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LEGISLAÇÕES FEDERAIS Professora: Lizandra Seixas Disciplina: Legislação Farmacêutica DIFERENÇAS: A LEI é a norma escrita proveniente do poder competente. Ela manda ou proíbe algo de acordo com a justiça e para o bem da sociedade em geral. Sendo um tipo mais simples de ordenamento político, conta com um trâmite de aprovação menos complexo em relação aos demais modelos legais. No que concerne ao DECRETO, trata-se de um ato normativo secundário, abaixo da lei, que não pode ir contra a Constituição Federal e tem como fonte principal de inspiração as leis. Ele é um mandado expedido por via judicial por autoridade competente. Mesmo que impacte diretamente sobre aqueles para os quais foi idealizado, não chega a ter natureza jurídica de lei. As RESOLUÇÕES são atos administrativos normativos que partem de autoridade superiores, mas não do chefe do executivo, através das quais disciplinam matéria de sua competência específica. As resoluções não podem contrariar os regulamentos e os regimentos, mas explicá-los. RDC, sigla para Resolução da Diretoria Colegiada, nada mais é que um tipo de regulamentação técnica, proposta pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). As RDCs, portanto, servem para estabelecer processos regulatórios, práticas e padrões de qualidade para produtos e serviços sob regulamentação da agência. Isto inclui medicamentos, cosméticos, produtos para a saúde, alimentos, entre outros. A PORTARIA é considerada um ato administrativo, tem como principal função disciplinar os agentes para que as leis possam ser cumpridas corretamente. A classificação é ordinatória, ou seja, deve dar instruções para a Administração Pública. Quanto à sua emissão, é feita pelos responsáveis órgãos públicos, sendo que o seu direcionamento é para os seus funcionários. Desta forma, elas validam o que está previsto no código legislativo e tornam mais fácil a sua aplicação para a população COMPETÊNCIAS: ANVISA: a missão é proteger e promover a saúde da população, mediante a intervenção nos riscos decorrentes da produção e do uso de produtos e serviços sujeitos à vigilância sanitária, em ação coordenada e integrada no âmbito do Sistema Único de Saúde. O CFF é um órgão que exerce fiscalização e regulamentação sobre a prática ética e o exercício profissional dos farmacêuticos. Além disso, garante a qualidade dos serviços farmacêuticos. https://www.preparaenem.com/biologia/saude.htm O CRF tem grande importância para a sociedade e para os farmacêuticos. São instituições reguladoras e fiscalizadoras, com objetivo de proteger e oferecer manutenção dos benefícios sociais em relação aos serviços farmacêuticos, também examina reclamações e representações escritas acerca dos serviços de registro e das infrações frente às leis e garante que sejam prestados serviços por profissionais habilitados. Dessa forma, o CRF gera bem-estar e a segurança à sociedade diante da prática farmacêutica. As principais atividades executadas pelos CRF’s são: Garantir que os princípios da disciplina e da ética farmacêutica sejam cumpridos; Registrar os farmacêuticos, expedindo sua carteira profissional; Fiscalizar o exercício profissional e punir infrações à Lei; Sugerir ao CFF medidas para a regulamentação dos serviços profissionais. LEI Nº 5.991, DE 17 DE DEZEMBRO DE 1973 O controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, em todo o território nacional, rege-se por esta Lei. Para efeito desta Lei, são adotados os seguintes conceitos: droga, medicamento, insumo farmacêutico, correlato, órgão sanitário, laboratório oficial, análise fiscal, empresa, estabelecimento, farmácia, drogaria, ervanaria, dispensário de medicamentos, dispensação, produto dietéticos, entre outros... Atribuições dos seguintes órgãos e competência: Comércio Farmacêutico, Farmácia Homeopática, Assistência e Responsabilidade Técnica, Licenciamento, Receituário e Fiscalização. Decreto nº 74.270 de 10 de junho de 1974: Regulamenta a Lei número 5.991, de 17 de dezembro de 1973, que dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos. O decreto vem para garantir a fiel execução de uma lei que já existia, ou seja, ele apenas detalha como a lei deve ser aplicada. Farmácia: estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e oficinais, de comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, compreendendo o de dispensação e o de atendimento privativo de unidade hospitalar ou de qualquer outra equivalente de assistência médica. A farmácia pode: Vender remédios que não sejam industrializados; Vender e dispensar medicamentos; Manipular fórmulas, oficinas e medicamentos; Prestar pequenos procedimentos de saúde à população. Drogaria: estabelecimento de dispensação e comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos em suas embalagens originais. A drogaria pode: Vender e dispensar apenas produtos industrializados nas suas embalagens originais; Prestar pequenos procedimentos de saúde à população. Toda Farmácia pode ser uma Drogaria, mas nem toda Drogaria é uma Farmácia. Ervanaria: estabelecimento que realize dispensação de plantas medicinais; Posto de medicamentos e unidades volantes: estabelecimento destinado exclusivamente à venda de medicamentos industrializados em suas embalagens originais e constantes de relação elaborada pelo órgão sanitário federal, publicada na imprensa oficial, para atendimento a localidades desprovidas de farmácia ou drogaria; NÃO PRECISA DE UM FARMACÊUTICO Não será permitida a comercialização de produtos injetáveis É proibido a comercialização de medicamentos psicotrópicos e entorpecentes É proibida a comercialização de ervas e plantas medicinais por serem de comercialização privativa de farmácia e ervanárias c A dispensação de medicamentos homeopáticos é privativa de farmácias e drogarias, não sendo permitida a comercialização em postos de medicamentos. É proibida a presença e a comercialização de medicamentos amostra grátis. LEI N°6.360 DE 23 DE SETEMBRO DE 1976 Dispõe sobre a vigilância sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos, e dá outras providências. Essa lei abrange a regulamentação de todas as etapas de manipulação de produtos sujeitos à Vigilância Sanitária: o registro desses produtos; autorização das empresas e do licenciamento dos estabelecimentos; responsabilidade técnica; rotulagem; publicidade; embalagens; meios de transporte; infrações; penalidades; fiscalização; e controle de qualidade dos medicamentos. LEI N°6.437, DE 20 DE agosto DE 1977 Multas e penalidades Um estabelecimento que não cumpre as normas sanitárias está infringindo a legislação sanitária federal. Ela configura tais infrações, estabelece as punições e define inúmeros detalhes relacionados à segurança sanitária no Brasil. A Anvisa é uma autarquia sob regime especial que tem por finalidade institucional promover a proteção da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da produção e consumo de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados. O controle sanitário é realizado seguindo diversas legislações sanitárias de acordo com cada área; por exemplo, fabricação de medicamentos, rotulagem de produtos de higiene pessoal e cosméticos, registro de produtos para saúde etc. LEI N°8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990 Lei do SUS (Sistema Único de Saúde) A saúde é vista como um direito fundamental do ser humano, e é dever do Estado garantir as condições paraa sua efetivação, através de políticas econômicas e sociais com ênfase em reduzir riscos de doenças e agravos e estabelecer o acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde. A lei define que o conjunto de ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa privada pode participar do SUS em caráter complementar. Para fins didáticos, podemos dividir os princípios em dois grupos: • Doutrinários: Integralidade das ações, universalização do acesso, equidade; • Organizativos: Regionalização e hierarquização, participação popular, descentralização com direção única em cada esfera de governo e resolubilidade. Princípios ORGANIZATIVOS: 1. Regionalização: O SUS busca organizar os serviços de saúde de forma regionalizada, considerando as necessidades e características de cada área geográfica. Isso permite uma distribuição mais equitativa dos recursos e a oferta de serviços adequados a cada região. 2. Hierarquização: O princípio da hierarquização estabelece uma ordem de complexidade dos serviços de saúde. Ou seja, existem diferentes níveis de atendimento, desde a atenção básica até os hospitais de alta complexidade. A ideia é que o paciente seja encaminhado de acordo com suas necessidades, evitando sobrecarga em serviços mais especializados. 3. Descentralização: O SUS promove a descentralização das ações e serviços de saúde. Isso significa que as decisões e responsabilidades são compartilhadas entre os diferentes entes federativos (municípios, estados e União). Assim, cada local pode adaptar as políticas de saúde de acordo com suas realidades e demandas. 4. Participação dos Cidadãos: O envolvimento da comunidade é essencial para o funcionamento do SUS. Os cidadãos têm o direito de participar das decisões, fiscalizar os serviços e contribuir para a melhoria do sistema de saúde. Princípios DOUTRINÁRIOS: 1. Universalidade: todo cidadão tem direito à saúde e acesso a todos os serviços públicos de saúde. 2. Equidade: todas as pessoas devem ser atendidas desde as necessidades básicas, de forma integral. Toda pessoa é igual perante o SUS. Contudo, esse princípio não significa prover os mesmos serviços de saúde para todos, pois o atendimento deve ser realizado de acordo com a necessidade de cada um. 3. Integralidade: todas as pessoas devem ser atendidas desde as necessidades básicas, de forma integral. 4. Regionalização: o SUS deve ser organizado em regiões de saúde, com o objetivo de garantir o acesso da população aos serviços de saúde. 5. Hierarquização: os serviços de saúde devem ser organizados em níveis de complexidade crescente, de acordo com a necessidade de cada paciente. Objetivo do SUS EXERCÍCIOS 1. Diferencie LEI e DECRETO. 2. Diferencie RESOLUÇÃO e RDC. 3. Qual a principal função de uma portaria? 4. Descreva em poucas palavras as competências dos órgãos ANVISA, CFF e CRF. 5. Sobre a Lei 5.991, explique o termo “Toda Farmácia pode ser uma Drogaria, 6. mas nem toda Drogaria é uma Farmácia.” 7. Sobre posto de medicamentos: é igual uma drogaria? Precisa de uma farmacêutico ? Pode vender medicamentos injetáveis? 8. Sobre a lei 6.360: essa lei abrange a regulamentação de quais etapas de manipulação de produtos sujeitos à Vigilância Sanitária ? 9. Qual o órgão é capaz de aplicar multas e penalidades relacionadas a infrações de normas sanitárias? 10. Para fins didáticos, podemos dividir os princípios do SUS em dois grupos, quais são eles ? RELATE OS PRINCIPIOS DE CADA GRUPO.