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Das Normas Especiais de Tutela do Trabalho (Das Disposições Especiais sobre Duração e Condições de Trabalho; Da Nacionalização do Trabalho). Apresentação Nesta Unidade de Aprendizagem, estudaremos as Normas Especiais de Tutela do Trabalho. Alguns contratos de trabalho, por seu caráter específico, requer um estudo independente, enfocando as características de algumas profissões. A Consolidação das Leis do Trabalho regula esta matéria no título III. Lado outro, o tema da Nacionalização do Trabalho tem gerado grandes debates após a promulgação da Constituição Federal de 1988, pois esta dispõe, em seu artigo 5o, caput, que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade." Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Distinguir a jornada de trabalho do bancário de seis e oito horas.• Indicar a jornada de um motorista profissional empregado.• Apontar o limite máximo de trabalho contínuo (sem descanso) do empregado nos frigoríficos.• Desafio Maria das Dores e José da Silva trabalham no Banco YZ S/A. Maria, na função de caixa executiva, cumpre jornada de oito horas diárias, recebendo gratificação de função de 1/3 sobre seu salário. José da Silva é o chefe de Maria das Dores. Ele tem mais cinco funcionários sob seu comando e também cumpre jornada de oito horas diárias, mas, regularmente, labora por mais 20 minutos diariamente. João recebe gratificação de função de 1/3 de seu salário. Leia a seguir alguns artigos da CLT relacionados ao assunto em análise: Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo: [...] II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial. Art. 224. A duração normal do trabalho dos empregados em bancos, casas bancárias e Caixa Econômica Federal será de 6 (seis) horas contínuas nos dias úteis, com exceção dos sábados, perfazendo um total de 30 (trinta) horas de trabalho por semana. §1o A duração normal do trabalho estabelecida neste artigo ficará compreendida entre 7 (sete) e 22 (vinte e duas) horas, assegurando-se ao empregado, no horário diário, um intervalo de 15 (quinze) minutos para alimentação. §2o As disposições deste artigo não se aplicam aos que exercem funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes, ou que desempenhem outros cargos de confiança, desde que o valor da gratificação não seja inferior a 1/3 (um terço) do salário do cargo efetivo. Art. 225. A duração normal de trabalho dos bancários poderá ser excepcionalmente prorrogada até 8 (oito) horas diárias, não excedendo de 40 (quarenta) horas semanais, observados os preceitos gerais sobre a duração do trabalho. Art. 226. O regime especial de 6 (seis) horas de trabalho também se aplica aos empregados de portaria e de limpeza, tais como porteiros, telefonistas de mesa, contínuos e serventes, empregados em bancos e casas bancárias. Parágrafo único. A direção de cada banco organizará a escala de serviço do estabelecimento de maneira a haver empregados do quadro da portaria em função, meia hora antes e até meia hora após o encerramento dos trabalhos, respeitado o limite de 6 (seis) horas diárias. Leia também a Súmula 102 do Egrégio Tribunal Superior do Trabalho: BANCÁRIO. CARGO DE CONFIANÇA (mantida) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 I - A configuração, ou não, do exercício da função de confiança a que se refere o art. 224, §2o, da CLT, dependente da prova das reais atribuições do empregado, é insuscetível de exame mediante recurso de revista ou de embargos. II - O bancário que exerce a função a que se refere o §2o do art. 224 da CLT e recebe gratificação não inferior a um terço de seu salário já tem remuneradas as duas horas extraordinárias excedentes de seis. III - Ao bancário exercente de cargo de confiança previsto no artigo 224, §2o, da CLT são devidas as 7a e 8a horas, como extras, no período em que se verificar o pagamento a menor da gratificação de 1/3. IV - O bancário sujeito à regra do art. 224, §2o, da CLT cumpre jornada de trabalho de 8 (oito) horas, sendo extraordinárias as trabalhadas além da oitava. V - O advogado empregado de banco, pelo simples exercício da advocacia, não exerce cargo de confiança, não se enquadrando, portanto, na hipótese do §2o do art. 224 da CLT. VI - O caixa bancário, ainda que caixa executivo, não exerce cargo de confiança. Se perceber gratificação igual ou superior a um terço do salário do posto efetivo, essa remunera apenas a maior responsabilidade do cargo e não as duas horas extraordinárias além da sexta. VII - O bancário exercente de função de confiança, que percebe a gratificação não inferior ao terço legal, ainda que norma coletiva contemple percentual superior, não tem direito às sétima e oitava horas como extras, mas tão somente às diferenças de gratificação de função, se postuladas. Para resolver este desafio, analise o texto acima em confronto com a legislação indicada e responda: 1. Qual a correta jornada diária de Maria das Dores? Justifique sua resposta. 2. Qual a correta jornada diária de José da Silva? Justifique sua resposta. 3. Qual a jornada semanal de Maria e de José? Justifique sua resposta. Infográfico Você sabia que a duração da jornada para os trabalhadores em minas no solo é de seis horas diárias ou trinta e seis semanais? Veja o infográfico a seguir para saber mais sobre a jornada de trabalho do empregado em minas de subsolo. Conteúdo do livro Vários contratos de trabalho, em decorrência de suas particularidades e em confronto com os contratos de outras profissões, requerem características especiais, destacando regras que norteiam a variabilidade das condições pessoais e funcionais dos empregados. Para saber mais sobre a nacionalização do trabalho, leia com atenção o texto retirado da apostila Direito do Trabalho e Legislação Social, de Ione de Faria Belo. Boa leitura. Direito do Trabalho e Legislação Social Ione de Faria Belo BELO, Ione de Faria. Direito do Trabalho e Legislação Social. 1ª ed. – Cursos de graduação. 197 p. Bibliografia 1. Direito 2. Direito do Trabalho 3. Título. Todos os direitos em relação ao design deste material didático são reservados à SAGAH. Todos os direitos quanto ao conteúdo deste material didático são reservados ao autor. Todos os direitos de Copyright deste material didático são reservados à SAGAH. Direito do Trabalho e Legislação Social UNIDADE 2 Das Normas Especiais de Tutela do Trabalho Introdução Determinados contratos de trabalho por seu caráter especial requer um estudo separado, enfocando as peculiaridades de uma ou doutra profissão. O título III, da Consolidação trabalhista regula a matéria em epígrafe, destaca regras que norteiam a variabilidade das condições pessoais e funcionais de determinados tipos de empregados. Com a finalidade de ressaltar as particularidades da execução de seus serviços em confronto aos demais trabalhadores. A título de exemplo podemos citar: o bancário; os empregados de telefonia, telegrafia submarina e subfluvial, radiotelegrafia e radiotelefonia; operadores cinemato- gráficos etc. Considerando, também, aspectos de ordem pessoal de determi- nados trabalhadores, tais como: mulher, menor etc. MÓDULO 03 Das disposições especiais sobre duração e condições de trabalho Dos bancários Embora o primeiro sindicato dos bancários tenha sido criado em 1923, a primeira greve de bancários da história, foi deflagrada em l8/04/1932 na cidade de Santos. Eram os funcionários do Banespa que reivindicavam melhorias salariais e das condições sanitárias – havia grande incidência de tuberculose à época. Essa greve foi vitoriosa; entretanto,a conquista que marcou a década de 30 foi a redução da jornada de trabalho para seis horas, em novembro de 1933. Surgindo aí as normas especiais para os bancários. O bancário possui jornada de seis horas diárias, com exceção dos sábados, perfazendo um total de trinta horas semanais, assegurado um intervalo de quinze minutos para alimentação. Contudo, aos bancários que exercem a função de direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes ou que desempenhem outros cargos de confiança e recebam gratificação de função com valor não inferior a um terço do salário do cargo efetivo não estão inseridos no horário de seis horas, estes UNIDADE 2 possuem jornada de quarenta horas semanais de segunda a sexta. O sábado é considerado dia útil não trabalhado para o bancário. Excepcionalmente a duração normal do trabalho bancário poderá ser prorrogada até oito horas diárias, não excedendo quarenta horas semanais. Para os ocupantes de cargo de gerencia, chefia etc. que percebem a gratificação de função será considerada extra aquelas que ultrapassar a jornada de oito horas. Empregados nos serviços de telefonia, telegrafia submarina e subfluvial, radiotelegrafia e radiotelefonia As empresas que exploram serviços de telefonia, telegrafia submarina ou subfluvial, radiotelegrafia ou radiotelefonia a lei prevê a duração máxima de seis horas contínuas de trabalho (Art. 227, da CLT). Dispõe ainda referido artigo, que em caso de necessidade indeclinável o operador for obrigado a permanecer em serviço além das seis horas fixadas, trabalhar aos domingos ou feriados civis e religiosos receberá a hora extraordinária com acréscimo de cinquenta por cento sobre a hora normal se a convenção coletiva da categoria não dispuser diferente. Valendo chamar a atenção que a lei prevê seis horas de trabalho contínuo. Assim, caso uma telefonista intermediar outros afazeres, tal arquivo, atendimento ao público etc. deixará de existir a limitação de horário. Para os operadores de telegrafia, radiotelegrafia ou radiotelefonia não poderão trabalhar ininterruptamente na transmissão manual ou na recepção visual, auditiva, com escrita manual ou datilográfica se a velocidade for superior a vinte e cinco palavras por minuto. O artigo 229, da Consolidação Trabalhista dispõe que os empregados sujeitos ao horário variável terão a duração máxima de sete horas diárias e dezessete horas de folga, deduzindo vinte minutos de descanso quando verificar um esforço contínuo de mais de três horas. A Lei prevê, ainda, que os operadores de radiotelegrafia embarcados em navios ou aeronaves não estão amparados por essas disposições, haja vista estarem amparados por legislação especial de trabalho prevista na Convenção Radiotelegráfica internacional de Washington. Determina, ainda, que as empresas deverão organizar as turmas de empregados que exerçam a mesma função, de maneira que prevaleça o revezamento. Dos operadores cinematográficos O serviço de operador e auxiliar Direito do Trabalho e Legislação Social UNIDADE 2 cinematográfico é bastante penoso, haja vista ora trabalha no claro, ora no escuro, ora em sala fechada etc. Assim, o legislador previu uma jornada total de seis horas, sendo cinco horas consecu- tivas de trabalho na cabine e uma hora para limpeza, lubrificação dos aparelhos de projeção ou revisão de filmes. Será considerada extra a que exceder a sexta hora. Nos estabelecimentos de funcionamento noturno, será facultado ao operador e ao auxiliar, mediante acordo ou convenção coletiva do trabalho, executar trabalho diurnamente até três vezes por semana e entre as sessões diurnas e noturnas haja intervalo de no mínimo uma hora. A duração cumulativa não poderá exceder dez horas e entre duas jornadas haverá um intervalo mínimo de doze horas para descanso. Do serviço do motorista pro issional A Lei 13.103\15 alterou alguns dispositivos da seção IV-A da Consolidação trabalhista para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do motorista profissional empregado. Reflexo da nova legislação, o artigo 235 – A da CLT indica inicialmente que a seção aplica-se aos motoristas de transporte rodoviário coletivo de passageiros e de carga São deveres do motorista profissional. Tal categoria possui uma série de deveres expressamente mencionados no Art. 235-B: da CLT): • I - estar atento às condições de segurança do veículo; • II - conduzir o veículo com perícia, prudência, zelo e com observância aos princípios de direção defensiva; • III - respeitar a legislação de trânsito e, em especial, as normas relativas ao tempo de direção e de descanso; • IV - zelar pela carga transportada e pelo veículo; • V - colocar-se à disposição dos órgãos públicos de fiscalização na via pública; VI - (VETADO); • VII - submeter-se a exames toxicológicos com janela de detecção UNIDADE 2 mínima de 90 (noventa) dias e a programa de controle de uso de droga e de bebida alcoólica, instituído pelo empregador, com sua ampla ciência, pelo menos uma vez a cada 2 (dois) anos e 6 (seis) meses, podendo ser utilizado para esse fim o exame obrigatório previsto na Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, desde que realizado nos últimos 60 (sessenta) dias. A curiosidade aqui é que o motorista está obrigado a submeter-se aos testes toxicológicos, e a a recusa em submeter-se ao teste é considerada justa causa para a dispensa do empregado. No que diz respeito à jornada será de 8 (oito) horas, admitindo-se a sua prorrogação por até 2 (duas) horas extraordinárias ou, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo, por até 4 (quatro) horas extraordinárias. Será considerado como trabalho efetivo o tempo em que o motorista empregado estiver à disposição do empregador, excluídos os intervalos para refeição, repouso e descanso e o tempo de espera. Está previsto que o motorista terá assegurado um intervalo mínimo de 1 (uma) hora para refeição, podendo esse período coincidir com o tempo de parada obrigatória na condução do veículo. Dentro do período de 24 (vinte e quatro) horas, são asseguradas 11 (onze) horas de descanso, sendo facultados o seu fracionamento e a coincidência com os períodos de parada obrigatória na condução do veículo estabelecida pela Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, garantidos o mínimo de 8 (oito) horas ininterruptas no primeiro período e o gozo do remanescente dentro das 16 (dezesseis) horas seguintes ao fim do primeiro período. Em relação às viagens de longa distância, o repouso diário pode ser feito no veículo ou em alojamento do empregador, do contratante do transporte, do embarcador ou do destinatário ou em outro local que ofereça condições adequadas. A CLT ainda regulamenta que nos casos em que o empregador adotar 2 (dois) motoristas trabalhando no mesmo veículo, o tempo de repouso poderá ser feito com o veículo em movimento, assegurado o repouso mínimo de 6 Parágrafo único. A recusa do empregado em submeter-se ao teste ou ao programa de controle de uso de droga e de bebida alcoólica previstos no inciso VII será considerada infração disciplinar, passível de penalização nos termos da lei. transporte público, assim, se a ferrovia for particular a lei não se aplica. Em caso de urgência ou acidentes capazes de colocar em risco ou a regularidade do serviço, as horas extraordinárias excepcionalmente poderá ser elevada a qualquer número de horas, incumbindo a Estrada (empresa) zelar pela saúde, integridade e repouso do empregado, devendo ainda, comunicar a ocorrência ao Ministério do Trabalho no prazo máximo de dez dias da ocorrência do fato. Lado outro, se o funcionário se recusar injustificadamentea realizar o trabalho extraordinário nos casos de acidente ou urgência será considerada falta grave. UNIDADE 2 (seis) horas consecutivas fora do veículo em alojamento externo ou, se na cabine leito, com o veículo estacionado, a cada 72 (setenta e duas) horas. Em se tratando de transporte de passageiros, nos casos em que o empregador adotar 2 (dois) motoristas no curso da mesma viagem, o descanso poderá ser feito com o veículo em movimento, respeitando-se os horários de jornada de trabalho, assegurado, após 72 (setenta e duas) horas, o repouso em alojamento externo ou, se em poltrona correspondente ao serviço de leito, com o veículo estacionado. Do serviço ferroviário Dispõe a Lei 1.652/52 em seus artigos 1º, 2º e 3º, que ferroviários são os empregados de empresas ou cooperativas que explorem carros- restaurantes de composições ferroviárias, empregados de associações constituídas de ferroviários e destinado aos mesmos, tal qual: cooperativas, farmácias etc., carregadores em atividade das estações ou pontos de embarque e desembarque de passageiros das estradas de ferro, aeródromos e portos marítimos ou fluviais. Sendo oportuno lembrar que serviço ferroviário a que se refere a Lei é o Direito do Trabalho e Legislação Social UNIDADE 2 Das equipagens das embarcações da marinha mercante nacional, navegação fluvial e lacustre, tráfego nos portos e da pesca Equipagens é o número de trabalhadores que asseguram o serviço de uma embarcação, navio etc. Dispondo o artigo 248, da CLT que: “entre as horas 0 (zero) e 24 (vinte e quatro) de cada dia civil, o tripulante poderá ser conservado em seu posto durante 8 (oito) horas, quer de modo contínuo, quer de modo intermitente”. Esclarece a Súmula 96 do TST que a permanência do tripulante a bordo do navio, no período de repouso, além da jornada, não importa presunção de que esteja à disposição do empregador ou em regime de prorrogação de horário, circunstâncias que devem resultar provadas, dadas a natureza do serviço. Dos serviços frigoríficos Para os trabalhadores no interior das câmaras frigoríficas e para os que trans-portam mercadorias do ambiente quente para o frio e vice-versa, a cada uma hora quarenta minutos de trabalho contínuo será assegura vinte minutos de descanso, computados como de trabalho efetivo. O artigo. 253 da Consolidação Trabalhista protege particularmente, a saúde do trabalhador em frigoríficos, onde as baixas temperaturas das câmaras frias são conseguidas pela expansão da amônia. Em razão dos inconvenientes da baixa temperatura, umidade, poluição decorrente do gás amoníaco, e o choque de temperatura, a lei garante aos empregados que trabalham em frigorífico e que movimenta mercadorias o descanso de vinte minutos. Do trabalho em minas de subsolo A duração do trabalho para o empregado em minas no subsolo é de seis horas diárias ou trinta e seis horas semanais e, a cada três horas de trabalho consecutivo é obrigatória um descanso de quinze minutos para repouso e será considerado como trabalho efetivo. Isto significa que o empregado pode trabalhar mais de seis horas diariamente, mas, terá que respeitar o limite de trinta e seis horas semanais. Contudo, pode ter a jornada prorrogada para até quarenta e quatro horas semanais mediante acordo coletivo ou convenção coletiva e prévia autori- zação do órgão competente em matéria de segurança e medicina do trabalho, podendo inclusive ser inferior a seis horas diárias em razão das condições de insalu- bridade e métodos de processo adotado. UNIDADE 2 Chama especial atenção para o artigo 294 que adota a teoria da jornada in itinere, ou seja, o tempo despendido pelo empregado da boca da mina ao local de trabalho e vice-versa será comutado para efeito do salário. Cuida, ainda, o diploma Consolidado, para o fornecimento pela empresa exploradora de minas ao trabalhador alimentação adequada à natureza do trabalho, conforme instruções da Secretária de Segurança e Saúde no Trabalho e aprovada pelo Ministério do Trabalho. Assim, a alimentação deverá ser levada até o local de trabalho e não será considerado salário in natura, ou seja, não terá natureza salarial, haja vista ser fornecida em razão do exercício de trabalho em condições especiais. Lado outro, somente será permitido o trabalho de trabalhadores com idade compreendida entre vinte e um e cinquenta anos. Assim, em razão da insalubridade e periculosidade, também, não será permitida o trabalho do aprendiz. Dos jornalistas profissionais O artigo 302, § 1º, da Consolidação Trabalhista preceitua jornalista como aquele trabalhador intelectual cuja função se estende desde a busca de informações até a redação de notícias e artigos e a organização, orientação e direção desse trabalho, e que presta serviços para empresa jornalística. A duração do trabalho do jornalista não poderá exceder de cinco horas, tanto para o trabalho diurno como para o noturno. Poderá ter duração de sete horas mediante acordo escrito em que estipule aumento salarial correspondente ao tempo em excesso. Não se aplicando todavia o limite aos que exerçam funções de redator-chefe, secretário, chefe e subchefe de revisão, chefe de oficina, de ilustração, chefe de portaria e aos que trabalhem unicamente em serviços externos. Dos professores Estabelece as normas de trabalho para os professores de estabelecimentos particulares de ensino, habilitação legal e registro no Ministério da Educação. A Lei 11.738/08, que entrou em vigor em 2013, após julgamento de constitucionalidade pelo STF, determina, em seu artigo 2º, § 4º, que na composição da jornada de trabalho, observar-se-á o limite máximo de 2/3 (dois terços) da carga horária para o desempenho das atividades de interação com alunos. Desta forma, no mínimo 1/3 da jornada de trabalho deve ser destinada às chamadas atividades extraclasse, isto para a educação básica. Direito do Trabalho e Legislação Social UNIDADE 2 Verifica-se do § 1º, do artigo 2º, da Lei 11.738/08 que a jornada de trabalho do docente será de no máximo, 40 (quarenta) horas semanais, respeitando os dois terços para interação com os alunos e um terço para atividade extraclasse. Em se tratando de curso superior a carga horária será de no máximo quarenta horas ou vinte horas semanais. Com dedicação exclusiva ou sem exclusividade (Lei 6.182/74). Dos químicos É o profissional com diploma em cursos da área da Química tanto de nível superior como médio ou os demais habilitados pelos Conselhos Regionais de Química. A CTPS do químico é fornecida pelo Conselho Regional de Química após apresentação de vários documentos, dentre os quais diploma autenticado e se estrangeiro validado no Brasil e conterá além da foto, impressão digital, as seguintes declarações: • O nome por extenso; • A nacionalidade e, se estrangeiro, a circunstância de ser ou não naturalizado; • A data e lugar do nascimento; • A denominação da escola em que houver feito o curso; • A data da expedição do diploma e o número do registro no Ministério do Trabalho, Indústria e Comercio; • A data da revalidação do diploma, se de instituto estrangeiro; • A especificação, inclusive data, de outro título ou títulos de habilitação; • A assinatura do inscrito Da nacionalização do trabalho Existe uma grande polêmica se a Constituição Brasileira de 1988, artigo 5º, derrogou os artigos 352 e 353 da Consolidação Trabalhista, haja vista constar do caput do 5º, da Carta Maior que: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes”. Ora, se todos são iguais perante a lei,não poderia nenhuma lei fazer restrição ao número dos funcionários estrangeiros ou diferenciação entre brasileiros e brasileiros natos. Contudo, a celeuma continua, entendendo alguns, ser este um meio de proteger os brasileiros do desemprego e a entrada de um contingente grande e desordenada de estrangeiros em nosso país. UNIDADE 2 Assim, prevê o artigo 352 da Consolidação Trabalhista que as empresas, individuais ou coletivas, que explorem serviços públicos dados em concessão, ou que exerçam atividades industriais ou comerciais, quando composto de três ou mais empregados seus quadros, a proporção de dois terço de brasileiros, podendo ser fixada proporcionalidade menor, mediante ato do Poder Executivo após apuração do Ministério do Trabalho. Valendo ressaltar, ainda, que a proporcionalidade é obrigatória não só em relação ao quadro de empregados, mas, também em relação à correspondente folha de salários. Assim, o estrangeiro não pode ter salário superior ao do brasileiro, exceto quando a empresa não tiver quadros organizados em carreiras e o brasileiro constar com menos de dois anos de serviços e o estrangeiro mais de dois anos; quando mediante aprovação do Ministério do Trabalho a empresa houver organizado quadro de carreiras e for garantido o acesso por antiguidade; quando o brasileiro for aprendiz, ajudante ou servente e o estrangeiro não; a remuneração resultar de maior produtividade para os que trabalham por comissão ou tarefa. Garantindo, ainda, que no caso de falta ou cessação de serviços, será dispensado primeiro o estrangeiro somente depois o brasileiro que exerça função análoga. Existem algumas exceções: quando se tratar de indústria rurais, indústrias de natureza extrativa, salvo a mineração (§ 2º, Art. 352 da CLT), e por exclusão as sociedades civis, aos profissionais liberais e às atividades rurais, que não são consideradas indústria ou comercio (MARTINS, 2013).Das relações anuais de empregados Nenhuma empresa poderá admitir a seu serviço estrangeiro sem que o mesmo possua carteira de estrangeiro, devidamente anotada. Sendo, ainda, obrigada a preencher ficha de registro com os dados do empregado, nacionalidade e carteira de identidade e o envio anual para o Ministério do Trabalho de relação de todos os seus empregados. Primeiramente, para que um estrangeiro preste serviço no Brasil é preciso autorização para este fim. A nova CTPS do estrangeiro consta o número do documento de naturalização ou data da chegada ao Brasil e demais dados constantes da identidade de estrangeiro (art. 16, IV, da CLT). Vale ressaltar que o estrangeiro fronteiriço pode exercer atividade no Brasil sem a CTPS, bastando, para tanto, o documento de identidade expedido pela Polícia Federal, exigência válida apenas para trabalhar nas localidades fronteiriças. Acaso, o fronteiriço queira trabalhar em outra localidade senão em cidades contíguas deverá possuir a CTPS. Dica do professor Neste vídeo, apresentam-se as normas especiais de tutela do trabalho de alguns profissionais. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/90f0339bac4f5ea63ace45caaf41352b Exercícios 1) (TRT/14a Região - 2013 - Adaptada) Em conformidade com as Normas Especiais de Tutela do Trabalho, no trecho em que se destaca as disposições especiais sobre a duração e as condições de trabalho, analise as proposições a seguir: I. A jornada de trabalho do profissional radialista é de no máximo 5 (cinco) horas, o que inclui a função de coordenador de elenco. II. No caso da profissão de radialista, o locutor comentarista esportivo terá duração máxima de jornada equivalente a 6 (seis) horas. III. Na profissão de radialista, no caso da produção, o assistente de estúdio terá duração máxima de jornada equivalente a 6 (seis) horas. IV. Segundo a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, trabalhador exercente da atividade de venda de anúncios na área comercial pode ser enquadrado na profissão regulamentada de radialista, independentemente do registro junto ao Ministério do Trabalho, desde que a empresa contratante possa ser legalmente considerada de radiodifusão, isso porque a atividade administrativa está incluída dentre as elencadas na legislação especial. Agora marque a alternativa que apresenta a(s) afirmativa(s) CORRETA(S): A) Apenas o item I é verdadeiro. B) Apenas o item II é verdadeiro. C) Apenas o item III é verdadeiro. D) Apenas o item IV é verdadeiro. E) Todos os itens são falsos. (TRT/14a Região - 2013 - Adaptada) Considerando o disposto nos artigos que tratam das disposições especiais sobre duração e condições de trabalho, analise as proposições abaixo: I. Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de uma hora e quarenta minutos de trabalho contínuo será assegurado um período de vinte 2) minutos de repouso, computado esse intervalo como trabalho efetivo. II. A duração normal do trabalho efetivo para os empregados em minas de subsolo não excederá de seis horas diárias ou trinta e seis semanais. III. No caso do serviço ferroviário, o horário normal de trabalho dos cabineiros nas estações de tráfego não excederá de oito horas e deverá ser dividido em dois turnos, com intervalo não inferior a uma hora de repouso, não podendo nenhum turno ter duração superior a cinco horas, com um período de descanso entre duas jornadas de trabalho de quatorze horas consecutivas. Entre alternativas, marque a que indica a(s) afirmativa(s) CORRETA(S): A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Todos os itens são verdadeiros. E) Todos os itens são falsos. 3) (TRT/4a Região - 2012 - Adaptada) Segundo o artigo 358 da CLT, nenhuma empresa, ainda que não sujeita às regras de proporcionalidade de empregados brasileiros e estrangeiros, poderá pagar a brasileiro salário inferior ao do estrangeiro, a seu serviço. Assinale a afirmativa INCORRETA: A) Nos estabelecimentos que não tenham quadros de empregados organizados em carreira, e o brasileiro contar menos de 2 (dois) anos de serviço, e o estrangeiro mais de 2 (dois) anos, pode-se haver diferença salarial. B) Quando o brasileiro exercer função análoga à do estrangeiro, poderá receber salário inferior ao deste. C) Quando o brasileiro for aprendiz, ajudante ou servente, e não o for o estrangeiro, pode haver diferença salarial. D) Quando a remuneração resultar de maior produção, para os que trabalham por comissão ou por tarefa, pode haver diferença salarial. E) Quando houver quadro organizado em carreira, devidamente aprovado, em que seja garantido o acesso por antiguidade. 4) (TRT/11a Região - 2012) No que diz respeito à jornada especial da categoria dos professores, é CORRETO afirmar: A) Em um mesmo estabelecimento de ensino não poderá o professor, por dia, dar mais de três aulas consecutivas, nem mais de seis intercaladas. B) Aos professores são vedados, aos domingos, a regência de aulas e o trabalho em exames. C) Não se exigirá dos professores, no período de exames, a prestação de mais de seis horas de trabalho diário. D) A redução da carga horária do professor, em virtude da diminuição do número de alunos, constitui alteração contratual ilícita, conforme entendimento sumulado pelo Tribunal Superior do Trabalho. E) Nos termos da Consolidação das Leis do Trabalho, no período de férias escolares, poder-se-á exigir dos professores apenas a realização de exames e de aulas de reforço escolar. 5) (TRT/14a Região - 2013) Em consonância com os dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho "Das Normas Especiais de Tutela do trabalho", sobre o labor do bancário, assinale a alternativa CORRETA: A) Segundo a jurisprudência dominante do TribunalSuperior do Trabalho, não integra a remuneração do bancário a vantagem pecuniária por ele auferida na colocação ou na venda de papéis ou valores mobiliários de empresas pertencentes ao mesmo grupo econômico, ainda que exercida essa atividade no horário e no local de trabalho e com o consentimento, tácito ou expresso, do banco empregador. B) Segundo a jurisprudência dominante do Tribunal Superior do Trabalho, o advogado empregado de banco, pelo simples exercício da advocacia, exerce cargo de confiança, enquadrando-se, portanto, na hipótese do §2o do art. 224 da CLT. C) Segundo a jurisprudência dominante do Tribunal Superior do Trabalho, o divisor aplicável para o cálculo das horas extras do bancário, se houver ajuste individual expresso ou coletivo no sentido de considerar o sábado como dia de descanso remunerado, será 150, para os empregados submetidos à jornada de seis horas, prevista no caput do art. 224 da CLT. Segundo a jurisprudência dominante do Tribunal Superior do Trabalho, o divisor aplicável para o cálculo das horas extras do bancário, se houver ajuste individual expresso ou coletivo D) no sentido de considerar o sábado como dia de descanso remunerado, será 220, para os empregados submetidos à jornada de oito horas, prevista no §2o do art. 224 da CLT. E) Segundo a jurisprudência dominante do Tribunal Superior do Trabalho, a gratificação por tempo de serviço integra o cálculo das horas extras do bancário. Na prática O trabalho de estiva e capatazia é tutelado pela Lei nº 12.815/2013. Você sabe que novidade a referida lei trouxe para esses trabalhadores? Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Jovem Pan é condenada a pagar acúmulo de funções a Milton Neves Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Lei Nº 12.815, de 5 de Junho de 2013 Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Motorista Profissional Empregado A Lei 13.103 trouxe novas regras para o exercício da atividade de motorista profissional empregado, que passou a vigorar a partir de 17/04, alterando alguns dispositivos da CLT e do CTB, além da própria lei 12.619/12 que antes regulava a matéria. Veja no vídeo abaixo algumas alterações que ocorreram: Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. http://www.tst.jus.br/noticias/-/asset_publisher/89Dk/content/jovem-pan-e-condenada-a-pagar-acumulo-de-funcoes-a-milton-neves http://publica.sagah.com.br/publicador/objects/attachment/879861060/L12815.pdf?v=907376321 https://www.youtube.com/watch?v=baLBzYjba3c
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