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PLANEJAMETO URBANO E AMBIENTAL - unidade 1

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PLANEJAMENTO 
URBANO E 
AMBIENTAL
TUTORA: DENISE RUFINO
HISTÓRICO E 
ASPECTOS 
GERAIS DO
PLANEJAMENTO 
URBANO
Tópico 1
A 
HUMANIDADE 
E O 
SURGIMENTO 
DAS CIDADES
Foi após a descoberta da agricultura e da criação de animais que 
surgiram as cidades, a economia e as civilizações, pois só assim a 
humanidade conseguiu se aglomerar em grandes grupos. No final 
das contas foi a agropecuária que criou nossas sociedades.
As cidades nasceram após a formação de aldeias, mas não se trata 
apenas do aumento de casas e do crescimento da população. Ela 
inicia sua existência quando serviços diferentes, não ligados à 
agropecuária, começam a existir, como: a fabricação de artefatos, 
serviços religiosos, medicinais e militares.
Com o crescimento das cidades e de suas populações foram se 
formando regras para organização da sociedade, houve uma 
organização política e hierarquização das classes de trabalhadores.
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Cidades da 
pré-história e 
antiguidade
No fim do que se chama de período pré-histórico nascem as 
primeiras cidades.
Seu surgimento fica estimado entre 5.000 a 3.000 a.C. na 
Mesopotâmia (planalto vulcânico entre dois rios - Tigre e Eufrates), 
região hoje dentro dos limites do Iraque.
 A Mesopotâmia faz parte da região conhecida como Crescente 
Fértil, onde as primeiras civilizações como um todo se 
consolidaram.
Os rios que irrigam essa região são: Jordão, Eufrates, Tigre e o Nilo
Podemos dizer que as primeiras cidades foram as 
constituídas na civilização dos Sumérios.
Incrivelmente esse povo possuía grandes edificações, bairros 
especializados, ruas, sistemas de irrigação, grandes templos e 
grandes fortificações no entorno. 
Tinham conhecimento amplo principalmente sobre 
arquitetura, matemática e astronomia.
As cidades da antiguidade eram chamadas de cidade-estado, 
devido a sua grande importância e independência.
A maior cidade da antiguidade, que chegou a possuir mais de 
quinhentos mil habitantes e foi um grande centro religioso 
chama-se Babilônia.
Outra civilização importante para o histórico das cidades foi a 
grega, que se iniciou aproximadamente em 2.500 a.C.
Os gregos já se preocupavam com o tamanho das cidades, pois 
sabiam que as cidades dependiam dos recursos mais próximos 
e de sua produção agropecuária, ou seja, uma população fora 
de limites traria grandes problemas sociais.
As principais cidades gregas foram: Atenas, Esparta e Tebas. 
Possuíam as características das cidades-estados: eram 
independentes, com governo e padrões militares próprios.
Os romanos foram outra grande civilização do período da 
antiguidade que se utilizou de padrões helênicos (gregos) para 
o planejamento de suas cidades.
Mesmo com todos os esforços e novas tecnologias, o 
crescimento da cidade de Roma e de sua população não foi 
harmonioso. Cerca de 25% da população de Roma não tinha o 
que fazer, faltavam serviços. A comida tinha que ser distribuída 
para que não houvesse enorme mortalidade por fome.
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Além dessas civilizações antigas citadas, existiram outras com 
grandes manifestações urbanísticas por volta de 2.500 a.C. no 
vale do rio Indo na Índia e por volta de 1.500 a.C. no vale dos rios 
Amarelo e Yang-Tsé-Kiang na China.
Na América surgiram civilizações como os Incas, Maias e Astecas, 
também com grandes construções voltadas ao culto religioso e o 
armazenamento de alimentos e sementes.
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Cidades da 
idade média
A partir da queda do império Romano houve uma grande mudança 
no modo de viver da humanidade. Ocorreram as invasões bárbaras e 
serviços e comércio tiveram estagnações nos centros urbanos.
O cristianismo e a igreja católica se fortaleceram e assim se criou o 
sistema feudal. Os bispos exerciam a função de governantes e a 
agricultura se fortaleceu formando grande senhores feudais, que 
acabaram por formar e comandar novas cidades.
Os senhores feudais trocavam o trabalho de habitantes por 
proteção e apoio militar. As cidades então voltaram a ser de 
tamanho reduzido, a terem muralhas e grande nível de subsistência.
Cidades da 
idade moderna
A partir do século XII houve crescimento econômico e com isso 
maior desenvolvimento das chamadas cidades capitais. 
Os monarcas se consolidaram no poder.
O sistema de coleta de imposto se formou de forma rígida para que 
existisse dinheiro para a construção e o crescimento das cidades. 
Porém, o planejamento era precário, ruas estreitas, falta de serviços 
de higiene o que acabava por acarretar disseminação de doenças, 
como a peste negra que chegou a dizimar um terço da população da 
Europa.
A queda da cidade de Constantinopla (atualmente Turquia) 
consolidou o início da Idade Moderna (Renascentismo), pois o 
domínio da cidade para os Otomanos mudou o comércio mundial 
para o oceano Atlântico.
Cidades da 
idade 
contemporânea
Surgiu a revolução industrial e com ela grandes modificações 
econômicas, sociais e ambientais no mundo.
As cidades sofreram alterações em seu planejamento devido a isso. 
Houve um explosivo crescimento demográfico nas cidades, 
iniciando na Inglaterra depois França e Alemanha.
Na Europa como nos Estados Unidos o uso dos trens colaborou 
muito para o crescimento e desenvolvimento das cidades, pois 
facilitou o comércio de importação e exportação de produtos para 
longas distâncias.
Viver nas cidades voltou a ser interessante para as pessoas e iniciou-
se o êxodo rural. As condições sanitárias das cidades não haviam 
evoluído muito desde a idade média, porém, mesmo assim a oferta 
de trabalho nas indústrias atraiu as pessoas para as cidades.
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Em 1830 epidemias começaram a surgir nas principais cidades 
do mundo, como a cólera e o tifo, com isso, a partir de 1850 
começaram adaptações amplas para melhorar as condições das 
principais cidades do mundo, principalmente em termos 
sanitários.
Paris foi uma das cidades em que houve grandes modificações, 
bairros com epidemias foram demolidos, áreas foram limpas, 
bulevares foram construídos trazendo mais verde para a 
cidade.
Nesse período, Londres despejava a maior parte de seu esgoto 
e captava a sua água de uso comum no mesmo rio, chamado 
Tâmisa. Esse era um dos fatores que faziam aumentar a 
incidência de epidemias na cidade.
Em 1848, aprovada a primeira lei sanitária, denominada Public
Health Act, para sanar esse problema.
As indústrias centralizaram as cidades, mas com o passar do tempo 
começou a não haver espaços centrais para as indústrias. Iniciou-se 
assim um processo de descentralização no começo do século XX. 
Indústrias mais poluentes e novas começaram a se instalar na 
periferia formando núcleos secundários na cidade, causando 
descentralização.
O fenômeno da segregação social nas cidades, que sempre ocorreu, 
começa a ser acentuado com a revolução industrial.
A capacidade de renda e/ou nível cultural, involuntariamente 
imposta, acabava por definir a região da cidade que a pessoa iria 
habitar
A EVOLUÇÃO DO 
URBANISMO E 
PLANEJAMENTOURBANO
NO MUNDO E NO 
BRASIL
Durante os séculos XVIII e XX (idade contemporânea) acabaram por 
se formar dois grupos de destaque no urbanismo, os de origem anti
urbana (utópicos) e os técnicos-setoriais.
 Os antiurbanos tinham pensamentos voltados ao socialismo, 
contrários à industrialização, pois seus idealizadores não queriam 
o desenvolvimento das indústrias, preconizavam uma organização 
mais comunitária, próxima da natureza. (utópicos)
A chamada cidade-jardim, proposta por Ebenezer Howard, pode ser 
descrita como uma adaptação da ideologia anti urbana, pois tenta 
unir uma produção agrícola com a industrial de pequena escala.
A ideia de urbanismo de Howard tem até hoje boa aceitação, 
principalmente na Inglaterra e acabou por influenciar o desenho 
urbano de muitas cidades e bairros no Brasil como: Maringá, 
Goiânia, Jardim América e Barra da Tijuca.
 Os técnicos-setoriais se diferenciavam dos antiurbanos, pois 
procuravam resolver os problemas de forma pontual, faziam 
remediações isoladas, não possuíam visão global. Não tinham 
grandes planos utópicos.
Após a segunda guerra mundial houve uma tentativa de reduzir o 
crescimento de Londres. 
Foi implantado um cinturão verde de produção agrícola e uma rede 
de pequenas e médias cidades-satélites no seu entorno. Buscava-se 
subdividir o espaço urbano em unidades autossuficientes quanto 
possível. Essa solução aproximou urbanistas antiurbanos dos 
técnicos-setoriais
No início do século XIX surgiram vários urbanistas que 
seguiam ideias baseadas em unir os ideais antiurbanos e 
técnico-setoriais, que foram chamados de globalizantes 
utópicos pró-industriais e pró-urbanos. 
Destaca-se, nessa época, Le Corbusier, que visou combinar 
áreas verdes, edificações verticais e alta densidade urbana, 
a fim de reduzir custos da urbanização, um pensamento 
ainda atual e bastante interligado com o pensamento do 
desenvolvimento sustentável.
 Em 1933, ocorreu o IV Congresso Internacional de 
Arquitetura Moderna (CIAM), cujo tema foi a ‘Cidade 
Funcional’. Foi um evento histórico com a participação de 
profissionais de renome do urbanismo e que solidificou o 
pensamento urbanista denominado racionalista ou 
funcionalista.
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As conclusões desse encontro foram reunidas em um documento 
denominado a Carta de Atenas, em que foram determinadas ações 
para o desenvolvimento de um urbanismo menos estético e mais 
funcional.
Muito do que temos hoje no Brasil e no mundo em termos de 
planejamento urbano, principalmente em termos legislativos, vem 
das conclusões da Carta de Atenas
ESTUDO DOS 
AMBIENTES
URBANOS
Tópico 2
PRINCIPAIS 
PROBLEMÁTICAS 
E IMPACTOS 
AMBIENTAIS
URBANOS
Segundo Sánchez (2006), o impacto ambiental é um desequilíbrio 
provocado pelo choque da relação do homem com o meio 
ambiente. 
O impacto ocorre quando se muda uma situação base, ou seja, 
situação ambiental existente ou uma condição na ausência de 
determinada atividade.
Conforme o inciso II do artigo 6º dessa resolução, o impacto 
ambiental pode ser positivo (benéfico) ou negativo (adverso), 
diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários 
e permanentes, e pode proporcionar ônus ou benefícios sociais.
Para que ocorra um impacto ambiental sempre existe o que se 
chama de aspectos ambientais, que são as causas potenciais de 
impactos, ou seja, se concretizam como causas quando o impacto 
acontece.
Quando existe planejamento urbano inadequado ou falho, os 
impactos ambientais vão crescendo anualmente e, 
consequentemente, os danos causados por eles também. Assim 
forma-se o que chamamos de passivo ambiental.
São os danos causados ao meio ambiente, as atividades e o custo de 
recuperação desses danos, representa a obrigação, a 
responsabilidade social da empresa ou administração pública com 
aspectos ambientais.
Analisando o histórico do surgimento das cidades, é notável que o 
adensamento populacional nas cidades e seu crescimento 
vertiginoso são as causas (aspectos ambientais) de inúmeros 
impactos ambientais.
Cidades espontâneas: que 
foram crescendo sem nenhum 
planejamento ou com 
instruções básicas.
As problemáticas urbanas 
estão ligadas aos impactos 
ambientais, pois grande parte 
dos problemas que 
observamos nas cidades vem 
de alterações antrópicas 
(feitas pelo homem) não 
planejadas, ou com 
planejamentos ineficazes.
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Desigualdade 
e segregação 
social
O conceito de desigualdade social pode ser amplo, englobando 
desde desigualdade de escolaridade, gênero, oportunidade entre 
outras. Porém, de forma geral entende-se desigualdade social como 
desigualdade econômica (renda).
Dados mostram que 0,7% da população existente possui 45,2% de 
toda a riqueza monetária do mundo.
No Brasil, a desigualdade social historicamente é acentuada. Vem 
diminuindo com oscilações nos últimos 20 anos, porém, ainda de 
forma tímida.
A solução para desigualdade social se concentra na educação de 
qualidade bem distribuída no mundo, em políticas fiscais justas, 
salários justos e infra estrutura de saúde, mobilidade e saneamento.
E o que tem 
haver 
desigualdade 
com impacto 
ambiental?
Começamos pelas ocupações ilegais e favelas, que tem ligação 
direta com a desigualdade social.
O imóvel e terrenos no Brasil de modo geral são caros, sendo que 
para maioria da população brasileira se torna inviável adquirir um 
imóvel, mesmo com trabalho e dedicação durante uma vida inteira.
Em termos ambientais por essas favelas ou áreas de ocupação ilegal 
serem normalmente em áreas de morro ou naturais, ocorrem 
desmatamentos, erosão, desbarrancamentos entre outros 
impactos.
Essas regiões acabam por não ter infraestrutura de esgoto ou água 
pluvial, até mesmo a coleta de lixo usualmente pode não ocorrer, 
sugere então a poluição de nascentes, rios, solo e lençol freático.
Carência de 
saneamento 
básico
Saneamento básico envolve um conjunto de serviços e ações que 
tem o intuito de promover a salubridade ambiental, trazendo assim 
maior qualidade de vida tanto em zonas urbanas como rurais.
O Brasil tem carência de todos esses serviços em muitas regiões, 
porém, de maneira geral é mais evidente os descasos com os 
resíduos sólidos, que trataremos em item específico devido suas 
particularidades; abastecimento de água; drenagem das águas 
pluviais; e o que tange o esgoto sanitário.
 O Saneamento Básico de maneira geral, envolve o recurso natural 
denominado Água.
A água encontra-se distribuída entre doce e salgada da seguinte forma 97,5% salgada (mares e 
oceanos) e apenas 2,5% doce.
Dessa quantidade de água doce 68,9% encontra-se em forma de gelo (calotas polares, geleiras e 
no cume de montanhas); 29,9% são águas subterrâneas (aquíferos); 0,9% são de áreas brejosas 
e pântanos; e apenas cerca de 0,3% estão nos rios e lagos.
Utilizamos essa água doce principalmente de rios e lagos, destinando 70% para a irrigação na 
agricultura; 20% para a indústria e cerca de 10% para uso humano e tratamento de animais.
O maior problema da água no mundo é sua distribuição: 60% em apenas 9 países, enquanto 80 
outros enfrentam escassez.
 O descaso com o tratamento da água é enorme, pois se estima que mais de 80% da água 
usada no mundo não é coletada e nem tratada, isso ocorre principalmente nos países em 
desenvolvimento.
Mesmo a água sendo um recurso renovável existe um tempo para 
que ocorra sua renovação (cerca de 43 mil km cúbicos por ano) para 
possibilitar o uso humano, com isso, pode-se prever que seriam 
necessários 3,5 vezes a quantidade de água doce do mundo se toda 
a população mundial consumisse água como um europeu ou 
americano.
No Brasil a água é um recursoabundante, possuímos os dois dos 
maiores aquíferos do mundo (Guarani e Alter do Chão), além de uma 
quantidade invejável de rios e lagos (cerca de 12% da água doce do 
mundo). Porém, o nível de poluição sobre nossas águas e 
desperdício é imenso.
A situação 
brasileira, em 
termos de 
abastecimento, 
é:
 82,5% dos brasileiros são atendidos com abastecimento de água 
tratada. Porém, mais de 35 milhões de brasileiros ficam sem o acesso 
a este serviço básico.
 A cada 100 litros de água coletados e tratados, em média, apenas 67 
litros são consumidos. Perde-se 37% da água, seja com vazamentos, 
roubos e ligações clandestinas, falta de medição ou medições 
incorretas no consumo de água.
 A soma do volume de água perdida por ano nos sistemas de 
distribuição das cidades daria para encher 6 (seis) sistemas Cantareira.
 A região Sudeste apresenta 91,7% de atendimento total de água; 
enquanto isso, o Norte apresenta índice de 54,51%. A região Norte é a 
que mais perde, com 47,90%; enquanto isso, o Sudeste apresenta o 
menor índice com 32,62%.
 A média de consumo per capita de água no Brasil em três anos é de 
165,3 litros por habitante ao dia. Em 2014, este valor foi 162 l/hab.dia. 
Em três anos, a região Sudeste apresentou o maior índice com 192 
l/hab.dia e o menor foi o Nordeste com 125,3 l/hab.dia. Em 2014, o 
Sudeste continuou como maior índice 187,9 l/hab.dia e o Nordeste 
como o menor de 118,9 l/hab.dia.
A drenagem das águas de uma cidade é outro requisito importante 
do Saneamento Básico, que influi na qualidade das águas.
Nas cidades ocorre uma grande impermeabilização do solo, as 
calçadas, ruas e edificações impedem que a água da chuva possa 
infiltrar no solo.
Quando chove o lixo que a população descarta nas ruas acaba indo 
diretamente para essas áreas naturais contaminando rios e animais, 
além de condicionar o aparecimento de vetores de doenças.
As águas pluviais, na maioria dos casos, acabam adquirindo 
velocidades intensas dentro do sistema de drenagem e quando são 
descartadas causam erosões enormes deformando leitos de rios, 
podendo chegar a causar o aterramento do leito original.
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Estima-se que de toda água que se precipita sobre as áreas 
continentais do mundo, a maior parte (60 a 70%) se infiltra, 
porém, uma significativa parte de 30 a 40% escoa diretamente 
para as bacias hidrográficas.
A água que se infiltra tem a função de manter os rios fluindo 
em uma vazão padronizada o ano todo, mesmo quando 
existem épocas de estiagem.
Enorme grau de impermeabilização nas cidades associado a 
níveis altos de precipitação levam a formação de enchentes, 
pois a vazão dos rios se eleva rapidamente fazendo estes 
transbordarem levando acúmulo de água para regiões 
urbanas e rurais.
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A situação 
brasileira, em 
termos de 
coleta e 
tratamento de 
esgoto, é:
 48,6% da população têm acesso à coleta de esgoto.
 Mais de 100 Milhões de brasileiros não têm acesso a este serviço.
 Mais de 3,5 milhões de brasileiros, nas 100 maiores cidades do país, 
despejam esgoto irregularmente, mesmo tendo redes coletoras 
disponíveis.
 Mais da metade das escolas brasileiras não têm acesso à coleta de 
esgotos.
 47% das obras de esgoto do PAC, monitoradas há seis anos, estão em 
situação inadequada. Apenas 39% foram concluídas e, hoje, 12% se 
encontram em situação normal.
 40% do esgoto do Brasil não são tratados, sendo descartado in natura 
nas bacias hidrográficas.
 A média das 100 maiores cidades brasileiras em tratamento dos 
esgotos foi de 50,26%. Apenas 10 delas tratam acima de 80% de seus 
esgotos.
 As capitais brasileiras lançaram 1,2 bilhão de m³ de esgotos na 
natureza em 2013.
Acúmulo de 
resíduo sólido 
(lixo)
Podemos definir resíduos sólidos como toda e qualquer sobra da 
atividade humana que gere algum tipo de material sólido. 
Os resíduos sólidos podem ser classificados em domésticos, 
hospitalares, comerciais, industriais e especiais (entulhos de 
construção civil ou matéria animal e vegetal).
 Existe no mundo todo, principalmente nos países mais 
desenvolvidos, um exagerado consumo de produtos 
industrializados necessários ou supérfluos, com isso um problema 
de geração de resíduos sólidos imensa, com destinação e usos 
bastante inadequados causando ou intensificando impactos 
socioambientais, tais como: degradação do solo, poluição de 
recursos hídricos (nascentes, rios, lençóis freáticos, aquíferos e 
oceanos), enchentes, poluição do ar, proliferação de vetores de 
doenças e a degradação social de catadores de resíduos que 
acabam por trabalhar em condições insalubres nas ruas e nas 
áreas de disposição final
De acordo com relatório do Programa da ONU para o Meio 
Ambiente (PNUMA), realizado em 2015, constatou-se que 90% do 
lixo eletrônico do mundo, com valor estimado em 19 bilhões de 
dólares, foi comercializado ilegalmente ou jogado no lixo a cada 
ano.
Quando falamos em lixo orgânico também é possível constatar o 
imenso desperdício que existe no mundo, pois grande parte desse 
tipo de lixo é composto por restos de alimentos estragados por não 
terem sido consumidos.
 Em um estudo elaborado por especialistas que analisaram dados 
de resíduos recolhidos nos oceanos em 192 países no ano de 2010, 
se estimou que uma média de 8 milhões de toneladas de lixo 
plástico são lançadas nos oceanos anualmente, sendo a China 
maior “lançadora”.
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O Brasil gerou aproximadamente 78,6 milhões de toneladas de 
resíduos sólidos urbanos em 2014, crescimento de 2,9% em relação 
ao volume d ano anterior.
A média de geração de resíduos sólidos urbanos no país, segundo 
dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e 
Resíduos Especiais (Abrelpe) em 2014 foi de 1,08 kg por hab./dia, ou 
seja, um total de 387,63 kg por hab./ano, um padrão próximo aos 
dos países da União Europeia, cuja média é de 1,2 kg por dia por 
habitante.
Segundo a Abrelpe (2015) o país obteve um índice de 58,4% de 
destinação final adequada em 2014, o que é significativo, porém, a 
quantidade desses resíduos destinada a locais inadequados totaliza 
29.659.170 toneladas no ano (41,6%) que acabaram em lixões ou 
aterros controlados.
Em 2014 uma alarmante porcentagem de 59,8% de nossos 
municípios (3.334 municípios) continuaram a realizar uma 
destinação final imprópria.
Comparando os anos de 2010 a 2014 a produção de resíduos sólidos 
urbanos cresceu 29%, a cobertura dos serviços de coleta passou de 
88,98% para 90,68% e a quantidade de postos de trabalho diretos 
subiu mais de 18%.
O percentual de resíduos encaminhados para aterros sanitários 
permaneceu praticamente inalterado nos últimos anos, sendo 
57,6% em 2010 e 58,4% em 2014, infelizmente as quantidades 
destinadas inadequadamente aumentaram, e chegaram a cerca de 
30 milhões de toneladas por ano, em 2014.
Gastou-se em média R$ 119,76 por habitante/ano na coleta de 
resíduos sólidos urbanos e demais serviços de limpeza urbana no 
Brasil no ano de 2014, mas o triste é que esse valor é insuficiente e 
demonstra descaso, pois com ele é possível constatar que houve 
aumentos irrisórios ao longo dos anos para liquidar com essa 
problemática.
Trânsito 
caótico
De acordo com Organização Mundial da Indústria Automobilística 
(OICA) em 2008 a frota de carros no mundo passou de 1 bilhão e acada ano aumenta consideravelmente.
Nas áreas metropolitanas o problema da poluição do ar tem-se 
constituído numa das mais graves ameaças à qualidade de vida dos 
seus habitantes.
De acordo com dados do Banco Mundial cerca de 15% das emissões 
de gases de efeito estufa vem desse tipo de veículo e em vinte anos 
estima-se que chegará a 20%.
 Estudos do laboratório de poluição atmosférica d Universidade de 
São Paulo (USP) evidenciam que os paulistanos vivem em média 
dois anos a menos por causa dessa poluição. Em 2013 foram 
calculadas quase 20 mortes por dia na cidade devido à poluição 
atmosférica.
Outro problema do uso extremo de veículos automotores nas 
cidades são os congestionamentos, que por sinergia aumenta 
estresse e doenças que atacam fisiologicamente e 
psicologicamente.
De forma geral estima-se que o tráfego de veículos responde por 
cerca de 90% das emissões de CO, 80 a 90% das emissões de NOx, 
hidrocarbonetos e uma boa parcela de partículas, constituindo uma 
ameaça à saúde humana.
 Existe diferença na toxicidade e tipos de poluentes que cada tipo 
de veículo automotor joga na atmosfera.
Veículos pesados (ônibus e caminhões) são responsáveis pela maior 
fração das emissões de óxidos de nitrogênio e de enxofre, enquanto 
que os veículos leves (automotores de passeio e de uso misto), 
movidos à gasolina e a álcool, são os principais emissores de 
monóxido de carbono e hidrocarbonetos.
FUNDAMENTOS 
AMBIENTAIS 
PARA
PLANEJAMENTO 
URBANO
Tópico 3
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CENÁRIO 
AMBIENTAL 
MUNDIAL E 
BRASILEIRO
Resumindo, a população cresce desenfreadamente e assim o 
consumo e produção de alimento de alimento.
Apenas 14 países ainda possuem terras férteis e aráveis para a 
agricultura. O Brasil é um deles, pois tem potencial enorme para 
aumentar sua produção de alimentos e sem precisar desmatar ou 
ocupar áreas de importância ecológica vital.
Infelizmente, Empresas e governo utilizam-se hoje do medo da falta 
de alimentos para lucrar rápido e degradar muito.
No Brasil o chamado novo Código Florestal, aprovado em 2012, 
trouxe vários retrocessos em termos de proteção ambiental, 
colaborando para desmatamentos e ocupação de áreas que 
deveriam ser destinadas a conservação da natureza.
A questão é que a fome e a miséria do mundo sempre existiram 
devido à má distribuição de renda e outras especificidades e não da 
ineficácia da produção agropecuária ou da falta de alimentos.
Hoje temos variadas formas de produzir alimentos, algumas 
bastante impactantes em termos ambientais, mas de maneira geral 
conseguimos ter produção eficiente, ou seja, produzir mais em cada 
vez menos espaço.
Outro problema que temos é o consumo de carne fora do normal e 
aumentando gradativamente. A pecuária vem se utilizando de 
métodos bastante impactantes em sua produção, desmatando 
florestas naturais e utilizando de grandes espaços, o que traz sérios 
problemas para um mundo tão carente de conservação.
Temos mais de 40% das florestas tropicais do mundo destruídas ou 
em processo de arenização (abertura de áreas para ampliação do 
agronegócio são o principal motivo)
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Temos um país megadiverso. Precisamos da biodiversidade, tanto 
pelo equilíbrio dos ecossistemas, como para nossa economia, pois 
em torno de 60% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial está 
relacionado diretamente com os produtos vindos dela. Madeira, 
remédios, algodão, comida, tinta, papel e tantos outros produtos 
essenciais existem por causa da diversidade de espécies.
O ser humano está na terra há apenas 400 mil anos. Mudanças no 
planeta podem nos extinguir com certa facilidade, somos 
quebradiços. A temperatura da terra viável para nossa sobrevivência 
só é possível devido ao efeito estufa. Afetar o equilíbrio da “nossa” 
estufa significa um suicídio global.
Estamos devolvendo 300 milhões de anos de poluição, 
principalmente gás carbônico, na nossa atmosfera. Além disso, 
novamente o agronegócio, principalmente a pecuária, e sua escala 
de produção absurda, geram a maior parte dos gases de efeito 
estufa na nossa atmosfera (quantidade de estrume e espaço 
absurdos).
CONCEITOS 
BÁSICOS DE 
FUNDAMENTOS 
AMBIENTAIS -
Percepção 
ambiental
Se refere à maneira que uma pessoa ou um grupo de pessoas com 
características socioculturais semelhantes compreendem o lugar 
em que vive, seu espaço, a paisagem ao seu redor.
Atualmente, a ciência nos alerta que essa percepção ambiental de 
nossos antepassados e pioneiros é degradante para a civilização, o 
problema é que muitas pessoas ainda tem essa visão de antes.
Sendo assim, para o planejamento urbano a percepção ambiental 
dos cidadãos e seus grupos é importante de ser diagnosticada, pois 
com isso será possível perceber o que a população deseja de 
modificações, do nível de entendimento das problemáticas 
existentes, dos possíveis cenários para o futuro entre outros 
aspectos relevantes.
Meio ambiente
De acordo com a Resolução Conama nº 306/2002 meio Ambiente é o 
conjunto de condições, leis, influência e interações de ordem física, 
química, biológica, social, cultural e urbanística, que permite, abriga 
e rege a vida em todas as suas Formas.
A Lei nº 6.938/1981 (Política Nacional de Meio Ambiente), em seu 
artigo 3º, parágrafo primeiro, define meio ambiente como “o 
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, 
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as 
suas formas”.
Constantemente em planejamento urbanos fala-se em meio 
ambiente urbano, referindo-se às interações e condições da 
paisagem de ordem física, química e biológica na região urbana que 
regem a vida, reduzindo assim a área de abrangência do termo meio 
ambiente.
Ecossistema 
x 
Bioma
No Brasil temos seis biomas oficiais: Amazônia (49,29% do território 
brasileiro), Cerrado (23,92%), Mata Atlântica (13,04%), Caatinga 
(9,92%), Pampa ou Campos Naturais (2,07%) e Pantanal (1,76%).
Atualmente as áreas da maioria dos biomas, com exceção do bioma 
Amazônico, não é mais constituída em sua grande parte por áreas 
naturais, hoje as áreas naturais estão fragmentadas, o território 
deles está ocupado em grande parte por cidades, pastagens, 
plantios agrícolas e silviculturais.
 no bioma Amazônico não existe apenas um tipo de vegetação, não 
se trata apenas de um tipo de floresta, são vários, porém, 
possuindo características semelhantes e agrupados em uma 
mesma região.
Biodiversidade
Biodiversidade é a totalidade da variação hereditária em formas de 
vida, em todos os níveis de organização biológica, desde os genes e 
cromossomos dentro de cada espécie isolada até o próprio espectro 
de espécies e afinal, no mais alto nível, as comunidades que vivem 
em ecossistemas como florestas e lagos.
Na definição de Wilson fica claro que a biodiversidade se refere a 
todas as formas de vida, ou seja, todas as espécies.
Se a população de uma determinada espécie tem pouca 
variabilidade genética isso significa que são aparentados e nos 
cruzamentos isso causará ao longo do tempo deterioração das 
formas de adaptabilidade, ou seja, enfraquecimento e até extinção 
da espécie.
 Da biodiversidade vem nossos remédios (hipertensivos de veneno 
de cobras, remédios de variadas doenças de rãs e tipos de plantas 
entre outros), nossas roupas (variedades de algodão e seda vinda 
do bicho-da-seda), nossos móveis (várias espécies de árvores), 
nossos alimentos (animais, vegetais, frutas, verduras entre outros)e a matéria prima de inúmeros materiais industrializados.
Qualidade de 
vida
Segundo Cortella (2013) para ter qualidade de vida, ou seja, o bem 
viver temos que viver as inúmeras dimensões de nossa existência: 
família, trabalho, amizade e cidadania, sem ter sofrimento e culpa.
Preencher todos os requisitos para que se considere uma qualidade 
de vida no mais alto nível é extremamente complexo, pois muitos 
dos fatores que levam a boa qualidade de vida não são de 
responsabilidade exclusiva do cidadão, dependem das instituições, 
de políticas públicas, de infraestrutura, da conservação ambiental 
entre outros fatores.
Paisagem
Para conceituar cientificamente a paisagem, principalmente na 
Geografia, formou-se uma dicotomia, que de forma geral perdura 
até hoje.
Sotchava, em 1963, formou a noção de geossistema: um fenômeno 
natural, influenciado pelos fatores econômicos e sociais, que podem 
transformar sua estrutura e suas peculiaridades espaciais, surgindo 
dessas influências as paisagens antropogênicas, ou seja, os estados 
variáveis e primitivos dos geossistemas naturais.
Atualmente, a paisagem entra em estudos tanto de enfoque 
subjetivo, como de enfoque sistêmico.
A paisagem não é a simples adição de elementos geográficos 
disparatados. É, em uma determinada porção do espaço, o 
resultado da combinação dinâmica, portanto instável, de elementos 
físicos, biológicos e antrópicos que, reagindo dialeticamente uns 
com os outros, fazem da paisagem um conjunto único e 
indissociável, e em perpétua evolução.
Desenvolvimento 
sustentável
Durante a Eco 92 (reunião mundial para discussão de assuntos 
ambientais e de desenvolvimento realizado em 1992 no Rio de 
Janeiro) foi formulado um documento ratificado por 179 países 
denominado Agenda 21, nesse o conceito foi moldado e foram 
determinadas mais de 2.500 recomendações para o alcance dos 
objetivos da sustentabilidade.
 Desenvolvimento Sustentável é um modelo econômico, político, 
social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça as 
necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade 
das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades 
(AGENDA 21, 2002).
De forma geral, Desenvolvimento Sustentável visa o bem estar da 
coletividade no presente e no futuro e propõe alcançar esse objetivo 
através da construção de um novo modelo de mundo, ainda não 
existente, que englobe ações que sustentem a diversidade e a 
disponibilidade de recursos naturais, no mínimo nas seguintes 
dimensões: social, econômica, ambiental e cultural.
Seguindo os preceitos da Agenda 21 e das discussões globais em 
torno do tema, para se alcançar o desenvolvimento sustentável, em 
termos sociais, cabe alterar modos de vida e quebrar paradigmas. A 
sociedade deve agir dentro do que é realmente importante para 
sobrevivermos e termos dignidade. Precisamos de distribuição de 
renda mais justa para que existam avanços em termos sociais.
Em termos econômicos, as mudanças necessárias focam nos nossos 
modos de consumir e produzir.
Culturalmente, o que fica claro no desejo da sustentabilidade é a 
valorização dos variados tipos de povos e suas formas de viver. Cada 
cultura fornece, diversidade de informações, criatividade na resolução 
de problemas e, claro, consumo diferenciado de nossos recursos.
Em termos ambientais, é essencial entendermos o funcionamento 
natural dos processos ecológicos. Ouvir os cientistas e trabalhar as 
áreas naturais para que continuem a nos fornecer recursos com 
abundância e melhorando a distribuição por todo planeta.
Avaliação de 
impacto 
ambiental
Esse tipo de avaliação é a base de nosso sistema de licenciamento 
ambiental e também é utilizada para algumas certificações 
ambientais.
Trata-se de um processo formal para identificar os efeitos de 
determinada atividade sobre o ambiente (físico, biológico, 
econômico e social) e determinar as medidas para prevenir, corrigir 
e compensar os impactos, além de monitorá-los.
 É preconizado pela Lei 6.938/81, no licenciamento de atividades 
efetivas ou potencialmente poluidoras, sendo um instrumento da 
Política Nacional do Meio Ambiente.
Fica estipulado que esse deve ser composto dos seguintes 
itens:
■ Descrição do projeto e suas alternativas.
■ Etapas de planejamento, construção, operação.
■ Delimitação e diagnóstico ambiental das áreas de 
influência.
■ Identificação, medição e valorização dos impactos.
■ Identificação das medidas mitigadoras: aquelas capazes 
de diminuir o
impacto negativo, sendo, portanto, importante que 
tenham caráter preventivo
e ocorram na fase de planejamento da atividade.
■ Programa de monitoramento dos impactos.
Segundo a 
Resolução 
CONAMA nº 
1/1986 o RIMA 
deve conter:
 Os objetivos e as justificativas do projeto, sua relação e sua compatibilidade com as 
políticas setoriais, planos e programas governamentais.
 A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando para 
cada um deles, nas fases de construção e operação, a área de influência, as matérias 
primas e mão de obra, as fontes de energia, os processos e técnica operacionais, os 
prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia e os empregos diretos e indiretos a 
serem gerados.
 A síntese dos resultados dos estudos de diagnóstico ambiental da área de influência do 
projeto.
 A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e da operação da 
atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de 
incidência dos impactos e indicando métodos, técnicas e critérios adotados para sua 
identificação, quantificação e interpretação.
 A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando as 
diferentes situações da adoção do projeto e suas alternativas e a hipótese de sua não 
realização.
 A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos 
impactos negativos, mencionando aqueles que não puderam ser evitados, e o grau de 
alteração esperado.
 O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos.
 A recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e comentários de 
ordem geral).
 O EIA e o Rima são dois documentos distintos com objetivos diferenciados, mas o RIMA 
é dependente do EIA.