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Relatorio Pessoal Psicopatologia

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Experiência Pessoal – 
As pesquisas sobre atividades artísticas com doentes mentais e a vivência durante as oficinas na Instituição das Irmãs Hospitaleiras foram muito ricas e contribuíram para o aprendizado sobre saúde mental e acolhimento psicossocial. A possibilidade de interagir com pessoas com sofrimento mental e conhecer uma parte da realidade dos serviços oferecidos a essa população permitiu contato mais estreito com a prática da Psicologia e sua importância no processo de acolhimento. Foram as oportunidades de observação e escuta que mais renderam aprendizagem, pois o processo de controlar menos e se despedir da certeza de saber tudo, dando espaço para o outro emergir, permitiu compreender melhor o percurso dos estagiários e dos internos. 
CONCLUSÃO
As atividades propostas na disciplina de Psicopatologia vão de encontro aos Serviços de Saúde Mental descritos na lei 10.216 do SUS, que discorre sobre o direito a acompanhamento psicológico, atividades artísticas e de lazer. Desta forma, justifica-se a presença dos alunos de Psicologia nas instituições de acolhimento a doentes mentais e usuários de substâncias psicoativas. Os benefícios que o contato direto e continuado no ambiente de acolhimento a indivíduos com sofrimento mental, proporciona contato direto com a realidade dos objetos de estudo da Psicopatologia, além de imersão experimental no universo do atendimento de saúde mental. 
As atividades de atendimento psicossocial estão embasadas na lei e oferecem um importante dispositivo do tratamento comum nos espaços de assistência em saúde mental: as oficinas. Entende-se por oficinas, como um “local de realização de atividades que produzam no indivíduo possibilidades de transformação de si a partir da relação dele com o grupo, com a atividade e com o material”. (PEREIRA, 2010)
A oportunidade de conhecer as instalações da Congregação das Irmãs Hospitaleiras tem sido muito interessante e entrar em contato com seus internos, uma experiência surpreendente. Primeiramente, o exercício de observação e interação com os sujeitos que ali se encontram auxiliou na compreensão da importância do acolhimento das demandas individuais e dos conteúdos expressados através das atividades artísticas propostas. 
A experiência de conhecer a instituição de acolhimento de doentes mentais e usuários de substâncias psicoativas foi bastante interessante e fonte de aprendizado sobre a realidade de pessoas com sofrimento mental. A partir da decisão de oferecer atividades significativas de acolhimento através da expressão artística, buscou-se identificar no campo vasto da Arteterapia algumas oficinas que permitissem aos participantes momentos de lazer, livre expressão e interação com colegas do grupo de internos e estagiários. Porém, entrevistar os internos e conhecer suas demandas e interesses foi fundamental na escolha das estratégias de trabalho. 
A partir desse questionamento, foram escolhidos materiais mais orgânicos, mas que ainda tivessem seu apelo prazeroso e lúdico. A partir das técnicas de carimbo com folhas de árvore, os pacientes puderam deixar marcas de impressão com tinta sobre papel e, de certa forma, iniciar o projeto da oficina refazendo um percurso pré-histórico de expressão artística. A atividade era bastante descomplicada e muitos internos com comprometimentos mentais puderam pintar e interagir com as folhas de árvore, o que foi bastante apreciado, segundo os relatos.
As oficinas subsequentes acrescentaram técnicas semelhantes, mas também disponibilizaram atividades que haviam sido requisitadas pelos próprios internos, como foi o caso da pintura de mandalas e figuras impressas em preto e branco. A partir da escuta, os estagiários gradualmente mudaram seus comportamentos, tornando-se mais disponíveis, observadores e acolhedores. Os pacientes também começaram a demonstrar maior interesse em participar das atividades propostas, interagindo com os materiais fornecidos que permitiram a eles se expressarem. Muito deles relataram suas histórias e vida e os motivos que os levaram à internação. Segundo Valladares,
A arteterapia auxilia neste processo, oferecendo inúmeros materiais para que o indivíduo se sinta livre na escolha daquele que mais lhe for apropriado. Isso atende à sua singularidade, funciona como ferramenta para despertar e ativar a criatividade e, também, para desbloquear e transmitir à consciência instruções e informações oriundas do inconsciente. Essas informações normalmente são ignoradas, contidas e disfarçadas, encobertas e principalmente ocultas. Na psique humana, e, as informações colaboram para o desenvolvimento de toda a dinâmica intrapsíquica, ao serem transportadas à consciência por meio do processo arteterapêutico (VALLADARES, 2001).
VALLADARES, A. C. A.; LAPPANN-BOTTI, N. C.; MELLO, R.; KANTORSKI, L. P.; SCATENA, M.C. M. Reabilitação psicossocial através das oficinas terapêuticas e/ou cooperativas sociais. Rev. Eletrônica de Enfermagem. Goiânia: UFG, v.5 n.1, p.04-09, 2003. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/fen/article/view/768/851. Acesso 13/06/2018.
PEREIRA, S. B. & Firmino, R. G. Arteterapia na Saúde Mental: uma reflexão sobre este novo paradigma. Publicado em 2010. Disponível em: http://srvwebbib.univale.br/pergamum/tcc/Arteterapianasaudementalumareflexaosobreestenovoparadigma.pdf. Acesso em 13/06/2018.