade do estudante 
do ensino a distância. E como espaço de 
formação de leitores inserido na sociedade, a 
EaD também apresenta desafios nos modos 
de ler. O estudante dessa modalidade precisa 
ler textos, ícones, hipertextos, hiperlinks e 
demais itens que compõem o ambiente virtual 
de aprendizagem disponíveis no computador, 
tablet, celular, e estes são os suportes de 
leitura. Cabe destacar que os leitores dessa 
modalidade de ensino, também necessitam 
de habilidades leitoras para ser leitores 
eficientes. Frente a essa reflexão, o presente 
artigo tem como objetivo tecer olhares sobre 
o contexto atual da leitura e o modo de ler do 
estudante da modalidade ensino a distância, 
visto que, este tem acesso a um ambiente 
virtual de aprendizagem. O estudante da EaD 
tem, enquanto leitor, o desafio de ler em um 
suporte digital, que proporciona a navegação 
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por hipertextos, hiperlinks e hipermídias, 
bem como uma experiência de leitura que 
traz o entrelace entre a palavra, a imagem e 
o som. Esse aluno, para ter acesso pleno à 
leitura em suporte virtual, deverá desenvolver 
certas habilidades leitoras, conforme afirmam 
teóricos como Manguel, Santaella, Murray, 
Coscarelli e Marcuschi. E é sobre o contexto da 
educação a distância, a relação entre leitura e 
os estudantes de EaD e habilidades leitoras 
que versará o presente artigo. Palavras-chave: 
Leitura. Educação a Distância. Habilidades 
leitoras.
Se o pesquisador estiver estudando a importância da leitura 
para os alunos de EaD, este artigo certamente será relevante para 
o seu trabalho.
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza 
de que você realmente entendeu o tema de 
estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que 
vimos. Você deve ter compreendido o que é um 
resumo e as suas diferentes etapas de elaboração. 
Além disso, você compreendeu que o resumo é 
constituído de um texto em suas próprias palavras, 
que deve abarcar o texto-base em sua completude, 
o que implica na leitura integral. O resumo indicará 
o seu nível de compreensão resultante da leitura, 
ou seja, é uma excelente estratégia de fixar o 
conteúdo estudado, que pode ser consultado 
posteriormente. Por fim, você aprendeu o que é 
retenção de conteúdo e conheceu uma das técnicas 
mais utilizadas para para tal, ou seja, elaborar um 
resumo. Bons estudos!
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	Reconhecimento ou pré-leitura 
	Leitura seletiva
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	Análise textual
	Análise temática
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	Elaboração de sínteses
	Retenção e capacidade de síntese
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