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Aplicabilidade de pronomes de tratamento


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Aplicabilidade de pronomes de tratamento: “Vossa e Sua”: Caso de alunos da 8ª classe da Escola Secundária de Nhampassa-Báruè 
Julinho Canazache
1. Breve introdução 
Este projecto de pesquisa tem como tema “aplicabilidade de pronomes de tratamento: Vossa e Sua”: Caso de alunos da Escola Secundária de Nhampassa-Báruè. Nos últimos anos, muitas pesquisas têm-se dedicado a estudar os pronomes de tratamento do Português a partir de uma abordagem descritiva, ou seja, valendo-se do uso real da língua. 
A importância e a necessidade da aplicabilidade de pronomes de tratamento como competência comunicativa e pragmática no ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras e, mais concretamente, no ensino aprendizagem de Português Língua Segunda / Língua Estrangeira, é amplamente reconhecida. Para desenvolver tais competências, as quais estão intimamente relacionadas com as questões socioculturais e sociolinguísticas, é absolutamente necessário reflectir sobre aspectos socioculturais e pragmáticos, deles fazendo parte as formas de tratamento.
Os pronomes de tratamento são usados para se dirigir às pessoas com quem falamos (2. ª pessoa). Eles representam as formas educadas, de acordo com a idade ou cargo ocupados, e assumem o papel de pronomes pessoais. 
1.1. Contextualização do tema
Os pronomes de tratamento com essa estrutura, como Vossa Mercê, por exemplo, foram introduzidas na língua portuguesa no século XIV e, especialmente, no XV. Embora tudo indique que ela se dá no século XIX, o processo de implementação do novo pronome é mais rápido no Brasil do que em Portugal, onde o antigo pronome tu se mantém mais frequente e você é pragmaticamente diferente de tu. 
Quanto à plena implementação de você em território brasileiro, há evidências trazidas por Lopes (2002) de que “seu uso (com valor de proximidade) em cartas, em variação com o pronome tu, forma trazida pelos colonizadores, é muito esporádico ao longo do século XIX”AWER	w. Ao longo do século XX, o processo continua, sendo o período situado entre os anos 1930 e 1950 muito importante para a adopção de você em boa parte do território brasileiro em detrimento de tu. 
De acordo com Lopes e Cavalcante (2011), “ principal evidência da plena inserção de você no sistema pronominal está para, entre muitos outros, na mistura de tratamento que se segue a essa adopção”.
Relativamente à estrutura, do presente Projecto de pesquisa é composta por seguintes capítulos: Capítulo I, no qual se faz uma introdução. Abrange -se, delimitação do tema de estudo, justificativa, problematização, objectivos (objectivo geral e específicos) e as hipóteses. O Capítulo II, aborda sobre da revisão da literatura de vários autores que debruçaram a cerca do tema em estudo. O Capítulo III, exibe a metodologia ou caminhos que o pesquisador seguirá até culminar do presente projecto de pesquisa. O mesmo capítulo, aborda a caracterização do tipo de pesquisa, descrição do local de pesquisa, considerações éticas do trabalho e cronograma da pesquisa
1.2. Delimitação do tema
Dentro da temática de pronomes de tratamento presentes nos contextos sociolinguísticos, nosso recorte de pesquisa parte de um estudo de caso, experienciado na Escola Secundária de Nhampassa-Báruè, em que se pretende compreender a dificuldade do entendimento dos pronomes de tratamento “Vossa e Sua” em Língua Portuguesa por pate dos alunos da 8ª classe.
1.3. Relevância do estudo 
Esta pesquisa é relevante e pertinente, porque o estudo de aplicabilidade de pronomes de tratamento: “vossa e sua” no geral e nos alunos, permitem que eles saibam dirigir-se às pessoas com quem se fala. 
No âmbito social, cumpre-se a tendência natural para realizar acções e interagir no mundo e mediante esta experimentação do uso de pronomes de tratamento da linguagem num contexto, aprendemos a definir-nos e a actuar na sociedade quanto a fala. Os pronomes de tratamento representam as formas educadas, de acordo com a idade ou cargos ocupados.
No âmbito profissional, defendo que é necessário dedicar mais atenção às potencialidades pedagógico-didácticas das formas de tratamento, inserida numa perspectiva comunicativa que considere os aspectos pragmáticos, de acordo com o preconizado pelo Português Europeu Comum de referência para as Línguas.
No âmbito científico, este estudo pretende contribuir para a reafirmação da importância do ensino da componente pragmática da competência de comunicação e as formas de tratamento, em particular, no processo de educação em PL2/PLE.
1.4. Justificativa
A escolha do tema, justifica-se pelo facto de muitos alunos da 8ª classe da Escola Secundária de Nhampassa não reconhecer a aplicabilidade de pronomes de tratamento “Vossa e Sua” quando os falam. Sabe-se que essas palavras são de cortesia e respeito. O papel da cortesia em geral, e nesse âmbito, restringi-me aos pronomes de tratamento, porque considero serem fundamentais nas relações sociais. É através delas que os indivíduos estabelecem contactos e alicerçam relações, e desta feita, são essenciais em qualquer assunto de natureza relacional. Neste aspecto, Pronomes de tratamento são tratados aos interlocutores com respeito, com cerimónia ou com informalidade.
Pronomes de tratamento, assim como os marcadores de discurso em geral, são os reguladores das relações interpessoais, não só implicando certa subjectividade, mas também mudanças constantes. Como Gouveia sublinha, “as dimensões da mudança são referentes a uma outra visão do outro, a uma outra visão de nós próprios, em que as relações interpessoais se constroem contextualmente a partir de uma base de maior igualdade em termos estatuto entre os actores sociais, (Gouveia, 2008).
1.5. Problematização 
De acordo com Gouveia (1996), “em Português existem muitas construções linguísticas motivadas pela cortesia linguística. A cortesia pode estar em todos os usos linguísticos e em todos os actos comunicativos interpessoais (mesmo nos actos directivos) ”. Os pronomes de tratamento em português é um dos temas abordado, no ponto de vista morfossintáctico, ou semântico-pragmático ou sociolinguístico, por estudiosos da Escola Secundária de Nhampassa.
Ao ensinar a língua portuguesa, pronomes de tratamento são referidos como um item muito complexo, e por isso merece a uma particular atenção. Duarte (2010) sublinha: “ As formas de tratamento são, em português, um item de reconhecida dificuldade, não só no que concerne à sua tradução para outras línguas, mas também no que diz respeito ao ensino da língua, quer enquanto língua estrangeira quer enquanto língua materna”. 
Segundo Rodrigues (2003), “o tratamento é uma exigência dos actos de chamamento, sendo utilizado também nos actos de cumprimento e de agradecimento e facultativo nos actos de pedido”. Os pronomes de tratamento: Vossa e Sua” têm um papel vital em todos os níveis de comunicação humana e nas suas diferentes práticas discursivas - quando se fala directamente com a pessoa, quando é o interlocutor, portanto, na 2ª pessoa e quando se fala da pessoa, quando ela é o tema, portanto, na 3ª pessoa respectivamente. Com enunciado acima, levantou – se a seguinte questão: “Qual é a aplicabilidade de pronomes de tratamento: Vossa e Sua?”
1.6. Objectivos
1.6.1. Geral:
· Reconhecer a aplicabilidade de pronomes de tratamento: Vossa e Sua”: Caso dos alunos da Escola Secundária de Nhampassa-Báruè.
1.6.2. Específicos:
· Identificar a aplicabilidade de pronomes de tratamento: Vossa e Sua”;
· Explicar a diferença entre os pronomes de tratamento “Vossa e Sua” na sua aplicabilidade;
· Descrever a aplicabilidade de pronomes de tratamento: Vossa e Sua”
1.7. Hipóteses
· É provável que a aplicabilidade de pronomes de tratamento “Vossa e Sua” seja bem assimilada por parte dos alunos se a sua abordagem for consistente. 
· Com a existência de gramáticas de Língua Portuguesa na biblioteca escolar, é possível optimizar a aprendizagem da aplicabilidade de pronomes de tratamento “Vossa e Sua”.
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA
2. 1. Conceitos básicos
Para que possamos entender o tema desta pesquisa,comecemos por definir os conceitos básicos:
a) Pronomes
De acordo com Almeida (1992), na Linguística, “os pronomes são um conjunto fechado de palavras de uma língua que podem substituir, modificar ou retomar substantivos variados, ou frases derivadas deles, na formação de sentenças, tratando-se de um tipo particular de proforma”
b) Pronomes de tratamento 
Cunha & Cintra (2007) definem pronomes de tratamento como “certas palavras e locuções que valem por verdadeiros pronomes pessoais, acrescentando que levam o verbo para a 3ª pessoa apesar de designarem a 2ª pessoa”.
Já a definição de Domingos (2000) em sua obra Pronomes de tratamento do português do século XVI: uma gramática de uso. Segundo a autora (ibid:), pronomes de tratamento são “pronomes com os quais se estabelece uma relação directa entre falantes e ouvintes expressando distanciamento ou não entre eles.” O valor de tratamento igualitário, de superior para inferior, de inferior para superior, de + intimidade ou + afectividade, etc. torna possível afirmar que “pronome de tratamento é a representação no discurso do ser-social”. Para a autora, “somente o uso determina a regra”, ou seja, “as regras são sociais”.
Olhando nas citações acima quanto a definição, compreende-se que os pronomes de tratamento não só servem como pronomes pessoais mas também estabelecem regras sociais de fala na comunidade.
2.2. O tratamento no português europeu
Em Língua Portuguesa, quando um falante se dirige a um ouvinte único, pode utilizar várias estratégias:
(i) Uma dessas estratégias é usar um pronome pessoal de 2.ª pessoa do singular. Existem duas séries pronominais de 2.ª pessoa do singular, ancoradas nas formas nominativas tu e você, respectivamente. A opção por uma ou outra forma pronominal depende do tipo de relação social e/ou familiar que existe entre o falante e o ouvinte. Na verdade, como veremos, o uso de você em PE é bastante complexo e muitas vezes evitado.
ii) Segundo Roberts e Holmberg (2010), “sendo o português europeu uma língua de sujeito nulo consistente, o falante pode não usar explicitamente os pronomes e usar apenas a forma verbal apropriada a cada um deles (2ª pessoa do singular para tu e 3ª pessoa do singular para você)”;
(iii) O falante pode ainda usar uma forma nominal equivalente ao paradigma de 3ª pessoa de você (Você quer? O senhor quer?); 
(iv) Finalmente, a 2.ª pessoa do singular pode ainda ser expressa através do pronome vós, embora este esteja em desuso. (cf. Roberts e Holmberg, 2010)
2.3. Pronomes de tratamento: vossa e sua
Os pronomes de tratamento apresentam certas peculiaridades. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que integra a locução e não com o pronome.
Normalmente, não se dirige a uma pessoa mais velha, que você não conheça, utilizando "você". Tampouco se fala com uma criança com o pronome "senhor". São as escolhas de "pronomes de tratamento" que fazemos ao falar ou escrever a alguém. Embora esses pronomes se refiram à 2ª pessoa, aquela com quem se fala, eles se comportam como pronomes de 3ª pessoa. Os pronomes de tratamento podem ser informais, como o "você", mas podem ser bastante formais, como é o caso dos pronomes de reverência. 
2.4. Diferença entre os pronomes de tratamento Vossa e Sua
A diferença entre Vossa e Sua está, relacionada com o desaparecimento do pronome de cortesia para o singular, vós. Este pronome era, inicialmente, aplicado com a forma verbal flexionada no plural. Com a evolução própria da Língua Portuguesa, a utilização desta forma passou a ser feita conjugando o verbo na 2.ª pessoa do singular, tal como tu. 
Quando se fala directamente à pessoa tratada (pessoa com quem se fala), usa-se Vossa (fala-se com a autoridade). Já quando se faz referência à pessoa tratada, mas se conversa com outrem (pessoa de quem se fala), emprega-se Sua.
É de salientar que as formas Vossa Excelência e Sua Excelência não se substituem, coexistem, pois, dada a ambiguidade do pronome sua, que tanto pode referir-se a si (ex.: «Aqui a sua mala, D. Maria».), como a ele ou a ela (ex.: «Maria esperou que a sua tristeza passasse»), o possessivo aplica-se apenas nesta última referência). 
a) Uso do pronome Vossa: “Quando esse pronome antecede a fórmula de tratamento, formando uma locução pronominal, a pessoa com quem se refere se encontra na 2ª pessoa gramatical, ou seja, o interlocutor emite a mensagem directamente para a pessoa ocupante do cargo ou da posição que a fórmula de tratamento se refere (apesar de fazer parecer que a pessoa se encontra na 3ª pessoa” (Wikilivros, 2015)
Vossa Excelência é uma pessoa digna → o pronome vossa indica que a pessoa a quem se refere o pronome de tratamento está na 2ª pessoa gramatical.
· Exemplo1: Vossa Excelência foi muito útil na resolução do problema. 
· Ex2. “Meritíssimo, a parte autora requer à Vossa Excelência seja concedida a antecipação da tutela”
Uso do pronome Sua: “Quando esse pronome antecede a fórmula de tratamento, a pessoa a quem se refere se encontra na 3º pessoa gramatical, ou seja, a pessoa não participa da conversa”. (Wikilivros, 2015).
Sua Excelência é uma pessoa digna → o pronome sua indica que alguém da 1ª pessoa se dirige para alguém na 2ª pessoa, para refere-se a outra 3ª pessoa gramatical e, por força do cargo/posição que está possui, essa referência exige o uso da fórmula de tratamento após o possessivo sua. Há dois pontos a esclarecer acerca dos pronomes de tratamento: Exemplos.
· Sua Excelência, o deputado José, foi muito útil na resolução do problema.
· Ex.: “Nos autos de acção declaratória, Sua Excelência determinou a exclusão dos pontos da CNH do requerente.”
· Ex. 2: Quando você chega ao cartório para perguntar o número da sala do juiz/vara para despachar com ele. "Boa tarde. Aonde fica a sala de Sua Excelência para que eu despache?"
b) Ao usar o pronome de tratamento como vocativo (para chamar, avisar, interpelar), dispensa-se o pronome possessivo (Vossa, Sua). Ex. Cuidado, Excelência! Perdão, Alteza! Atenção, Majestade!
Excelência: Não tem função nenhuma. Para dirigir-se ao juiz ou falar com ele/dele, utilizar-se-ão os termos acima transcritos. Não deve ser usada sozinha. Carece de função sintáctica.
Partindo das citações supracitadas do Wikilivros, pode-se ter uma concepção da diferença entre só pronomes de tratamento Vossa e Sua na sua aplicabilidade quando verificamos os exemplos dados por ele.
2.5. Principais Pronomes de Tratamento e suas abreviaturas 
· V. você - Usado em tratamentos informais, íntimos e familiares. Este pronome, em algumas regiões do Brasil, é substituído pelo pronome tu.
· Sr., Sr.ª, Srta. - senhor, senhora, senhorita - Usados em tratamentos formais e respeitosos, quando existe um distanciamento entre os locutores. Senhor é utilizado quando o tratamento se dirige a homens, senhora é utilizado quando o tratamento se dirige a mulheres casadas e senhorita é utilizado quando o tratamento se dirige a mulheres solteiras.
· V. S.ª Vossa Senhoria - Usado em tratamentos cerimoniosos e respeitosos a pessoas com grande prestígio, como vereadores, chefes, secretários e directores de autarquias. Este pronome é também utilizado em textos escritos oficiais, como correspondência comercial, ofícios e requerimentos.
· V. Ex.ª Vossa Excelência - Usado em tratamentos cerimoniosos e respeitosos a pessoas com alta autoridade, como o Presidente da República, ministros, senadores, deputados, embaixadores, etc. No caso do Presidente da República, não deverá ser utilizada a forma abreviada do pronome de tratamento.
· V. S. Vossa Santidade - Usado em tratamentos cerimoniosos e respeitosos ao Papa. Este pronome de tratamento é também utilizado por ocidentais em tratamentos cerimoniosos e respeitosos ao Dalai Lama, embora não seja utilizado pelos tibetanos.
· V. Rev.mª Vossa Reverendíssima - Usado em tratamentos cerimoniosos e respeitosos a sacerdotes, cardeais, bispos e religiosos em geral.
· V. A. Vossa Alteza- Usado em tratamentos cerimoniosos e respeitosos a príncipes, princesas, duques e duquesas.
· V. M. Vossa Majestade - Usado em tratamentos cerimoniosos e respeitosos a reis e rainhas.
· V. Mag.ª - Vossa Magnificência - Usado em tratamentos cerimoniosos e respeitosos a reitores de Universidades.
· Vossa Omnipotência - Usado em tratamentos cerimoniosos e respeitosos a Deus. Não se utiliza a forma abreviada.
Olhando nos principais Pronomes de Tratamento acima destacados, podemos dizer que o papel fundamental deles é fazer acontecer uma comunicação eficaz e cientifica em Língua Portuguesa, tratando as pessoas segundo a idade e cargo que ocupam.
CAPÍTULO III: ASPECTOS METODOLÓGICOS
3.1. Opção metodológica 
A metodologia segundo Ghedin e Franco (2011), deve ser concebida como um processo que organiza cientificamente todo movimento reflexivo, do sujeito ao empírico e deste ao concreto, até a organização de novos conhecimentos, que permitam nova leitura/compreensão/interpretação do empírico inicial.
A pesquisa-ação pode ser definida como Thiollent (1985), citado por Gil:
 [...] um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma acção ou com a resolução de um problema colectivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo (Gil, 2007).
Para delinear uma pesquisa-acção, existem algumas etapas que são significativamente indispensáveis para se obter um resultado eficiente, mesmo que esta permita flexibilidade. Assim, o que se pode, à guia de delineamento, é apresentar alguns conjuntos de acções que, embora não ordenados no tempo, podem ser considerados como etapas da pesquisa-acção. 
3.2. Delineamento metodológico da pesquisa
A pesquisa se norteará por meio de um planeamento adequado para o que se propõe no objectivo geral, com a finalidade de responder a problemática em questão.
Desse modo, iniciará a elaboração dos estudos pautados na responsabilidade em que se pede a ética seguindo as normas e protocolos com as devidas aceitações e compromissos reafirmados, por meio da supervisão da instituição de pesquisa escolhida, além dos termos de assentimento e consentimento livre e esclarecidos aos pais e/ou responsáveis dos estudantes.
3.3. Caracterização do tipo de pesquisa
Esta pesquisa apresenta uma abordagem qualitativa, a qual segundo Goldenberg (1997) “não se preocupa com a representatividade numérica, mas sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização.”
3.3.1. Quanto a abordagem 
Neste método de abordagem fará a consulta bibliográfica, como instrumento básico para a fundamentação teórica da proposta de pesquisa. Este método, terá por finalidade pôr o pesquisador em contacto directo com tudo o que foi escrito, com finalidade de obter bases teóricas para conhecer a aplicabilidade de pronomes de tratamento “Vossa e Sua, dos alunos da Escola Secundária de Nhampassa, Distrito de Báruè.
3.3.2. Quanto ao Procedimento 
Os métodos de procedimentos seriam etapas mais concretas da investigação, com finalidade mais restrita em termos de explicação geral dos fenómenos e menos abstractas. “Pressupõem uma atitude concreta em relação ao fenómeno e estão limitados a domínio particular” (Lakatos, 2001).
Este método, permitirá ao pesquisador conhecer o histórico do problema em estudo. Para tal, o autor recorrerá aos dados históricos que relatam a cerca aplicabilidade de pronomes de tratamento “Vossa e Sua; análise de dados comparativos. Serão usadas comparações e cruzamento de vários autores sobre o tema em epígrafe; e as observações serão realizadas pelo pesquisador durante o desenvolvimento do trabalho de campo.
3.4. Descrição do local da pesquisa
3.4.1. Espaço formal de educação
Escola Secundária de Nhampassa.
Realizará a pesquisa partindo do espaço de ensino formal, na Escola Secundária de Nhampassa, que se situa na Província de Manica, Posto Administrativo de Nhampassa, a Norte do distrito de Báruè. A escola foi inaugurada sob o nome de Nhampassa, nome do local onde ela se localiza. No início, a escola funcionava como salas anexas da Escola Secundaria de Nhazonia e em 2009 passou a ser independente leccionando da 8ª à 10ª classe. Actualmente a Escola lecciona ate a 12ª classe.
3.5. População e amostra
 3.5.1. População e sujeitos envolvidos no trabalho de pesquisa
Na Escola Secundária de Nhampassa conta com num universo de 2168 alunos e 80 professores incluindo Director da escola e Director Adjunto da Escola.
A pesquisa será realizada com uma amostra de 30 alunos, com idade entre 16 e 18 anos, regularmente matriculados no ensino secundário, no ano de dois mil e vinte e dois e 3 professores (1 de Língua Portuguesa, Pedagógico e Director).
3.6. Métodos de pesquisa
Para Fonseca (2002), “métodos significa organização, estudo sistemático, pesquisa, investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer ciência”.
Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer uma pesquisa científica.
3.7. Técnica de recolha de dados 
3.7.1. Observação
Marconi e Lakatos (2003) definem observação como “uma técnica de colecta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar factos ou fenómenos que se desejam estudar”.
Acredita-se que a observação facilitará na colecta de dados para a definição do problema de pesquisa como também facilitará na formulação de hipóteses, porém esta técnica ajudará a alcançar os objectivos específicos da pesquisa.
3.7.2. O inquérito por questionário
Usado por Weber desde os finais do século XIX, o inquérito por questionário, enquanto estratégia dominante da pesquisa social, surge a partir da segunda Guerra Mundial. 
O questionário, segundo Gil (1999), pode ser definido “como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objectivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.”. Assim, nas questões de cunho empírico, é o questionário uma técnica que servirá para colectar as informações da realidade, tanto do empreendimento quanto do mercado que o cerca, e que serão basilares na construção da monografia.
Gil (1999), apresenta as seguintes vantagens do questionário sobre as demais técnicas de colecta de dados:
· Possibilita atingir grande número de pessoas, mesmo que estejam dispersas numa área geográfica muito extensa, já que o questionário pode ser enviado pelo correio;
· implica menores gastos com pessoal, posto que o questionário não exige o treinamento dos pesquisadores;
· garante o anonimato das respostas;
· permite que as pessoas o respondam no momento em que julgarem mais conveniente;
· não expõe os pesquisadores à influência das opiniões e do aspecto pessoal do entrevistado.
3.8.Modelo de análise de dados.
Todos os dados recolhidos, merecerão uma análise exaustiva para uma boa compreensão da informação recolhida, para que se possa dar possíveis soluções dos problemas levantados no presente trabalho.
3.9. Considerações éticas do trabalho
O presente estudo será efectivado quando o protocolo ser aprovado pelo Instituto de Educação à Distancia da Universidade Católica de Moçambique, e os alunos e professores serão submetidos a uma explicação prévia, os mesmos que se consentir participarão do estudo e os que não, não poderão participar do estudo, o mesmo não constarão nomes dos participantes, somente a recolha dos dados do estudo.
3.10. Cronograma das actividades da pesquisa
	
Actividade
	Mês
	
	J
	F
	M
	A
	M
	J
	J
	A
	S
	O
	N
	D
	Contactar a escola, a comunidade e recolha de dados.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
	
	
	Aplicação do questionário.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
	
	
	Análise e síntese dos dados recolhidos
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
	
	
	Comparação dosdados recolhidos com conhecimentos de manuais, obras científicas e internet para uma sistematização do trabalho.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
	
	Digitação do trabalho.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
	
	Revisão do trabalho.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
	
	Apresentação do trabalho ao supervisor.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
	
Fonte: A autora
3.9. Orçamento para a realização da pesquisa
	Produto
	Quantidade
	Preço unitário
	Preço total
	Resma
	1
	350,00 MT
	350,00 MZN
	Esferográfica
	4
	10,00 MTN
	40,00 MZN
	Impressão 
	100
	5,00 MTN
	500,00 MZN
	Cópias
	50
	1,50 MTN
	75,00 MZN
	Máquina calculadora
	1
	150,00 MTN
	150,00 MZN
	Alojamento
	10 Dias 
	200,00 MTN
	2.000,00 MZN
	Alimentação
	10 Refeições
	200,00 MTN
	2.000,00 MZN
	Transporte
	4 Viagens
	200 Por viagem
	 800,00 MZN
	Remanescente
	1.000,00 MZN
	
	Total
	6.915,00MZN
	
Fonte: A autora
Referências bibliográficas
Lopes, C.; Cavalcante, S. (2011). A cronologia do voceamento no português brasileiro: expansão de você-sujeito e clítico-te. Linguística (Madrid), v.25.
Lopes, C.; Brocardo, M. T. (2016). Main Morphosyntactic Changes and Grammaticalization Processes. 
Roberts, I.; Holmberg, A. (2010). Introduction: parameters in Minimalist theory. In: T. Biberauer et al. (eds.). Parametric Variation: null subjects in Minimalist theory. Cambridge: Cambridge University Press.
Rodrigues, D.F. (2003), Cortesia Linguística, (Tese de doutoramento), Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
Gouveia, C. (2008), As dimensões da mudança no uso das formas de tratamento em Português Europeu. Porto, Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Cunha & Cintra (2007). Pronomes de Tratamento" em Só Português. Virtuous Tecnologia da Informação, 2007. Consultado em 21/11/2022 às 20:17. Disponível na Internet em https://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf46.php.
Almeida, N. M. de (1992). Gramática Metódica da Língua Portuguesa. São Paulo: Saraiva
Domingos (2000). Pronomes de tratamento do português do século XVI: São Paulo
Almeida, J. C. Meritíssimo; Excelentíssimo; Vossa Excelência; Sua Excelência e Excelência. São Paulo, Acesso em https://joaocarlosuscs.jusbrasil.com.br/artigos/418810765/meritissimo-excelentissimo-vossa-excelencia-sua-excelencia-e-excelencia. Aos 21/11/2022
Marconi, M. de A.; Lakatos, E. M. (2003). Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas.
Goldenberg, M. (1997). A arte de pesquisar. Rio de Janeiro: Record.
Thiollent, M. (1985). Metodologia da pesquisa-acção. São Paulo: Cortez
Fonseca, J. J. S. (2002). Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, Apostila.
Ghedin, E. & Franco (2011). Questões de métodos na construção da pesquisa em educação, 2. ed. – São Paulo
Gil, A.C. (2007). Como elaborar projectos de pesquisa. São Paulo: atlas.
Gouveia, C. (1996), Pragmática (Introdução à Linguística Geral e Portuguesa) Lisboa, Editorial Caminho
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Artigos
Wikilivros, Pronomes de tratamento. Versão publicada, verificada a 12 de agosto de 2015. Acesso em 21/11/2022 as 22 horas