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Defesa do Acusado no Processo Penal

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Seção 4 
ESPELHO DE CORREÇÃO 
 
DIREITO 
PENAL 
 
 
 
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Encerrada a instrução dos fatos, chegou o momento de oferecer a defesa integral do acusado, 
consubstanciada nas alegações finais (orais) ou memoriais finais (escritos). Por meio dessa peça, a 
Defesa pugnará pela absolvição ou algum abrandamento da capitulação penal feita pelo Ministério 
Público. 
O primeiro ponto é o interrogatório do acusado, como meio de prova e de defesa, que sempre deve 
ser feito ao final, forte nos princípios constitucionais do contraditório, ampla defesa e devido processo 
legal, o que não ocorrera, restando aqui um caso de nulidade que deve ser alegado em preliminar 
de mérito, por violação ao dispositivo legal previsto no Código de Processo Penal na forma do art. 
411. 
De forma a embasar o pensamento legal, cita-se posição jurisprudencial acerca da matéria, que 
entende tratar-se de nulidade da inversão do rito processual, notadamente a realização do 
interrogatório ao início do processo, nesses termos: 
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. DIREITO 
PROCESSUAL PENAL. TEMA 1.114. INVERSÃO DA ORDEM NO 
INTERROGATÓRIO DO RÉU. ART. 400 DO CPP. NULIDADE QUE SE SUJEITA À 
PRECLUSÃO TEMPORAL. ART. 571, INCISO II E ART. 572, AMBOS DO CPP E À 
DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO À DEFESA - ART. 563 DO CPP. RECURSO 
PARCIALMENTE CONHECIDO E NESTA EXTENSÃO PROVIDO. 
 
I - Em que pese haver entendimento nesta Corte Superior admitindo o interrogatório 
quando pendente de cumprimento carta precatória expedida para oitiva de 
testemunhas e da vítima, a jurisprudência majoritária nas Cortes superiores vem 
evoluindo e se sedimentando no sentido de que há nulidade ocasionada pela 
inversão da ordem prevista no art. 400 do CPP, no entanto, a alegação está sujeita 
à preclusão e à demonstração do efetivo prejuízo. 
II - Os parâmetros em aparente oposição são, portanto, o artigo 222, § 1°, do CPP e 
o art. 400 do mesmo diploma legal. Ao que se pode enfeixar a controvérsia, coloca-
se em ponderação os princípios da celeridade processual e do devido processo legal, 
especialmente na sua dimensão da ampla defesa. 
III - A audiência de instrução e julgamento é o principal ato do processo, momento no 
qual se produzirão as provas, sejam elas testemunhais, periciais ou documentais, ao 
fim da qual, a decisão será proferida. Por esta razão, o art. 400 determina que a oitiva 
da vítima, das testemunhas arroladas pela acusação e depois pela defesa, nesta 
ordem, eventuais esclarecimentos de peritos, acareações, ou reconhecimento de 
coisas ou pessoas e, por fim, o interrogatório. Tal artigo, introduzido no ordenamento 
pela Lei n. 11.719, de 2008, significou a consagração e maximização do devido 
processo legal, notadamente na dimensão da ampla defesa e do contraditório, ao 
deslocar o interrogatório para o final da instrução probatória. 
IV - Na moderna concepção do contraditório, segundo a qual, a defesa deve 
influenciar a decisão judicial, somente se mostra possível a referida influência quando 
a resposta da defesa se embasar no conhecimento pleno das provas produzidas pela 
 Na prática! 
 
 
 
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acusação. Somente assim se pode afirmar a observância ao devido processo legal 
na sua face do contraditório. 
V - Sob outro enfoque, ao réu incumbe arguir a nulidade na própria audiência ou no 
primeiro momento oportuno, salvo situação extraordinária em que deverá argumentar 
a excepcionalidade no primeiro momento em que tiver conhecimento da inversão da 
ordem em questão. Cabe também à defesa a demonstração do prejuízo concreto 
sofrido pelo réu, uma vez que se extrai do ordenamento, a regra geral segundo a 
qual, as nulidades devem ser apontadas tão logo se tome conhecimento delas, ou no 
momento legalmente previsto, sob pena de preclusão, tal como dispõe o art. 572 e 
incisos, do CPP. 
VI - No caso concreto, observa-se que o primeiro momento em que a defesa apontou 
a nulidade pela violação do art. 400 do CPP foi em razões de apelação. Isso porque, 
ao que se observa nos autos, não é difícil notar a insuficiência da defesa exercida 
por advogado dativo. As nomeações de advogados dativos para o ato de 
interrogatório, bem como para a apresentação de defesa prévia e alegações finais 
(cujos termos são idênticos, conforme fls. 170/172 e 256/258, respectivamente) 
parecem não ter suprido minimamente o direito à defesa enunciado pela Constituição 
da República. 
VII - Em sendo assim, é possível se reconhecer que, no primeiro momento em que o 
réu estava sendo representado por um advogado, foi arguida a nulidade. Esta deve 
ser reconhecida, notadamente nesta hipótese em exame, em que a prova é 
exclusivamente oral, uma vez que os Laudo de Exame de Conjunção Carnal e de 
Exame de Ato Libidinoso não corroboram os fatos e tampouco o Relatório Psicológico 
é categórico sobre a veracidade da versão narrada pela vítima. Por tal razão, deve 
ser reconhecida a nulidade arguida, determinando-se que o réu seja novamente 
ouvido, em atenção ao art. 400, do CPP. 
VIII - Tese jurídica: "O interrogatório do réu é o último ato da instrução criminal. A 
inversão da ordem prevista no art. 400 do CPP tangencia somente à oitiva das 
testemunhas e não ao interrogatório. 
O eventual reconhecimento da nulidade se sujeita à preclusão, na forma do art. 571, 
I e II, do CPP, e à demonstração do prejuízo para o réu". 
Recurso parcialmente conhecido e nesta extensão provido para reconhecer a 
nulidade do interrogatório que, realizado antes da oitiva das testemunhas, violou a 
norma do art. 400 do CPP, razão pela qual os autos devem ser devolvidos para a 
realização de novo interrogatório. Prejudicados os demais pedidos recursais 
relativamente à ausência de prova da autoria delitiva. (REsp 1933759 / PR). 
 
Em relação à prova testemunhal prevista nos arts. 202 e 203 do CPP, deve ser lembrado que o 
testemunho isolado de policiais militares não pode ter o condão de condenar o acusado, uma vez 
que a jurisprudência é contrária à presunção absoluta de veracidade do testemunho policial. Além 
disso, as provas obtidas na fase policial violaram tipos penais (tortura e abuso de autoridade), o que 
macula de ilicitude todas as provas derivadas e devem ser desentranhadas dos autos, na forma do 
art. 157, § 1º, do CPP, não podendo haver condenação com base nesse tipo de prova, ensejando a 
absolvição do acusado. 
Ainda no quesito das provas, tem-se a necessidade do exame de corpo de delito nos delitos não 
transeuntes (que deixam vestígios), o que não fora feito no presente caso concreto, violando-se a 
norma prevista no art. 158 do CPP, gerando a nulidade da prova obtida e consequente absolvição 
do acusado. 
 
 
 
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Em relação ao instituto do princípio da consunção, deve ser mencionada que a capitulação para o 
delito de homicídio qualificado afasta o crime-meio de posse e porte ilegal de arma de fogo. 
Quanto ao prazo, destaca-se o prazo de 5 (cinco) dias para as partes apresentarem alegações finais 
(no caso, memorias escritos), iniciando-se o dia da contagem do prazo em 27/11/23, uma vez que a 
intimação ocorrera em 24/11/23, sexta-feira, excluindo-se o dia do início, não podendo iniciar a 
contagem em dias não úteis (sábado e domingo), incluindo-se o dia final, qual seja, 1º/12/23, na 
forma do disposto a seguir: 
 
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, 
não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. 
§ 1º Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do 
vencimento. 
§ 2º A terminação dos prazos será certificada nos autos pelo escrivão; será, porém, 
considerado findo o prazo, ainda que omitida aquela formalidade, se feita a prova do 
dia em que começou a correr. 
§ 3º O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até 
o dia útil imediato. 
 
Um detalhe relevante é que, nos crimes dolosos contra a vida, como ocorre com o homicídio, a 
competência para julgartodos os delitos conexos é do Tribunal do Júri, daí sendo relevante direcionar 
a peça processual para esse juízo específico, na forma do art. 78, I, do CPP. 
Colocar local, data, assinatura e OAB na peça, mas tomar muito cuidado para não inventar dados, já 
que isso identificaria a questão e desclassificaria o candidato do certame. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE PORTO 
SEGURO/BA 
 
 
Brutus, já qualificado nos autos, vem por meio de seu advogado (procuração anexa) apresentar 
MEMORIAIS FINAIS ESCRITOS, com fundamento no art. 411 do Código de Processo Penal, pelos 
seguintes fatos e fundamentos: 
 
DOS FATOS 
Na linha dos fatos, foi ofertada a ação penal, na forma seguinte: “Trata-se de denúncia criminal 
ofertada em razão de o acusado ter praticado os delitos previstos no art. 121, § 2º, II (motivo fútil) 
e VIII (emprego de arma de fogo de uso restrito), do Código Penal, por duas vezes (duas 
vítimas), combinado com o crime do art. 16, caput (porte ilegal de arma de fogo de uso 
restrito), da Lei nº 10.826/03, por duas vezes (fuzil e pistola 9 mm), e art. 33, caput (tráfico de 
drogas), da Lei nº 11.343/06, todos em concurso material de crimes, na forma do art. 69 do 
Código Penal. A materialidade dos delitos de porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas pode 
ser aferida ao longo do processo, sendo dispensável o exame de corpo de delito nesse momento 
processual. Quanto ao crime de homicídio, entende-se que ele ocorrera por meio de disparo de arma 
de fogo, não sendo necessária a sua comprovação pericial. Por fim, quanto ao concurso material de 
crime previsto no art. 69 do CP, ele deve ser aplicado, pois o princípio da consunção não possui 
aplicação no presente caso, pois os bens jurídicos tutelados são diversos, pelo que pede o Ministério 
Público a sua condenação em todos os crimes narrados”. 
Na sequência, o réu fora denunciado na forma transcrita anteriormente, tendo a Defesa pugnado 
pela rejeição da peça acusatória, por ter sido produzida prova ilícita e não foi realizado exame pericial 
nos crimes narrados. Além disso, foi requerido que se aplicasse o princípio da consunção ou 
absorção. 
Apesar dessas alegações, o Magistrado decidiu pelo prosseguimento do feito, concordando 
integralmente com a peça acusatória do Ministério Público, mencionando que os fatos seriam mais 
bem elucidados por ocasião da instrução processual em audiência específica. 
Em audiência de instrução e julgamento, primeiramente, interrogou-se o acusado, não tendo sido 
juntado ou ouvido perito oficial sobre a materialidade dos crimes. Em substituição ao exame de corpo 
 Questão de ordem! 
 
 
 
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de delito, foram ouvidas testemunhas de acusação consistentes em policiais militares que disseram 
que, pela experiência profissional, as armas apreendidas eram de verdade e tinham capacidade de 
lesionar pessoas, bem como que a droga apreendida era própria para consumo. Ademais, os policiais 
militares disseram que adentraram a residência do acusado porque ele era sabidamente criminoso 
e lá encontraram provas dos crimes. Foi ouvida uma testemunha de defesa que afirmou ter visto da 
janela de sua residência os policiais militares chutando a porta e invadindo a casa do acusado, bem 
como ouviu ele ser espancado e torturado, em razão dos gritos e pedidos de clemência por parte dos 
militares. 
Após a produção dessas provas em audiência de instrução, foi aberta vista para a acusação e defesa 
apresentarem as suas considerações finais, no prazo de 5 (cinco) dias. O Ministério Público ofertou 
suas considerações, requerendo a condenação na forma proposta pela denúncia criminal. 
Logo, o processo está com vista para a Defesa apresentar a peça cabível nesse momento 
processual, o que se faz na presente forma processual. 
 
DOS FUNDAMENTOS 
DA PRELIMINAR DE NULIDADE ABSOLUTA 
De início, destaca-se que o interrogatório do acusado, como meio de prova e de defesa, deveria ter 
sido feito ao final, em homenagem aos princípios do contraditório, ampla defesa e devido processo 
legal, o que não ocorrera, restando aqui um caso de nulidade que deve ser alegado em preliminar 
de mérito. 
No que diz respeito ao interrogatório como meio de prova, menciona-se que o Código de Processo 
Penal assinala que o acusado poderá apresentar a sua versão dos fatos ou calar-se, devendo ser 
ouvido ao final, em obediência ao princípio constitucional da ampla defesa. Essa é a dicção do Código 
de Processo Penal, in verbis: 
 
Art. 186, CPP. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da 
acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do 
seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem 
formuladas. 
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser 
interpretado em prejuízo da defesa. 
 
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do acusado 
e sobre os fatos. 
§ 1º Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios de 
vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida 
pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma vez e, em caso 
 
 
 
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afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão condicional ou condenação, 
qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e sociais. 
§ 2º Na segunda parte será perguntado sobre: 
I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita; 
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que atribuí-
la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do crime, e 
quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da infração ou depois dela; 
III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia desta; 
IV - as provas já apuradas; 
V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e desde quando, 
e se tem o que alegar contra elas; 
VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer objeto 
que com esta se relacione e tenha sido apreendido; 
VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos 
antecedentes e circunstâncias da infração; 
VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa. 
 
Art. 411. Na audiência de instrução, proceder-se-á à tomada de declarações do 
ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela 
defesa, nesta ordem, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e 
ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e 
procedendo-se o debate. 
 
Diante dos dispositivos citados, especialmente o art. 411 do CPP, que regulamenta a audiência de 
instrução e julgamento, percebe-se que o interrogatório deve ser feito ao final, em homenagem aos 
princípios constitucionais do contraditório, ampla defesa e devido processo legal. 
Por tratar-se de uma imposição constitucional (devido processo legal), a inversão do rito processual 
do interrogatório, sendo feito ao início da audiência de instrução e julgamento, gerará uma nulidade, 
ferindo de morte a possibilidade de contraditório, bem como espanca a ampla defesa. 
Essa é a visão serena na jurisprudência pátria, citando-se, por todos, acórdão do Superior Tribunal 
de Justiça: 
 
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. DIREITO 
PROCESSUAL PENAL. TEMA 1.114. INVERSÃO DA ORDEM NO 
INTERROGATÓRIO DO RÉU. ART. 400 DO CPP. NULIDADE QUE SE SUJEITA À 
PRECLUSÃO TEMPORAL. ART. 571, INCISO II E ART. 572, AMBOS DO CPP E À 
DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO À DEFESA - ART. 563 DO CPP. RECURSO 
PARCIALMENTE CONHECIDO E NESTA EXTENSÃO PROVIDO. 
 
I - Em que pese haver entendimento nesta Corte Superior admitindo o interrogatório 
quando pendente de cumprimento carta precatória expedida para oitiva de 
testemunhas e da vítima, a jurisprudênciamajoritária nas Cortes superiores vem 
evoluindo e se sedimentando no sentido de que há nulidade ocasionada pela 
inversão da ordem prevista no art. 400 do CPP, no entanto, a alegação está sujeita 
à preclusão e à demonstração do efetivo prejuízo. 
II - Os parâmetros em aparente oposição são, portanto, o artigo 222, § 1°, do CPP e 
o art. 400 do mesmo diploma legal. Ao que se pode enfeixar a controvérsia, coloca-
se em ponderação os princípios da celeridade processual e do devido processo legal, 
especialmente na sua dimensão da ampla defesa. 
 
 
 
 P
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III - A audiência de instrução e julgamento é o principal ato do processo, momento no 
qual se produzirão as provas, sejam elas testemunhais, periciais ou documentais, ao 
fim da qual, a decisão será proferida. Por esta razão, o art. 400 determina que a oitiva 
da vítima, das testemunhas arroladas pela acusação e depois pela defesa, nesta 
ordem, eventuais esclarecimentos de peritos, acareações, ou reconhecimento de 
coisas ou pessoas e, por fim, o interrogatório. Tal artigo, introduzido no ordenamento 
pela Lei n. 11.719, de 2008, significou a consagração e maximização do devido 
processo legal, notadamente na dimensão da ampla defesa e do contraditório, ao 
deslocar o interrogatório para o final da instrução probatória. 
IV - Na moderna concepção do contraditório, segundo a qual, a defesa deve 
influenciar a decisão judicial, somente se mostra possível a referida influência quando 
a resposta da defesa se embasar no conhecimento pleno das provas produzidas pela 
acusação. Somente assim se pode afirmar a observância ao devido processo legal 
na sua face do contraditório. 
V - Sob outro enfoque, ao réu incumbe arguir a nulidade na própria audiência ou no 
primeiro momento oportuno, salvo situação extraordinária em que deverá argumentar 
a excepcionalidade no primeiro momento em que tiver conhecimento da inversão da 
ordem em questão. Cabe também à defesa a demonstração do prejuízo concreto 
sofrido pelo réu, uma vez que se extrai do ordenamento, a regra geral segundo a 
qual, as nulidades devem ser apontadas tão logo se tome conhecimento delas, ou no 
momento legalmente previsto, sob pena de preclusão, tal como dispõe o art. 572 e 
incisos, do CPP. 
VI - No caso concreto, observa-se que o primeiro momento em que a defesa apontou 
a nulidade pela violação do art. 400 do CPP foi em razões de apelação. Isso porque, 
ao que se observa nos autos, não é difícil notar a insuficiência da defesa exercida 
por advogado dativo. As nomeações de advogados dativos para o ato de 
interrogatório, bem como para a apresentação de defesa prévia e alegações finais 
(cujos termos são idênticos, conforme fls. 170/172 e 256/258, respectivamente) 
parecem não ter suprido minimamente o direito à defesa enunciado pela Constituição 
da República. 
VII - Em sendo assim, é possível se reconhecer que, no primeiro momento em que o 
réu estava sendo representado por um advogado, foi arguida a nulidade. Esta deve 
ser reconhecida, notadamente nesta hipótese em exame, em que a prova é 
exclusivamente oral, uma vez que os Laudo de Exame de Conjunção Carnal e de 
Exame de Ato Libidinoso não corroboram os fatos e tampouco o Relatório Psicológico 
é categórico sobre a veracidade da versão narrada pela vítima. Por tal razão, deve 
ser reconhecida a nulidade arguida, determinando-se que o réu seja novamente 
ouvido, em atenção ao art. 400, do CPP. 
VIII - Tese jurídica: "O interrogatório do réu é o último ato da instrução criminal. A 
inversão da ordem prevista no art. 400 do CPP tangencia somente à oitiva das 
testemunhas e não ao interrogatório. 
O eventual reconhecimento da nulidade se sujeita à preclusão, na forma do art. 571, 
I e II, do CPP, e à demonstração do prejuízo para o réu". 
Recurso parcialmente conhecido e nesta extensão provido para reconhecer a 
nulidade do interrogatório que, realizado antes da oitiva das testemunhas, violou a 
norma do art. 400 do CPP, razão pela qual os autos devem ser devolvidos para a 
realização de novo interrogatório. Prejudicados os demais pedidos recursais 
relativamente à ausência de prova da autoria delitiva. (REsp 1933759 / PR). 
 
De acordo com essa jurisprudência, a inversão do interrogatório para o início da audiência de 
instrução e julgamento gera uma hipótese de nulidade, devendo o ato ser anulado desde o início da 
referida audiência, na forma do art. 564, IV, do CPP. 
 
 
 
 
 
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PRELIMINAR – PROVA ILÍCITA 
Os policiais militares podem ser ouvidos como testemunhas, uma vez que é natural do seu ofício 
presenciarem a prática de crimes, todavia esse meio de prova não pode ser considerado absoluto, 
como se todos os agentes públicos que participaram da prisão fossem pessoas de presumida boa-
fé, devendo essa análise ser feita no caso concreto, conforme jurisprudência tranquila do Superior 
Tribunal de Justiça, nesses termos: 
 
PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM 
RECURSO ESPECIAL. FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA NÃO 
IMPUGNADOS. SÚMULA 182/STJ. AGRAVO DESPROVIDO. CONDENAÇÃO POR 
TRÁFICO DE DROGAS E POSSE ILEGAL DE MUNIÇÃO DE USO RESTRITO. 
SENTENÇA ABSOLUTÓRIA CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO. AUSÊNCIA DE 
FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. FLAGRANTE ILEGALIDADE. CONCESSÃO DE 
HABEAS CORPUS DE OFÍCIO. 
 
1. É inviável o agravo regimental que não infirma os fundamentos da decisão atacada. 
Incidência da Súmula n. 182 do STJ. 
2. Todavia, diante da ilegalidade do acórdão no que tange à condenação do réu, 
impõe-se a concessão da ordem, ex officio, para restabelecer a sentença absolutória. 
3. O entendimento firmado nesta Corte Superior é o de que "a revaloração dos 
elementos fático-probatórios delineados pelas instâncias ordinárias não encontra 
óbice na Súmula n. 7/STJ." (AgRg no REsp 1.678.599/MG, Rel. Ministro ANTONIO 
SALDANHA PALHEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 7/11/2017, DJe 14/11/2017). 
4. Conforme constou na sentença absolutória, de forma detalhada, não foi produzida 
nenhuma prova robusta no sentido de que o réu, efetivamente, estaria exercendo o 
tráfico de drogas, a não ser pelos depoimentos judiciais dos agentes policiais que 
efetuaram a prisão em flagrante, considerados imprecisos pelo magistrado de 1º 
grau, e que não foram adequadamente ponderados no acórdão recorrido, não 
havendo, portanto, elementos seguros para fundamentar a condenação. 
5. Como se depreende dos autos, os policiais receberam denúncias anônimas acerca 
da ocorrência de tráfico de drogas, o que teria sido confirmado por meio de 
"colaboradores anônimos da polícia". Ocorre que, na residência do réu (primário e de 
bons antecedentes), fora encontrada pequena quantidade de entorpecentes - 5,1 g 
de cocaína e 3 g de maconha - além de 3 munições, tendo o agravante afirmado que 
seria apenas usuário de drogas. 
6. Com efeito, "O testemunho prestado em juízo pelo policial deve ser valorado, 
assim como acontece com a prova testemunhal em geral, conforme critérios de 
coerência interna, coerência externa e sintonia com as demais provas dos 
autos, não atendidos na hipótese. 
Inteligência dos arts. 155 e 202 do CPP" (AREsp n. 1.936.393/RJ, relator Ministro 
Ribeiro Dantas, Quinta Turma, julgado em 25/10/2022, DJe de 8/11/2022.). 
7. Assim, em consonância com o princípio in dubio pro reo, oriundo do art. 5º, em 
vários dos seus incisos, da Constituição da República deve ser restabelecida a 
sentença absolutória, com amparo no art. 386, VII, do Código de Processo Penal. 
8. Desse modo, não estando configurada a prática do crime de tráfico de 
entorpecentes, imperioso o reconhecimento da atipicidade material da conduta, 
relativa à posse de 03 munições de uso restrito, desacompanhadas do armamento 
capaz de deflagrá-las, tendo em vista a ausência de lesão ou probabilidade de lesão 
ao bem jurídico tutelado. 
9. Agravo regimental desprovido. Concessão de habeas corpus, de ofício, para 
cassar o acórdão recorrido, restabelecendo-se a sentença que absolveu o recorrente 
da prática dos delitos previstos no art.33, caput, da Lei n. 11.343/2006 e no art. 16, 
caput, da Lei n. 10.826/2003 (Processo n. 0006985-95.2016.8.21.0023). 
 
 
 
 
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Além disso, em situações de comprovadas práticas de crimes para obtenção das provas produzidas 
em violação à legislação processual, ilicitude da prova é algo que se impõe e deve ser levada em 
consideração para fins de julgamento, o que cai por terra a ideia de presunção de legitimidade dos 
depoimentos prestados por policiais militares. Essa é a redação do art. 157 do CPP, nesses termos: 
 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas 
ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. 
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não 
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas 
puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. 
 
A ilicitude das provas pode ser visualizada quando há a prática de um crime para fins de produção 
de prova contra alguém, como sói acontecer nos crimes de tortura e abuso de autoridade, a seguir 
mencionados: 
 
Lei nº 9.455/97 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe 
sofrimento físico ou mental: 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira 
pessoa; 
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; 
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de 
violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de 
aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 
Lei nº 13.869/19 
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade 
do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas 
condições, sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
Em especial no crime de invasão de domicílio sem o consentimento do morador, mencionado na Lei 
nº 13.869/19, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que o militar deve 
registrar, com vídeo e áudio, o aludido consentimento, sob pena de a prova obtida por esse meio não 
ter validade, nesses termos: 
 
AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE REVISÃO 
CRIMINAL. 
TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES. BUSCA DOMICILIAR EFETUADA 
POR POLICIAIS MILITARES SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. FUNDADAS 
RAZÕES PARA REALIZAÇÃO DA BUSCA. INVERSÃO DA ORDEM DO 
INTERROGATÓRIO. ART. 400 DO CPP. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. AGRAVO 
REGIMENTAL DESPROVIDO. 
 
 
 
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1. O Superior Tribunal de Justiça, alinhando-se à nova jurisprudência da Corte 
Suprema, também passou a restringir as hipóteses de cabimento do habeas corpus, 
não admitindo que o remédio constitucional seja utilizado em substituição ao recurso 
ou ação cabível, ressalvadas as situações em que, à vista da flagrante ilegalidade do 
ato apontado como coator, em prejuízo da liberdade do paciente, seja cogente a 
concessão, de ofício, da ordem de habeas corpus. (AgRg no HC 437.522/PR, Rel. 
Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 07/06/2018, DJe 
15/06/2018). 
2. O Supremo Tribunal Federal definiu, em repercussão geral, que o ingresso forçado 
em domicílio sem mandado judicial apenas se revela legítimo - a qualquer hora do 
dia, inclusive durante o período noturno - quando amparado em fundadas razões, 
devidamente justificadas pelas circunstâncias do caso concreto, que indiquem estar 
ocorrendo, no interior da casa, situação de flagrante delito (RE n. 603.616/RO, Rel. 
Ministro Gilmar Mendes) DJe 8/10/2010). 
Nessa linha de raciocínio, o ingresso em moradia alheia depende, para sua validade 
e sua regularidade, da existência de fundadas razões (justa causa) que sinalizem 
para a possibilidade de mitigação do direito fundamental em questão. É dizer, 
somente quando o contexto fático anterior à invasão permitir a conclusão acerca da 
ocorrência de crime no interior da residência é que se mostra possível sacrificar o 
direito à inviolabilidade do domicílio. 
Precedentes desta Corte. 
3. Em recente decisão, a Colenda Sexta Turma deste Tribunal proclamou, nos 
autos do HC 598.051, da relatoria do Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, 
Sessão de 02/03/2021 (....) que os agentes policiais, caso precisem entrar em 
uma residência para investigar a ocorrência de crime e não tenham mandado 
judicial, devem registrar a autorização do morador em vídeo e 
áudio, como forma de não deixar dúvidas sobre o seu consentimento. A 
permissão para o ingresso dos policiais no imóvel também deve ser registrada, 
sempre que possível, por escrito. 
4. No caso concreto, a leitura do auto de prisão em flagrante revela que os Policiais 
Militares que efetuaram a busca domiciliar, atuaram após terem presenciado o 
paciente entregar algo para um menor que, ao ver a guarnição, arremessou uma 
sacola o que motivou a realização da abordagem de ambos e a verificação do 
conteúdo da sacola, ocasião em que se constatou que ela continha um 
pedaço de substância similar a crack, tendo os policiais logrado identificar o 
paciente como indivíduo que fora preso recentemente por porte 
ilegal de arma de fogo além de porte de entorpecentes. 
5. A constatação, em abordagem policial, de que o réu entregava entorpecentes a 
menor constitui fundada razão para crer que na residência do acusado houvesse se 
não outras drogas, pelo menos outras evidências do tráfico, tanto mais quando a tal 
constatação se alia a informação de que o mesmo acusado fora detido dias antes 
com entorpecentes e uma arma de fogo. 
6. Por ocasião do julgamento do HC n. 127.900/AM, ocorrido em 3/3/2016 (DJe 
3/8/2016), o Pleno do Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que o rito 
processual para o interrogatório, previsto no art. 400 do Código de Processo Penal, 
deve ser aplicado a todos os procedimentos regidos por leis especiais. Isso porque a 
Lei n. 11.719/2008 (que deu nova redação ao referido art. 400) prepondera sobre as 
disposições em sentido contrário previstas em legislação especial, por se tratar de lei 
posterior mais benéfica ao acusado. 
7. Isso não obstante, esta Corte Superior já consolidou entendimento no 
sentido de que, para se reconhecer nulidade pela inversão da 
ordem de interrogatório, "é necessário que o inconformismo da Defesa tenha sido 
manifestado tempestivamente, ou seja, na própria audiência em que realizado o ato, 
sob pena de preclusão. Além disso, necessária a comprovação do prejuízo que o réu 
teria sofrido com a citada inversão" (HC 446.528/SP, Rel. p/ acórdão Ministro FELIX 
FISCHER, j. 11/9/2018, DJe 20/9/2018). Precedentes: RvCr 5.563/DF, Rel. Ministro 
REYNALDO SOARES DA FONSECA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 12/05/2021, 
DJe 21/05/2021; AgRg no REsp 1.846.930/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, 
QUINTA TURMA, julgado em 16/03/2021, DJe 19/03/2021. 
 
 
 
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8. Não se identifica prejuízo derivado da realização de interrogatório antes da oitiva 
das testemunhas de acusação se a leitura da sentença revela que, em sua oitiva, o 
réu teve oportunidade de apresentar sua versão dos fatos, devidamente analisada 
pelo magistrado, e que os depoimentos prestados por policiais em juízo apenas 
referendaram narrativa já existente no Boletim de ocorrência e no Relatório 
final de inquérito policial, documentos esses aos quais a defesa teve acesso antes 
do interrogatório, não se podendo, assim, afirmar que o réu não teria tido 
oportunidade de refutar, em seu interrogatório, as versões apresentadas 
pelos policiais ouvidos em juízo. 
9. Agravo regimental desprovido. (AgRg no REsp 2022620 / AC) 
 
No mesmo sentido narrado, a prova obtida pelos militares sem que tenha havido o consentimento do 
morador para ingressar em seu domicílio macula de nulidade oprocesso penal, não podendo ser 
levada em consideração por parte do Poder Judiciário, nesses termos: 
 
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL PENAL. 
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE. TRÁFICO DE DROGAS (140 G DE MACONHA E 
19,5 G DE COCAÍNA). NULIDADE. PROVAS ILÍCITAS. TEORIA DOS FRUTOS DA 
ÁRVORE ENVENENADA. INVASÃO DOMICILIAR. DENÚNCIA ANÔNIMA. 
MANIFESTA ILEGALIDADE. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA. CARÊNCIA DE 
AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, BEM COMO DE CONSENTIMENTO VÁLIDO DO 
MORADOR. MANUTENÇÃO DA ABSOLVIÇÃO QUE SE IMPÕE. 
1. Na exordial acusatória consta que a Polícia Federal várias vezes obteve 
informação de que o denunciado Valdo Lima da Silva vendia drogas em sua casa. 
No dia dos fatos, após receberem denúncia anônima de que o denunciado estava 
vendendo cocaína, policiais federais o abordaram em frente à sua residência e 
encontraram com ele a quantia de R$ 1.172,00, fracionados em 87 cédulas, bem 
como, passaram a fazer buscas no quintal e interior da casa, encontrando 16,29 g de 
pasta-base de cocaína e 4,25 g de cocaína envolvidas em pequenos invólucros 
plásticos (fl. 60). 
2. Extraem-se do combatido aresto razões colacionadas para a 
condenação do agravado: a prova obtida na casa onde ocorria a prática de crime 
permanente - tráfico de drogas - é lícita, pois coloca o agente em constante estado 
de flagrância, afastando assim a necessidade de mandado judicial para uma eventual 
ação policial, conforme disposto no artigo 302, inciso I, do Código de Processo Penal. 
[...] Aliado a isso, verifico que na fase inquisitória o sobrinho da ex-
companheira do apelante - José Emerson Lima da Silva -, declarou que se 
encontrava na residência no momento da chegada dos policiais e franqueou a 
entrada dos mesmos. [...] Assim, tratando-se de crime permanente, 
hipótese dos autos, não é necessária a expedição de mandado de busca e 
apreensão, sendo lícito à autoridade policial ingressar no interior do domicílio. 
Portanto, não há ilegalidade na diligência realizada no domicílio da ex-
companheira do apelante (fls. 221/223). 
3. Consoante entendimento do Supremo Tribunal Federal, a notícia anônima de 
crime, por si só, não é apta para instaurar inquérito policial; ela pode servir de base 
válida à investigação e à persecução criminal, desde que haja prévia verificação de 
sua credibilidade em apurações preliminares, ou seja, desde que haja investigações 
prévias para verificar a verossimilhança da noticia criminis anônima. Assim, com 
muito mais razão, não há como se admitir que denúncia anônima seja elemento 
válido para violar franquias constitucionais (à liberdade, ao domicílio, à intimidade). 
4. [...] a atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é assente no 
sentido de que "[...] a prova da legalidade e da voluntariedade do 
consentimento para o ingresso na residência do suspeito incumbe, em caso de 
dúvida, ao Estado, e deve ser feita com declaração assinada pela pessoa que 
autorizou o ingresso domiciliar, indicando-se, sempre que possível, 
testemunhas do ato. 
 
 
 
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Em todo caso, a operação deve ser registrada em áudio-vídeo e preservada tal 
prova enquanto durar o processo [...]" (HC n. 608.405/PE, Rel. Ministro 
ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 6/4/2021, DJe 
14/4/2021). [...] Como não ficou devidamente comprovada a 
legalidade do acesso direto dos agentes policiais na residência do Acusado, 
não há outro caminho senão reconhecer a nulidade das provas obtidas por este 
meio de prova. [.. 
.] Tal nulidade, ocorrida ainda no início da fase investigatória, contaminou 
todas as demais provas produzidas, que são delas derivadas, impondo-se a 
anulação integral do processo e absolvição do Agravado, nos termos do art. 
386, inciso II, do Código de Processo Penal, pela ausência de provas válidas da 
existência do fato (AgRg no AREsp n. 1.842.493/AM, Ministra Laurita Vaz, Sexta 
Turma, DJe 31/8/2022). 
5. Agravo regimental desprovido. (AgRg no REsp 2022620 / AC) 
 
O que se percebe pela jurisprudência citada é que a prova é eivada de nulidade, desde a fase 
investigatória, contaminando-se todas as provas produzidas posteriormente, na forma do art. 157, § 
1º, do CPP, in verbis: 
 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas 
ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. 
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não 
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas 
puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. 
 
Caso não haja nenhuma outra prova hábil a condenar o acusado, a impronúncia é medida que se 
impõe, na forma do art. 414 CPP. 
 
PRELIMINAR – NULIDADE POR AUSÊNCIA DE PERÍCIA 
Quanto à prova pericial, trata-se de meio admitido também no Código de Processo Penal, devendo 
ser bem observado que há uma certa taxatividade para a sua realização nos crimes que deixam 
vestígios (delitos não transeuntes), não sendo possível outro meio substitutivo de prova, o que torna 
imprescindível a sua realização, nesses termos: “Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será 
indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do 
acusado”. 
Os crimes de homicídio, porte ou posse de arma de fogo e tráfico de drogas necessitam de exame 
pericial, pois são delitos que deixam vestígios e necessitam de ter a materialidade atestada. O 
suprimento do exame pericial, no crime de homicídio pode até ser feito por outros meios de prova 
lícitos, o que não ocorre quando policiais militares praticaram delitos (tortura e abuso de autoridade) 
para a obtenção de provas contra o acusado, na forma da jurisprudência mencionada a seguir: 
 
 
 
 
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AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO. 
PROVA INDIRETA DA MATERIALIDADE DOS DELITOS. ARTS. 158 E 167 DO 
CPP. POSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO DO ART. 41 DO CPP. NÃO OCORRÊNCIA. 
MATERIALIDADE E AUTORIA. DESCONSTITUIÇÃO DO LIVRE 
CONVENCIMENTO DO MAGISTRADO. NECESSIDADE DE DILAÇÃO 
PROBATÓRIA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 
 
1. A ausência de exame de corpo de delito no crime de homicídio não constitui, 
necessariamente, nulidade, podendo a prova da materialidade da conduta ser 
suprida, tanto de forma direta quanto indireta, com base no conjunto probatório, o 
que atende aos pressupostos do art. 41 do CPP. 
2. A desconstituição da formação do livre convencimento motivado a respeito da 
presença da justa causa para ação penal, em especial quanto aos indícios de autoria 
e materialidade apresentados pelo órgão ministerial no momento do oferecimento da 
denúncia, demanda necessária dilação probatória, procedimento vedado na estreita 
via do habeas corpus. 
3. Agravo regimental desprovido. (AgRg no HC 661479 / PA). 
 
Na mesma linha de pensamento, os crimes de posse ou porte de arma de fogo e tráfico de drogas 
necessitam de perícia para fins de ter validade a prova produzida, conforme se depreende do 
conteúdo do Superior Tribunal de Justiça mencionado a seguir, nesses termos: 
 
PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS 
CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. AUSÊNCIA 
DE LAUDO PERICIAL DA DROGA APREENDIDA. NÃO OCORRÊNCIA. 
MATERIALIDADE DELITIVA. ALTERAÇÃO DO JULGADO. INVIABILIDADE. 
AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 
 
1. A jurisprudência do STJ estabelece que, para a condenação por tráfico de 
drogas, é necessário comprovar a materialidade do delito com a apreensão da droga 
e a elaboração de laudo pericial. A ausência desse laudo impossibilita a 
comprovação da materialidade e resulta na absolvição do réu por falta de provas (HC 
n. 686.312/MS, relator Ministro Sebastião Reis Júnior, relator para acórdão Ministro 
Rogerio Schietti Cruz, Terceira Seção, julgado em 12/4/2023, DJe de 19/4/2023). 
2. Destaca-se que a apreensão da droga pode ocorrer com o acusado ou qualquer 
um dos corréus, desde que demonstre a sua ligação com a organizaçãocriminosa. 
Nesse sentido, a jurisprudência do STJ reconhece que a falta de apreensão direta 
com o agente não afasta a materialidade do tráfico quando há evidências da sua 
relação com outros membros da organização criminosa responsáveis pela guarda 
das drogas (HC n. 536.222/SC, Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, 
DJe de 4/8/2020). 
3. No presente caso, constatou-se a realização de perícia nas drogas apreendidas, 
mesmo que relacionadas aos corréus, o que invalida a alegação absolutória 
pretendida. A alteração do julgado demandaria um indevido reexame do conjunto 
fático-probatório, o que não é permitido nessa via estreita. 
4. Agravo regimental desprovido. (AgRg no HC 812752 / PE) 
 
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EM HABEAS CORPUS. ARTS. 12 E 16 DA 
LEI N. 10.826/2006. TRANCAMENTO DA PERSECUÇÃO PENAL. ALEGADA 
AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA. ATIPICIDADE MATERIAL DA CONDUTA POR 
OBSOLESCÊNCIA DOS ARTEFATOS APREENDIDOS. INOCORRÊNCIA. 
POTENCIALIDADE LESIVA ATESTADA POR LAUDOS PERICIAIS. 
DELITOS DE PERIGO ABSTRATO QUE PRESCINDEM DE EFETIVO RISCO À 
PAZ PÚBLICA. PRECEDENTES. TRANCAMENTO DE AÇÃO PENAL EM HABEAS 
CORPUS É MEDIDA EXCEPCIONAL. NECESSIDADE DE ANÁLISE 
APROFUNDADA DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE NA 
 
 
 
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VIA PROCESSUAL ELEITA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL NÃO 
PROVIDO. 
 
- Consolidou-se, nesta Superior Corte de Justiça, entendimento no sentido de que 
somente é cabível o trancamento da persecução penal por meio do habeas corpus 
quando houver comprovação, de plano, da ausência de justa causa, seja em razão 
da atipicidade da conduta praticada pelo acusado, seja pela 
ausência de indícios de autoria e materialidade delitiva, ou, ainda, pela 
incidência de causa de extinção da punibilidade. Precedentes. 
- Havendo a potencialidade lesiva da arma de fogo e das munições sido atestadas 
pelos laudos periciais, não há que se falar em ausência de justa causa para o 
prosseguimento da persecução penal, pois se tratam de delitos de perigo abstrato, 
os quais prescindem de efetivo risco à paz pública. Por tais razões, a Quinta Turma 
desta Corte consolidou o entendimento segundo o qual o porte de munição, ou 
mesmo de arma de fogo desmuniciada, subsumem-se aos tipos penais previstos na 
Lei n. 10.826/2006. Precedentes. 
- Desse modo, não sendo possível atestar de plano a atipicidade das condutas 
atribuídas ao paciente, impossível concluir-se pela inexistência de justa causa para 
a persecução criminal, pois, para se negar a ocorrência dos fatos delituosos, seria 
necessária a análise aprofundada de matéria fático-probatória, o que é vedado na via 
estreita do habeas corpus. 
- Agravo regimental não provido. (AgRg no HC 741264 / SP). 
 
 
Importante destacar que a ausência do exame de corpo de delito é, inclusive, caso de nulidade 
processual, conforme se destaca do art. 564, III, b), do CPP, nesses termos: 
 
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: 
(...) 
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: 
(...) 
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto 
no Art. 167; 
 
Dessa forma, como não há prova lícita e válida para a condenação, importante mencionar o disposto 
no art. 414 do CPP, que determina a impronúncia em tais situações. 
 
DO MÉRITO – PROVA TESTEMUNHAL 
Diferente do que foi pedido anteriormente, caso sejam ultrapassadas as preliminares mencionadas, 
menciona-se que há testemunho de defesa que deixa claro que os policiais praticaram todas as 
ilicitudes e ilegalidades, devendo haver a absolvição do acusado pelas imputações feitas pelo 
membro do Ministério Público. 
Esse meio de prova encontra-se nos arts. 202 e 203 do CPP, destacando-se que a pessoa que 
presenciou os fatos tem o dever legal de dizer a verdade, podendo qualquer um ser considerado 
testemunha, na forma prescrita na lei: 
 
 
 
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Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha. 
 
Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade 
do que souber e lhe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu 
estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é parente, 
e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer delas, e 
relatar o que souber, explicando sempre as razões de sua ciência ou as 
circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade. 
 
Logo, tal testemunha de defesa deve ser considerada para fins de aplicar a impronúncia com base 
no art. 414 do CPP. 
 
DO MÉRITO – DO PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO E ERRO NA EXECUÇÃO 
O princípio da consunção ou absorção impõe que o acusado deve responder apenas por um crime, 
qual seja, o crime-fim, restando absorvido o crime-meio necessário para chegar-se ao delito final. 
Por exemplo, caso alguém se valha de uma arma de fogo para realizar um crime de homicídio, os 
crimes de posse e porte de arma de fogo anteriormente praticados para a consecução daquele crime 
devem ser absorvidos, diferentemente do que ocorre no concurso material de crimes, previsto no art. 
69 do CP, em que todos os crimes são aplicados e as respectivas penas somadas. 
Em outras palavras, em vez de o agente responder por vários crimes com as penas somadas, haverá 
a punição apenas pelo crime-fim, restando os demais crimes absorvidos e sem qualquer punição, no 
caso em tela o crime de porte de fuzil deve ser absorvido pelo crime de homicídio qualificado, 
mantendo-se as demais imputações feitas na exordial ministerial. 
Além disso, deve ser lembrado que, no presente caso, ocorreu a hipótese de erro na execução 
prevista no art. 73 do CP, que tem a seguinte redação: 
 
Erro na execução 
 
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao 
invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde 
como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º 
do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente 
pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. 
 
Quando o agente queria atingir apenas uma pessoa, mas atinge ambas, tem-se a regra do art. 70 do 
CP, que é citada na parte final do art. 73. Por tal regra, ocorre aquilo que se chama de concurso 
formal próprio, em que o agente responde apenas pelo crime mais grave com a pena exasperada, 
sem que haja a soma delas. Por exemplo, se cometeu um homicídio que almejava e a outra morte 
 
 
 
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não foi desejada, responderá por um crime de homicídio com a pena aumentada, em vez de somar 
dois homicídios. 
Essa é a dicção do art. 70, 1ª parte, do CP, nesses termos: 
 
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais 
crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, 
somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. 
As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e 
os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no 
artigo anterior. 
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 
69 deste Código. 
 
Nesse caso, a imputação deve ser de apenas um crime de homicídio com a pena exasperada em 
1/6, tendo em vista que foram atingidas duas vítimas, não podendo haver a regra do concurso 
material de crimes. 
 
DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, respeitosamente, requer o que se segue: 
a) Preliminarmente, seja reconhecida a nulidade absoluta do feito, em razão da inversão do rito 
processual (interrogatório ao início), com prejuízo presumido para o acusado, anulando-se o 
feito desde a audiência de instrução e julgamento; seja reconhecida a ilicitude da prova 
produzida pelos policiais militares, devendo ela ser desentranhada dos autos e anulado o 
processo desde a fase policial, sendo todas as provas posteriores ilícitas por derivação; seja 
reconhecida a nulidadedo processo por ausência de laudo pericial nos casos em que ele se 
faz necessário, na forma do art. 564, III, b), do CPP. 
b) Não reconhecendo as preliminares anteriores, seja impronunciado o acusado com base na 
testemunha de defesa ouvida em contraditório judicial, que apontou para as práticas 
criminosas perpetradas pelos policiais militares; seja reconhecido o instituto do princípio da 
consunção, afastando-se a imputação pelo crime de porte de fuzil, bem como que seja 
aplicada apenas um enquadramento pelo crime de homicídio com a pena exasperada em 1/6. 
 
Nestes termos, pede-se deferimento. 
 
Porto Seguro, 1º/12/23 
Assinatura 
OAB

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