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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS CURSO DE DIREITO NATHÁLIA MIE IDE DE OLIVEIRA ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA Análise de caso prático para resolução de conflito envolvendo contrato de locação. SÃO PAULO 2024 NATHÁLIA MIE IDE DE OLIVEIRA RA: 2404238 ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA Análise de caso prático para resolução de conflito envolvendo contrato de locação. Trabalho da matéria Ritos Especiais Cíveis como requisito para obtenção de nota da atividade prática supervisionada. Professor: Fábio Romeu Canton Filho. SÃO PAULO 2024 Conforme orientação do professor, a questão será respondida como se Henrique tivesse procurado um advogado para obter uma resolução para o seu problema e não Antônio, visto que este é o locador. Resposta da atividade 1 No caso em apreço, verifica-se que existem diversas condutas problemáticas e equivocadas por parte do locador, conforme será exposto a seguir. Preliminarmente, é evidente a alteração indevida do valor do aluguel. Com base nas informações apresentadas, o contrato de locação celebrado entre as partes estabelece que o montante devido mensalmente a título de aluguel seria de R$ 2.000,00 (dois mil reais), e o reajuste ocorreria anualmente. No entanto, o locador, de forma abrupta e por uma tomada de decisão unilateral, realizou a modificação desse valor do sexto ao sétimo mês, justificando a sua necessidade com base no aumento dos valores locatícios na cidade. Assim sendo, enunciou ao locatário o acréscimo em quantia de R$ 500,00 (quinhentos reais), totalizando a quantia de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) mensais. A referida conduta por parte do locador foi discordada expressamente pelo locatário Henrique. Diante da situação, é necessário ressaltar que os contratos em geral, especialmente os locatícios, são orientados pelo princípio da autonomia da vontade das partes e pelo princípio pacta sunt servanda. Deste modo, a alteração de cláusulas contratuais previamente estabelecidas pelo locador e locatário sem a convenção posterior destes representa o ferimento desses pressupostos contratuais. O reajuste indevido no valor do aluguel e diverso do estabelecido em contrato caracteriza-se uma readaptação inapropriada e contraditória. No mais, no caso em tela, Henrique (locatário) não se vincula ao pagamento de qualquer espécie de taxa ou valor que não tenha sido convencionado por contrato de locação. Assim sendo, a cobrança do locador de quantia extra de R$ 500,00 ao valor principal do aluguel antes do reajuste anual constitui uma contravenção penal, prevista no artigo 43, I da Lei no 8.245/91, o qual aduz: Art. 43. Constitui contravenção penal, punível com prisão simples de cinco dias a seis meses ou multa de três a doze meses do valor do último aluguel atualizado, revertida em favor do locatário: I - exigir, por motivo de locação ou sublocação, quantia ou valor além do aluguel e encargos permitidos. Nesse diapasão, Henrique agiu corretamente em discordar da majoração do aluguel estabelecida unilateralmente pelo locador Antônio. Outrossim, em relação a recusa do locador em receber o pagamento por parte do locatário e em face da ausência de via alternativa para resolução do conflito sem ser pelo meio judicial, Henrique possui respaldo legal para buscar dirimir o problema por ação de consignação em pagamento. De forma mais detalhada, pode-se afirmar que esta ação é adequada para o caso concreto, visto que conforme aduz o artigo 335, I do Código Civil, em situação de injusta recusa do credor em receber o pagamento, será possível a consignação. Na condição de advogada de Henrique, iria orientá-lo quanto a possibilidade da propositura desta ação. Em relação à competência para ingressar com a demanda, esta seria no foro da comarca da capital do Pará, conforme convencionado pelas partes. Ademais, visto que se trata de contrato de locação e que possui legislação específica para consignação de alugueres, a petição inicial necessitaria observar os requisitos do artigo 319 do CPC, bem como do artigo 67, I da Lei no 8.245/91. Posteriormente, após a citação do réu, seria necessário realizar o depósito judicial do valor do aluguel de R$ 2.000,00 indicado na peça inicial, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sob pena de extinção do processo. Por fim, após a realização do depósito, seria requerido a extinção da obrigação, caso isso não fosse estabelecido pelo próprio Juízo.
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