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Direito das Relações de Trabalho


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DIREITO	DAS	RELAÇÕES	DE	TRABALHO
UNIDADE 1 – INTRODUÇA� O AO DIREITO DO
TRABALHO
Pedro Henrique Nascimento Zanon
15/05/2024, 14:49 Direito das Relações de Trabalho
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Introdução
As relações de trabalho existem desde o inı́cio da civilização, mas foi no perı́odo da Revolução Industrial que
a necessidade de regulação dessas relações se tornou imprescindı́vel. Surgiu como resposta aos problemas
sociais ocasionados pelo capitalismo liberal. Ao iniciar os estudos de Direito do Trabalho é essencial
conhecer os aspectos históricos deste ramo do direito no Brasil, bem como reconhecer os sujeitos que atuam
nos contratos de trabalho, identi�icar as fontes do Direito do Trabalho e os princı́pios. 
Na atualidade as relações de trabalho têm se apresentado sob as mais diferentes formas, a exemplo da
terceirização, impondo a compreensão do que é relação de trabalho e do que é relação de emprego, para
diferenciá-las no caso concreto. 
Um pouco sobre a história do Direito do Trabalho e alguns dos seus pontos de partida já remeterão re�lexões e
dúvidas bastante comuns no dia-a-dia: por que as mudanças nos cenários polı́ticos e econômicos alteram as
relações trabalhistas de forma tão signi�icativa? Por que a Reforma Trabalhista e a �lexibilização das normas
foram necessárias? Por qual razão a lei que implementou a Reforma Trabalhista foi alvo de tantos protestos e
debates? Em que medidas os direitos dos trabalhadores foram afetados pela Reforma Trabalhista? Como os
direitos constitucionalmente previstos direcionam a interpretação do Direito do Trabalho? Qual a diferença
entre relação de emprego e relação de trabalho? 
Estes e outros questionamentos serão respondidos e esclarecidos no decorrer desta unidade. Vamos começar!
1.1 Breve histórico sobre o Direito do Trabalho
A partir dos valores do Estado Democrático de Direito, a Constituição Federal de 1988 destacou os valores
sociais do trabalho e da livre iniciativa como princı́pios fundamentais (Art.1º¸IV, CF/88). Sem dúvidas, a
Constituição Federal de 1988 é uma importante fronteira para o Direito do Trabalho, bem como, para diversos
outros Direitos Sociais. Mas muitos dos direitos ali garantidos com status constitucional já estão na legislação
brasileira há vários anos, tendo sido modi�icado paulatinamente pelos movimentos polı́ticos, culturais e
principalmente econômicos.
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Conhecer as fases da história do Direito do Trabalho é um importante passo para perceber por que as
alterações polı́ticas e econômicas impactam tanto nas relações de trabalho.
1.1.1 Fases do Direito do Trabalho no Brasil 
Como descrita por Leite (2018), a história do Direito do Trabalho no Brasil inicia-se bem antes e é marcada
por diversas fases: a primeira delas compreende o perı́odo do descobrimento até o inı́cio da vigência da Lei
A� urea, em 13 de maio de 1888.
VOCÊ QUER LER?
Com certeza você já ouviu falar que a maior parte dos direitos dos trabalhadores
surgiu no perıódo da ditadura. Mas por que isso aconteceu? Em qual contexto foram
garantidos aos trabalhadores direitos importantes até os dias de hoje, como a isonomia
salarial, a jornada de oito horas de trabalho e as férias anuais remuneradas? A
historiadora Claudiane Torres da Silva apresenta um interessante trabalho sobre esse
assunto e você pode ler em
<http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300658529_ARQUIVO_Adita
duracivilmilitareodireitodotrabalhonoBrasil.pdf
(http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300658529_ARQUIVO_Aditad
uracivilmilitareodireitodotrabalhonoBrasil.pdf )>. 
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http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300658529_ARQUIVO_AditaduracivilmilitareodireitodotrabalhonoBrasil.pdf
http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300658529_ARQUIVO_AditaduracivilmilitareodireitodotrabalhonoBrasil.pdf
http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300658529_ARQUIVO_AditaduracivilmilitareodireitodotrabalhonoBrasil.pdf
http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300658529_ARQUIVO_AditaduracivilmilitareodireitodotrabalhonoBrasil.pdf
Da abolição da escravatura inicia-se a segunda fase, que perdura até a Revolução de 1930, que culminou com a
deposição do então presidente da República, Washington Luı́s, e com assunção de Getúlio Vargas como
‘Governo Provisório’. Esse perı́odo, frise-se, é caracterizado por forte recessão econômica, com a quebra da
Bolsa de Valores de Nova Iorque, que impactou seriamente no Brasil, que tinha na exportação do café uma
importante âncora da economia.
Figura 1 - A escravidão no Brasil teve inı́cio no começo do Século XVI. Os escravos no Brasil eram
predominantemente negros africanos que trabalhavam em engenhos e minas de ouro.
Fonte: Joseph Sohm, Shutterstock, 2019.
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Embora a segunda fase não tenha trazido tanto re�lexo para o Direito do Trabalho brasileiro, foi nesse perı́odo
que foi criada a Organização Internacional do Trabalho (OIT), organismo internacional que tem função de
universalizar as normas trabalhistas, e do qual o Brasil é Estado-Membro fundador.
VOCÊ O CONHECE?
Getúlio Vargas foi lıd́er da Revolução de 1930. Foi presidente do Brasil em dois
perıódos (1930-1945 e de 1951 até 24 de agosto de 1954, quando se suicidou). Seus
simpatizantes e amigos o aclamaram como ‘pai dos pobres’, por seu governo ter sido
marcado pelas polıt́icas sociais e pelo fortalecimento da legislação trabalhista, antigas
reinvindicações das classes populares brasileiras. Vale a pena fazer leituras sobre a
história de Getúlio Vargas.
1930 Criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio.
1934
Previsão constitucional aos seguintes direitos: liberdade sindical, isonomia. salarial,
salário mı́nimo, jornada de oito horas de trabalho, proteção do trabalho das mulheres
e menores, repouso semanal e férias anuais remuneradas. 
1939 Criação da Justiça do Trabalho.
1943 Instituı́da a Consolidação das Leis do Trabalho. 
1946 Reconhecimento do direito de greve.
1966 Instituição do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
1988
Os valores sociais do trabalho são inseridos entre os valores que norteiam o Estado
Democrático Brasileiro e os direitos dos trabalhadores recebem o status de direitos
humanos e fundamentais.
2004
Emenda constitucional nº 45 ampliou a competência da Justiça do Trabalho,
passando a abranger todas as ações oriundas das relações de trabalho, não apenas as
relações de emprego.
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A fase contemporânea do Direito do Trabalho, de fato, só tem inı́cio após 1930, sendo este perı́odo assinalado
por importantes normatizações, muitas delas in�luenciadas por uma maior intervenção do Estado voltada para
o Bem-Estar Social.
1.1.2 Fase contemporânea do Direito do Trabalho brasileiro
Protegidos pelos valores da ordem constitucional vigente, os direitos dos trabalhadores estão
constitucionalmente previstos e suas principais regras consolidadas na CLT. Recentemente, sofreram
alterações instituı́das pela Lei n.º 13467/2017. Segundo Nascimento (2015) este perı́odo é marcado por um
‘abrandamento do garantismo’, próprio de um movimentode retomada do liberalismo econômico.
Apesar das várias divergências em torno da Lei n.º 13467/2017, acredita-se que as novas regras trabalhistas
se adequam melhor às demandas atuais dos empregadores e tomadores de serviço, bem como, podem ampliar
o mercado de trabalho. Em breve, será possı́vel fazer análises sobre os frutos positivos e negativos da Reforma
Trabalhista.
VOCÊ SABIA?
Após uma série de polêmicas, muitas das regras trabalhistas foram modi�icadas
pela Reforma Trabalhista. Entre as principais mudanças destacam-se:
a contribuição sindical que deixa de ser obrigatória; 
as férias que podem ser fracionadas em até três períodos,
quando antes o limite era de dois fracionamentos;
os prêmios e gratificações que deixam de integrar a
remuneração para os efeitos legais e não se incorporam ao
Contrato de Trabalho;
a supremacia dos termos negociados sobre o que está na
legislação;
e tempo gasto pelo empregado para ir ao trabalho que
deixa de ser computado à jornada de trabalho.
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1.2 Fontes e Princípios do Direito do Trabalho
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O estudo das fontes e dos princı́pios de Direito do Trabalho está diretamente ligado à forma como suas
normas deverão ser interpretadas, integradas e aplicadas.
O Art. 8º da CLT dispõe sobre as fontes de Direito do Trabalho:
As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou
contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros
princı́pios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo
com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de
classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. § 1º O direito comum será fonte
subsidiária do direito do trabalho. § 2º Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados
pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão
restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam previstas em lei. §
3º No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará
exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurı́dico, respeitado o
disposto no art. 104 da Lei no 10406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua
atuação pelo princı́pio da intervenção mı́nima na autonomia da vontade coletiva. 
Nota-se que a previsão legal da Consolidação das Leis do Trabalho traz as fontes formais do Direito do
Trabalho, ou seja, as fontes que “instrumentalizam as fontes materiais, conferindo-lhe o caráter de direito
positivo.” (LEITE, 2018, p. 79.) 
Leite (2018) divide as fontes do Direito do Trabalho em fontes materiais e fontes formais. Destaca os fatos
polı́ticos, econômicos, sociais e culturais como fontes materiais. Entre as fontes formais Leite (2018)
apresenta:
[...] uma subdivisão entre fontes formais heterônomas (normas de�inidas por um terceiro, em
regra o Estado: Constituição Federal de 1988, Tratados Internacionais, Consolidação das Leis do
Trabalho, sentença, regulamento da empresa, súmula vinculante, jurisprudência) e fontes formais
autônomas (acordos coletivos, convenções coletivas de trabalho, contrato individual do trabalho –
normas de�inidas pelos próprios interlocutores). (LEITE, 2018, p. 79-84.)
O Direito do Trabalho possui princı́pios próprios. Tais princı́pios são especı́�icos das relações de trabalho e
são denominados princı́pios infraconstitucionais do Direito do Trabalho por constituı́rem o fundamento do
sistema jurı́dico do trabalho. São eles:
princıṕio da proteção, que visa equilibrar
juridicamente empregador e empregado,
levando-se em consideração que o empregado é a
parte mais frágil da relação. Este princıṕio se
estende em outros: o princıṕio da aplicação da
norma mais favorável, nos casos em que existam
mais de uma norma disciplinado a mesma
situação; o princıṕio da condição ou da cláusula
mais bené�ica, para os casos de haver uma nova
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norma para regular a mesma matéria será
utilizada, a despeito do critério cronológico,
prevalecerá a mais bené�ica para o trabalhador; e
o princıṕio in dubio pro operário, talvez o mais
conhecido dentre estes, que também em o viés
protetivo da parte hipossu�iciente da relação, que
prevê que na dúvida sobre qual norma deve
prevalecer, deve ser utilizada como referência na
interpretação aquela que seja a mais favorável
para o empregado.
princıṕio da primazia da realidade, que
estabelece que os fatos prevalecem sobre o que
está formalizado, pois muitas vezes o contrato
estabelece uma avença bem distante do que se
opera na prática;
princıṕio da continuidade da relação de emprego,
que decorre do direito ao trabalho digno, com
direito fundamental. Aplica-se no caso de não
haver sido de�inido a duração do contrato de
trabalho. Muitas vezes, a pessoa contrata e não
deixa claro o tempo de duração do contrato. Em
momento posterior dispensa o empregado, sem
pagar as verbas corretamente, alegando que era
apenas um contrato de experiência. Nesse caso, o
princıṕio é aplicado levando a interpretação que é
melhor para o empregado que é o
reconhecimento do contrato por tempo
indeterminado;
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princıṕio da irrenunciabilidade, que proıb́e o
trabalhador de renunciar os direitos que lhe
protegem. Uma grávida por exemplo não pode
renunciar ao seu direito à estabilidade;
princıṕio das garantias mıńimas ao trabalhador,
que visa resguardar condições de trabalhado
dignas e que não afrontem os valores da ordem
constitucional;
princıṕio da substituição automática das
cláusulas contratuais, o qual assegura que as
normas que visam proteger o trabalhador têm
aplicabilidade imediata.
Além desses princı́pios especı́�icos, o Direito do Trabalho é regido por princı́pios gerais do direito como o
Princı́pio da Razoabilidade e da boa-fé, bem como rege-se pelos princı́pios constitucionais – que �iguram no
cume da hierarquia normativa. A aplicação dos princı́pios constitucionais do Direito do Trabalho permitirá
uma melhor organização da estrutura normativa, garantindo a coerência e a harmonização do ordenamento
jurı́dico como um todo. Entre os princı́pios constitucionais fundamentais e gerais do Direito do Trabalho
destaca-se o Princı́pio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CF/88), de modo a assegurar que o trabalho
seja digno e que as condições de trabalho sejam saudáveis. Neste contexto está a proteção aos direitos da
personalidade que inclui não somente a integridade fı́sica, como a psı́quica, intelectual e moral.
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O princı́pio do valor social do trabalho também visa resguardar a dignidade do trabalhador, não sendo
admitidos trabalhos degradantes, trabalhos análogos à escravidão, assédio moral e jornadas exaustivas.
Outros princı́pios constitucionais e gerais podem ser associados ao Direito do Trabalho: o princı́pio do valor
social da iniciativa privada, o princı́pio da liberdade de trabalho, princı́pios de acesso à justiça, respeito ao
direito adquirido e à coisa julgada, princı́pio de liberdade de manifestação do pensamento, liberdade de
reunião e da inviolabilidade do domicı́lio.
VOCÊ QUER VER?
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) possui 187 Estados-membros e sua
missão é promover oportunidadespara que homens e mulheres possam ter acesso a
um trabalho decente e produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e
dignidade. Para a OIT, o trabalho decente é condição fundamental para a superação da
pobreza, a redução das desigualdades sociais, a garantia da governabilidade
democrática e o desenvolvimento sustentável. 
Para saber mais veja o vıd́eo da OIT, com legenda em português, no qual explica as
razões de sua criação e seus objetivos <https://www.youtube.com/watch?
v=DMhhNXB5QEg (https://www.youtube.com/watch?v=DMhhNXB5QEg)>.
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https://www.youtube.com/watch?v=DMhhNXB5QEg
https://www.youtube.com/watch?v=DMhhNXB5QEg
https://www.youtube.com/watch?v=DMhhNXB5QEg
Além dos princı́pios constitucionais gerais, o Direito do Trabalho conta com princı́pios constitucionais
especı́�icos, entre os quais é possı́vel listar:
princípio da proteção da relação de emprego;
esse princípio possui respaldo no art. º, I, da Constituição
Federal, no art. 10 do ADCT e na Convenção nº 158 da OIT. O
escopo principal desse princípio é proteger o trabalhador da
dispensa arbitrária e injustificada.
princípio da fonte normativa mais favorável;
a fonte normativa mais favorável está prevista no caput do
art. 7º, da Constituição Federal, e propõe a melhoria das
condições mínimas de trabalho já estipuladas pela norma
constitucional.
princípio de reconhecimento das convenções e acordos coletivos;
o reconhecimento das negociações coletivas deve estar em
consonância com as diretrizes constitucionais e, em
especial, com o art. 7º da Constituição Federal.
princípio da proteção do salário;
a proteção do salário possui quatro características a ele
vinculados: garantia do salário mínimo; reajustes periódicos;
irredutibilidade salarial; e isonomia salarial.
princípio da proibição de discriminação;
VAMOS PRATICAR?
Observamos as fontes que regulam o direito das relações de trabalho e c
princıṕios desta seara do direito são importantes para uma interpreta
normas trabalhistas. Como atividade prática, pesquise alguma jurisprudê
Tribunal Superior do Trabalho que aplique os princıṕios estudados. A p
poder ser feita pelo próprio portal do Tribunal Superior do Trabalho (TST)
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princípio da proteção ao meio ambiente de trabalho;
a proteção ao meio ambiente possui respaldo no art. 225 c/c
art. 200, VIII, da Constituição Federal, e possui o objetivo de
fomentar um ambiente de trabalho digno ao trabalhador.
princípio da proibição ao trabalho infantil e da exploração do
trabalho adolescente;
o art. 7º, inc. XXXIII, da Constituição Federal, veda qualquer
tipo de trabalho para menores de dezesseis anos, salvo se
for na condição de aprendiz.
princípio da proteção ao mercado de trabalho da mulher.
Este princípio possui previsão normativa no art. 7 inc. XX, da
Constituição Federal, e propõe combater as desigualdades e
discriminações de gênero nas relações trabalhistas.
Apesar da proteção constitucional e dos vários princı́pios de proteção, muitos problemas existem e são bem
claros. Como exemplo, apesar de haver na legislação amparo especial às crianças e adolescentes e proibição
expressa do trabalho infantil, ainda não foi possı́vel a erradicação completa, sendo comum em ambientes
rurais e urbanos. Também é bastante comum que a remuneração de mulheres seja inferior à dos homens
exercendo a mesma função.
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Figura 2 - Trabalhadores de diversas áreas utilizam o capacete amarelo como metáfora para os princı́pios de
proteção do trabalho.
Fonte: kurhan, Shutterstock, 2019.
1.3 A relação de trabalhos e seus sujeitos
A primeira e mais importante lição deste tópico pode ser resumida em uma única frase: relação de trabalho é
gênero da qual a relação de emprego é espécie.
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Essa diferença é de considerável importância, especialmente em um contexto de �lexibilização das normas
trabalhistas, pois é bastante corriqueiro que o tomador do serviço contrate o trabalho de uma forma, um
advogado autônomo por exemplo, e exija dele conduta própria de um advogado empregado, como a
subordinação hierárquica, habitualidade e pontualidade.
E� bastante comum que o trabalhador seja contratado formalmente como autônomo e as particularidades do
contrato sejam tı́picas de relação de emprego, levando ao reconhecimento do vı́nculo empregatı́cio na Justiça.
O estudo deste tópico permitirá compreender com mais facilidade a diferença entre relação de trabalho e
relação de emprego, especialmente a partir das caracterı́sticas que são próprias da relação empregatı́cia.
1.3.1 Relação de Trabalho
O contrato de trabalho é um negócio jurı́dico que pode criar uma relação de emprego ou uma relação de
prestação de serviços não subordinada. A relação de trabalho em sentido amplo, além dos contratos de
emprego regidos pelas regras da CLT, compreende os chamados contratos de atividade.
Os contratos de atividade são objetos sujeitos, na sua maioria, às regras previstas no Código Civil. Conheça um
pouco mais sobre estes contratos lendo os Artigos que o regulam no Código Civil, sendo eles: 
Figura 3 - No Direito do Trabalho tanto é importante o que está escrito no Contrato de Trabalho quanto a
forma como a relação se desenvolve, pois nem sempre o documento formal está de acordo com a realidade
do trabalho exercido.
Fonte: Ralf Kleemann, Shutterstock, 2019.
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Importante destacar que não existe a necessidade de haver previsão legal do contrato de atividade, desde que o
objeto seja lı́cito, possı́vel. Mas, de fato, muitos desses contratos possuem as caracterı́sticas próprias da
Prestação de Serviços.
As relações de trabalho que não são regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho passaram a ser de
competência da Justiça do Trabalho após a Emenda Constitucional nº 45/2004, que ampliou a competência da
justiça juslaboral conferindo nova redação ao art. 114 da Constituição Federal de 1988, ampliando seus
incisos entre os quais cita-se, os incisos I, VI e IX, por serem especı́�icos da matéria em estudo: “ I - as ações
oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública
direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municı́pios; VI - as ações de indenização por
dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; IX - outras controvérsias decorrentes da
relação de trabalho, na forma da lei.”
Importa considerar que, na contemporaneidade, há uma constante tentativa de descaracterizar as relações de
emprego, por serem mais onerosas para o tomador do serviço. Essas situações são fraudes e são
costumeiramente corrigidas pelo Poder Judiciário que, em regra, reconhece o vı́nculo e impõe o pagamento de
todos os valores que eram devidos na relação empregatı́cia.
VOCÊ QUER LER?
Os contratos de atividade são objetos sujeitos, na sua maioria, às regras previstas no
Código Civil. Conheça um pouco mais sobre estes contratos lendo os Artigos que o
regulam no Código Civil, sendo eles: contrato de Empreitada (art. 610); contrato de
Mandato (art. 653); contrato de Corretagem (art.722); contrato de Agência e
Distribuição – antiga representação comercial, a exemplo dos agentes de seguros e
agentes propagandistas de laboratórios farmacêuticos (art. 710); contratos de
prestação de serviços de Advogadoou de Contabilista (art. 593), entre outros, estariam
abarcados neste tipo de relação.
Você pode acessá-los com mais facilidade no link
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm)>.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm
A Reforma Trabalhista, balizada por caracterı́sticas próprias do liberalismo, traz para o cenário trabalhista
uma maior necessidade de atenção para que, mesmo no predomı́nio do Princı́pio da Autonomia da Vontade,
que é próprio das relações contratuais, não sejam suprimidos princı́pios e valores norteadores do Direito do
Trabalho. O sistema jurı́dico deve estar integrado e deve ser mantida a coerência e a harmonização com os
princı́pios constitucionais.
1.3.2 Relação de emprego
São caracterı́sticas da relação de emprego os arts. 2º e 3º da Consolidação das Leis do Trabalho deixam claras
as caracterı́sticas de (clique para ler):
VAMOS PRATICAR?
Você aprendeu que a caracterização de um contrato de trabalho d
obrigatoriamente, quatro elementos fundamentais: onerosidade
eventualidade ou habitualidade, subordinação e pessoalidade. Correlacio
esse conteúdo, a lei 9608/1998 dispõe sobre a regulamentação do t
voluntário. Para aprender na prática, faça uma pesquisa que conste qual
elementos obrigatórios do contrato de trabalho não compõe o trabalho vol
depois compartilhe com a turma.
Pessoalidade
Não eventualidade
o empregado é sempre pessoa fı́sica e a sua contratação é intuito
personae. O empregado deve prestar pessoalmente o serviço pois
sua contratação foi decorrente de caracterı́sticas pessoais, ligadas
não somente à sua formação técnica, mas também à aspectos
subjetivos; 
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Subordinação hierárquica ou
jurı́dica
Onerosidade
a habitualidade é caracterı́stica essencial da relação de emprego,
pois, do contrário, poderá ser confundida com outros tipos de
contratação como trabalhador eventual, por exemplo;
tem ligação com a submissão do empregado às regras de horários, o
cumprimento de determinadas rotinas;
a relação de emprego deve ter obrigatoriamente uma
contraprestação.
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A alteridade, embora não conste na redação o texto celetista, implica em caracterı́stica própria da relação de
emprego, na qual um trabalha, de forma remunerada, mas o benefı́cio é do empregador. A alteridade como
caracterı́stica da relação de emprego está estritamente ligada a ideia de “mais-valia” divulgada amplamente por
Karl Marx.
Figura 4 - A relação de subordinação é um dos principais elementos de diferenciação entre o empregado e o
trabalhador autônomo.
Fonte: goodluz, Shutterstock, 2019.
1.4 Sujeitos do contrato de trabalho
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Como já foi visto, a relação de trabalho é mais ampla e vai abranger o trabalho autônomo e o trabalho
subordinado. Via de regra, ao tratar dos sujeitos da relação de trabalho, a doutrina remete à relação de
emprego, apresentando as caracterı́sticas do empregador e do empregado. 
Neste tópico serão apresentados os dois principais sujeitos da relação de trabalho, empregado e empregador,
bem como suas variações, que podem, na prática, gerar inúmeras dúvidas sobre o tipo de relação que ali se
estabeleceu. Isto ocorre não só como consequência de inúmeras relações informais, mas também como
consequência de práticas ilegais que visam ‘mascarar’ a realidade da relação contratual.
1.4.1 Empregado
O empregado é aquele que exerce o trabalho subordinado tı́pico. Para Nascimento (2015, p. 667) “empregado é
a pessoa fı́sica que com pessoalidade e ânimo de emprego trabalha subordinadamente e de modo não eventual
para outrem, de quem recebe salário.” Estas caracterı́sticas já foram destacadas no tópico sobre a relação de
emprego, mas é importante reforçar um aspecto não ali mencionado: a intencionalidade ou animus
contrahendi. Deve haver um intento claro de que o contrato está sendo feito com um caráter de emprego, com
suas caracterı́sticas, e que naquela relação não há proposito de cortesia, amizade ou assistencialismo.
Na de�inição de empregado formulada por Leite (2018) o ânimo ou intenção em relação ao modo de
contratação é destacado, até mesmo para que disso se diferencie da contratação do autônomo.
Modestamente, conceituamos o empregado como uma espécie de trabalhador subordinado que,
com tal ânimo, de forma não eventual e mediante remuneração, coloca pessoalmente a sua força
de trabalho à disposição de uma outra pessoa fı́sica ou jurı́dica, em decorrência de um contrato de
trabalho. (LEITE, 2018, p.184.)
O autor cita o art. 442-B da CLT, cuja redação foi alterada pela Lei n.º 13467/17, para reforçar a interpretação
em conformidade com os princı́pios constitucionais, bem como os princı́pios do Direito do Trabalho, entre os
quais destaca o valor social do trabalho e o princı́pio da primazia da realidade.
No tópico seguinte, o trabalho autônomo será analisado e será melhor percebida a constante preocupação em
identi�icar o tipo de contrato, que muitas vezes são dissimuladas no intuito de descaracterizar as relações de
emprego tı́pica para burlar as normas que imperam sobre essas contratações.
1.4.2 Trabalhador eventual, trabalhador avulso, trabalhador temporário,
trabalhador doméstico, trabalhador rural, servidor público investido em cargo
público e estagiário
Os trabalhadores deste tópico são subordinados, assim como os acima referidos. Entretanto, por contarem
com caracterı́sticas ou legislações especı́�icas, são classi�icados pela doutrina como trabalhadores
subordinados atı́picos (clique nas abas para ler):
Trabalhador	eventual	
Se enquadra perfeitamente a diarista doméstica. Durante a semana, ela trabalha para diferentes pessoas, em
locais diferentes, ganhando por dia. Outros exemplos são o “boia-fria” que é o trabalhador rural que transita
em diversas fazendas e que se ocupa em tarefas temporárias sem vı́nculo empregatı́cio; e o “chapa”, pessoas
que fazem carga e descarga de caminhões, de modo eventual, sem pessoalidade nem subordinação.
Trabalhador	avulso
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Ainda sobre o trabalhador avulso, vale ressaltar que, para Leite (2018, p. 193), ele “é um trabalhador – rural ou
urbano – subordinado, cuja prestação do serviço é obrigatoriamente intercedida pelo sindicato de sua
categoria pro�issional seja ele associado ou não.”
1.4.3 Trabalhador Autônomo
O trabalho autônomo não é subordinado. Essa compreensão é essencial. Os riscos e vantagens do serviço
pertencem ao próprio trabalhador, mesmo que este trabalhe de forma pessoal e não eventual e naturalmente,
onerosa. 
O advogado que atua no seu próprio escritório é um ótimo exemplo. Existe um contrato de trabalho, no qual
são de�inidas as cláusulas próprias da atividade advocatı́cia e outras especı́�icas da relação de trabalho ali
estabelecidas. Entretanto, o advogado trabalha de modo discricionário e ele próprio organiza a sua atividade e
sua rotina. Neste caso, o contrato é regido pelas normas do Código Civil e pela Lei nº 8906/1994, que dispõe
sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil,não se aplicando os dispositivos da
Consolidação das Leis Trabalhistas.
Cita-se os trabalhos da orla marı́timas, zonas portuárias. Trabalham de forma não contı́nua, com remuneração
compatı́vel com a de um empregado comum, exerce atividade essencial à empresa, mas não está inserido na
organização da empresa.
Trabalhador	temporário
Regido pela Lei n.º 6019/1974.
Trabalhador	doméstico
Regido pela Lei Complementar n.º 150/2015.
Trabalhador	rural
Regido pela Lei n.º 5889/1973.
Servidor	público	investido	em	cargo	público
Regido pelo regime jurı́dico único regulado no âmbito na União pela Lei n.º 8112/90.
Estagiário
Regido pela Lei n.º 11788/2008.
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Sobre o Trabalho do Autônomo, tem-se o disposto no Art. 442-B da CLT, incluı́do pela Lei nº 13467, de 2017:
“a contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou sem exclusividade, de
forma contı́nua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3º desta Consolidação.” 
Considerando o que já foi mencionado sobre a Reforma Trabalhista, sobre a prevalência do negociado sobre o
legislado, deduz-se que houve uma intenção de di�icultar o reconhecimento do vı́nculo de emprego daqueles
que foram contratados como autônomos, mas de fato são empregados.
Neste tópico abrange ainda conhecer dois temas correlatos e da maior relevância, por serem também parte
desse mesmo processo de descaraterização da relação de emprego (clique para ler):
CASO
O pro�issional que atua como corretor de seguros possui regulamentação de sua
atividade na Lei nº 494/1964. O art. 1º desse diploma normativo de�ine essa
pro�issão como “o intermediário legalmente autorizado a angariar e a promover
contratos de seguros, admitidos pela legislação vigente, entre as Sociedades de
Seguros e as pessoas fıśicas ou jurıd́icas, de direito público ou privado”. A Justiça do
Trabalho considerou nıt́ida e ostensiva a fraude ao contrato de emprego perpetrada
pelas empresas contratantes e reconheceu o vıńculo do trabalhador com respaldo no
princıṕio da primazia da realidade do contrato de trabalho. (Acórdão. Processo:
0001639-59.2017.5.07.0027. Redator(a): Albuquerque, Fernanda Maria Uchoa de. 
O� rgão Julgador: 3ª Turma. Incluıd́o/Julgado em 30 de maio de 2019. Publicado em
11/09/2019.
Parassubo
rdinação
Também denominado trabalho coordenado, o trabalho parassubordinado se
assemelha ao trabalho autônomo, entretanto tem discricionariedade reduzida pois há
uma limitação na discricionariedade. A parassubordinação não está regulada pela
legislação brasileira e aparece como uma zona cinzenta entre o trabalho autônomo e
o empregado.
Pejotizaçã
o
Tal expressão deriva do instituto da Pessoa Jurı́dica, costumeiramente cunhada pela
sigla P.J. Assim, “pejotizar” é substituir um empregado protegido pela CLT por um
trabalhador constituı́do sob a forma de pessoa jurı́dica ou prestador de serviços sem
vı́nculo empregatı́cio. Essas pessoas jurı́dicas normalmente são de composição
unitária: Microempreendedor Individual- MEI, Empresário Individual ou Empresa
Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI.
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Mesmo que esta expressão seja um neologismo, em recentes julgados já é possı́vel encontrar decisões
mencionando a ‘Pejotização. Ela não se confunde com a terceirização, tema este que cresceu de importância
com a Reforma Trabalhista e que será tema do tópico que dá sequência ao estudo dos sujeitos da relação de
trabalho.
1.4.4 Trabalhador terceirizado
Tem-se a terceirização quando uma empresa contrata outra para executar uma atividade ou prestar algum tipo
de serviço especı́�ico. Nessa relação, os trabalhadores terceirizados são empregados da empresa prestadora de
serviço e são regidos pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Contudo, os serviços são
prestados no âmbito da empresa tomadora do serviço. Daı́ serem adotadas outras denominações como
subcontratação ou prestação de serviço por empresa interposta. 
A terceirização traz vantagens para a empresa tomadora dos serviços, pois reduz os custos e os problemas
decorrentes da relação empregatı́cia direta. Visa, se utilizada de forma correta e não como meio de camu�lar
relações de emprego, manter o foco no objetivo da empresa aumentando a competitividade da empresa no
mercado de trabalho e mais e�iciência. 
Na forma como foi concebida, a terceirização só era permitida para atividade-meio da empresa. Desse
entendimento original tem-se muitas empresas que se especializaram em prestar serviços de vigilância e de
limpeza, serviços da maior importância para todas as empresas, mas que não fazem parte da atividade-�im de
quase nenhuma.
Recentemente, no entanto, mudou-se esse entendimento, passando a ser admitida a terceirização também na
atividade-�im. Este entendimento está expresso não só no contexto da Reforma Trabalhista, que ampliou as
hipóteses de terceirização, mas também em recente decisão do Supremo Tribunal Federal.
Deve-se frisar, entretanto que, mesmo com o alargamento das hipóteses de terceirização, �ica mantida a
responsabilidade subsidiária da empresa tomadora dos serviços no caso de descumprimento das normas
trabalhistas e previdenciárias. Além disto, em casos de acidente de trabalho, a boa doutrina orienta para a
responsabilidade solidária entre as empresas tomadoras e prestadoras dos serviços terceirizado (Enunciado
n.º 44 da Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho).
1.4.5 Empregador
Para concluir este tópico dos sujeitos da Relação de trabalho, retomamos o conceito de empregador constante
do Art. 2º da CLT. Deste dispositivo, já transcrito no item 1.4.2, o empregador pode ser a empresa, individual
ou coletiva, que admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço, bem como assume os riscos do
empreendimento.
O artigo da CLT ainda dispõe que os pro�issionais liberais, as instituições de bene�icência, as associações
recreativas ou outras instituições sem �ins lucrativos também são considerados empregadores para �ins de
caracterização da relação de emprego. 
“O poder de direção do empregador confere ao mesmo o poder de organização, o poder de controle e o poder
disciplinar” (NASCIMENTO, 2015, p. 717.). No artigo sobre o empregador a CLT traz ainda para este polo da
relação de trabalho a �igura do grupo econômico, grupo de empresas.
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Sobre essa forma de organização é necessário que haja um grupo de empresas, cada uma delas com
personalidade jurı́dica própria, mas unidas por uma relação de dominação ou hierarquia de uma empresa
sobre as demais. O controle desta empresa sobre as demais é de�inido especialmente pela maior participação
nas ações das empresas que traz para a empresa hierarquicamente superior (empresa mãe) o poder de
administração e direção.
A Reforma Trabalhista acrescentou ao art. 2º da CLT que diz quem é considerado empregador, o §3º: “Não
caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a con�iguração do grupo, a
demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele
integrantes”. 
Nestes casos, �ica prevista a responsabilidade solidária entre as empresas componentes do grupo pelas
obrigações decorrentes da relação de emprego, conforme previsto no §2º do art. 2º da CLT.
Figura 5 - Os grupos de empresas também são denominadas holding company, pool ou consórcios.
Fonte: Lightspring, Shutterstock, 2019.
Síntese
Você está encerrando a primeiraunidade sobre o Direito das Relações de Trabalho. Nela, você teve a
oportunidade de distinguir as relações de emprego e de trabalho, além de responder algumas perguntas sobre
a terceirização como organização de trabalho.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
compreender a relação entre os acontecimentos históricos
(econômicos, políticos e culturais) e a história evolutiva do Direito
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do Trabalho;
distinguir a relação de emprego e a relação de trabalho; 
reconhecer os trabalhadores nas suas mais diversas
características, inclusive o empregado terceirizado; 
listar os princípios do Direito do Trabalho e os princípios
constitucionais aplicáveis ao Direito do Trabalho.
•
•
•
Bibliografia
BRASIL. Lei	 n.º	 10406,	 de	 10	 de	 janeiro	 de	 2002,	 Código	 Civil. Disponı́vel em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm)>. Acesso em: 26/08/2019.
CONHEÇA A OIT. Direção: OIT - Organização Internacional do Trabalho. Plataforma digital Youtube, publicado
em 15 de novembro de 2017. 3:30 min. Disponı́vel em: <https://www.youtube.com/watch?v=DMhhNXB5QEg
(https://www.youtube.com/watch?v=DMhhNXB5QEg)>. Acesso em: 26/08/2019.
LEITE, C. H. B. Curso	de	direito	do	trabalho. 10. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
NASCIMENTO, A. M. Curso	de	direito	do	Trabalho - História e Teoria. 29. ed. São Paulo: Saraiva Educação,
2015.
SILVA, C. T. da. A	 Ditadura	 Civil-militar	 e	 o	 Direito	 do	 Trabalho	 no	 Brasil. Disponı́vel em:
<http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300658529_ARQUIVO_Aditaduracivilmilitareodireito
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(http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300658529_ARQUIVO_Aditaduracivilmilitareodireitod
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http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300658529_ARQUIVO_AditaduracivilmilitareodireitodotrabalhonoBrasil.pdf

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