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Expressão do Direito Processual

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FORMAS DE EXPRESSÃO DO DIREITO PROCESSUAL
1- Introdução
2- Classes das Normas Processuais:
a) Normas de Organização Judiciária 
Criam e estruturam à Organização Judiciária
Tratam principalmente da criação e estrutura dos órgãos judiciários
b) Normas Processuais em Sentido Estrito
Tratam de disciplinar o exercício de poderes deveres, faculdades, e ônus processuais de todos aqueles que de alguma forma participam do processo	
c) Normas Procedimentais:
Dizem respeito ao modo de proceder ao longo do processo.
3- Fontes da Norma Processual 
a) Lei:
Lei, é um princípio, um preceito, uma norma, criada para estabelecer as regras que devem ser seguidas, é um ordenamento.
b) Negócio Jurídico Processual:
O Art. 190, Código de Processo Civil:
Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
Art.373, § 3º, CPC: A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando:
I - Recair sobre direito indisponível da parte;
II - Tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
c) Costumes:
Exemplo: Pedido de Reconsideração que muito embora não esteja expressamente previsto em Lei é frequentemente utilizado para se obter uma reconsideração de decisão judicial antes da interposição do recurso.
d) Jurisprudência:
São as decisões de tribunais (Súmulas, Acórdãos)
É o resultado de um conjunto de decisões judiciais no mesmo sentido sobre uma mesma matéria proferidas pelos tribunais. É formada por precedentes, vinculantes e persuasivos, desde que venham sendo utilizados como razões do decidir em outros processos, e de meras decisões.
4- Interpretação da Norma Processual
Interpretar a norma processual é determinar o sentido e o alcance das suas expressões.
Art.1º - O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
Art. 4 LINDB - Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Art.489, S3 CPC
a) Literal (Gramatical, Semântico, Filológico):
O interprete deve buscar o sentido literal dos vocábulos do texto da Lei; deve utilizar elementos como as regras da gramatica e da linguística. 
b) Lógico:
O interprete desvenda o sentido e o alcance da norma, estudando-a por meio de raciocínios lógicos, analisando os períodos da lei e combinando-os entre si.
c) Sistemático:
O alcance e sentido da norma são buscados considerando-se o sistema em que ela é inserida e a sua relação com as normas concernentes ao mesmo objeto. Compara-se o texto normativo de uma norma com o de outra que trate do mesmo objeto dento de um mesmo ordenamento jurídico. 
d) Histórico:
O interprete deve examinar os antecedentes da norma jurídica. Estuda-se o anteprojeto de lei, as causas que levaram a sua elaboração, as emendas que foram apresentadas, a exposição de motivos, a aprovação, e a promulgação da norma.
e) Teleológico ou Sociológico:
Busca adaptar a finalidade da norma as novas exigências sociais.
f) Declarativa:
Se atribui a norma jurídica o mesmo sentido proveniente do significado das palavras que as expressam.
g) Extensiva:
Aplica-se a norma jurídica a casos não encampados pelo seu teor.
h) Restritiva:
Limita-se a aplicação da norma jurídica ao um âmbito menor de casos daqueles indicados por suas palavras.
5- Integração:
Art.140, CPC
O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico.
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
Art. 4, LINDB
Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
6- Eficácia da Norma Processual 
6.1- No espaço:
O Princípio que vigora é o princípio da Territorialidade
O princípio da territorialidade é o que regula a eficácia das normas processuais no espaço.
A incidência da Lei processual no lugar em que ela é aplicada decorre de duas razões:
a) De Ordem Política:
A atividade jurisdicional é manifestação do poder soberano de um determinado estado. Exatamente por essa razão a atividade jurisdicional não poderia ser regulada por lei estrangeiras para solucionar conflitos dentro do seu território.
b) Ordem Prática:
A movimentação da máquina judiciária de um Estado Soberano deve ser regida pelas suas próprias Leis Processuais.
6.2- No Tempo:
Art.5, XXXVI, CF 1988
A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
Art. 6, LINDB	
A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957)
Art.1, Caput, LINDB
Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
§ 1 Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.
 Art. 4 Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
 Art. 2 Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
 § 1 A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
 § 2 A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
 § 3 Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
 
6.2.1- Processos em Curso Por Ocasião do Início da Vigência da Lei Processual Nova
As leis processuais novas não incidem em processos que já terminaram.
Quanto aos processos que ainda não começaram, não a dúvida que deve ser aplicada a lei processual nova.
A questão que deve ser colocada é qual deve ser a lei aplicável aos processos em andamento se no curso deles entra em vigor uma nova lei processual. Três sistemas explicam:
a) Unidade Processual 
Processo é regido por uma única lei, ou pela antiga ou pela nova.
Apesar de ser desdobrado em uma série de atos diversos, o processo apresenta uma unidade que somente poderia ser regulado por uma única lei, a nova ou a velha, de modo que a velha teria de se impor para não ocorrer a retroação da nova, com prejuízo dos atos já praticados até a sua vigência;
b) Fases Processuais:
O processo possui fases autônomas (Postulatória ordinatória, instrutória, decisória e recursal), cada uma suscetível por si de ser disciplinada por uma lei diferente;	
c) Isolamento dos atos processuais:
A lei nova não atinge os atos processuais já praticados, nem seus efeitos, mas se aplica aos atos processuais a praticar, sem limitações relativas as chamadas fases processuais. 
Esta última corrente é que é aplicada 
Institutos Fundamentais do Direito Processual 
a) Jurisdição (Juris Dictio)
É um Poder | Dever
b) Ação 
c) Defesa
d) Processo
JURISDIÇÃO
1- Conceito:
Função exercida em caráter substitutivo, através da qual o Estado em cumprimento a garantia constitucional de inafastabilidade de controle, atua o Direito, seja mediante declaração ou execução, produzindo pacificação social e consequentemente tutelando os direitos.
2- Problemas Modernos Envolvendo o Conceito de Jurisdição
O primeiro deles diz respeito a quem exerce a jurisdição. Fala-se em Jurisdição como atividade exercida pelo Estado. É forte a corrente doutrinária que entende que a arbitragem tem caráter jurisdicional. A arbitragem, se não for expressão de jurisdição, pelo menos tem tratamento equiparado a jurisdição.
Jurisdição Voluntária: A doutrina não é unânime,parte da doutrina entende que na jurisdição voluntária por não ter conflito, atuando o juiz como fiscal não há jurisdição, outra parte da doutrina defende que por exigir a participação o juiz há jurisdição.
3- Características:
a) Substitutividade:
A jurisdição exerce-se de modo tal que a solução do conflito não depende mais da atividade das partes; os sujeitos parciais apenas fornecem elementos que influenciaram na convicção do juiz, a solução final é dada efetivamente pelo judiciário.
b) Finalidade de Resolução de Conflito
A jurisdição existe em função da necessidade de se buscar pacificação social.
c) Aplicação do Direito
A resolução do conflito se opera a partir da aplicação do Direito.
d) Suscetibilidade de se Tornar Imutável 
As decisões administrativas esgotados os recursos previstos no procedimento administrativo são passiveis de serem questionadas - Revistas perante o Poder Judiciário. Diferente e a decisão judicial que transitada em julgado torna-se imutável. (Não mais pode ser questionada)
4- Princípios 
a) Inércia:
A jurisdição só se exerce mediante provocação. 
Art. 2º, CPC: O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
b) Investidura:
Sendo expressão do poder do Estado, a jurisdição só poderá ser exercida por autoridade legitimamente investida do poder de julgar. A investidura da jurisdição ocorre: Nomeação para o cargo juiz após aprovação em concurso público, pelo Um Quinto Constitucional, e pela nomeação do Presidente da República para Ministro do STF.
c) Juiz Natural:
A demanda deve ser proposta perante o órgão jurisdicional que seja naturalmente competente, segundo normas preexistentes do ordenamento jurídico. Assim, não é possível controlar quem irá julgar o conflito. São órgãos existentes antes do conflito, que irão julgar por aplicação de normas de competência também anteriormente estabelecidas.
O juiz natural tem previsão constitucional no Art. 5, LIII, CF, bem como o Art.5, XXXVII.
d) Aderência ao Território: 
Esse órgão jurisdicional regularmente investido e competente, perante o qual deverá ser proposta a demanda, poderá exercer suas funções dentro de determinados limites territoriais. Assim, para a prática de atos fora desses limites haverá a necessidade de colaboração de outros órgãos. Com respeito a cooperação nacional que possibilita a prática em território diferente daquele em que se situa o órgão jurisdicional temos a carta de ordem (destinada a formalizar a comunicação processual entre o órgão superior e outro a ele vinculado), e a carta precatória (que serve para prática de atos em comarca, ou seção judiciária - subseção, diferente daquela que tramita a causa). Por outro lado, em matéria de cooperação internacional temos a carta rogatória (em que se solicita a prática de ato processual por órgão jurisdicional estrangeiro. 
e) Inevitabilidade:
A função jurisdicional, tal qual toda função do Estado é exercida com fundamento no poder. Assim, como consequência da imperatividade não se pode simplesmente subtrair-se a jurisdição e seus efeitos. Aquele que foi citado para integrar uma relação processual pode até deixar de contestar, ou mesmo de praticar qualquer ato do processo, mas a jurisdição irá atuar normalmente, ainda que a sua revelia. 
 
f) Inafastabilidade:
Repousa na garantia de acesso à justiça. A lei não poderá do judiciário qualquer lesão ou ameaça de lesão a direito.
g) Indelegabilidade:
A função jurisdicional não é delegável. A Constituição não permite ao judiciário que transfira a outro poder do Estado a tarefa de julgar. De outro lado também não se pode delegar internamente a função que lhe foi cometida de acordo com as regras de competência.
5- Espécies de Jurisdição 
a) Jurisdição Penal - Civil 
Fala-se em jurisdição penal como sendo aquela que trata do jus puniendi do Estado, aquela cujo processo é desenvolvido no sentido da identificação de fato típico penal e respectiva aplicação de pena. A jurisdição civil é aquela que trata de causas não penais (Civis, empresárias, trabalhistas, tributárias).
b) Jurisdição Especial e Jurisdição Comum 
Temos 3 justiças especiais, sendo elas: Trabalhista, eleitoral e militar.
Justiça Comum: Estadual, Federal
Justiça Federal não é especial
A distinção está ligada a competência. Dentro da organização judiciária brasileira, há justiças especiais (trabalhista, eleitoral, militar) que se destinam a julgar determinadas matérias especificas. De outro há a chamada justiça comum (estadual, federal), que julga quaisquer matérias.
Atualmente, o Superior Tribunal Militar é composto por quinze ministros, sendo dez militares e cinco civis, formando o que tecnicamente é chamado de escabinato. Isto é, os julgamentos são realizados a partir da experiência que os juízes militares trazem dos quartéis e do conhecimento dos juízes civis acerca da ciência jurídica.
c) “Superior” “Inferior “
Em função do duplo grau de jurisdição há necessidade de existirem tribunais que vão julgar os recursos. Esses tribunais constituem a jurisdição superior, ao contrário dos órgãos que julgam o conflito pela primeira vez (jurisdição inferior).
d) “De Direito” “De Equidade”
e) “Contenciosa” “Voluntária”
6- Espécies de Tutela Jurisdicional 
6.1 Conceito:
6.2 Classificação
a) Tutela Declaratória 
b) Constitutiva 
c) Condenatória 
d) Tutela Executiva Lato Sensu

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