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Avaliação OWAS - ERgonomia

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APLICAÇÃO DO MÉTODO OWAS E 
ANÁLISE ERGONÔMICA DO 
TRABALHO EM UM SEGMENTO DE 
UMA EMPRESA DE GRANDE PORTE 
SITUADA NO MUCINÍPIO DE CAMPOS 
DOS GOYTACAZES 
 
Vinicius Crespaumer Cruz (UCAM) 
viniciuscruz17@yahoo.com.br 
FLAVIANNE DE SOUZA RAMOS DE BRITO (UCAM) 
flavianne_srb@hotmail.com 
Celin Barreto de Melo (UCAM) 
celin.bm@gmail.com 
Alzeleni Pio da Silva TavaresCorrea (UCAM) 
alzelenitavares@yahoo.com.br 
 
 
 
As empresas têm buscado cada vez mais alternativas de modo a se 
manterem no mercado e avançarem na corrida da competitividade. 
Ações como adoção de novas tecnologias, aumento de produtividade e 
aplicação de métodos de gestão têm sido o grande foco e, em 
contrapartida, a atenção ao trabalhador e ao seu posto de trabalho 
têm-se mostrado, na maior parte das vezes, negligente. Como as 
consequências disto prejudicam ao trabalhador, os efeitos desses 
danos irão refletir na empresa uma hora ou outra. Estudos e ações são 
necessários para a solução dos mesmos. A pesquisa relatada no 
presente artigo foi realizada em um departamento de uma empresa de 
grande porte na cidade de Campos dos Goytacazes, RJ. O seu objetivo 
é a realização da análise ergonômica do trabalho no mesmo, bem 
como a aplicação do método OWAS (Ovako Working Posture 
Analysing System) para as posturas assumidas por um determinado 
trabalhador. A coleta dos dados foi feita in loco através de registro 
fotográfico. Verificou-se que as atividades mais prejudiciais realizadas 
pelos trabalhadores foram as de levantamento e manuseio de 
processos. Os resultados extraídos desta pesquisa podem servir como 
recomendações e sugestões para futuros estudos em atividades 
semelhantes, visando à melhoria do bem-estar do trabalhador. 
 
 
Palavras-chave: Método OWAS, Ergonomia, Posto de trabalho
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção 
Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 
 
 
 
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1. Introdução 
O reconhecimento, por parte das empresas, de que a adaptação do ambiente de trabalho 
sempre ocorre no sentido do trabalho para ao homem já tem ocorrido com uma maior 
intensidade do que em épocas mais remotas, diante de inúmeras informações e pressões a 
elas. A recíproca, ou seja, a possibilidade de adaptar o homem ao trabalho, nem sempre é 
verdadeira. Além de ser muito mais difícil, esse tipo de orientação pode resultar em máquinas 
de difícil operação ou em condições adversas de trabalho, sacrificando o trabalhador, o que 
seria inaceitável para a ergonomia. Ainda assim, essas ocasiões ainda têm ocorrido (IIDA, 
2005). 
Sendo de grande importância o zelo pela saúde do trabalhador e por seu bem estar no 
ambiente de trabalho e diante de muitas situações precárias, ou mesmo a inexistência, no que 
diz respeito às ferramentas de auxílio para as tarefas desempenhadas pelo trabalhador é que 
este trabalho é justificado. 
O objetivo da presente pesquisa é detectar a existência de riscos mediante análise das posturas 
adotadas por um funcionário nas atividades desenvolvidas ao longo da jornada em seu posto 
de trabalho e propor correções com o auxílio do método Ovako Working 
Posture Analysing System (OWAS) de acordo com os resultados obtidos através da análise. 
 
2. Ergonomia e ferramentas ergonômicas 
2.1 A ergonomia 
A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem e para isso ela tem como ponto 
de partida em suas atividades o estudo das características do trabalhador. Só depois será 
realizado o projeto do trabalho que ele será capaz de executar, ajustando este projeto às suas 
capacidades e limitações, preservando, com isso, a sua saúde. O trabalho aqui, além daqueles 
que envolvem máquinas e equipamentos, bens estes transformadores dos materiais, 
corresponde também a qualquer situação em que o relacionamento entre o homem e uma 
atividade produtiva exista. Assim, além do ambiente físico, há o envolvimento dos aspectos 
organizacionais (IIDA, 2005). 
Segundo a Ergonomics Society (Sociedade de Ergonomia), a ergonomia estuda a relação entre 
o homem e seu trabalho, equipamento e ambiente. Os problemas provenientes desse 
 
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relacionamento são solucionados por ela através da aplicação dos conhecimentos de anatomia, 
fisiologia e psicologia (IIDA, 2005). 
Enquanto uma disciplina, a ergonomia busca entender as interações dos trabalhadores e outros 
elementos de um sistema; enquanto uma profissão, aplica teorias, princípios, dados e métodos 
para projetos, de modo a aprimorar o bem estar humano e a performance do sistema como um 
todo (IEA, 2000). 
Segundo a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), a ergonomia tem como objetivo 
intervenções e projetos que destinam-se a melhoria da segurança, do conforto, do bem estar e 
da eficácia das atividades humanas, devendo essa melhoria ocorrer de forma integrada. Esse 
objetivo se dá por meio do estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a organização 
e o ambiente (IIDA, 2005). 
Diferente de muitas outras ciências que tiveram o registro de suas origens desaparecidas no 
tempo e no espaço, a ergonomia nasceu oficialmente em 12 de julho de 1949. Nesta data na 
Inglaterra, esteve reunido um grupo de cientistas e pesquisadores pela primeira vez. Tinham 
interesse em discutir e formalizar a existência desse novo ramo de aplicação interdisciplinar 
da ciência. O neologismo ergonomia, formado pelos termos gregos ergon (trabalho) e nomos 
(regras, leis naturais), foi proposto quando se reuniram pela segunda vez, em 16 de fevereiro 
de 1950 (MURRELL, 1965 apud IIDA, 2005). 
Os domínios de especialização da ergonomia são três: física, cognitiva e organizacional. A 
ergonomia física diz respeito às características da anatomia humana, antropometria, fisiologia 
e biomecânica relacionadas com a atividade física. A ergonomia cognitiva trata dos processos 
da mente, como os de percepção, memória, raciocínio e resposta motora conforme afetem as 
interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Já a ergonomia 
organizacional concerne à otimização dos sistemas sóciotécnicos, incluindo suas estruturas 
organizacionais, políticas e de processos (IIDA, 2005). 
 
2.2 Sistema OWAS 
O sistema OWAS é uma ferramenta ergonômica prática. Seus desenvolvedores foram três 
pesquisadores finlandeses que trabalhavam em uma siderúrgica: Karku, Kansi e Kuorinka, no 
ano de 1977. O começo se deu através de análise fotográfica das posturas principais, as quais 
podiam ser observadas em indústrias pesadas, sendo encontradas 72. Esse número é resultante 
 
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de diferentes combinações de dorso, braços e pernas. A consistência deste sistema apresenta-
se razoável: foi realizado um teste do método diante de inúmeras observações, em tarefas 
específicas de indústrias, por parte de diferentes analistas treinados, para um mesmo trabalho; 
eles registraram, em média, 93% de concordância. Além disso, um mesmo trabalhador, 
analisado pela manhã e pela tarde, mantinha 86% das posturas documentadas e diferentes 
trabalhadores, para as mesmas tarefas, dotavam de 69% de semelhança nas posturas (IIDA, 
2005). 
 
2.3 Norma Regulamentadora 
A ergonomia é regulamentada por uma norma específica: a NR-17. Além disso, a NR possui 
dois anexos. Inicialmente, apresenta-se o objetivo da NR que é o estabelecimento de métodos 
que possibilitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dostrabalhadores, com o objetivo de oferecer maior conforto, segurança e desempenho eficiente. 
Após, trata-se de modo específico os aspectos que estão incluídos nestas condições de 
trabalho. Eles dizem respeito a levantamento, transporte e descarga individual de materiais, 
mobiliário e equipamentos dos postos de trabalho, condições ambientais de trabalho e 
organização do trabalho. No mínimo, tudo isso deve estar presente na Análise Ergonômica do 
Trabalho (AET), análise esta que precisa ser realizada pelo empregador quando ele for avaliar 
a adaptação do trabalho ao empregado. 
Por último, estão anexadas a ela duas partes e cada uma trata de um tipo específico de 
trabalho: a primeira, do trabalho de operadores de check out e a segunda do trabalho em 
teleatendimento/telemarketing. 
 
3. Metodologia 
A presente pesquisa foi feita no mês de abril de 2015 em um departamento de uma empresa 
de grande porte, na cidade de Campos dos Goytacazes, responsável pelos protocolos ou 
processos. O setor é responsável pelo recebimento, registro, distribuição, tramitação e 
expedição de documentos e processos. 
A coleta de dados foi realizada por meio de registro fotográfico do ambiente de trabalho e de 
um dos funcionários, de modo a detectar a existência de riscos ergonômicos e, após, propor 
correções de acordo com os resultados obtidos. 
 
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As atividades realizadas pelo funcionário, durante o expediente, são repetitivas e parte delas é 
desempenhada com auxílio de um computador, para o devido registro dos documentos. Uma 
outra parte corresponde, em determinados momentos, ao transporte de processos em grandes 
volumes, onde o funcionário exerce um maior esforço, já que opera com o manuseio das 
cargas. Assim, o método utilizado foi a ferramenta OWAS, simultaneamente com o auxílio da 
AET. 
Segundo o manual do software dessa ferramenta, o Manual WinOWAS (2009), ele estuda e 
avalia a postura do homem durante seu período de trabalho, podendo-se também ser usado 
para desenvolvimento de uma nova ferramenta ou de um novo posto de trabalho adequado 
ergonomicamente a uma determinada atividade. 
A AET, segundo Iida (2005), “visa aplicar os conhecimentos da ergonomia para analisar, 
diagnosticar e corrigir urna situação real de trabalho” e é um exemplo de ergonomia de 
correção. 
Como auxílio a essa avaliação, uma classificação de posturas é utilizada, apresentada por 
meio da figura 1. As 72 posturas encontradas pelos desenvolvedores desse sistema em 1977, 
Karku, Kansi e Kuorinka, foram resultados das combinações dessa classificação, sendo elas 
de quatro posições de dorso, três de braços e sete de pernas. (IIDA, 2005). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 - Classificação das posturas no sistema OWAS 
 
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Fonte: Iida (2005) 
 
Másculo e Vidal (2011), afirmam que a ferramenta OWAS é um método simples para análise 
da postura do trabalhador durante as realizações de atividades. Os resultados obtidos têm 
como base o posicionamento da coluna, braços e pernas, além de considerar, após, as cargas e 
esforços feitos durante a realização da atividade. Assim, após a etapa de classificação das 
posturas e da determinação do peso das cargas, estes valores encontrados são confrontados 
com uma tabela, tabela 1, onde é obtido o resultado final que indica a determinação do nível 
de risco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tabela 1 - Sistema OWAS: Classificação das posturas pela combinação das variáveis 
 
Fonte: Iida (2005) 
 
Por meio da determinação do nível de risco, é obtido o resultado final que indica a avaliação 
da postura e a categoria de ação a ser tomada, utilizando uma escala de quatro pontos que são 
os seguintes: 
 Categoria 1: postura normal, não é necessária a adoção de medidas corretivas; 
 Categoria 2: postura requer a adotadas medidas corretivas em futuro próximo; 
 Categoria 3: postura requer a adoção de medidas corretivas assim que possível; 
 Categoria 4: postura que deve merecer atenção imediata. 
 
4. Resultados 
Primeiramente foi analisada a atividade de recebimento e cadastro de documentos. Feita a 
análise da postura por meio do OWAS, resultou-se na seguinte classificação dos riscos, 
apresentada na tabela 2: 
Tabela 2 - Codificação OWAS para postura no recebimento e registro de documentos. 
Codificação OWAS 
Costas Braços Pernas Força 
4 1 7 1 
Fonte: própria 
 
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Conforme AET, realizada através das observações do posto de trabalho, como demonstrado 
nas figuras 2 e 3, o posto de trabalho não está adequado. A falta de espaço na mesa exige que 
funcionário trabalhe em condições de improviso. 
 
 
Figura 2: Postura do funcionário no recebimento de 
documentos 
Figura 3: Posto de trabalho do funcionário
 
 
 
Fonte: própria 
 
 
Fonte: própria
 
 
 
Em virtude da mesa em que o funcionário trabalha ter um dimensionamento pequeno e não 
oferecer um espaço suficiente para posicionamento dos processos, por meio de improviso é 
utilizado um banco, que fica posicionado ao lado da cadeira do funcionário, onde são 
colocados todos os documentos que chegam ao setor para o devido registro. Essa situação 
exige que o funcionário sentado realize um movimento inclinado e torcido das costas para 
pegar os documentos. Aqui é realizada uma força de 1 a 10 kg dependendo do volume do 
documento. 
Como o volume de documentos recebidos no setor acontece de forma constante ao longo do 
expediente de trabalho, essa atividade acontece repetitivamente, o que causa dores e 
desconforto na região das costas e lombar do funcionário. 
Posteriormente analisou-se a tarefa de transporte de processos na distribuição para os devidos 
setores dentro da empresa, através da aplicação do Método OWAS, obteve-se o resultado da 
Tabela 3. 
Tabela 3 - Codificação OWAS para o transporte de cargas para setores da empresa 
Codificação OWAS 
Costas Braços Pernas Força 
1 1 6 1 
Fonte: própria 
 
A figura 4 demonstra a atuação e os esforços ergonômicos realizados na atividade de 
distribuição de processos. 
Figura 4: postura do funcionário na distribuição de documentos 
 
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Fonte: própria 
 
O desempenho desta atividade requer o funcionário transporte cargas de documentos de um 
setor para outro. A atividade exige que os braços estejam posicionados abaixo do nível dos 
ombros suportando uma carga de varia de 5 a 10 kg, através da imagem pode-se observar 
também que o tronco do funcionário esta em posição reta. 
Por último, analisou-se a atividade de manuseio de cargas de documentos, que necessitam ser 
colocados em uma prateira onde aguardam o transporte de saída para órgãos externos. Com a 
aplicação da ferramenta OWAS, obteve-se o resultado demonstrado na Tabela 4. 
 
 
Tabela 4 – Codificação OWAS para colocação de cargas na prateleira 
 Codificação OWAS 
Costas Braços Pernas Força 
2 3 2 1 
Fonte: Própria 
 
A postura do funcionário durante a realização da atividade foi representada de forma genérica 
a partir da figura 5. 
Figura 5: Postura do funcionário na colocação de cargas na prateleira 
 
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Fonte: própria 
 
Pode-se observar que na realização dessa atividade o trabalhador esta posicionado em pé, com 
uma das pernas flexionada e a outra esticada. A colocação dos processos na prateleira exige 
funcionário realize uma inclinação do corpo para frete, os dois braços estão posicionados 
acima das linhas dos ombros, suspendendo uma carga de varia de 5 a 15 kg. 
A partir dos códigos gerados é realizada a classificação geral, com objetivo de identificar os 
níveis de ações recomendadas e grau de urgência a serem adotados para cada atividade. 
As atividades 1 e 3 apresentaram a mesma classificação geral através da aplicação do método 
OWAS, que considera a categoria de nível de risco 2. Onde as posturas são consideradas 
como prejudiciais, sendo necessária a tomada de medidas para mudar a postura em um futuro 
próximo. 
Já a atividade 2 apresenta o nível de classificação imposta pelo método OWAS como nível 1, 
que segundo o método OWAS não é necessária a adoção de medidas corretivas na postura do 
funcionário. 
Analisando todo o posto de trabalho do funcionário, veio-se analisar que havia algumas coisas 
que precisavam ser ajustadas para que o funcionário pudesse desenvolver suas atividades das 
melhores formas possíveis. Foi identificado, como o funcionário utiliza computador e 
necessita de máquinas que complementam seus trabalhos como impressoras e máquina de 
etiqueta, que essas máquinas se localizavam distante do seu posto de trabalho. Ou seja, a cada 
 
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impressão de etiquetas para os processos e documentos e impressão de espelhos de carga para 
os processos, o funcionário tinha que se levantar do posto de trabalho e deslocar-se até essas 
máquinas. 
Assim como foi identificado também, que havia pouco espaço para o funcionário. No caso da 
cadeira que se encontrava muito próxima da mesa e com isso não havia espaço para que o 
funcionário colocasse suas pernas de uma forma mais relaxada e da maneira correta. Assim 
como um espaço maior para que se colocassem todos os documentos e processos que o 
funcionário movimenta durante suas atividades. 
 
5. Considerações finais 
O desenvolvimento de um bom trabalho depende diretamente de um conjunto harmonioso 
composto pelo trabalhador, suas ferramentas e local de trabalho adequado. Assim, através da 
aplicação do método OWAS foi possível estabelecer a descrição das atividades cotidianas 
realizadas pelo funcionário, como também examinar e classificar as posturas individualmente 
e assim categorizar essas atividades em relação a risco oferecido, possibilitando a adoção de 
medidas corretivas na realização das tarefas e a modificação no local de trabalho, em busca da 
adaptação do trabalho ao homem. 
Durante as análises das atividades realizadas pelo funcionário, percebeu-se que ele se 
submetia a atividades repetitivas e a esforços constantes diariamente. A partir dos resultados 
obtidos na pesquisa constatou-se também que seu posto de trabalho não estava adequado 
ergonomicamente para a realização das atividades. Diante dessas informações foram 
sugeridas mudanças ergonômicas no local de trabalho para minimizar o desconforto durante a 
execução das tarefas. 
Recomenda-se a utilização de um mobiliário maior, que possibilite que os documentos sejam 
colocados encima da mesa, evitando assim o esforço de abaixar para pegar os processos no 
banco e o movimento levantar as cargas para coloca-las na prateleira. Além da possibilidade 
do uso de um carrinho para transportar os documentos para os outros setores. A utilização do 
carrinho irá diminuir a exposição da coluna a riscos e assim reduzirá à carga a quase zero. 
Outra recomendação é que as máquinas de impressão e etiquetas, que devem ser deslocadas e 
posicionadas no posto de trabalho do funcionário ao seu alcance, evitando que a todo o 
momento de impressão ele se levante de seu posto de trabalho e desloque em direção as 
 
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máquinas. Assim como a troca da cadeira, oferecendo um conforto maior para o funcionário 
para que ele fique de forma relaxada para desempenhar suas atividades da melhor forma 
possível. E por fim, aumentar seu posto de trabalho, com isso sua mesa para que o funcionário 
tenha um maior espaço para se locomover e realizar suas atividades. 
Conclui-se, portanto que a ergonomia é um fator determinante para o bem estar do 
trabalhador, além de ser amplamente favorável para a melhoria do seu rendimento, 
aumentando sua eficiência e produtividade. 
 
REFERÊNCIAS 
ABERGO, Associação Brasileira de Ergonomia. Disponível em <http://www.abergo.org.br/index.php>. 
Acesso em 28 de abril de 2015. 
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 17 - Ergonomia. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 
1978. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEFBAD7064803/nr_17.pdf 
>. Acesso em 29 de abril de 2015. 
Ergonomics Society (Sociedade de Ergonomia). Disponível em <http://www.ergonomics.org.uk/>. Acesso em 
28 de abril de 2015. 
IEA, International Ergonomics Association (Associação Internacional de Ergonomia). Disponível em 
<http://www.iea.cc/whats/index.html>. Acesso em 28 de abril de 2015. 
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgard Blücher, 2005. 
MANUAL WinOWAS: A computerized system for the analysis of work postures. Disponível em: 
<http://turva1.me.tut.fi/owas >. Acesso em abril de 2015. 
SILVA, F. P. da; KRÜGER, J. A.; XAVIER, A. A. de P., Aplicação do método OWAS no transporte e manuseio 
de fôrmas de alumínio utilizadas para construção de casas in loco: um estudo de caso, XXX Encontro Nacional 
de Engenharia de Produção, São Carlos, SP, 2010. Disponível em: 
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2010_TN_STP_127_821_15579.pdf>. Acesso em abril de 2015. 
MÁSCULO, F. S.; VIDAL, M. C. Ergonomia: Trabalho adequado e eficiente. Rio de Janeiro: Elsevier Ltda, 
2011.

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