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• A neurose possui duas sub-divisões: a histeria e a neurose obsessiva. O mecanismo de 
defesa é o recalque ou repressão. 
Na neurose, a manutenção do conteúdo problemático como segredo é o que chamamos 
recalque ou repressão. O paciente neurótico esconde de si mesmo o problema, o sintoma ou a 
dificuldade que o psicótico encontra fora de si. 
Ou seja, na neurose há uma cisão da psique. Alguns conteúdos ficam recalcados, escondidos, 
em segredo e causa sofrimento nos sintomas dos quais a pessoa reclama. 
• Na histeria, a reclamação dá voltas e voltas sobre o problema. É como se pessoa 
nunca conseguisse chegar ao ponto sobre o qual quer falar mesmo. O seu 
desejo é sempre insatisfeito, como se a pessoa procurasse alguma coisa 
(seja um objeto, seja uma relação amorosa) para a satisfazer – mas nunca a satisfação 
aparece. A reclamação é sem fim. 
• Na neurose obsessiva, há também voltas e voltas ao redor do problema. Mas na 
neurose obsessiva o que notamos mais frequentemente é a 
tentativa de organização, de organizar as coisas ao redor para 
tentar não pensar no que é, realmente, o problema principal. 
E, finalmente, na estrutura perversa, há o mecanismo de defesa da denegação. 
Podemos entender a perversão e a denegação com a seguinte citação do texto de Sigmund 
Freud, intitulado “Fetichismo”: 
“Nos últimos anos tive oportunidade de estudar analiticamente certo número de homens cuja 
escolha objetal era dominada por um fetiche. Não é preciso esperar que essas pessoas venham 
à análise por causa de seu fetiche, pois, embora sem dúvida ele seja reconhecido por seus 
adeptos como uma anormalidade, raramente é sentido por eles como o sintoma de uma 
doença que se faça acompanhar por sofrimento. Via de regra, mostram-se inteiramente 
satisfeitos com ele, ou até mesmo louvam o modo pelo qual lhes facilita a vida erótica. Via de 
regra, portanto, o fetiche aparece na análise como uma descoberta subsidiária”. 
O trecho em itálico descreve a relação entre a ideia de anormalidade (de um fetiche) e a 
sensação por parte do sujeito perverso de que esta anormalidade não é uma doença que traz 
sofrimento. Ou seja, o sujeito denega, o que, por exemplo, para um neurótico seria motivo de 
muito sofrimento. 
Temos outra forma de entender as estruturas. 
Pode-se também dividir as estruturas através da angústia de fundo em cada uma delas. Inclui-
se aqui a Depressão por estar relacionada com a Psicose (no que diz respeito ao sintoma, por 
exemplo, da chamada Psicose maníaco depressiva – hoje transtorno bipolar): 
• Psicose – Angústia da entrega 
• Neurose obsessiva – Angústia da mudança 
• Histeria – Angústia de permanência 
Na psicose, o problema, o sintoma retorna de fora (foraclusão). Por isso, é pouco 
comum que um psicótico busque análise pois o “inferno são os outros” – não o eu. A 
angústia é da entrega ao outro. 
Na histeria, o desejo nunca permanece, está sempre a mudar…a mudar… 
A angústia, então, seria de permanecer fixo em um lugar ou em um 
desejo. 
Na neurose obsessiva, seria o contrário: o desejo está sempre morto 
(como a questão insolúvel do Hamlet – ser ou não ser…), ou seja, não 
está em movimento, está parado-morto… A angústia seria a angústia 
de mudar. 
A perversão não aparece neste quadro didático. Do mesmo modo que a 
psicose, a perversão dificilmente aparece no divã. Poder-se-ia dizer que a 
perversão também denega a angústia… (a angústia, nesse sentido, não existe 
para o perverso)… 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SABRINA ANDRADE ROCHA – ILES/ULBRA ITUMBIARA/GO

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