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Competência na Justiça Militar

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Regras de fixação da competência:
- Art. 85: Competência do foro militar será determinada: 
I – Modo Geral: 
a) lugar da infração (regra) → art. 88 – 92, CPPM 
b) residência do acusado → art. 93, CPPM 
c) pela prevenção → art. 94 e 95, CPPM.
II – Modo Especial, pela sede do lugar de serviço 
→ art. 96 CPPM - As regras de fixação seguem esta ordem necessariamente!
Competência das Justiças Militares (federal e estaduais)
 - A competência da JMU foi estabelecida pela CF (art. 124).
 - A Justiça Castrense divide-se em: Justiça Militar Federal e Justiça Militar Estadual.
- Os agentes militares também se dividem em duas categorias : militares federais e militares estaduais.
II-nos crimes funcionais contra a administração militar ou contra a administração da Justiça Militar, os auditores, os membros do Ministério Público, os advogados de ofício e os funcionários da Justiça Militar. 
-Obs: O Juiz, o membro do MP e o Defensor Publico, nos crimes contra a administração militar respondem no TRF da área de sua jurisdição e os servidores da Justiça Militar, perante o Juiz Federal da unidade federativa (art. 108, I, a da CF).
crimes contra a segurança do Estado são da competência da Justiça Federal (art 109, IV, da CF)
O foro militar é especial, e, exceto nos crimes dolosos contra a vida praticados contra civil, a ele estão sujeitos, em tempo de paz:
I - nos crimes definidos em lei contra as instituições militares ou a segurança nacional:
 a) os militares em situação de atividade e os assemelhados na mesma situação;
b) os militares da reserva, quando convocados para o serviço ativo;
 c) os reservistas, quando convocados e mobilizados, em manobras, ou no desempenho de funções militares; 
d) os oficiais e praças das Polícias e Corpos de Bombeiros, Militares, quando incorporados às Forças Armadas;
- Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, o militar responde no tribunal do júri. (policiais militares).
COMPETÊNCIA PELA SEDE OU LUGAR DE SERVIÇO - Art. 96. Para o militar em situação de atividade ou assemelhado na mesma situação, ou para o funcionário lotado em repartição militar, o lugar da infração, quando este não puder ser determinado, será o da unidade, navio, força ou órgão onde estiver servindo, não lhe sendo aplicável o critério da prevenção, salvo entre Auditorias da mesma sede e atendida a respectiva especialização.
A competência pela prevenção pode ocorrer: -
 a) quando incerto o lugar da infração, por ter sido praticado na divisa de duas ou mais jurisdições;” 
- b) quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições;
 -c) quando se tratar de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições;
 d) quando o acusado tiver mais de uma residência ou não tiver nenhuma, ou forem vários os acusados e com diferentes residências.”
Foro militar em tempo de guerra 
Art. 83. O foro militar, em tempo de guerra, poderá, por lei especial, abranger outros casos, além dos previstos no artigo anterior e seu parágrafo.
COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA RESIDÊNCIA DO ACUSADO Art. 93: “Se não for conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pela residência ou domicílio do acusado, salvo o disposto no art. 96.” 
Obs: → é necessário que o lugar da infração não seja conhecido!
Crimes praticados em parte no território nacional
são os casos dos crimes à distância - Será competente a CJM o crime tenha “tocado” o território nacional
        a) se, iniciada a execução em território estrangeiro, o crime se consumar no Brasil, será competente a Auditoria da Circunscrição em que o crime tenha produzido ou devia produzir o resultado;
        b) se, iniciada a execução no território nacional, o crime se consumar fora dele, será competente a Auditoria da Circunscrição em que se houver praticado o último ato ou execução.
Competência a bordo de aeronaves 
Art. 90: a bordo de aeronave: - Regra: onde se verificar o pouso 
- obs: exceção: se o pouso for em local remoto, será competente a CJM da partida 
Art. 91: crimes cometidos fora do território nacional - Regra: 11ª CJM
-Exceção: Oficiais Generais são julgados perante o STM (art. 6º, I, a), Lei 8.457/92)
Competência Pelo Lugar Da Infração (rationi loci)
- Lugar do crime → art. 6º, CPM (Teoria da Ubiquidade para os crimes comissivos e Teoria da Atividade para os crimes omissivos) - *STM 
- Art. 89: a bordo de navio → dividir o artigo em 3 partes:
 - 1ª parte: “Os crimes cometidos a bordo de navio ou embarcação sob comando militar ou militarmente ocupado em porto nacional”
 2ª parte: “nos lagos e rios fronteiriços” 3ª parte: “ou em águas territoriais brasileiras”
1- STM, em conflito de competência entre Bagé e RJ, firmou que a competência será pela sede do lugar de serviço do acusado 
2- Lobão entende-se que é o lugar da infração e se este não for determinado, utiliza-se o foro subsidiário.
Foro e Competência da Justiça Militar
Rejeição de denúncia (art 78) 
A denúncia não será recebida pelo juiz
a) se não contiver os requisitos expressos no artigo anterior;
 b) se o fato narrado não constituir evidentemente crime da competência da Justiça Militar;
 c) se já estiver extinta a punibilidade; 
d) se for manifesta a incompetência do juiz ou a ilegitimidade do acusador.
*antes de rejeita-la o juiz remeterá o processo ao MPM para que a emende.
Deverá conter:
a) a designação do juiz a que se dirigir; 
b) o nome, idade, profissão e residência do acusado, ou esclarecimentos pelos quais possa ser qualificado;
 c) o tempo e o lugar do crime; 
d) a qualificação do ofendido e a designação da pessoa jurídica ou instituição prejudicada ou atingida, sempre que possível;
 e) a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias; (individualizando da melhor forma possível a conduta e a autoria)
f) as razões de convicção ou presunção da delinquência
; g) a classificação do crime;( n inviabiliza a correta classificação pelo magistrado, sendo provisória até a sentença)
 h) o rol das testemunhas, em número não superior a seis, com a indicação da sua profissão e residência; e o das informantes com a mesma indicação.
Caso o MPM não ofereça a denuncia dentro desses prazos, poderá o ofendido ou se representante legal oferece-la (Ação penal subsidiária da pública).
Contudo o MPM pode aditar ou oferecer denúncia alternativa, participar dos atos processuais, fornecer elementos de prova, interpor recursos e até retomar a titularidade da ação em caso de negligencia do querelante.
Prazo para oferecimento da denúncia:
Réu preso: 5 dias
Réu solto: 15 dias
*No caso de réu solto, o prazo poderá ser prorrogado em dobro ou em triplo, mediante despacho do juiz.
Fato novo ou novas circunstancias:
-Se descoberto após o oferecimento da denúncia, poderá aditá-la.
- O aditamento pode ser feito até a sentença;
- O recebimento do aditamento INTERROMPE a prescrição, se houver alteração substancial dos fatos, e passe a descrever novo fato criminoso ou inclua novo correu;
Denúncia
- Não é necessário provas conclusivas da materialidade e da autoria, que são apenas necessárias para um juízo de condenação
Ação penal publica 
Condicionada: Precisa da representação da vítima para que o MP ajuíze a ação, hipóteses doas artigos 136 a 141 do COM.
-Se o agente for militar (Ministro da Defesa) 
-Se o agente for civil (Ministério da Justiça)
Incondicionada (Regra): Não necessita de representação, onde havendo indícios de autoria e materialidade, o MP pode oferecer a denúncia.
-Não há no DPM crime de ação penal pública condicionada à representação do ofendido. (princípio da indisponibilidade e oportunidade)
Ação penal Privada subsidiária da publica
Havendo inércia do MP em propor a ação, havendo indícios de autoria e materialidade do fato, pode o ofendido ou seu representante legal, no prazo de 6 meses (contados da data q o MP deveria ter proposto) ajuíza-la.
Decorrido este prazo, há prescrição, decaindo o direito do interessado, contudo não impede que seja proposta pelo parquet.
-Obs: Não e cabível a ação privada subsidiaria da publica quando o MP pede o arquivamentodo IPM.
Condições da Ação Penal Militar
. Legitimidade (ativa e passiva) Igual ao direito processual comum. 
Legitimatio ad causam (consiste na expressa previsão legal para os que figuram no processo como partes; quem pede e em face de quem se pede). 1
Ativa: o único titular do direito de punir é o Estado representado pelo titular da ação penal - MP (dominus litis) 
Passiva: Aquele a quem se atribui a pratica de um delito (a imputabilidade é uma hipótese se ilegitimidade).
 Justa Causa: - consiste, para os autores que a admitem, na existência de suporte probatório mínimo acerca da materialidade do delito e indícios da autoria.
Possibilidade Jurídica do Pedido: se a pretensão de direito material for prevista numa norma incriminadora, vale dizer constitua uma conduta típica, antijurídica e culpável, fazendo surgir para o Estado o direito de punir o infrator. 
Interesse de Agir Consiste na circunstancia de que a pretensão do autor não possa ser satisfeita por outro meio senão através do provimento jurisdicional. 
Além da necessidade o interesse de agir se acha vinculado a: 
-Utilidade – a idoneidade do processo produzir o que se busca os efeitos que deste se espera. -Ex: Se a pena não pode ser mais imposta – pela prescrição – o ajuizamento da ação e inútil, verificando a inexistência do interesse de agir.
- Adequação do pedido – a condenação compatibilizando o fato narrado com a consequência jurídica pleiteada
Princípios
OFICIALIDADE: atribuição de um órgão estatal, publico, oficial.
 - INDISPONIBILIDADE: o MPM não poderá dispor da ação penal militar (art 32 CPPM) 
-INDIVISIBILIDADE: o MPM não poderá escolher dentre os indiciados quem será denunciado (critica de C. Lobão)
 - LEGALIDADE: a APM é regida pelo princípio da legalidade, nos estritos limites da lei, predominando a vontade publica
 -INTRANSCEDENCIA: A APM não pode passar da pessoa do infrator da lei penal militar
 OBRIGATORIEDADE: O MPM é obrigado a oferecer a denúncia em face da existência de prova de fato em tese criminoso (art. 30 CPPM)
A APM somente pode ser ajuizada pelo MP Militar, titular exclusivo da ação penal no âmbito castrense 
(art. 129, I CF).
Ação Penal Militar
É o direito subjetivo publico de exigir do Estado-Juiz a prestação da tutela jurisdicional e invocar o Poder Judiciário para aplicar o Direito Penal Militar objetivo.