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DIREITO TRIBUTÁRIO II - Daniela Borges - Caderno para 1ª Avaliação

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DIREITO TRIBUTÁRIO II
Aluno: João Felipe Cabral Fagundes Pereira – T8B
TRIBUTAÇÃO DO CONSUMO – A vivência em sociedade gera custos e, portanto, quem vive em sociedade é chamado para arcar com as despesas gerais, por meio dos tributos. Portanto, as pessoas que convivem em sociedades arcam com os tributos (impostos, taxas e contribuições) por meio de sua capacidade produtiva, podendo a mesma ser medida das mais diversas formas (quantidade de terras, receita, o quanto o contribuinte consome, etc). Hoje em dia, devido à sociedade de capitalismo intenso em que vivemos, o consumo é uma das principais formas de mensurar a capacidade contributiva dos contribuintes e, como consequência, os tributos tentam tributar diferentes formas de consumo (demonstração da capacidade contributiva). 
 Os tributos de consumo tem como fato gerador a venda ou saída do produto/mercadoria/serviço, e não o consumo, facilitando a arrecadação, fiscalização e recolhimento do tributo. Logo, a tributação de consumo incide sobre a cadeia produtiva, e não sobre o consumo em si. Logo, podemos chamar os tributos de consumo de tributos indiretos, pois há a transferência do ônus financeiro para o próximo comprador da cadeia, incidindo sobre a venda do produto/prestação do serviço, visando onerar por fim o consumidor final. 
-Regressividade da Tributação sobre o Consumo: A tributação sobre o consumo tende a ser regressiva, ou seja, quem tem menos, tende a pagar mais, devido ao fato de que o contribuinte, independentemente do quanto o mesmo, vai acabar tendo que consumir mercadorias, incidindo na venda das mercadorias a tributação do consumo.
IVA EUROPEU – O modelo europeu consiste na ideia de que quando a indústria fabrica o produto e realiza a venda, incide o imposto, assim como incidirá o imposto no momento em que o comprador realiza a venda para uma fábrica. A principal vantagem do modelo europeu é a fiscalização do tributo (gera um rastro de NFs que possibilita maior facilidade de fiscalização para o Fisco quanto à tributação), e a constante arrecadação do tributo, devido ao fato de que sempre que houver a venda/prestação de serviço na cadeia produtiva, incidirá o tributo. 
-Modelo Europeu no Brasil: O Brasil se inspira no modelo europeu, com o diferencial de que o ordenamento jurídico brasileiro resolveu segregar entre os entes federativos os tipos de consumo (o IPI compete à União, o ICMS compete às UFs e o ISS compete aos Municípios), acarretando em uma maior complexidade no entendimento da cadeia produtiva.
OBS: Nos Estados Unidos, pouco importa quantas vezes o produto circulou antes, pois o tributo só incidirá quando houver a venda para o consumidor final.
IPI (IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS) – O IPI, ou Imposto sobre Produtos Industrializados, é um imposto de função fiscal e extrafiscal. (i) Fiscal, pois representa uma arrecadação muito alta, havendo uma preocupação do Fisco para com a sua arrecadação (devido à sua “força fiscal”), assim como também possui (ii) Função Extrafiscal, sendo regido pelo Princípio da Seletividade, inibindo o consumo de mercadorias como tabaco e bebidas por meio da instituição de altas alíquotas. 
COMPETÊNCIA (Artigo 153, IV, CF/88) – Quanto à competência, a mesma foi instituída pelo Artigo 153, IV da Constituição Federal de 1988, onde é estabelecido pela CF88 que compete à União instituir - por meio de Lei Ordinária - impostos sobre produtos industrializados. 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
IV - produtos industrializados;
OBS: Portanto, a Constituição dá a competência para o ente federativo, as normas gerais de matéria tributária são criadas por meio de Lei Complementar e o tributo é instituto, via de regra, por leis ordinárias.
ESTRUTURA NORMATIVA
-LC sobre Normas Gerais (Artigos 46 a 51 do CTN): Com base no Artigo 146, III, alínea A da Constituição Federal de 1988 estabelece que as normas gerais de matéria tributária (estabelecimento de fato gerador, base de cálculo e quem será o contribuinte, por exemplo) sobre os impostos devem estar dispostas em Leis Complementares. Logo, as normas gerais de matéria tributária sobre o IPI estão dispostas nos Artigos 46 a 51 do CTN (o CTN tem natureza de Lei Complementar).
Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador:
I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;
II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51;
III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo.
Art. 47. A base de cálculo do imposto é:
I - no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como definido no inciso II do artigo 20, acrescido do montante:
a) do imposto sobre a importação;
b) das taxas exigidas para entrada do produto no País;
c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis;
II - no caso do inciso II do artigo anterior:
a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria;
b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente;
III - no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação.
Art. 48. O imposto é seletivo em função da essencialidade dos produtos.
Art. 49. O imposto é não-cumulativo, dispondo a lei de forma que o montante devido resulte da diferença a maior, em determinado período, entre o imposto referente aos produtos saídos do estabelecimento e o pago relativamente aos produtos nele entrados.
Parágrafo único. O saldo verificado, em determinado período, em favor do contribuinte transfere-se para o período ou períodos seguintes.
Art. 50. Os produtos sujeitos ao imposto, quando remetidos de um para outro Estado, ou do ou para o Distrito Federal, serão acompanhados de nota fiscal de modelo especial, emitida em séries próprias e contendo, além dos elementos necessários ao controle fiscal, os dados indispensáveis à elaboração da estatística do comércio por cabotagem e demais vias internas.
Art. 51. Contribuinte do imposto é:
I - o importador ou quem a lei a ele equiparar;
II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar;
III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior;
IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante.
-Instituição (Lei 4502/64): A instituição do IPI, assim como a diminuição e alteração de alíquotas compete à União Federal. Desse modo - como sabemos - a instituição do IPI se dá por meio de lei ordinária, estabelecendo o “Se A, deve ser B”, onde há a criação de norma de incidência do tributo em questão, estabelecendo a instituição dos tributos e definição das alíquotas. A instituição do IPI se deu pela Lei Ordinária 4.502 de 1964. 
LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS 
-Princípio da Legalidade: O IPI acaba sendo uma exceção parcial ao Princípio da Legalidade, devido ao fato de que o Artigo 153, §1º da CF/88 estabelece que é facultado ao Poder Executivo – por meio de decretos (TIPI ou Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados) alterar as alíquotas do IPI, sendo uma limitação ao Princípio da Legalidade.
-Princípio da Anterioridade: O IPI não se sujeita ao Princípio da Anterioridade (consiste na ideia de que a alteração de lei dispondo sobre o tributo só surtirá efeitos a partir do exercício financeiro seguinte), prevista no Artigo 150, §1º, entretanto, se sujeita ao Princípio da Noventena (Anterioridade Nonagesimal), devendo respeitar o prazo de 90 dias para início da vigência da lei.
-Princípio da Capacidade Contributiva e Igualdade: Quantoao Princípio da Capacidade Contributiva e da Igualdade, ele rege de forma mitigada/limitada o IPI (nas hipóteses da função extrafiscal).
-Princípio da Uniformidade Federal: Ademais, o IPI acaba sendo um imposto que é exceção ao Princípio da Uniformidade Federal, pelo fato de promover o equilíbrio socioeconômico entre regiões diferentes (no caso da ZFM), possuindo alíquotas diferentes em algumas situações.
-Imunidades: Em relação às (i) Imunidades Específicas (aquelas que a Constituição institui de forma específica ao tributo), é determinado pelo Artigo 153, §3º, III da CF/88 que o IPI não incidirá sobre produtos industrializados que serão exportados ao exterior.
§ 3º O imposto previsto no inciso IV (IPI):
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
 Ademais, quanto às (ii) Imunidades Genéricas (imunidades aplicáveis a todos os tributos), estas são aplicáveis sobre o IPI, recaindo especialmente no Artigo 150, VI, Alíneas D e E da Constituição Federal, estabelecendo imunidade sobre os produtos que se tratam de livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão assim como para fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:                  (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.                  (Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013)
REPARTIÇÃO DE RECEITA – Atualmente, no Brasil, o montante arrecadado pela União com IPI será repartido entre os entes federativos em conformidade com o disposto no Artigo 159, I e II, da CF/88. Com base no disposto na Carta Magna, 41% do valor arrecadado ficará com a União enquanto que o restante (49% do montante arrecadado) será dividido nas seguintes parcelas: (i)21,5% ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal; (ii) 22,5% ao Fundo de Participação dos Municípios; e (iii) 3% para aplicações de programas de financiamento ao setor produtivo das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste,; e (iv) 2% ao Fundo de Participação dos Municípios, sendo que metade será entregue no primeiro decêndio do mês de julho e a outra será repassada no primeiro decêndio do mês de dezembro.
Art. 159. A União entregará:   (Vide Emenda Constitucional nº 55, de 2007)
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados, 49% (quarenta e nove por cento), na seguinte forma:              (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 84, de 2014)
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal;                (Vide Lei Complementar nº 62, de 1989)   (Regulamento)
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios;                 (Vide Lei Complementar nº 62, de 1989)   (Regulamento)
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade dos recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer;              (Regulamento)
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês de dezembro de cada ano;                  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 55, de 2007)
e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês de julho de cada ano;                  (Incluída pela Emenda Constitucional nº 84, de 2014)
II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados.             (Regulamento)
OBS: Do montante resultante da arrecadação do IPI, 10% será destinado aos Estados e ao DF de forma proporcional ao valor das exportações de produtos industrializados. 
ANTECEDENTE DO IPI (Descrição do fato gerador) 
-Aspecto Material: O marco de competência para a União de incidir o IPI, ou seja, a sua materialidade, é o produto industrializado, que conforme o Artigo 46, Parágrafo Único do CTN, se considera produto industrializado aquele que foi submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo. Portanto, podemos concluir que o aspecto material do IPI nada mais é do que a industrialização do produto (em regra).
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo.
OBS: No Parágrafo Único do Artigo 46 do CTN, falta no conceito de industrialização o elemento mais importante do produto industrialização: o modo de sua produção, ou seja, sua produção massificada. Um exemplo é no caso de uma costureira, que transforma um tecido em um vestido. Em tese, conforme o Artigo 46, P.U, CTN, a transformação do tecido em um vestido se enquadra no conceito de produto industrializado mas, pelo modo de produção, o produto da costureira não se enquadra no aspecto material do IPI. 
-Aspecto Temporal: O aspecto temporal (momento em que ocorre a incidência do tributo) do IPI, conforme previsao legal do Artigo 46 do CTN, é: (i) o seu desembaraço aduaneiro, nas hipóteses de produtos industrializados de procedência estrangeira; (ii) a saída do estabelecimento (estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante – Artigo 51, Parágrafo Único, CTN); e (iii) o momento da arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.
Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador:
I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;
II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51;
III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo.
-Aspecto Espacial: Por se tratar de um imposto federal, o aspecto material do IPI não é tão relevante. Porém, é válido notar que o aspecto espacial do IPI são os locais em que houve o desembaraço aduaneiro (produtos de procedência estrangeira), em que houve a industrialização e no local em que ocorreu o arremate.
-Aspecto Pessoal: O aspecto pessoal é nada mais do que quem realiza o fato gerador. No IPI, o aspecto pessoal do fato gerador poderá ser o importador, o estabelecimento industrializador, o comerciante de produtos industrializados que os forneça às indústrias e o arrematante de produtos, conforme Artigo 51 do CTN.
Art. 51. Contribuinte do imposto é:
I - o importador ou quem a lei a ele equiparar;
II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar;
III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior;
IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados,levados a leilão.
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante.
CONSEQUENTE DO IOF (Descrição da Obrigação – BC, Alíquota, Sujeito Ativo/Passivo)
-Aspecto Quantitativo: O IPI possui duas operações matemáticas: a Base de Cálculo x Alíquota
(i) Base de Cálculo: A base de cálculo do IPI pode variar e ser apurada de acordo com as suas 3 espécies. Primeiramente no (a) IPI Arrematação, a base de cálculo é o preço da arrematação. Por outro lado, no (b) IPI Nacional, a base de cálculo é o preço da operação, ou seja, o preço de venda do produto. Entretanto, a alínea b considera a hipótese do valor da operação não ser conhecido, sendo determinado como base de cálculo o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente. 
 Por fim, o (c) IPI Importação tem como base de cálculo o preço normal + frete + seguro (mesma BC do Imposto sobre a Importação), acrescido do montante do imposto sobre a importação, das taxas (custos aduaneiros) exigidas para entrada do produto no País e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis.
OBS: É válido observar que o IPI “corre por fora” do preço. Ou seja, o IPI não está imbutido no preço do produto. Logo, se uma indústria determina que seu produto vale R$10.000,00 – incidindo sobre o mesmo alíquota de IPI de 10%, o comprador irá pagar R$11.000,00 (preço do produto + IPI “por fora”).
(ii) Alíquota: A alíquota do IPI mais comum é a de 10%, porém existe uma inifinitude de alíquotas de IPI, devido ao Princípio da Seletividade, ou seja, a alíquota do IPI será definida conforme a essencialidade do produto, ou seja, quanto mais supérfluo o produto, maior a alíquota e, quanto mais essencial, menor será a alíquota. As alíquotas do IPI encontram-se na TIPI (Tabela de Incidência do IPI), que podem ser majoradas ou reduzidas pelo Poder Executivo (exceção ao Princípio da Legalidade), devendo respeitar o Princípio da Noventena.
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
IV - produtos industrializados;
§ 3º O imposto previsto no inciso IV:
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei.                  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
OBS: Os produtos listados na TIPI são classificados pelo NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) que se trata de um código de 8 dígitos estabelecido pelo Governo Brasileiro para identificar a natureza das mercadorias e promover o desenvolvimento do comércio internacional, além de facilitar a coleta e análise das estatísticas do comércio exterior. A NCM foi adotada em janeiro de 1995 pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e tem como base o SH (Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias). Por esse motivo existe a sigla NCM/SH.
(iii) Não-Cumulatividade: O IPI, por ser inspirado no bem de tributação sobre consumo europeu, será tributado em todos as etapas da cadeia produtiva, resultando em um potencial efeito em cascata. Como forma de evitar a tributação em cascata, é disposto na constituição o Princípio da Não-Cumulatividade – aplicável ao IPI – onde a não-cumulatividade diz que o contribuinte do imposto tem o direito de abater do imposto a pagar o imposto que foi cobrado na operação anterior. 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
IV - produtos industrializados;
§ 3º O imposto previsto no inciso IV:
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores;
OBS: O IPI no Brasil trabalha com o sistema do crédito físico, ou seja, só gera crédito a aquisição dos bens que integrará fisicamente o bem que será tributado na saída. 
-Aspecto Subjetivo: O sujeito ativo sempre será a União, enquanto que o sujeito passivo será o contribuinte (industrializador, importador e arrematante), além de ser determinado que poderá ser sujeito passivo do imposto (não necessariamente é um contribuinte, mas sim um responsável tributário) o comerciante que comercializa o produto industrializado para um industrializador. 
Art. 51. Contribuinte do imposto é:
I - o importador ou quem a lei a ele equiparar;
II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar;
III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior;
IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante.
OBS: O transportador que transporta mercadoria com NF regular não possui nenhuma responsabilidade diante do IPI. Entretanto, caso o transportador esteja sem NF ou com NF dotada de algum vício, o mesmo se responsabilizará tributariamente do IPI diante da operação específica sendo realizada.
OBS: A União permite a autuação de industrializadores que possuem mercadorias compradas sem NF correspondente, onde além de pagar o IPI da venda dessas mercadorias, irá também pagar o IPI referente à operação anterior, que não possuía nota.
ICMS – O ICMS, também conhecido como imposto dos Estados e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, é um imposto cuja função é essencialmente fiscal, sendo o imposto de maior arrecadação do País, se tratando de um imposto estadual para os Estados e o Distrito Federal. Antes, o ICMS era chamado apenas de ICM, pois somente incidia sobre a circulação de mercadoria. Passou a ocorrer sua incidência sobre três serviços específicos em 1988, sendo que, de maneira geral, quem tem competência para tributar serviços são os Municípios, por meio do ISS. 
COMPETÊNCIA - Conforme o Artigo 155, II, CF/88 compete aos Estados e ao Distrito Federal a criação do ICMS. As competências tributárias, por serem indelegáveis, não permitem que a União ou os Municípios criem e instituam o ICMS no lugar das Unidades Federativas (Estados e DF). 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:                (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;                (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
ESTRUTURA NORMATIVA 
-Constituição Federal de 1988 (Curiosidade): A Constituição, em relação ao ICMS, apresenta uma particularidade. O art. 146, III ‘a’ da Constituição dispõe que cabe à lei complementar estabelecer normas gerais sobre fato gerador, base de cálculo e contribuintes dos impostos discriminados na Constituição. Treze são os impostos discriminados na Constituição, porém, as normas gerais do ICMS não estão situadas no CTN, como a grande maioria dos outros. 
Art. 146. Cabe à lei complementar:
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
-Lei Kandir (Lei Complementar 87/96): O ICMS, por se tratar de um imposto estadual que incide em operações que ocorrem entre diferentes estados, o constituinte teve a intenção de que a Lei Complementar regulamentasse de forma ampla as normas gerais de ICMS, visando garantir a uniformidade do ICMS no Brasil, devendo tratar sobre temas como substituição tributária, aspecto temporal e aspecto espacial, além do que geralmente é disposto nas leis complementares (fato gerador, base de cálculo e estabelece quemé o contribuinte). 
 A Lei Complementar 87/96 é uma lei federal que não cria e nem poderia criar o ICMS, porque a competência tributária é indelegável e a Constituição indica que compete aos Estados instituir o ICMS. Logo, partimos da premissa de que somente os Estados podem instituir, ou seja, somente Estados podem estabelecer o antecedente e o consequentes do ICMS. Apesar de tudo isso, todos os Estados do Brasil precisam observar as normas gerais da Lei Complementar 87/96, que é bastante detalhada, visto que o legislador federal se preocupou em uniformizar certos temas, de modo a impedir que o ICMS funcionasse como obstáculo ao comércio no Brasil.
 Em suma, a Constituição outorgou a competência de criação do ICMS aos Estados, mas, preocupada com o fato deste imposto interferir no comércio e buscando uniformiza-lo no que fosse possível, reservou muito mais matérias à lei complementar do que as ordinariamente reservadas aos demais tributos. Com isso, as normas gerais relacionadas ao ICMS não se encontram no CTN, mas sim na Lei Complementar 87/96. Essa Lei Complementar é extremamente detalhada em relação aos aspectos do ICMS, mas no plano da norma geral. A Lei 87/96 define as normas gerais sobre aspecto material, pessoal, temporal e espacial, enquanto diversas leis instituidoras não são tão detalhadas e sistematizadas. 
-Instituição (Lei Estadual): Entretanto, é válido observar que a Lei Complementar 87/96 estabelece as suas normas gerais, porém o ICMS só é instituído por meio de Leis Estaduais. Como o ICMS é imposto de competência estadual e a competência é indelegável, somente os Estados podem criar o ICMS. As leis estaduais criam efetivamente o ICMS. mesmo diante de tantos detalhes, os Estados precisam ter uma lei própria criando o ICMS, pois esta lei é o fundamento de nascimento do crédito tributário de ICMS no Estado. A lei estadual só será válida e legal se observar os critérios trazidos pela Lei 87/96 e só será constitucional se observar a Constituição.
LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS 
-Princípios Gerais: Em princípio, o ICMS se sujeitará à todos os princípios constitucionais tributários, tais como os princípios da anterioridade, noventena, legalidade, irretroatividade, isonomia, capacidade contributiva e vedação ao confisco.
OBS: O ICMS não se aplica ao Princípio da Uniformidade da Tributação Federal, pois por ser um tributo estadual, o mesmo não será alcançado por tal princípio disposto no Artigo 151, I, CF/88. Contudo, conforme Artigo 152 da CF/88, é vedado aos Estados, DF e Municípios estabelecer diferença tributária (BC e Alíquota) entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. 
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
OBS: Há uma mitigação facultativa á Seletividade no ICMS, pois enquanto no IPI a seletividade em razão da essencialidade do produto é obrigatória, no ICMS a seletividade é facultativa mas, assim como no IPI, quanto mais essencial o produto, menor sua alíquota e quanto menos essencial o produto, maior sua alíquota.
OBS: Quanto á Capacidade Contributiva, diz-se que o ICMS segue este princípio pelo fato de que, apesar das alíquotas serem estabelecidas pela mercadoria/bens/serviços, em tese irão consumir e, consequentemente contribuir com o imposto em maior quantidade, aqueles que possuem maior renda, por ter maior poder aquisitivo. 
-ICMS Sobre Combustíveis (Legalidade e Anterioridade): Em regra, por .ser um tributo não-cumulativo de consumo, o ICMS é plurifásico, incidindo por todas as vezes em que houver circulação da mercadoria. Contudo, há uma exceção ligada ao ICMS monofásico sobre o combustível, disposta no Artigo 155, §4º, CF/88, onde o ICMS sobre combustíveis possui uma regra especial. 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
XII - cabe à lei complementar:
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b;               (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)           (Vide Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte:                 (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte:              (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.               (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
 A Constituição indica que uma lei complementar pode estabelecer uma incidência monofásica do ICMS sobre combustíveis, ou seja, significa que o ICMS incidirá uma única vez na cadeia produtiva. Nesses casos, quando a lei complementar indicar que o ICMS será monofásico sobre o combustível, quem definirá a alíquota do imposto será o CONFAZ e haverá exceção à anterioridade, sendo esta uma exceção pontual. Quando a Constituição indica que o CONFAZ fixará a alíquota, há uma mitigação da legalidade, porque legalidade diz respeito a normas emanadas do poder legislativo, pois se um órgão não-legislativo fixa a alíquota, há o afastamento da legalidade. 
OBS: O CONFAZ é um órgão formado por representantes das vinte e sete Fazendas do país, possuindo natureza executiva e elaborando normas no âmbito do ICMS. É como se os Estados chegassem a acordos envolvendo operações interestaduais.
-Imunidades Gerais: No que se refere às imunidades gerais, serão aplicadas ao ICMS as imunidades previstas no Artigo 150, VI, Alíneas “d” (livros, jornais, periódicos e papel) e “e” (videofonogramas e fonogramas musicais produzidas no Brasil de autores brasileiros) da CF/88.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:                  (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.                  (Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013)
-Imunidades Específicas: ICMS possui 4 imunidades específicas, ou seja, imunidades instituídas na CF/88 que versam especificamente sobre o ICMS, conforme o Artigo 155, §2º, Inciso X, Alíneas “a”, ”b”,”c” e “d” da CF/88. 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:                 
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:              
X - não incidirá:
(i) Exportação: O ICMS, conforme Artigo 155, §2º, X, alínea “a”, não incidirá sobre a exportação.
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores;              (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
(ii) Operações Interestaduais: Com base no Artigo 155, §2º, X, alínea “b” da CF/88, o ICMS não incidirá sobre operações interestaduais envolvendo combustíveis ou derivados e energia elétrica quando a operação for entre estados e o destinatário estiver comprando para industrializar ou revender, ou seja, quando o destinatário não é consumidor final.
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos delederivados, e energia elétrica;
(iii) Ouro Financeiro: Segundo o Artigo 155, §2º, X, alínea “c” da CF/88, o ICMS não incidirá sobre o ouro financeiro. 
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;
(iv) Serviços de Som, Rádio e TV: O maior núcleo do ICMS é a circulação de mercadorias, mas o ICMS também incide sobre três serviços: transporte interestadual, transporte intermunicipal e comunicação (ex: serviços de rádio e TV). O ICMS não incide sobre os serviços de rádio difusão sonora e de sons/imagens quando a recepção for livre e gratuita. Portanto, somente será imune quando o sinal for livre, gratuito e aberto. Ou seja, as TVs pagas serão tributadas pelo ICMS.
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita;                 (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
REPARTIÇÃO DE RECEITAS – Conforme o Artigo 158, IV, CF/88, 25% do ICMS deverá ser entregue aos Municípios.
Art. 158. Pertencem aos Municípios:
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.
ANTECEDENTE DO ICMS (Descrição do fato gerador) – O Inciso II determina que os Estados instituirão imposto sobre as operações de circulação de mercadorias e serviços de transporte e intermunicipal e interestadual, ainda que as operações e prestação de serviços se iniciem no exterior. 
-Aspecto Material: O (i) ICMS de Mercadoria tem como marco de competência à operação/negócio jurídico relativa à circulação/transferência de propriedade (circulação jurídica, ou seja, transferência de titularidade/propriedade sobre o bem) de mercadoria (objeto de mercancia e comércio, tendo como pressuposto a habitualidade o intuito de lucro), conforme disposto no Artigo 2º da LC 87/96 e do Artigo 155, §2º, IX, Alínea “a”, CF/88. Logo, quando houver circulação de mercadoria entre PJs diferentes, haverá a incidência do ICMS de Mercadoria.
Art. 2° O imposto incide sobre:
        I - operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares;
OBS: Mercadoria é um conceito de direito privado, sendo o bem que é objeto de mercancia e comércio, tendo como pressuposto a habitualidade o intuito de lucro. 
 Por outro lado, é válido observar que o ICMS Mercadoria, em hipóteses de importação, terá como marco de competência a simples circulação de bens de importação, incidindo sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade.
§ 1º O imposto incide também:
        I – sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade;       (Redação dada pela Lcp 114, de 16.12.2002)
 O (ii) ICMS Serviço de Transporte tem como aspecto material o contrato de prestação de serviços de transporte intermunicipal e interestadual de pessoas, bens, mercadorias ou valores, conforme Artigo 2º, II da LC 87/96. Quando dentro do Brasil, para incidência do ICMS, é necessário que a pessoa que realiza o serviço de transporte realize serviço com habitualidade e fins lucrativos. 
 Art. 2° O imposto incide sobre:
        II - prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores;
OBS: O entendimento que prevalece atualmente é que no caso de serviços de transportes internacionais, haverá a incidência do ICMS, porém quem recolherá será o contratante localizado em território brasileiro, conforme disposto no Artigo 1º, Caput da LC 87/96. 
Art. 1º Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, AINDA QUE AS OPERAÇÕES E AS PRESTAÇÕES SE INICIEM NO EXTERIOR.
 O (iii) ICMS Serviços de Comunicação tem como aspecto material/materialidade o contrato de prestação do serviço de comunicação. No Brasil, só se realizará o fato gerador de ICMS de Serviços de Comunicação apenas às que realizam o serviço de comunicação com habitualidade e intuito comercial (é necessário que o serviço de comunicação seja oneroso). 
 Art. 2° O imposto incide sobre:
        III - prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza;
OBS: Quando há importação de serviço de comunicação (Netflix), o importador não necessita de habitualidade e intuito comercial, sendo exigida apenas a circulação jurídica.
-Aspecto Pessoal: 
Art. 4º Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.
        Parágrafo único. É também contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem habitualidade ou intuito comercial:      
        I – importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua finalidade;       (Redação dada pela Lcp 114, de 16.12.2002)
        II - seja destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior;
        III – adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou abandonados;      (Redação dada pela Lcp 114, de 16.12.2002)
        IV – adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização.      (Redação dada pela LCP nº 102, de 11.7.2000)
-Aspecto Espacial: 
  Art. 11. O local da operação ou da prestação, para os efeitos da cobrança do imposto e definição do estabelecimento responsável, é:
        I - tratando-se de mercadoria ou bem:
        a) o do estabelecimento onde se encontre, no momento da ocorrência do fato gerador;
        b) onde se encontre, quando em situação irregular pela falta de documentação fiscal ou quando acompanhado de documentação inidônea, como dispuser a legislação tributária;
        c) o do estabelecimento que transfira a propriedade, ou o título que a represente, de mercadoria por ele adquirida no País e que por ele não tenha transitado;
        d) importado do exterior, o do estabelecimento onde ocorrer a entrada física;
        e) importado do exterior, o do domicílio do adquirente, quando não estabelecido;
       f) aquele onde seja realizada a licitação, no caso de arrematação de mercadoria ou bem importados do exterior e apreendidos ou abandonados;       (Redação dada pela Lcp 114, de 16.12.2002)
        g) o do Estado onde estiver localizado o adquirente, inclusive consumidor final, nas operações interestaduais com energia elétrica e petróleo, lubrificantes e combustíveis dele derivados, quando não destinados à industrialização ou à comercialização;
        h) o do Estado de onde o ouro tenha sido extraído, quando não considerado como ativo financeiro ou instrumento cambial;
        i) o de desembarque do produto, na hipótese de captura de peixes, crustáceos e moluscos;
        II - tratando-se de prestação de serviço de transporte:
        a) onde tenha início a prestação;
        b) onde se encontre o transportador, quando em situação irregular pela falta de documentação fiscal ou quando acompanhada de documentação inidônea, como dispuser a legislação tributária;
        c) o do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese do inciso XIII do art. 12 e para os efeitos do § 3º do art. 13;
        III- tratando-se de prestação onerosa de serviço de comunicação:
        a) o da prestação do serviço de radiodifusão sonora e de som e imagem, assim entendido o da geração, emissão, transmissão e retransmissão, repetição, ampliação e recepção;
        b) o do estabelecimento da concessionária ou da permissionária que forneça ficha, cartão, ou assemelhados com que o serviço é pago;
        c) o do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese e para os efeitos do inciso XIII do art. 12;
        c-1) o do estabelecimento ou domicílio do tomador do serviço, quando prestado por meio de satélite;      (Alínea incluída pela LCP nº 102, de 11.7.2000)
        d) onde seja cobrado o serviço, nos demais casos;
        IV - tratando-se de serviços prestados ou iniciados no exterior, o do estabelecimento ou do domicílio do destinatário.
        § 1º O disposto na alínea c do inciso I não se aplica às mercadorias recebidas em regime de depósito de contribuinte de Estado que não o do depositário.
        § 2º Para os efeitos da alínea h do inciso I, o ouro, quando definido como ativo financeiro ou instrumento cambial, deve ter sua origem identificada.
        § 3º Para efeito desta Lei Complementar, estabelecimento é o local, privado ou público, edificado ou não, próprio ou de terceiro, onde pessoas físicas ou jurídicas exerçam suas atividades em caráter temporário ou permanente, bem como onde se encontrem armazenadas mercadorias, observado, ainda, o seguinte:
        I - na impossibilidade de determinação do estabelecimento, considera-se como tal o local em que tenha sido efetuada a operação ou prestação, encontrada a mercadoria ou constatada a prestação;
        II - é autônomo cada estabelecimento do mesmo titular;
        III - considera-se também estabelecimento autônomo o veículo usado no comércio ambulante e na captura de pescado;
        IV - respondem pelo crédito tributário todos os estabelecimentos do mesmo titular.
        § 5º Quando a mercadoria for remetida para armazém geral ou para depósito fechado do próprio contribuinte, no mesmo Estado, a posterior saída considerar-se-á ocorrida no estabelecimento do depositante, salvo se para retornar ao estabelecimento remetente.
        § 6o Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, tratando-se de serviços não medidos, que envolvam localidades situadas em diferentes unidades da Federação e cujo preço seja cobrado por períodos definidos, o imposto devido será recolhido em partes iguais para as unidades da Federação onde estiverem localizados o prestador e o tomador.      (Parágrafo   incluído pela LCP nº 102, de 11.7.2000)
-Aspecto Temporal:
  Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:
        I - da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular;
        II - do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer estabelecimento;
        III - da transmissão a terceiro de mercadoria depositada em armazém geral ou em depósito fechado, no Estado do transmitente;
        IV - da transmissão de propriedade de mercadoria, ou de título que a represente, quando a mercadoria não tiver transitado pelo estabelecimento transmitente;
        V - do início da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, de qualquer natureza;
        VI - do ato final do transporte iniciado no exterior;
        VII - das prestações onerosas de serviços de comunicação, feita por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza;
        VIII - do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços:
        a) não compreendidos na competência tributária dos Municípios;
        b) compreendidos na competência tributária dos Municípios e com indicação expressa de incidência do imposto de competência estadual, como definido na lei complementar aplicável;
        IX – do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior;      (Redação dada pela Lcp 114, de 16.12.2002)
        X - do recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado no exterior;
        XI – da aquisição em licitação pública de mercadorias ou bens importados do exterior e apreendidos ou abandonados;      (Redação dada pela Lcp 114, de 16.12.2002)
        XII – da entrada no território do Estado de lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização;      (Redação dada pela LCP nº 102, de 11.7.2000)
        XIII - da utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outro Estado e não esteja vinculada a operação ou prestação subseqüente.
        § 1º Na hipótese do inciso VII, quando o serviço for prestado mediante pagamento em ficha, cartão ou assemelhados, considera-se ocorrido o fato gerador do imposto quando do fornecimento desses instrumentos ao usuário.
        § 2º Na hipótese do inciso IX, após o desembaraço aduaneiro, a entrega, pelo depositário, de mercadoria ou bem importados do exterior deverá ser autorizada pelo órgão responsável pelo seu desembaraço, que somente se fará mediante a exibição do comprovante de pagamento do imposto incidente no ato do despacho aduaneiro, salvo disposição em contrário.
        § 3o Na hipótese de entrega de mercadoria ou bem importados do exterior antes do desembaraço aduaneiro, considera-se ocorrido o fato gerador neste momento, devendo a autoridade responsável, salvo disposição em contrário, exigir a comprovação do pagamento do imposto.       (Incluído pela Lcp 114, de 16.12.2002)
	Espécie de ICMS
	Aspecto Temporal
	Aspecto Espacial
	Aspecto Pessoal
	ICMS Mercadoria (Brasil)
	Momento da saída da mercadoria (venda).
	Local em que ocorre a saída da mercadoria
	Com habitualidade e intuito comercial.
	ICMS Mercadoria (Importação)
	Momento do desembaraço aduaneiro.
	No estado onde está localizado o destinatário da mercadoria.
	Não precisa de habitualidade e intuito comercial.
	ICMS Transporte (Brasil)
	Momento do início da prestação.
	Local em que houve o início da prestação do serviço.
	Com habitualidade e intuito comercial.
	ICMS Transporte (Importação)
	Momento do ato final do transporte.
	Local do ato final do transporte.
	Não precisa de habitualidade e intuito comercial.
	ICMS Comunicação (Brasil)
	Momento da prestação de serviço.
	No estado onde ocorre a cobrança pelo serviço.
	Com habitualidade e intuito comercial.
	ICMS Comunicação (Importação)
	Momento da prestação de serviço.
	No estado onde ocorre a cobrança pelo serviço.
	Não precisa de habitualidade e intuito comercial.
CONSEQUENTE DO ICMS (Descrição da Obrigação – BC, Alíquota, Sujeito Ativo/Passivo) 
-Aspecto Quantitativo: Em relação ao cálculo, o ICMS equivale à Base de Cálculo x Alíquota. Diferentemente do IPI, o ICMS corre por dentro do preço do produto, estando o mesmo embutido no preço do produto. Logo, o empresário, ao definir o preço do produto, embutirá no preço do produto o valor de ICMS, com o intuito de obter uma receita já projetando os encargos de ICMS. 
(i) Base de Cálculo (Artigo 13, LC87/96 e Artigo 155,§2º, XI, CF/88): A Base de Cálculo do ICMS nas (a) operações nacionais consistirá no preço da mercadoria ou serviço prestado, enquanto que, no ICMS de (b) importação, a BC será o preço cobrado pelo serviço prestado/mercadoria + custos da importação.
(ii) IPI na Base de Cálculo de ICMS: Além de correr por dentro do preço do produto/serviço, a regra geral é que o IPI a Recolher fará parte da Base de Cálculo de ICMS, ou seja, a BC do ICMS – em regra – será a seguinte: 
(Nacional) BC ICMS = preço da mercadoria/serviço prestado + IPI a Recolher.
(Importação) BC ICMS = preço da mercadoria/serviço + IPI + encargos aduaneiros.
 Contudo, existem três exceções que determinam que o IPI ficará de fora da Base de Cálculodo ICMS, que serão nas seguintes hipóteses: (i) ocorra o mesmo fato gerador para ambos os tributos; (ii) ambos as partes da operação sejam contribuintes do ICMS; e (iii) a venda do produto deverá ser para alguém que esteja comprando para industrializar ou revender (vendas para indústrias ou atacadistas e varejistas). Ou seja, o comprador não será consumidor final.
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:                 (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos;
(ii) Alíquota (Artigo 155,§2º, VI, VII, VIII, CF/88): A própria Constituição fixa que nenhuma alíquota interna pode ser menor do que a alíquota interestadual. É válido ressaltar que, compete ao Senado determinar quais serão as alíquotas interestaduais, enquanto que quanto ás alíquotas estaduais, os próprios Estados são responsáveis pela determinação das alíquotas internas. 
(a) Alíquota Intraestadual/Interna: Quando a operação acontece 100% em um estado (comprador e vendedor no mesmo estado), será aplicada a alíquota interna do estado, que é definida pela própria lei estadual. 
(b) Alíquota Interestadual: Quando a operação ocorre em dois estados diferentes (comprador e vendedor em Estados diferentes), será aplicada a alíquota interestadual fixada pela Resolução 22 de 1989 do Senado Federal, que pode ser de 7% (para operações e prestações realizadas por contribuintes das Regiões Sudeste e Sul quando o destinatário estiver localizado nas regiões Norte, Nordeste ou Centro-Oeste, ou no Estado do Espírito Santo) ou 12% (operações e prestações realizadas por contribuintes das Regiões Norte, Nordeste ou Centro-Oeste e no Estado do Espírito Santo para qualquer que seja a região em que estiver localizado o destinatário ou nas operações e prestações realizadas por contribuintes das Regiões Sudeste e Sul quando o destinatário também estiver localizado nas regiões: Sul ou Sudeste (exceto o Estado do Espírito Santo).
Art. 1° A alíquota do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação, nas operações e prestações interestaduais, será de doze por cento.
Parágrafo único. Nas operações e prestações realizadas nas Regiões Sul e Sudeste, destinadas às Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e ao Estado do Espírito Santo, as alíquotas serão:
II - a partir de 1990, sete por cento.
(c) DIFAL (Diferencial de Alíquota): Diferença de Alíquota é o novo cálculo que é feito no caso de operações de transporte entre estados/interestadual em que o destinatário não é contribuinte do ICMS. Esse novo cálculo é necessário uma vez que cada unidade da Federação possui tarifas de ICMS distintas. Por meio do cálculo, é determinada a diferença entre alíquota aplicada no estado e tarifa interestadual. Para ilustrar, vamos usar 3 situações distintas.
Caso 1 (Venda de Contribuinte do ICMS para Contribuinte Revendedor): Nesse caso, não haverá DIFAL, sendo aplicada para o Estado de Origem a alíquota interestadual cabível enquanto que o Estado Destinatário não tributará esta operação, pois só irá arrecadar com o ICMS no momento em que houver a revenda da mercadoria.
Caso 2 (Venda de Contribuinte do ICMS para Consumidor Final): Nessa hipótese, ocorrerá o cálculo da DIFAL, sendo aplicada para o Estado de Origem a alíquota interestadual (recolhido pelo vendedor), enquanto que o Estado Destinatário terá como alíquota a DIFAL – será recolhida pelo consumidor final/comprador - , que consiste na seguinte fórmula:
DIFAL = alíquota interna do estado destinatário – alíquota interestadual da operação.
Caso 3 (Venda de Não-Contribuinte do ICMS para Consumidor Final): Assim como no caso 2, ocorrerá o cálculo da DIFAL para o destinatário, sendo aplicada para o Estado de Origem a alíquota interestadual (paga pelo vendedor), enquanto que o Estado Destinatário terá como alíquota a DIFAL (também recolhido pelo vendedor), que consiste na seguinte fórmula:
DIFAL = alíquota interna do estado destinatário – alíquota interestadual da operação.
(iii) Não-Cumulatividade ( no Artigo 155, §2º, I do CF/88):
Exceção no Artigo 155,§2º, II, CF/88.
-Aspecto Subjetivo: Assim como nos outros tributos, o aspecto subjetivo do ICMS se divide entre sujeito ativo e sujeito passivo. 
(i) Sujeito Ativo: O sujeito ativo do ICMS é o próprio Estado/Unidade Federativa.
(ii) Sujeito Passivo (Contribuinte, Responsável, Substituição): O sujeito passivo, em regra, é o contribuinte. O contribuinte será: (a) a Pessoa que tenha habitualidade e intuito comercial na venda, na prestação de serviço de transporte e na comunicação; ou o (b) Importador, independentemente de possuir habitualidade e intuito comercial.
OBS: A responsabilidade tributária é um instituto que estabelece que a Lei poderá escolher uma pessoa que, mesmo não realizando o fato gerador, deverá recolher o tributo. No caso de transportadora que transporta mercadoria sem nota fiscal ou com alguma irregularidade a mesma será contribuinte do ICMS TRANSPORTE e responsável pelo ICMS MERCADORIA das mercadorias sem nota fiscal que ela transporta.
(iii) Substituição Tributária para ICMS: A substituição tributária é um instituto jurídico que ocorre quando a lei altera a responsabilidade do cumprimento da obrigação tributária, conferindo-a a terceiro (que não praticou o fato gerador) mas que possui vinculação indireta com aquele que causou o fato gerador. 
(a) ICMS ST Progressivo/Para Frente: No ICMS ST progressivo/subsequente, o sujeito passivo (substituto) recolhe “dois impostos”: (i) o ICMS devido pelas operações próprias; e (ii) o ICMS devido nas operações subsequentes antes da ocorrência do fato gerador. Ou seja, consiste na retenção e antecipação do recolhimento do imposto, por um contribuinte denominado “substituto”, em relação a terceiro, por fato gerador presumido, ou seja, pelas operações subsequentes que serão praticadas pelos demais contribuintes da cadeia de consumo até a operação com o consumidor final.C. Final
(b) ICMS ST Regresivo/Para Trás: No ICMS ST regressivo/antecedente, o ICMS recolhido é o referente às operações anteriores, ocorrendo apenas uma postergação do pagamento, além da substituição do sujeito passivo, conhecida como diferimento. Consiste na postergação do pagamento do imposto, ou seja, o imposto será pago por uma terceira pessoa, em momento futuro, relativamente a fato gerador já ocorrido.
ISS – O ISS, que é o imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN), é um tributo estritamente fiscal, cuja função principal é de arrecadação, tendo potencial para ser – juntamente com o IPTU – o principal tributo em termos de arrecadação nos municípios. Trata-se de um tributo que possui como fato gerador a prestação dos serviços inclusos em lista anexa, que se encontra na Lei Complementar 116, não incidindo na prestação dos serviços componentes do ICMS (serviços de transporte intermunicipal e interestadual e serviços de comunicação), dispostos no Artigo 1	55, II da CF/88. 
COMPETÊNCIA (Artigo 156, III, CF/88) – Conforme disposto na CF/88, em seu Artigo 156, III, a competência para instituir o ISS recai a cada um dos Municípios e ao Distrito Federal. 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.               (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
ESTRUTURA NORMATIVA 
-Normas Gerais (Lei Complementar 116/2003): As normas gerais a respeito do ISS, que versam sobre a definição dos fatos geradores do tributo, de suas bases de cálculo e de quem serão seus contribuintes se encontram na Lei Complementar 116/2003. 
Art. 146. Cabe à lei complementar:
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislaçãotributária, especialmente sobre:
definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
 Além de instituir as normas gerais em matéria de legislação tributária sobre o ISS, a Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 156, §3º, I, II e III, determina que a Lei Complementar 116/2003 terá a competência de fixação das alíquotas mínimas e máximas do ISS, exclusão da incidência do ISS nas exportações de serviços para o exterior e regulará a forma e condições em que isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e/ou revogados.
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.               (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar:               (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;               (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior.                (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.                (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
-Instituição (Lei Municipal): No âmbito municipal, o ISS só será instituído por leis ordinárias municipais e, na cidade de Salvador, o ISS foi instituído pela Lei Municipal 7186/2006 (Código Tributário e de Rendas do Município do Salvador). 
LIMITAÇÕES DO ISS
-Princípios: Quanto aos princípios gerais, o ISS é um imposto no qual aplica-se sem nenhum tipo de restrição aos princípios constitucionais tributários gerais.
-Imunidades: Quanto às imunidades, o ISS não é dotado de nenhuma imunidade específica, se aplicando apenas as imunidades genéricas previstas no Artigo 150, VI, “a”, “b” e “c” da Constituição Federal de 1988.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:                  (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
OBS: A isenção não se confunde com a imunidade, pois só pode realizar a isenção quem possui competência para instituir um tributo (isenção autônoma), diferentemente da imunidade, que garante a não-competência do ente. A Lei Complementar 116/2003 estabelece a isenção do ISS sobre exportação de serviços, se tratando de uma isenção heterônoma (a União não tem competência para instituir o ISS), sendo esta isenção uma exceção à regra de vedação às isenções heterônomas. 
Art. 2o O imposto não incide sobre:
I – as exportações de serviços para o exterior do País;
ANTECEDENTE DO ISS (Descrição do fato gerador) - A lei complementar do ISS definiu quais os serviços que sofrem a aplicação desse tributo, mas acabou por não conceituar o que é prestação de serviços, consequentemente surgindo o debate se a lista de serviços do ISS é taxativa ou exemplificativa. Todavia, como a Constituição indica que os municípios podem instituir ISS sobre os serviços de qualquer natureza definidos na lei complementar, se entende que a lista é taxativa, mas, por causa do termo “congêneres” usado na lista, é possível fazer interpretação extensiva (mas não permite a analogia). Portanto, se houve prestação de serviço que não está na lista, não ocorrerá a incidência do ISS. 
OBS: A lista do ISS indica como um dos serviços tributáveis a “locação de bens móveis, inclusive arrendamento mercantil” como serviço, mas os municípios só podem instituir ISS sobre prestação de serviço, sendo inconstitucional item que esteja na lista que não seja sobre prestação de serviço. Doravante, a locação de bem móvel gera uma obrigação de dar, não gerando prestação de serviço (obrigação de fazer) não podendo incidir ISS. 
 Ademais, quando ocorre, em uma mesma situação, a prestação de um serviço e o fornecimento de mercadoria, pode ocorrer um conflito de competência, porque entes diferentes podem querer tributar o mesmo fato, devendo haver a análise da lista do ISS para solucionar o problema. Portanto, se o serviço estiver na lista sem nenhuma observação, incide apenas o ISS, mas as peças e partes usadas no serviço sofrem a incidência também do ICMS, devendo haver a separação do valor do ISS do valor do ICMS (serviços de oficina e mecânica).
 No caso dos restaurantes e bares (prestação de serviço e fornecimento de mercadoria), o STJ, por meio da Súmula 163, pacificou o tema, determinando que, no caso de restaurantes e bares, ocorrerá apenas a incidência do ICMS.
Súmula 163 (STJ) - O fornecimento de mercadorias com a simultânea prestação de serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor total da operação.
-Aspecto Material (Artigos 1º e 2º, LC 116): Conforme o Artigo 1º da Lei Complementar 116/2003, o aspecto material/materialidade do ISSQN nada mais é do que a prestação dos serviços constantes da lista anexa, independentemente de serem ou não atividade preponderante do prestador. O ISS também incidirá sobre a importação de serviços e sobre serviços que se iniciaram no exterior do País. 
Art. 1o O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador.
§ 1o O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País.
§ 2o Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela mencionados não ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadorias.
§ 3o O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda sobre os serviços prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados economicamente mediante autorização, permissão ou concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final do serviço.
§ 4o A incidência do imposto não depende da denominação dada ao serviço prestado.
 Ademais, o Artigo 2º determina as hipóteses em que não se configurará a materialidade do fato gerador do ISS, que serão nas seguintes hipóteses: (i) exportações de serviços para o exterior; (ii) prestação de serviços decorrente das relações de emprego, trabalhadores avulsos e outras relações de trabalho; e do (iii) valor intermediado no mercado de títulos e valores imobiliários, além do valor dos depósitos bancários, e os valores principais e acessórios (juros e acréscimos) relacionados às operações de crédito realizada por instituições financeiras.
Art. 2o O imposto não incide sobre:
I – as exportações de serviços para o exterior do País;
II – a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores avulsos, dos diretores e membros de conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e fundações, bem como dos sócios-gerentes e dos gerentes-delegados;
III – o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor dos depósitos bancários, o principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações de crédito realizadas por instituições financeiras.
Parágrafo único.Não se enquadram no disposto no inciso I os serviços desenvolvidos no Brasil, cujo resultado aqui se verifique, ainda que o pagamento seja feito por residente no exterior.
-Aspecto Espacial (Artigos 3º e 4º LC116): O aspecto espacial do ISS é o local de estabelecimento do prestador ou, na falta de um estabelecimento, no local de domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas no Artigo 3º, Incisos I a XXV da Lei Complementar 116/2003. Ademais, o Artigo 4º é responsável por conceituar o estabelecimento prestador, determinando que “considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas”.
OBS: A lei estabelece exceções, em que o ISS será devido ao munícipio que recebe a prestação do serviço, sendo aplicada a lei desse município, e não a lei do município do estabelecimento prestador; isso pode causar problema de bitributação. A montagem de palco, por exemplo, é uma exceção, porque o ISS será devido ao município em que o palco será montado, e não ao município do estabelecimento que presta o serviço de montar o palco. 
Art. 3o  O serviço considera-se prestado, e o imposto, devido, no local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXV, quando o imposto será devido no local: (Redação dada pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
I – do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, na hipótese do § 1o do art. 1o desta Lei Complementar;
II – da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, no caso dos serviços descritos no subitem 3.05 da lista anexa;
III – da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02 e 7.19 da lista anexa;
IV – da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04 da lista anexa;
V – das edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.05 da lista anexa;
VI – da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem, separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer, no caso dos serviços descritos no subitem 7.09 da lista anexa;
VII – da execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.10 da lista anexa;
VIII – da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores, no caso dos serviços descritos no subitem 7.11 da lista anexa;
IX – do controle e tratamento do efluente de qualquer natureza e de agentes físicos, químicos e biológicos, no caso dos serviços descritos no subitem 7.12 da lista anexa;
XII - do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação, reparação de solo, plantio, silagem, colheita, corte, descascamento de árvores, silvicultura, exploração florestal e serviços congêneres indissociáveis da formação, manutenção e colheita de florestas para quaisquer fins e por quaisquer meios; (Redação dada pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
XIII – da execução dos serviços de escoramento, contenção de encostas e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.17 da lista anexa;
XIV – da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no subitem 7.18 da lista anexa;
XV – onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços descritos no subitem 11.01 da lista anexa;
XVI - dos bens, dos semoventes ou do domicílio das pessoas vigiados, segurados ou monitorados, no caso dos serviços descritos no subitem 11.02 da lista anexa; (Redação dada pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
XVII – do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda do bem, no caso dos serviços descritos no subitem 11.04 da lista anexa;
XVIII – da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e congêneres, no caso dos serviços descritos nos subitens do item 12, exceto o 12.13, da lista anexa;
XIX - do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos serviços descritos pelo item 16 da lista anexa; (Redação dada pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
XX – do estabelecimento do tomador da mão-de-obra ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.05 da lista anexa;
XXI – da feira, exposição, congresso ou congênere a que se referir o planejamento, organização e administração, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.10 da lista anexa;
XXII – do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário ou metroviário, no caso dos serviços descritos pelo item 20 da lista anexa.
XXIII - do domicílio do tomador dos serviços dos subitens 4.22, 4.23 e 5.09;   (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
XXIV - do domicílio do tomador do serviço no caso dos serviços prestados pelas administradoras de cartão de crédito ou débito e demais descritos no subitem 15.01;  (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
XXV - do domicílio do tomador dos serviços dos subitens 10.04 e 15.09. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
§ 1o No caso dos serviços a que se refere o subitem 3.04 da lista anexa, considera-se ocorrido o fato gerador e devido o imposto em cada Município em cujo território haja extensão de ferrovia, rodovia, postes, cabos, dutos e condutos de qualquer natureza, objetos de locação, sublocação, arrendamento, direito de passagem ou permissão de uso, compartilhado ou não.
§ 2o No caso dos serviços a que se refere o subitem 22.01 da lista anexa, considera-se ocorrido o fato gerador e devido o imposto em cada Município em cujo território haja extensão de rodovia explorada.
§ 3o Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no local do estabelecimento prestador nos serviços executados em águas marítimas, excetuados os serviços descritos no subitem 20.01.
§ 4o § 4o Na hipótese de descumprimento do disposto no caput ou no § 1o, ambos do art. 8o-A desta Lei Complementar, o imposto será devido no local do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado.    (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
Art. 4o Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas.
-Aspecto Temporal: O aspecto temporal do ISS é o momento em que ocorre a prestação do serviço, havendo a ocorrência do fato gerador sempre que for prestado o serviço, devendo o contribuinte recolher mensalmente o ISS em relação aos serviços prestados durante o mês. Todavia, é válido ressaltar que existem situações excepcionais em que o ISS é recolhido de forma instantânea (como na construção civil, em que o ISS é devido ao município da execução).
-Aspecto Pessoal (Artigo 5º, LC 116): O aspecto pessoal do ISS, conforme Artigo 5º, nada mais é do que o contratado, ou seja, o prestador de serviço, sendo o mesmo o responsável pela realização do fato gerador. 
Art. 5o Contribuinte é o prestador do serviço.
CONSEQUENTE DO ISS (Descrição da Obrigação – BC, Alíquota, Sujeito Ativo/Passivo)
-Aspecto Quantitativo: O ISS possui como aspecto quantitativo a sua Base de Cálculo x Alíquota. 
(i) Base de Cálculo (Artigo 7º, LC116): Conforme determinação expressa do Artigo 7º da Lei Complementar 116, a base de cálculo do ISS deverá considerar o preço do serviço, e ser integrado pelos eventuais reajustescontratuais.
Art. 7o A base de cálculo do imposto é o preço do serviço.
§ 1o Quando os serviços descritos pelo subitem 3.04 da lista anexa forem prestados no território de mais de um Município, a base de cálculo será proporcional, conforme o caso, à extensão da ferrovia, rodovia, dutos e condutos de qualquer natureza, cabos de qualquer natureza, ou ao número de postes, existentes em cada Município.
§ 2o Não se incluem na base de cálculo do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza:
I - o valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços previstos nos itens 7.02 e 7.05 da lista de serviços anexa a esta Lei Complementar;
(ii) Alíquota (Artigo 8º, LC116): A CF/88 estabeleceu que cabe à LC116 estabelecer e fixar as alíquotas máximas e mínimas do ISS, devendo os Municípios e DF – ao instituírem o ISS por meio de Lei Municipal – determinar uma alíquota entre essa parametrização prevista em LC. Essa competência atribuída pelo constituinte ao legislador nacional acabou implicando em uma antinomia constitucional (competência ao legislador nacional x interferência na autonomia municipal para instituir os tributos de sua competência). Conforme o Artigo 8º, II, os serviços constantes na lista anexa terão como alíquota máxima 5%. Por outro lado, o Artigo 8º-A determina que a alíquota mínima do ISSQN é de 2%.
Art. 8o As alíquotas máximas do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza são as seguintes:
II – demais serviços, 5% (cinco por cento).
Art. 8o-A.  A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza é de 2% (dois por cento).  (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
§ 1o  O imposto não será objeto de concessão de isenções, incentivos ou benefícios tributários ou financeiros, inclusive de redução de base de cálculo ou de crédito presumido ou outorgado, ou sob qualquer outra forma que resulte, direta ou indiretamente, em carga tributária menor que a decorrente da aplicação da alíquota mínima estabelecida no caput, exceto para os serviços a que se referem os subitens 7.02, 7.05 e 16.01 da lista anexa a esta Lei Complementar.  (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
§ 2o  É nula a lei ou o ato do Município ou do Distrito Federal que não respeite as disposições relativas à alíquota mínima previstas neste artigo no caso de serviço prestado a tomador ou intermediário localizado em Município diverso daquele onde está localizado o prestador do serviço.  (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
§ 3o  A nulidade a que se refere o § 2o deste artigo gera, para o prestador do serviço, perante o Município ou o Distrito Federal que não respeitar as disposições deste artigo, o direito à restituição do valor efetivamente pago do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza calculado sob a égide da lei nula.  (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
 O ISS a Recolher integra a base de cálculo, então se uma empresa de software emite uma nota de R$10.000,00 e a alíquota é de 5%, o preço do serviço continua sendo R$10.000,00, de modo que o prestador de serviço precisa embutir no custo do serviço o valor do ISS, pois o ISS não será somado, estando o tributo já embutido/correndo por dentro do preço do serviço.
OBS: O Decreto Lei 406 de 1968, que estabelece normas gerais aplicáveis ao ISS, estabeleceu em seu Artigo 9º, §§1º e 3º o ISS Fixo. art. 9º do DL 406/68 estabelece um cálculo diferentes para os profissionais autônomos que prestam serviços em caráter pessoal e para algumas sociedades formadas por profissionais liberais. 
 O profissional autônomo que presta o serviço em caráter pessoal, ao invés de recolher um percentual sobre o preço do serviço, recolherá um valor fixo por ano – o profissional se inscreve no município e paga um valor fixo anual. A lógica é que o que o profissional liberal recebe basicamente a sua renda, que será tributada pelo IR. Historicamente se escolheu que os profissionais liberais seriam tributados em um valor fixo para que não ocorresse uma espécie de bis in idem com o imposto de renda. A mesma lógica passou a ser aplicada em relação às sociedades de profissionais liberais. 
 Os honorários percebidos pelas sociedades eram praticamente a renda tributada pelo imposto de renda, então as sociedades de uma série de profissões, dentre elas a advocacia, também possuirá um valor fixo a ser recolhido a título de ISS. O escritório de advocacia pode emitir notas fiscais altas, mas se for uma sociedade, recolherá ISS em valor fixo, que pode varia em razão da quantidade de profissionais, mas não em razão do preço do serviço. O recolhimento dos médicos anteriormente funcionava da mesma forma, mas ao longo dos anos a realidade mudou e existem sociedades de médicos que são verdadeiras empresas. 
 Há um movimento municipal para fazer com que seja aplicado o ISS percentual a diversas sociedades. A lei de Salvador possui diversos requisitos que dificultam a utilização do valor fixo de ISS pelas sociedades. Provavelmente há ilegalidade na lei, pois não é possível criar requisitos para a tributação de valor fixo que não se encontram do Decreto Lei e, o Decreto Lei foi recepcionado como lei complementar sobre normas gerais em relação aos ISS. A lei municipal não poderia ter inovado e criado requisitos a mais.
Art 9º A base de cálculo do impôsto é o preço do serviço.
§ 1º Quando se tratar de prestação de serviços sob a forma de trabalho pessoal do próprio contribuinte, o impôsto será calculado, por meio de alíquotas fixas ou variáveis, em função da natureza do serviço ou de outros fatores pertinentes, nestes não compreendida a importância paga a título de remuneração do próprio trabalho.
§ 3° Quando os serviços a que se referem os itens 1, 4, 8, 25, 52, 88, 89, 90, 91 e 92 da lista anexa forem prestados por sociedades, estas ficarão sujeitas ao imposto na forma do § 1°, calculado em relação a cada profissional habilitado, sócio, empregado ou não, que preste serviços em nome da sociedade, embora assumindo responsabilidade pessoal, nos termos da lei aplicável.      (Redação dada pela Lei Complementar nº 56, de 1987)
-Aspecto Subjetivo: O Aspecto subjetivo do ISS se divide, assim como nos outros tributos, em sujeito ativo e sujeito passivo.
(i) Sujeito Ativo: O sujeito ativo na obrigação tributária sempre serão os Municípios ou Distrito Federal.
(ii) Sujeito Passivo (Artigos 5º e 6º da LC116/03 – Contribuinte e Responsável): Em regra, o contribuinte do ISS é o prestador do serviço, conforme Artigo 5º, Caput da LC/116/03. 
Art. 5o Contribuinte é o prestador do serviço.
 Todavia, o Artigo 6º da LC 116/03 indica que os Municípios e o Distrito Federal, mediante lei, poderão atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive no que se refere à multa e aos acréscimos legais. Então, a lei municipal ou distrital pode eleger responsáveis – há autorização expressa da LC 116/03 para que os municípios deleguem a terceiros a condição de responsável - desde que haja alguma relação com o fato gerador. Além de autorizar a criação de hipóteses de responsabilidade, o próprio art. 6º de Lei Complementar já traz algumas situações de responsável.
Art. 6o Os Municípios e o Distrito Federal, mediante lei, poderão atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive no que se refere à multa e aos acréscimos legais.
§ 1o Os responsáveis a que se refere este artigo estão obrigados ao recolhimento integral do imposto devido, multa e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua retenção na fonte.
§ 2o Sem prejuízo do disposto no caput e no § 1o deste artigo, são responsáveis: (Vide

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