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O que é Contrarrazões de Apelação? De forma ampla, temos que contrarrazão é instrumento processual previsto em lei que tem por objetivo contrariar, refutar, combater as razões de um recurso, apresentadas pela parte contrária. Desta feita, temos as contrarrazões de apelação, mas também quanto a outros recursos como recurso ordinário, recurso especial e extraordinário. As contrarrazões de apelação são elaboradas seguindo a mesma forma e estrutura da apelação, qual seja: desenvolve-se uma petição informativa (peça de interposição), apresentando as contrarrazões de apelação ao juízo recorrido, e nela requer-se a remessa do contra arrazoado anexo ao tribunal competente, com o devido cuidado quanto ao prazo para a interposição da resposta ao recurso. Qual a estrutura das Contrarrazões de Apelação? O documento onde se apresenta as contrarrazões de apelação segue um formato semelhante à própria apelação, pelo que deve ser apresentado: I – uma breve narrativa do recurso (resumo), que consiste em narrar as razões do apelante. II – a fundamentação das contrarrazões de apelação: em preliminar, aventar eventual inobservância aos pressupostos recursais; e, no mérito, refutar todos os argumentos do apelante (se conveniente ou cabível tal linha de defesa). III – o requerimento: de acordo com a fundamentação das contrarrazões de apelação, deve se querer ou o não conhecimento do recurso (caso tenha havido alegação de ausência de pressupostos recursais), ou, subsidiariamente, se for conhecido, o seu não provimento, mantendo-se a sentença recorrida in totum. Qual o prazo para apresentação das contrarrazões de apelação Segundo o parágrafo primeiro do artigo 1.010, §1º do Código de Processo Civil, o prazo para a apresentação de contrarrazões de apelação é de 15 (quinze) dias. Porém destacamos a necessidade de se observar as atuais normas aplicadas pelo novo CPC quanto à contagem de prazo. Qual a função processual das contrarrazões de apelação? O objetivo das contrarrazões de apelação é respeitar o princípio da ampla defesa e do contraditório, direito esse constituído em nossa Carta Magna. O Princípio da Ampla Defesa é aplicável em qualquer tipo de processo que envolva o poder sancionatório do Estado sobre as pessoas físicas e jurídicas. O direito à ampla defesa refere-se a uma cláusula pétrea, e portanto não pode ser alterada. Este é o princípio que garante a defesa no âmbito mais abrangente possível, determinando que a defesa é o mais legítimo dos direitos do homem. Nela se apresentam duas regras básicas: a possibilidade de se defender e a de recorrer. A ampla defesa abrange tanto a defesa técnica (o defensor deve estar devidamente habilitado) como a defesa efetiva (a garantia e a efetividade de participação da defesa em todos os momentos do processo, onde se encontra espaço para as contrarrazões de apelação). Junto ao princípio da ampla defesa, o poder constituinte de 1988 trouxe o princípio do contraditório. Este princípio tem como objetivo dar ciência da existência de determinada ação às partes figurantes no polo passivo desta, para, querendo, apresentar a sua defesa. Esta é a norma que assegura, na esfera cível, que o réu não é obrigado a apresentar defesa por se tratar de uma faculdade sua. Caso a defesa não seja apresentada no prazo legal, acarretará em revelia, sendo que todos os fatos alegados pelo autor na petição inicial presumir-se-ão verdadeiros, dispensando a produção de provas. Ambos os princípios estão previstos no artigo quinto da Constituição Federal de 1988, inciso LV.: LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; Assim, por tratar-se de um direito e garantia individual, é considerada cláusula pétrea, não podendo sofrer alterações.