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Caso divórcio litigioso - João, Maria

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UNIVERSIDADE MAURÍCIO DE NASSAU – UNINASSAU 
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO TURMA/PERÍODO: ___________ 
PROFESSOR ______________________ MATÉRIA: ____________________ 
 
 
ANÁLISE DE CASO - ESTÁGIO III 
 
Conforme resumo da narrativa do caso prático, João e Maria se casaram em 
2004, no regime de comunhão parcial de bens. Em 2008, João iniciou um 
relacionamento com Vânia, separando-se de fato de Maria e passando a viver com 
Vânia, apesar de ainda estar legalmente casado com Maria e não aceitar o divórcio 
judicial ou extrajudicial. Em 2016, João presenteou Vânia com um carro 0 km da 
marca X. 
Portanto, a assertiva correta está contida na ALTERNATIVA D, que diz que 
“é plenamente válido, pois João e Maria já estavam separados de fato no momento 
da doação”. 
De acordo com o Código Civil, a doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice 
pode ser anulada pelo outro cônjuge até dois anos após a dissolução da sociedade 
conjugal (Art. 550). No entanto, no caso apresentado, João e Maria estavam 
separados de fato há mais de cinco anos, o que permite a reivindicação dos bens 
doados pelo outro cônjuge ao concubino (Art. 1.642). Portanto, a doação não pode 
ser anulada. 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL: 
A peça adequada para desvincular de fato e de direito João e Maria é uma 
Ação de Divórcio Litigioso. Maria pode pleitear judicialmente o divórcio, uma vez 
que João não aceita o divórcio judicial ou extrajudicial. 
 
ATIVIDADE ANEXA AO CASO – ANÁLISE DE TEXTO DO SITE DO STJ 
 
O texto trata de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre a 
prescrição para o pedido de partilha de bens em casos de separação de fato. O STJ 
entendeu que a separação de fato por mais de um ano é causa de dissolução da 
sociedade conjugal, permitindo assim a fluência do prazo prescricional para o pedido 
de partilha de bens dos ex-cônjuges. 
 
A decisão se baseia no entendimento de que as hipóteses do término da 
sociedade conjugal previstas no Código Civil não são exaustivas, e que a separação 
de fato, embora não expressamente prevista na lei como causa de término da 
sociedade conjugal, possui o mesmo fundamento das hipóteses legais, ou seja, o 
encerramento dos vínculos de confiança, coabitação e regime de bens entre os 
cônjuges. 
A jurisprudência do STJ, nesse caso, entende que a separação de fato, 
comprovada por um período razoável de tempo, produz os mesmos efeitos da 
separação judicial, permitindo assim a dissolução do vínculo matrimonial e não 
impedindo o curso do prazo prescricional nas questões envolvendo direitos e 
deveres matrimoniais. 
Essa decisão tem o potencial de impactar diversos casos judiciais 
envolvendo a partilha de bens em situações de separação de fato, oferecendo mais 
clareza sobre a questão da prescrição nesses casos e permitindo uma maior 
segurança jurídica para os ex-cônjuges.

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