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Nefrolitíase Desordem extremamente comum → Prevalência em torno de 3% da população Distúrbio permanente o qual o paciente sempre estará susceptível à formação de novos cálculos A taxa de recorrência é de 10% no p r i m e i r o a n o , 3 5 % n o s a n o s subsequentes e de 50 a 60% em 10 anos É uma doença crônica que deve ser controlada e tratada Fatores de risco → História familiar e desidratação (clima quente) Podem ocorrer em todas as partes do sistema coletor renal 97% dos cálculos urinários encontram- se no parênquima, pelve, papila e cálices 3% dos cálculos urinários são achados na bexiga e uretra A anatomia da parte desse sistema coletor é um determinante importante da forma física dos cálculos ➜ A dor ocorre no momento da eliminação ➜ A dor relatada pelo paciente demonstra exatamente qual o trajeto do cálculo Composição dos cálculos ➜ 80% dos cálculos urinários são formados de oxalato de cálcio e fosfato de cálcio ➜ 10% de estreita (fosfato de amônio magnesiano produzido durante infecções por bactérias produtoras de urease) ↳ Assumem a forma dos cálices, sendo chamados de cálculos coraliformes ➜ 9% por ácido úrico ➜ 1% é formado por cistina ou urato ácido de amônio, ou estão relacionados ao uso de drogas (indinavir, sulfa) Epidemiologia ➜ Prevalência ↳ 4 a 5% para toda a população ↳ Menor incidência na faixa pediátrica ➜ Incidência ↳ Maior entre adultos jovens → 20 - 50 anos ↳ Pico nos homens → 28 anos ↳ Pico nas mulheres → 35 anos ➜ Sexo ↳ Mais comum no sexo masculino → Leve predomínio ➜ Recorrência ↳ Característica marcante ↪ 15% em 1 ano ↪ 50% em 5 anos ↪ 80% em 10 anos ➜ Morbidade ↳ 30% dos pacientes → Necessitam de hospitalização ↳ 10 - 15% → Requerem procedimento para retirada do cálculo Patogênese ➜ Tudo inicia-se, com a redução da ingesta hídrica ➜ Supersaturação ↳ Supersaturada → Produto oxalato x cálcio superior ao produto de solubilidade há a u m e n t o d a c h a n c e d a u r i n a s e r supersaturada ↪ Até uma certa quantidade é solúvel, quando o produto entre eles for maior ao ponto de solubilidade, formam-se os cálculos ↪ Este produto sofre a influência do pH urinário ➤ Alcalino → Favorece a saturação de fosfato de cálcio e fosfato amônio magnesiano (estruvita) ➤ Ácido → Reduz solubilidade do ácido úrico e cistina ↳ A solubilidade do oxalato de cálcio não é afetada pelo pH urinário ↳ A maioria das pessoas tem urina supersaturada, mas a minoria forma cristais ↪ Não é porque tem-se cristais que irá formar cálculo, mas sim pode mostrar que pode acabar formando cálculo. Ao encontrar, é preciso indicar o aumento da ingesta hídrica ➜ Nucleação ↳ Processo de formação dos cristais ↳ Depois de formados os cristais podem ou não se transformar em cálculos ↳ Nem toda pessoa que tem cristais na urina tem cálculos ↳ O fluxo urinário se encarrega de eliminar os cristais antes que eles se tornem cálculos ➜ Crescimento e agregação ↳ Cristais aderidos no epitélio urinário das papilas renais ↳ Matriz proteica contida nos cálculos serve de âncora para fixação de cristais → Placas de Randall → Ajuda a aglutinar os cristais para formar o cálculo ➜ Modificadores da formação de cristais na urina ↳ O citrato quela o cálcio, portanto uma urina com bastante citrato, tem-se pouca chance de desenvolver cálculos de oxalato de cálcio ↳ O magnésio quela no oxalato, com isso, tem-se pouca chance de desenvolver cálculos de oxalato de cálcio Manifestações clínicas ➜ Não necessariamente o crescimento dos cálculos nas papilas renais ou no interior do sistema coletor urinário causa sintomatologia ➜ Podem obstruir o sistema coletor em 3 pontos principais: JUP (mais comum), terço médio do ureter e junção vésico-uretral ➜ Cálculo no ureter alto ou médio ↳ A cólica nefrótica clássica é um processo dinâmico e varia ou se altera conforme a localização do cálculo ↳ Quadro clássico → Dor de início súbito, do tipo cólica, predominantemente lombar, acompanhando o trajeto ureteral, irradiando para flanco, testículos ou grandes lábios e face interior das coxas ↪ Se não for psoíte, é eliminação de cálculo ↳ A dor é crescente e o paciente está pálido e o paciente está pálido, agitado, facilmente irritável, com sudoeste fria e não assume posição álgida. Giordano negativo ➜ Cálculo no ureter terminal, junção uretero-pélvica ou bexiga ↳ Polaciúria, sensação de não esvaziamento vesical, sensação de desconforto no baixo ventre, fossas inguinais, testículos ou grandes lábios, períneo e reto ↳ Na bexiga, o cálculo pode dificultar a diurese, obstruir o fluxo urinário para a uretra e poderá ser eliminado no jato urinário ou não ↳ O cálculo pode aumentar de tamanho e favorecer infecções ↳ A passagem do cálculo pela uretra pode ser indolor com apenas um discreto desconforto local → A dor que mais ocorre é do rim até a bexiga ↳ Exame físico → Agitação e irritação, fáscies do lorosa, taquicard ia e h iper tensão, Inibidores Promotores Água: Principal inibidor A urina diluída reduz a concentração de elementos químicos diminuindo a chance de nucleação Fosfolípides Citrato Células tubulares Magnésio Proteínas Pirofosfato Albumina respiração ofegante e rápida. Dor abdominal difusa, com pontos mais sensíveis à palpação → Localização do cálculo ➜ Segunda maior causa de hematúria que pode ser macro ou microscópica ↳ Perde apenas para ITU ↳ Detectada em 90% dos pacientes que apresentam cálculo renal ➜ Infecção → Complicação mais temível da litíase ↳ Febre alta, calafrios, giordano positivo ↳ Se o paciente não for desobstruído pode evoluir para perda funcional irreversível, sendo feita por meio de um cateter duplo J ➜ Obstrução → Pode ser parcial ou total acarretando hidronefrose e perda progressiva do parênquima caso não seja desfeita ➜ Nefrocalcinose → Calcificações renais por c r i s ta is de h id rox iapa t i ta . Pode ser assintomática (maioria das vezes) ou determinar cólica com seu desprendimento para pelve renal ➜ Cálculo coraliformes → Formados por estruvita, mas podem ser de cistina ou ácido úrico. Associados a um mau prognóstico do rim acometido (degeneração parenquimatosa) e sempre indicam terapia intervencionista Propedêutica ➜ Radiografia (Rx) simples de abdome → Diagnostica posição anatômica de cálculos radiopacos. ➜ Ultra-sonografia (US) renal e de vias urinárias → Mais prático, menor risco. Usado como avaliação inicial.Maior facilidade para cálculos que ainda não migraram para ureter. ➜ TC helicoidal sem contraste → PADRÃO OURO → Identifica outras causas de dor no flanco: torção de ovário, cisto ↳ Quando há suspeição de hidronefrose, faz- se sem contraste e posteriormente coloca-se ➜ UE → Fornece dados funcionais sobre os rins(atraso ausência de enchimento). Pode detectar cálculos que não foram visualizados pelo USG. Desvantagem contraste iodado. ➜ Composição do cálculo → Análise calorimétrica, cristalografia óptica e difração por RX. ➜ Microbiologia → Urinocultura e pH Avaliação metabólica ➜ É o que o nefrologista faz para o cálculo ➜ É fundamental conhecer o distúrbio metabólico que levou a formação do cálculo: ↳ Hipercalciuria ↳ Hipocitratúria ↳ Hiperoxalúria ↳ Hiperuricosúria ➜ Duas urinas de 24 horas para dosagem de → Cálcio, ácido úrico, citrato, fosfato, oxalato, magnésio, creatinina, cistina qualitativa pH urinário ➜ Sedimentoscopia urinária, gram de gota e urocultura ➜ Uma amostra de sangue para → Cálcio, fósforo, fosfatase alcalina, ácido úrico, magnésio, PTH, sódio, cloro, potássio, uréia, creatinina e hemograma Metafilaxia ➜ “Diagnóstico das alterações metabólicas ou de outras causas de nefrolitíase pela avaliação laboratorial e prevenção da formação de novos cálculos renais, através do tratamento adequado e acompanhamentoem longo prazo, com consequente redução da morbidade” Tratamento da fase aguda ➜ Alívio da dor ↳ D r o g a s a n t i e s p a s m ó d i c a s e / o u analgésicas: ↪ AINEs ↪ Antiespasmódicos ↪ Analgésicos opioides ➜ Alívio dos outros sintomas ↳ Antieméticos ↳ 60 a 70% dos cálculos são eliminados espontaneamente ↳ Quanto mais sódio o paciente comer, mais cálculo de cálcio ele vai formar Tratamento geral ➜ Medidas gerais ↳ Adequada ingestão hídrica ↳ Dieta equilibrada ↪ Reduzir carne ↪ Reduzir sal ➜ Medidas específicas ↳ Conforme alteração metabólica encontrada ➜ Suco de maçã e tomate aumentam a recorrência de novos cálculos ➜ Suco de grapefruit aumenta risco de formação de cálculo ➜ Refrigerantes a base de cola, aumentam a recorrência de novos cálculos devido a hiperoxalúria e hipocitratúria ➜ Café, chá, suco de laranja, limonada e vinho são bebidas protetoras na formação de litíase ➜ Consumo de 600ml de cerveja por dia reduz o risco de formação de cálculos em 40% Hipercalciúria idiopática ➜ Em pacientes que apresentam cálculos de oxalato de cálcio, a maioria se enquadra na hipercalciuria idiopática ➜ Cálcio urinário 24horas maior 300mg/24h ➜ Ausência de hipercalcemia e outras doenças causadoras de hipercalciuria. ➜ Tratamento ↳ Restrição de sódio na dieta → A reabsorção destes elementos está atrelada no túbulo proximal. ↪ Não está indicada a restrição de cálcio da dieta → Parte do cálcio é excretado com cálcio ↳ Restrição protéica → Diminui a produção ácida,diminuindo a calciúria ↳ Diuréticos tiazídicos → Aumentam a reabsorção tubular de cálcio, reduzindo a calciúria ↳ Não está indicada a restrição de cálcio na dieta → Além de não reduzir a calciuria, pode ainda aumentar discretamente a oxalúria Hiperoxalúria ➜ Oxalato urinário 24h maior 50 mg ➜ Síndromes diabsortivas intestinais, doença intestinal inflamatória, supercrescimento bacteriano, ressecções ou derivações intestinais ➜ Ocorre raramente em pacientes que ingerem exageradamente → Chocolate, amendoim, chá forte, cereja, amêndoas ➜ Tratamento ↳ Colestiramina uma resina ligadora de oxalato e sais biliares → 8-16g/dia. ↳ Suplemento de cálcio → Dados durante as refeições, podem se ligar ao oxalato intestinal, evitando a sua absorção Hipocitratúria ➜ Citrato urinário 24horas menor 320mg ➜ O citrato se liga ao cálcio diminuindo sua saturação na urina ➜ Tratamento ↳ Ácali → Citrato de potássio ou bicarbonato de sódio- aumenta a excreção urinária de citrato ↳ O citrato de potássio é melhor do que o bicarbonato de sódio, pois a ingestão de sódio deve ser restringida na litíase por cálcio Cálculos de estruvita: ➜ Cristais de estruvita no EAS pH urinário maior que 7,5 → Mais alcalino ➜ Urinocultura positiva para germe produtor de urease ➜ Fatores de risco → Sexo feminino bexiga neurogênica, anomalias congênitas da via urinaria, prostatismo e drenagem crônica da via urinaria com cateter (SVD) ➜ Tratamento ↳ Intervenção → É fundamental a retirada dos cálculos coraliformes ou obstrutivos. Antibioticoterapia: voltada para a bactéria em questão. ↳ Ácido Acetohidroxâmico → Inibidor da enzima urease. Usado nos casos refratários Cálculos de ácido úrico: ➜ Cristais de ácido úrico no EAS pH urinário menor que 5,5 ➜ Ácido úrico urinário 24 horas maior que 800mg/dia (homem) ou maior que 750 mg/dia (mulher) ➜ Tratamento ↳ Álcali → Podemos usar o citrato de potássio ou o bicarbonato de sódio. ↳ Alopurinol → Indicado apenas se a terapia com álcali tiver sido insuficiente ou naqueles que apresentam uricosúria maior que 1.000mg/dia. Dose: 200 - 300mg/dia. ↳ Evitar → Frutos do mar, peixes pequenos (especialmente sardinha), leguminosas (feijão, ervilha, grão-de-bico), miúdos (figado de galinha, coração, vísceras) Cálculos de cistina: ➜ Cristais de cistina no EAS (hexagonais) ➜ Álcali → Podemos usar o citrato de potássio ou o bicarbonato de sódio ➜ D-Penicilamina → Inibe a formação de cistina nas células Tratamento intervencionista ➜ Coraliforme ou ainda maior do que 7 mm ➜ Cálculos assintomáticos → Não intervir a não ser caso de obstrução total infecção renal obstruída ou cálculo coraliforme ➜ Cálculos sintomáticos < 5mm → Observar ↳ A maioria migra e é eliminada ➜ Cálculos sintomáticos maior que 5 - 7 mm ↳ Posição renal ou ureteral proximal → Tamanho menor que 2 cm ↪ Litotripsia Extracorpórea por Ondas de Choque (LECO) ↪ Ureterorrenoscopia (segunda escolha) ↳ Posição ureteral média distal ↪ Ureteroscopia semi-rigida ↪ LECO ↳ Posição renal ou ureteral proximal tamanho maior que 2 cm ↪ Nefrolitotomia percutânea ↳ Cálculo coraliforme ↪ Nefrolitotomia percutânea + LECO ↪ Cálculos complicados → Obstrução total ou infecção ↪ Desobstruir via urinaria: nefrostomia percutânea ↪ Cateter duplo J (apenas quando está no ureter) ➜ Cálculos de bexiga ↳ Cálculos de bexiga → LECO, cistolitripsia transuretral ou percutânea ou cirurgia convencional. ➜ Cálculos de uretra ↳ Cálculos uretrais podem ser mobilizados para a bexiga e tratados neste local
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