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Pedido de penhora de parte do faturamento da empresa executada

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Pedido de penhora de parte do faturamento da empresa executada
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA __________________.
PETIÇÃO SIGILOSA
Processo n. º ___________________________
NOME DO EXEQUENTE, já qualificado nos autos, vem, respeitosamente, à presença de V. Exª., por intermédio do seu advogado ao final subscrito, requerer que seja efetuada a penhora de parte do faturamento da empresa executada no percentual de X%, em razão do valor atualizado da dívida de R$ XX,XX (valor por extenso), conforme cálculo em anexo.
Primeiramente, requer-se que a presente medida seja apreciada em CARÁTER SIGILOSO, posto que se o devedor dela tomar conhecimento, é possível que cause embaraços à penhora a ser realizada.
No mais, convém informar que o credor buscou todas as maneiras possíveis para ter saldado o crédito liquidado, restando infrutíferas todas as tentativas, razão pela qual se faz necessário que a penhora recaia sobre o faturamento da empresa executada.
Segundo explica o professor José Miguel Garcia Medina, a medida pleiteada consiste em “penhora de parte da empresa, em que não se penhora bem presente, mas se determina a ingerência no patrimônio empresarial, de modo que seja administrado a fim de se apropriar de parte do dinheiro obtido com a realização da atividade empresarial (p. ex. vendas ou prestação de serviços)”.
A toda evidência, o exequente não tem como comprovar ao juízo o total do faturamento da executada, posto que tal informação é protegida pelo sigilo de dados e jamais seria fornecida ao requerente por qualquer instituição financeira.
Todavia, observa-se que o estabelecimento se encontra em funcionamento, conforme fotografias e notas fiscais em anexo, logo, por óbvio, possui faturamento, que pode estar entrando no caixa de diversas maneiras: dinheiro ou cheque dado diretamente no caixa, pagamento via cartão de débito ou PIX, cartão de crédito, inclusive com parcelamento, etc.
Não obstante, o art. 866 do CPC aduz que se o executado não tiver outros bens penhoráveis, o juiz poderá ordenar a penhora de percentual de faturamento da empresa.
Ainda, o Superior Tribunal de Justiça entende que a penhora de faturamento de uma empresa deve ser medida de exceção e para se concretizar deve observar os seguintes requisitos:
1) Inexistência de outros bens passíveis de garantir a execução ou que os existentes sejam de difícil alienação;
2) Que a penhora se dê mediante a fixação de percentual que não inviabilize a atividade empresarial;
3) Que haja a nomeação de um administrador.
Frisa-se, novamente, que o primeiro requisito está cabalmente demonstrado, uma vez que a tentativa de busca via Sisbajud, Renajud e Infojud restaram infrutíferas, enquanto os demais dependem da análise do juízo.
Nesse sentido, colhe-se da jurisprudência:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO. PENHORA DO VALOR DO FATURAMENTO. REQUISITOS. LIMITAÇÃO DE PERCENTUAL. RECURSO PROVIDO. 1. A hipótese consiste em examinar se a penhora determinada pelo Juízo singular recaiu sobre o valor do faturamento da sociedade empresária recorrente e se, por isso, cuida-se de medida excessivamente onerosa. 2. O art. 835 do CPC dispõe a respeito da ordem preferencial da penhora de ativos pertencentes ao devedor. Dentre os respectivos incisos consta o enunciado normativo que possibilita a penhora do faturamento obtido pelo empresário devedor. 2.1. De acordo com o art. 866 do CPC, a penhora do valor do faturamento de entidade empresarial subordina-se à ausência de outros bens penhoráveis pertencentes ao devedor ou, se os tiver, forem eles de difícil alienação ou insuficientes para saldar o crédito. 3. A jurisprudência do Colendo Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que a penhora do montante do faturamento só poderá ser deferida se estiverem presentes os seguintes requisitos: a) o devedor não possuir bens ou, se os tiver, sejam de difícil execução ou insuficientes para saldar o crédito demandado; b) haja indicação de administrador e plano de pagamento; e c) o percentual fixado sobre o faturamento não tornar inviável o exercício da atividade empresarial. 4. Constata a penhora do valor do faturamento sem que a limitação prévia do percentual a ser penhorado, a decisão deve ser reformada para limitar a quantia objeto da penhora e garantir a manutenção do exercício da atividade empresarial. 5. Recurso conhecido e parcialmente provido.  
(Acórdão 1311945, 07419533320208070000, Relator: ALVARO CIARLINI, 3ª Turma Cível, data de julgamento: 18/12/2020, publicado no DJE: 9/2/2021. Pág.: Sem Página Cadastrada.)
Embora tal pedido de penhora não seja o mais comum, atualmente, nossa sociedade vive uma era de constante mudança. O mundo cada vez mais interconectado e transformador exige que a justiça acompanhe tais transições e modernidades, a fim de que toda sociedade ganhe com a melhora na produção e na satisfação das demandas judiciais.
Ainda, não é justo que o executado goze de tais valores que serão a ele disponibilizado, enquanto a presente ação de execução se arrasta por XX anos, prejudicando não só o exequente, mas também o próprio Poder Judiciário, que já se encontra assoberbado de processos judiciais em trâmite.
Ademais, o deferimento da penhora pleiteada conferirá efetividade à execução, isto pois, o crédito pode ser depositado diretamente no processo, com o pagamento do devedor, sem qualquer dificuldade material para o ato, uma vez que não há necessidade de avaliação ou leilão.
Por fim, cabe pontuar que o requerimento, caso deferido, não causará ofensa aos direitos do executado, visto que este poderá defender eventual impenhorabilidade por meio de embargos ou impugnação.
Posto isto, considerando que o exequente esgotou todos os meios tradicionais para tentar saldar seu crédito, com o propósito de salvaguardar o cumprimento da sentença e consequentemente o crédito devido, a parte autora requer que V. Ex:
1. Determine a penhora na boca do caixa, de parte do faturamento da empresa (COLOCAR O NOME) no percentual de x%, por Oficial de Justiça, de modo a garantir a execução em tempo razoável.
2. Determine a penhora via SISBAJUD, com teimosinha, pelo prazo de 30 dias, a fim de atingir eventuais valores que estejam com intermediadores de pagamento.
3. Seja expedido ofício às intermediadoras de pagamento (qualificação e endereços em anexo), para informarem se há recebíveis futuros a serem pagos e, em caso positivo, que bloqueie os pagamentos e informem ao juízo. 
4. Seja nomeado um administrador depositário, nos termos do art. 866, §2º, do CPC.
5. Por consequência, a expedição de Ofício ao Registro Público de Empresas Mercantis, localizado na Junta Comercial desta localidade, situada na rua...., para que seja averbado no CNPJ da empresa a penhora ora determinada; e,
6. Ato contínuo, a intimação do Executado para conhecimento da penhora.
Termos em que pede e se aguarda o deferimento.

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