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Resumindo: • Compreensão de textos: é a decodificação da mensagem, ou seja, análise do que está no explícito no texto. • Interpretação de textos: é a interpretação que fazemos do conteúdo, ou seja, quais conclusões chegamos por meio da conexão de ideias e, por isso, vai além do texto. O que é interpretação de textos? A interpretação de textos envolve a capacidade de chegar a determinadas conclusões após fazer a leitura de algum tipo de texto (visual, auditivo, escrito, oral). Por isso, a interpretação de texto é algo subjetivo e que pode variar de leitor para leitor. Isso porque cada um possui um repertório interpretativo que foi sendo adquirido ao longo da vida. Vale lembrar que o repertório interpretativo do leitor advém, em grande parte, da leitura. Portanto, ler é um ato essencial e que auxilia na melhor interpretação dos textos e conexão das ideias. O que é compreensão de textos? Compreender um texto é entender a mensagem que ele está transmitindo de maneira objetiva. Assim, a compreensão textual envolve a decodificação da mensagem que é realizada pelo leitor. Quando ouvimos, por exemplo, um noticiário, compreendemos a mensagem passada e qual sua finalidade (informar o ouvinte de algum acontecimento, por exemplo). Para compreender os textos escritos não é diferente, porém requer o conhecimento da língua, do vocabulário e das funções relacionadas com linguagem e a comunicação. Logo, por meio da interpretação das palavras e das frases podemos compreender melhor a mensagem que está sendo transmitida. Por isso, ter um dicionário por perto é sempre uma dica boa, se caso houver algum termo desconhecido. Saiba mais sobre: • A importância da leitura Interpretação de Textos 3 • Estratégias de leitura • Dicas de interpretação de textos Exemplos de compreensão e interpretação de textos Para compreender melhor esses conceitos, confira abaixo dois exemplos de compreensão e interpretação de textos que caíram no Enem. 1. (Enem-2012) O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações visuais e recursos linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir a ideia que pretende veicular. b) ironia para conferir um novo significado ao termo “outra coisa”. c) homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da população pobre e o espaço da população rica. d) personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico. e) antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira de descanso da família. Comentário da questão Resposta correta: a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir a ideia que pretende veicular. Interpretação de Textos 4 A questão acima é um bom exemplo de compreensão e interpretação de texto visual. O humor gerado pela charge advém da polissemia da palavra "rede", ou seja, dos diferentes significados que ela carrega. Na cultura indígena, a rede é um objeto utilizado para dormir. Já rede social, termo que surgiu por meio do avanço da internet, representa espaços virtuais de interação entre grupos de pessoas ou de empresas. Uma interpretação que podemos obter com a observação da charge é sobre a desigualdade social que atinge muitas pessoas as quais não possuem condições financeiras de ter acesso à internet. 2. (Enem-2019) Qual a diferença entre publicidade e propaganda? Esses dois termos não são sinônimos, embora sejam usados indistintamente no Brasil. Propaganda é a atividade associada à divulgação de ideias (políticas, religiosas, partidárias etc.) para influenciar um comportamento. Alguns exemplos podem ilustrar, como o famoso Tio Sam, criado para incentivar jovens a se alistar no exército dos EUA; ou imagens criadas para “demonizar” os judeus, espalhadas na Alemanha pelo regime nazista; ou um pôster promovendo o poderio militar da China comunista. No Brasil, um exemplo regular de propaganda são as campanhas políticas em período pré- eleitoral. Já a publicidade, em sua essência, quer dizer tornar algo público. Com a Revolução Industrial, a publicidade ganhou um sentido mais comercial e passou a ser uma ferramenta de comunicação para convencer o público a consumir um produto, serviço ou marca. Anúncios para venda de carros, bebidas ou roupas são exemplos de publicidade. A função sociocomunicativa desse texto é a) ilustrar como uma famosa figura dos EUA foi criada para incentivar jovens a se alistar no exército. b) explicar como é feita a publicidade na forma de anúncios para venda de carros, bebidas ou roupas. c) convencer o público sobre a importância do consumo. d) esclarecer dois conceitos usados no senso comum. e) divulgar atividades associadas à disseminação de ideias. Interpretação de Textos 5 Anotações: _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ Gêneros e tipos textuais Gêneros e tipos textuais 1MÉRITO Apostilas Gêneros e tipos textuais A comunicação é um processo que envolve o uso de signos e regras semióticas¹ entre os interlocutores para a troca de informações entre si. A operação básica de enviar e receber outra mensagem configura o principal processo social por meio da linguagem. Por meio da linguagem, você pode interagir com outras pessoas e alterar as palavras de acordo com o contexto. Observe que, ao longo do dia, podemos estar envolvidos em diferentes tipos de situações, cada uma das quais requer um comportamento de linguagem apropriado. O resultado é o surgimento do tipo e gênero de texto. Nestes casos, o locutor ou autor lança os alicerces para a construção de um determinado discurso de forma a atendê-lo efetivamente. ¹ Semiótica é o estudo dos signos, que consistem em todos os elementos que representam algum significado e sentido para o ser humano, abrangendo as linguagens verbais e não-verbais. Fonte: Significados. Gêneros e tipos textuais O tipo de texto, ou tipo textual, é configurado como um modelo fixo e abrangente projetado para distinguir e definir a estrutura, bem como os aspectos linguísticos da narrativa, ensaio, descrição e explicação. Os tipos de texto têm uma estrutura definida e possibilidades limitadas, que variam de cinco a nove tipos. Por outro lado, os gêneros textuais apresentam maior diversidade e desempenham funções sociais específicas. Além disso, mesmo que as características principais sejam mantidas, elas estão sujeitas a alterações com o tempo. Um exemplo prático: carta. Até recentemente, era um dos principais meios de comunicação para a escrita à distância. 2 Gêneros e tipos textuais Gêneros Textuais Cada texto possuiu uma estrutura e linguagem. Existem inúmeros gêneros textuais dentro das categorias tipológicas de texto. Em outras palavras, gêneros textuais são estruturas textuais peculiares que surgem dos tipos de textos: narrativo, descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo e injuntivo. Tipos textuais A tipologia textual é classificada de acordo com a estrutura e a finalidade de um texto. Cada tipo de texto cumpre uma função e, para isso, possui um modo específico de enunciar e realizar a comunicação. 1- Texto Narrativo Os textos narrativos apresentam ações de personagens no tempo e no espaço. A estrutura da narração é dividida em: apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho. Exemplos de gêneros textuais narrativos: • Romance • Novela • Crônica • Contos de Fada • Fábula • Lendas 2- Texto Descritivo Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor determinada pessoa, objeto, lugar, acontecimento. Dessa forma, são textos repletos de adjetivos, 3 Gêneros e tipos textuais os quais descrevem ou apresentam imagens a partir das percepções sensoriais do locutor (emissor). Exemplos de gêneros textuais descritivos: • Diário • Relatos (viagens, históricos, etc.) • Biografia e autobiografia • Notícia • Currículo • Lista de compras • Cardápio • Anúncios de classificados 3- Texto Dissertativo- a rgumentativo Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor um tema ou assunto por meio de argumentações. São marcados pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo que tentam persuadir o leitor. Sua estrutura textual é dividida em três partes: tese (apresentação), antítese (desenvolvimento), nova tese (conclusão). Exemplos de gêneros textuais dissertativos: • Editorial Jornalístico • Carta de opinião • Resenha • Artigo • Ensaio • Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado 4 Gêneros e tipos textuais 4- Texto Expositivo Os textos expositivos possuem a função de expor determinada ideia, por meio de recursos como: definição, conceituação, informação, descrição e comparação. Exemplos de gêneros textuais expositivos: • Seminários • Palestras • Conferências • Entrevistas • Trabalhos acadêmicos • Enciclopédia • Verbetes de dicionários 5- Texto Injuntivo O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é aquele que indica uma ordem, de modo que o locutor (emissor) objetiva orientar e persuadir o interlocutor (receptor). Por isso, apresentam, na maioria dos casos, verbos no imperativo. Exemplos de gêneros textuais injuntivos: • Propaganda • Receita culinária • Bula de remédio • Manual de instruções 5 Gêneros e tipos textuais Exercícios Exercício 1 São Paulo, 18 de agosto de 1929. Carlos [Drummond de Andrade], Achei graça e gozei com o seu entusiasmo pela candidatura Getúlio Vargas – João Pessoa. É. Mas veja como estamos... trocados. Esse entusiasmo devia ser meu e sou eu que conservo o ceticismo que deveria ser de você. (...). Eu... eu contemplo numa torcida apenas simpática a candidatura Getúlio Vargas, que antes desejara tanto. Mas pra mim, presentemente, essa candidatura (única aceitável, está claro) fica manchada por essas pazes fragílimas de governistas mineiros, gaúchos, paraibanos (...), com democráticos paulistas (que pararam de atacar o Bernardes) e oposicionistas cariocas e gaúchos. Tudo isso não me entristece. Continuo reconhecendo a existência de males necessários, porém me afasta do meu país e da candidatura Getúlio Vargas. Repito: única aceitável. Mário [de Andrade] Renato Lemos. Bem traçadas linhas: a história do Brasil em cartas pessoais. Rio de Janeiro: Bom Texto, 2004, p. 305 (Enem - 2007) A carta é um gênero textual em que existe sempre um emissor (remetente) e um receptor (destinatário). No trecho acima, a carta escrita para Carlos revela um exemplo de: a) carta pessoal b) carta do leitor c) carta aberta d) carta argumentativa e) carta comercial 6 Gêneros e tipos textuais Exercício 2 Eça de Queirós, um dos maiores escritoresdo realismo português, é conhecido por sua prosa onde ele criou novas formas de linguagens, neologismos e mudanças na sintaxe. O trecho abaixo é de sua obra mais emblemática “O primo Basílio” "Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de fazenda preta, bordado a sutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco desmanchado, com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava- se, torcido no alto da cabeça pequenina, de perfil bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das louras; com o cotovelo encostado à mesa acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave dos seus dedos, dois anéis de rubis miudinhos davam cintilações escarlates." De acordo com os gêneros textuais, a intenção do autor foi a) relatar sobre a manhã da personagem b) narrar os fatos habituais daquela manhã c) descrever aspectos da personagem e de suas ações d) apresentar o principal jornal lido pela personagem e) dissertar sobre a roupa utilizada pela personagem 7 Gêneros e tipos textuais Exercício 3 Qual das alternativas abaixo contém somente gêneros textuais? a) romance, descrição, biografia b) autobiografia, narração, dissertação c) bula de remédio, propaganda, receita culinária d) contos, fábulas, exposição e) seminário, injunção, declaração Exercício 4 "Experimente o nova e deliciosa barrinha de chocolate asteca: com mais de 70% de cacau e 0% de gordura saturada." A oração acima faz parte do gênero textual: a) notícia b) propaganda c) editorial d) bilhete e) declaração 8 Gêneros e tipos textuais Exercício 5 Pé de moleque Ingredientes 3 xícaras de amendoim torrado e moído 3 xícaras de açúcar 1 ½ xícaras de leite Modo de Fazer Leve todos os ingredientes ao fogo, mexendo sempre e até desgrudar da panela. Em seguida, despeje em mármore e espere esfriar e endurecer. Por fim, corte em pequenos pedaços. As receitas culinárias são gêneros textuais que instruem as pessoas a fazerem algo, seguindo um passo a passo. Esse tipo de gênero pertence aos textos a) prescritivos b) narrativos c) descritivos d) injuntivos e) expositivos 9 Gêneros e tipos textuais Gabarito Exercício 1 Alternativa a) carta pessoal A carta pessoal é escrita por pessoas que já se conhecem e possuem algum grau de intimidade. Nela, o remetente (quem escreve) pode abordar assuntos pessoais demonstrando sua opinião sobre determinado tema. Mário revela a Carlos que a candidatura de Getúlio vargas, segundo sua opinião, é a única aceitável no momento. Exercício 2 Alternativa c) descrever aspectos da personagem e de suas ações A intenção do escritor é descrever, detalhar, mostrar alguns aspectos que caracterizam a personagem naquele momento: a roupa que está usando, o jeito do cabelo, a cor da pele, a maneira como está apoiada na mesa e os movimentos que realiza com os dedos. Exercício 3 Alternativa c) bula de remédio, propaganda, receita culinária Os gêneros textuais são estruturas peculiares que surgem dos cinco tipos de textos: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo. Não devemos confundir os tipos de textos e os gêneros textuais que podem ser: romance, biografia, autobiografia, bula de remédio, propaganda, receita culinária, contos, fábulas, seminário e declaração. 10 Gêneros e tipos textuais Exercício 4 Alternativa b) propaganda A propaganda é um gênero textual que faz parte dos textos injuntivos. Esse tipo de texto tem a finalidade de persuadir o leitor, indicando uma ordem. Por isso, grande parte dos textos de propaganda possuem verbos no imperativo “experimente”. Exercício 5 Alternativa d) injuntivos Os textos injuntivos, também chamado de instrucionais, tem como objetivo a explicação para a concretização de algo. Assim, eles indicam o método, o procedimento que deverá ser realizado, transmitindo ao receptor explicações, instruções e indicações de como fazer algo. Geralmente, eles apresentam verbos no imperativo indicando uma ordem: leve, despeje, corte. 11 Coesão e coerência textual Coesão e coerência textual 1MÉRITO Apostilas Coesão e coerência textual Coerência e coesão são mecanismos fundamentais para a produção de texto. Para que um texto transmita sua mensagem com eficácia, ele deve fazer sentido para o leitor. Além disso, deve ser harmonioso para que a mensagem flua com segurança, naturalidade e seja agradável ao ouvido. Coesão textual A coesão é resultado da disposição e da correta utilização das palavras que propiciam a ligação entre frases, períodos e parágrafos de um texto. Ela colabora com sua organização e ocorre por meio de palavras chamadas de conectivos. A coesão cria relações entre as partes do texto de modo a guiar o leitor relativamente a uma sequência de fatos. Uma mensagem coesa apresenta ligações harmoniosas entre as partes do texto. Elementos de coesão textual 1- Substituições Garantem a coesão lexical. Ocorrem quando um termo é substituído por outro termo ou por uma locução como forma de evitar repetições. Exemplos: Coesão correta: Os legumes são importantes para manter uma alimentação saudável. As frutas também. Erro de coesão: Os legumes são importantes para manter uma alimentação saudável. As frutas também são importantes para manter uma alimentação saudável. Explicação: "também" substitui "são importantes para manter uma alimentação saudável". 2 Coesão e coerência textual 2- Conectores Esses elementos são responsáveis pela coesão interfrásica do texto. Criam relações de dependência entre os termos e geralmente são representados por preposições, conjunções, advérbios, etc. Exemplos: Coesão correta: Elas gostam de jogar bola e de dançar. Erro de coesão: Elas gostam de jogar bola. Elas gostam de dançar. Explicação: sem o conectivo "e", teríamos uma sequência repetitiva. 3- Referências e reiterações Nesse tipo de coesão, um termo é usado para se referir a outro, para reiterar algo dito anteriormente ou quando uma palavra é substituída por outra com ligação de significados. Coesão correta: Hoje é aniversário da minha vizinha. Ela está fazendo 35 anos. Erro de coesão: Hoje é aniversário da minha vizinha. Minha vizinha está fazendo 35 anos. Explicação: observe que o pronome "ela" faz referência à vizinha. 4- Correlação verbal É a utilização dos verbos nos tempos verbais corretos. Esse tipo de coesão garante que o texto siga uma sequência lógica de acontecimentos. Coesão correta: Se eu soubesse eu te avisaria. Erro de coesão: Se eu soubesse eu te avisarei. Explicação: note que "soubesse" é uma flexão do verbo "saber" no pretérito imperfeito do subjuntivo e isso indica uma situação condicional que poderia dar origem a uma outra ação. 3 Coesão e coerência textual Para a frase fazer sentido, o verbo "avisar" tem de estar conjugado no futuro do pretérito para indicar um fato que poderia ter acontecido se uma ação no passado tivesse se concretizado. Coerência textual A coerência textual está diretamente relacionada com a significância e com a interpretabilidade de um texto. A mensagem de um texto é coerente quando ela faz sentido e é comunicada de forma harmoniosa, de forma que haja uma relação lógica entre as ideias apresentadas, onde umas complementem as outras. Conceitos da coerência textual 1- Princípio da não contradição Não pode haver contradições de ideias entre diferentes partes do texto. Coerência correta: Ele só compra leite de soja pois é intolerante à lactose. Erro de coerência: Ele só compra leite de vaca pois é intolerante à lactose. Explicação: quem é intolerante à lactose não pode consumir leite de vaca. Por esse motivo, o segundo exemplo constitui um erro de coerência; não faz sentido. 2- Princípio da não tautologia Ainda que sejam expressas através do uso de diferentes palavras, as ideias não devem ser repetidas, pois isso compromete a compreensão da mensagem a ser emitida e muitas vezes a torna redundante. Coerência correta:Visitei Roma há cinco anos. Erro de coerência: Visitei Roma há cinco anos atrás. Explicação: "há" já indica que a ação ocorreu no passado. O uso da palavra "atrás" também indica que a ação ocorreu no passado, mas não acrescenta nenhum valor e torna a frase redundante. 4 Coesão e coerência textual 3- Princípio da relevância As ideias devem estar relacionadas entre si, não devem ser fragmentadas e devem ser necessárias ao sentido da mensagem. O ordenamento das ideias deve ser correto, pois, caso contrário, mesmo que elas apresentem sentido quando analisadas isoladamente, a compreensão do texto como um todo pode ficar comprometida. Coerência correta: O homem estava com muita fome, mas não tinha dinheiro na carteira e por isso foi ao banco e sacou uma determinada quantia para utilizar. Em seguida, foi a um restaurante e almoçou. Erro de coerência: O homem estava com muita fome, mas não tinha dinheiro na carteira. Foi a um restaurante almoçar e em seguida foi ao banco e sacou uma determinada quantia para utilizar. Explicação: observe que, embora as frases façam sentido isoladamente, a ordem de apresentação da informação torna a mensagem confusa. Se o homem não tinha dinheiro, não faz sentido que primeiro ele tenha ido ao restaurante e só depois tenha ido sacar dinheiro. 4- Continuidade temática Esse conceito garante que o texto tenha seguimento dentro de um mesmo assunto. Quando acontece uma falha na continuidade temática, o leitor fica com a sensação de que o assunto foi mudado repentinamente. Coerência correta: "Tive muita dificuldade até acertar o curso que queria fazer. Primeiro fui fazer um curso de informática... A meio do semestre troquei para um curso de desenho e por fim acabei me matriculando aqui no curso de inglês. Foi confuso assim também para você?" "Na verdade foi fácil pois eu já tinha decidido há algum tempo que assim que tivesse a oportunidade de pagar um curso, faria um de inglês." Erro de coerência: "Tive muita dificuldade até acertar o curso que queria fazer. Primeiro fui fazer um curso de informática... A meio do semestre troquei para um curso de desenho e por fim acabei me matriculando aqui no curso de inglês. Foi confuso assim também para você?" 5 Coesão e coerência textual "Quando eu me matriculei aqui no curso, eu procurei me informar sobre a metodologia, o tipo de recursos usados, etc. e acabei decidindo rapidamente por este curso." Explicação: note que no último exemplo, o segundo interlocutor acaba por não responder exatamente ao que foi perguntado. O primeiro interlocutor pergunta se ele também teve dificuldades de decidir que tipo de curso fazer e a resposta foi sobre características que ele teve em conta ao optar pelo curso de inglês onde se matriculou. Apesar de ter falado de um curso, houve uma alteração de assunto. 5- Progressão semântica É a garantia da inserção de novas informações no texto, para dar seguimento a um todo. Quando isso não ocorre, o leitor fica com a sensação de que o texto é muito longo e que nunca chega ao objetivo final da mensagem. Coerência correta: Os meninos caminhavam e quando se depararam com o suspeito apertaram o passo. Ao notarem que estavam sendo perseguidos, começaram a correr. Erro de coerência: Os meninos caminhavam e quando se depararam com o suspeito continuaram caminhando mais um pouco. Passaram por várias avenidas e ruelas e seguiram sempre em frente. Ao notarem que estavam sendo perseguidos, continuaram caminhando em direção ao seu destino, percorreram um longo caminho... Explicação: note que a frase onde a coerência está correta apresenta uma sequência de novas informações que direcionam o leitor à conclusão do desfecho da frase. No exemplo seguinte, a frase acaba por se prolongar demais e o receptor da mensagem fica sem saber, afinal, o que os meninos fizerem. 6 Coesão e coerência textual Diferença e exemplos A coesão está mais diretamente ligada a elementos que ajudam a estabelecer uma ligação entre palavras e frases que unem as diferentes partes de um texto. A coerência, por sua vez, estabelece uma ligação lógica entre as ideias, de forma que umas complementem as outras e, juntas, garantam que o texto tenho sentido. Em outras palavras, a coerência está mais diretamente ligada ao significado da mensagem. Apesar de os dois conceitos estarem relacionados, eles são independentes, ou seja, um não depende do outro para existir. É possível, por exemplo, uma mensagem ser coesa e incoerente ou coerente e não apresentar coesão. Mensagem coerente que não apresenta coesão: "Para de mexer nessa tinta. Vá já para o banheiro! Não toque em nada. Lave bem as mãos. Vá para o seu quarto." Explicação: A mensagem é compreensível, porém não existe uma ligação harmoniosa entre as ideias. Faltam as ligações entre as frases para que a mensagem soe natural. Mensagem coesa e incoerente: "Aberto todos os dias, exceto sábado." Explicação: A mensagem tem uma ligação harmoniosa entre as frases, porém não faz sentido: se existe uma exceção, então o estabelecimento não está aberto todos os dias. 7 Coesão e coerência textual Exercícios 1- (Enem - 2013) Gripado, penso entre espirros em como a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas. Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe que disseminou pela Europa, além do vírus propriamente dito, dois vocábulos virais: o italiano influenza e o francês grippe. O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava “influência dos astros sobre os homens”. O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper, isto é, “agarrar”. Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado. RODRIGUES. S. Sobre palavras. Veja, São Paulo, 30 nov. 2011. Para se entender o trecho como uma unidade de sentido, é preciso que o leitor reconheça a ligação entre seus elementos. Nesse texto, a coesão é construída predominantemente pela retomada de um termo por outro e pelo uso da elipse. O fragmento do texto em que há coesão por elipse do sujeito é: a) “[...] a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas.” b) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe [...]”. c) “O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava ‘influência dos astros sobre os homens’.” d) “O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper [...]”. e) “Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado.” 8 Coesão e coerência textual 2- (Enem – 2011) Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente importante para diminuir o risco de infarto, mas também de problemas como morte súbita e derrame. Significa que manter uma alimentação saudável e praticar atividade física regularmente já reduz, por si só, as chances de desenvolver vários problemas. Além disso, é importante para o controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de glicose no sangue. Também ajuda a diminuir o estresse e aumentar a capacidade física, fatores que, somados, reduzem as chances de infarto. Exercitar-se, nesses casos, com acompanhamento médico e moderação, é altamente recomendável. ATALIA, M. Nossa vida. Época. 23 mar. 2009. As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na construção do sentido. A esse respeito, identifica-se, no fragmento, que a) a expressão “Além disso” marca uma sequenciação de ideias. b) o conectivo “mas também” inicia oração que exprime ideia de contraste. c) o termo “como”, em “como morte súbita e derrame”, introduz uma generalização. d) o termo “Também” exprime uma justificativa. e) o termo “fatores” retoma coesivamente “níveis de colesterol e de glicose no sangue”. 9 Coesão e coerência textual 3- Sobre a coesão textual, estão corretas as seguintes proposições: I. A coesão textual está relacionada com os componentes da superfície textual, ouseja, as palavras e frases que compõem um texto. Esses componentes devem estar conectados entre si em uma sequência linear por meio de dependências de ordem gramatical. II. A coesão é imaterial e não está na superfície textual. Compreender aquilo que está escrito dependerá dos níveis de interação entre o leitor, o autor e o texto. Por esse motivo, um mesmo texto pode apresentar múltiplas interpretações. III. Por meio do uso adequado dos conectivos e dos mecanismos de coesão, podemos evitar erros que prejudicam a sintaxe e a construção de sentidos do texto. IV. A coesão obedece a três princípios: o princípio da não contradição; princípio da não tautologia e o princípio da relevância. V. Entre os mecanismos de coesão estão a referência, a substituição, a elipse, a conjunção e a coesão lexical. a) Apenas V está correta. b) II e IV estão corretas. c) I, III e V estão corretas. d) I e III estão corretas. e) II, IV e V estão corretas. 10 Coesão e coerência textual Gabarito 1- Alternativa correta: “e”. A forma verbal “fizesse” tem seu sujeito oculto, fazendo referência ao vocábulo viral grippe, que significa agarrar. Caso o fragmento fosse reescrito com o sujeito explícito, teríamos: “Supõe-se que o vocábulo grippe fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado.” 2- Alternativa correta: “a”. A expressão “Além disso” estabelece coesão, dando sequência às ideias ditas anteriormente. 3- Alternativa correta: “c”. As proposições II e IV fazem referência à coerência textual, elemento indispensável para a construção de sentidos de um texto. 11 Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos 1MÉRITO Apostilas Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos Semântica é a classe gramatical que estuda a significação das palavras e as relações que elas têm umas com as outras por meio das classificações como si - nônimos, antônimos, homônimos e parônimos. Sinônimos A sinonímia é o nome dado ao que ocorre quando usamos palavras diferen- tes, mas com o significado igual ou parecido, estabelecendo uma relação de proxi- midade. Essas palavras de mesma significação são chamadas de sinônimos, e uti- lizá-las evita que sentenças e argumentos se tornem repetitivos e desinteressan- tes. Importante notar que sinônimos não são equivalentes e é raro encontrar aqueles que são perfeitos, como no caso de “belo” e “bonito”, dependendo do contexto (“este rapaz é belo” é muito semelhante a “este rapaz é bonito”, mas nem sempre a relação é tão próxima). Exemplos: • Casa/lar/moradia/residência • Longe/distante • Delicioso/saboroso • Carro/automóvel • Triste/melancólico • Resgatar/recuperar Antônimos A antonímia, ao contrário da sinonímia, é o que acontece quando duas pala - vras são usadas para indicar o oposto uma da outra, estabelecendo uma relação de contrariedade. Exemplos: 2 Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos • Amor/ódio • Luz/trevas • Mal/bem • Ausência/presença • Fraco/forte • Bonito/feio • Cheio/vazio Polissemia e monossemia Quando uma palavra tem vários significados, temos uma polissemia. O con- trário, que é quando uma palavra tem somente um significado, é chamado de mo- nossemia. Para entender esses significados, é fundamental observar o contexto no qual essas palavras estão inseridas. Exemplo: Gato: animal, homem atraente, instalação elétrica irregular. • Adotei um gato na semana passada. • Conheci seu amigo ontem na festa. Que gato! • Aquela instalação elétrica da vizinha é um gato. Homônimos Homônimos são aquelas palavras que têm som igual, escrita igual, mas signifi- cados diferentes. Dentro dessa classificação, temos ainda as palavras homófonas (mesmo som, mas com escrita e significado diferentes) e as homógrafas (escrita igual, mas com som e significado diferentes). Exemplos: 3 Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos • Vou colocar “extrato” de tomate no molho do macarrão. • Vou ao banco retirar o “extrato”. • Eu “rio” tanto. • Da minha casa posso ver o “rio”. Homônimos perfeitos: são palavras que possuem a mesma grafia e o mesmo som. Exemplo: Esse homem é são (saúde), São Pedro (título), Como vai? (sauda- ção), Eu como feijão (verbo comer). Homônimos homófonos: são as palavras que possuem o mesmo som, porém a grafia é diferente. Exemplo: sessão (reunião), seção (repartição), cessão (ato de ceder), concerto (musical) e conserto (ato de consertar). Homônimos homógrafos: são palavras que possuem a mesma grafia e sons diferentes. Exemplo: almoço (ô) substantivo – almoço (ó) verbo; jogo (ô) substanti- vo – jogo (ó) verbo; para (preposição) – para (verbo) Parônimos são aquelas que são escritas e pronunciadas de maneira semelhante, mas têm significados distintos. • coro e couro; • cesta e sesta; • eminente e iminente; • osso e ouço; • sede e cede; • comprimento e cumprimento; • tetânico e titânico; • degradar e degredar; 4 Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos • infligir e infringir; Formas variantes As formas variantes se referem a palavras que possuem mais do que uma gra- fia correta, sem que haja alteração do seu significado. Exemplos de formas variantes: • abdome e abdômen; • bêbado e bêbedo; • embaralhar e baralhar; • enfarte e infarto; • louro e loiro. 5 Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos Exercícios Exercício 1 Levando em consideração o contexto atribuído pelos enunciados, empregue corretamente um dos termos propostos pelas alternativas entre parênteses. a – O atacante aproveitou a jogada distraída e deu o ___________ no adversário. (cheque/xeque) b – O visitante pôs a _____________ no cavalo, despediu-se de todos e seguiu viagem. (cela/sela) c – No presídio, todos os ocupantes foram trocados de _____________. (cela/sela) d – O filme a que assisti pertence à ______ das dez. (seção/sessão/cessão) Exercício 2 (FMPA- MG) - Assinale o item em que a palavra destacada está incorretamente aplicada: a) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes . b) A justiça infligiu pena merecida aos desordeiros. c) Promoveram uma festa beneficiente para a creche. d) Devemos ser fieis aos cumprimentos do dever. e) A cessão de terras compete ao Estado. Exercício 3 CEITEC 2012 - FUNRIO - Advogado - AAO-ADVOGAD Fotografia divulgada na internet mostra a placa com o nome de um bar. Nela se lê: “BAR ÁLCOOL ÍRIS”. Pode-se criticar a suposta originalidade, mas não há dúvida de que a escolha do nome baseou-se na relação que há entre as palavras “álcool” e “arco”, o que caracteriza um caso de: 6 Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos a. ambiguidade. b. homonímia. c. paráfrase. d. paronímia. e. polissemia. Exercício 4 CEITEC 2012 - FUNRIO - Administração/Ciências Contábeis/Direito/Pregoeiro Público AAO-COMNACI Os vocábulos Emergir e Imergir são parônimos: empregar um pelo outro acarreta grave confusão no que se quer expressar. Nas alternativas abaixo, só uma apresenta uma frase em que se respeita o devido sentido dos vocábulos, selecionando convenientemente o parônimo adequado à frase elaborada. Assinale-a. a A descoberta do plano de conquista era eminente. b O infrator foi preso em flagrante. c O candidato recebeu despensa das duas últimas provas. d O metal delatou ao ser submetido à alta temperatura. e Os culpados espiam suas culpas na prisão. 7 Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos Gabarito Exercício 1 Resposta: a – xeque b – sela c – cela d – sessão Exercício 2 Resposta: Alternativa “c”. Exercício 3 Resposta: ( D ) paronímia. Exercício 4 Resposta: ( B ) O infrator foi preso em flagrante. 8 MÉRITO Apostilas Estrutura morfossintática do período Estrutura morfossintática do período 1 Estrutura morfossintática do período Período Composto Período composto é aquele formado por duas ou mais orações. Há dois tipos de períodos compostos: 1) Período composto por coordenação: quando as orações não mantêmrela- ção sintática entre si, ou seja, quando o período é formado por orações sintatica- mente independentes entre si. Ex. Estive à sua procura, mas não o encontrei. 2) Período composto por subordinação: quando uma oração, chamada subor- dinada, mantém relação sintática com outra, chamada principal. Ex. Sabemos que eles estudam muito. (oração que funciona como objeto direto) Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração. Período Composto por Subordinação A uma oração principal podem relacionar-se sintaticamente três tipos de ora- ções subordinadas: substantivas, adjetivas e adverbiais. I. Orações Subordinadas Substantivas: São seis as orações subordinadas subs- tantivas, que são iniciadas por uma conjunção subordinativa integrante (que, se) A) Subjetiva: funciona como sujeito da oração principal. Existem três estruturas de oração principal que se usam com subordinada substantiva subjetiva: verbo de li- gação + predicativo + oração subordinada substantiva subjetiva. Ex. É necessário que façamos nossos deveres. 2 Estrutura morfossintática do período verbo unipessoal + oração subordinada substantiva subjetiva. Verbo unipessoal só é usado na 3ª pessoa do singular; os mais comuns são convir, constar, parecer, importar, interessar, suceder, acontecer. Ex. Convém que façamos nossos deveres. Verbo na voz passiva + oração subordinada substantiva subjetiva. Ex. Foi afirmado que você subornou o guarda. B) Objetiva Direta: funciona como objeto direto da oração principal. (sujeito) + VTD + oração subordinada substantiva objetiva direta. Ex. Todos desejamos que seu futuro seja brilhante. C) Objetiva Indireta: funciona como objeto indireto da oração principal. (sujeito) + VTI + prep. + oração subordinada substantiva objetiva indireta. Ex. Lembro-me de que tu me amavas. D) Completiva Nominal: funciona como complemento nominal de um termo da oração principal. (sujeito) + verbo + termo intransitivo + prep. + oração subordinada substantiva completiva nominal. Ex. Tenho necessidade de que me elogiem. E) Apositiva: funciona como aposto da oração principal; em geral, a oração su- bordinada substantiva apositiva vem após dois pontos, ou mais raramente, entre vír- gulas. oração principal + : + oração subordinada substantiva apositiva. 3 Estrutura morfossintática do período Ex. Todos querem o mesmo destino: que atinjamos a felicidade. F) Predicativa: funciona como predicativo do sujeito do verbo de ligação da ora- ção principal. (sujeito) + VL + oração subordinada substantiva predicativa. Ex. A verdade é que nunca nos satisfazemos com nossas posses. Nota: As subordinadas substantivas podem vir introduzidas por outras palavras: Pronomes interrogativos (quem, que, qual…) Advérbios interrogativos (onde, como, quando…) Perguntou-se quando ele chegaria. Não sei onde coloquei minha carteira. II. Orações Subordinadas Adjetivas As orações subordinadas adjetivas são sempre iniciadas por um pronome relati- vo. São duas as orações subordinadas adjetivas: A) Restritiva: é aquela que limita, restringe o sentido do substantivo ou prono- me a que se refere. A restritiva funciona como adjunto adnominal de um termo da oração principal e não pode ser isolada por vírgulas. Ex. A garota com quem simpatizei está à sua procura. Os alunos cujas redações foram escolhidas receberão um prêmio. 4 Estrutura morfossintática do período B) Explicativa: serve para esclarecer melhor o sentido de um substantivo, expli- cando mais detalhadamente uma característica geral e própria desse nome. A expli- cativa funciona como aposto explicativo e é sempre isolada por vírgulas. Ex. Londrina, que é a terceira cidade da região Sul do país, está muito bem cui- dada. III. Orações Subordinadas Adverbiais São nove as orações subordinadas adverbiais, que são iniciadas por uma conjun- ção subordinativa A) Causal: funciona como adjunto adverbial de causa. Conjunções: porque, porquanto, visto que, já que, uma vez que, como, que. Ex. Saímos rapidamente, visto que estava armando um tremendo temporal. B) Comparativa: funciona como adjunto adverbial de comparação. Geralmente, o verbo fica subentendido Conjunções: (mais) … que, (menos)… que, (tão)… quanto, como. Ex. Diocresildo era mais esforçado que o irmão(era). C) Concessiva: funciona como adjunto adverbial de concessão. Conjunções: embora, conquanto, inobstante, não obstante, apesar de que, se- bem que, mesmo que, posto que, ainda que, em que pese. 5 Estrutura morfossintática do período Ex. Todos se retiraram, apesar de não terem terminado a prova. D) Condicional: funciona como adjunto adverbial de condição. Conjunções: se, a menos que, desde que, caso, contanto que. Ex. Você terá um futuro brilhante, desde que se esforce. E) Conformativa: funciona como adjunto adverbial de conformidade. Conjunções: como, conforme, segundo. Ex. Construímos nossa casa, conforme as especificações dadas pela Prefeitura. F) Consecutiva: funciona como adjunto adverbial de consequência. Conjunções: (tão)… que, (tanto)… que, (tamanho)… que. Ex. Ele fala tão alto, que não precisa do microfone. G) Temporal: funciona como adjunto adverbial de tempo. Conjunções: quando, enquanto, sempre que, assim que, desde que, logo que, mal. Ex. Fico triste, sempre que vou à casa de Juvenildo. H) Final: funciona como adjunto adverbial de finalidade. 6 Estrutura morfossintática do período Conjunções: a fim de que, para que, porque. Ex. Ele não precisa do microfone, para que todos o ouçam. I) Proporcional: funciona como adjunto adverbial de proporção. Conjunções: à proporção que, à medida que, tanto mais. À medida que o tempo passa, mais experientes ficamos. IV. Orações Reduzidas Quando uma oração subordinada se apresenta sem conjunção ou pronome rela- tivo e com o verbo no infinitivo, no particípio ou no gerúndio, dizemos que ela é uma oração reduzida, acrescentando-lhe o nome de infinitivo, de particípio ou de gerúndio. Ex. Ele não precisa de microfone, para o ouvirem. Período Simples e Composto O período pode ser caracterizado pela presença de uma ou de mais orações, por isso, pode ser simples ou composto. Período Simples - apresenta apenas uma oração, a qual é chamada de oração absoluta. Exemplos: Já acordamos. Hoje está tão quente! 7 Estrutura morfossintática do período Preciso disto. Período Composto - apresenta duas ou mais orações. Exemplos: • Conversamos quando eu voltar. • É sua obrigação explicar o que aconteceu. • Descansou, passeou e fez o que mais quis nas férias. O número de orações depende do número de verbos presentes num enunciado. Classificação do Período Composto Conforme a sua formação, o período composto é classificado em: Período Composto por Coordenação - quando as orações são independentes entre si, ou seja, cada uma delas têm sentido completo. Exemplos: Levantou e começou a trabalhar. Assaltou a loja e correu pela porta dos fundos. Período Composto por Subordinação - quando as orações relacionam-se entre si. Exemplos: 8 Estrutura morfossintática do período Espero terminar os enfeites até que os convidados comecem a chegar. Fi a receita mesmo sem saber quais ingredientes levava. Período Misto- quando há a presença de orações coordenadas e subordinadas. Exemplos: Levantei, embora ainda estivesse cheio de sono. Enquanto ele falar, nós vamos escutar. Orações Coordenadas As orações coordenadas podem ser sindéticas ou assindéticas, respectivamente, conforme são utilizadas ou não conjunções. Exemplos: Ora fala, ora não fala. (oração coordenada sindética, marcada pelo uso da conjunção “ora...ora”). As aulas começaram, os deveres começaram e a preguiça deu lugar à determinação. (orações coordenadas assindéticas: “As aulas começaram, os deveres começaram”, oração coordenada sindética: “e a preguiça deu lugar à determinação”.) As orações coordenadas sindéticas podem ser: Aditivas: quando as orações expressam soma. Exemplo: Gosta de praia, mastambém gosta de campo. Adversativas: quando as orações expressam adversidade. Exemplo: Gostava do curso, contudo não havia vaga na sua cidade. Alternativas: quando as orações expressam alternativa. Exemplo: Vai ele ou vou eu. Conclusivas: quando as orações expressam conclusão. Exemplo: Estão de acor- do, então vamos. 9 Estrutura morfossintática do período Explicativas: quando as orações expressam explicação. Exemplo: Fizemos o tra- balho hoje porque tivemos tempo. Orações Subordinadas As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais, con- forme a sua função. Exemplos: Substantivas: quando as orações têm função de substantivo. Exemplo: Espero que vocês consigam. Adjetivas: quando as orações têm função de adjetivo. Exemplo: Os concorrente que dormem mais têm um desempenho melhor. Adverbiais: quando as orações têm função de advérbio. Exemplo: À medida que crescem, aumentam as preocupações. ________________________________________________________________________________ ________ ________________________________________________________________________________ ________ ________________________________________________________________________________ ________ ________________________________________________________________________________ ________ ________________________________________________________________________________ ________ 10 Estrutura morfossintática do período ________________________________________________________________________________ ________ ________________________________________________________________________________ ________ Exercícios: 1. (UNIRIO) No período “Ah, arrulhou de repente a pomba, quando distinguiu, indignada, o pombo que chegava (...)”, as duas orações subordinadas são respectivamente: a) adjetiva e adverbial temporal b) substantiva predicativa e adjetiva c) adverbial temporal e adverbial temporal d) adverbial temporal e adverbial consecutiva e) adverbial temporal e adjetiva ________________________________________________________________________________ ________ 2. (FGV) Leia atentamente: “O vigilante guarda-noturno e o seu valente auxiliar, nunca esmoreceram no cumprimento do dever.” No período acima, a vírgula está mal colocada, pois separa: a) o sujeito e o objeto direto b) o sujeito e o predicado c) a oração principal e a oração subordinada 11 Estrutura morfossintática do período d) o sujeito e o seu adjunto adnominal e) o predicado e o objeto direto ________________________________________________________________________________ ________ Gabarito 1 – Alternativa e: adverbial temporal e adjetiva. 2 – Alternativa b: o sujeito e o predicado 3 – Alternativa b: subordinada adverbial consecutiva 12 Estrutura e formação de palavras Estrutura e formação de palavras 1MÉRITO Apostilas Estrutura e formação de palavras Palavras são formadas por elementos mórficos, também denominados morfemas, que podem ser definidos por unidades mínimas de caráter significativo. Esses elementos mórficos recebem denominações diferentes, dependendo de qual sua função na formação das palavras, podendo ser assim denominados: radical, afixos, desinências, vogais temáticas ou vogais e consoantes de ligação. Um radical, também chamado de raiz ou tema, é o elemento básico da palavra, o que contém seu significado e que a partir dele é possível identificá-la. Como “livr - ”, “escol - ”, “cert -”. Afixos são acréscimos, podendo vir antes (os prefixos) ou depois (os sufixos. Os afixos modificam o significado dos radicais e também da classe gramatical destes. Seguindo os exemplos anteriores podemos dizer: “incertamente”, “escolarização”, “livreto”, ou também “internacional”, Desinências são flexões do radical, ou seja, as flexões do verbo em número, tempo e pessoa. Desinências nominais indicam o nome e o número, utilizando-se das vogais “a” e “o” e o morfema “s”. Vogal temática: Aparece entre o radical e uma desinência. As vogais temáticas verbais definem a conjugação verbal. As vogais temáticas nominais atuam também como desinência de gênero. Tema: É a junção do radical com uma vogal temática. Vogal ou consoante de ligação: As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Temos um exemplo de vogal de ligação na palavra escolaridade: o -i- entre os sufixos -ar- e -dade facilita a emissão vocal da palavra. Outros exemplos: gasômetro, alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, chaleira, tricota. Análise de morfemas Avissássemos aviss-á-sse-mos 2 Estrutura e formação de palavras aviss (radical) á (vogal temática) sse (desinência indicativa do modo e tempo verbal) mos (desinência indicativa da pessoa e número verbal) Separação de morfemas Força força (forç-a) forçar (forç-a-r) forçado (forç-a-do) forcinha (forc-inh-a) esforçar (es-forç-a-r) esforçadamente (es-forç-a-da-mente) Formação de palavras Existem diversos processos que possibilitam a formação de novas palavras. Os dois processos principais são a derivação e a composição. Existem vários tipos de derivação e composição: • derivação prefixal; • derivação sufixal; • derivação parassintética; • derivação regressiva; • derivação imprópria; 3 Estrutura e formação de palavras • composição por justaposição; • composição por aglutinação. Processos de formação Caracterização Exemplos Derivação prefixal Acrescenta-se um prefixo a uma palavra já existente. infiel (in- + fiel) reaver (re- + haver) antemão (ante- + mão) Derivação sufixal Acrescenta-se um sufixo a uma palavra já existente. gentileza (gentil + -eza) chatice (chato + -ice) tapar (tapa + -ar) Derivação parassintética Acrescenta-se um sufixo e um prefixo a uma palavra já existente. envernizar (en- + verniz + -izar) apodrecer (a- + podre + -ecer) engordar (en- + gordo + -ar) Derivação regressiva Ocorre a redução da palavra primitiva. amparo (de amparar) sobra (de sobrar) choro (de chorar) Derivação imprópria Não há alteração da palavra primitiva. Há mudança de significado e de classe gramatical. jovem (de adjetivo para substantivo) saber (de verbo para substantivo) Composição por aglutinação Há alteração das palavras formadoras, que se fundem. aguardente (água + ardente) vinagre (vinho + acre) dessarte (dessa + arte) Composição por justaposição Não há alteração das palavras formadoras, que apenas se juntam. beija-flor segunda-feira paraquedas 4 Estrutura e formação de palavras Outros processos de formação de palavras Além da derivação e da composição, existem outros processos secundários de formação de palavras: • abreviação (vídeo, de videocassete) • reduplicação (zum-zum) • combinação (showmício, de show + comício) • intensificação (culpabilizar, de culpar) • hibridismo (monóculo, do grego mono + o latim oculus) 5 Estrutura e formação de palavras Anotações: _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ 6 Estrutura e formação de palavras Exercícios Exercício 1 (UFSC) Aponte a alternativa cujas palavras são respectivamente formadas por justaposição, aglutinação e parassíntese: a) varapau - girassol - enfaixar b) pontapé - anoitecer - ajoelhar c) maldizer - petróleo - embora d) vaivém - pontiagudo - enfurece e) penugem - plenilúnio - despedaça Exercício 2 Indique quais das seguintes palavras da lista são formadas por derivação prefixal, derivação sufixal e derivação parassintética. a) lealdade b) folhagem c) entristecer d) sobre-humano e) entardecer f) desfazer g) livraria h) sobrenome i) contra-ataque 7 Estrutura e formação de palavras Gabarito Exercício 1 Resposta: Alternativa D. - Vaivém – Justaposição: ocorre quando dois radicais unem-se sem que as palavras sofram transformações. - Pontiagudo – Aglutinação: ocorre quando dois radicais unem-se e um deles sofre alteração. - Enfurece – Parassíntese: ocorre quando os dois morfemas (prefixo e sufixo) unem-se ao radical simultaneamente. Perceba que não existe a palavra enfure, da mesma forma que não existe a palavra furece. Portanto, podemos afirmar que a anexação do prefixo e do sufixo ocorreu ao mesmo tempo. Exercício 2 Resposta: Palavras formadas por derivação prefixal (ou prefixação) , que são aquelas cujo prefixo é adicionado à palavra primitiva formando uma nova palavra: d) sobre-humano (o prefixo sobre- foi adicionado à palavra primitiva “humano”) f) desfazer (o prefixo des- foi adicionado à palavra primitiva “fazer”) h) sobrenome (o prefixo sobre- foi adicionado à palavra primitiva “nome”) i) contra-ataque (o prefixo contra- foi adicionado à palavra primitiva “ataque”) Palavras formadas por derivação sufixal (ou sufixação), que são aquelas cujo sufixo é adicionado à palavra primitiva formando uma nova palavra: a) lealdade (o sufixo -dade foi adicionado à palavra primitiva “leal”) b) folhagem (o sufixo -agem foi adicionado à palavra primitiva “folha”) g) livraria (o sufixo -aria foi adicionado à palavra primitiva “livro”) 8 Estrutura e formação de palavras Palavras formadas por derivação parassintética (ou parassíntese) , que são aquelas cujo prefixo e sufixo são adicionados à palavra primitiva, ao mesmo tempo, formando uma nova palavra: c) entristecer (o prefixo en- e o sufixo - ecer foram adicionados de forma simultânea à palavra primitiva “triste”.) e) entardecer (o prefixo en- e o sufixo - ecer foram adicionados de forma simultânea à palavra primitiva “tarde”.) 9 Coordenação e Subordinação Coordenação e Subordinação 1MÉRITO Apostilas Coordenação e Subordinação Para compreender a estrutura sintática de uma frase, ou seja, a análise em relação à organização da mesma, que é dividida em coordenação e subordina- ção; primeiramente deve-se entender o que é frase; e, de acordo com Mattoso Câmara, nada mais é do que “unidade de comunicação linguística, caracterizada [...] do ponto de vista comunicativo – por ter um propósito definido e ser suficien - te pra defini-lo –, e do ponto de vista fonético – por uma entonação [...] que lhe assinala nitidamente o começo e o fim.”. Seguindo a linha de definição acerca de frase escrita, Perini diz que se inicia com letra maiúscula e finaliza com algum sinal de pontuação (ponto final, ponto de interrogação, ponto de exclamação etc), todavia, outros gramáticos não delimi - tam a necessidade de pontuação para a constituição de frase. O vocábulo definido acima ainda pode ser uma oração, mas a última não é si - nônimo de frase; isto é, uma oração possui verbo, mas uma frase não precisa de verbo para ser denominada como tal, sendo assim, toda oração (ou conjunto de orações = período) é uma frase (exemplo: Abra o livro na página 4 e Faça um bolo e entregue a Maria), porém, nem toda frase é uma oração (exemplo: O caderno amarelo da filha de João da Silva). Quanto a período (ou enunciado) – que é a soma dos elementos estruturais da frase e tem a necessidade da pontuação –, este pode ser simples ou composto; sendo por composição, será subdividido em coordenação (semântica + sintática) e subordinação (“... é o emprego de um nível mais elevado no lugar de outro de nível inferior”, BACK). Outro ponto a ser frisado é que composição por aposição di - fere-se de composição por coordenação, pois a primeira admite expressões expli - cativas (isto é; quero dizer) e expressões retificadoras (minto; aliás). Ainda em relação à composição por aposição, Back enumera dois tipos de aposição: identificadora (“Pedro Álvares Cabral, um almirante português , desco- briu o Brasil.”) e retificadora (“João, minto , Pedro veio até a sala.”), e ambas exer- cem a mesma função sintática. A locução subordinante também tem duas classificações, podendo ser com- plexa ou unitária. A primeira refere-se a uma locução verbal (Ex. Amanhã, todos os alunos irão fazer o teste), enquanto a segunda, como o próprio nome diz, é composta por um único verbo (Ex. Ontem, Pedro fez o exame). A explanação de alguns termos, como hipotaxe (subordinação) – estrutura muito complexa que pode ser reduzida – e parataxe – termo equivalente para a coordenação –, hipertaxe – palavra que exerce um grande significado, como, por exemplo, um substantivo com significado maior – é também bastante válida para uma compreensão clara e coerente. Além disso, vale ressaltar que pronome sem- pre tem função sintática. 2 Coordenação e Subordinação Anotações: _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ 3 Concordância Verbal e Nominal Concordância Verbal e Nominal 1MÉRITO Apostilas Concordância Verbal e Nominal Concordância verbal e nominal é a parte da gramática que estuda a conformidade estabelecida entre cada componente da oração. Concordância verbal se ocupa da relação entre sujeito e verbo, concordância nominal se ocupa da relação entre as classes de palavras: concordância verbal = sujeito e verbo concordância nominal = classes de palavras Concordância Verbal 1. Sujeito composto antes do verbo Quando o sujeito é composto e vem antes do verbo, esse verbo deve estar sempre no plural. Exemplo: Maria e José conversaram até de madrugada. 2. Sujeito composto depois do verbo Quando o sujeito composto vem depois do verbo, o verbo tanto pode ficar no plural como pode concordar com o sujeito mais próximo. Exemplos: Discursaram diretor e professores. Discursou diretor e professores. 3. Sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes Quando o sujeito é composto, mas as pessoas gramaticais são diferentes, o verbo também deve ficar no plural. No entanto, ele concordará com a pessoa que, a nível gramatical, tem prioridade. Isso quer dizer que 1.ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2.ª (tu, vós) e a 2.ª tem prioridade em relação à 3.ª (ele, eles). 2 Concordância Verbal e Nominal Exemplos: Nós, vós e eles vamos à festa. Tu e ele falais outra língua? Concordância Nominal 1. Adjetivos e um substantivo Quando há mais do que um adjetivo para um substantivo, os adjetivos devem concordar em gênero e número com o substantivo. Exemplo: Adorava comida salgada e gordurosa. 2. Substantivos e um adjetivo No caso inverso, ou seja, quando há mais do que um substantivo e apenas um adjetivo, há duas formas de concordar: 2.1. Quando o adjetivo vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo. Exemplo: Linda filha e bebê. 2.2. Quando o adjetivo vem depois dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo ou com todos os substantivos. Exemplos: Pronúncia e vocabulário perfeito. Vocabulário e pronúncia perfeita. Pronúncia e vocabulário perfeitos. Vocabulário e pronúncia perfeitos. 3 Regência verbal e nominal Regência verbal e nominal 1MÉRITO Apostilas Regência verbal e nominal Regência verbal A regência verbal indica a relação que um verbo (termo regente) estabelece com o seu complemento (termo regido) através do uso ou não de uma preposição. Na regência verbal os termos regidos são o objeto direto (sem preposição) e o objeto indireto (preposicionado). Exemplos de regência verbal preposicionada • assistir a; • obedecer a; • avisar a; • agradar a; • morar em; • apoiar-se em; • transformar em; • morrer de; • constar de; • sonhar com; • indignar-se com; • ensaiar para; • apaixonar-se por; • cair sobre. Regência verbal sem preposição Os verbos transitivos diretos apresentam um objeto direto como termo regido, não sendo necessária uma preposição para estabelecer a regência verbal. 2 Regência verbal e nominal Exemplos de regência verbal sem preposição: • Você já fez os deveres? • Eu quero um carro novo. • A criança bebeu o suco. O objeto direto responde, principalmente, às perguntas o quê? e quem?, indicando o elemento que sofre a ação verbal. Regência verbal com preposição Os verbos transitivos indiretos apresentam um objeto indireto como termo regido, sendo obrigatória a presença de uma preposição para estabelecer a regência verbal. Exemplos de regência verbal com preposição: • O funcionário não se lembrou da reunião. • Ninguém simpatiza com ele. • Você não respondeu à minha pergunta. O objeto indireto responde, principalmente, às perguntas de quê? para quê? de quem? para quem? em quem?, indicando o elemento ao qual se destina a ação verbal. Preposições usadas na regência verbal As preposições usadas na regência verbal podem aparecer na sua forma simples, bem como contraídas ou combinadas com artigos e pronomes. Preposições simples: a, de, com, em, para, por, sobre, desde, até, sem,... 3 Regência verbal e nominal Contração e combinação de preposições: à, ao, do, das, destes, no, numa, nisto, pela, pelo,... As preposições mais utilizadas na regência verbal são: a, de, com, em, para e por. • Preposição a: perdoar a, chegar a, sujeitar-se a,... • Preposição de: vangloriar-se de, libertar de, precaver-se de,... • Preposição com: parecer com, zangar-se com, guarnecer com,... • Preposição em: participar em, teimar em, viciar-se em,... • Preposição para: esforçar-se para, convidar para, habilitar para,... • Preposição por: interessar-se por, começar por, ansiar por,… Regência nominal A regência nominal indica a relação que um nome (termo regente) estabelece com o seu complemento (termo regido) através do uso de uma preposição. Exemplos de regência nominal • favorável a; • apto a; • livre de; • sedento de; • intolerante com; • compatível com; • interesse em; • perito em; • mau para; 4 Regência verbal e nominal • pronto para; • respeito por; • responsável por. Regência nominal com preposição A regência nominal ocorre quando um nome necessita obrigatoriamente de uma preposição para se ligar ao seu complemento nominal. Exemplos de regência nominal com preposição: • Sempre tive muito medo de baratas. • Seu pai está furioso com você! • Sinto-me grato a todos. Preposições usadas na regência nominal Também na regência nominal as preposições podem ser usadas na sua forma simples e contraídas ou combinadas com artigos e pronomes. As preposições mais utilizadas na regência nominal são, também: a, de, com, em, para, por. Preposição a: anterior a, contrário a, equivalente a,... Preposição de: capaz de, digno de, incapaz de,... Preposição com: impaciente com, cuidadoso com, descontente com,... Preposição em: negligente em, versadoem, parco em,... Preposição para: essencial para, próprio para, apto para,... Preposição por: admiração por, ansioso por, devoção por,... 5 Colocação Pronominal Colocação Pronominal 1MÉRITO Apostilas Colocação Pronominal A colocação pronominal indica a posição dos pronomes átonos - me, nos, te, vos, se, o(s), a(s), lhe(s) - em relação ao verbo, do que resulta a próclise, a mesóclise e a ênclise. Antes de entender como cada um dos casos deve ser usado, a primeira regra é: a colocação pronominal é feita com base em prioridades. O caso que tem mais prioridade é a próclise, e se nenhuma das situações satisfizer o seu uso, é utilizada a ênclise. Lembrando que a mesóclise somente é utilizada com verbos no futuro do presente e no futuro do pretérito Próclise Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo. Isso acontece quando a oração contém palavras que atraem o pronome: 1. Palavras que expressam negação tais como “não, ninguém, nunca”: Não o quero aqui. Nunca o vi assim. 2. Pronomes relativos (que, quem, quando...), indefinidos (alguém, ninguém, tudo…) e demonstrativos (este, esse, isto…): Foi ela que o fez. Alguns lhes deram maus conselhos. Isso me lembra algo. 3. Advérbios ou locuções adverbiais: Ontem me disseram que havia greve hoje. Às vezes nos deixa falando sozinhos. 2 Colocação Pronominal 4. Palavras que expressam desejo e também orações exclamativas: Oxalá me dês a boa notícia. 5. Conjunções subordinativas: Embora se sentisse melhor, saiu. Conforme lhe disse, hoje vou sair mais cedo. 6. Palavras interrogativas no início das orações: Quando te deram a notícia? Quem te presenteou? Mesóclise Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. Isso acontece com verbos do futuro do presente ou do futuro do pretérito, a não ser que haja palavras que atraiam a próclise: • Orgulhar-me-ei dos meus alunos. (verbo orgulhar no futuro do presente: orgulharei) • Orgulhar-me-ia dos meus alunos. (verbo orgulhar no futuro do pretérito: orgulharia) Ênclise Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. Isso acontece quando a oração contém palavras que atraem esse tipo de colocação pronominal: 1. Verbos no imperativo afirmativo: Depois de terminar, chamem-nos. 3 Colocação Pronominal Para começar, joguem-lhes a bola! 2. Verbos no infinitivo impessoal: Gostaria de pentear-te a minha maneira. O seu maior sonho é casar-se. 3. Verbos no início das orações: Fiz-lhe a pessoa mais feliz do mundo. Surpreendi-me com o café da manhã. Colocação pronominal nas locuções verbais Nos exemplos acima existe apenas um verbo atraindo o pronome. Agora, vejamos como ocorre a colocação do pronome nas locuções verbais. Lembrando que as regras citadas para os verbos na forma simples devem ser seguidas. 1. Usa-se a ênclise depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal nas locuções verbais em que o verbo principal esteja no infinitivo ou no gerúndio: Devo-lhe explicar o que se passou. (ênclise depois do verbo auxiliar, “devo”) Devo explicar-te o que se passou. (ênclise depois do verbo principal, “explicar”) 2. Caso não haja palavra que atraia a próclise, usa-se a ênclise depois do verbo auxiliar em que o verbo principal esteja no particípio: Foi-lhe explicado como deveria agir. (ênclise depois do verbo auxiliar, “foi”, uma vez que o verbo principal “explicar” está no particípio, “explicado”) Tinha-lhe feito as vontades se não tivesse sido mal criado. (ênclise depois do verbo auxiliar, “tinha”, uma vez que o verbo principal “fazer” está no particípio, “feito”) 4 Ortografia Ortografia 1MÉRITO Apostilas Ortografia Ortografia é a parte da gramática que se encarrega da forma correta de escrita das palavras da Língua Portuguesa. Ela se insere na Fonologia (estudo dos fonemas) e junto com a Morfologia e a Sintaxe são as partes que compõem a gramática. Além de ser influenciada pela etimologia e fonologia das palavras, no que respeita à ortografia existem convenções entre os falantes de uma mesma língua que visam unificar a sua ortografia oficial. Trata-se dos acordos ortográficos. O Alfabeto A escrita é possível graças aos sinais gráficos ordenados que transcrevem os sons da linguagem. Na nossa cultura, esses sinais são as letras, cujo conjunto é chamado de alfabeto. A língua portuguesa tem 26 letras, três das quais são usadas em casos especiais: K, W e Y. Emprego das letras K, W e Y • Siglas e símbolos: kg (quilograma), km (quilômetro), K (potássio). • Antropônimos (e respectivas palavras derivadas) originários de línguas estrangeiras: Kelly, Darwin, darwinismo. • Topônimos (e respectivas palavras derivadas) originários de línguas estrangeiras: Kosovo, Kuwait, kuwaitiano. • Palavras estrangeiras não adaptadas para o português: feedback, hardware, hobby. Uso do x e do ch O x é utilizado nas seguintes situações: • Geralmente, depois dos ditongos: caixa, deixa, peixe. 2 Ortografia • Depois da sílaba -me: mexer, mexido, mexicano. • Palavras com origem indígena ou africana: xará, xavante, xingar. • Depois da sílaba inicial -en: enxofre, enxada, enxame. Exceções: • A palavra "mecha" (porção de cabelo) escreve-se com ch. • O verbo "encher" escreve-se com ch. O mesmo acontece com as palavras que dele derivem: enchente, encharcar, enchido. Escreve-se com x: bexiga, bruxa, caxumba, elixir, faxina, graxa. Escreve-se com ch: bochecha, boliche, cachaça, chuchu, colcha. Uso do h O h é utilizado nas seguintes situações: • No final de algumas interjeições: Ah!, Oh!, Uh! • Por força da etimologia: habilidade, hoje, homem. • Nos dígrafos ch, lh, nh: flecha, vermelho, manha. • Nas palavras compostas: mini-hotel, sobre-humano, super-homem. Exceção: A palavra Bahia quando se refere ao estado é uma exceção. O acidente geográfico "baía" é grafado sem h. Uso do s e do z O s é utilizado nas seguintes situações: 3 Ortografia • Nos adjetivos terminados pelos sufixos -oso / -osa que indicam grande quantidade, estado ou circunstância: bondoso, feiosa, oleoso. • Nos sufixo -ês, -esa, -isa que indicam origem, título ou profissão: marquês, francesa, poetisa. • Depois de ditongos: coisa, maisena, lousa. • Na conjugação dos verbos pôr e querer: pôs, quis, quiseram. O z é utilizado nas seguintes situações: • Nos sufixos -ez / -eza que formam substantivos a partir de adjetivos: magro - magreza, belo - beleza, grande - grandeza. • No sufixo - izar, que forma verbo: atualizar, batizar, hospitalizar. Escreve-se com s: alisar, análise, atrás, através. Escreve-se com z: amizade, aprazível, desprezo, giz, rodízio. Uso do g e do j O g é utilizado nas seguintes situações: • Nas palavras que terminem em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: presságio, régio, litígio, relógio, refúgio. • Nos substantivos que terminem em -gem: alavancagem, vagem, viagem. O j é utilizado nas seguintes situações: • Palavras com origem indígena: pajé, jerimum, canjica. • Palavras com origem africana: jabá, jiló, jagunço. 4 Ortografia Observações: • A conjugação do verbo viajar no Presente do Subjuntivo escreve-se com j: (Que) eles/elas viajem. • Nos verbos que, no infinitivo, contenham g antes de e ou i, o g é substituído para j antes do a ou do o, de forma a que seja mantido o mesmo som. Assim: afligir - aflija, aflijo; eleger - elejam, elejo; agir - ajam, ajo. • A cidade Mogi das Cruzes escreve-se com g. A pessoa que nasce ou que vive é chamada de "mogiano". No entanto, a palavra "mojiano" existe e, de acordo com o dicionário Michaelis significa "Relativo ou pertencente à região que era servida pela antiga Estrada de Ferro Mojiana (de São Paulo a Minas Gerais)." Escreve-se com g: angélico, estrangeiro, gengibre. Escreve-se com j: berinjela, gorjeta, jiboia. Abaixo / A baixo Abaixo O termo "abaixo', escrito junto, faz referência a algo que esteja numa posição inferior.