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Avaliação e Tratamento de Afecções


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AFECÇÕES DO TRONCO E PESCOÇO - AVALIAÇÃO E 
TREINO 
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SUMÁRIO 
NOSSA HISTÓRIA ................................................................................................................................ 2 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 3 
Incidência ....................................................................................................................................... 3 
2. AFECÇÕES DO TRONCO E PESCOÇO: AVALIAÇÃO E TREINO ................................. 4 
2.1 Tratamento Fisioterapêutico ......................................................................................10 
2.2 RPG..................................................................................................................................14 
2.3 Melhores Exercícios Para Postura Correta ..............................................................16 
2.4 O Papel do Fisioterapeuta ...........................................................................................17 
REFERÊNCIAS ..............................................................................................................................21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em 
atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com 
isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível 
superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no 
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de 
promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem 
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras 
normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e 
eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. 
Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de 
cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do 
serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. INTRODUÇÃO 
 
A dorsalgia é a síndrome clínica caracterizada por dor na região torácica 
posterior. A dor nessa região pode estar relacionada às estruturas ósseas (12 
vértebras torácicas), à musculatura, aos tecidos adjacentes e às vísceras 
intratorácicas ou intra-abdominais. 
A dorsalgia é mais frequentemente decorrente de alterações 
musculoesqueléticas, que podem estar relacionadas a alterações posturais para 
atividades da vida diária e do trabalho. 
Podem ainda ser decorrentes de lesões traumáticas (fraturas de vértebras, 
costelas ou luxações), inflamatórias, osteoporose e alterações degenerativas.Outras 
causas de dor podem estar relacionadas a osteomielite vertebral, anormalidades 
congênitas da coluna ou do tórax (escoliose, hipercifose), artrite infecciosa, doença 
de Paget, epifisite vertebral infecciosa, lesões vertebrais por tumores e herniação 
discal torácica. 
Incidência 
Atualmente, nos EUA, a dorsalgia é a segunda razão mais frequente de visitas 
aos consultórios médicos. A prevalência de dor vertebral nos EUA foi calculada em 
até 37% e o pico de incidência ocorre entre as idades de 45 e 60 anos. 
Esses dados mostram que 80% de todos os americanos buscarão atendimento 
médico em alguma época de suas vidas, em razão da dorsalgia aguda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. AFECÇÕES DO TRONCO E PESCOÇO: AVALIAÇÃO E TREINO 
 
História natural da Dorsalgia 
A seguir são descritos a duração dos sintomas e os prognósticos das formas aguda, 
subaguda e crônica da dor: 
Aguda 
Duração dos sintomas – menos de 6 semanas 
Prognóstico – 60% dos pacientes recuperam a função dentro de 1 mês 
Subaguda 
Duração dos sintomas – 6 a 12 semanas 
Prognóstico – 90% dos pacientes recuperam a função dentro de 3 meses 
Crônica 
Duração dos sintomas – 12 semanas ou mais 
Prognóstico – Pouquíssima tendência a regredir 
Em geral, o tratamento dos pacientes classificados nos grupos de bom 
prognóstico deve consistir em medidas de suporte, evitando procedimentos cirúrgicos, 
pois podem causar mais danos do que benefícios. 
Já os pacientes que não conseguem obter a melhora esperada devem ser 
reavaliados e devem ser realizados outros exames diagnósticos para se excluir a 
existência de distúrbios ocultos potencialmente graves. 
Classificação da Dorsalgia 
A dorsalgia possui subclassificações baseadas nas manifestações, que são 
muito úteis para se determinar o prognóstico, plano de tratamento e exames para o 
diagnóstico. 
Dor vertebral inespecífica 
A dor vertebral inespecífica é o diagnóstico mais comum. Apesar da existência 
de muitas doenças reconhecidamente associadas à dorsalgia, a fisiopatologia desse 
grupo diagnóstico mais comum ainda é desconhecida. 
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No geral, a dor vertebral inespecífica parece secundária à disfunção 
musculoesquelética, mas até hoje não foi possível detectar anormalidades 
consistentes e específicas. 
 
 
Figura 1 
 
 
Sintomas radiculares 
Geralmente está associada a irritação ou a compressão dos nervos espinhais. 
Distúrbios vertebrais potencialmente graves 
 Distúrbios reumáticos – espondilite anquilosante, artrite psoriática, 
espondiloartropatia reativa, artrite reumatóide, polimialgia reumática, distúrbios 
reumáticos não-articuares. 
 Câncer – tumores primários da coluna vertebral (mieloma múltiplo, outros 
tumores dos ossos ou cartilagens), metástases vertebrais 
 Infecções – osteomielite, discite, abscesso peridural, herpes-zoster 
 Distúrbios vasculares – aneurisma da aorta abdominal por causa de ruptura, 
hematoma peridural, hemoglobinopatia 
 Distúrbios metabólicos – endometriose, torção de um órgão ou estrutura, 
doença inflamatória pélvica, prostatite, cistite 
 Distúrbios abdominais – articulações facetarias, estenose vertebral, músculos 
paravertebrais, articulação sacroilíaca, espondilólise ou espondilolistese, dorsalgia 
inespecífica 
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 Outras causas – articulação do quadril, articulação do ombro, articulações 
costovertebrais, bolsa trocantérica, Síndrome de Guillain-Barré, irritação meníngea, 
síndrome fibromiálgica 
 Fatores psicológicos 
Avaliação 
No momento da avaliação inicial é importante ter em mente que o sintoma dor 
não é específico do aparelho musculo-esquelético-articular e que apenas expressa 
irritação localizada. A mesma topografia de dor pode ser enganosa ao identificar o 
ponto de origem do problema patológico, devido a presença de uma dor referida. 
A avaliação de um paciente que se queixa de dorsalgia geralmente não é um 
procedimento simples, pois a causa real da dor é detectada em apenas 20% dos 
casos. 
Apesar disso, a necessidade de excluir doenças graves que se evidenciam por 
dorsalgia exige uma avaliação detalhada do paciente, por uma abordagem metódica 
com relação custo-benefício favorável. 
Em geral, a história e o exame físico iniciais complementados por exames 
laboratoriais básicos são suficientes para identificar pacientes sob risco de doenças 
graves, que apresentam “sinais de alerta” ou que necessitam de uma investigação 
mais detalhada. 
 Tipos de Dorsalgia 
A classificação etiológica dos quadros dolorosos dorsais envolve alguns 
grandes subgrupos sob o ponto de vista ortopédico: neoplásicos, metabólicos, 
degenerativos, traumáticos, estruturais e infecciosos. 
 
Neoplásticos 
Tumores benignos e malignos primários ou metastáticos podem ser causa de 
uma dorsalgia. 
Os tumores ósseos primários,
em nível da coluna vertebral, são raros em 
comparação com os metastáticos, que são bem mais comuns. 
Aproximadamente 40 a 80% dos pacientes que vão a óbito por neoplasia 
maligna apresentam metástases ósseas, sendo a coluna vertebral a localização 
preferencial. 
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A histórica clínica, característica da dor, idade e antecedentes dos pacientes 
podem sugerir essa possibilidade diagnóstica. Queixas de perda de peso, anorexia e 
fadiga são bem comuns. 
Sintomas 
A dor neoplástica é frequentemente referida na coluna vertebral, com piora a 
noite, que desperta o paciente. A dor não tem característica mecânica. Não tem 
relação com as atividades e não cessa com o repouso. 
O aumento da dor com movimentos e atividades pode se apresentar na fase 
tardia da doença e na presença de instabilidade vertebral por fraturas patológicas. 
A dor pode ser referida ou radicular. Quando a dor é radicular, pode indicar 
compressão ou invasão e raízes nervosas pela expansão do tumor ou fratura 
patológica. 
O exame físico pode evidenciar escolioses e cifoses com ângulo agudo, dor 
localizada à palpação e dígito pressão das apófises espinhosas, além da presença de 
contraturas musculares e tumorações à palpação. 
 Metabólico 
A principal causa metabólica de comprometimento vertebral é a osteoporose, 
doença degenerativa que causa diminuição de massa óssea e aumento do risco de 
fraturas. 
A osteoporose pode causar fraturas típicas na coluna vertebral dorsal ou micro 
fraturas, determinando dorsalgia e cifose torácica progressiva, aumentando o risco 
para novas fraturas e dor. 
Sintomas 
A dor geralmente tem início súbito e é muito intensa, diminuindo 
gradativamente ao longo de alguns meses. 
 Degenerativos 
A espondilose é um processo que afeta todos os níveis da coluna vertebral, e 
consiste em alterações degenerativas progressivas dos discos intervertebrais, corpos 
vertebrais, facetas articulares e estruturas cápsulo-ligamentares. 
A espondilose acompanha o envelhecimento humano, sendo muitas vezes 
difícil diferenciar alterações normais do avanço da idade com alterações 
fisiopatológicas potencialmente causadoras de dor. 
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Alterações bioquímicas e biomecânicas envolvidas nos processos 
degenerativos são causas frequentes de dor ao nível da coluna vertebral dorsal e 
lombar, mas o diagnóstico diferencial com outras patologias deve sempre ser 
considerado. 
Sintomas 
Dores na região torácica que pode irradiar para costelas 
 Traumáticos 
A dorsalgia traumática é o principal fator etiológico. Nesta categoria se incluem 
as distensões musculo-ligamentares, contusões e fraturas. 
A história de trauma, esforço físico exagerado e atividade laboral em posições 
anormais são bem frequentes e auxiliam no momento da avaliação. 
O exame radiográfico é útil para avaliação e diagnóstico. O exame físico 
geralmente localiza o ponto álgico, onde é frequente a contratura da musculatura 
paravertebral, a dor costal ou intercostal e a limitação funcional antálgica moderada. 
Sintomas 
A evolução do quadro de estende por um período curto, de cinco a sete dias, com um 
alívio significativo com repouso, anti-inflamatório não-esteroide e medicação 
sintomática. Já as fraturas costais costumam promover dor por um período de três a 
quatro semanas. 
 Estruturais 
As anormalidades estruturais da coluna dorsal causam, com bastante 
frequência, uma dorsalgia mecânica. 
No grupo etiológico estrutural os principais fatores são a doença de 
Scheuermann e o tipo pós-traumático. 
A doença de Scheuermann, também conhecida como dorso curvo juvenil 
apresenta uma grande cifose torácica, acunhamentos vertebrais e irregularidades das 
placas efisiárias vertebrais e discais nos adolescentes. É predominante no sexo 
masculino e a dorsalgia é a queixa comum na evolução da doença. 
O tipo pós-traumático se refere aos casos de sequelas de fraturas e a dor está 
relacionada com a instabilidade e deformidade com repercussão biomecânica. 
Sintomas 
Dor que aumenta com posições que aumentam a pressão aplicada à coluna 
vertebral. 
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 Infecciosos 
As infecções no nível da coluna dorsal podem comprometer o tecido ósseo, 
discal ou nervos (Herpes Zoster) e são causa comum de dorsalgia, tanto em crianças 
como em adultos. 
A infecção pode ser classificada como granulomatosa (TBC ou fúngica) e não 
granulomatosa (bacteriana). 
Sintomas 
Dorsalgia aguda de início recente em pacientes com história recente de infecção, 
febre ou dor intensa em repouso. 
Fatores de risco/diagnóstico 
O exame radiográfico é útil na avaliação e diagnóstico. 
O exame físico geralmente localiza o ponto álgico. É frequente encontrar a 
contratura da musculatura paraverterbral, a dor costal ou intercostal e a limitação 
álgica moderada. 
Quando não há melhora clínica e/ou desproporção entre intensidade da dor e 
mecanismo traumático ou dor sem características mecânicas, pode ser necessário 
uma investigação complementar com estudos por imagem como a tomografia 
computadorizada ou a ressonância magnética nuclear. 
Diagnóstico diferencial 
O diagnóstico diferencial auxilia para um diagnóstico correto da doença que 
pode estar causando a dorsalgia. 
Doenças como espondilite anquilosante, artrite psoriática, artrite reumatoide, 
fibromialgia, doença neoplásica e etc podem causar dores na coluna torácica, e uma 
avaliação minuciosa pode auxiliar para um diagnóstico correto e tratamento eficaz. 
Conhecer os sintomas auxiliam no diagnóstico diferencial. Em geral, os 
distúrbios reumáticos são evidenciados por rigidez matinal significativa. Com leve 
atividade física, a dor geralmente melhora, e ao decorrer do dia, com a atividade 
prolongada, a dor começa a piorar novamente. 
Nos casos típicos, a coluna vertebral geralmente é mais afetada nos distúrbios 
reumáticos. Em alguns casos, a doença se limita a uma região bem demarcada. 
Existem alguns achados típicos que diferenciam a dor vertebral neoplásica da 
dor vertebral não oncológica. A dor que acorda o paciente durante a noite geralmente 
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indica um processo neoplásico. A percussão da coluna vertebral geralmente é 
dolorosa das doenças neoplásticas, mas indolor nos casos de doença não oncológica. 
 
2.1 Tratamento Fisioterapêutico 
 
O tratamento fisioterapêutico varia de acordo com a fase da doença: aguda, 
subaguda e crônica. 
Figura 2 
 
 
Fase aguda 
O uso de modalidades físicas e massagem para diminuir a dor e o edema 
decorrentes de sintomas agudos é apropriado nessa fase: 
O treinamento cinestésico da postura neutra ou funcional da coluna, 
movimentos não-destrutivos na amplitude indolor, percepção e ativação da 
musculatura intrínseca e manobras de treinamento funcional básico são ensinados 
caso essas técnicas não exacerbem os sintomas. 
Objetivos e condutas do tratamento para problemas agudos da coluna vertebral: 
 Educar o paciente 
É necessário envolver o paciente em todas as atividades para que ele aprenda o 
autocuidado. É preciso informar sobre o progresso esperado e as precauções. 
 
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 Diminuir sintomas agudos 
Modalidades físicas, massagem, tração ou manipulação conforme a necessidade. O 
repouso, se for necessário, deve ser feito apenas nos primeiros dias. 
 Demonstrar posturas seguras 
Praticar posições e movimentos e experimentar o efeito na coluna. Se for necessário, 
prescrever suporte passivo e órteses. 
 Ensinar o desempenho seguro de atividades de vida diária básicas 
Rolar, sentar, ficar em pé e andar em posturas seguras. 
Fase subaguda 
Quando os sinais e sintomas do processo inflamatório estiverem sobre controle e a 
dor não for mais constante, o paciente avança para um programa seguro de exercícios 
de resistência à fadiga e fortalecimento, visando preparar o tecido para atividades 
funcionais e o treinamento de reabilitação. 
Atividades funcionais que podem ser realizadas com segurança são retomadas. 
A intervenção nesse
estágio é crítica, porque ou o paciente se sente bem a ponto de 
exagerar nas atividades, lesionando novamente os tecidos, ou sente medo e não 
retoma os movimentos seguros de modo adequado, desenvolvendo 
comprometimentos que levam a restrições funcionais. 
Esses dois extremos podem atrasar o processo de recuperação. 
Objetivos e condutas do tratamento para problemas subagudos da coluna vertebral: 
 Educar o paciente no autocuidado e em como diminuir episódios de dor 
Engajar o paciente em todas as atividades, enfatizando movimentos e posturas 
seguras e indicar um programa de exercícios em casa 
Pode ser necessário a realização de uma adaptação ergonômica do ambiente de 
trabalho e domiciliar. 
 Avançar para consciência e controle do alinhamento postural 
Praticar o controle ativo da coluna em posições indolores, com todos os exercícios e 
atividades. Praticar a correção da postura. 
 
 
 
 
 
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Figura 3 
 
 
 Aumentar a mobilidade nos músculos, articulações e fáscias retraídos 
Mobilização e manipulação articular, inibição muscular, auto-alongamento 
 Ensinar técnicas para o desenvolvimento do controle neuromuscular, 
força e resistência à fadiga 
Avançar com exercícios de estabilização, aumentando as repetições e os desafios. 
Iniciar o fortalecimento dos membros com ativação da musculatura intrínseca. 
Iniciar e avançar com exercícios dinâmicos de fortalecimento do tronco. 
 Desenvolver a resistência cardiopulmonar 
Exercícios aeróbicos de intensidade baixa a moderada, enfatizando a tendência 
postural 
 Ensinar técnicas e alívio do estresse e relaxamento 
Indicar exercícios de relaxamento e alívio da sobrecarga postural. 
 Ensinar mecânica corporal segura e adaptações funcionais 
Praticar a estabilidade da coluna em atividades como levantar, empurrar, puxar e 
alcançar objetos. 
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Praticar atividades específicas para o resultado desejado, enfatizando o controle 
postural, resistência à fadiga e cadência dos movimentos. 
Fase crônica 
Pacientes que foram corretamente tratados nas fases aguda e subaguda de 
recuperação com exercícios realizados de forma apropriada provavelmente terão 
comprometimentos mínimos, que não impedirão ou restringirão as atividades diárias. 
Porém, pessoas que precisam manusear materiais pesados ou que trabalham com 
atividades de alta demanda, podem precisar de um treino adicional de reabilitação. 
Isso fará com que o retorno se dê com segurança a essas atividades de alta demanda, 
para evitar uma nova lesão. 
Nesse estágio é importante enfatizar o condicionamento e o controle da coluna 
durante as atividades de alta intensidade e repetitivas. 
Objetivos e condutas do tratamento para problemas crônicos da coluna vertebral: 
 Enfatizar o controle da coluna em atividades repetitivas e de alta 
intensidade 
Praticar o controle ativo da coluna em várias atividades de transição que desafiem o 
equilíbrio. 
 Aumentar a mobilidade nos músculos, articulações e fáscias retraídos 
Mobilização e manipulação articular, inibição muscular, auto-alongamento. 
 Melhorar o desempenho muscular: força, coordenação e resistência à 
fadiga dinâmica de tronco e membros 
Exercícios dinâmicos resistidos de tronco e membros, enfatizando metas funcionais. 
 Aumentar a resistência cardiopulmonar 
Avançar com a intensidade dos exercícios aeróbicos 
 Enfatizar o uso habitual de técnicas de alívio de estresse e relaxamento 
para correção de postura 
Ensinar movimentos e posturas para aliviar a sobrecarga. Se necessário, aplicar 
mudanças ergonômicas ao ambiente de trabalho e domiciliar. 
 Ensinar uma progressão segura de atividades de alto nível e alta 
intensidade 
Prática progressiva usando um treinamento específico, para que as atividades que 
sejam coerentes com o resultado funcional desejado, enfatizando controle da coluna, 
resistência à fadiga, cadência e velocidade. 
 Ensinar hábitos saudáveis de exercícios para a automanutenção 
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Orientar o paciente sobre os benefícios de manter um bom preparo físico e uma 
mecânica corporal segura. 
Além da fisioterapia convencional, outras técnicas de reabilitação podem ser utilizadas 
no tratamento da dorsalgia: 
 
2.2 RPG 
 
A Reeducação Postural Global é um método fisioterápico, que considera o 
sistema muscular de forma integrada no qual os músculos se organizam em um 
conjunto denominado de cadeias musculares, baseando-se no alongamento de 
músculos encurtados. 
Esse método possibilita ao fisioterapeuta a avaliação global do 
comprometimento do indivíduo, propondo uma atuação fisioterápica mais eficaz, 
tratando as causas e as consequências. 
O RPG atua de forma globalizada, alongando as cadeias musculares 
encurtadas, através de posturas de estiramento ativo usando a modalidade de 
musculação isotônica excêntrica, que alonga o grupo muscular tratado e ao mesmo 
tempo, aumenta a força muscular. 
O método é indicado para várias patologias, como problemas morfológicos 
(escolioses, cifolordoses, pés planos, etc), problemas pós-traumáticos, problemas 
respiratórios, problemas neurológicos, problemas do esporte e problemas articulares, 
como as cervicalgias, lombalgias e dorsalgias. 
 Acupuntura 
Na acupuntura o universo se baseia na oposição entre duas forças 
antagônicas, que devem estar com igual intensidade de força para que haja o 
equilíbrio. Na acupuntura não existe uma doença, mas sim um doente que necessita 
de um tratamento geral, visando seu equilíbrio como um todo. 
A Organização Mundial da Saúde lista mais de 40 doenças para quais a 
acupuntura está indicada, como distúrbios das vias aéreas superiores, distúrbios do 
sistema respiratório, distúrbios do sistema neurológico, ginecológico, distúrbios 
funcionais gastrintestinais e distúrbios musculares, tendinosos, articulares e 
esqueléticos, como torcicolos, algias do combro, cotovelo e punho, lombalgias, 
cervicalgias e dorsalgias. 
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A acupuntura procura determinar a natureza da doença ou da desarmonia da 
mente ou do corpo. Através de uma avaliação minuciosa, são analisados os sintomas, 
históricos familiares e de doenças, dieta, estilo de vida, comportamentos da digestão 
e circulação. São observados o ritmo do sono e alterações emocionais. Também são 
observados a postura, cor da face, jeito de falar e respiração. 
Identificado à causa ou as causas, são selecionados os locais onde será feito o 
tratamento.São inseridas finas agulhas por alguns minutos nos locais identificados. 
Durante o tratamento ocorre uma sensação de bem star e relaxamento. A estimulação 
elétrica também pode ser utilizada através das agulhas.Atualmente, a acupuntura está 
sendo usada em mais de 140 países como uma terapia alternativa com poucos efeitos 
colaterais, de simples manipulação e baixo custo. 
 Osteopatia 
A osteopatia é um tratamento recente surgido nos Estados Unidos, cujo criador 
foi o Dr. Andrew Taylor-Still (1828-1917).A definição de osteopatia é: uma abordagem 
diagnóstica e terapêutica das disfunções de mobilidade tissulares em geral, e articular, 
em particular, no quadro de suas participações no aparecimento da doença. 
As técnicas de manipulação fazem parte de um conjunto de manobras que 
pertencem ao acervo da prática da terapia manual, especialidade da fisioterapia em 
que os instrumentos de trabalho são as mãos.As técnicas de manipulação são, 
geralmente, uma forma de tratamento seguro, com alto grau de aceitação e satisfação 
por parte dos pacientes. 
A utilização das técnicas produz um efeito indolor e promove o aumento da 
amplitude de movimento no segmento a ser manipulado, ao mesmo tempo em que 
atua nos mecanismos neurofisiológicos da diminuição da dor, possibilitando o ganho 
de mobilidade em áreas restritas do sistema musculoesquelético, o que contribui para 
um realinhamento postural. 
Uma das características significantes e principais benefícios da manipulação 
articular na prática
clínica é o seu efeito imediato sobre a dor, ou seja, a imediata 
hipoalgesia pós-manipulação. 
Outra característica que se destaca na osteopatia é a forma holística ou global 
que esta técnica utiliza no tratamento de várias patologias osteo-mio-articulares, como 
a cervicalgia e a dorsalgia. 
Como prevenir? 
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A prevenção da dorsalgia e das dores de coluna em geral deve começar pelo paciente, 
que deve tomar alguns cuidados na realização de atividades de vida diária e 
profissional que possam sobrecarregar a coluna e causar dores. 
Cuidados gerais: 
 Ao pegar objetos no chão não realizar a flexão de coluna. O correto é se 
agachar para pegar o objeto. 
 Ao levar objetos pesados, não ultrapassar a altura da cintura 
 Ao pegar um objeto que está na parte de trás, girar todo o corpo (tronco e 
quadril) e não apenas o tronco. 
 Evitar carregar pesos de um lado só do corpo. Procurar distribuir o volume em 
cada lado 
 Manter a cabeça no mesmo alinhamento da coluna, em pé e sentado 
 Em casa e no trabalho é necessário sentar-se em uma cadeira anatômica, que 
apoie corretamente toda a coluna 
 Sentar-se de uma forma que os joelhos fiquem mais altos que o quadril. Caso 
seja necessário, use um apoio para os pés 
 A cadeira deve ter apoio lateral para os braços, que precisam repousar de 
forma confortável sobre os apoios 
 Ao realizar trabalho de escritório, a cada duas horas faça um intervalo para 
caminhar e se alongar 
Ao dirigir: 
 Empurrar o assento de uma forma que os joelhos fiquem mais altos que os 
quadris, pois isso reduz a tensão das costas e os músculos dos ombros 
 Em viagens longas, parar a cada uma ou duas horas e caminhar para aliviar a 
tensão muscular 
Ao dormir: 
 Dormir sobre um colchão firme e evitar 
 Evitar dormir em redes e no sofá 
Além de tudo isso, a prática de exercícios físicos colabora para a manutenção da força 
e flexibilidade muscular, que previnem diversas lesões musculoesqueléticas. 
 
2.3 Melhores Exercícios Para Postura Correta 
 
Alongamento de coluna 
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Deitar em decúbito dorsal. Abraçar as duas pernas e tracioná-las em direção 
ao peito. Manter a posição por 30 segundos. 
Alongamento de isquiotibiais 
Paciente em decúbito dorsal. Passar uma faixa em um dos pés e realizar uma 
flexão de quadril com extensão de joelhos. Manter por 30 segundos e depois realizar 
na outra perna. 
Mobilização de coluna (The Cat) 
 Ficar na posição de quatro apoios, com as mãos na altura dos ombros. 
 Realizar movimento de mobilização de quadril e cervical, fazendo “bolinha” com 
a coluna – quadril em retroversão e flexão de pescoço, depois quadril em anteverão 
com extensão de pescoço. Repetir 10 vezes. 
 Ponte 
 Paciente em decúbito dorsal, sem apoio de cabeça. 
Realizar elevação de quadril com os membros apoiados lateralmente. Repetir 10 
vezes. 
Extensão de coluna 
Paciente em decúbito ventral, com as mãos apoiadas lateralmente e cotovelo 
na altura dos ombros, flexionados a 90º. Solicitar uma extensão de coluna até 
extensão completa dos cotovelos. Repetir 10 vezes. 
Prancha 
Paciente em decúbito ventral. Solicitar que mantenha a posição de prancha, 
sustentando todo o corpo pelos pés e apoios dos antebraços. 
Manter a posição por 30 segundos. 
 
2.4 O Papel do Fisioterapeuta 
 
Na dorsalgia o fisioterapeuta precisa realizar uma avaliação minuciosa a fim de 
identificar a real causa do problema, para assim, traçar objetivos e condutas que 
possam de fato tratar a doença e restabelecer a as atividades funcionais do paciente. 
É necessário promover a analgesia, diminuição da inflamação e promover o 
ganho de força e flexibilidade muscular da região dorsal, além de tratar também a 
doença primária (quando existente) que possa estar causando a dorsalgia. 
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Além da reabilitação, o fisioterapeuta precisa orientar o paciente quanto a 
realização de suas atividades de vida diária e profissional, para que ele evite 
movimentos que possam causar dores e recidivas da lesão na coluna. 
Com uma boa reabilitação e orientação, o paciente com dorsalgia poderá 
realizar suas atividades de forma satisfatória, sem dor, mantendo uma boa qualidade 
de vida. 
Cuidados e restrições 
Durante o tratamento e após, o paciente precisa tomar alguns cuidados na hora 
da realização das suas atividades. O paciente deve evitar movimentos bruscos e 
errados da coluna e realizar atividades em casa para manter a flexibilidade e força, 
para evitar novas dores e recidivas. 
Os cuidados gerais a serem tomados já foram descritos no tópico “Como prevenção: 
A dorsalgia é uma condição álgica situada na região torácica posterior, que 
pode se originar de afecções que acometem estas estruturas ou ser referida de órgãos 
situados à distância. 
Na maioria dos casos o tratamento é conservador, com uso de fármacos e 
fisioterapia. 
A fisioterapia é bastante eficaz no tratamento da dorsalgia e são utilizados 
vários recursos para melhora dos sintomas, como recursos físicos, terapia manual e 
cinesioterapia. Além disso, as técnicas de osteopatia são amplamente utilizadas e 
apresentam bons resultados, reabilitando o paciente e devolvendo suas condições 
funcionais, mantendo sua qualidade de vida sem restrições ou sequelas. 
A complexidade no estudo da dor cervical se inicia logo ao tentar compreender 
suas principais causas. É possível afirmar que, apesar não estar relacionada a 
nenhuma doença sistêmica. A dor cervical é um transtorno que carrega consigo 
causas multifatoriais em sua gênese. 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
Figura 4 
 
 
 
Dumas et al (2001) afirmaram em seu estudo que a fraqueza dos músculos 
flexores e extensores cervicais e o desequilíbrio entre o torque de ação de ambos os 
grupos musculares, se mostram como uma recorrente causa de cervicalgia em adultos 
jovens. 
Outro estudo realizado seis anos mais tarde, conseguiu associar além da 
fraqueza dos músculos já supracitados, uma hiperatividade com consequente 
aumento na fatigabilidade dos músculos flexores do pescoço (Fallaet al., 2007). 
Souza, Gonçalves e Pastre (2006), ao realizar uma revisão literária sobre o 
tema, conseguiram constatar que a alteração proprioceptiva cervical atua diretamente 
sobre o controle do equilíbrio, estando a perda dessa propriocepção diretamente 
ligada à gênese da dor cervical. 
Em seu estudo, os autores conseguiram ainda concluir que diversas alterações 
que acabam por atrapalhar o equilíbrio postural o pescoço, também influem de 
maneira significativa nesse processo álgico, sendo as alterações mais destacadas por 
eles: déficits visuais, vertigem, disfunções nas articulações intervertebrais cervicais e 
alterações posturais da coluna vertebral como um todo. 
Kalberget al. (1995), apesar de apresentar um estudo um tanto antigo pela sua 
data de publicação, foi o primeiro a correlacionar a dor cervical com transtornos que 
até hoje assombram os fisioterapeutas em sua prática clínica. 
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Em seu estudo, os autores indagaram sobre a associação da restrição de ADM 
cervical, presença de trigger points ativos, disfunções discais e compressões 
radiculares com a dor cervical e seu consequente distúrbio proprioceptivo, o que leva 
a um ciclo vicioso de retroalimentação onde essas disfunções geram dor, estressam 
sensitivamente os proprioceptores que levam a um desequilíbrio cervical que pioram 
as condições já citadas, que por fim novamente incidem com aumento da dor cervical. 
Por fim, Soares et al. (2012), constataram que existe uma grande relação entre 
a postura da cabeça e incidência de dor cervical, sendo que em seu estudo os autores 
encontraram que a alteração postural com maior relação com a cervicalgia é postura 
de interiorização da cabeça, quando se compara indivíduos sintomáticos e 
assintomáticos. 
Prossiga para uma avaliação física completa do paciente, iniciando por sinais 
vitais (você não vai querer deixar passar em
branco uma cervicalgia associada à má 
adesão ao tratamento em um paciente hipertenso), ausculta e observação de padrão 
respiratório (pacientes com doenças respiratórias que apresentam respiração bucal 
interiorizam a cabeça e sobrecarregam a cervical, bem como pacientes com asma ou 
DPOC em fase inicial de controle da doença e com exacerbações frequentes podem 
apresentar dor cervical por uso excessivo de musculatura acessória durante crises 
recentes). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
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Dor. 1ªed. São Paulo: Manole, 2015. 611p. 
 
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Dor. 1ªed. São Paulo: McGraw-Hill, 2009. 335p. 
 
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funcionais relacionadas ao trabalho: registro do sistema de informação de agravos de 
notificação (SINAN/DATASUS). Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, 
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46, n. 1,2, p. 21-24, 2002. 
 
KISNER, C.; COLBY, L.A. Exercícios terapêuticos: Fundamentos e técnicas. 5ªed. 
São Paulo: Manole, 2009. 939p. 
 
QUINTELO, Z.A. Uso do método do RPG no tratamento de paciente de escoliose 
estrutural. Disponível em: < http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/49_-
_Uso_do_MYtodo_RPG_no_tratamento_da_escoliose_Estrutural.pdf> 
 
FURTADO, V.T.S. Benefícios da acupuntura nos esportes de alto rendimento. 
Disponível em: < http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/13/27_-
_Beneficios_da_acupuntura_nos_esportes_de_alto_rendimento.pdf> 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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