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UNIVERSIDADE TIRADENTES
CURSO DE DIREITO
MATÉRIA:
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
PROFESSOR:
WLADIMIR CORREA E SILVA
NOME DO ALUNO:
MARCELO DE ALBUQUERQUE NEGROMONTE
MEDIDA DE EFICIÊNCIA 2ª UNIDADE
TÍTULO:
ATO ILÍCITO COM RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA
Itabaiana-Se, 22 de junho de 2020
Ato ilícito é todo aquele que viole o ordenamento jurídico, ou seja, todo aquele que viole direito e cause danos a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Esta pode ser classificada como ilicitude pura. Entretanto, quando ocorre uma conduta licita porem exercida de maneira imprópria, caracteriza abuso de direito. Este tipo de conduta é classificado com ato ilícito equiparado.
CC2002 - Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
É aquela em que a lei dispensa a produção de prova a respeito da culpa. Porém, na origem é normal que se tenha um ato culposo. A lei apenas estabelecerá não ser necessária a produção de prova acerca dessa culpa. Desta forma, é errado dizer que responsabilidade objetiva é aquela em que não há culpa. Em verdade, responsabilidade objetiva é aquela em que não há necessidade de discussão do elemento culpa.
A nossa Constituição Federal traz em seu capítulo VII, §6:
CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 37. A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e, também, ao seguinte:
  § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
	Vamos ilustrar alguns exemplos de ato ilícito e responsabilidade civil objetiva:
- Um exemplo simples e de fácil ilustração é o desrespeito ao sossego e desrespeito a vizinhança.
O sujeito que está ouvindo músicas em sua residência não comete nenhuma ilicitude, aliás, está ele legitimado à exercer tal ato, posto que não há qualquer previsão legal que o impeça de realizar esta atividade, temos aí um ato lícito porém se este mesmo sujeito pretenda ouvir suas músicas em volume exageradamente alto, em horário impróprio, ele deixou de exercer um ato lícito, pois o modo o qual está executando o ato o torna inadequado.
Assim, a situação mencionada não se amolda como um ato ilícito puro, preconizado no artigo 186, CC, mas sim no ato ilícito equiparado, pois, o agente, praticou seu direito de maneira manifestamente abusiva, capaz de ser considerada intolerável à vizinhança no que se diz respeito à boa-fé, à moralidade, à harmonia nas relações humanas, etc.
- Uma empresa é contratada para disponibilizar acesso a internet para uso em trabalho e estudo porém por conta de falhas e quedas o usuário contratante teve prejuízos em seu trabalho bem como perda de provas por não ter conseguido acesso ao serviço contratado no momento em que precisou, isso pode ser invocados pelo CDC em seu artigo 14:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
- A responsabilidade civil objetiva do referido artigo 14 não se aplica aos profissionais liberais, portanto para estes continuará prevalecendo em tese a responsabilidade civil subjetiva, aquela em que é necessário ser provado a culpa dos agentes para que lhe seja atribuído a responsabilidade pelo dano ou prejuízo causado ao consumidor. Seria a responsabilidade derivada de um contrato da pessoa que procura o médico em seu consultório ou no hospital para que cuide de sua enfermidade, em troca de honorários, por exemplo, se uma pessoa adquire uma infecção hospitalar durante consulta ou procedimento médico não poderá o médico responder por responsabilidade objetiva.

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