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REMISSÃO DE DÍVIDA


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REMISSÃO DE DÍVIDA
Conceito
Remissão é o ato ou efeito de remitir, isto é, de conceder o perdão. Na relação obrigacional, remissão é o ato de exonerar o devedor do pagamento da dívida.
Não se deve confundir remissão com renúncia. Esta possui caráter unilateral, ou seja, não constitui requisito para sua ocorrência o consentimento de um terceiro. Contrário ocorre com a remissão, de caráter bilateral, em que o devedor deverá anuir à decisão do credor. Outro ponto a ser considerado é o objeto de cada um desses institutos. Como preleciona Silvio Venosa (2013, p. 313), “em princípio, podem ser renunciados todos os direitos disponíveis, reais, pessoais e intelectuais. Pode-se renunciar à propriedade, à posse, à herança, à patente de invenção, ao direito autoral.”. Porém, quando se fala em remissão, infere-se que há renúncia de direito creditório.
Carlos Roberto Gonçalves (2011, p. 364) e Maria Helena Diniz (2007, p. 348) prelecionam que só há remissão de dívidas de caráter patrimonial privado. Porém, no Código Tributário Nacional, em ser artigo 156, inciso IV, pode haver extinção da dívida com a Fazenda Pública por meio da remissão, desde que considerados alguns requisitos, previstos no artigo 172 do mencionado Código, como a situação econômica do sujeito passivo (inciso I). 
ESPÉCIES
A remissão pode ser total, se toda a obrigação por perdoada, ou parcial, se apenas parte da obrigação for remitida.
Ainda pode ser expressa ou tácita. Será expressa quando declarado, por escrito, o perdão da dívida, seja por ato inter vivos ou mortis causa. A remissão é considerada tácita quando decorre do previsto nos artigos 386 e 387, “[...] nos quais se presume a vontade do credor de remitir, por resultarem de atos que indicam o seu intento de perdoar o débito.” (MARIA HELENA DINIZ, 2007, p. 368)
REMISSÃO PRESUMIDA
Presume-se que houve o perdão da dívida quando: a) há entrega voluntária
do título da obrigação por escrito particular; b) há entrega do objeto empenhado.
No primeiro caso, inferem-se alguns pontos a serem discutidos, como: a) devolução voluntária do título da obrigação; b) o caráter intuitu personae da restituição do instrumento; c) instrumento particular para a entrega; e d) desoneração do devedor e seus coobrigados.
O primeiro ponto diz respeito à intenção do credor em abdicar a sua posição na relação obrigacional. Para possuir efeito liberatório, a remissão deverá ser feita mediante vontade do credor, não se admitindo qualquer tipo de erro que o obrigue a tomar tal decisão. 
A restituição do instrumento deverá ser feita pelo próprio credor ou por seu representante. Caso seja feita por terceiro, a restituição não produzirá seus efeitos na relação contratual.
Segundo Maria Helena Diniz (2007, p. 359), “a entrega será restrita ao instrumento particular, sendo irrelevante a posse de uma escritura pública.”.
Analisando o último ponto, tem-se que, para comprovar a desoneração do devedor e seus coobrigados, é necessária a restituição voluntária pelo credor, não bastando a posse do título pelo devedor.
O outro caso de remissão presumida está previsto no artigo 387, que diz que: “A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não a extinção da dívida.”. A entrega do objeto empenhado faz presumir que o credor renunciou à garantia, mas não ao crédito, devendo ainda o sujeito ativo ser responsável pelo pagamento da dívida.
A penhora de certo bem móvel é direito acessório à obrigação principal, que é a dívida. Como preleciona Maria Helena Diniz (2007, p. 359), “a remissão da obrigação principal atingirá a acessória, mas a da acessória não terá eficácia relativamente à principal.”.
EFEITOS DA REMISSÃO DA DÍVIDA
Na solidariedade passiva, em que existem dois ou mais devedores em face de um só credor, a remissão da dívida concedida a apenas um dos codevedores não extingue a relação obrigacional existente com os outros.
Ao optar pela renúncia da dívida em uma obrigação solidária, o credor perdoa apenas a parte correspondente ao devedor apontado, não podendo cobrar dos outros devedores sem excluir do débito a parte remitida. De modo diverso, a renúncia à solidariedade da obrigação não se faz presumir o perdão da dívida, pois apenas a modalidade da obrigação foi alterada, e não a sua existência. 
A remissão extingue a dívida, mesmo que não haja o efetivo pagamento por parte do devedor e seus coobrigados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, vol. 2: teoria geral das obrigações. São Paulo: Saraiva, 2007.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, vol. 2: teoria geral das obrigações. São Paulo: Saraiva, 2011.
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil, vol. 2: teoria geral das obrigações e teoria geral dos contratos. São Paulo: Atlas, 2013.

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