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DIREITO PENAL I

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Anna Catharina Garcia 
Daniela Portugal 
direito penal 1 
Funções da pena 24/09/2018 
1. Teorias absolutas ou 
retribuitivas: teoria 
legimadora 
1.1 Quando o sujeito faz um mal pra a sociedade, esse mal deve ser retribuída 
pra ele. A pena serve para castigar. 
1.2 Lei do talião: olho por olho e dente por dente. 
1.3 Presentes na idade media, Roma e Grécia. 
1.4 “Todas as teorias que vem o direito penal como um fim em si mesmo, 
independentemente das razoes utilitárias ou preventivas, significa dizer que a 
legitimidade aqui decorre apenas do fato do delito ter sido cometido” – 
Bittencourt. 
1.5 Kant: A pena tem que ser aplicada porque houve a violação a 
moral; O homem tem que ter o fim em si mesmo, a pena não deve ter 
função preventiva e sim de punir o que foi feito; “ A pena aqui é justificada 
apenas pelo cometimento do delito, avalia-se meramente a conduta moral do 
sujeito”; avaliação moral. 
1.6 Hegel: O direito dá a preservação das condutas sociais, e a 
partir do cometimento do crime você nega esse direito; A pena vai negar a 
conduta negativa (o crime), e essa ideia de negativo com negativo dará o 
positivo, retribuindo o mal que causou; “A pena é explicada por um 
processo dialético inerente a ideia do direito, considerando o delito uma 
violência contra o direito, a pena é uma violência que anularia a primeira, 
reafirmando o ordenamento jurídico; O crime nega o direito, a pena nega o 
crime. 
2. Teorias relativas ou 
preventivas: teoria 
legimadora 
2.1 Idade moderna. 
2.2 Função geral: “Percebe a pena como meio de ser 
visto de determinados fins, considerando-a utilitariamente”; voltado para a 
sociedade. 
2.2.1 Finalidade positiva: proteção do bem jurídico e a sociedade. 
“Difundir na consciência geral a necessidade de se preservar os bens 
jurídicos. A pena tem função de proteger as interações sociais por 
meio de sua aplicação ante as frustrações que decorrem da violação 
das normas.”; Educar a sociedade e afirmar a validade da norma. 
2.2.2 Finalidade negativa: Forma de coação psicológica exercida sobre 
seus destinatários, distinguindo-se na culminação (o tempo da pena 
que o legislador acorda para a violação) e aplicação da lei; Dissuade 
o sujeito a cometer o delito por medo da pena; Pouco existe, não 
dissuade ninguém a não cometer o crime; Intimida e temoriza a 
sociedade. 
2.3 Função especial: Objetivo de prevenir 
novos crimes; Busca a ressocialização dos autores dos crimes, reeducando-
os.; Voltado para o sujeito apenado. 
2.3.1 Finalidade positiva: Ressocialização 
2.3.2 Finalidade negativa: Neutralização; Aplicada apenas em penas 
privativas de liberdade, neutraliza o sujeito, retira o sujeito da 
sociedade 
3. Teoria mista ou 
unificadora da pena: 
teoria legitimadora 
26/09/2018 
3.1 A pena cumpre a função retributiva e a preventiva. 
3.2 Teoria dialética 
unificadora: Claus Roxin 
3.2.1 A pena cumpre varias funções, dependendo do momento em que é 
aplicada. 
3.2.2 Pena cominada (previamente determinada pelo legislador em 
abstrato): cumpre uma função de prevenção geral 
3.2.2.1 Limitada pela proporcionalidade 
3.2.3 Pena aplicada (já não é mais abtrato, já ta voltada especificamente 
pra o sujeito que a cumpre): cumpre uma função de prevenção 
especial, pois há uma dosimetria de pena especifica para o sujeito. 
3.2.3.1 Limitada pela culpabilidade do sujeito (grau de 
reprovabilidade da conduta) 
3.2.4 Pena executada: Prevenção especial, já não se fala mais na 
dosimetria d pena da sentença e sim do sujeito já encarcerado e o 
Estado colocando em pratica a pena que foi aplicada. 
3.2.4.1 Limitada pelo principio da humanidade 
3.2.5 Roxin afirma teoricamente que a retribuição não é a função da pena, 
não se pode fundamenta-la na simples ideia de castigo 
4. Observações teorias 
legitimadoras 
4.1 Art 59 do CP: O objetivo da pena é reprovar e prevenir o crime (segue a 
teoria mista/eclética ) 
4.2 Todas são teorias justificadoras, so mudam as justificam a pena e legitimam a 
pena privativa de liberdade. São elas quem legitimam e justificam o próprio 
Direito Penal. 
5. Teoria Agnostica: 
teoria deslegitimadora 
5.1 Autoria de Zaffaroni: insipirado pela obra “Penas perdidas” de Louk 
Huksman e Jacqueline de Celis (abolicionistas) – o castigo pelo castigo, no 
Estado Moderno, não pode ser justificado pelo castigo e nem pela prevenção 
pois a pena privativa não previne novos crimes. Tudo que esse tipo de pena 
faz é estigmatizar o sujeito – 
5.2 Assim, Zaffaroni escreve “em buscas das penas perdidas”, que não é 
abolicionista e sim minimalista (ou abolicionista moderado) 
5.3 Nessa ideia minimalista, Zaffaroni coloca que não há justificativa racional 
para o uso da pena privativa de liberdade 
5.3.1 As justificativas da pena não estão no campo do cognoscível e do 
conhecimento. 
5.3.2 Toda prisão é ato de violência: é vingança, institucionalizada pelo 
Estado 
5.4 Logo, a pena privativa de liberdade só deve ser usada em caso de extrema 
necessidade, no mais reduzido possível grupo de casos. Mesmo sabendo que 
ela não cumpre as funções que as legitimam. 
5.4.1 Reconhecendo o Estado que está praticando um ato e violência 
contra alguém, ele deve reformular seus princípios de extrema 
necessidade para que possa justificar a irracionalidade excepcional 
da prisão. 
Aplicação da Lei Penal 01/10/2018 
1. Caso prático: João, 25 anos, foi preso em flagrante delito, no dia 1/10/2004 quando 
trazia consigo 2,6g de crack, conforme demostrou laudo pericial. Em virtude, de ter sido 
encontrada com agente uma balança de precisão ilícita de vendas, o MP ofereceu denuncia 
com base no artigo 12, caput, da lei 6368/1976. No curso do processo, todavia a referida lei 
foi revogada sendo substituída pela lei 11343/2006. O réu, que já havia sido condenado com 
base na pena cominada pelo art 12 da lei 6368/76 requereu a aplicação da diminuição de 
pena, prevista no paragrafo 4º do artigo 33 da nova lei, já que comprovado no processo o 
seus requisitos e aplicação. Em oposição ao pleito, o MP alegou tratar-se de usurpação de 
função legislativa (combinação de leis), já a defesa alegou retroatividade benéfica. Qual tese 
merece prosperar? Decida o caso fundamentadamente. 
Resposta: 
Aplicação da Lei penal no tempo 03/10/2018 
1. Tempo do crime 
1.1 Art 4º do código penal: teoria da 
atividade/conduta 
1.1.1 O momento do crime é o momento da ação ou da omissão, pouco 
importando o momento do resultado. Exemplo: se um tiro é disparado 
no dia 25 de setembro por um de menor e a vitima morre no dia 1º de 
outubro onde quem disparou já é de maior, no momento do processo 
ele ainda é considerado inimputável. 
2. Irretroatividade x 
Retroatividade 
2.1 Previsto na CF/88 ART5º: A CF disciplina se a lei penal não retroagira salvo 
se for para beneficiar o réu. 
2.2 Irretroatividade 
prejudicial in pejus: leis gravosas não 
retroagem ainda que o julgamento ocorra quando ela ja esteja em vigor, o 
crime é julgado pela lei que era vigente na época em que foi praticado; A 
irretroatividade da lei penal gravosa prevista na CF/88 consagra implícita e 
logicamente a ultratividade benéfica da lei já revogada, que continuará 
produzindo os seus efeitos desde que para os crime praticados durante a sua 
vigência. 
2.2.1 Ultratividade benéfica: quando a lei já revogada continua a surtir efeitos 
2.3 Retroatividade benéfica 
in melius: leis benéficas retroagem para atingir réus; A 
retroatividade benéfica da nova lei penal se opera enquanto for possível se 
extrair algum beneficio para o réu, não encontrando limites nem mesmo na 
coisa julgada. 
3. Leis excepcionais e 
temporárias 
3.1 Art 3º do CP 
3.2 Leis com tempo de inicio e fim da vigência. Ex: Lei geral da Copa, l2663/12. 
Consagrada sua excepcionalidade no artigo 36 dessa lei. 
3.3 Ultratividade gravosa: Mesmo 
quando encerram sua vigência, os crimes praticadosna época que estava em 
vigor, a lei continua valendo 
3.4 Para o entendimento majoritário o ART 3º do CP foi recepcionado pela 
CF/88, admitindo-se com isso a ultratividade gravosa das leis excepcionais e 
temporárias. 
4. Lei intermediaria 
4.1 É uma lei que é utilizada no julgamento, mas ela não estava em vigor no 
momento do crime e ela já havia sido revogada na data da sentença mas 
mesmo assim o réu garante seus efeitos. 
4.2 Na pratica, essa lei está retroagindo ao momento do crime, mas esta 
ultragindo pois segue operando seus efeitos m esmo após suas revogação. 
 
 
5. Normas em branco e 
jurisprudência 08/10/2018 
5.1 A alteração no tempo do complemento normativo das normas penais em 
branco também deverá ser pensada a partir da irretroatividade da inovação 
gravosa e da retroatividade pensada a partir da irretroatividade da inovação 
gravosa e retroatividade da inovação benéfica. O mesmo devera fazer pra 
jurisprudência. 
5.2 Caso concreto: Sumula 174 do STJ. 
5.2.1 O art 157 do CP prevê que o emprego de arma gera aumento de pena 
no roubo. A duvida sempre foi se o emprego de uma arma de 
brinquedo faria incidir esse aumento de pena ou não. 
5.2.2 Em primeiro momento, o STJ autoriza o aumento de pena. So que esse 
aumento de pena passou a ser interpretado de outra forma pois a 
sumula 174 foi cancelada. 
5.2.3 Com o cancelamento, a arma de brinquedo passou a não gerar mais 
aumento de pena. 
5.2.4 Deve ser usado no julgamento o entendimento jurisprudencial mais 
benéfico ao réu. Raciocínio semelhante se aplica a jurisprudência no 
tempo. 
6. Vacatio legis 
5.1 Uma norma benéfica em vacatio pode ser aplicada? Não. O período de vacância 
deve ser respeitado. 
7. Combinação de leis 
7.1 Majoritariamente, não se admite a chamada combinação de leis por se 
entender que o juiz estaria usurpando função legislativa para criar uma 
terceira lei: lex tercia. 
7.2 Por essa razão o STJ editou a sumula 701 relativa a nova lei de drogas 
obrigando que o magistrado elegesse para cada caso concreto a lei mais 
benéfica para que fosse aplicada em sua integra. 
8. Sumula 711 do STF 
8.1 Crimes instantâneos x permanentes 
8.1.1 Instantâneos: Que a consumação se dá no 
instante; Há um instante que define a consumação do crime, tudo que 
vem após esse instante é exaurido. Ex: No homicídio, quando ocorre a 
falência da atividade cerebral da vitima, se pode definir naquele instante 
a consumação do resultado (a morte), antes disso, é apenas tentativa de 
homicídio. 
8.1.2 Permanentes: A consumação dele se dá pelo 
próprio crime; A consumação se prolonga no tempo e ela dura o mesmo 
tempo que durar a permanecia. Ex: O sequestro, ele se consuma o 
tempo que durar a privação de liberdade. 
8.2 Crimes continuados: Há uma pluralidade de crimes da mesma espécie 
(instantâneos ou permanentes) em circunstancia semelhantes (art. 71 do CP). 
Há o mesmo crime, praticado diversas vezes, seja ele contra a mesma vitima 
ou não. 
8.3 Nos crimes instantâneos, é aplicado a lei menos gravosa (no intervalo entre o 
crime e o julgamento). 
8.4 E no caso de que a lei penal é alterada durante a permanência de um crime? 
Na sucessão de leis no tempo no curso da permanência delitiva a sumula 
711 do STF consagra que trabalharemos com a lei vigente no momento em 
que cessa a permanência ou continuidade do crime, seja ela gravosa ou 
benéfica. No texto da sumula, coloca como apenas a aplicação da lei mais 
gravosa, mas na pratica usa-se a que estiver em vigor quando se cessa o 
crime, seja benéfica ou gravosa. A sumula não impede que uma lei nova 
retroaja, ela so resolve qual durante a permanência ira se aplicar, o que for 
legislado após a permanência, se for benéfica ira poder ser utilizado. 
8.5 O mesmo raciocínio foi aplicado em crimes continuados. 
 
 
Aplicação da lei penal no espaço 
1. Lugar do crime 
1.1 Onde o crime aconteceu? No Brasil (territorialidade) ou fora do Brasil 
(extraterritorialidade)? 
1.2 Teoria da ubiquidade: Conforme art. 6º do CP, considera-se que o crime foi 
praticado dentro do Brasil. A referida teoria resolve os crimes à distancia: 
1.2.1 Quando a ação ou omissão no todo ou em parte aconteceu no Brasil 
1.2.2 Quando o resultado ocorreu no brasil 
1.2.3 Quando o resultado deveria ter ocorrido no Brasil 
1.3 Exemplo: um argentino envia uma carta bomba para o Brasil, um brasileiro envia 
uma carta bomba pra Argentina, um argentino envia uma carta bomba para o Brasil 
mas ela é extraviada e explode no Uruguai. Em todos os casos são crimes cometidos 
no Brasil. 
2. Territorialidade 10/10/2018 
2.1 É a regra geral em matéria de aplicação da lei penal no espaço, significa dizer que 
em principio só se aplica a lei brasileira a crimes cometidos dentro do brasil. 
2.2 “Dentro do Brasil” (lei do mar: 8617/93): 
2.2.1 Território natural: Solo + Mar territorial + 
Subsolo + Espaço aéreo 
2.2.1.1 O espaço aéreo brasileiro compreende tudo quanto acima 
do nosso solo e mar territorial, ate o limite da atmosfera, 
devendo ser obedecidas as normas relativas a voo 
particulares e comerciais sobre pena de aplicação da lei do 
abate nos termos da lei número 9614/98, art 303, paragrafo 
2º do Código Brasileiro de Aeronáutica 
2.2.1.2 O mar territorial corresponde à região marítima 
compreendida da linha de borda ate o limite de 12 milhas 
náuticas, região em que o estado brasileiro exerce soberania 
absoluta. 
2.2.1.2.1 A zona contigua (12-24 milhas) e a zona econômica 
exclusiva (12-200 milhas) não são regiões de 
jurisdição absoluta discutindo-se portanto se é 
possível aqui falar de jurisdição penal no espaço. 
2.2.1.2.2 Direito de passagem inocente: é reconhecido aos 
navios de todas as nacionalidades no mar territorial 
brasileiro. A passagem deve ser continua, rápida, 
não pode atentar contra a paz e a ordem brasileira e 
ela compreende excepcionalmente o parar por 
motivos técnicos/força maior/dificuldade grave. O 
direito de passagem inocente, em tese, a jurisdição 
brasileira não ira se envolver em crimes que 
ocorrem em embarcações, depende do que o 
Estado ira entender como atentado a paz e a 
ordem. 
2.2.2 Território por 
extensão/equiparação: Para efeitos 
penais consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e 
aeronaves brasileiras publicas ou a serviço do governo brasileiro onde quer que 
se encontre, é crime praticado por extensão. Bem como embarcações e 
aeronaves privadas em alto mar ou espaço aéreo correspondente, não alcança 
quando esses veículos adentram outros mares territoriais, apenas se estiver em 
alto mar, é crime praticado dentro do brasil por equiparação. Também vai ser 
considerado território brasileiro as embarcações/aeronaves privadas estrangeiras 
em território natural brasileiro. 
2.2.2.1 Principio da bandeira: principio aplicável às hipóteses de 
território por extensão utilizado para fundamentar o 
exercício da jurisdição brasileira nos casos em que a 
bandeira da embarcação/aeronave seja do Brasil. Também 
chamado de principio da representação ou do pavilhão. 
2.2.3 Territorialidade mitigada: 
Nos termos do art 5º caput, a territorialidade brasileira não é absoluta, pois 
existem crimes praticados dentro do Brasil para os quais a própria lei brasileira 
excepciona a sua incidência. Exemplo: passagem inocente, diplomatas e etc. 
 
3 Extraterritorialidade: 
 Eventual interesse de processar e julgar crimes fora do Brasil. (art 7º do CP ) 
3.1 Incondicionada: 
3.1.1 Contra vida/liberdade do presidente 
3.1.2 Patrimônio/ Fé publica (falsificação no estrangeiro de moedas, 
passaportes, rg...) da administração direta (união, estados, municípios, 
DF...) ou indireta brasileira. 
3.1.3 Contra a administração publica por quem esta a seu serviço. 
3.1.4 Genocídio quando o agente ou brasileiro ou domiciliado aqui (principio 
da justiça universal ou cosmopolita). 
3.1.5 Verificadas quaisquerdas hipóteses de extraterritorialidade 
incondicionada aplica-se em tese a lei brasileiro ainda que o agente já 
tenha sido absolvido ou condenado no estrangeiro – relativização do 
principio do ne bis idem pois são situações relacionadas a violação da 
nossa soberania, fundamentando-se no principio da defesa. – (art 7º, 
paragrafo I). Na hipótese de já ter cumprido pena no estrangeiro está 
será abatida de eventual condenação brasileira. (art 8º) 
3.2 Condicionada 15/10/2018 
3.2.1 Crimes que por tratado ou convecção o Brasil se obrigou a reprimir. 
(principio da justiça universal/cosmopolita: alguns delitos demandam a 
soma de esforços de mais de um Estado soberano para que eles possam 
efetivamente serem reprimidos. Ex: trafico internacional de pessoas e 
entorpecentes; o sujeito ativo e nem o passivo precisa ser brasileiro) 
3.2.2 Por brasileiro contra estrangeiro. (principio da nacionalidade ativa) 
3.2.3 Por estrangeiro contra brasileiro. (principio da nacionalidade passiva; 
muito difícil de ocorrer; extraterritorialidade hipercondicionada) 
3.2.4 Em embarcação/aeronave brasileira em territórios estrangeiros que lá 
não foram julgados. (a preferencia de julgar não é nossa, mas se não 
ocorre o julgamento no Estado em que ocorreu, busca evitar 
impunidades; principio da bandeira) 
3.3 Condições para aplicação 
da lei brasileira na 
extraterritorialidade 
condicionada 
3.3.1 São cumulativas. 
3.3.2 Entrar o agente em território nacional: condição de procedibilidade, ou 
seja, para dar inicio ao processo. 
3.3.2.1 Pode ser espontânea ou forçada. 
3.3.2.2 Essa entrada não impõe a permanência 
3.3.3 Ser o fato punível também no país em que foi praticado. (dupla 
tipicidade): não importa a quantidade de pena e/ou o nome jurídico que 
é dado a essas infrações. 
3.3.4 Estar o crime incluído também naqueles em que a lei brasileira autoriza 
a extradição: crimes em que a pena abstrata máxima seja maior ou igual 
a 2 anos – crimes que tenha uma mínima lesividade para que o Brasil 
peça a extradição. 
3.3.5 Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro e nem cumprido pena: 
vale-se o ne bis idem. 
3.3.6 Não existir extinção de punibilidade segundo lei mais favorável. 
(brasileira ou estrangeira) 
3.3.6.1 Causas de extinção de punibilidade: listadas no art 107 do 
CP. 
3.3.7 Condições extra (aplicados em crimes por estrangeiro contra brasileiro 
fora do Brasil; devem ser somadas as condições supracitadas e as abaixo 
citadas são também cumulativas): 
3.3.7.1 Requisição pelo Ministro da Justiça 
3.3.7.2 Não foi pedida ou foi negada a extradição do sujeito para 
seu país de origem. 
3.3.7.3 São condições que reforçam a condição de procedibilidade. 
3.4 Eficácia de sentença 
estrangeira art 9 
3.4.1 Para que a sentença estrangeira gere efeitos no Brasil ela precisará ser 
homologada pela justiça brasileira nos casos de: 
3.4.1.1 Obrigar o condenado a reparação do dano, restituição e 
outros efeitos civis, nunca de pena. 
3.4.1.1.1 Depende de pedido da parte interessada (quem 
recebe a indenização). Pode ser contra a vontade de 
quem indeniza. 
3.4.1.1.2 Existência de tratado de extradição entre o Brasil e 
o país que julgou ou então por uma analise feita e 
firmada pelo ministro da Justiça. 
3.4.1.2 Para sujeitar o individuo a medida de segurança. 
3.4.1.3 O artigo 9º deve ser interpretado em harmonia com o que é 
previsto na lei de migração de 2017. Os artigos 100 e 
seguintes da lei preveem a transferência de execução de 
pena de um país para outro (por exemplo para que o 
condenado cumpra pena no país em que sua família está). 
Não se trata propriamente de homologação de sentença 
penal estrangeira, uma vez que deriva de manifestação de 
vontade do próprio condenado, materializada por tanto no 
interesse/beneficio do preso. 
4 Contagem penal de 
prazo (art 10): 
4.1 Inclui-se o dia de inicio e exclui-se o dia final. 
4.2 Pouco importa se o termo inicial ou final é ou não dia útil. 
4.3 Exemplo: se alguém é preso no dia 13/10 (sab) por 5 dias, no primeiro minuto 
do dia 17 (00h01) ele devera ser posto em liberdade. 
5 Contagem processual 
penal de prazo 
5.1 Exclui-se o dia de inicio e inclui-se o dia final. 
5.2 O termo inicial e o final tem que ser dias uteis. 
5.3 Exemplo: se alguém tem sua sentença publicada no dia 12/10 (sexta), com um 
prazo recursal de 5 dias, esse prazo so começará a contar no dia 15/10 (segunda), 
ou seja, cabe recurso ate o ultimo minuto do expediente do dia 19/10. 
 
Aplicação da lei penal em relação as pessoas 
15/10/2018. 
1.0 Imunidades penais: exceção ao 
principio da territorialdade 
1.0 Parlamentares: art 53 CF/88 (imunidade quanto as 
delitos de opinião) 
1.0.1 Deputados e senadores são invioláveis penais e civilmente por quaisquer 
de suas opiniões, palavras e votos em todo o território nacional. 
(imunidade material ou absoluta, o parlamentar não é processado) 
1.0.2 Estão de fora os vereadores nesse artigo, mas em outro momento (art 29) 
a CF diz que a imunidade dos vereadores estaria circunscrita ao 
município. 
1.1.2.1 O STF coloca essa imunidade mesmo que o vereador saia de seu 
município porem para exercer a função. 
1.0.3 Dentro do exercício da função (dentro das casas legislativas ou fora em 
exercicio) essa imunidade é garantida, mas ainda assim essa imunidade 
dentro do exercício tem limites. 
1.0.4 Jurisprudência: 
1.0.4.1 Crimes contra a honra (art 138 e 140 do CP) 
1.0.4.1.1 Calunia: imputar crimes falsamente alguém sabendo 
que essa acusação é falsa. 
1.0.4.1.2 Difamação: ofender alguém/ sua reputação. 
1.0.4.1.3 Injúria: ofensa ao subjetivo do injuriado, a auto 
imagem do individuo. 
1.0.4.1.4 A aplicação das imunidades é aplicada nos casos de 
crime contra a honra. 
1.0.4.1.4.1 A calunia começa a ser relativizada para 
que os parlamentares não abusassem de 
direito, e assim os tribunais deixam de 
acobertar calunias. 
1.0.4.2 Racismo (art 4º CF/88 e na lei 7716/89 ) 
1.0.4.2.1 Repudio ao racismo, crime inafiançável e 
imprescritível 
1.0.4.2.2 Preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência 
nacional ou gênero. 
1.0.4.2.3 Estariam os parlamentares imunes? Poderiam eles 
professarem discursos de ódio? Não. 
1.0.4.3 Caso Bolsonaro x Maria do Rosário. 
1.0.4.3.1 Apenas em 2016, foi a primeira vez que o STF 
aceita a denuncia contra um parlamentar dentro da 
casa de seu exercício (inquérito 3932 e petição 5243) 
1.0.4.3.2 Bolsonaro saiu da função e foi condenado. 
1.0.5 Imunidade processual ou relativa de parlamentares: foro por prerrogativa 
de função (foro privilegiado), o parlamentar é processado mas tem 
privilégios no processo. 
 
1.1 Diplomáticas e consulares 
22/10/2018. 
1.1.1 Regida pela Convenção de Viena para relações diplomáticas e 
consulares. 
1.1.2 Embaixadas e Consulares não são território do Estado representado. O 
Brasil não cede território. 
1.1.2.1 O fato de se manter território br, não quer dizer que são 
espaços violáveis. São invioláveis, principalmente pela 
policia, mas não deixam de ser território brasileiro. 
1.1.3 Estado acreditante e acreditado 
1.1.3.1 Acreditante: envia a missão diplomática. 
1.1.3.2 Acreditado: recebe a missão. 
1.1.4 Imunidade dos agentes diplomáticos 
1.1.4.1 O art 31 consagra a imunidade de jurisdição penal (não 
significa dizer que não sera julgado ou punido, ele sera, mas 
sera julgado e punido pelo Estado acreditante). 
1.1.4.2 Essa imunidade penal abrange qualquer delito, mesmo 
aqueles que não tenham relação com o exercício da função. 
1.1.4.3 O agente diplomática gozara de imunidade de jurisdição 
penal, civil e administrativa. 
1.1.4.4 O Estado acreditante pode renunciar de maneira expressa a 
imunidade do diplomata, o próprio não pode renunciar (art 
32). 
1.1.4.5 Extensão da imunidade: membros da família do diplomata, 
membros do pessoal administrativo e técnico da missão, 
desdeque não sejam nacionais do Estado acreditado (art 
33). Criados particulares não gozarão de imunidade penal, 
independente da nacionalidade. 
1.1.5 Imunidade dos agentes consulares. 
1.1.5.1 Os funcionares e empregados consulares não estão sujeitas 
ao ordenamento do Estado acreditado. É mais restrita que a 
diplomática. Essa imunidade esta restrita ao exercício das 
funções consulares. (Art 43) 
1.1.5.2 A renuncia dos consulares (art 45) é regrada da mesma 
forma que a renuncia das atividades diplomáticas. 
1.1.5.3 Extensão das imunidades: abrangem os membros da família, 
os membros da repartição consular (funcionários do corpo 
técnico e administrativo) desde que não sejam nacionais do 
Estado acreditado. Funcionários particulares não gozam de 
imunidade. (art 53) 
1.1.6 A diferença entre as duas é que a imunidade dos consulares é restrita ao 
exercício das funções. 
1.2 Outras 
1.2.1 Previstas no Código Penal: art 181 (imunidade absoluta) e 182 
(imunidade relativa) + exceções do art 183. 
1.2.2 “João, filho de diplomata português residente no Brasil, aproveitou um 
momento de descuido de seu pai na véspera do seu aniversario de 70 
anos, para lhe furtar a quantia de de 10 mil reais. Ao tomar 
conhecimento do fato, o pai do jovem procurou a atividades policiais 
brasileiras e portuguesas para fins de processamento por furto, 
informando ainda que o jovem nasceu no Brasil e tem mãe brasileira. 
Você foi contratado para emitir parecer jurídico penal acerca do caso.” 
1.2.2.1 Resposta: João será julgado pelas leis brasileiras pois: apesar 
de filho de diplomata, é nacional, logo, não se aplica a 
imunidade do Congresso de Viena e nem se aplica a 
imunidade do artigo 181 pois a vitima tem mais de 60 anos. 
 Interpretação de normas penais 
1.0 Classificação 
1.1 Incriminadoras: Aquelas que preveem algum crime. 
1.1.1 Crime ou delito vai ser previsto a partir de um preceito primário 
(descreve a conduta) e um secundário (descreve a pena). 
1.2 Não incriminadoras: Não preveem crimes e 
nem penas. 
1.2.1 Espécies 
1.2.1.1 Permissivas: Autorizam condutas. 
1.2.1.2 Justificantes: excludentes de ilicitude. Exemplo: artigo 23 do CP. 
1.2.1.3 Exculpantes: de culpabilidade. Exemplo: artigo 22 do CP. 
1.2.1.4 Explicativas: Explicam algum conceito. Exemplo: artigo 327 do 
CP, explica o conceito de funcionário publico. 
1.2.1.5 Complementares: versam sobre a aplicação da lei Penal. 
Relacionadas a dosimetria de pena, pois explica ao juiz 
(destinatário) como aplicar a pena. Exemplo: artigo 59 do CP 
que versa sobre dosimetria de pena. 
2.0 Anomia x Antinomia 
2.1 A anomia é a ausência de norma (lacuna normativa), já a antinomia é o conflito de 
normas (pode ser real ou aparente). 
2.2.1 Antinomias aparentes antes mesmo de existirem já estão pre solucionadas, já se 
sabe a solução dessa antinomia antes mesmo dessa antinomia acontecer. 
2.2 Antinomias aparentes 
24/10/2018 
2.2.1 Criterio gerais 
2.2.1.1 Hierarquia 
2.2.1.2 Especialidade 
2.2.1.3 Cronológico 
2.2.2 Criterios penais de solução: 
2.2.2.1 Subsidiaridade: A subsidiariedade dos tipos penais 
incriminadores em regra está expressa na própria redação do 
delito, toda via também poderá ser tacitamente depreendida. O 
tipo subsidiário é um “plano B” (soldado reserva) que só será 
usado diante da impossibilidade de punição por tipo mais grave. 
2.2.2.1.1 Menos grave (tipo subsidiário) X Mais grave: Será 
punido crime mais grave que foi cometido. 
2.2.2.1.2 Exemplo: Se alguém explode um carro para matar 
alguém. Essa pessoa será julgada com a pena do 
homicídio e não do dano ao bem alheio. 
2.2.2.1.3 Há artigos que fica claro essa subsidiariedade, há 
outros que não mas ela fica implícita. 
2.2.2.2 Consunção/ Absorção: Neste caso o agente, para praticar um 
determinado delito, seu objetivo final, acaba precisando como 
meio de execução praticar outros crimes. Neste caso, o crime 
fim, prevalecerá sobre o crime meio. 
2.2.2.2.1 Caso prático: “João, mediante violência ou grave 
ameaça forçou Maria a praticar com ele tanto 
conjunção carnal, quanto sexo anal, como 
consequência o promotor de justiça denunciou João 
por duas praticas do delito descrito no 213 do CP. 
Em sua defesa, o réu alegou somente ser aplicável 
uma imputação. A quem assiste a razão? 
Resposta: Se o ato libidinoso for meio pra 
conjunção, se imputa apenas a pena simples do art. 
213. Se o ato libidinoso não é meio, sera imputado 
o 213 de maneira continuada, aumenta a pena em 
2/3 (como prevista no art 71 do CP). 
2.2.2.2.2 A sumula 17 do STJ consagra a aplicação da 
absorção entre o crime de falsificação de 
documentos (meio) e o crime de estelionato (fim), 
estabelecendo como critério que a falsificação não 
tenha “maior potencialidade lesiva” (a falsificação se 
esgota na pratica estelionatária) 
2.2.2.2.3 Crime progressivo x Progressão criminosa 
2.2.2.2.3.1 Crime progressivo: Neste caso, o agente 
desde o inicio deseja o crime mais grave, 
mas durante a execução necessariamente 
passará pela pratica de condutas menos 
gravosa. Exemplo: minha intenção era matar 
alguém a facadas, mas defiro varias facadas 
(varias lesões corporais) resultando em 
morte. 
2.2.2.2.3.2 Progressão criminosa: O agente inicialmente 
deseja praticar um crime menos grave, mas 
no curso de ITER CRIMINIS (execução do 
crime) muda de ideia e passa a desejar 
crime mais grave. Exemplo: minha intenção 
era lesionar, mas no meio da lesão eu 
decido matar. 
2.2.2.2.3.3 Em ambos, a doutrina admite o principio da 
consunção. Justamente para que o agente so 
seja punido pelo crime final. 
2.2.2.3 Alternatividade: Tecnicamente, não é um critério de solução do 
conflito aparente de normas , porque não se fala aqui de mais de 
um tipo penal e sim da incidência de um único tipo classificado 
como tipo misto alternativo. Nos tipos mistos alternativos a 
redação do delito contém múltiplos núcleos (verbos) de maneira 
que a pratica de um mais no mesmo contexto caracterizará crime 
único. Exemplo: Art 33 da lei 11.343/2006 (lei de drogas; 
trafico) 
3.0 Analogia 31/10/2018 
3.1 É uma técnica de integração penal 
3.2 Na analogia, há uma situação “X” que está plenamente regulada pelo direito e uma 
situação “Y” que não está regrada pelo direito. A analogia consiste em transpor o 
regramento da situação “X” para regrar a situação “Y”, visto que ambas são situações 
parecidas. 
3.3 O Direito Penal somente admite a analogia In Bonam Partem, ou seja, em benefício 
da parte/do réu 
3.4 Interpretação analógica ou 
extensiva 
3.4.1 É utilizada quando própria norma penal se encontra parcialmente 
preenchida e parcialmente aberta. A norma dispõe de uma fórmula 
exemplificativa, seguida de uma cláusula geral que expressamente 
permite que sejam alcançadas situações assemelhadas. 
3.4.2 É amplamente admitida no Direito Penal tanto em benefício como 
em prejuízo ao réu. 
 
4.0 O Código Penal 1940 
4.1 Parte geral: Normas não incriminadoras; Integralmente 
reformado em 1984; Ainda sofre alterações. 
4.2 Parte especial: Normas incriminadoras, com algumas 
poucas normas não incriminadoras. Sofre diversas alterações pontuais ao longo das 
décadas (a partir do artigo 121). 
Introdução a teoria do delito 
1. Conceito legal: Esse conceito é extraído da lei de introdução ao Código 
Penal, que traz o conceito de infração penal (gênero) 
1.1 Crimes: ou delitos, são punidos com pena de reclusão ou 
detenção. 
1.2 Contravenção de penal: 
Popularmente chamadas de crime anão e delito liliputiano, são infrações penais 
punidas com pena de prisão simples 
1.3 Como a estrutura do tipo incriminador envolve o preceito primário (descrição da 
conduta) e o preceito secundário (descreve a pena) - ou seja, não há uma 
diferença em essência entre crimes e contravenções penais - nada impede que 
crimes virem contravenções ou vice-versa. Bastará, apenas, queo legislador altere 
a consequência juridical prevista para aquela infração penal. Exemplo: porte de 
armas, que antes era contravenção e agora é crime. 
2. Conceito formal: Obtido a partir do tipo incriminador. Quando a redação 
do tipo incriminador, corresponde ao ocorrido em uma determinada conduta 
humana, têm-se uma subsunção. Sendo assim, a tipicidade formal seria a simples 
subsunção da conduta ao que está escrito na norma, ou seja, verifica-se apenas se a 
conduta equivale ou não ao texto normativo, sem avaliar a magnitude da lesão. 
3. Conceito material: Analisa-se a magnitude da lesão. Verifica-se a 
tipicidade formal e a material (pra saber se se aplica ou não o principio da 
insignificância). 
3.1 Materialmente falando, o crime é uma conduta que se enquadra em um tipo 
incriminador e que traduz uma lesão significativa a um bem jurídico. Se não há 
lesão expressiva, a conduta não é considerada crime. 
4. Conceito analítico ou estratificado: Analisa o delito no 
sentido de decompor o delito em partes, visando identificar quais são as partes 
menores que dão origem/compõem ao delito. 
4.1 Essa estratificação, leva a varias maneiras de se olhar o crime: varias Teorias de 
Análise do Delito. 
 
Teorias de analise do delito 
1. Bipartida: Fato típico + ilicitude. 
1.1 Existem várias pessoas que adotam essa teoria como René Ariel Dotti; Damásio de 
Jesus; Mirabete, Cleber Masson. 
1.2 Esse autores são chamados de finalistas dissidentes brasileiros e entendem que a 
culpabilidade é um mero pressuposto de aplicação da pena não sendo, portanto, um 
elemento do crime. 
2. Tripartida: Fato típico + ilicitude +culpabilidade. 
2.1 Fato Típico: É conduta; resultado; nexo de causalidade e tipicidade. 
2.2 Ilicitude: Também chamada de antijuridicidade, é um conceito dado de maneira 
inversa pois, em vez o legislador penal dizer o que é ilícito, ele diz o que é lícito. 
2.3 Culpabilidade: É imputabilidade; potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de 
conduta diversa. 
2.4 É a teoria que tem o maior número de adeptos, incluindo Greco; Paulo Queiroz; 
Buzatto; Rogério Sanches; etc. 
2.5 Eles dizem que a culpabilidade não é um mero pressuposto de aplicação da pena, 
defendendendo que ela é sim um elemento do crime 
3. Quadripartida: fato típico + ilicitude + culpabilidade + punibilidade. 
3.1 É a que possui menos adeptos, sendo um deles Basileu Garcia, que vincula a 
punibilidade à noção de crime. 
 
Classificação dos crimes 05/11/2018 
1. Quanto ao resultado (consumação do crime) 
1.1 Crimes matérias: Somente se consumam quando 
ocorre o resultado naturalístico. 
1.1.1 Resultado naturalístico: Quando o resultado do crime é palpável, alterando a 
natureza das coisas pois se materializa . 
1.1.2 Resultado jurídico: Realiza-se o que esta tipificado. 
1.1.3 Exemplo: no homicídio, o resultado naturalístico é a morte e o jurídico é a 
ação de matar alguém. 
1.1.4 RJ = RN 
1.2 Crimes formais ou de 
consumação antecipada: Se consuma 
com o resultado jurídico, resultado naturalístico, se houver,será apenas exaurimento. 
1.2.1 Exemplo: No crime de extorsão, ele se consuma apenas com o 
constrangimento (RJ), o RN é a vantagem econômica (exaurimento). 
1.2.2 Todo crime que se consuma terá um resultado jurídico. Mas nem todo 
crime necessariamente produzira resultado natural. 
1.2.3 Sumula 96 do STJ: Tipifica a extorsão apenas com o constrangimento. 
1.3 Crimes de mera conduta: para 
consumação, basta a materialização da conduta ilícita, independente da ocorrência de 
lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico. 
1.3.1 Exemplo: violar domicilio alheio, dirigir bêbado... 
1.3.2 RJ = Conduta. 
2. Quanto a lesividade do resultado 
2.1 Dano: Se consumam com a efetiva lesão do bem jurídico. 
2.2 Perigo : consuma-se com a mera exposição do bem jurídico tutelado 
a uma situação de perigo. 
2.2.1 Concreto: Consuma-se com a efetiva comprovação da exposição ao perigo. 
Exemplo: Perigo para a a vida ou saúde de outrem (art 132). 
2.2.2 Abstrato: Consuma-se com a mera pratica da conduta (presunção de perigo). 
Exemplo: trafico de drogas. 
2.2.2.1 Explica a existência dos crimes de mera conduta. 
3. Quanto ao momento da consumação 
3.1 Instantâneo : Consuma-se em um instante preciso. 
Exemplo: marco da consumação do homicídio (hora da morte, quando se encerram 
as atividades cerebrais). 
3.1.1 No crime instantâneo de efeitos permanentes há um instante que define o 
momento consumativo. Toda via o resultado produzido é irreversível, a exemplo do 
que ocorre no homicídio, diferentemente do que ocorre em uma lesão leve. 
3.2 Permanente: Consumação prolongado no tempo. 
3.2.1 Necessariamente: precisam se prolongas para serem consumados. Exemplo: 
sequestro. 
3.2.2 Eventualmente: podem se prolongar. Exemplo: exercício abusivo da 
profissão. 
4. Quanto ao numero de atos 
4.1 Unisubsistente: A conduta se revela diante de um 
único ato de execução, não admitindo fracionamento. Não admite tentativa. 
CONDUTA = ATO. Exemplo: injuria verbal. 
4.2 Plurisubsistente: A conduta pode ser fracionada. 
Admite tentativa, desistência voluntaria e arrependimento eficaz. 
5. Quanto ao numero de sujeitos ativos 
5.1 Unisubjetivo:Aquele passível de ser executado por uma só 
pessoa. Portanto, o concurso de pessoas se houver é meramente eventual. Exemplo: 
Roubo. 
5.2 Plurissubjetivo:Aquele de concurso necessário, sendo 
impossível a pratica dessas espécies delitivas por uma pessoa somente. Exemplo: 
Organização criminosa. 
6. Quanto a especificação do sujeito ativo 
6.1 Comuns: São praticados por qualquer pessoa (sujeito ativo) sem 
que se exija uma condição especial. Exemplo: furtos e feminicidio. 
6.1.1 Os crimes bicomuns são aqueles cometidos e sofridos por qualquer pessoa. 
6.2 Próprios: Necessariamente tem uma qualidade pessoal descrita no 
próprio tipo. Exemplo: Peculato (furtos cometidos por funcionários públicos) 
6.2.1 Os crimes próprios admitem tanto co autoria quanto participação de sujeito 
ativo comum, que nesse caso excepcionalmente responderá pelo crime 
próprio. 
6.2.2 Biproprios: Sujeito ativo e passivo são específicos. Exemplo: infanticídio: 
quando uma mulher em estado puerperal (pos parto) mata seu filho recém 
nascido. 
6.3 Mão própria: Somente podem ser praticados 
pessoalmente, pelo sujeito expressamente indicado no tipo penal. Exemplo: falso 
testemunho. 
6.3.1 Não admite co autoria. Mas admite participação.

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