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ENGENHARIA ELÉTRICA CIRCUITOS ELETRÔNICOS SÃO MIGUEL PAULISTA AULA 02 PROFº FABIO BERTOGNE DE ANDRADE fabio.andrade@cruzeirodosul.edu.br ENGª ELÉTRICA – CKTOS ELETRÔNICOS – SÃO MIGUEL PAULISTA A classificação dos materiais em relação a seu comportamento elétrico é feita dividindo-os em: CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS • CONDUTORES: materiais que permitem a passagem da corrente elétrica em seu interior quando submetidos a uma diferença de potencial, pois possuem cargas elétricas livres (elétrons). Exemplos: alumínio, cobre, ferro etc. • ISOLANTES: materiais que, em condições normais, não permitem a passagem da corrente elétrica em seu interior, pois não possuem cargas elétricas livres. Exemplos: madeira, plásticos, porcelana, etc. ENGª ELÉTRICA – CKTOS ELETRÔNICOS – SÃO MIGUEL PAULISTA Porém existe outro tipo de material que apresenta características elétricas intermediárias entre os isolantes e os condutores: os SEMICONDUTORES (poderiam ser chamados de semi-isolantes). Esses materiais têm sido muito utilizados na indústria eletrônica desde a década de 1950, tanto na construção de componentes como na de circuitos integrados. Os principais semicondutores são o silício e o germânio. A classificação dos materiais quanto à capacidade de conduzir ou não a corrente elétrica pode ser feita de acordo com sua condutividade ou resistividade. A figura abaixo mostra a classificação dos materiais segundo sua condutividade. CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS ENGª ELÉTRICA – CKTOS ELETRÔNICOS – SÃO MIGUEL PAULISTA O semicondutor em seu estado puro é chamado de intrínseco, tendo pouca ou nenhuma utilidade quando está nessas condições. Como dissemos, os principais semicondutores usados são o silício (Si) e o germânio (Ge); existem outros, porém sua utilização ainda é insipiente. SEMICONDUTORES INTRÍNSECOS A figura abaixo mostra, simplificadamente, a estrutura do átomo de Si, que possui quatro elétrons na última camada, conhecida como camada de valência. Para facilitar o entendimento, representamos, abaixo, o átomo de silício somente com o núcleo e a camada de valência. ENGª ELÉTRICA – CKTOS ELETRÔNICOS – SÃO MIGUEL PAULISTA Como o número de elétrons é igual ao número de prótons, o átomo é dito neutro. Muitas vezes nos referimos ao silício como “cristal de silício”, porque o arranjo geométrico de seus átomos é feito de forma simétrica e regular em todas as direções, motivo pelo qual é chamado de cúbico. Nesse arranjo um átomo de Si se liga a quatro átomos vizinhos por ligações covalentes, em que cada átomo fornece um elétron, formando, na última camada, oito elétrons, o que configura uma situação estável. A figura a seguir ilustra, no plano, o arranjo espacial dessa configuração. SEMICONDUTORES INTRÍNSECOS É importante notar que, nas condições indicadas na figura ao lado, o silício se comporta como isolante, pois não existem cargas livres. No entanto, com o aumento da temperatura, a energia térmica fornecida ao cristal provoca a “quebra” de algumas ligações covalentes, liberando, assim, elétrons de valência. Os espaços vazios deixados por causa de tais rompimentos se comportam como cargas elétricas positivas, denominadas lacunas ou buracos. ENGª ELÉTRICA – CKTOS ELETRÔNICOS – SÃO MIGUEL PAULISTA Na prática, não usamos o semicondutor intrínseco, e sim o extrínseco. O semicondutor extrínseco é obtido pela adição de elementos chamados de impurezas (tipos de átomos), cuja principal finalidade é alterar algumas propriedades elétricas, principalmente a resistividade em relação ao fluxo de elétrons. Existem dois tipos de semicondutores extrínsecos: o material TIPO N e o TIPO P. SEMICONDUTORES EXTRÍNSECOS SEMICONDUTOR TIPO N É obtido adicionando ao cristal puro um material pentavalente, isto é, que tem em sua última camada cinco elétrons de valência, geralmente nitrogênio (N) ou fósforo (P). O que acontece quando átomos pentavalentes são adicionados ao cristal do semicondutor? Alguns de seus átomos serão substituídos pelo átomo do fósforo, e, como o número de átomos da impureza é muito menor que o de átomos do semicondutor, essa impureza se ligará a quatro átomos de silício ENGª ELÉTRICA – CKTOS ELETRÔNICOS – SÃO MIGUEL PAULISTA Observe que cada átomo de silício contribui com um elétron para que ocorra uma ligação compartilhada, sobrando um elétron. Esse quinto elétron está fracamente ligado ao átomo, bastando uma pequena quantidade de energia para torná-lo livre. Os elétrons livres são os portadores majoritários. SEMICONDUTOR TIPO N Vamos imaginar a temperatura variando do zero absoluto. Nesta temperatura o quinto elétron está preso, portanto, não existe portador de carga livre e o material se comporta como isolante. Aumentando gradativamente a temperatura, o quinto elétron é liberado e o material passa a conduzir corrente elétrica. Quanto mais a temperatura aumenta, mais ligações covalentes começam a se quebrar, gerando mais elétrons livres. Assim, o material torna-se negativo, motivo pelo qual recebe o nome de semicondutor tipo N. ENGª ELÉTRICA – CKTOS ELETRÔNICOS – SÃO MIGUEL PAULISTA É obtido adicionando quantidades controladas de impureza trivalente ao material puro. Em geral são utilizados o boro (B), gálio (Ga) ou índio (In). Como estes elementos são trivalentes, seus três elétrons de valência serão compartilhados com quatro átomos de silício das vizinhanças, porém uma das ligações não se completará. A ausência de um elétron nessa ligação fará com que surja uma lacuna. SEMICONDUTOR TIPO P Inicialmente, em temperaturas próximas do zero absoluto, os elétrons de valência de um átomo vizinho ao da impureza não têm energia suficiente para se movimentar e preencher a ligação, portanto, o material se comporta como isolante. ENGª ELÉTRICA – CKTOS ELETRÔNICOS – SÃO MIGUEL PAULISTA Conforme a temperatura aumenta, um elétron de valência do átomo vizinho recebe energia suficiente para se deslocar e ocupa a vaga na ligação não completada com um dos elétrons do átomo trivalente. Desse modo, como o átomo estava neutro e passa a ter um elétron a menos, torna-se um íon positivo. A vaga deixada por esse elétron é conhecida como lacuna. SEMICONDUTOR TIPO P Então, foi gerada uma lacuna, ou seja, uma falta de elétron, e por isso o material é chamado de P. Aqui as lacunas são os portadores majoritários de carga. ENGª ELÉTRICA – CKTOS ELETRÔNICOS – SÃO MIGUEL PAULISTA Se uma barra de material P é ligada metalurgicamente a uma barra de material N, cria-se uma junção PN, cujas características permitem a produção de todos os dispositivos eletrônicos semicondutores. A diferença de concentração de lacunas e elétrons livres entre as duas regiões da junção PN possibilita a ocorrência de um fenômeno chamado de ZONA DE DEPLEÇÃO. Esta região possui uma alta resistência ôhmica. JUNÇÃO PN ANODO (A) CATODO (K) ENGª ELÉTRICA – CKTOS ELETRÔNICOS – SÃO MIGUEL PAULISTA A junção PN mais simples utilizada se chama DIODO, este componente eletrônico é utilizado para várias funções, veremos algumas delas mais adiante. Também existem alguns tipos de diodos para aplicações específicas. Abaixo temos alguns exemplos e suas simbologias. DIODO - JUNÇÃO PN ANODO (A) CATODO (K) Diodo Retificador Diodo Zener Diodo Emissor de Luz LED ANODO (A) CATODO (K) ANODO (A) CATODO (K) (CHANFRO) ENGª ELÉTRICA – CKTOS ELETRÔNICOS – SÃO MIGUEL PAULISTA Há duas formas de se polarizar um diodo: POLARIZAÇÃO DO DIODO ➢ Polarização Direta ➢ Polarização reversa POLARIZAÇÃO DIRETA A polarização direta consiste em fornecer um potencial positivo ao lado P de forma a mantê-lo maior potencial que do lado N. Neste caso, este procedimento gera um campo elétrico externo que fornece energia aos portadores para que atravessem a zona de depleção. Portanto, a polarização direta permite a passagem de correntes elevadas, limitadas por um resistor RD colocado em série com o diodo. Nesta situação o diodo se comporta como uma chave fechada. ID = V − VDRD ENGª ELÉTRICA – CKTOS ELETRÔNICOS – SÃO MIGUEL PAULISTA POLARIZAÇÃO REVERSA A polarização reversa consiste em fornecer um potencial positivo ao lado N de forma a mantê-lo maior potencial que do lado P. Neste caso, a zona de depleção aumenta sua largura e não haverá passagem de corrente elétrica. Portanto, a polarização reversa não permite a passagem de corrente. Nesta situação o diodo se comporta como uma chave aberta. ID = 0 Slide 1: ENGENHARIA ELÉTRICA CIRCUITOS ELETRÔNICOS SÃO MIGUEL PAULISTA Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13
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