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Impacto da Pandemia na Saúde do Trabalhador

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biomedicina
produção textual: saúde do trabalhador e seu impacto na qualidade da assistência à saúde
Ponta Porã
2021
produção textual: saúde do trabalhador e seu impacto na qualidade da assistência à saúde
Trabalho apresentado à Faculdade Anhanguera, como requisito parcial à aprovação no 1° semestre do curso de Biomedicina.
Ponta Porã
2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
DESENVOLVIMENTO	4
CONSIDERAÇÕES FINAIS	8
REFERÊNCIAS	9
INTRODUÇÃO
A proposta desta produção textual considera a importância da saúde física, mental e psicológica do trabalhador, de acordo com seu contexto social e cultural, e seu impacto na qualidade da assistência à saúde, como temática para reflexão acerca do contexto da pandemia de covid-19 e como essa realidade tem afetado os profissionais da saúde.
Esta produção textual tem por objetivo refletir sobre a saúde dos profissionais de enfermagem no contexto da pandemia covid-19, tendo em vista que o atual surto da doença causada pelo Coronavírus, a covid -19, está ocasionando prejuízos enormes para todo o mundo e tende a provocar pânico generalizado na população. Diante dessa realidade, os profissionais da enfermagem fazem parte de um dos grupos mais afetados, expostos ao risco de contágio e da dor emocional que afeta consideravelmente a saúde.
Para tanto, foram disponibilizados materiais para leitura, bem como, a pesquisa de materiais em sites confiáveis para pesquisa acerca da temática envolvida, de posse dos subsídios disponibilizados, procuramos responder aos questionamentos referentes a exposição dos profissionais da área da saúde ao coronavírus, bem como, a cultura de segurança do paciente, sua importância, e quais estratégias podem ser utilizadas para a que ela possa ser empregada nos serviços de saúde. 
9
DESENVOLVIMENTO 
No primeiro momento considera-se como ponto principal de reflexão o modo como a pandemia do coronavírus tem afetado os profissionais da saúde, pois os profissionais da saúde diariamente enfrentam condições de trabalho instáveis, em um ambiente marcado pela falta de segurança, infraestrutura inadequada e pelos riscos nele presentes. Isto influi em níveis altos de desgaste profissional, adoecimento físico e psicológico, má qualidade de vida e assistência à saúde. Essas situações são mais comuns aos profissionais atuantes na linha de frente de combate a covid-19, devido às longas horas de trabalho, preocupação com o estado de saúde dos pacientes e com a escassez de Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
A situação de confinamento domiciliar e distanciamento social, entretanto, não inclui os profissionais de saúde especialmente os que estão na “linha de frente” do combate ao coronavírus, trabalhando em unidades de atendimento domiciliar (cuidado a idosos e pessoas com limitação de mobilidade física, entre outros), unidades de atenção primária, unidades de urgência/emergência e principalmente nos hospitais gerais e especializados onde estão sendo internados os pacientes graves, particularmente em Unidades de Terapia Intensiva - UTIs.
De acordo com Amaral, Moraes e Ostermann (2010), o trabalho desenvolvido em um clima de constante tensão, que é o caso dos trabalhadores em saúde que atuam no âmbito da emergência, expostos a situações críticas que requerem ações e decisões rápidas efetivas em um curto espaço de tempo, mantendo o equilíbrio diante de situações tão desafiadoras gera um significativo desgaste nesse profissional.
Os altos níveis de estresse apresentam uma séria ameaça à saúde mental dos profissionais, elevando as taxas de ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e comportamentos sociais negativos o que pode implicar na eficácia da jornada de trabalho dos profissionais da saúde.
O cuidado é para a enfermagem a essência de suas práticas e o aspecto predominante que a distingue das demais profissões na área da saúde, definida como arte, técnica, intuição e sensibilidade. Cuidar de toda a complexidade humana constitui-se, para o profissional da saúde, um desafio, pois suas demandas nunca cessam e nem poderão ser atendidas por completo. Durante o processo de adoecimento, quando surgem fragilidades, medos, ansiedades e desconfortos, a atenção à dimensão emocional do ser humano se faz mais necessária ainda.
Os profissionais envolvidos na área da saúde atuam direta e indiretamente no enfrentamento da pandemia estão expostos diariamente ao risco de adoecer pelo coronavírus, sendo que a heterogeneidade que caracteriza este contingente da força de trabalho determina formas diferentes de exposição, tanto ao risco de contaminação quanto aos fatores associados às condições de trabalho das diversas categorias profissionais. Problemas como aumento do cansaço físico e do estresse psicológico insuficiência, e/ou negligência com relação às medidas de proteção e cuidado à saúde desses profissionais, ademais, não afetam da mesma maneira as diversas categorias, sendo necessário atentar-se para as especificidades de cada categoria, de modo a evitar a redução de sua capacidade de trabalho e da qualidade da atenção prestada aos pacientes.
O ato de cuidar ou o cuidado é uma atitude de preocupação, ocupação, responsabilidade e envolvimento afetivo com o ser cuidado, que abrange mais do que momentos de atenção, pois o processo de cuidar não deve se pautar somente na identificação dos sinais e sintomas clínicos da doença, mas, também, nas modificações que ocorrem na estrutura dos seres humanos, nos quais abalam a sua totalidade. Com isso, o cuidado ao cuidador é uma necessidade do profissional, pois através disto os trabalhadores poderão ser mais eficazes na nobre tarefa de cuidar, se for disposto a promover o bem estar do outro sem esquecermos estes cuidadores.
Para o cuidador, com destaque para o profissional de enfermagem, prestar uma assistência digna e com respeito aos seus pacientes, sem esquecer sua singularidade e o cuidado a si mesmo, é necessário, para que ele se perceba como ser sensível às diversas mudanças, devendo ser solidário e respeitando o próximo para além da assistência técnica, bem como reconhecendo seus próprios limites.
Mesmo a enfermagem tendo como objeto cuidar da vida, o resultado do seu trabalho, algumas vezes, pode resultar em danos irreversíveis que determinam sequelas graves e/ou óbitos. Cuidar da vida em sofrimento e morte nos permite afirmar que o trabalho da enfermagem é gerador de sofrimento psíquico, sendo identificado como um trabalho penoso e insalubre para toda a equipe envolvida.
Os profissionais são preparados para salvar vidas e grande parte do tempo se deparam com sofrimento e morte. É importante, então, que os profissionais de enfermagem entendam que o sofrimento e o prazer são sentimentos dialéticos no seu trabalho e essa compreensão é de grande relevância para a promoção da saúde dos trabalhadores e para a melhoria da qualidade da assistência prestada.
Além da exaustiva carga de trabalho, esses profissionais ainda sofrem com estigmas e medo pela sociedade e familiares, por manterem um contado direto com o vírus cotidianamente, acarretando assim fatores sentimentais como emoções mistas ou ambivalentes, estresse e até mesmo sentimento de culpa por não serem capazes de realizar tarefas normais de casa e do trabalho ou paternidade durante o percurso da pandemia.
Portanto, é preciso ressaltar que, assim como os pacientes, esses profissionais também possuem pessoas que os amam, para as quais precisam voltar com saúde física e mental. Estes necessitam de um olhar mais sensível voltado às suas necessidades físicas, mentais e espirituais. Medidas para mantê-los saudáveis devem ser realizadas, desde a melhoria das condições de trabalho até a disponibilidade de recursos para prestação da assistência, treinamentos adequados, otimização das exaustivas jornadas de trabalho e meio propício ao descanso dos profissionais.
Em se tratando da cultura de segurança do paciente, sua importância, e quais estratégiaspodem ser utilizadas para a que ela possa ser empregada nos serviços de saúde, cabe destacar que ela diz respeito ao produto de valores individuais e de um grupo, atitudes, percepções, competências e padrão de comportamento que determinam o compromisso, o estilo e a proficiência da administração de uma organização saudável e segura. As instituições de saúde devem alertar-se para existência de cultura organizacional de baixas expectativas, caracterizada por falta ou falha de comunicação, mudanças ambíguas ou rápidas que não são comunicadas a todos os profissionais, troca de informações incompletas e a falta de informações. 
Segundo Souza et al. (2019), a abordagem da segurança do paciente no ambiente hospitalar, associada à busca pela melhoria da qualidade da assistência das instituições de saúde, vem adquirindo força nos últimos anos. Nesse contexto, a segurança do paciente tem sido considerada um objetivo global e importantes iniciativas vêm sendo desenvolvidas visando adequar as instituições de saúde às necessidades de segurança dos pacientes.
A cultura de segurança, que é considerada um importante componente estrutural e indicador na qualidade nos serviços de saúde. Para avaliar a cultura de segurança deve-se utilizar métodos de coletas que se configuram a partir de cinco características: cultura na qual todos os profissionais assistências e gestores assumem responsabilidade pela sua própria segurança e do paciente; cultura que prioriza a segurança acima de metas financeiras e operacionais; cultura que encoraja e recompensa a identificação, a notificação e a resolução dos problemas relacionados à segurança; cultura que, a partir da ocorrência de incidentes, promove o aprendizado organizacional; cultura que proporciona recursos, estrutura e responsabilização para a manutenção efetiva da segurança; com isso determina-se o compromisso no manejo de segurança em saúde de uma organização.
Na percepção dos profissionais entrevistados na pesquisa de Souza et al. (2019), a ocorrência dos erros foi atribuída pelos profissionais de saúde tanto a falhas individuais quanto a falhas do sistema, o que se mostra favorável na busca por uma cultura de segurança positiva. No tocante às falhas do sistema, os participantes relataram que tanto a falta de capacitação dos funcionários e a falta de normas e rotinas específicas para promover a segurança do paciente quanto a desvalorização profissional, a sobrecarga e as precárias condições de trabalho às quais os profissionais de saúde estão expostos podem contribuir para a ocorrência de erros no ambiente de terapia intensiva.
As iniciativas para promoção da segurança e qualidade na assistência em saúde são crescentes no âmbito hospitalar, desse modo compreender o processo de evitar eventos adversos, contribui para os serviços hospitalares e consequentemente estabelece articulações para ações de educação em saúde e redução da mortalidade, associada a falta do cuidado seguro.
Promover a cultura de segurança do paciente dentro de instituições hospitalares é um fenômeno complexo, constituído por inúmeros desafios, o que exige compromisso e dedicação dos envolvidos. Assim, se faz necessário incentivar a adoção de estratégias para o desenvolvimento de uma cultura de segurança positiva, o que auxiliará a oportunizar a construção de novas práticas assistenciais em saúde
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que, os profissionais da saúde que atuam na linha de frente em meio à pandemia do coronavírus, mais do que nunca, encontram-se em situações estressantes, o que acarreta uma sobrecarga maior de preocupação, trabalho, ansiedade e depressão diante de tantas mortes e longos turnos de trabalho.
O mundo do trabalho se tornou, de forma rápida e surpreendente, o cenário na área da saúde tornou-se uma área de perigo, o qual gera muito sofrimento e sensação de esvaziamento.
Diante de uma pandemia como a que vivemos, os profissionais da enfermagem fazem parte de um dos grupos mais afetados, expostos ao risco de contágio e da dor emocional que afeta consideravelmente a saúde mental.
Uma boa proposta para todos é lembrar que a pandemia do novo coronavírus não é o primeiro desafio enfrentado no planeta Terra e que não estamos sozinhos, mas fazemos parte de uma estratégia comunitária que pode salvar vidas.
Para os profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate à pandemia, um estímulo necessário é o reconhecimento do esforço, até mesmo do sacrifício que muitos estão fazendo para continuar trabalhando nas condições em que trabalham.
REFERÊNCIAS
AMARAL, R. A. MORAES, C. W. OSTERMANN, G. T. “Cuidando do cuidador: grupo de funcionários no Hospital Geral”. In: Rev. SBPH. Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, dez. 2010. p. 270-281. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rsbph/v13n2/v13n2a09.pdf. Acesso: 30 abr. 2021.
SOUZA, C. A.; et. al. Cultura de segurança em unidades de terapia intensiva: perspectiva dos profissionais de saúde. Revista Gaúcha de Enfermagem. Porto Alegre, v. 40, e20180294, 2019. Disponível em: https://bit.ly/3qKVPJ1. Acesso em: 30 abr. 2021.

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