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Direito das Obrigações


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Direito das Obrigações
Conceito de Direito Obrigacional
O direito das obrigações tem por objeto determinadas relações jurídicas que alguns denominam direitos de crédito e outros chamam direitos pessoais ou obrigacionais.
Obrigações compreendem os vínculos de conteúdo patrimonial, estabelecidos de pessoa a pessoa, colocando-as, uma em face da outra, como credora e devedora, de tal modo que um esteja na situação de poder exigir a prestação, e a outra, na contingência de cumpri-la. A obrigação caracteriza-se muito mais por um direito do credor do que por um dever do obrigado, visto que o direito das obrigações consiste exatamente em fornecer meios ao credor para exigir o cumprimento da prestação, seja ela advinda de um contrato, de um ato unilateral de vontade ou de um ato ilícito de alguém que cause prejuízo a outrem.
CARACTERISTICAS
Direitos de natureza pessoal, que resultam de um vínculo jurídico estabelecido entre o credor (sujeito ativo) e o devedor (sujeito passivo), na posição de sujeito passivo, liame este que confere ao primeiro o poder de exigir do último uma prestação.
Também chamados direitos de crédito, os direitos pessoais ou obrigacionais possuem vínculos patrimoniais entre pessoas, impondo ao devedor o dever de prestar, isto é, de dar, fazer ou não fazer algo no interesse do credor, a quem a lei assegura o poder de exigir tal prestação positiva ou negativa. O direito de crédito realiza-se por meio da exigibilidade de uma prestação a que o devedor é obrigado, exigindo, desse modo, sempre, a participação ou colaboração de um sujeito passivo.
Direitos de crédito “são direitos relativos, uma vez que se dirigem contra pessoas determinadas, vinculando sujeito ativo e passivo, não sendo oponíveis erga omnes, pois a prestação apenas poderá ser exigida do devedor” 
“direitos a uma prestação positiva ou negativa, pois exigem certo comportamento do devedor, ao reconhecerem o direito do credor de reclamá-la”
Direitos obrigacionais ou pessoais e direitos reais
Definindo o direito real como poder jurídico, direto e imediato, o titular sobre a coisa.
Segundo Lafayette, direito real “é aquele que afeta a coisa direta e imediatamente, sob todos ou sob certos respeitos, e a segue em poder de quem quer que a detenha”. E direito pessoal “é direito contra determinada pessoa”.
No direito pessoal o sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo determinada prestação. Estabelece uma relação de pessoa a pessoa e tem, como elementos, o sujeito ativo, o sujeito passivo e a prestação. Já nos direitos reais, como elementos essenciais: o sujeito ativo, a coisa e a relação ou poder do sujeito ativo sobre a coisa, chamado domínio.
Principais distinções
Quanto ao objeto: os obrigacionais exigem o cumprimento de determinada prestação. Os reais incidem sobre uma coisa. 
Quanto ao sujeito: no direito obrigacional, o sujeito passivo é determinado ou determinável, enquanto nos direitos reais é indeterminado (todas as pessoas do universo, que devem abster-se de molestar o titular). Todos têm o dever geral de respeitar o poder do titular, surgindo a figura do devedor quando se violasse tal obrigação. 
Quanto à duração: os obrigacionais são transitórios e se extinguem pelo cumprimento ou por outros meios, enquanto os reais são perpétuos, exceto os casos expressos em lei. 
Quanto à formação: as obrigações podem ser livremente criadas pela vontade das partes, enquanto os direitos reais só podem ser criados pela lei, sendo seu número limitado por ela.
Quanto ao exercício: os obrigacionais exigem a figura intermediária do devedor, enquanto os reais são exercidos diretamente sobre a coisa, sem necessidade de um sujeito passivo.
Quanto à ação: no direito obrigacional, só pode ser dirigida contra o sujeito passivo, enquanto no direito real, contra quem quer que detenha a coisa. Malgrado as diferenças apontadas, são muitos os pontos em que eles se entrelaçam. 
Figuras híbridas são figuras intermédias entre o direito pessoal e o direito real.
Obrigações propter rem é a que recai sobre uma pessoa, por força de determinado direito real. Só existe em razão da situação jurídica do obrigado, de titular do domínio ou de detentor de determinada coisa. São direitos por causa da coisa. Ex.: os vizinhos não podem prejudicar o sossego dos outros. Obrigação ambulatória, transmitida por via indireta, ao contrário das obrigações comuns. Caracterizam-se, assim, pela origem e pela transmissibilidade automática. Natureza jurídica é um direito misto, fronteiriço entre os direitos reais e os obrigacionais. Tem características de direito obrigacional, por recair sobre uma pessoa que fica adstrita a satisfazer determinada prestação, e de direito real, pois vincula sempre o titular da coisa. 
Ônus reais
Obrigações com eficácia real são as que, sem perder seu caráter de direito a uma prestação, transmitem -se e são oponíveis a terceiro que adquira direito sobre determinado bem. Ex.: a locação pode ser oposta ao adquirente da coisa locada, se constar do registro.
Evolução da teoria das obrigações, fase pré-romana: não havia direito obrigacional devido à hostilidade entre os grupos. Fase romana: distinção entre direitos pessoais, reais e obrigacionais. Na fase inicial, o devedor respondia com o próprio corpo pelo cumprimento da obrigação. Dava -se excessivo valor ao formalismo. Mais valia a observância do rito prescrito do que o conteúdo da vontade. Isso até a Lex Poetelia Papiria, que substituiu a execução sobre a pessoa pela execução dos bens. Essa ideia subsistiu no Corpus Iuris Civilis e no Código Civil Napoleônico. Do individualismo econômico e da autonomia da vontade, característica da era romana, evoluiu o direito obrigacional para o campo social, com a crescente intervenção do Estado.
Posição do direito das obrigações no Código Civil, o CC/02, atentando para o fato de que as relações jurídicas de natureza obrigacional podem ser estudadas independentemente do conhecimento das noções especiais pertinentes à família, à propriedade e à herança, e que os princípios e a técnica do direito obrigacional influem em todos os campos do direito, alterou a ordem dos livros.
Noções gerais de obrigação
Conceito de obrigação é o vínculo jurídico que confere ao CREDOR (sujeito ativo) o direito de exigir do devedor (sujeito passivo) o cumprimento de determinada prestação. Tem natureza pessoal, de crédito e débito, de caráter transitório, cujo objeto é uma prestação economicamente aferível. A obrigação abrange a relação globalmente considerada, não somente o lado passivo.
Elementos constitutivos da obrigação, sujeitos, objeto e vínculo jurídico. O fato jurídico, como causa da obrigação, é elemento exterior à relação obrigacional. A garantia, por sua vez, pertence mais ao fato processual da ação creditória.
Sujeitos da relação obrigacional (elemento subjetivo). O sujeito ativo é o credor, aquele em favor de quem o devedor, que é o sujeito passivo, prometeu determinada prestação. Ambos podem ser pessoa natural ou jurídica, bem como sociedades de fato. Devem ser determinados ou, ao menos, determináveis. (Ex.: se oferece um troféu ao melhor aluno, obrigações propter rem). Os incapazes, desde que devidamente representados ou assistidos (e autorizados judicialmente, em alguns casos) também podem figurar no polo ativo da relação obrigacional. O sujeito ativo pode ser individual ou coletivo, conforme seja simples ou solidária e conjunta a obrigação. Pode a obrigação também existir em favor de pessoas ou entidades futuras (ex.: nascituros).
Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor.
Objeto da relação obrigacional (elemento objetivo), dar, fazer ou não fazer. É a ação ou omissão a que o devedor fica adstrito e que o credor tem o direito de exigir.
Objeto imediato: Ex.: compra e venda, obrigação de entregar coisa certa.
Objeto mediato: Ex.: compra e venda, veículo.
Deve ser: lícito: não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes. Em princípio, a responsabilidade do devedor estende-se a todo seu patrimônio (o meupatrimônio responde por meus atos obrigacionais). A lei, no entanto, exclui da execução forçada certos bens, tornando-os impenhoráveis (exceções). As obrigações que envolvem interesses meramente morais também são passíveis de prescrição, como a indenização por danos morais.
Vínculo jurídico da relação obrigacional (elemento abstrato), é o liame existente entre o sujeito ativo e o sujeito passivo e que confere ao primeiro o direito de exigir do segundo o cumprimento da prestação. Compõe-se de dois elementos: 
Débito é dever ínsito ao devedor no sentido de satisfazer pontualmente a obrigação. Responsabilidade: vínculo material, confere ao credor não satisfeito o direito de exigir judicialmente o cumprimento da obrigação. 
Vínculo obrigacional: direito à prestação + dever de prestar + garantia.
As fontes das obrigações são os fatos jurídicos que dão origem aos vínculos obrigacionais, em conformidade com as normas jurídicas. 
DAS MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES
Modalidades é o mesmo que espécies. São várias as modalidades ou espécies de obrigações. Podendo ser classificada em categorias, reguladas por normas específicas, segundo diferentes critérios. Essa classificação se mostra necessária, para enquadrá-las na categoria adequada, encontrando aí os preceitos que lhes são aplicáveis.
A obrigação de dar é obrigação de prestação de coisa, que pode ser determinada ou indeterminada. O Código Civil a disciplina sob os títulos de “obrigações de dar coisa certa” (arts. 233 a 242) e “obrigações de dar coisa incerta” (arts. 243 a 246).
Obrigação de dar coisa certa (Arts. 233 a 242, do CC), coisa certa é tudo que pode ser individualizada, identificado quanto a número, modelo, marca, etc. O credor de coisa certa não está obrigado a receber outra coisa no lugar, ainda que seja mais valiosa, tendo em vista que a vontade das partes voltam-se para um determinado objeto. A obrigação de dar coisa certa abrange também os acessórios da coisa, exceto se não houver possibilidade, ou o contrário tiverem ajustado as partes.
Obrigação de dar coisa incerta (Arts. 243 a 246, do CC), coisa incerta é tudo aquilo que não pode ser individualizado, mas que deve ser ao menos indicado quanto a seu gênero e quantidade. Na obrigação de dar coisa incerta, como regra, o devedor é quem deve fazer a escolha da coisa que será entregue ao credor e, neste caso, aplica-se o princípio da equivalência, segundo o qual não se pode entregar a pior coisa quando se está obrigado a entregar melhor. No entanto, as partes podem ajustar que a escolha seja efetuada pelo credor e estabelecer esta deliberação no título. Quando a escolha couber ao devedor, enquanto este não designar qual coisa entregará, não poderá ser alegada a perda ou a deterioração da coisa, ainda que decorrentes de força maior ou caso fortuito.
Obrigações de fazer (Arts. 247 a 249, do CC), ocorre quando o devedor se compromete para com o credor a fazer determinada coisa ou a praticar determinado ato. A obrigação de fazer poder ser personalíssima e não personalíssima.
Obrigações de não fazer (Arts. 250 a 251, do CC), ocorre quando o devedor se compromete perante o credor a não fazer determinada coisa ou a não praticar determinando ato. Assim, se o devedor descumprir a obrigação, praticando o ato que se comprometeu a não praticar, o credor poderá exigir que o devedor desfaça-o, sob pena de mandar o credor desfazê-lo à custa do devedor, sem prejuízo das perdas e danos.
Entretanto, em caso de comprovada urgência, o credor poderá desfazer ou mandar que terceiro desfaça o ato independentemente de autorização judicial, sendo ressarcido do devido. Mas a obrigação de não fazer ficará resolvida para ambas as partes se tornar-se impossível, para o devedor, abster-se do ato. Isto, da mesma forma, consistirá em causa de extinção da obrigação sem o pagamento.
Obrigações divisíveis e indivisíveis (Arts. 257 a 263, do CC)
Obrigações divisíveis são aquelas que podem ser executadas parceladamente, ou seja, em prestações (Art. 257). Exemplo: dívida de R$ 10.000,00, paga em cinco parcelas iguais.
Obrigações indivisíveis são aquelas que não admitem tal parcelamento por sua natureza, por motivos de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico (Art. 258). Exemplo: dívida de R$ 10.000,00, que deve ser paga no prazo de seis meses. A obrigação indivisível perde tal característica se for resolvida em perdas e danos. Mesmo que uma obrigação tenha por objeto uma prestação divisível, o credor não está obrigado a receber de forma parcelada nem o devedor a dessa forma pagá-la, se assim não tiver sido ajustado entre as partes.
Sendo divisível a obrigação e existindo mais de um credor ou mais de um devedor, a obrigação presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos forem os credores ou os devedores (Art. 257). Exemplo: se A deve 15 aos credores conjuntos B, C e D, e sendo divisível a obrigação, isto pressupõe que B, C e D têm direito a receber de A 5 cada um.
Ao contrário, e forem vários devedores e a prestação for indivisível, cada qual será obrigado pela dívida toda (Art. 259). Aquele que pagar, todavia, sub-rogar-se-á do direito do credor (Art. 259, parágrafo único).
Havendo pluralidade de credores, poderá cada um deles exigir a dívida toda. Aos demais credores assistirá o direito de exigir. Do credor que receber a prestação por inteiro, a parte que lhes cabia no total em dinheiro (Art. 260).
Obrigações solidárias (Arts. 264 a 285, do CC)
A solidariedade no direito das obrigações ocorre quando, em decorrência da mesma relação jurídica, a obrigação estabelece-se entre dois ou mais credores (solidariedade ativa) ou dois ou mais devedores (solidariedade passiva), tendo cada um deles direito a exigir a dívida toda ou a ela ficando obrigado, respectivamente (Art. 264). O instituto das obrigações in solidum admite também a modalidade mista, situação em que existirão vários credores e vários devedores na mesma obrigação. Todavia, a solidariedade não é instituto que se presuma, isto é, deve ser resultante de lei ou da vontade das partes (Art. 265). Ressalta-se também que a solidariedade pode ser pura e simples ou estar sujeita à condição, ao prazo ou ao encargo (Art. 266).
Solidariedade ativa (Art. 267 a 274) ocorre quando cada um dos credores tem o direito de exigir do devedor o cumprimento da obrigação por inteiro, denominado de direito individual de persecução (Art. 267). O devedor de obrigação solidária, enquanto não for demandado, poderá pagar a qualquer dos credores (Art. 268). Neste caso, o pagamento efetuado pelo devedor a qualquer dos credores solidários extinguirá a obrigação (Art. 269), o mesmo ocorrendo em caso de novação, de compensação ou de remissão (Art. 272). Caso a prestação converta-se em perdas e danos, subsistirá a solidariedade e em favor de todos os credores, correndo, inclusive, juros de mora (Art. 271).
Entretanto, se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir a receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível (Art. 270). Por outro lado, há que se ressaltar que a um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros (Art. 273). O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde exceção pessoal ao credor que o obteve (Art. 274).
Solidariedade passiva (Art. 275 a 285) ocorre quando cada um dos devedores solidários poderá ser demandado para cumprir a integralidade da obrigação assumida por todos. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto (Art. 275). Não importará renúncia da solidariedade à propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores (Art. 275, parágrafo único). Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destesserá obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível, mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores (Art. 276). O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada (Art. 277). Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes (Art. 278).
Assim, o credor tem o direito de exigir e receber de um ou alguns dos devedores a dívida comum, e, ocorrendo impossibilidade do cumprimento da prestação por culpa de um dos devedores, subsistirá aos demais o encargo de pagar o equivalente, porém, por perdas e danos só responderá o culpado (Art. 279). Caso seja proposta uma ação contra um dos obrigados, todos responderão pelos juros de mora, mas aquele que der causa à situação responderá aos demais pela obrigação acrescida (Art. 280). O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando às exceções pessoais a outro co-devedor (Art. 281). Por outro lado, o credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores (Art. 282); todavia, se o credor renunciar da solidariedade em favor de um ou de alguns, subsistirá a dos demais (Art. 282, parágrafo único).
O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem o direito a exigir de cada um dos codevedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os codevedores (Art. 283). No caso de rateio entre os codevedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente (Art. 284). Se a dívida solidaria interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar (Art. 285).
Ademais, há que se atentar para os seguintes dispositivos legais:
Art. 127, caput, da Lei 11.101/05: “O credor de coobrigados solidários cujas falências sejam decretadas tem o direito de concorrer, em cada uma delas, pela totalidade do seu crédito, até recebê-la por inteiro quando então comunicará ao juízo”.
Art. 54, do Código de Processo Civil: “Quando um devedor solidário é acionado, os demais podem intervir no processo como assistentes, na figura de assistente qualificado”.
Cessão de crédito é um contrato que representa uma modalidade de transmissão obrigacional, na qual uma parte denominada cedente transfere a outra, qualificada cessionária, crédito a título gratuito ou oneroso, parcial ou total, sem a necessidade da concordância do devedor.
Em outras palavras, por meio desse contrato o credor transfere seus créditos a terceiro estranho a relação obrigacional de origem.
Exemplo: “A” (devedor) se compromete a entregar a “B” (credor) uma moto mediante o pagamento de 10 mil reais. B transfere o crédito de receber a moto para “C”. “A” vai entregar a moto para “C” e “B” paga o preço de 10 mil reais. Desse modo, “A” é o cedido; “B” é o cedente; “C” é o cessionário.	
Bibliografia: Gonçalves, Carlos R. Direito Civil Brasileiro - Volume 2 . Disponível em: Minha Biblioteca, (19ª edição). Editora Saraiva, 2022.

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