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Leitura e Compreensão Textual

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Prévia do material em texto

unidade 
2
Ângela Kroetz dos Santos
Gilberto Fonseca
LINGUAGEM
Comunicação e
Da Leitura à Compreensão Textual
Prezado estudante,
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem 
foram organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com 
um conteúdo completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, 
realize as atividades e tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com 
certeza, alcançará os objetivos propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL 
Refletir sobre a leitura e a compreensão textual, reconhecendo-as como 
elementos fundamentais para a autonomia do sujeito e como processos 
que requerem a construção de estratégias de interação que possibilitem a 
adequada articulação entre autor-leitor-texto.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
• Refletir sobre a leitura e sobre como ela amplia a visão de mundo do 
sujeito leitor;
• Buscar estratégias claras de leitura e compreensão de um texto;
• Compreender o processo de interpretação a partir da ativação de 
conhecimentos prévios e do levantamento de inferências;
• Estudar a interpretação textual em contextos de intertextualidade;
• Estudar a interpretação em textos não verbais e mistos;
• Mapear o que é central e secundário em um texto, organizando esquemas 
de leitura que facilitem a compreensão;
• Interpretar diferentes gêneros textuais, colocando em prática os estudos 
da Unidade.
QUESTÕES CONTEXTUAIS
1. Você já pensou sobre como acontecem os processos de decodificação e 
de compreensão daquilo que lê?
2. Qual é a importância da leitura para você?
3. Por que ler é tão desafiador?
unidade 
2
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca36
2.1 Introdução
Você já pensou sobre como acontecem, em seu cérebro, os processos de 
decodificação e de compreensão daquilo que lê? Embora não saibamos como, 
complexas conexões neurais se estabelecem durante a leitura. Nosso desafio é, 
pois, tornar esse evento o mais eficiente possível, obtendo o máximo de 
aproveitamento do tempo que dedicamos à leitura.
Um requisito esperado de qualquer profissional é que ele seja um leitor 
proficiente. No entanto, estatísticas mostram que muitas pessoas, no Brasil, 
embora sejam alfabetizadas, não são capazes de interpretar adequadamente até 
mesmo textos simples. Um dos fatores que contribui para esse cenário é a falta 
de leitura. Quanto menos uma pessoa ler, provavelmente menor será o seu 
conhecimento de mundo, o que reduzirá a capacidade de reconhecer as estruturas 
textuais e de sintetizar, abstrair e interpretar o que um texto traz.
Nesse sentido, é importante que você saiba que o processo de leitura vai muito 
além da simples decodificação dos sinais gráficos que compõem as palavras. 
Isso significa que ler não é o mesmo que compreender e interpretar um texto. 
Compreender requer um esforço muito maior, ou seja, a reunião de vários 
requisitos que, em conjunto, operam a construção de sentidos.
A partir dessa realidade, propomos a você uma reflexão sobre os diversos 
elementos que interagem e que se inter-relacionam no processo de leitura e 
interpretação. É muito importante que você, estudante universitário, domine a 
arte de dialogar com os mais diversos gêneros e tipos de texto com os quais terá 
contato ao longo do seu curso e ao longo da vida. Na Figura 2.1, está contemplada 
a sequência didática da Unidade 2.
Decodificar: traduzir claramente uma informação, entender, compreender.
GLOSSÁRIO
Proficiente: competente, eficaz, conhecedor.
GLOSSÁRIO
 Da Leitura à Compreensão Textual | UNIDADE 2 37
Figura 2.1 – Sequência Didática.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Leitura e suas 
Interfaces
Leitura e 
Compreensão: 
o Papel do Leitor
Interpretação de
Questões ENADE
Interpretação de
Texto Não Verbal
Interpretação e
Intertextualidades
Esquemas 
 de Leitura
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca38
2.2 Leitura e suas Interfaces
Que tipo de texto você gosta de ler? Romance? Reportagem? Crônica de 
jornal? Coluna esportiva? Música? Sempre há aquele texto com o qual você 
mais se identifica, bem como aquele que você não aprecia tanto, não é mesmo? 
Suas preferências leitoras têm relação direta com as experiências que você teve, 
desde a infância, com a leitura. A habilidade de interagir com diferentes textos 
faz de você uma pessoa que se comunica de forma eficaz.
Mas como adquirir a proficiência leitora? Lendo!
Não há outra forma de desenvolver as habilidades de leitura e interpretação a 
não ser exercitando tais ações. Quando você lê, amplia a sua visão de mundo e 
a capacidade de “enxergar” além do que está escrito. No Brasil, as pessoas leem 
muito pouco. Por isso, muitos apenas decodificam textos, mas não compreendem 
realmente os seus sentidos. Veja a charge a seguir:
Figura 2.2 – Charge – Hagar, O Horrível.
Fonte: http://gg.gg/cw9rc.
O texto acima evidencia o desprestígio da leitura e do pensamento nos dias 
atuais. Essa realidade certamente traz consequências, e seria possível dizer que 
o baixo índice de leitura prejudica o desenvolvimento da sociedade. Mas por 
que será que ler é tão desafiador?
No Brasil, há cerca de 38 milhões de analfabetos funcionais. Para saber 
mais, acesse no link: http://gg.gg/cvmag.
SAIBA MAIS
 Da Leitura à Compreensão Textual | UNIDADE 2 39
Para ler um texto, é preciso ter conhecimentos. E um dos pontos vulneráveis dos 
estudantes brasileiros é, justamente, a bagagem de conhecimentos que trazem. 
A falta de leitura é um entrave na construção dos conhecimentos prévios que, 
por sua vez, são fundamentais para o bom entendimento de um texto. Você já 
deve ter percebido que, nesse aspecto, existe uma relação de interdependência: 
ler requer ter conhecimentos prévios e, para ter conhecimentos prévios, é 
preciso ler.
Os conhecimentos prévios são a articulação de vários tipos de conhecimento, 
conforme mostra a Figura 2.3:
Figura 2.3 – Tipos de Conhecimento.
Fonte: Elaborado pelos autores com base em Guimarães (2011).
O conhecimento linguístico diz respeito à língua e suas estruturas, 
contemplando, também, os gêneros textuais e seus modos de funcionamento. 
O conhecimento de mundo configura-se por todas as informações que temos 
armazenadas na memória, com base no que lemos, ouvimos e vivemos. Por fim, 
o conhecimento interacional se refere aos conhecimentos partilhados entre o 
autor e os possíveis leitores de um texto.
Outro desafio da leitura se apresenta quando o leitor mistura o que está 
explícito no texto com as suas próprias percepções acerca do assunto. 
Assim, um dos pré-requisitos para que a interpretação seja eficiente é saber 
distinguir os limites entre os pontos de vista do autor e os seus próprios 
pontos de vista enquanto leitor.
Vamos entender um pouco mais sobre isso analisando o papel do leitor no 
processo de interpretação.
Conhecimentos
Prévios
Conhecimento
de Mundo
Conhecimento
Interacional
Conhecimento
Linguístico
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca40
2.3 Leitura e Compreensão: o Papel do Leitor
Você tem o hábito de ler? Muitas vezes não avaliamos a importância que a 
leitura tem na nossa vida. Ler muda qualquer pessoa, porque conduz o sujeito 
a distintas realidades, épocas e experiências. Parece clichê, mas a leitura 
permite a você um universo de possibilidades sem que você saia de casa. Todo o 
conhecimento que o homem adquiriu ao longo de séculos de história advém da 
transmissão oral de experiências e/ou da leitura.
Faz parte da ação de ler interpretar aquilo que é lido. Não há uma forma única 
de compreensão, porque os sentidos não são estabelecidos unicamente por quem 
escreve. Um texto sempre é escrito por alguém para alguém, e este interlocutor 
(o leitor) completa o sentido do texto, preenchendo suas lacunas ao contribuir 
com o seu próprio repertório comunicativo. Esse aspecto é importante, porque 
muda o foco de uma antiga concepção: a que trazia o autor como detentor 
absolutode sentidos.
Hoje, sabe-se que o leitor é peça fundamental desse jogo de “completar” um 
texto, de produzir sentidos sempre novos conforme o conhecimento de mundo e 
as vivências de cada um. Isso significa que cada leitor tem uma maneira original 
de compreender um texto.
Se é assim, cada leitor pode interpretar uma obra como quiser? Qual é o limite 
que existe nessa relação?
A resposta é simples: a compreensão de um texto depende das relações que você 
já teve com o assunto, das leituras que você já fez e do domínio que você tem do 
código e dos conceitos que estão no texto. Esses conhecimentos são variáveis, e 
não é preciso ter um saber nivelado ao de outros leitores para compreender. 
Apesar disso, você não pode “fantasiar”, inventar sentidos: no momento da 
interpretação, precisa ser fiel aos elementos que estão no texto.
Tendo em vista essa relação colaborativa entre autor, texto e leitor, a leitura 
é, segundo Koch e Elias (2008, p. 11), “uma atividade interativa altamente 
complexa de produção de sentidos”, que “requer a mobilização de um vasto 
conjunto de saberes”. A interação pressupõe uma participação ativa do leitor 
Interpretar “é o processo de localizar as pistas e sinalizações deixadas no 
texto pelo autor e atribuir-lhes significado”. (GUIMARÃES, 2011, p.107).
DESTAQUE
 Da Leitura à Compreensão Textual | UNIDADE 2 41
no processo de compreensão, já que a leitura é “uma atividade que implica 
estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação” (PCN, 1998, p. 70) 
por parte do leitor.
Agora que você já conhece o importante papel do leitor, vamos explorar algumas 
estratégias de leitura que podem ajudá-lo nesse percurso de desvendar um texto.
2.3.1 Estratégias de Leitura: Existe uma 
Fórmula Eficaz?
Quando você lê apressadamente, não consegue fazer uma leitura eficaz, capaz 
de captar as sutilezas do texto. É por isso que é tão importante estabelecer 
estratégias de leitura, que nada mais são do que passos que ajudam o leitor a 
olhar mais criticamente para o texto.
Conforme Goulart e Both (2015, p. 48), “o uso de estratégias de leitura nos 
permite controlar o que vai ser lido, tomar decisões diante das dificuldades de 
compreensão, avançar na busca de soluções de dúvidas e avaliar as suposições 
feitas”. As autoras ainda acrescentam que, após a leitura, devemos ser capazes 
de “processar, criticar, contradizer e avaliar” o texto lido, atribuindo sentidos à 
nossa experiência leitora.
Para tanto, utilizar estratégias de leitura, ou tomar consciência das estratégias 
que você já usa sem se dar conta, pode ajudá-lo muito no processo de interpretar. 
Nesse sentido, o esquema didático da Figura 2.4 mostra estratégias de leitura 
amparadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs):
Figura 2.4 – Estratégias de Leitura.
Fonte: Adaptado de Guimarães (2011).
Estratégias de Leitura Ativação de 
Conhecimentos 
Prévios
Seleção
Antecipação
Inferência
Verificação
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca42
Na Figura 2.4, você pode observar estratégias que conduzem à ativação de 
conhecimentos prévios. Isso significa que todas as estratégias só são eficazes se 
o leitor tiver conhecimentos preexistentes. Obviamente você nunca saberá tudo 
e, portanto, saber onde buscar as informações de que necessita para completar 
as lacunas que surgem durante a leitura também é uma tarefa importante.
Antes de aplicar as estratégias, é importante ter claro o objetivo de leitura. 
Isso determina o foco que você coloca na ação de ler. Se você lê um artigo 
científico com o objetivo de resumi-lo para uma aula, deve ficar atento aos 
pontos principais que o artigo traz. Nesse caso, montar um esquema com os 
elementos relevantes do texto é uma ótima estratégia (mostramos como fazer 
isso mais adiante). Agora, se você lê uma reportagem apenas por curiosidade, o 
seu objetivo pode ser simplesmente informativo. Ter um objetivo é importante 
para que você faça uma leitura com o olhar atento ao que realmente busca.
Com o objetivo traçado, você pode focar as estratégias apresentadas na Figura 
2.4. Quanto à seleção, esta consiste em uma leitura rápida, que você realiza 
quando passa os olhos no texto. Seria um primeiro reconhecimento, a partir 
do qual você seleciona o assunto e filtra o texto para coletar informações 
superficiais.
A antecipação é uma etapa importante, que se refere à formulação de hipóteses 
primárias a partir de elementos gerais do texto. Essa etapa requer que você 
analise uma série de itens. A Figura 2.5 os apresenta e descreve:
A internet é um universo de possibilidades, facilitando muito a busca de 
conhecimento. No entanto, você precisa estar atento às fontes de pesquisa, 
já que muitos sites ou posts não são confiáveis! Procure verificar se os posts 
possuem autoria e, se possível, consulte a fonte original para confirmar a 
informação. Para buscar artigos acadêmicos, consulte sites especializados, 
como o Google Acadêmico (http://gg.gg/cvmbb). Sempre que possível, 
recorra a livros (físicos ou virtuais). 
DICA
 Da Leitura à Compreensão Textual | UNIDADE 2 43
Figura 2.5 – Estratégias de Leitura: a Antecipação.
Fonte: Elaborado pelos autores.
A etapa seguinte, a inferência, pressupõe que você construa previsões. 
À medida que o texto se revela, as expectativas podem mudar, sendo atendidas 
ou não. Espera-se que você, leitor, consiga fazer inferências, já que nem tudo é 
explícito em um texto oral ou escrito. A capacidade de fazer inferências está 
diretamente relacionada aos conhecimentos prévios que você possui.
Veículo
Qual é o veículo em que está o texto? Revista, jornal, 
outdoor, embalagem, etc.
Elementos 
não verbais
Há imagens e outros elementos gráficos? Estes completam 
o sentido do texto ou são os únicos elementos (caso de 
textos não verbais).
Autoria
Quem é o autor do texto? Saber quem fala e as ideologias 
que defende pode agregar valor à interpretação.
Contexto 
de Produção
Qual é o contexto histórico em que esse texto foi realizado? 
A época a que o texto se refere e o lugar de onde procede 
podem dizer muito sobre o conteúdo.
Gênero
Qual é o gênero do texto? Reconhecer os aspectos formais 
do gênero e saber quais são os seus objetivos facilita a 
leitura.
Inferir é deduzir, concluir pelo raciocínio a partir de fatos, de indícios. 
(HOUAISS, 2009).
GLOSSÁRIO
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca44
A verificação é uma etapa na qual você confirma se a seleção realizada, 
as hipóteses formuladas e as inferências feitas são adequadas. (GUIMARÃES, 
2011). Pode ser que o texto tome um rumo completamente diferente daquele que 
você imaginou que ele fosse seguir e, nesse caso, é preciso que você corrija as 
suas hipóteses iniciais.
Por fim, a ativação de conhecimentos prévios diz respeito aos conhecimentos 
que você adquiriu ao longo da vida. Tais conhecimentos são ativados no momento 
da leitura e muitas vezes vão determinar a sua capacidade de interpretar 
corretamente ou não os sentidos de um texto. Por isso, como já mencionamos, 
é muito importante que você invista em sua cultura geral e que amplie o seu 
repertório comunicativo e de leitura, a fim de mobilizar os diferentes tipos de 
conhecimento.
A partir do exposto, a seguir, propomos a você um exercício prático de leitura e 
interpretação, utilizando os pontos (etapas) que acabamos de estudar.
2.3.2 Estratégias de Leitura: Aplicação
Vamos, então, praticar? 
O texto que vamos analisar, da Revista Superinteressante, foi editado a fim 
de tornar a análise mais sintética. Em decorrência disso, a estrutura original 
também foi readaptada.
 Da Leitura à Compreensão Textual | UNIDADE 2 45
| GÊNERO REPORTAGEM |
| DOMÍNIO DISCURSIVO JORNALÍSTICO |
| Eduardo Szklarz e Bruno Garattoni |
| Adaptado de Revista Superinteressante |
| Out 2018 |
A ERA DA BURRICE
Você já teve a impressão de que as pessoas estão ficando mais 
burras? Estudos apontam que, pela primeira vez na história, 
a inteligênciahumana começou a cair. Entenda os possíveis 
motivos – e as consequências – disso.
Discussões inúteis, agressivas. Gente defendendo asneiras. Pessoas 
perseguindo e ameaçando outras. Líderes políticos imbecis. De uns 
tempos para cá, parece que o mundo está mergulhando na burrice. 
Você já teve essa sensação? Talvez não seja só uma sensação. 
Estudos em vários países revelam algo inédito e assustador: a 
inteligência humana começou a cair.
Os primeiros sinais vieram da Dinamarca. Lá, os homens que se 
alistam no serviço militar são submetidos a um teste de inteligência: 
o teste de QI (quociente de inteligência). Depois de crescer em todo 
século 20, em 1998 o QI dos dinamarqueses começou a cair 2,7 
pontos a cada década. O mesmo acontece na Holanda (-1,35), 
Inglaterra (-2,5) e França (-3,8). “Há um declínio contínuo no QI ao 
longo do tempo”, diz o antropólogo inglês Dutton. No atual ritmo, 
alguns países podem regredir para QI médio de 80, definido como 
‘baixa inteligência’, já na próxima geração de adultos. Mas como 
explicar a proliferação de burrice mesmo entre quem foi à escola? E 
a queda do QI nos países desenvolvidos?
De 0 a 160
O teste de QI (quociente de inteligência) consiste em uma bateria 
de testes (compreensão verbal, raciocínio, memória e velocidade 
de processamento). De 90 a 110 pontos, tem-se um nível de 
inteligência normal. Quem faz mais de 130 pontos enquadra-se na 
categoria mais alta (o máximo é 160). No século 20, o QI aumentou 
no mundo todo. Não é difícil entender essa evolução. Melhore a 
saúde, a nutrição e a educação e as pessoas se sairão melhor em 
qualquer teste de inteligência. Então, como explicar o efeito atual, 
de queda na inteligência?
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T Í T U L O
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M A N C H E T E
◄▬ 
1 º P A R Á G R A F O
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2 º P A R Á G R A F O
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3 º P A R Á G R A F O
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca46
Involução Natural
A primeira hipótese é polêmica. “A capacidade cognitiva é 
influenciada pela genética. E pessoas com altos níveis dela vêm 
tendo menos filhos”, afirma o psicólogo Woodley, da Universidade 
de Umeå, Suécia. Há décadas a ciência sabe que parte da 
inteligência (estudos falam em 50%) é hereditária. Trata-se de uma 
teoria controversa. No passado, ela levou à eugenia, que buscava 
o aprimoramento humano pela reprodução seletiva. Hoje ninguém 
proporia “melhorar” a sociedade obrigando os inteligentes a ter mais 
filhos – ou impedindo os demais de ter. Mas isso não significa que 
a matemática das gerações não possa estar levando a um declínio 
na inteligência, inclusive pela evolução da sociedade, que tornou a 
vida mais fácil. Há quem diga que o salto tecnológico dos últimos 
20 anos esteja afetando a inteligência. “Hoje, crianças de 7 ou 8 
anos crescem com o celular”, diz Bauerlein, da Universidade Emory, 
EUA. “É nessa idade que elas deveriam consolidar o hábito da leitura 
para adquirir vocabulário”. Há indícios de que o uso de smartphones 
na infância já esteja causando efeitos negativos. Na Inglaterra 28% 
das crianças de 4 e 5 anos não sabem se comunicar com frases 
completas no nível normal para a idade. Segundo educadores, 
isso se deve ao tempo que elas ficam na frente de TVs, tablets e 
smartphones. As pessoas nunca leram e escreveram tanto; mas 
estão lendo e escrevendo coisas curtíssimas em smartphones. Há a 
hipótese de que as redes sociais, que são projetadas para consumo 
rápido e tomam muito tempo (3h39 por dia do brasileiro), estejam 
corroendo nossa capacidade de prestar atenção às coisas. Levar 
no bolso a internet baniu o tédio da vida, mas nos tornou mais 
impacientes, menos capazes de manter o foco.
Os limites da razão
Você certamente já discutiu com uma pessoa irracional, que manteve 
a própria opinião mesmo diante de argumentos irrefutáveis. É o que 
os psicólogos chamam de “viés de confirmação”: a tendência que 
a mente tem de abraçar informações que apoiam suas crenças, e 
rejeitar dados que as contradizem. Quanto mais comprometido você 
está com uma teoria, mais tende a ignorar evidências contrárias. 
Para piorar, a evolução nos pregou outra peça: quase toda pessoa 
se acha mais inteligente que as outras. Aplicando essa lógica ao 
mundo de hoje, o resultado é o mar de conflitos que tomou conta do 
dia a dia. A era da cizânia – e da burrice.
◄▬ 
4 º P A R Á G R A F O
◄▬ 
5 º P A R Á G R A F O
 Da Leitura à Compreensão Textual | UNIDADE 2 47
Vamos analisar o texto “A Era da Burrice” a partir das estratégias que estudamos. 
Para dar conta da etapa de seleção, você deve fazer uma leitura rápida do texto. 
Em um olhar superficial, chama atenção o título. Na manchete, evidencia-se o 
fato de que as pessoas estão ficando mais burras e de que a inteligência humana 
está caindo. O texto promete desvendar as causas e consequências desse fato. 
Vemos também que ele é subdividido em etapas, introduzidas por subtítulos. 
Esses elementos podem ou não chamar a sua atenção. Se você pudesse escolher, 
teria interesse de ler essa matéria?
A etapa de antecipação permite analisar o contexto geral de produção do texto. 
Seguindo nosso roteiro, você pode perceber os seguintes elementos:
a. VEÍCULO: Revista Superinteressante;
b. ELEMENTOS NÃO VERBAIS: a imagem de capa mostra um terno e um 
chapéu vestidos em um balão. Inevitavelmente vem à mente a expressão 
“cabeça de vento”, utilizada para designar alguém desatento. A imagem 
faz referência, pois, ao tema da burrice;
c. AUTORIA: os autores não são pessoas publicamente conhecidas, 
provavelmente são repórteres. Vale mencionar o estilo das matérias dessa 
revista, a saber, reportagens fortemente embasadas em estudos científicos 
realizados, em sua maioria, nos Estados Unidos e na Europa;
d. CONTEXTO DE PRODUÇÃO: a publicação é recente (2018). 
Há elementos que evidenciam tratar-se de um texto atual, como a citação 
de uma pesquisa que revela que a inteligência humana passou a regredir a 
partir de 1998. As primeiras frases contextualizam problemas da atualidade 
(discussões inúteis, gente defendendo asneiras, pessoas perseguindo e 
ameaçando outras, líderes políticos imbecis) e os últimos parágrafos 
ressaltam a tecnologia (smartphones, etc.);
e. GÊNERO: trata-se de uma reportagem. Formalmente, há imagem 
condizente com o texto, manchete e subtítulos. Em termos de conteúdo, 
há entrevistas com especialistas e abordagem de tema atual com objetivo 
informativo. Também há várias perguntas que direcionam o leitor.
Partimos, então, para a etapa de inferência. Para realizá-la, você deve ler todo 
o texto e fazer deduções com base nos caminhos oferecidos, pouco a pouco, 
pela matéria. A seguir, destacamos algumas dessas INFERÊNCIAS (vide 
trechos em destaque). Lembramos que estas são algumas possibilidades, mas 
não as únicas. Cada leitor poderia sugerir outras inferências.
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca48
O título da matéria é determinante para começarmos nosso trabalho. A burrice, 
termo central do título, de modo bem simples, pode ser entendida como falta 
de inteligência. Assim, a tese do texto poderia ser (perceba as inferências 
sublinhadas):
As pessoas de hoje não são inteligentes.
Ou, ainda, 
As condições de vida atuais não estimulam a inteligência.
Em princípio, essas inferências feitas a partir do título poderiam ser negadas por 
questões lógicas: o homem cria tecnologias cada vez mais modernas, então deve 
ser inteligente; e hoje, muito mais do que no passado, o homem tem à disposição 
muitas possibilidades de desenvolvimento pessoal, social e cognitivo, então 
deve ser inteligente. Ora, se há indícios favoráveis à inteligência, como podemos 
estar na era da burrice, como dizem o título e a manchete?
Quando iniciamos a leitura, o texto logo nos dá pistas. Ao citar que o tempo atual 
é marcado por discussões inúteis, defesa de bobagens, perseguições e ameaças 
(1º parágrafo), parece plausível dizer que o autor se refere à baixa inteligência 
emocional das pessoas, já que elasestão mais intolerantes e têm dificuldade de 
respeitar opiniões alheias. Então, será que o texto vai falar sobre inteligência 
emocional, mostrando que é ela que está caindo?
A ideia acima não é sustentada na sequência. O segundo parágrafo traz o dado 
de que o QI de vários povos europeus está caindo. O QI é um teste que mede a 
capacidade cognitiva, como mostra o parágrafo 3. Assim, podemos fazer mais 
uma inferência: o que está caindo é a inteligência global do homem (emocional 
+ cognitiva)? O segundo parágrafo termina com o dado de que a próxima 
geração de adultos pode ter uma média de QI considerada baixa e propõe 2 
perguntas que novamente podem conduzir nossas inferências: como explicar 
a proliferação de burrice mesmo entre quem foi à escola? E a queda do QI nos 
países desenvolvidos? 
O próprio texto sinaliza, nesse ponto, uma situação inusitada. Não se esperaria 
que quem vai à escola tivesse resultados baixos de inteligência, nem que os 
resultados de países desenvolvidos fossem ruins nesse quesito. O parágrafo 3 
reforça que no século XX o QI aumentou no mundo todo em função da melhora 
da saúde, nutrição e educação. Então, como explicar que no século 21, quando a 
população tem mais acesso ainda a esses benefícios, a inteligência esteja caindo?
 Da Leitura à Compreensão Textual | UNIDADE 2 49
A partir do quarto parágrafo, surgem as possíveis causas. A primeira explicação 
para o fenômeno seria genética, e, como pessoas com alta capacidade intelectual 
estão tendo menos filhos, a média de QI estaria caindo. Para entender por que o 
texto diz que essa teoria é controversa, é preciso saber o que foi a eugenia no 
século XX (conhecimento prévio).
Um segundo argumento cita a “evolução da sociedade, que tornou a vida mais 
fácil”. Mas por que uma vida mais fácil limitaria a inteligência? O texto responde: 
“Há quem diga que o salto tecnológico dos últimos 20 anos esteja afetando a 
inteligência”. Ainda assim poderíamos pensar que o salto tecnológico explicaria 
um aumento e não uma queda de inteligência, como inferimos no início.
O quarto parágrafo segue explicando a tese de interferência da tecnologia na 
queda de inteligência em função do mau uso tecnológico. A superexposição 
de crianças a eletrônicos estaria causando efeitos nocivos no desenvolvimento 
da linguagem. Essa ideia está vinculada ao apego moderno à leitura e à escrita 
instantâneas. O uso das redes sociais estaria “corroendo a capacidade de 
prestar atenção às coisas”. Percebe-se que é o mau uso da tecnologia que traz 
malefícios. Assim, seria possível inferir, aqui, que o uso excessivo de aparelhos 
causa efeitos negativos, especialmente sobre as crianças, que desviam a atenção 
da leitura e acabam tendo problemas no desenvolvimento cognitivo. Além disso, 
seria possível inferir que “a vida mais fácil” também repercute negativamente 
sobre a inteligência em função de um menor grau de exigência, já que tudo está 
na mão das pessoas o tempo todo e elas não precisam se esforçar tanto.
Por fim, no quinto parágrafo, o autor menciona a tendência do homem de 
abraçar as suas opiniões mesmo que haja argumentos irrefutáveis contra elas. 
Isso seria o motivo das discussões irracionais que muitas vezes acompanhamos. 
Com esse argumento, o autor retoma o início do texto, em que cita justamente 
atitudes irracionais: discussões agressivas, defesa de asneiras, perseguições e 
ameaças. Assim, parece fechar-se o ciclo do texto, que começou falando da falta 
de inteligência emocional, passou a evidenciar a falta de capacidade cognitiva e 
terminou explicando a tese da falta de inteligência emocional.
EUGENIA, palavra grega cujo significado é “boa origem”, foi uma teoria 
seguida por Hitler, que visava a eliminar pessoas que apresentassem alguma 
deficiência, visando a aperfeiçoar geneticamente a raça ariana.
GLOSSÁRIO
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca50
Quanto à etapa de verificação, você já deve ter percebido que ela ocorreu quase 
simultaneamente à etapa de inferência. Isso se deve ao fato de que, a cada 
nova informação que líamos, comprovávamos ou rejeitávamos hipóteses que 
havíamos levantado. O que ainda podemos fazer é voltar às nossas inferências 
iniciais e verificar se agora temos respostas a elas. Assim:
As pessoas de hoje não são inteligentes? Não há como generalizar essa tese, 
dizendo que todas as pessoas não são inteligentes. O texto evidencia que o QI 
dos países desenvolvidos está caindo, e que muitas pessoas mostram atitudes 
irracionais, o que faz crer que a inteligência, tanto cognitiva quanto emocional, 
esteja caindo.
As condições de vida atuais não estimulam a inteligência? Quanto a esse 
aspecto, o texto mostra que as condições atuais estimulariam a inteligência, 
já que vivemos em uma era em que as pessoas têm acesso a muitos recursos 
(saúde, nutrição e educação). No entanto, fica evidente que, apesar de tudo isso, 
os índices de inteligência vêm caindo, em função de a) hereditariedade, b) efeitos 
nocivos da tecnologia e/ou do mau uso da tecnologia e; c) biologia.
Na ativação de conhecimentos prévios, alguns elementos necessários ao 
entendimento, além do linguístico, de gênero e de mundo, podem ser destacados: 
conceito de eugenia, de QI, de cizânia. Dependendo do leitor, outros pontos 
ainda precisariam ser esclarecidos, o que pode ser feito por meio de dicionários 
e internet.
Você percebeu como, ao longo da leitura, vamos imaginando o rumo que o 
texto pode tomar? Quanto menos elementos do texto conhecemos, menor é a 
chance de acertarmos nossas inferências. No entanto, na medida em que vamos 
avançando nos argumentos, percebemos os caminhos pelos quais o autor quer 
nos conduzir e vamos, pouco a pouco, desvendando sentidos.
A seguir, vamos verificar outra estratégia que pode facilitar o processo de 
interpretação. Trata-se da elaboração de esquemas.
CIZÂNIA: [Botânica] tipo de gramínea que causa danos ao trigo; joio. 
[Figurado] falta de entendimento entre pessoas; em que há discórdia; 
desavença
GLOSSÁRIO
 Da Leitura à Compreensão Textual | UNIDADE 2 51
2.4 Esquemas de Leitura
Você sabe fazer um esquema?
Em um esquema, você pode mapear as principais informações de um texto, 
organizando-as de maneira lógica, a fim de ter em mãos um resumo. Essa é uma 
ótima alternativa para sintetizar um texto e retomá-lo em outro momento.
Fazer um esquema também possibilita que você organize o pensamento e 
compreenda as relações lógicas que se estabelecem no texto. Enquanto o constrói, 
você automaticamente estuda o assunto abordado, o que facilita o estudo para 
uma prova, por exemplo.
Para que você entenda o que é um esquema, vamos construir um modelo a partir 
do texto “A Era da Burrice”? Mãos à obra!
Figura 2.6 – Esquema de Leitura: A Era da Burrice.
Fonte: Elaborado pelos autores.
A Era 
da Burrice
1º Parágrafo: 
descrição do 
problema
A inteligência 
humana está 
caindo 
Pesquisas 
indicam a 
queda de QI
Genética 
Exposição 
excessiva à 
tecnologia 
Há sinais de queda 
de inteligência 
emocional
Conceito de QI; 
critérios de 
pontuação do QI
Prática de leitura e 
escrita restritas 
(smartphones)
Tendência do 
homem de não 
mudar de opinião
Tendência do 
homem de se achar 
mais inteligente do 
que os outros
2º Parágrafo: 
comprovação 
do problema
4º Parágrafo: 
causas da queda 
de inteligência
5º Parágrafo: 
causas da queda 
de inteligência
3º Parágrafo: 
descrição de QI
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca52
Verifique que o nosso esquema foi construído com base nos parágrafos do 
texto. A lógica partiu da captura da ideia central de cada parágrafo. Essa é uma 
forma de construção, mas não a única. Você poderia dividir o texto em causas e 
consequências da queda de inteligência, por exemplo. Os caminhos são muitos. 
O importante é que você perceba o quanto esse exercício pode facilitar a sua 
leitura.
Preparado para construir os seus próprios esquemas? Procure experimentaresse recurso nos textos que você lê para as aulas.
Figura 2.7 – Como ler mais e melhor?
Fonte: Elaborado pelos autores.
COMO LER MAIS E MELHOR?
Você sabe explorar bem o tempo que dedica à leitura e 
ao estudo? Algumas dicas simples podem facilitar a sua 
experiência leitora e motivá-lo a ler mais.
Leia um pouco todos os dias. Se você não é um expert 
em leitura, comece aos poucos. Inicie pelos gêneros 
mais simples e curtos e amplie o repertório até chegar a 
textos mais complexos.
CRIE O HÁBITO DE LER1
Organize-se de modo a incluir a leitura e os estudos 
na sua vida. Acha que não é possível? Com esforço e 
organização você encontra tempo para ampliar o 
conhecimento.
GERENCIE O TEMPO2
Hoje temos baixa capacidade de concentração devido 
aos estímulos a que somos submetidos. Procure ler em 
um local silencioso e propício à concentração.
ESTABELEÇA UM LOCAL3
Enquanto lê e estuda, desligue-se dos aparelhos 
eletrônicos e das redes sociais para que a sua leitura
seja mais produtiva.
DESLIGUE-SE DAS REDES SOCIAIS4
Concentrar-se é um exercício. Respire profundamente 
(inspire e expire algumas vezes) para diminuir o ritmo e 
focar a atenção na atividade que você vai executar.
CONCENTRE-SE5
Faça anotações, resumos e esquemas. Isso facilita a 
retomada do que é mais importante, favorecendo que 
você retenha o que é essencial.
RABISQUE O TEXTO6
DESTAQUE
 Da Leitura à Compreensão Textual | UNIDADE 2 53
2.5 Interpretação e Intertextualidades
Você certamente já observou que muitas vezes um texto cita outro texto, ou que 
um texto faz você se lembrar de outro, como se houvesse um diálogo entre eles. 
Se você já reconheceu esse fenômeno, já teve contato com a intertextualidade.
O filósofo russo Mikhail Bakhtin (1895-1975) afirmava que nada do que falamos 
é novo, pois tudo o que dizemos vem de discursos anteriores, proferidos pelos que 
nos antecederam. De acordo com essa ideia, tudo o que você diz traz resquícios 
de outras vozes, já que você se respalda nas experiências e conhecimentos 
obtidos ao longo da vida para sustentar posicionamentos.
Essa maneira de pensar justifica a ideia de intertextualidade. De acordo com 
Koch e Elias (2008), a intertextualidade se refere à construção de textos que 
fazem referência a outros textos. Nem sempre a intertextualidade é explícita, 
e, dependendo do conhecimento prévio que você tem ou não tem, pode percebê-
la ou não.
As Figuras a seguir são exemplo de intertextualidade. Quando você vê a primeira, 
o que lhe vem à mente? É difícil não se lembrar da icônica foto dos Beatles 
atravessando a Abbey Road em Londres. Veja que a releitura da foto contempla 
detalhes do retrato original (de 1969), como os carros estacionados, a roupa 
vestida pelos personagens e os pés descalços do Cebolinha (Paul McCartney na 
foto original). Apesar disso, há particularidades que identificam as personagens 
de Maurício de Souza, como o Sansão, a melancia e o guarda-chuva do Cascão. 
Note que, no exemplo, a intertextualidade é o que provoca o humor na charge 
de Maurício de Souza.
Figura 2.8 – Gênero charge | Domínio discursivo jornalístico.
Fonte: Banco de imagens Google (2018).
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca54
A partir desse exemplo, você pode perceber a importância do conhecimento de 
mundo para compreender as diversas produções humanas. Vamos agora analisar 
um exemplo de intertextualidade no gênero conto.
A charge da Turma da Mônica trata-se de uma Paródia.
A paródia é uma nova interpretação, uma recriação de uma obra já existente 
e, em geral, consagrada. A paródia é, pois, a criação de um novo texto 
com base em um texto já existente, com uma finalidade satírica, irônica ou 
humorística.
GLOSSÁRIO
| GÊNERO CONTO | DOMÍNIO DISCURSIVO FICCIONAL |
A Princesa e a Rã
Era uma vez... numa terra muito distante... uma princesa linda, 
independente e cheia de autoestima.
Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e 
pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante 
e ecológico...
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui um 
príncipe muito bonito.
Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã 
asquerosa.
Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo 
príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo.
A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu 
jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos 
felizes para sempre...
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, 
acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo 
vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma:
– Eu, hein? Nem morta!
Luís Fernando Veríssimo
Fonte: http://gg.gg/cvmia.
 Da Leitura à Compreensão Textual | UNIDADE 2 55
O conto é um gênero caracterizado por uma narrativa de curta a média extensão. 
O tipo textual predominante é a narrativa, com presença de personagens e ações 
que determinam o curso de uma história. O texto acima classifica-se como conto 
e apresenta intertextualidade com a história “A princesa e o sapo”. Trata-se, 
novamente, de uma paródia, uma vez que é reescrito em uma nova perspectiva, 
originando um final imprevisto e humorístico.
O final do conto de fadas é desconstruído quando a princesa escolhe um novo 
destino, diferente do predestinado no original. Dessa forma, a releitura de Luís 
Fernando Veríssimo faz uma crítica ao papel que a sociedade impõe às mulheres, 
ao mesmo tempo em que concede a elas o poder de mudar o seu destino. 
Com isso, o texto busca fomentar no leitor um olhar crítico para a realidade.
Na sequência, vamos analisar um exemplo de intertextualidade no gênero tira.
Figura 2.9 – Gênero tira | Domínio discursivo jornalístico/lazer.
Fonte: Quino (2010).
No texto acima, no segundo quadrinho, o autor dá pistas da intertextualidade 
ao citar a “formiga da fábula”. É muito difícil alguém não conhecer a fábula em 
questão, já que ela faz parte do repertório de quase todos nós desde a infância. 
Ainda assim, o leitor precisa ter um conhecimento um pouco mais aprofundado 
para compreender o último quadrinho, que faz menção a Esopo. Esopo foi um 
escritor da Grécia antiga a quem é atribuída a autoria de diversas fábulas, dentre 
elas “A Cigarra e a Formiga”. O humor da tira se estabelece quando Manuelito 
amaldiçoa o autor da fábula por ter criado uma história que exalta quem trabalha 
e critica quem só descansa. No entendimento da personagem, a moral da 
fábula não é tão boa, já que os que descansam estão felizes e ele, que trabalha, 
está infeliz. Há, com isso, uma subversão da moral da fábula.
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca56
A propaganda a seguir traz outro exemplo de intertextualidade que podemos 
explorar.
Figura 2.10 – Gênero propaganda | Domínio discursivo publicitário.
Fonte: Campanha de Doação de Órgãos Santa Casa de Porto Alegre (2017).
A campanha publicitária veiculada pela Santa Casa de Porto Alegre em prol 
da conscientização para a doação de órgãos no ano de 2017 teve como tema 
“Vida. O Show tem que continuar”. Há, na cultura da música popular brasileira, 
uma canção com o mesmo título, “O Show tem que continuar”. A canção, 
composta por Arlindo Cruz e Luiz Carlos da Vila, foi regravada por uma série 
de artistas brasileiros.
| GÊNERO MÚSICA | DOMÍNIO DISCURSIVO CULTURAL |
O teu choro já não toca, meu bandolim
Diz que minha voz sufoca, teu violão
Afrouxaram-se as cordas e assim desafina
E pobre das rimas da nossa canção
Se hoje somos folha morta, metais em surdina
Fechada a cortina, vazio o salão
Se os duetos não se encontram mais
E os solos perderam emoção
Se acabou o gás pra cantar o mais simples refrão
Se a gente nota em uma só nota já nos esgota
O show perde a razão
Mas iremos achar o tom, um acorde com um lindo som
E fazer com que fique bom outra vez, o nosso cantar
E a gente vai ser feliz, olha nós outra vez no ar
O Show tem que continuarDa Leitura à Compreensão Textual | UNIDADE 2 57
O gênero música apresenta como característica principal o formato em versos. 
A canção em questão também evidencia rimas no final de vários versos (violão/ 
canção/ salão/ emoção/ refrão/ razão – cantar/ continuar, etc.).
A letra abre algumas perspectivas de interpretação. Inicialmente, parece se 
referir a carreiras em crise (os duetos não se encontram mais/ os solos perderam 
a emoção). Entretanto, parece possível estender a compreensão a qualquer 
crise que aconteça na vida do ser humano, ou seja, situações de desencontros 
(teu choro já não toca meu bandolim, minha voz sufoca teu violão) que fazem 
com que as emoções se esvaziem (somos folha morta, metais em surdina) e que 
os relacionamentos/situações sejam finitos (fechada a cortina, vazio o salão, 
os solos perderam emoção). Nessas circunstâncias de crise, o show perderia a 
razão, e seria preciso achar uma forma para que “fique bom outra vez o nosso 
cantar”, para voltar ao ar, para, enfim, o show continuar.
Quando a propaganda da doação de órgãos se apropria do slogan da música, 
interpreta-se que a morte também é uma dessas situações que evocam fim de 
show, perda da emoção, cortina fechada, salão vazio. Nessa perspectiva, a 
doação de órgãos seria a forma de prosseguir com a vida, de fazer o show da 
vida continuar, não mais naquele que partiu, mas em uma outra pessoa que pode 
seguir vivendo a partir do gesto de quem doa.
Você conseguiu perceber como a intertextualidade modifica a forma como 
interagimos com os diversos textos? É exatamente por causa desse diálogo 
permanente que há entre as produções humanas que precisamos aprimorar 
constantemente o nosso repertório cultural e o nosso conhecimento de mundo 
para sermos leitores proficientes.
A seguir, vamos ampliar um pouco mais o nosso repertório, voltando o olhar, 
desta vez, à interpretação de textos não verbais.
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca58
2.6 Interpretação de Textos Não Verbais
Na comunicação cotidiana, você não utiliza apenas palavras, mas múltiplas 
linguagens. Talvez você nem se dê conta disso, porque relaciona automaticamente 
à linguagem falada gestos, expressões e sinais. Da mesma forma, à linguagem 
escrita podem estar associados elementos visuais e expressivos que 
complementam o sentido das palavras, ou que por si sós trazem significados 
completos. A linguagem não verbal, em suas múltiplas manifestações, é tão 
importante quanto à verbal para a compreensão textual.
Um exemplo bastante interessante é uma obra de arte. Quando você vai a um 
museu e observa um quadro, muitas vezes não encontra nada escrito. Mesmo 
assim, aquele objeto comunica, expressa algo. Veja o exemplo abaixo, uma obra 
de Tarsila do Amaral:
Figura 2.11 – Gênero obra de arte | Domínio discursivo cultural.
Fonte: http://gg.gg/cw9tj.
A obra “Operários” (1933) pertence à fase social da pintora brasileira. Na década 
de 1930, o Brasil vivia um forte período de industrialização e de migração em 
massa do interior às grandes cidades. São Paulo protagonizava esse processo, 
recebendo muitos imigrantes. Se você observar o quadro, algumas características 
são bem evidentes: a) há muitos rostos, todos sem expressão, e não há nenhum 
 Da Leitura à Compreensão Textual | UNIDADE 2 59
corpo; b) as pessoas estão empilhadas uma sobre a outra; c) há mistura de raças 
e gêneros; d) há presença do elemento industrial, as chaminés ao fundo. 
Todas essas características levam a perceber a massificação, ou seja, o processo 
de “coisificação” das pessoas, que, ao trabalharem nas grandes fábricas, passam 
a alimentar o estilo capitalista, alicerçado no ganho de capital acima dos valores 
humanos. A obra é, pois, uma denúncia dessa realidade que aprisiona o homem 
e lhe tira a individualidade. Essa reflexão, contudo, não pode ser feita se você 
não souber o mínimo sobre o contexto histórico que envolvia a Era Vargas 
(1930-1945), governo vigente no ano em que a obra foi produzida.
Um gênero textual que utiliza muito a combinação de texto verbal e não verbal 
é o anúncio publicitário. Nesses textos, geralmente os elementos não verbais são 
fundamentais para que se alcance o objetivo, que é promover um produto, uma 
empresa, uma causa, etc. Muitas vezes o entendimento de uma mensagem só é 
possível quando se alia o texto verbal e o não verbal, como no exemplo abaixo:
Tarsila do Amaral (1886-1973) foi uma pintora brasileira. Filha de um 
abastado fazendeiro de São Paulo, viveu na Europa e, interessada em artes, 
estudou escultura, desenho e pintura em Paris. Em 1922, voltou ao Brasil 
e se inseriu no grupo que promoveu a Semana de Arte Moderna, evento 
que buscou revolucionar o pensamento da época, voltado à valorização da 
cultura externa, europeia, em detrimento da interna. O movimento buscava a 
legitimação da cultura brasileira, ou seja, a valorização da língua e da cultura 
do Brasil. 
Saiba mais no site oficial da artista: http://gg.gg/cvmjv.
SAIBA MAIS
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca60
Figura 2.12 – Gênero anúncio | Domínio discursivo publicitário.
Fonte: Banco de imagens Google (2018).
Se você analisar a figura sem ler o texto, vê “pás de cimento” utilizadas em 
canteiros de obras. Isso é mais evidente ainda quando você observa que a peça 
publicitária se refere a uma indústria de cimento. No entanto, ao aliar a imagem 
à chamada publicitária (“Uma história de amor à natureza”), você provavelmente 
vai identificar uma segunda imagem oculta por trás da primeira, já que as pás 
fazem alusão a árvores. Perceba que a imagem admite uma nova interpretação 
quando avaliada sob a perspectiva do texto verbal.
Os exemplos de textos não verbais que estudamos são apenas alguns dentre 
muitas possibilidades. Outros exemplos de linguagem não verbal são: fotos, 
mapas, gráficos, quadros, diagramas, charges, infográficos e demais gêneros 
que utilizam a linguagem mista (verbal e não verbal). 
A seguir, você poderá explorar questões interpretativas. Exercícios desse tipo 
podem ser contemplados em concursos ou nas avaliações das disciplinas de seu 
curso de graduação.
 Da Leitura à Compreensão Textual | UNIDADE 2 61
2.7 Interpretação de Questões Modelo ENADE
Ao longo do curso, você vai ouvir falar muito do ENADE (Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes). Esse exame avalia o rendimento dos concluintes 
dos cursos de graduação em relação aos conteúdos programáticos, às habilidades 
e às competências adquiridas durante a formação. O ENADE é composto por 
questões relacionais, que procuram estimular nos estudantes a reflexão crítica, 
a capacidade de analisar, de comparar, de deduzir e de sintetizar, além de aplicar 
e articular conceitos estudados. (INEP, 2018).
Como você pode perceber, perguntas no modelo ENADE serão amplamente 
utilizadas, de modo que você precisa entender como elas funcionam e como 
interpretá-las. Assim, vamos analisar algumas questões nesse modelo, para que 
você comece a treinar o seu olhar para esse tipo de atividade. 
2.7.1 Questão Modelo ENADE 1
Leia a seguinte tirinha da Turma da Mônica:
Figura 2.13 – Tirinha.
Fonte: Banco de imagens Google (2018).
Tente primeiro resolver cada exercício e depois verifique a análise de cada 
alternativa para checar se você interpretou corretamente as respostas.
DICA
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca62
Analise as seguintes afirmativas sobre a tirinha:
I. há intertextualidade com a história bíblica de Adão e Eva, e o humor se 
estabelece justamente quando o texto original é desconstruído pela tira;
II. apenas pela intertextualidade é possível saber quem são Adão e Eva, uma vez 
que eles não aparecem como personagens explícitos da tira;
III. não é necessário ter nenhum conhecimento prévio para fazer a correta 
interpretação da tira. Como a personagem Magali é conhecida como comilona, 
não é difícil interpretar o final da tira.
São corretas asseguintes afirmativas:
a. apenas a I.
b. apenas a I e a II.
c. apenas a II e a III.
d. apenas a II.
e. apenas a III.
Você já respondeu à questão? Vamos, então, analisar atentamente cada afirmativa.
A afirmativa I está correta. De fato, existe intertextualidade da tira com um texto 
bíblico. Quem não conhece a história do pecado de Adão e Eva que comeram 
a maçã e foram expulsos do paraíso? Entretanto, o texto bíblico não é seguido 
à risca, e Magali, a personagem, come a maçã em vez de oferecê-la a Adão. 
Com a desconstrução do texto original, o humor se estabelece na tira.
A afirmativa II também está correta. Adão e Eva não são personagens explícitos 
da tira. As personagens que de fato aparecem são Magali e a serpente. Tanto 
é assim que a cobra diz que “quem nasceu pra Magali nunca chegará a Eva”. 
Entretanto, como temos um conhecimento prévio acerca da história bíblica de 
Adão e Eva, percebemos a intertextualidade.
A afirmativa III está incorreta. É preciso, sim, ter conhecimento prévio para 
interpretar a tira. Quem não conhece a história bíblica que embasa o texto não 
conseguirá interpretá-lo. 
Assim, a resposta correta é a letra “B”.
Como você se saiu? Achou a questão difícil? Perceba que todos os elementos 
necessários para a compreensão estão no texto. Vamos analisar mais uma 
questão?
 Da Leitura à Compreensão Textual | UNIDADE 2 63
2.7.2 Questão Modelo ENADE 2:
Analise o seguinte cartaz publicitário:
Figura 2.14 – Cartaz.
É DESSA FLORESTA QUE SAI O CHAPEUZINHO VERMELHO, 
JOÃO E MARIA, OS IRMÃOS KARAMAZOV, A DAMA DAS 
CAMÉLIAS E OS TRÊS MOSQUETEIROS.
Fonte: Revista Bolsa, 1986. In: CARRASCOZA, J. A. A evolução do texto publicitário: a associação 
de palavras como elemento de sedução na publicidade. São Paulo: Futura, 1999 (adaptado).
Nesse cartaz publicitário de uma empresa de papel e celulose, a combinação dos 
elementos verbais e não verbais visa a:
a. justificar os prejuízos ao meio ambiente, ao vincular a empresa à difusão 
da cultura.
b. incentivar a leitura de obras literárias, ao referir-se a títulos consagrados 
do acervo mundial.
c. seduzir o consumidor, ao relacionar o anunciante às histórias clássicas da 
literatura universal.
d. promover uma reflexão sobre a preservação ambiental ao aliar o 
desmatamento aos clássicos da literatura.
e. construir uma imagem positiva do anunciante, ao associar a exploração 
alegadamente sustentável à produção de livros.
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca64
Para resolver esta questão, primeiramente você precisa ativar os seus 
conhecimentos prévios para entender quem são os personagens a que o anúncio 
se refere: Chapeuzinho Vermelho e João e Maria (clássicos da literatura infantil); 
os irmãos Karamazov (literatura russa, de Fiódor Dostoyewski); a Dama das 
Camélias (literatura francesa, de Alexandre Dumas Filho); os 3 Mosqueteiros 
(literatura francesa, de Alexandre Dumas Pai). Aqui descrevemos os autores, 
mas você não precisa saber isso. O que importa saber é que todos eles são 
personagens de obras literárias.
Qual a ligação desses personagens com uma floresta? Sabe-se que o papel é 
feito da celulose, que advém das árvores. A partir desses conhecimentos 
prévios, pode-se inferir que o cartaz publicitário faz um jogo de linguagem 
ao dizer que os personagens saem da floresta. Na verdade, a floresta origina a 
celulose, a celulose origina o papel, o papel origina os livros e nos livros estão 
os personagens citados. Assim, indiretamente, os personagens saem da floresta.
Em um segundo momento, a imagem mostra uma área reflorestada, o que 
pressupõe a sustentabilidade ambiental, ou seja, a preocupação da empresa que 
produz o papel em restaurar a floresta.
Por fim, deve-se analisar o objetivo de um anúncio publicitário. Este serve para 
vender ou para exaltar uma qualidade positiva de um produto ou anunciante. 
A partir desses elementos, conclui-se que a alternativa correta é a “E”.
Essa questão exige alguns conhecimentos prévios do leitor e a articulação desses 
conhecimentos a fim de chegar à resposta correta.
 Da Leitura à Compreensão Textual | UNIDADE 2 65
SÍNTESE DA UNIDADE
Ao longo desta unidade, você estudou a leitura e suas diversas interfaces, 
refletindo sobre a importância do leitor e sobre a participação ativa dele no 
processo de construção de sentidos de um texto. Além disso, você identificou 
estratégias de leitura e de interpretação textuais que buscam facilitar a interação 
com os diversos gêneros textuais com os quais você lida no seu dia a dia. 
Essas estratégias, que visam a tornar mais dinâmica e precisa a sua relação 
com os textos, são: seleção, antecipação, inferência, verificação e ativação 
de conhecimentos prévios. Essas etapas pressupõem um estudo minucioso do 
texto com o objetivo de analisar os sentidos que ele estabelece. 
Os sentidos de um texto não são fechados e, por isso, o processo de interpretação 
requer um leitor atento, que reconheça as sutilezas do texto e contribua para 
preencher suas lacunas. A partir dessas estratégias, você vai desvendando o 
texto, imaginando os rumos que ele pode tomar, mudando rotas, fazendo novas 
inferências. Em relação aos conhecimentos prévios, estes dizem respeito à 
articulação de todos os conhecimentos que você acumula ao longo da vida. 
No decorrer da leitura, eles vão sendo ativados e contribuem para a compreensão.
Você também estudou a interpretação textual em contextos de intertextualidade, 
verificando como diferentes textos mantêm diálogo entre si e se complementam 
mutuamente, em um constante movimento de integração das produções 
humanas. Outro aspecto estudado foi a interação entre linguagem verbal e não 
verbal, mais uma vez sob o foco da interpretação textual.
A partir de agora, em suas leituras, você pode fazer os exercícios que propomos 
neste capítulo, aprimorando seu olhar, a fim de enxergar além do que está escrito 
em um texto. E lembre-se: a habilidade de interpretar você adquire com treino!
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca66
REFERÊNCIAS
GOULART, C. R.; BOTH, J. T. Interpretação e compreensão de textos. In: AIUB, T 
N. (Org). Português: práticas de leitura e escrita. Porto Alegre: Penso, 2015.
GUIMARÃES, T. C. Comunicação e Linguagem. São Paulo: Pearson, 2011.
HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 
2009.
INEP. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. 
2018. Disponível em: http://gg.gg/cvmll. Acesso em: 06 de nov. 2018.
KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. 2. ed. São 
Paulo: Contexto, 2008.
MARCUSCHI, L. A. Produção Textual, análise de gêneros e compreensão. São 
Paulo: Parábola, 2008.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – Língua Portuguesa (PCN). 
Brasília, 1998. Disponível em: http://gg.gg/cvmlk. Acesso em 19 out. 2018.
SZKLARZ, E.; GARATTONI, B. A Era da Burrice. Revista Superinteressante. 
Edição 394, out. 2008.
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca122 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca
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	unidade 1
	O Processo da Comunicação
	Objetivo Geral 
	Objetivos Específicos 
	QUESTÕES CONTEXTUAIS
	1.1 Introdução
	1.2 Origem do Processo Comunicativo
	1.3 Os Elementos da Comunicação
	1.4 Ruído na Comunicação
	1.5 As Funções da Linguagem
	1.6 A Noção de Interlocutor
	1.7 Adequação da Linguagem à
Situação Comunicativa
	1.8 Comunicação e Gêneros Textuais
	1.8.1 Gênero, Tipo e Domínio Textuais
	Síntese da unidade
	Referências
	unidade 2
	Da Leitura à Compreensão Textual
	Objetivo Geral 
	ObjetivosEspecíficos 
	QUESTÕES CONTEXTUAIS
	2.1 Introdução
	2.2 Leitura e suas Interfaces
	2.3 Leitura e Compreensão: o Papel do Leitor
	2.3.1 Estratégias de Leitura: Existe uma
Fórmula Eficaz?
	2.3.2 Estratégias de Leitura: Aplicação
	2.4 Esquemas de Leitura
	2.5 Interpretação e Intertextualidades
	2.6 Interpretação de Textos Não Verbais
	2.7 Interpretação de Questões Modelo ENADE
	2.7.1 Questão Modelo ENADE 1
	2.7.2 Questão Modelo ENADE 2:
	Síntese da unidade
	Referências
	unidade 3
	A Articulação da Escrita
	Objetivo Geral 
	Objetivos Específicos 
	QUESTÕES CONTEXTUAIS
	3.1 Introdução
	3.2 A Escrita na Contemporaneidade
	3.3 Estruturas Básicas da Escrita:
Frase e Parágrafo
	3.4 Texto e Fatores de Textualidade
	3.4.1 A Coesão
	3.4.2 A Coerência
	3.5 Estrutura do Texto Argumentativo
	3.6 A Construção do Texto Argumentativo: Passo a Passo
	Síntese da unidade
	Referências
	unidade 4
	O Texto em Ação
	Objetivo Geral 
	Objetivos Específicos 
	QUESTÕES CONTEXTUAIS
	4.1 Introdução
	4.2 Gêneros Acadêmicos
	4.2.1 Resenha
	4.2.2 Resumo
	4.2.3 Ensaio
	4.2.4 Mapa Mental
	4.2.5 Seminário e Apresentação de Trabalho
	4.3 Dúvidas Gramaticais Recorrentes
	Síntese da unidade
	Referências

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